05 abril 2021

OS DONS NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE



(Estudo do primeiro tópico da Lição 2: O propósito do Dons Espirituais)

Os dons do Espírito Santo são concedidos pela graça divina e não devem ser usados para elitizar o crente. Neste tópico veremos alguns problemas da Igreja de Corinto e que os dons não trazem superioridade ao crente. 

1. A cidade de Corinto. Corinto estava localizada próximo aos  mares Egeu e de Jônico e ao conhecido Porto de Cencréia e era responsável por grande parte das navegações entre o Oriente e o Ocidente. A cidade também ficava próximo a Atenas, capital da Grécia e do intelectualismo grego e era a capital da província romana da Acaia. Este conjunto de fatores, fazia de Corinto, uma cidade economicamente próspera e uma das mais importantes cidades do Império romano. 

Não obstante ser economicamente próspera, Corinto era uma cidade muito depravada moralmente e idólatra. A sua principal divindade era Afrodite, deusa grega do amor e da beleza, conhecida como Vênus, na mitologia romana. Havia na cidade, milhares de prostitutas sagradas, que participavam dos cultos a essa divindade promíscua. 

2. A Igreja de Corinto. A Igreja de Corinto nasceu na casa do casal Priscila e Áquila, que eram cooperadores de Paulo e tinham a mesma profissão do apóstolo. (At 18.1,2). Em sua segunda viagem missionária, Paulo partiu de Jerusalém, levando consigo Silas, para visitar as Igrejas da Galácia. Passou por Filipos, onde o carcereiro foi salvo; passou por Beréia, onde os crentes comparavam a sua pregação, com o que diz Escrituras; pregou no Areópago de Atenas aos intelectuais gregos; e estabeleceu-se em Corinto por dezoito meses, ensinando a Palavra de Deus. (At 18.11)

Apolo, que era um judeu de Alexandria, eloquente e poderoso nas Escrituras, também passou por lá. (At 18.24-28; 19.1). Inicialmente, Apolo conhecia apenas o batismo de João e assim pregava. Quando Priscila e Áquila os viram pregar, ficaram impressionados e lhe ensinaram sobre Jesus e a doutrina do Espírito Santo. Depois disso, Apolo tornou-se um importante missionário. 

3. Uma igreja de muitos dons, mas carnal. A Igreja de Corinto tinha muitos dons. Paulo disse: "nenhum dom vos falta". (1 Co 1.7).  Por outro lado, era uma Igreja carnal ou imatura. ((1Co 3.1,3). A Igreja de Corinto tinha vários problemas sérios: partidarismo, imoralidade, litígio entre irmãos, problemas com casamentos, alimentos oferecidos aos ídolos, o problema no uso do véu, problemas na celebração da Ceia do Senhor, má administração dos dons espirituais, os falsos obreiros que difamavam o apóstolo Paulo, heresias em relação à ressurreição dos mortos, entre outros. 

4. Dom não é sinal de superioridade espiritual. Os dons espirituais são concedidos gratuitamente por Deus, não por merecimento, mas, para aquilo que for útil à Igreja. “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil”. (1 Co 12.7). 

Infelizmente, muitas pessoas acham que ter dons espirituais é sinônimo de ser homem ou mulher de Deus. Mas, o fato de alguém ter dons não é uma indicação de espiritualidade do portador. Significa apenas que Deus concedeu dádivas ou presentes, para servir à Igreja dele. Aliás, diferente do que muitos imaginam, é possível alguém ter dons espirituais e não ser salvo. Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.”  (Mt 7.22,23). 

Que Deus nos guarde em amor e santidade!

Pb. Weliano Pires
Assembléia de Deus
Ministério do Belém
São Carlos, SP.

Lição 2: O propósito dos Dons Espirituais


Data: 11 de Abril de 2021

TEXTO ÁUREO:

“Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” (1Co 14.12).

VERDADE PRÁTICA:

“Os dons são recursos concedidos por Deus para fortalecer e edificar a Igreja espiritualmente.”

HINOS SUGERIDOS: 5, 85, 440.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Coríntios 12.8-11; 13.1,2.

