12 outubro 2020

REVERÊNCIA NA CASA DO SENHOR.

“Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.”  (Eclesiastes 5:1)

O templo é considerado a Casa do Senhor ou casa de oração (Mt 21.13). Claro, que no contexto do Cristianismo, o templo do Espírito Santo é o crente. É nele que o Espírito de Deus habita e não no templo. Porém, isso não significa que não devemos ter reverência quando estivermos no templo. 

1. O SIGNIFICADO DO TEMPLO PARA ISRAEL.
  • Significava a proteção de Deus, pois, Ele prometeu por ali o Seu Nome;
  • Representava a redenção de Deus, pois, ali eram oferecidos os sacrifícios e Deus perdoava os pecados;
  • Significava a Presença e a Glória de Deus. Ali a Glória de Deus se manifestou, quando Salomão orou e o consagrou a Deus.
2. O SIGNIFICADO DO TEMPLO PARA OS CRISTÃOS.
  • É lugar de oração (At 2.46; 3.1);
  • É lugar de Ensino da Palavra de Deus; 
  • É lugar de manifestação dos Dons do Espírito Santo;
  • É lugar de Louvor a Deus;
  • É lugar de se depositar os dízimos e ofertas ao Senhor.

3. O TEMPLO É LUGAR DE ADORAÇÃO A DEUS.
  • A adoração consiste em atitudes que reverenciam e honram a Deus;
  • O adorador reconhece a sua insignificância e a Grandeza e Senhorio de Deus.

4. O QUE NÃO SE DEVE FAZER NO TEMPLO.
  • Comércio. (Compra, venda, troca, propagandas e promoções)
  • Conversar assuntos alheios ao culto e que podem ser adiados;
  • Brincadeiras, risadas, piadas, zombarias, etc;
  • Campanha política. Além de ser um assunto alheio às atividades do culto, é crime eleitoral.
  • Manusear aparelhos eletrônicos, livros, revistas, com exceção da Bíblia, harpa ou apostilas relacionadas ao culto;
  • Maquiar-se, pentear cabelos, lixar a unha, etc.
 CONCLUSÃO

Quando estamos no templo, estamos em um período que dedicamos ao Senhor. Separamos aquele pequeno espaço de tempo, para adorar ao nosso Deus. Portanto, deixemos de lado as preocupações, comércios, brincadeiras, etc.,  para outra hora e vamos adorar, honrar e reverenciar ao Senhor, que a Glória dele se manifestará.

Weliano Pires
Presbítero da Assembléia de Deus, Ministério do Belém em São Carlos-SP.

11 outubro 2020

A sublimidade da Ceia do Senhor

A Ceia do Senhor é uma ordenança de Cristo à sua Igreja, assim como o batismo nas águas. É um memorial da morte do Senhor Jesus na Cruz, para salvar-nos do pecado e da condenação eterna. 

A Ceia do Senhor é também um antecipação da alegria que teremos no Céu, quando cearemos com Cristo e os salvos de todas as épocas. 

Os dois elementos da Ceia, o pão e o vinho, simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue do Senhor que se deu em sacrifício vicário (substitutivo) por nós. 

A Ceia do Senhor é a maior festa da Igreja Cristã aqui na terra. Esta celebração é uma combinação de comunhão, santidade, reverência, adoração e louvor a Deus. No ato da Ceia do Senhor, relembramos o sacrifício de Cristo por nós e nós alegramos, pois, Ele prometeu que em breve iremos cear com Ele na glória. 

Diante do exposto, é abominável, um pastor usa esta celebração sagrada para fazer campanha política, violando a legislação eleitoral e profanando a Ceia do Senhor. Uma pessoa como esta, que não tem reverência nem pela Ceia de Senhor, deveria renunciar imediatamente o seu ministério e fazer outra coisa. 

(Pb. Weliano Pires)

06 outubro 2020

LIÇÃO 2: QUEM ERA JÓ

Data: 11 de Outubro de 2020

 

TEXTO ÁUREO:

“Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal” (Jó 1.1).

 

VERDADE PRÁTICA

“Quem zela por um caráter irrepreensível obtém testemunho acerca de sua integridade.”

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Jó 1.1-5.

 

1 — Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal.

2 — E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.

3 — E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente ao seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do Oriente.

