12 maio 2021

O PROFETA NO NOVO TESTAMENTO

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O ministério profético continuou no Novo Testamento. Jesus é o profeta por excelência. Moisés profetizou que Deus levantaria um profeta semelhante a ele, referindo-se a Cristo. Os apóstolos de Cristo também exerceram a atividade profética, mediante revelação e inspiração do Espírito Santo. Eles foram usados por Deus, tanto para proclamar o Evangelho, como para escrever os livros inspirados do Novo Testamento. 


1. A importância do termo “profeta” no Novo Testamento. 

a. Definição. O Novo Testamento usa a palavra grega 'prophetes', para se referir ao profeta. Esta palavra deriva de dois vocábulos gregos: "pro", “antes”, “em favor de”, e, “phemi”, “falar”, ou seja, “alguém que fala por outrem”, e por extensão, “intérprete”, especialmente da vontade de Deus. 

b. O profeta na Igreja primitiva. Os apóstolos também exerceram o ministério profético. A atividade profética dos apóstolos era dupla: proclamar a Palavra de Deus e pronunciar eventos futuros. Na Igreja primitiva o profeta aparece também como alguém que acompanhava os apóstolos (Ef 2.20; 3.5; 4.11).

No Novo Testamento, apenas o Livro do Apocalipse é considerado profético. O apóstolo João escreveu diversas profecias nos livros do Apocalipse, que lhe foram mostradas pelo Senhor Jesus. Mas, os apóstolos Paulo, Pedro e João escreveram profecias falando do surgimento de falsos profetas, da apostasia dos últimos dias, da vinda de Jesus e do fim do mundo. (2 Ts 2.13; 1 Tm 4; 2 Pe 2; 3). 

Há também outros exemplos de profetas no Novo Testamento: Ágabo e outros profetas da Igreja de Antioquia (At 11.27-30; 21.10-12). As filhas de Filipe (At 21.8,9). Uma falsa profetiza em Apocalipse, de codinome de Jezabel (Ap 2.20).

c. O profeta na história da Igreja. Em um documento do segundo século, chamado "Didaqué", no capítulo 11, falando sobre “A Vida em Comunidade”, os versículos 7-12 deste documento falam do pleno exercício do ministério de profeta, conforme registrado em Efésios 4.11. Temos também os casos de Catarina de Siena, Teresa D'ávila, mulheres que denunciaram profeticamente a corrupção de Roma; John Huss, John Wycliffe, Lutero, Calvino e muitos outros, que proclamaram contras as heresias católicas. 


2. O ofício do profeta neotestamentário. 

a. Os profetas do NT não eram adivinhos. Apesar de algumas vezes serem usados para predizer acontecimentos futuros, o ministério profético não era voltado apenas para previsões, como muitos imaginam. 

b. Os profetas eram proclamadores da Palavra de Deus. Os profetas neotestamentários eram pessoas chamadas por Deus, para proclamar a sua Palavra, denunciar o pecado, exortar, edificar e consolar a Igreja de Cristo. Eles lançaram os fundamentos da Doutrina cristã. (Ef 2.20).

c. Em tempos de apostasia, também são perseguidos. Assim como no AT, os verdadeiros profetas do Senhor também foram perseguidos na Nova Aliança, em tempos de apostasia. João Batista, por exemplo, foi decapitado por Herodes, por confrontar o seu adultério. Ainda hoje, quem proclama contra o pecado, sofre perseguições como processos e isolamento na própria Igreja. Por outro lado, falsos profetas são agraciados por fecharem os olhos para o pecado e pregarem o que os ímpios querem ouvir. 


3. Diferença entre o ministério de profeta e o dom de profecia

O ministério de profeta é permanente e é restrito a algumas pessoas, que foram chamadas por Deus para exercer este ministério. Um ministro é alguém que exerce um ministério continuamente. O dom de profecia, por sua vez, é esporádico. O Espírito Santo usa a pessoa para transmitir uma mensagem de Deus em determinadas circunstâncias. Paulo recomendou aos coríntios a buscarem este dom. 


Deus ainda escolhe pessoas para exercerem o ministério de profeta na Igreja local. Entretanto, é preciso esclarecer que o dom ministerial de profeta não é equivalente aos profetas do Velho Testamento, ou mesmo do Novo Testamento, que eram canônicos e receberam inspiração divina para escrever os livros sagrados que formam a Palavra de Deus. Hoje, não temos mais profetas com esta característica. As palavras dos profetas de hoje precisam ser julgadas pelo crivo da Palavra de Deus. É preciso estar alerta contra os falsos profetas, como veremos no próximo tópico. 


Pb. Weliano Pires


11 maio 2021

O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO


Deus é um Ser pessoal, que se comunica com a humanidade. Quando Deus criou o primeiro casal, visitava o Jardim do Éder todos os dias e conversava com eles. Entretanto, com a entrada do pecado no mundo, esta comunicação direta foi interrompida e Deus passou a falar através de visões, sonhos, mensageiros ou porta vozes, que podiam ser anjos ou profetas. 