REVISÃO DA LIÇÃO ANTERIOR:

Tema: E deu dons aos homens

Na semana passada, tivemos uma lição introdutória ao trimestre. Falamos de forma genérica, sobre os conceitos da palavra dom, no Antigo e no Novo Testamento. 

Fizemos uma breve análise sobre as três categorias de dons apresentadas no Novo Testamento: Dons de serviço, dons espirituais e dons ministeriais, com as suas respectivas subcategorias.

Por último, falamos sobre os problemas da igreja de Corinto em relação à administração dos dons espirituais. 

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 2

Deus não faz nada à toa ou inutilmente. Tudo o que Deus faz tem propósito, ou uma finalidade. “O SENHOR criou tudo o que existe com um propósito definido...”. (Pv 16.4a). Com os dons espirituais não é diferente. Na lição passada vimos que Deus deu dons aos homens e nesta lição veremos qual foi o propósito disso. 

No primeiro tópico, veremos que os dons não são para elitizar ou tornar o crente superior aos demais. Os dons espirituais são dádivas, ou presentes, concedidos por Deus à sua Igreja, para a edificação, exortação e consolação do povo de Deus. Não são motivo de orgulho para quem os recebe e não definem espiritualidade de ninguém. A Igreja de Corinto era uma Igreja que possuía muitos dons, mas era carnal e cheia de problemas. 

A razão da existência dos dons na vida do crente é edificar a si mesmo e aos outros. Por desconhecerem as Escrituras e o propósito dos dons espirituais, muitas pessoas usam erroneamente os dons espirituais, visando a autopromoção e até para buscar posições elevadas no Ministério. 

Os dons tem como propósito edificar a Igreja como um todo e capacitá-la a cumprir a sua tríplice missão: adorar a Deus, evangelizar o mundo e edificar os crentes. Ao falar sobre os dons espirituais, para os compara ao corpo humano, que tem vários membros, com funções diferentes, mas, cada um, por mais inexpressivo que pareça, tem a sua importância no funcionamento do corpo e funciona em harmonia com os demais. 

Pb. Weliano Pires 
Assembleia de Deus 
Ministério do Belém 
São Carlos - SP

04 abril 2021

FELIZ PÁSCOA, MEUS AMIGOS E IRMÃOS!!!


A Páscoa era a festa do povo de Israel, que comemorava a sua libertação da escravidão no Egito. Deus ordenou ao povo que oferecessem um cordeiro de um ano, que não tivesse nenhum defeito e passasse o seu sangue nos umbrais das portas, para que o anjo da morte não lhes ferisse, na noite em que morreram os primogênitos dos egípcios. Esta festa deveria ser comemorada todos os anos, no mês de Nisã (Março/Abril), quando entrassem na terra prometida.

Quando Jesus veio, Ele estabeleceu uma Nova Aliança entre Deus e a humanidade. Na quinta feira à noite, Ele celebrou a Páscoa com os seus discípulos e anunciou a sua morte. Partiu o pão e o deu aos seus discípulos dizendo: "Tomai e comei. Isto é o meu corpo, que é dado por vós." Em seguida, tomou o vinho e tendo dado graças disse: "Bebei dele todos. Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue. Fazei isso em memória de mim, até que Eu venha."

Na sexta feira, Ele foi morto, como o cordeiro dos Israelitas, pelo nosso pecado. Mas, no domingo pela manhã, Ele ressuscitou e está vivo para todo sempre.

Hoje, domingo de páscoa é o dia da ressurreição. Representa a vitória de Cristo sobre a morte e a garantia de que aqueles que nEle morrerem, também ressuscitarão.

Pb. Weliano Pires



02 abril 2021

Estudo da Lição 01: E deu dons aos homens



Estudo da primeira lição do segundo trimestre de 2021. Esta lição é uma introdução ao assunto do trimestre, com o tema: “E deu dons aos homens”. A lição traz os conceitos da palavra dom, no Antigo e no Novo Testamento; uma conscientização de de que os dons espirituais são atuais e bíblicos; uma breve análise sobre os dons de serviço, espirituais e ministeriais; e os problemas da igreja de Corinto na administração dos dons espirituais.

(Pb. Weliano Pires)

31 março 2021

CORINTO: UMA IGREJA PROBLEMÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS (1 Co 12.1-11).