4 — E iam seus filhos e faziam banquetes em casa de cada um no seu dia; e enviavam e convidavam as suas três irmãs a comerem e beberem com eles.

5 — Sucedia, pois, que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Porventura, pecaram meus filhos e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.

 

HINOS SUGERIDOS: 61, 133 e 236 da Harpa Cristã.


INTRODUÇÃO


Relembrando a lição anterior


Na semana passada estudamos a primeira lição deste trimestre, com o tema: O Livro de Jó. Tivemos uma aula introdutória sobre o Livro de Jó, falando sobre as questões da autoria, data provável da composição do livro, características literárias, propósito do livro, personagens, os discursos dos amigos de Jó e as respectivas réplicas do patriarca, os discursos de Jó e as perguntas e respostas de Deus, para as principais questões existenciais. 


Lição 02


Nesta lição estudaremos três tópicos tópicos sobre as características de Jó No primeiro tópico, estudaremos os aspectos do caráter irretocável de Jó: Jó era um homem íntegro, reto, temente a Deus e desviava-se do mal. Veremos neste tópico o que significa cada uma destas virtudes.


No segundo tópico, destacaremos a sabedoria e a prosperidade de Jó. Jó, a exemplo de muitas pessoas do Oriente antigo, era um conselheiro sábio. Mas, a sua sabedoria consistia no “ser” e não no “ter”, apesar dele ser muito rico. Jó era não apenas rico, ele era também próspero. 


O terceiro tópico trata da vida piedosa de Jó. Jó era um homem que tinha um elevado padrão moral e uma vida dedicada à família e consagrada a Deus. 


I. JÓ, UM HOMEM DE CARÁTER IRRETOCÁVEL


O texto bíblico afirma que Jó era um homem sincero, reto, temente a Deus e desviava-se do mal (Jó 1.1). O próprio Deus, no diálogo com o diabo deu testemunho destas qualidades de Jó (Jó 1.8).


1. Íntegro (sincero) (v.1). A versão Almeida Revista e Corrigida traz a palavra “sincero” neste texto. Já as versões Almeida Revista e Atualizada, Nova Versão Internacional e outras de linguagem mais atualizadas, trazem a palavra “integro”. A palavra traduzida por íntegro neste texto, em hebraico é tam”. Tem o sentido de íntegro; inocente, ingênuo, simples; perfeito, que não tem defeito, completo. Na versão grega do Antigo Testamento, a Septuaginta, a palavra usada é “alethinós”, que significa “verdadeiro”, derivada de “Aletheia” (verdade). Isto não significa que Jó não tivesse pecado, mas, que ele era verdadeiro e autêntico, sem falsidade. 

Existe diferença entre caráter e reputação. O caráter é aquilo que Deus sabe que nós somos e a reputação é o que as pessoas pensam que nós somos.


2. Reto (v.1). A palavra reto, no hebraico é “yasar” e tem o sentido de “justo”, “imparcial” e “direito”. Na Septuaginta, foi usado o termo grego “amemptos”, que significa “irrepreensível”. Então, Jó além de verdadeiro era um homem que se comportava de forma irrepreensível. Esta sempre foi uma característica dos crentes de antigamente, que hoje em dia, infelizmente, está cada vez mais rara. Antigamente, ser crente era sinônimo alguém que era bom pagador, bom pai/mãe de família, pessoa que não falava palavrão, que não revidava  as ofensas, que não traía a esposa, etc. Hoje, tem pessoas que tomam um susto quando alguém diz que é crente, porque não parece.


3. Temente a Deus e desviava-se do mal (v.1). Estas duas palavras “temente” e “desviava-se” no hebraico são sur e yare. Significavam respectivamente, “alguém que prestava reverência a Deus e evitava o mal.’ A Septuaginta, usa os termos gregos, theosebés e apecho”, que também trazem a idéia de alguém que é devoto a Deus e se afasta do mal. 

Temer a Deus não significa “ter medo” ou “ter pavor” de Deus. Significa reverenciá-lo e respeitá-lo profundamente, a ponto de obedecê-lo. A expressão “o temor do Senhor” ocorre com bastante frequência nos livros poéticos de Salmos, Provérbios e no Livro de Jó. Tanto em Salmos, quanto em Provérbios, está escrito que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Sl 111.10; Pv. 1.7)

É Interessante destacar que Jó viveu em uma época em que as Lei de Deus ainda não havia sido escrita. Também não haviam escribas e sacerdotes que lhe ensinassem a Lei. Mesmo assim, ele era temente a Deus e se afastava da maldade. Muitos problemas acontecem em nosso meio atualmente, porque as pessoas estão perdendo o temor a Deus.