1. Conceito.  Quando falamos sobre profeta atualmente, muitas pessoas imaginam que estamos falando de alguém que prevê o futuro. Mas, o significado bíblico de profeta não é esse. Em hebraico há três palavras usadas para se referir a profeta: Navi, chozeh e roeh. Estas três palavras aparecem em 1 Crônicas 29.29: “Os atos, pois, do rei Davi, assim os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas de Samuel, o vidente (Roeh), e nas crônicas do profeta (Navi) Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente” (Chozen). 

a. Navi. Alguém que proclama uma mensagem recebida; um porta voz, mensageiro ou anunciador. Esta palavra aparece mais de 300 vezes no Antigo Testamento. A palavra aparece também na forma feminina para se referir a Mirian, Hulda, Noadias e à esposa do 

profeta Isaías.

b. Chozeh ou hozen. Significa uma pessoa que tem visões. É traduzida como vidente. Nos dias do profeta Samuel, os profetas eram chamados de “Chozeh” (vidente) e eram consultados, para saber a vontade de Deus, antes de tomar decisões.

c. Roeh. Também significa vidente, com o sentido de alguém que faz previsões sobre o futuro. 


2. O ofício de profeta. O primeiro a ser chamado de profeta no Antigo Testamento foi Abraão (Gn 20.7). No Novo Testamento descobrimos que o primeiro profeta foi Enoque, o sétimo depois de Adão, que viveu muito antes de Abraão (Jd 14). O profeta era alguém que recebia uma mensagem de Deus, por inspiração, revelação, ou visão para transmiti-la ao povo. Os profetas não eram adivinhos, ou apenas pessoas que previam o futuro, como muitos imaginam. O ministério profético consistia em transmitir a mensagem de Deus ao povo de Israel e até a outras nações. Esta mensagem poderia ser sobre o futuro, ou denúncias contra o pecado e advertências. 


No início da monarquia, no reino unido de Israel, o profeta exercia um papel muito importante. Os dois primeiros reis, Saul e Davi, foram ungidos pelo profeta Samuel, que era também juiz e sacerdote. Neste período, os profetas eram uma espécie de conselheiros do palácio. Após a divisão das tribos, principalmente no Reino do Norte, vieram muitos reis ímpios e os profetas foram perseguidos e mortos, pois, as suas profecias denunciavam o pecado e as injustiças dos reis. (Jr 1.18,19; 5.30,31; Is 58.1-12).


No antigo Testamento havia três tipos de profetas: 

a. Profetas literários ou canônicos. São os que deixaram as suas profecias escritas. 

b. Profetas não literários. São os que profetizaram, mas não escreveram, ou os seus escritos se perderam.

c. Profetas cúlticos. São aqueles cujas profecias estavam ligadas ao culto. (2 Cr 29.21-24). Em alguns salmos aparece esta categoria de profeta. 


A Bíblia hebraica é dividida em três partes: Torah, Neviim e Ketuvim (Lei, profetas e escritos). Este conjunto de livros é resumido na abreviatura “Tanaka”, que é um acrônimo destas três palavras. A nossa versão do Antigo Testamento está dividida por assunto: Lei, história, poesia e profecia. Os chamados livros proféticos em nossa Bíblia vão de Isaías a Malaquias. Estes livros se dividem em duas categorias: os profetas maiores (Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel) e os profetas menores (Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias). Esta classificação como maiores e menores é devido ao tamanho do livro e não tem relação com a importância do profeta. 

3. O profetismo. O profetismo foi um movimento que surgiu no século VIII d. C. para tentar resgatar o monoteísmo judaico, combater a idolatria, denunciar as injustiças sociais e despertar o povo para a chegada do Messias. Este movimento começou nos dias do profeta Amós e durou até Malaquias, quando veio o chamado silêncio profético, que durou até a chegada de João Batista. 


Os profetas do Antigo Testamento representavam a Palavra de Deus e não podiam ser questionados. Por outro lado, havia um rigor muito maior em relação aos falsos profetas. Eles poderiam ser mortos se mentissem ou não cumprissem o que Deus ordenou. 


Pb. Weliano Pires

10 maio 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 07: O MINISTÉRIO DE PROFETA


Revisão da Lição 06

Estudamos na semana passada, sobre o Ministério de apóstolo, que é o primeiro da lista mencionada pelo apóstolo Paulo em Efésios 4.11. Vimos a definição da palavra apóstolo e as características singulares do Colégio dos doze apóstolos. 

Vimos também um pouco sobre a história do apóstolo Paulo, antes da sua conversão; o seu encontro com Jesus no caminho de Damasco que resultou na sua conversão; e todo o legado teológico e missionário do apóstolo dos gentios. 

Por último, falamos sobre a atualidade do dom de apóstolo. Vimos que não há apóstolos como os do colégio apostólico, que foram chamados diretamente por Jesus, andaram com em Ele em seu ministério terreno e foram testemunhas oculares da sua ressurreição. Estudamos também sobre o dogma da sucessão apostólica, ensinado pela Igreja Católica, como forma de justificar o poder papal, que não tem nenhum fundamento bíblico.  