Imagem: Biblioteca Bíblica

(Estudo do terceiro tópico da lição 01: E deu dons aos homens).

A cidade de Corinto era a capital da província romana da Acaia. Era uma cidade muito promíscua e idólatra. Chegou ao ponto das pessoas usarem a expressão "corintianizar", para se referir à imoralidade.

A Igreja de Corinto era uma Igreja que tinha muitos dons. Paulo chegou a dizer que "nenhum dom vos falta". Mas, por outro lado, era uma Igreja carnal e problemática. 

Na Igreja em Corinto, havia problemas de divisões internas, onde alguns grupos seguiam a Pedro, João, Apolo, Paulo e outros diziam que eram apenas de Cristo. Havia problemas de imoralidade sexual, problemas em relação aos alimentos sacrificados ao ídolos, dissensões na hora da ceia e ignorância e arrogância em relação ao uso dos dons espírituais. Por isso, Paulo escreveu dois capítulos inteiros, para tratar deste assunto.


1 – Os dons são importantes. Os crentes de Corinto tinham dons, mas, eram carnais e imaturos. (1 Co 3.1). Tudo era motivo para disputas, até os dons espirituais. Um achava que era mais importante que o outro, porque tinha um determinado dom.

Ora, todos os dons são dádivas de Deus e tem a sua importância. Paulo os comparou aos membros do corpo humano, onde todos trabalham em harmônia, em benefício do corpo. Nenhum membro, por mais importante que seja, não sobrevive fora do corpo e não é independente dos demais.

O objetivo dos dons é servir à Igreja e não exaltar ao seu portador. Ninguém é mais do que o outro por possuir um dom, pois, o dom não é dele, é de Deus e a Glória é para Ele.


2 – Diversidade dos dons. Os dons são diversos e tem finalidades diferentes. Paulo disse que nem todos tem o mesmo dom e que todos os dons tem a sua importância. Conforme vimos no tópico anterior, há dons que manifestam a sabedoria de Deus, outros revelam o poder de Deus e outros trazem uma mensagem de Deus à Igreja.

Embora sejam diferentes, os dons pertencem ao mesmo Espírito e servem à mesma Igreja. Logo não pode haver competição entre eles. Os dons refletem a necessidade de cada Igreja local. A Igreja de Roma tinha necessidades diferentes da Igreja de Corinto e da Igreja de Éfeso.


3 – Autossuficiência e humildade. Os dons não definem a conduta do portador. Não é porque alguém recebeu um dom de Deus, que é mais santo que os outros. Aliás, dons espirituais não salvam ninguém. Os dons pressupõem responsabilidade e não são motivo para orgulho.

O amor é mais importante que todos os dons. (I Co 13). Não foi por acaso que o capítulo 13 da primeira Epístola aos Coríntios está entre o 12 e o 14, que falam dos dons espírituais. Paulo recomendou aos Coríntios que buscassem com zelo os melhores dons e ele lhes mostraria um caminho ainda mais excelente, que é o amor.

No capítulo 13, ele disse que, ainda que falasse que em línguas, profetizasse, tivesse o dom da fé, desse tudo o quanto tinha aos pobres e se entregasse para ser queimado, se não tivesse amor, de nada aproveitaria.

O amor consiste em fazer o bem benefício do próximo, mesmo que ele não mereça. Os dons espirituais devem ser pautados pelo amor e não são para benefício do portador. Quem tem dons espirituais não é autossuficiente e depende de Deus. Por isso, deve ter sempre humildade. 


Pb. Weliano Pires

Assembleia de Deus

Ministério do Belém

São Carlos, SP

30 março 2021

OS DONS DE SERVIÇO, ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

Imagem do site o Pentecostal bíblico.


(Estudo do segundo tópico da Lição 1: E deu dons aos homens)

Conforme foi dito no tópico anterior, para facilitar o entendimento no estudo dos dons, a teologia dividiu-os em três categorias, com as suas respectivas subdivisões. Vejamos, pois, as divisões e subdivisões dos dons de serviço, dons espirituais e dons ministeriais, para facilitar a nossa compreensão. 