II. JÓ, UM HOMEM SÁBIO E PRÓSPERO

Jó foi um homem muito rico, antes de passar pelas aflições que o seu Livro nos relata. O texto bíblico diz que ele possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas parelhas de bois, quinhentos jumentos e muita gente a seu serviço. Era considerado o maior entre todos do Oriente. Para os padrões da época, que não existia carros, nem máquinas, isso era uma verdadeira fortuna. Porém, Jó não era apenas rico em posses. Ele era sábio e próspero.


1. Um conselheiro sábio. A referência de que Jó era maior que todos os do Oriente, segundo os estudiosos, não se refere apenas à fortuna de Jó. Significa que ele era o maior também em prosperidade e piedade. Há pessoas que são extremamente ricas e cultas, mas, não são sábias. 

A sabedoria está relacionada ao modo de viver e não necessariamente ao conhecimento que se tem. Uma pessoa pode ser analfabeta e mesmo assim ser sábia. A verdadeira sabedoria provém de Deus. Conforme dito no tópico anterior, o temor do Senhor é o princípio da sabedoria. “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria.” (Tiago 3.13)



2. Um homem próspero. Hoje fala-se muito em prosperidade, no sentido de possuir bens materiais. Mas, a verdadeira prosperidade está relacionada à aprovação de Deus, mesmo que não tenhamos recursos financeiros. Próspero é alguém que está em paz com Deus, mesmo que não tenha mais nada, pois, Deus lhe é suficiente. Jó era próspero, porque Deus se agradava do seu estilo de vida e deu testemunho dele.

Segundo o pastor Geremias do Couto, no seu comentário da Revista Lições Bíblicas, do 4º Trimestre de 2007, “a verdadeira prosperidade é uma conseqüência da obediência do homem a Deus. O crente próspero, segundo o salmista, é alguém que não se compraz com a companhia dos ímpios, mas tem satisfação em obedecer a Escritura.” 

Há muito milionários que não são prósperos. Não conseguem dormir e não tem paz consigo, com o próximo e, muito menos com Deus. Tais pessoas não são prósperas.


3. Uma prosperidade baseada no “ser”. Conforme já foi dito, Jó possuía uma fortuna. A sua família era constituída de sete filhos e três filhas. No contexto da época, ter muitos animais terras e muitos filhos era riqueza. Mas, a prosperidade de Jó não consistia naquilo que ele possuía e sim naquilo que ele era. Jó era respeitado por seu caráter irretocável, conforme dito no tópico 1 e por sua vida piedosa, conforme veremos no tópico seguinte. Infelizmente, nos dias atuais, as pessoas são vistas pelo que elas possuem, seja riqueza, poder ou fama. Há uma revista chamada Forbes que exige os nomes dos milionários e muita gente sonha em ter o seu nome lá. A revista Caras, exibe os famosos e muito fazem qualquer coisa para aparecer lá. Nas redes sociais, as pessoas fazem de tudo para obterem muitos acessos e curtidas e ficarem famosos. Mas, isso não é prosperidade.


III. JÓ, UM HOMEM DE PROFUNDA PIEDADE PESSOAL


1. Um homem dedicado à família. Os filhos de Jó faziam confraternizações nas casas uns dos outros, vivendo um clima de harmonia. Jó, como sacerdote familiar, preocupado com eventuais pecados cometidos por seus filhos, oferecia sacrifícios a Deus e intercedia por sua família. Este deve ser o comportamento de todo pai de família que serve a Deus. 

Infelizmente, muitos em nome do trabalho, da busca por riquezas e até por envolvimento demasiado com o ministério, negligenciam a sua família. Mas, Deus não se agrada disso. O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo disse que “se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.” (I Timóteo 5.8). Como pais, temos a obrigação de ensinar aos nossos filhos a Palavra de Deus, com palavras e com o próprio exemplo. (Provérbios 22.5). Devemos também impor limites e não fechar os olhos para o mau comportamento dos nossos filhos como fez o Sumo Sacerdote Eli, Samuel e Davi.