Introdução à Lição 07

O que significa a palavra profeta? Ainda existem profetas nos dias atuais? Existe diferença entre os profetas do Antigo e do Novo Testamento? Como saber se um profeta é verdadeiro ou falso? Na lição desta semana, vamos procurar responder a estas questões à luz da Bíblia. Dando continuidade ao estudo dos dons ministeriais, falaremos a respeito do ministério de profeta, que está na sequência, da lista mencionada por Paulo em Efésios 4.11: Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores.

Assim como nos casos dos dons espirituais e do dom ministerial de apóstolo, há pensamentos diferentes em relação ao ministério de profeta. Alguns dizem que não existem mais profetas nos dias atuais, pois, Jesus disse que “a Lei e os Profetas, vigoraram até João [Batista]..." (Lc 16.16). Mas, o Novo Testamento relata a existência de profetas e profetizas, depois da morte de João Batista: Ágabo (At 21.10,11); As filhas de Filipe (At 21.8,9); e na Igreja de Antioquia havia profetas (At 13.1). Por outro lado, há outros que querem atribuir as características dos profetas do Antigo Testamento aos profetas de hoje, querendo agir como Elias, Eliseu e outros. 

No primeiro tópico, falarem sobre o ministério dos profetas no Antigo Testamento. Vamos trazer o conceito da palavra profeta no contexto do Antigo testamento.  Cerca de 30% dos escritos do Velho Tratamento são profecias. Havia também os profetas orais, que não deixaram as suas palavras escritas, ou se perderam e há os profetas anônimos, que a Bíblia não revela os seus nomes, referindo-se a eles como "um profeta" ou "um homem de Deus."

Falaremos ainda no primeiro tópico sobre o ofício de profeta e as suas funções em Israel. Os profetas eram porta vozes de Deus para Israel e até para outras nações. Por último, no primeiro tópico, falaremos a respeito do movimento chamado profetismo, que um movimento de restauração do monoteísmo judaico, que começou no século VIII a.C e durou até Malaquias. 

No segundo tópico, abordaremos o ministério de profeta no Novo Testamento, trazendo o conceito da palavra profeta no grego. Falaremos sobre características do profeta no Novo testamento, que são diferentes dos profetas do Antigo Pacto. Por último, mostraremos a importância do dom ministerial de profeta, que é o tema desta lição.

O terceiro e último tópico, veremos as diferenças entre o verdadeiro e o falso profeta. Estas diferenças podem ser notadas através do contraste entre simplicidade e arrogância, pois, o verdadeiro profeta de Deus porta-se com humildade e simplicidade. O falso profeta, por sua vez é arrogante e prepotente, buscando sempre elogios e fama. 

Jesus nos alertou também, que é possível conhecer o profeta pelos frutos que ele apresenta, pois, a árvore boa produz bons frutos e a árvore má, maus frutos. (Mt 7.14-16). Portanto, uma das formas de reconhecer o falso profeta é identificar a sua arrogância e a podridão dos seus frutos.


Pb. Weliano Pires

09 maio 2021

Lição 7: O Ministério de Profeta


Data: 16 de Maio de 2021

TEXTO ÁUREO

E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.” (1Co 12.28).

VERDADE PRÁTICA:
O ministério de profeta é fundamental para a Igreja de Cristo nos dias atuais.”

HINOS SUGERIDOS: 141, 215, 438.


LEITURA DIÁRIA


Segunda - At 3.22
Jesus — o profeta prometido
Terça - At 11.27
Profetas na igreja primitiva
Quarta - Lc 11.49
Profetas enviados por Deus
Quinta - 1Co 14.3
O ministério do profeta
Sexta - 1Ts 5.20
Não despreze as profecias
Sábado - Ap 3.22
O Espírito fala às igrejas


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Coríntios 12.27-29; Efésios 4.11-13.


1 Coríntios 12
27 - Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular.
28 - E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.
29 - Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?
Efésios 4
11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
12 - querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,
13 - até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.


INTERAÇÃO COM O PROFESSOR


O ministério de profeta é um dom de Deus para a igreja atual. O profeta é chamado para falar segundo o coração do Pai. Nem sempre sua mensagem é aceita. No Antigo Testamento alguns sofreram perseguições terríveis por trazer aos israelitas a mensagem divina.
Em o Novo Testamento os profetas não perderam a preeminência. Eles, juntamente com os apóstolos, eram as colunas da Igreja. Atualmente, temos a Bíblia, a profecia maior, porém o Senhor continua a levantar e a usar seus porta-vozes para revelar a sua mensagem ao seu povo.


OBJETIVOS:

  • Descrever a função do profeta no Antigo Testamento.
  • Compreender o ofício do profeta em o Novo Testamento.
  • Discernir o verdadeiro do falso profeta


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Prezado professor, para introduzir o terceiro tópico da lição reproduza na lousa a seguinte afirmação: “De todos os dons espirituais, um dos que mais devemos desejar é seguramente o de discernimento. Nós ouvimos muitas vozes e não podemos seguir todas elas (Gilbert Kirby) [por outro lado] a palavra de Deus ensina que a nossa razão é parte da imagem divina na qual Deus nos criou” (Cristianismo Equilibrado, CPAD, pp.12,22). Após a leitura, discuta com os alunos sobre o texto ora lido. Em seguida, à luz de Mateus 7.15-20, argumente sobre a necessidade de identificarmos a figura do falso profeta e não deixarmos nos enganar por ele.


COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO


Palavra Chave
Profeta: Porta-voz oficial da divindade.

A lição desta semana versa sobre o dom ministerial de profeta. Estudaremos alguns aspectos deste dom à luz da Bíblia, mas também considerando o contexto histórico e cultural do Antigo e do Novo Testamento. O ministério de profeta é altamente importante para os nossos dias, pois de acordo com o ensino dos apóstolos, tal ministério tem um valor excelso para a igreja de qualquer tempo e lugar.


I. O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO


1. Conceito. O profeta do Antigo Testamento era a pessoa incumbida para falar em nome de Deus. O Altíssimo fazia dele o seu porta-voz, um embaixador que representava os interesses do reino divino na Terra. Quando Deus levantava um profeta, designava-o a falar para toda a nação israelita, e até mesmo a povos ou nações estranhas (Jr 1.5). Ao longo de toda a história veterotestamentária o Senhor levantou homens e mulheres para profetizarem em seu nome: Samuel, o último dos juízes e o primeiro dos profetas para a nação de Israel (1Sm 3.19,20), Elias e Eliseu (1Rs 18.18-46; 2Rs 2.1-25), a profetisa Hulda (2Rs 22.14-20) e muitos outros, como os profetas literários Isaías, Jeremias e Daniel.
2. O ofício. Através da inspiração divina o profeta recebia uma revelação que desvendava o oculto, anunciava juízos, emitia conselhos e advertências divinas. Expressões como “veio a mim a palavra do Senhor” e “assim diz o Senhor” eram fórmulas usuais para o profeta começar a mensagem divina (Jr 1.4; Is 45.1). Símbolos e visões também eram formas de Deus falar através dos profetas ao seu povo (Jr 31.28; Dn 7.1). Num primeiro momento, o profeta exercia um importante papel de conselheiro no palácio real (Natã, cf. 2Sm 12.1; 1Rs 1.8,10,11). Contudo, após a divisão do reino de Israel, o profeta passou a ser perseguido, pois sua profecia confrontava diretamente a prepotência da nobreza, a dissimulação dos sacerdotes e a injustiça social (Jr 1.18,19; 5.30,31; Is 58.1-12).
3. O profetismo. De acordo com o Dicionário Teológico (CPAD), o profetismo foi um movimento que surgiu no período aproximado do século VIII a.C. tanto em Israel quanto em Judá. O objetivo desse movimento era “restaurar o monoteísmo hebreu”, “combater a idolatria”, “denunciar as injustiças sociais”, “proclamar o Dia do Senhor” e “reavivar a esperança messiânica”. Foi nesse tempo que os verdadeiros profetas em Israel foram cruelmente surrados, presos e mortos.

SINOPSE DO TÓPICO (I)
Os profetas do Antigo Testamento falavam em nome de Deus, em primeiro lugar para a nação de Israel, em segundo, para povos estranhos.


II. O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO


1. A importância do termo “profeta” no Novo Testamento. Como já vimos, em Efésios 4.11 são mencionados cinco ministérios que exerciam papéis fundamentais na liderança da Igreja Antiga: apóstolo, profeta, evangelista, pastor e doutor. Não por acaso, o termo “profeta” aparece na segunda posição da lista apresentada em 1 Coríntios 12.28; Efésios 4.11. O profeta é identificado três vezes na epístola aos Efésios como alguém que acompanhava os apóstolos (2.20; 3.5; 4.11). A Bíblia afirma que os “concidadãos dos Santos e da família de Deus estão edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas [...]” (Ef 2.19,20). Aqui, a Bíblia denota a importância do ministério de profeta na liderança da Igreja do primeiro século.
2. O ofício do profeta neotestamentário. Seu ministério no Novo Testamento não consistia em predizer o futuro, adivinhar o presente ou ficar fora de si. Não! De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, o profeta neotestamentário era dotado por Deus para receber e mediar diretamente a Palavra do Altíssimo. Apesar de ele algumas vezes predizer o futuro, conforme instrui-nos a Bíblia de Estudo Pentecostal, seu ofício consiste em proclamar e interpretar a Palavra de Deus, por vocação divina, com vistas à admoestação, exortação, ânimo, consolação e edificação da igreja (At 3.12-26; 1Co 14.3). “Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17)”. Por causa da mensagem de justiça que o profeta apresenta em tempos de apostasia e confusão espiritual, inclusive na igreja, não há outro jeito: ele fatalmente será rejeitado e perseguido por muitos.

3. O objetivo do dom ministerial de profeta. A função do profeta do Novo Testamento é apresentada por Paulo no mesmo bloco de versículos em que ele menciona os cinco ministérios em Efésios (4.11-16). Ou seja, o profeta é chamado por Deus a levar a igreja de Cristo a uma plena maturidade cristã, pois como um organismo vivo, a Igreja, o Corpo de Cristo, deve desenvolver-se para a edificação em amor (v.16). Para que tal seja uma realidade, os profetas do Senhor devem desempenhar suas funções, capacitados e dirigidos pelo Espírito Santo.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Os profetas no Novo Testamento desempenhavam um importante papel de liderança nas igrejas locais.


III. DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO


1. Simplicidade x arrogância. Duas características do verdadeiro profeta são a simplicidade e o amor. Ainda que a Palavra seja de juízo, o coração do profeta transborda de amor e a sua conduta simples demonstra a quem ele está servindo: o Deus de amor. Lembremo-nos de Jeremias (38.14-27), Oseias (8.12) e do próprio Senhor Jesus (Mt 23.37). Já o falso profeta só pensa em si, em seu status e benefícios. Profetiza objetivando a autopromoção. Ele mente, ilude e engana. Lembremo-nos de Hananias, o profeta mentiroso que enfrentou Jeremias (Jr 28.10-12).
2. Pelos frutos os conhecereis. Uma advertência séria de Jesus para os seus discípulos foi acerca da precaução com os falsos profetas. Como reconhecê-los? Jesus disse que os reconheceríamos “pelos seus frutos” (Mt 7.15,20), pois o resultado, ou “fruto”, do que o profeta “diz” e “faz”, revela o seu caráter. Logo você conhecerá de onde procede a “árvore” (o profeta). Lembre-se de que não devemos diferençar o verdadeiro profeta do falso pela “performance” ou pelo “espetáculo”, mas pelos frutos que eles produzem.
3. Ainda sobre o falso profeta. Apesar de o falso profeta ser arrogante e iníquo, ele fala com grande eloquência, e isso basta para que ele seja tido como verdadeiro. Na obra Assim Diz o Senhor? (CPAD), John Bevere diz que falsos profetas “são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências, os que partem o coração dos justos, [e que] embora o ministério seja apresentado em nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito”. Não tenha medo! Na autoridade do Espírito de Deus, “acautele-se” dos falsos profetas. Seja prudente! O Espírito Santo mediante o Evangelho te fará discernir a procedência desses enganadores. Não se deixe conduzir por eles!

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Uma das formas de reconhecer o falso profeta é identificar a sua arrogância e a podridão dos seus frutos.


CONCLUSÃO

Acabamos de estudar o exercício do ministério de profeta no Antigo e no Novo Testamento. Vimos que tal ministério, juntamente com o dos apóstolos, era um dos pilares na liderança da Igreja do primeiro século (Ef 2.20). Apesar de ao longo da história da igreja o ministério de profeta ter perdido preeminência, sabemos o quanto ele é importante para a vida espiritual da Igreja de Cristo. O profeta do Senhor, com autoridade e sabedoria divina deve desmascarar as injustiças, o falso profetismo e primar pela edificação da Igreja do Senhor Jesus. Que Deus levante os legítimos profetas!


VOCABULÁRIO


Performance: Atuação, desempenho, representação.
Protognóstica: Relativo à época de origem do gnosticismo. Possivelmente, entre o século I e II d.C.
Antinomismo: Relativo ao que é contra a lei; oposição a lei. No sentido de não aceitar que exista de fato uma norma geral.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4 ed., RJ: CPAD, 2009. MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005.


Q U E S T I O N Á R I O 

1. De acordo com a lição, defina o conceito de profeta no Antigo Testamento.
O profeta do Antigo Testamento era a pessoa encarregada de falar em nome de Deus.
2. O que foi o profetismo?
O profetismo foi um movimento que surgiu no período aproximado de VIII a.C. tanto em Israel quanto em Judá.
3. Quais são os cinco ministérios mencionados em Efésios 4.11?
Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Doutores.
4. Em que consistia o ofício de profeta no Novo Testamento?
Seu ofício consiste em proclamar e interpretar a Palavra de Deus, por vocação divina, com vistas à admoestação, exortação, ânimo, consolação e edificação da igreja.
5. Cite duas características do verdadeiro profeta.
A simplicidade e o amor.


Subsídio Teológico

Os verdadeiros Profetas e os Falsos Profetas (7.15-23)

O Evangelho de Mateus torna o fruto dos profetas a verdadeira prova de tais ministérios. O caráter é essencial. O evangelista comenta muitas vezes o tema de árvores boas e ruins e seus frutos; seu interesse em produzir justiça o compele a repetir o tema. João Batista fala que a impenitência dos fariseus e saduceus é como árvores ruins (cf. Mt 3.8-12). Em Mateus 12.33,35 Jesus une a acusação dos fariseus (de que Ele faz o bem pelo poder do mal) com dar maus frutos e a chama de blasfêmia contra o Espírito Santo. [...] Em algumas comunidades a prova para as profecias lidava com a negação protognóstica da carne de Jesus Cristo (1Jo 4.1-3) ou com o espírito de legalismo (Gl 1.8,9). Aqui Mateus identifica que o fruto do erro é o antinomismo, chamando estas pessoas de: ‘Vós que praticais a iniquidade’ (Mt 7.23). Mesmo que eles [os profetas] façam milagres, a doutrina e o estilo de vida são os critérios para discernimento” (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1., 4.ed., RJ: CPAD, 2009, pp.61-62).