1 – Dons relacionados ao serviço cristão (Rm 12.3,8). Esta categoria de dons está listada em Romanos 12 e está relacionada ao serviço cristão, de forma individual em prol do próximo e da manutenção da comunhão entre os irmãos. São também chamados de "Dons da Graça". Nesta categoria estão os seguintes dons: 

1.1. Profecia. Não é o mesmo dom de profecia de 1 Coríntios. Este dom se refere a uma capacidade sobrenatural dada por Deus, para falar com sabedoria e franqueza para influenciar os demais a servir a Deus com fidelidade. 

1.2. Ministério. Ajudar nas atividades públicas das Igreja, a fim de servir ao próximo, seja na assistência social, servir à Ceia, ajudar na limpeza, visitar os enfermos, etc. 

1.3. Ensino. Capacidade dada por Deus para ensinar e aplicar as verdades de Deus ao próximo. 

1.4. Exortação. Habilidade dada por Deus para encorajar os irmãos.  

1.5. Liberalidade. Generosidade dada por Deus para  ajudar ao próximo e contribuir com a Igreja.

1.6. Liderança. Capacidade concedida por Deus para exercer liderança e influenciar os irmãos a se desenvolverem espiritualmente. 

1.7. Misericórdia. Empatia voluntária pelo próximo e capacidade de condoer-se pelo sofrimento alheio, sem esperar nada em troca. 

2 – Dons espirituais. (1 Co 12.8-10). 

Os dons espirituais [gr. pneumatikos] estão registrados nos capítulos 12 a 14 da primeira Epístola aos Coríntios. Estes dons estão subdivididos em três categorias, para facilitar o entendimento:

2.1. Dons de revelação: São dons que manifestam a sabedoria e onisciência do Espírito Santo à Igreja.

a. Palavra do conhecimento: Capacidade sobrenatural para perceber, falar e agir quando os meios naturais são insuficientes.

b. Palavra da Sabedoria: Conhecimento sobrenatural sobre fatos, causas ou ensinamentos, sem conhecimento prévio. 

c. Discernimento de espíritos: Capacidade sobrenatural de identificar a natureza  e a origem de manifestações espirituais. 

2.2. Dons de elocução ou de inspiração: São dons que manifestam a mensagem do Espírito Santo à Igreja. 

a. Profecia: Habilidade sobrenatural para transmitir uma mensagem verbal, em nome de Deus à Igreja, a fim de exortá-la, confortá-la e consolá-la. 

b. Variedade de línguas: Capacidade para transmitir uma mensagem de Deus à Igreja em uma língua desconhecida inclusive para quem fala. Deve estar sempre acompanhado da interpretação. 

c. Interpretação: É o complemento do dom de variedade de línguas. É a transmissão da mensagem de Deus que foi transmitida em língua estranha, para a edificação da Igreja. 

2.3. Dons de poder: São dons que manifestam o poder de Deus à Igreja.  

a. Dom da fé: Confiança sobrenatural para confiar em Deus e a fim de realizar maravilhas em seu nome. 

b. Dom de curar: Manifestação sobrenatural para curar doenças fisicas, emocionais e espirituais, sem auxílio dos meios naturais. 

c. Operação de maravilhas: Capacidade sobrenatural para realizar sinais extraordinários e espantosos, com o objetivo de convencer os incrédulos. 

3. Dons ministeriais. (Ef. 4.11). 

São dons concedidos pelo Senhor Jesus à sua Igreja, com o objetivo de “aperfeiçoar” o Corpo de Cristo. A palavra grega traduzida por "aperfeiçoar" era usada para se referir ao ato de fixar um osso quebrado durante uma cirurgia. 

a. Apóstolo: Refere-se ao colégio apostólico, responsável por lançar os fundamentos da Igreja. Depois, Paulo foi escolhido pelo próprio Senhor Jesus para ser apóstolo. Não existem mais apóstolos em nossos dias. 

b. Profeta: É um ministro da Palavra, chamado por Deus para proclamar a palavra de Deus, exortando à Igreja a viver uma vida santa. É diferente dos profetas do Antigo Testamento. 

c. Evangelista: É um ministro chamado por Deus para proclamar o evangelho, visando a salvação de almas e fundar novos trabalhos, antes da chegada de um pastor. 

d. Pastor: Ministro chamado por Deus para apascentar o rebanho, não como dominador, mas como alguém que alimenta, protege, conduz, serve de exemplo à Igreja.

e. Doutor ou mestre: Ministro chamados por Deus para se dedicarem ao estudo sistemático da Palavra de Deus e ensinarem a sã doutrina ao povo de Deus. 