2. Um homem de moral e piedade. Jó era um homem de caráter e moral ilibados e também de uma vida piedosa de oração e comunhão com Deus, em todas as circunstâncias. Jó orava pelos seus filhos e oferecia sacrifícios, nos tempos de riqueza e bonança. Mas, também orou pelos seus “amigos”, no auge da sua amargura, mesmo sendo injustamente acusado por eles de ter cometido pecados. 

3. Um homem de vida consagrada. Jó tinha o hábito de levantar de madrugada para orar e buscar a Deus por sua família e oferecer sacrifícios pelos seus filhos. Ter uma vida consagrada a Deus é pertencer exclusivamente a Ele com todo o nosso ser. É confiar em Deus e descansar nEle em qualquer circunstância. É servi-lo e adorá-lo, não apenas pelo que Ele pode fazer, mas, pelo que Ele é. 


CONCLUSÃO


Estudamos nesta lição três aspectos da vida do patriarca Jó: O seu caráter, a sua prosperidade e a sua piedade.  Vimos nesta lição, que é possível haver reputação e mau caráter em uma pessoa. Isto porque, a reputação é aquilo que fazemos quando estamos sendo vistos. O caráter é aquilo que fazemos quando ninguém está nos vendo. 

Também é possível ter conhecimento e não ser sábio, pois, a sabedoria consiste no modo de viver e não no conhecimento teórico que possuímos. 

Vimos também, que é possível ter riquezas e não ser próspero, pois, a verdadeira prosperidade está relacionada à aprovação de Deus. 

“O temor a Deus deve ser o esteio de nossa vida. Devemos amar ao Senhor, buscá-Lo de todo coração. À medida que vivemos essa devoção, amaremos e cuidaremos de nossa família e viveremos uma vida moral e piedosa que dê testemunho aos outros.”

(Revista Ensinador Cristão, CPAD)

 

Pb. Weliano Pires

Assembléia de Deus, Ministério do Belém

São Carlos - SP


REFERÊNCIAS:

Revista Lições Bíblicas, Adultos. Rio de Janeiro: CPAD, 4º Trimestre de 2020.

Bíblia de Estudo Palavra Chave. RJ: CPAD, 2015.

ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.287

Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.25).

ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o seu Propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.37

Revista Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 4º trimestre 2020.

 


04 outubro 2020

A mensagem de Deus na porta do templo

Texto Bíblico: Jeremias 7.1-16


INTRODUÇÃO

O profeta Jeremias era sacerdote de Anatote e filho de Hilquias. Foi chamado por Deus, ainda muito jovem, para ser profeta. Profetizou no Reino do Sul, nos dias que antecederam o cativeiro babilônico e durante o cativeiro. É conhecido como o "profeta das lágrimas", devido às suas lamentações pela dor do seu povo. Jeremias teve poucos amigos e enfrentou muitas lutas com falsos profetas, que entregavam mensagens de prosperidade, quando Deus falava de julgamento.

No capítulo sete, Deus mandou Jeremias proferir uma mensagem na porta do templo, denunciando o padrão de vida de pessoas ímpias e corruptas, que afirmavam que Jerusalém era inviolável, baseando-se em uma profecia de Isaías contra Senaqueribe (Is.37.6,7,29). Porém, nos dias de Jeremias o contexto era outro.


Vejamos alguns tópicos dessa mensagem de Deus proferida por Jeremias, que é muito atual:


1. Melhorem a conduta. Sejam justos nas atitudes para com o próximo. (vs.2 e 5). Isso envolve o desrespeito aos excluídos e maginalizados; o ‘não matarás’ e a idolatria. 


2. Não se enganem com palavras vãs e mentirosas. (Vs. 4 e 8). Não é porque alguém está em Jerusalém, ou no Templo, que Deus o protegerá, sendo um ímpio.


3. Não venham adorar a Deus, sem abandonar as abominações. Vs. 9 e 10). Deus não tolera cultos oferecidos por ímpios. Antes de oferecer cultos ao Senhor, é preciso haver conversão. Antes de Deus receber a adoração de alguém, Ele recebe o adorador. Foi assim com Caim e Abel. Deus atentou para Abel e para a sua oferta e rejeitou Caim e a sua oferta. (Gênesis 4.4,5)


4. Respeitem a casa de Deus. (V.11; Mateus 21.13). O templo é chamado de casa de oração. Não é uma caverna de ladrões. Não pode ser usado para ganhar dinheiro, fazer política, exaltar o homem, etc. Se Jesus entrasse pessoalmente em alguns templos, expulsaria muitos profanos e vendilhões, que usam o templo para enriquecer e promover outras atividades.