SUBSÍDIOS DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO
 
O Ministério de Profeta

O ministério de profeta ainda é válido para os nossos dias? Esta pergunta é polêmica em alguns lugares. Há pessoas que dão por encerrado esse ministério. Se fosse verdade, algumas perguntas seriam inevitáveis: Quando encerrou? Quem o encerrou? E como ficam as experiências do exercício do ministério de profeta relatadas pelo Novo Testamento e ao longo da História da Igreja?
Os exemplos são diversos. Em o Novo Testamento Ágabo e outros profetas exerciam o ministério em Antioquia (At 11.27-30; 21.10-12). As filhas de Filipe eram profetisas (At 21.8,9). Apesar de usar o ministério para o mal, a mulher em Apocalipse, de codinome de Jezabel, dizia-se profetisa (Ap 2.20) — por isso achava-se respeitada na comunidade cristã de Tiatira induzindo a muitos para a prostituição.
Outros exemplos são profusos na história da Igreja. Podemos começar por um documento cristão antigo datado do segundo século: “Didaqué: A Instrução dos Doze Apóstolos”. Apesar de se chamar “A instrução dos Doze”, o documento não foi escrito pelos doze apóstolos de Cristo, mas formulado pelas lideranças da igreja do segundo século objetivando orientar os fiéis sobre vários assuntos da vida cristã. No capítulo 11, sobre “A Vida em Comunidade”, os versículos 7-12 do documento falam do pleno exercício do ministério de profeta conforme registrado em Efésios 4.11.
Empurrado para o ralo da heresia pela igreja romana e pelos cessacionistas, e devido à autonomia profética e carismática, Montano é um grande exemplo do exercício profético entre os séculos II e III na Ásia Menor, tendo inclusive atraído um dos mais importantes pais latinos da Igreja: Tertuliano.
O que dizer sobre Catarina de Siena, Tereza Dávila — mulheres que denunciaram profeticamente a corrupção de Roma —, John Huss, John Wycliffe e tanto outros gigantes da história que aprouve ao Senhor nosso Deus levantá-los como verdadeiros profetas e profetisas?
À semelhança do Antigo Testamento, o ministério dos profetas neotestamentários, e na história da Igreja, sempre foi exercido nas raias da marginalização. Indo no caminho contrário ao que foi institucionalizado como certo, quando na verdade estava corrompido e longe dos desígnios de Deus. Foi assim no Antigo Testamento; assim ocorreu em o Novo Testamento; e vem acontecendo ao longo da rica história eclesiástica. Por que teria de ser diferente na contemporaneidade?


08 maio 2021

O Valor de uma mãe

"Pode uma mãe esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti.” (Isaías 49.15)


A mãe ou genitora é a responsável não apenas pela geração, mas também pela acomodação e formação do embrião dentro de si. É um papel maravilhoso, que o Criador concedeu à mulher, o de gerar uma nova vida, guardando-a dentro do seu próprio corpo até o momento do nascimento.

A Psicologia educacional divide o desenvolvimento humano em várias fases. A mãe está presente em cada uma delas:


1. A mãe durante o período de gestação. Durante esse período, o ser humano passa pelo embrião, feto e pré-natal. São nove meses, que exigem da mãe cuidados especiais consigo e com o bebê. Acontecem mudanças terríveis na rotina de vida da mãe.


2. A mãe durante o nascimento. Sendo normal ou cesariana, o sofrimento é intenso. A mãe sofre dores e privações e muitas vezes corre risco de morte, durante o parto. Porém, após o nascimento a sua felicidade é tão grande, que esquece o sofrimento.


3. A mãe durante a infância.

a) 1ª infância. A mãe passa noites acordadas, deduz o que a criança sente, ensina as primeiras sílabas e palavras e comemora cada aprendizado.

b) 2ª infância. A mãe ensina a andar e tem muitos cuidados com os perigos, para que a criança não se machuque, pois, ela não tem noções de altura e de perigos.

c) 3ª infância. Esta é a fase dos ‘porquês’, onde a criança começa a descobrir coisas novas e perguntar sobre tudo. A mãe, pacientemente, responde aos questionamentos do filho.


4. A mãe durante a adolescência. São tempos trabalhosos para as mães. Nessa fase, os filhos passam por mudanças radicais no corpo e na alma. Não são adultos, mas também não são crianças. Querem ser independentes como os adultos, mas, são frágeis como as crianças. Porém, são atrevidos e, muitas vezes, rebeldes. Nesta fase, a mãe não é compreendida e é dispensada de alguns momentos do filho. Mas, ela continua amando e querendo protegê-lo.


5. A mãe durante a fase do casamento. Nesta fase, os jovens querem se casar e não tem experiência de vida. Querem escolher sozinhos o seu cônjuge. Apaixonam-se e levam em consideração apenas esse critério. Porém, a mãe que ama o seu filho, não quer que ele sofra no futuro. Tenta dar conselhos, mas, raramente é ouvida.


6. A mãe após o casamento dos filhos. É um momento difícil, pois, ela tem que se separar do filho que carregou em sua barriga e cuidou até a idade adulta. Para as mães, os filhos nunca crescem. Serão sempre os seus bebês. Elas sofrem com a solidão e às vezes são acusadas de intrometidas. Há inúmeras piadas grosseiras, envolvendo as sogras. Mas, elas querem apenas proteger e cuidar dos seus filhos.