Não vamos nos aprofundar muito porque estudaremos cada um deles com mais profundidade, em lições posteriores.  


Pb. Weliano Pires
Assembléia de Deus
Ministério do Belém
São Carlos, SP


29 março 2021

OS DONS NA BÍBLIA


Iniciamos novo trimestre em nossa Escola Bíblica Dominical, com o tema Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário.


Nesta primeira lição faremos uma introdução ao assunto do trimestre, com o tema: “E deu dons aos homens”. A lição traz os conceitos da palavra dom, no Antigo e no Novo Testamento; uma conscientização de que os dons espirituais são atuais e bíblicos; uma breve análise sobre os dons de serviço, dons espirituais e dons ministeriais; os problemas da igreja de Corinto na administração dos dons espirituais. 

Considerando que, tudo o que nós temos e somos provém de Deus, podemos concluir que Deus concedeu dons a todos os seres humanos. Existem vários tipos de dons, concedidos por Deus, mesmo àqueles que não lhe servem. 

Existem os dons naturais, que são as dádivas que Deus por sua infinita bondade concede à humanidade, como a vida, a inteligência, etc. 

Há também os dons da Graça de Deus, que são capacidades especiais para agir em favor da comunhão entre os irmãos e servir à Igreja de Cristo. 

Escrevendo aos Coríntios, Paulo dedicou dois capítulos para falar sobre os dons espírituais, que o Espírito Santo concede à Igreja. E, no capítulo 4, versículo 11, da Epístolas aos Efésios, Paulo falou que Jesus concedeu outros dons à Igreja, para o aperfeiçoamento dos Santos. 

Neste primeiro tópico da primeira lição, vamos ver o que a Bíblia fala no Antigo e no Novo Testamento sobre dons. 

1. Os dons no Antigo Testamento.
No Antigo Testamento, há várias palavras que foram traduzidas como "dádivas" ou "dom". Todas elas tem origem na raiz hebraica "nathan", que significa “dar”.

A palavra dom aparece em sentido genérico, para se referir ao homem desfrutando do fruto de seu trabalho, como um dom de Deus. (Ec 3.13). 

Deus concedeu dons especiais a várias pessoas: reis, sacerdotes, profetas, juízes e até aos artesãos do Tabernáculo. (Ex 25.32).

No Antigo Testamento, os dons eram restritos a algumas pessoas em especial e não eram distribuídos a toda a comunidade de Israel.

2 – Os dons no No Novo Testamento.
No Novo Testamento, o assunto é mais abrangente e a palavra “dom” aparece com diferentes significados:

a. "Dom" no sentido de fazer doação ou ajuda. Em Filipenses 4.15 a palavra dom aparece com o sentido de "dar" ou ofertar uma ajuda a uma pessoa necessitada. 

b. "O Dom de Deus" Refere-se à Salvação, que Deus concedeu aos que crerem em Jesus. Falando com a mulher samaritana, Jesus disse que "se ela conhecesse o Dom de Deus e que é o que estava lhe pedindo água, ela é que pediria e Ele lhe daria água viva". (Jo 4.10).

c. O Dom do penhor do Espírito. Refere-se à entrada do Espírito Santo na vida do crente, quando ele recebe a Cristo. Quando o homem crê em Jesus,  Deus lhe concede o Espírito Santo, como garantia de que aquela pessoa pertence a Deus. (2 Co 1.21-22).

d. Dom do Espírito Santo. (At 2.38). Em Após o discurso de Pedro, no dia de Pentecostes, as pessoas lhe perguntaram: - O que faremos, varões irmãos?
Pedro respondeu:
- Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em Nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados e recebereis "o Dom do Espírito Santo". [grifo meu]. Este dom refere-se ao batismo no Espírito Santo, que é um revestimento de poder, para o crente pregar com ousadia o Evangelho de Cristo. 

e. Dons espirituais. (1 Co 12-14). São capacitações sobrenaturais que o Espírito Santo concede à Igreja do Senhor, para edificação, exortação e consolação do povo de Deus.

e. Dons Ministeriais (Ef 4.11). São ministérios concedidos por Jesus à sua Igreja, para o seu aperfeiçoamento. 

f. Dons de serviço ou de operações. (Rm 12.3-8). São dádivas que Deus concede aos membros do corpo de Cristo, a fim de servirem uns aos outros, fortalecendo a unidade e comunhão. 