5. Ouçam a voz de Deus. (V. 12). Deus fala, repreende e exorta ao arrependimento. Mas, a sua paciência tem limites. Aqui, Deus orienta o povo, que vá a Siló, local onde estava a Arca da Aliança, quando foi levada pelos Filisteus, nos dias  do sumo sacerdote Eli. “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação.” (Hebreus 3.7,8)


6. Líderes, não adianta orar, por quem não quer deixar o pecado. (V.16). Se orarmos e a pessoa não quiser saber de Deus, Ele não vai nos responder. Está cheio de obreiros profetizando bênçãos para ímpios. A mensagem do Evangelho começa com "Arrependei-vos" e não com "prosperai".  


CONCLUSÃO


Deus nos ama e, por isso, nos repreende e nos disciplina, para não sermos condenados com o mundo. Esta mensagem de Jeremias continua muito atual. Vamos meditar em cada tópico e que isso sirva de alerta para  a Igreja do século XXI.


Pb. Weliano Pires
Assembléia de Deus, Ministério do Belém
São Carlos - SP

02 outubro 2020

Estudo da Lição 01: O Livro de Jó



Culto online de ensino bíblico, com o Pb. Weliano Pires e família.

Estudamos nesta lição sobre as questões de autoria, data provável da composição do livro de Jó; as características literárias, propósito e personagens do Livro de Jó; os discursos dos amigos de Jó, os discursos de Jó e as perguntas e respostas de Deus, para as principais questões existenciais. . 

30 setembro 2020

A distorção da Bíblia em favor da politicalha nos templos religiosos

Por Weliano Pires

Tenho visto muitos evangélicos que, na tentativa de defender o uso inadequado dos templos religiosos para fazerem campanhas políticas, distorcem a Bíblia, usando os casos de José do Egito, Daniel, Zorobabel, Neemias, José de Arimatéia, etc., como exemplos da participação de servos de Deus na política. 

Eu não pretendo com este texto, criticar a participação de evangélicos na política. Isso é legítimo. Em uma democracia, todo cidadão tem o direito de votar e ser votado, desde que atenda aos requisitos da legislação. Eu até acho importante que tenhamos cristãos na política. Eu mesmo, embora não seja político e nem pretenda ser, sempre me manifesto politicamente, defendendo aquilo que eu acredito e criticando aquilo que eu penso que está errado. 

Estes homens, de fato, exerceram cargos importantes nos governos dos países em que viveram. Mas, será que eles eram políticos ou usaram a influência religiosa, para obterem cargos políticos? Vejamos:

José, filho de Jacó, foi governador do Egito, nomeado por Faraó, após interpretar os sonhos do rei, que ficou impressionado com a sua sabedoria. Foi uma espécie de primeiro ministro do rei do Egito. O país passou por sete anos de fartura e logo a seguir, sete anos de fome. A sua competência como administrador, usando a sabedoria dada por Deus e a revelação de acontecimentos futuros, foram fundamentais para salvar o Egito e outras nações da fome, inclusive o seu próprio povo que vivia na terra de Canaã e ele trouxe para perto de si, no Egito. 

Daniel foi um dos três príncipes do governo de Dario, o medo, na Babilônia. Era uma espécie de primeiro ministro. Daniel era muito respeitado na Babilônia, pela sua integridade e sabedoria. O próprio rei Dario tinha-o em grande estima.

Zorobabel, foi enviado pelo Rei Ciro da Pérsia, para reconstruir o templo de Jerusalém e ele governou o seu povo, no período da reconstrução do templo, após setenta anos de cativeiro.

Neemias foi copeiro do Rei da Pérsia. Após receber os relatos da miséria em que se encontrava o seu povo, ele ficou muito triste e o rei perguntou-lhe a razão da sua tristeza. Após ele explicar, o rei perguntou-lhe o que poderia fazer por ele. Neemias pediu autorização para ir a Jerusalém reconstruir os muros da cidade. Durante alguns anos, ele foi o governador daquela província, nomeado pelo rei da Pérsia e liderou a reconstrução da cidade.