7. A velhice da mãe. As mães levam uma vida muito agitada e se desdobram além das suas forças, para fazer os seus filhos felizes. Elas não têm muito tempo para cuidar delas próprias. Isso traz muitas vezes sérios problemas de saúde na velhice, como pressão alta, diabetes, problemas de coluna e joelhos, etc. Os filhos são os responsáveis por amparar os seus pais na velhice. Os papéis se invertem. Os nossos pais na velhice voltam a ser bebês e nós precisamos ter com eles, a mesma paciência que eles tiveram conosco. Jamais abandone a sua mãe. Ame-a intensamente, enquanto a tem, pois, desespero em cima de caixão, de nada vale.


Mãe é só uma! Mãe tem um valor inestimável. Felizes  são aqueles que têm a sua mãe perto de si para amarem e cuidarem delas. 

“Honra a teu pai e à tua mãe, para que te vá bem e vivas muito sobre a terra.” (Ef 6.1).


FELIZ DIA DAS MÃES!!!


(Pb. Weliano Pires)

06 maio 2021

APOSTOLICIDADE ATUAL (Ef 4.11)

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Neste terceiro e último tópico falaremos sobre o ministério de apóstolo nos dias atuais. Ainda há apóstolos nos dias atuais? Se existem, quem são eles? Existe sucessão apostólica e cobertura espiritual?

Há diferentes pensamentos sobre esta questão. Há os cessacionistas, que negam a existência deste ministério nos dias atuais, assim como negam a existência dos dons espirituais. Por outro lado, existem os que se autodeclaram apóstolos, como forma de se considerarem superiores aos demais. Temos também a chamada sucessão apostólica, que a Igreja Católica inventou, como forma de justificar o poder papal. 

Veremos neste tópico também, a existência de outros apóstolos fora do colégio dos doze apóstolos. 

1. Ainda há apóstolos? O colégio apostólico foi formado por doze discípulos, que foram escolhidos diretamente por Jesus e enviados para uma missão específica. 

Estes apóstolos tinham características singulares, tais como: foram chamados diretamente por Jesus; andaram com Jesus em seu ministério terreno, viram o Cristo ressurreto e receberam autoridade diretamente dele. Nesse sentido, não temos mais apóstolos, pois, não há ninguém com estas características hoje.

Além disso, Jesus disse que os doze apóstolos se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28). Sendo assim, o número está completo. Em Apocalipse está escrito que João viu os nomes dos doze apóstolos estão registrados nos fundamentos da cidade santa (Ap 21.12-14). Então, são apenas doze apóstolos. 

2. Apóstolos fora dos doze. Conforme vimos, o Colégio apostólico está completo e não há mais apóstolos com estas caraterísticas. Entretanto, a Bíblia mostra outros apóstolos nas Epístolas, como Paulo e Barnabé e os parentes de Paulo, Andrônico e Júnia (Rm 16.7). 

Vale lembrar que o nome Júnia é masculino. Há pessoas querendo encontrar base bíblica para o ministério feminino, dizendo que Júnia era "apóstola". Mas, não existe apóstola, bispa, pastora ou presbítera na Bíblia. Jesus tinha muitos discípulos e entre eles havia muitas mulheres. Mas, Ele chamou doze apóstolos e todos eram homens. Na Igreja primitiva também não há nenhuma menção a mulheres na liderança da Igreja. As mulheres dos apóstolos também não eram apóstolas, assim como as mulheres dos pastores não são pastoras. 

3. O ministério apostólico atual. O ministério apostólico nos moldes do colégio apostólico não existe mais. Não há na Bíblia nenhuma sucessão de apóstolos depois de Matias. Também não houve sucessão dos apóstolos após o martírio deles. 

A Igreja Católica, no intuito de justificar o poder papal, criou o dogma da sucessão apostólica. Os católicos dizem que Pedro teria sido Papa em Roma por 25 anos e que os papas seguintes são os seus sucessores. Entretanto, não há base bíblica, ou histórica, que justifique este dogma. Pedro era casado e nunca foi bispo de Roma. Aliás, Pedro só esteve em Roma, por ocasião da sua execução. 

Há Igrejas, supostamente evangélicas que criaram o ministério apostólico, com o objetivo de elevar os seus líderes a um patamar superior aos pastores e colocá-los como supostos mediadores entre a Igreja e Deus, com a famigerada ideia de "cobertura espiritual". Mas, isso também não tem fundamento bíblico. 

O ministério apostólico na atualidade se aplica aos missionários, que são enviados pela Igreja, para desbravar campos e plantar Igrejas.  

Pb. Weliano Pires


05 maio 2021

O APÓSTOLO PAULO

Imagem do site AD Trindade

Neste tópico, vamos estudar um pouco da história do apóstolo mais relevante do Cristianismo. Embora não tenha feito parte do Colégio apostólico e não tenha andado com Jesus em seu ministério terreno, Saulo teve um encontro com o Senhor no caminho de Damasco e foi chamado para ser apóstolo. Fez três viagens missionárias pelo mundo e escreveu treze dos vinte e sete livros do Novo Testamento.