3 – Uma dádiva para a IgrejaOs dons são dádivas ou presentes que Deus concede à sua Igreja, visando o seu aperfeiçoamento, equipando-a com capacitações sobrenaturais, para o desempenho da sua missão.

Para facilitar o entendimento, a teologia divide os dons em três categorias principais: Dons de Serviço, Dons Espirituais e Dons Ministeriais, conforme se encontra nas epístolas paulinas aos Romanos, 12, 1 Coríntios 12 a 14 e Efésios 4.11.

Esta divisão não é exaustiva e não significa que todos os dons do Espírito Santo estão reunidos nestas listas. É apenas um recurso didático. 
No próximo tópico vamos conhecer cada uma destas categorias as suas respectivas subdivisões. 

Pb. Weliano Pires
Assembleia de Deus
Ministério do Belém
São Carlos, SP.


28 março 2021

RESUMO DO 2º TRIMESTRE DE 2021

Imagem: CPAD


Graças a Deus, chegamos ao final do primeiro trimestre de 2021, em nossa Escola Bíblica Dominical. Estudamos sobre O Verdadeiro Pentecostalismo - A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo. Estudamos uma matéria da teologia chamada pneumatologia, que é o estudo da pessoa e obra do Espírito Santo. 

Logo na primeira lição, falamos sobre a personalidade, divindade, atributos e obra do Espírito Santo. Depois, estudamos sobre a atualidade das operações do Espírito Santo, da mesma forma que aconteceu no dia de Pentecostes e na Igreja Primitiva. Estudamos sobre os dons do Espírito Santo, o Fruto do Espírito, a cura divina, a liberdade e reverência no culto pentecostal, a evangelização e discipulado e, por último, falamos a respeito da “Bendita Esperança” da Igreja, que é a Vinda de Jesus para nos buscar. 

Iniciamos agora, um novo trimestre de estudos, com o tema: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. O Comentarista deste trimestre é o renomado pastor e escritor Elinaldo Renovato de Lima, autor de diversos livros publicados pela CPAD, comentarista de Lições Bíblicas, pastor presidente da Assembleia de Deus em Parnamirim - RN e professor universitário.

A revista deste trimestre é a repetição da revista do 2º trimestre de 2014. O tema estudado será um aprofundamento do assunto do primeiro trimestre, pois, estudamos apenas de forma genérica sobre os dons do Espírito Santo. Agora, estudaremos dois dos três grupos de dons descritos no Novo Testamento: Os dons espirituais (1 Co 12.4-7), os dons ministeriais (Ef 4.11) e os dons de serviço (Rm 12.3-8). Estudaremos apenas os dons espirituais e ministeriais.

Na primeira lição, teremos uma introdução ao assunto do trimestre, com o tema: “E deu dons aos homens”. A lição traz os conceitos da palavra dom, no Antigo e no Novo Testamento; uma conscientização de que os dons espirituais são atuais e bíblicos; uma breve análise sobre os dons de serviço, espirituais e ministeriais; e os problemas da igreja de Corinto na administração dos dons espirituais. 

Em seguida, na lição 2, estudaremos o verdadeiro propósito dos dons espirituais, que não são para elitizar o crente. Os dons devem ser utilizados para edificar a si mesmo e aos outros. O verdadeiro propósito dos dons é a edificação do Corpo de Cristo.

Para melhor estudar o assunto, os dons espirituais foram divididos em três categorias: dons de revelação, de elocução e de poder. 

Na lição 03, estudaremos os dons de revelação: palavra de sabedoria, palavra do conhecimento e discernimento de espíritos. Esta categoria de dons revela o conhecimento e a sabedoria de Deus. 

Continuando o estudo dos dons espirituais, na Lição 04 veremos os dons de poder, que são: o dom da fé, dons de curar e dons de operação de maravilhas. Estes três dons revelam o poder de Deus e corroboram com a pregação do Evangelho. 