José de Arimatéia, o homem que pediu o corpo de Jesus para sepultá-lo e forneceu o próprio sepulcro, era um senador, não no sentido de pertencer ao senado romano. Ele fazia parte do Sinédrio, que era uma espécie de parlamento religioso de Israel, nos dias de Jesus, que julgava de acordo com a lei mosaica. 

José, Daniel, Zorobabel e Neemias não foram eleitos ou escolhidos pelo povo, para exercerem um cargo político. Eles não tinham a intenção de serem governantes e foram escolhidos pelos seus respectivos reis, para seres administradores, ou funcionários do alto escalão do governo. É como se o Presidente da República chamasse um de nós para ser ministro de estado.

É importante destacar que as formas de governo, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, eram diferentes da nossa. No Antigo Testamento havia a teocracia e depois a monarquia. No Novo Testamento havia a ditadura do império romano e em Israel havia governadores de províncias, nomeados pelo Imperador romano. Hoje, nós temos a democracia e o estado laico. Portanto, não podemos comparar. 

Não há nenhum problema em o crente participar da política partidária, agindo de forma decente e honesta. O problema está na mistura da política com a Igreja e na prática criminosa de usar os templos e a influência da Igreja para a manipulação dos votos dos fiéis. Esta mistura nunca deu certo. Prejudica a Igreja e a democracia. 

Diga não às campanhas políticas nos templos! 


Weliano Pires é presbítero da Assembléia de Deus, Ministério do Belém em São Carlos- SP.

29 setembro 2020

Lição 1: O Livro de Jó


 


Data: 04 de Outubro de 2020


TEXTO ÁUREO

 

“Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tg 5.11).


VERDADE PRÁTICA


“O livro de Jó não é apenas uma preciosidade da literatura universal, mas, sobretudo, uma poderosa resposta de Deus para as grandes questões da vida.”


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Timóteo 3.16; Ezequiel 14.14,19,20; Tiago 5.11.


2 Timóteo 3

16 — Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,


Ezequiel 14

14 — ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor Jeová.

19 — Ou se eu enviar a peste sobre a tal terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para arrancar dela homens e animais;

20 — ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor Jeová, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça.

 

Tiago 5

11 — Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.

 

HINOS SUGERIDOS: 157, 163 e 289 da Harpa Cristã.


COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO


Graças a Deus, iniciamos mais um trimestre de estudos, em nossa Escola Bíblica Dominical. Esta revista, na verdade, seria estudada no terceiro trimestre de 2020. Mas, devido à pandemia, não ficou pronta a tempo e nós estudamos a lição do 3º trimestre de 1993.

Teremos um trimestre bíblico, onde estudaremos um livro da Bíblia. Desta feita, estudaremos o Livro de Jó. O tema da revista é: A fragilidade humana e a soberania divina — O sofrimento e a restauração de Jó.

O comentarista é o renomado Pastor José Gonçalves, escritor, conferencista, comentarista de lições bíblicas, membro da Comissão de Apologética da CGADB e líder da Assembléia de Deus em Água Branca - PI.

Durante este trimestre, com base na história de Jó, nos discursos dos seus “amigos”, nos discursos de Jó e nas perguntas e respostas de Deus, iremos nos aprofundar nas seguintes questões: 


  1. Por que sofre o justo? 

  2. Se Deus é justo e amoroso por que permite que um justo sofra tanto?

  3. Somente os pecadores sofrem? 

  4. Se alguém está sofrendo, isso é punição pelo próprio pecado? 

  5. Os justos não passam por tribulações?

  6. Todos os sofrimentos são correções divinas?


Estas e outras indagações estão presentes em nossas vidas na atualidade. Além disso, muitos pregadores, de forma equivocada, fazem as afirmações insensíveis e equivocadas dos “amigos” Jó, quando alguém está doente ou passando por tribulações. Influenciados pela famigerada teologia da prosperidade, pela confissão positiva e pelo determinismo, muitos pregam por aí que os justos não sofrem e se estão sofrendo é por falta de fé ou porque pecaram.


INTRODUÇÃO  À LIÇÃO 01 


A lição um é uma introdução ou uma visão panorâmica do Livro de Jó. Estudaremos nesta lição sobre as questões de autoria, data provável da composição do livro, as características literárias, o propósito do livro, os personagens, os discursos dos amigos de Jó, os discursos de Jó e as perguntas e respostas de Deus, para as principais questões existenciais. . 