1. Saulo e sua conversão. Saulo era um judeu da diáspora, da tribo de Benjamim (Fp 3.5), nascido em Tarso da Cilícia (At 22.3). O seu nome Saulo é uma variação do nome Saul, primeiro rei de Israel, que também era da tribo de Benjamim. Diferente do que muitos acreditam, o seu nome não foi mudado de Saulo para Paulo. Saulo era o seu nome hebraico e Paulo era o seu nome romano. 

Saulo nasceu no Judaísmo e foi enviado a Jerusalém para estudar a Lei, com um dos rabinos fariseus mais respeitados da sua época: Gamaliel. (At 22.3). Tornou-se mestre da lei, do partido dos fariseus e um ferrenho perseguidor dos cristãos. (At 81-3; Fp 3.5). 

A sua conversão se deu, quando ia de Jerusalém a Damasco, de posse de autorização do Sumo Sacerdote, para prender os cristãos que encontrasse. Chegando próximo a Damasco, um resplendor de luz o cercou. Ele caiu e, sem ver mais nada, ouviu uma voz que lhe dizia: 

- Saulo, Saulo, por que me persegues? 

Era o Senhor Jesus, que se identificou e encaminhou-o a Damasco, pois lá, lhe seria dito o que deveria fazer. O Senhor encaminhou ao seu encontro um discípulo chamado Ananias, que orou por ele, para que recuperasse a vista e fosse cheio do Espírito Santo. Em seguida, levantou-se e foi batizado. 

2. Um homem preparado para servir. Logo após a sua conversão, Saulo começou a pregar em Damasco, disputando com os judeus e convencendo-os publicamente de que Jesus era o Filho de Deus. A partir daí, passou a ser perseguido pelos judeus que decidiram matá-lo. 

Os discípulos o desceram dentro de um cesto pelo muro da cidade e o conduziram a Jerusalém. Mas, chegando lá, todos fugiam dele, não acreditando que ele tivesse se convertido. Barnabé o acolheu e contou aos discípulos como Saulo havia se convertido. Saulo ficou alguns dias em Jerusalém pregando ousadamente a Palavra de Deus. Mas, logo veio a perseguição e ele foi para Tarso, sua terra natal. 

Com a chegada do Evangelho a Antioquia, muitas pessoas se converteram. Barnabé, então, partiu para Tarso e trouxe Saulo para ajudar no discipulado dos novos convertidos, tornando-se um dos mestres daquela Igreja. (At 11.25). Em Antioquia, quando estavam em uma reunião de oração, o Espírito Santo ordenou que a Igreja separasse Barnabé e Saulo para a obra missionária. (At 13.1-3).

A partir daí, o Livro de Atos dá todo protagonismo às três viagens missionárias do apóstolo Paulo e seus companheiros: Barnabé, Silas, Timóteo e outros. Paulo tornou-se o grande missionário dos gentios, fundando inúmeras igrejas em toda a Ásia menor, Grécia, Macedônia e, provavelmente, na Espanha. 

Paulo foi preso em Jerusalém e, como era cidadão romano, apelou para ser julgado por César, em Roma. Inicialmente, ficou em prisão domiciliar por dois anos em Roma, onde recebia pessoas e pregava o Evangelho. (At 28.30,31). Depois de algum tempo, foi preso novamente e decapitado fora da cidade.

3. “O menor dos apóstolos”. Paulo não esteve com Jesus em seu ministério terreno. Mas, viu Jesus ressuscitado e recebeu o Evangelho diretamente do Senhor ((Gl 1.6-24; 1Co 11.23), seja por inspiração para escrever as epístolas, ou por revelação direta. (2 Co 12.1-4). 

Paulo, conforme vimos no ponto anterior, era extremamente preparado. Falava fluentemente quatro idiomas: hebraico, aramaico, grego e latim. Era mestre da Lei e conhecia profundamente o Antigo Testamento e a cultura judaica. Isso facilitava a evangelização dos judeus. Conhecia profundamente a cultura e filosofia grega, e era cidadão romano. Isso facilitava o seu trânsito em todo o império romano e entre os intelectuais gregos, para pregar o Evangelho. 

Ele também teve um encontro pessoal com Jesus. Recebeu do próprio Jesus os ensinos que deveria trazer às Igrejas e foi chamado por Ele para ser apóstolo. O colégio apostólico também reconhecia o seu apostolado (Gl 2.6-10; 2Pe 3.14-16). Mas, as credenciais do seu apostolado eram as Igrejas que ele fundou e a sua identificação com Cristo nas perseguições. 

Entretanto, Paulo se considerava o menor dos apóstolos, por ter sido um perseguidor da Igreja. (1Co 15.8,9). Que isso sirva de exemplo aos que acham que são alguma coisa porque tem um cargo Igreja. Esquecem que no Reino de Deus, o maior é o que serve. Alguém já disse que “ministério é serviço e não ser visto”. 

Pb. Weliano Pires

A PAZ QUE JESUS PROMETEU

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: A promessa de paz) .  Ev. WELIANO PIRES  No terceiro tópico, falaremos da Paz prometida por Jesus. Ver...