O tema seguinte, na Lição 05, são os dons de elocução: dom de profecia, de variedades de línguas e de interpretação das línguas. Este três dons tem como propósito edificar, exortar e consolar a Igreja de Cristo (1Co 14.3). 

Na lição 06, iniciaremos o estudo dos dons ministeriais, descritos em Efésios 4.11: Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, mestres ou doutores. Começaremos falando sobre o Ministério de apóstolo. Nesta lição analisaremos biblicamente o colégio apostólico; veremos os detalhes do ministério apostólico de Paulo; e a respeito da existência de apóstolos na atualidade. 

Em seguida, na lição 07, veremos o ministério de profeta. Nesta lição veremos a função do profeta no Antigo Testamento; o ofício do profeta no Novo Testamento; e algumas características, que diferenciam o verdadeiro do falso profeta.

Na lição 08, estudaremos o ministério de evangelista. Esta lição destaca o envio dos setenta discípulos por Jesus, para uma missão evangelística; a grande comissão dada por Jesus à sua Igreja, após a ressurreição em Mateus 28.18-20; e as características do dom ministerial de evangelista. 

Continuando o estudo dos dons ministeriais, na lição 09 estudaremos sobre o ministério de pastor. Nesta lição são expostas as características de Jesus como o sumo pastor; as características de um verdadeiro pastor; e os detalhes da missão polivalente do ministério pastoral.

Na Lição 10, o nosso tema será o ministério de mestre ou doutor. Veremos que Jesus é o nosso mestre por excelência: Jesus ordenou à igreja do primeiro século que ensinasse a Palavra de Deus e ela o fez com persistência; a importância do dom ministerial de mestre para a Igreja local, principalmente no discipulado.  

Na lição 11 veremos o ministério de presbítero, bispo ou ancião. Estudaremos sobre a escolha dos presbíteros; o significado do termo presbítero; a importância e os deveres do presbitério. 

Na Lição 12, trataremos de outro do Diaconato. A lição fala do estilo de vida de Jesus, como um autêntico diácono, que é aquele que se dispõe a servir ao próximo por amor; sobre a instituição do ministério do diácono no capítulo 6 do Livro de Atos dos Apóstolos; e sobre as qualificações e funções dos diáconos, na Igreja Primitiva e nos dias atuais.

Por último, na lição 13, estudaremos sobre a multiforme Sabedoria de Deus. A lição faz uma conclusão do tema estudado no trimestre, falando sobre o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais; as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos; e a relação dos dons espirituais com o fruto do Espírito.

Bons estudos! 

Pb. Weliano Pires

Assembleia de Deus

Ministério do Belém

São Carlos-SP

Revista Adulto – 2° TRIMESTRE 2021



Título: Dons Espirituais e Ministeriais — Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Lição 01 – E deu dons aos homens
Lição 02 – O propósito dos Dons Espirituais
Lição 03 – Dons de Revelação
Lição 04 – Dons de Poder
Lição 05 – Dons de Elocução
Lição 06 – O Ministério de Apóstolo
Lição 07 – O Ministério de Profeta
Lição 08 – O Ministério de Evangelista
Lição 09– O Ministério de Pastor
Lição 10 – O Ministério de Mestre ou Doutor
Lição 11 – O Presbítero, Bispo ou Ancião
Lição 12 – O Diaconato
Lição 13 – A multiforme Sabedoria de Deus.

Fonte: CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus)

24 março 2021

VIVENDO COM FIDELIDADE




Quando falamos de fidelidade, o que nos vem à mente é o relacionamento entre um casal, onde há exclusividade de um para com o outro e não há traição. A fidelidade é um dos atributos morais de Deus. Deus é o maior exemplo de fidelidade e Ele espera  que o crente em Jesus também seja fiel. Viver a vida com fidelidade é adotar um estilo de vida, de forma a estar pronto para a vinda do Senhor. 