É muito importante que o leitor da Bíblia, ao ler o livro de Jó, saiba interpretá-lo corretamente, situando-o no devido contexto histórico e considerando que os “amigos” de Jó tinham uma visão equivocada sobre Deus. Portanto, o que eles disseram em seus discursos não pode ser normativo para nós e não deve ser entendido como verdade teológica. O próprio Deus afirmou que, o que eles falaram não é correto. 

“Sucedeu que, acabando o Senhor de falar a Jó aquelas palavras, o Senhor disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto, como o meu servo Jó.” (Jó 42.7).


I. AUTORIA, LOCAL E DATA DO LIVRO DE JÓ. O livro de Jó tem sido alvo de muitas polêmicas. Há pessoas que dizem que Jó não foi um personagem real, mas, apenas uma ficção. Entretanto, além do livro de Jó contar a história dele, citando nomes, lugares e povos, há citações em outras partes da Bíblia, mencionando Jó, como uma pessoa real, como no Livro de Ezequiel e na Epístola de Tiago (Ez 14.15; Tiago 5.11)


1. O autor de Jó. O livro de Jó é um dos poucos, que não constam o nome do autor, nem sequer evidências de quem o escreveu. Porém, a tradição judaica e muitos estudiosos atribuem a autoria a Moisés, considerando que algumas palavras usadas no livro de Jó estão presentes no pentateuco e também, o fato de Uz ficar na região de Midiã, de onde era o sogro de Moisés e onde ele vivera por quarenta anos. Há ainda os que atribuem a autoria a Salomão ou a outros sábios que aparecem em Provérbios, mas, é pouco provável. 

2. A pessoa histórica de Jó. O seu nome é a transliteração da palavra hebraica "yob" que significa “perseguido” ou “odiado”. Não temos informações sobre a pessoa de Jó ou a sua ascendência. Alguns estudiosos afirmam que Jó seria descendente de Naor, irmão de Abraão, baseando-se no fato de que há 30 referências ao nome Shaddai (Todo Poderoso) no Livro de Jó. Este era o nome pelo qual, Deus se revelou a Abraão. 

O livro afirma apenas que ele vivia “na terra de Uz” e que era “maior que todos do Oriente”. Temos registros sobre a pessoa de Jó em Ezequiel e Tiago, destacando, respectivamente,  a sua justiça e a sua paciência. 

3. A terra de Jó. O Livro de Jó menciona apenas que “havia um homem na terra de Uz”. Segundo a introdução ao Livro de Jó, da Bíblia de Estudo Palavra Chave (CPAD), Uz ficava próximo a Midiã, região Sul da Arábia, onde vivia o sogro de Moisés. 

4. A época de Jó. Os costumes e estilo de vida narrados no Livro de Jó são os mesmos do período patriarcal, entre 2000 e 1800 a.C. Não há nenhuma referência à Lei ou ao sacerdócio levítico. Há a referência de Jó oferecendo sacrifício pelos filhos e as filhas sendo co-herdeiras, o que não era permitido na Lei. Portanto, tudo leva a crer que Jó viveu em uma época próxima à de Abraão. O tempo de vida de Jó, 140 anos, também corrobora esta hipótese. 


II. ESTRUTURA LITERÁRIA DO LIVRO DE JÓ

O livro de Jó apresenta uma estrutura literária de prosa-poesia-prosa e usa bastante metáforas e paralelismos. 


1. Prosa e poesia. Prosa é um discurso direto em parágrafos. Poesia, por sua vez, é um gênero literário organizado em versos que formam estrofes.

O livro de Jó apresenta três partes principais, nessa ordem: prosa, poesia e prosa. A primeira parte do texto (prólogo) e o final (epílogo) estão compilados em prosa e o texto intermediário em poesia. 


2. Organização. O livro está assim dividido: 

a. Prólogo: A apresentação de Jó, a acusação de satanás, o desafio de Deus, os ataques do inimigo, a reação negativa da esposa e a visita dos amigos de Jó.

b. Diálogo entre Jó e os amigos: O clamor de desespero de Jó; três discursos de Elifaz, Bidalde, Zofar; quatro discursos de Eliú e as respectivas réplicas de Jó; os questionamentos de Deus a Jó.

c. Epílogo: A humilhação de Jó perante Deus e a sua restauração. Após ouvir os questionamentos de Deus, Jó se humilha diante de Deus e em seguida ora pelos seus amigos. Deus restaura a sua saúde e lhe concede em dobro, tudo o que antes ele possuía.


3. Abundância de figuras de linguagens. O livro de Jó usa várias figuras de linguagens para fortalecer as idéias expressadas, como vento, nuvem, sombra, etc. Na poesia, traz o estilo da poesia hebraica, que consiste em paralelismo, que é a rima de idéias, seja por sinônimos ou por contrastes. A nossa poesia rima os sons das últimas sílabas dos versos. 


III. NATUREZA E MENSAGEM DO LIVRO DE JÓ

O ponto principal do Livro de Jó é o sofrimento de um justo inocente e como Jó reage nesta situação. Três perguntas de natureza teológica e filosóficas são levantadas neste livro:


1. Por que os justos sofrem? Esta pergunta continua sendo discutida nos meios teológicos e filosóficos. Há muitas teorias equivocadas sobre esta pergunta: 

a. Os adeptos da teologia da prosperidade. Preferem negar esta realidade, dizendo que o justo não pode sofrer. Segundo dizem, se a pessoa está sofrendo é porque está em pecado ou não tem fé o suficiente para “exigir” ou “determinar" que o sofrimento cesse. Ora, isso é uma afronta às pessoas justas e tementes a Deus que sofrem provações, perseguições e dissabores. O fim do nosso sofrimento não está prometido para esta vida.

b. Os ateus. Questionam a existência, a soberania e a bondade de Deus, alegando que se Deus existe e é soberano e bom, não poderia deixar os justos sofrerem. Eles não compreendem que o sofrimento humano não é culpa de Deus. Deus não fez o homem para viver assim. O sofrimento é consequência do afastamento do homem de Deus. Deus respeita o livre arbítrio que Ele concedeu ao ser humano. Mas, Ele promete que um dia, todo sofrimento findará para aqueles que nEle creram e esperaram.

c. Os calvinistas. Estes afirmam que todo sofrimento é a vontade de Deus. Segundo dizem, tudo o que acontece no mundo, sem exceção é porque Deus quis e determinou que fosse assim. Eles não concordam que há a vontade e permissão de Deus. 


2. Existe bondade desinteressada? A teoria de satanás, apresentada no início do Livro de Jó, é que toda religiosidade está baseada na barganha. Ou seja, se Deus conceder benefícios, a pessoa se mantém fiel. Caso contrário, a pessoa blasfema e abandona a Deus. Infelizmente, muitas pessoas são, de fato, assim. Existem pessoas que são crentes até o dia em que Deus resolver contrariá-lo ou tirar algo que a pessoa ama. Por isso, Jesus afirmou que aquele que quiser segui-lo, deve primeiro negar a si mesmo. Jesus também afirmou que aquele que amar pai, mãe, esposa, filhos, etc. mais do que a Ele, não é digno dEle. Qualquer pessoa que se diz cristã e barganha com Deus, não conheceu o Evangelho ainda. 


3. Pode o homem compreender Deus? Um dos atributos de Deus é a sua Transcendência. Significa que Ele é infinitamente superior a nós e ao que nós podemos compreender. Nós podemos compreender Deus até ao ponto em que Ele se revelar. Paulo diz que Deus usa as coisas loucas para confundir as sábias; as que não são, para confundir as que são.Tudo isso, para que ninguém se glorie perante Ele. “Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.” (1 Coríntios 2.16).

Deus fez várias perguntas misteriosas sobre a natureza e Jó não sabia o que responder. Muitas daquelas perguntas, a ciência descobriu milênios depois e outras, ainda estão tentando descobrir. 


CONCLUSÃO


Esta lição foi apenas uma introdução, com informações básicas sobre a autoria, data da composição e gênero literário do livro; sobre a pessoa, origem, época e região do patriarca Jó;  e estrutura e organização do livro de Jó.

Nas próximas lições veremos em detalhes, o drama de Jó, as acusações dos seus amigos, as respostas de Deus e a restauração de Jó. 



Pb. Weliano Pires
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério do Belém, Congregação Monte Horebe
São Carlos - SP.

Referências:
Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.767.
Bíblia de Estudo Plenitude. SP: Sociedade Bíblica do Brasil 2001.
Bíblia de Estudo Palavra Chave. RJ: CPAD, 2015.





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