1. Definição. Na Bíblia, as palavras fidelidade, verdade e lealdade pertencem ao mesmo campo semântico. A palavra grega “pistis” é traduzida em alguns textos por fé e em outros por fidelidade ou lealdade. No Antigo Testamento a palavra hebraica para fidelidade é ‘emunah’, ou ‘munah’ de forma abreviada  que significa “certeza”, “confiabilidade” ou “fidelidade”. Esta palavra é usada em Hc 2.4 e traduzida na maioria das versões bíblicas em português por “fé”. “...O justo viverá pela sua fé”. A Nova Versão Internacional, no entanto, esta palavra por fidelidade. Ser fiel é honrar os compromissos assumidos, custe o que custar. Em Deuteronômio 32.4, é usada a mesma palavra para se referir à fidelidade de Deus. “Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto.” 


Jesus falou várias vezes sobre crer nEle. Mas, em todas as ocasiões, Ele não se referia apenas a acreditar nEle e sim, ser fiel incondicionalmente. Fidelidade é a crença comprovada pelas obras, como defende Tiago. “A fé sem obras é morta''. (Tg 2.20).


2. A fidelidade de Deus. A fidelidade é um dos atributos comunicáveis de Deus. (Dt 7.9; Hb 10.23). Deus  é fiel em seu caráter (Sl 33.4) em Sua Palavra (Jr 1.12; Mt 24.35) e em seus atos. Deus é fiel a si mesmo e a sua fidelidade independe da fidelidade humana (2 Tm 2.13). Deus cumpre integralmente aquilo que Ele promete. Nenhuma das suas palavras jamais cairá por terra. Os salmistas, em vários salmos, louvaram a Deus por sua fidelidade. (Sl 34.4; 100.5; 119.90). Deus é o Deus da Verdade e não pode mentir, trair ou falhar, pois, Ele é fiel aos seus princípios e digno de toda confiança. Quem confia em Deus jamais se decepcionará. “Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido.” (Rm 10.11).


3. A fidelidade como virtude cristã. A fidelidade também é uma das virtudes do fruto do Espírito em Gl 5.22. Algumas versões da Bíblia traduzem a palavra grega "pistis" neste texto por “fé”. Mas, pelo contexto, fidelidade é a melhor tradução, pois está associada às palavras bondade e benignidade. Muitas pessoas se enganam achando que ser salvo pela fé é muito pouco e querem acrescentar obras e sacrifícios para ‘merecerem’ a salvação. Outros acham que simplesmente acreditar em Jesus é suficiente para ser salvo. Mas, ter fé em Cristo não significa apenas acreditar que Ele existe, pois, os demônios também o fazem. (Tg 2.19). Crer em Cristo significa ser fiel a Ele, até mesmo com o sacrifício da própria vida. “Porque para mim, o viver é Cristo e o morrer é ganho”. (Fp 1.21).


4. Tempos e estações. Israel era dominado pelos romanos, quando Jesus viveu nesta terra. Quando Ele ressuscitou, falou para os seus discípulos que iria para o Céu, mas, em breve voltaria para buscá-los. Os discípulos imaginavam que Ele seria um líder político, que libertaria o seu povo do domínio dos romanos e perguntaram se Jesus restauraria nesse tempo o reino a Israel. (At. 1.6). Jesus respondeu que não lhes competia saber os ‘tempos’ e ‘estações’ que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder (At 1.7). 


Tempos e estações no grego são, respectivamente, chronos e kairós. Chronos significa a extensão do tempo e Kairós significa a qualidade do tempo ou oportunidades. Jesus estava falando que haveria um espaço de tempo (chronos) entre o início da Igreja e Sua segunda vinda e haveria ocasiões (kairós) com sinais que aconteceriam durante o estabelecimento do Reino de Deus. Paulo também usa as mesmas expressões em 1 Ts 5.1, para responder às perguntas sobre os últimos acontecimentos: “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva”. Jesus deixa claro que tanto o chronos (tempo decorrido) quanto o kairós (ocasiões e acontecimentos) pertencem única e exclusivamente a Deus. 



Pb. Weliano Pires

Assembléia de Deus

Ministério do Belém

São Carlos - SP


REFERÊNCIAS:

LIÇÕES BÍBLICAS. Rio de Janeiro: CPAD. 1° Trimestre de 2021.

ENSINADOR CRISTÃO. Rio de Janeiro: CPAD. 1° Trimestre de 2021.

BÍBLIA DE ESTUDO PALAVRA CHAVE. 4 Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.





A PAZ QUE JESUS PROMETEU

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