08 novembro 2024

ORIGEM E CONSEQUÊNCIAS DAS DOENÇAS NO MUNDO

(Comentário do 2° tópico da Lição 06: A promessa de cura divina)


Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos da origem e consequências das doenças no mundo. Inicialmente, veremos que a origem geral das doenças foi a entrada do pecado no mundo. Na sequência, falaremos da consequência do advento das doenças, que foi a diminuição paulatina do tempo de vida dos seres humanos. Por último, falaremos da proliferação das doenças, que podem ser de ordem física e mental.  Há também doenças de ordem espiritual e outras que acontecem por falta de cuidados e consequências do pecado da própria pessoa. 


1- A origem das doenças no Éden. Deus criou o ser humano perfeito, física, moral e espiritualmente. O corpo humano não foi criado para adoecer ou morrer. Depois de criar o primeiro casal, Deus os advertiu para que não comessem do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, que estava no centro do Jardim do Éden, pois no dia em que comessem, certamente morreriam. O casal, no entanto, se deixou levar pelo engano do adversário e desobedeceu à ordem de Deus, comendo do fruto proibido. 

Com a entrada do pecado no mundo, o corpo humano passou a ser mortal em todos os aspectos. Primeiro veio a morte espiritual, que é a perda da comunhão com Deus. Fisicamente também, o ser humano se tornou mortal e, como tal, está sujeito às doenças e à morte. O corpo humano, antes do pecado era imortal e não adoecia, pois foi criado para viver eternamente. Com o advento do pecado, o corpo humano perdeu a imortalidade e deixou de ser imune às doenças. 

Quando nasce, o ser humano começa a morrer. É como se ligasse um cronômetro com contagem regressiva. Cada dia vivido é um dia a menos no tempo de vida. Primeiro, vem a fase do crescimento, até chegar a vida adulta. Depois, vem a fase do envelhecimento, até finalmente chegar a morte. Em cada fase da vida, há riscos de várias doenças no nosso corpo e, consequentemente, o risco de morte. Tudo isso é consequência do pecado, não necessariamente da pessoa que está doente, mas do pecado do ser humano em geral. 


2- A consequência do advento da doença. Após a Queda, o primeiro casal foi expulso do Paraíso e os seus corpos se tornaram mortais. Antes do dilúvio, o ser humano tinha longevidade média de 900 anos. Adão, por exemplo, viveu 930 anos (Gn 5.4). Matusalém, o homem que viveu mais tempo na terra, viveu 969 anos (Gn 5.27). Com a multiplicação da maldade humana, o Senhor diminuiu o tempo de vida do ser humano, reduzindo-o a 120 anos. 

Assim, aos poucos o tempo da vida humana foi sendo reduzido. O último a viver mais de novecentos anos foi Noé, que viveu 950 anos (Gn 9.29). Sem, filho de Noé, viveu 600 anos (Gn 13.10,11). Abraão viveu 175 anos (Gn 25.7). Isaque viveu 180 anos (Gn 35.28). José viveu 110 anos (Gn 50.26) e Moisés viveu 120 anos (Dt 34.7). No Salmo 90, Moisés escreveu que o tempo da vida humana é de 70 anos e se alguém, pela sua robustez chegar aos 80, o seu orgulho é canseira e enfado (Sl 90.10).

Com o passar dos anos, o aumento da violência e a contaminação dos recursos naturais, a expectativa de vida foi diminuindo mais ainda. Nos dias em que Jesus viveu neste mundo, segundo historiadores, a expectativa de vida era em torno de 40 anos. Não havia medicina e antibióticos como hoje. As condições de higiene e saneamento eram precárias. Um simples ferimento ou uma infecção poderiam facilmente levar alguém à morte. 


3- A proliferação de doenças. Com o passar dos anos, as doenças foram se proliferando por vários motivos. Um dos sinais que antecedem a vinda de Jesus é a multiplicação de doenças incuráveis, chamadas na Bíblia de “pestes”: “...E haverá fomes, pestes e terremotos em vários lugares”. (Mt 24.7). Não obstante o avanço da ciência, nas áreas da medicina e da indústria farmacêutica, surgem a cada dia doenças que levam milhões de pessoas à morte em todo o mundo, como o câncer, a peste bubônica, a meningite, a AIDS, a Covid-19 e muitas outras. 

Conforme colocou o comentarista, as doenças podem ser de ordem física ou mental. As doenças físicas são o adoecimento ou contaminação das nossas células, órgãos e tecidos. Em alguns casos, podem ser problemas hereditários e anomalias biológicas de nascimento. Mas há doenças físicas que são adquiridas por falta de cuidados com o corpo e má alimentação. As doenças mentais, por sua vez, são disfunções na atividade cerebral, que trazem vários problemas como Alzheimer, depressão, ansiedade, anorexia, bipolaridade, esquizofrenia e muitos outros. Há também as doenças psicossomáticas que são problemas físicos causados por sofrimentos emocionais.

O comentarista não citou, mas há também as doenças de ordem espiritual. Há doenças que não têm origem física ou mental. São doenças de natureza demoníaca. Em Marcos 9.25, Jesus repreendeu um espírito mudo e surdo, que deixava um jovem enfermo. Não podemos ser irresponsáveis como os teólogos da prosperidade que dizem que todas as doenças são manifestações demoníacas, mas há casos que são. Nesse caso, é preciso repreender o demônio e o paciente será curado. 

Há também casos em que as doenças são consequências do pecado da própria pessoa. Após curar o paralítico de Betesda, Jesus o alertou para que não pecasse mais, para não lhe acontecer coisa pior (Jo 5.14). Subtende-se, portanto, que a origem daquela enfermidade era o pecado. O apóstolo Paulo também alertou os coríntios, nas instruções a respeito da Ceia do Senhor, que por participarem da Ceia indignamente, havia entre eles muitos fracos e doentes. Ou seja, participar da Ceia sem discernir o seu real significado e sem comunhão com os irmãos, pode trazer doenças físicas e espirituais. Da mesma forma, Tiago alertou os crentes que se alguém estiver doente, chamassem os presbíteros para orar e ungir os enfermos, “confessando as culpas uns aos outros” para que sarassem. Ou seja, há doenças que necessitam de reconciliação para serem curadas. 

Por fim, há muitas doenças que são oriundas da imprudência e negligência da própria pessoa em relação ao corpo. Há muitos casos de pessoas que ficam doentes porque não tomam os devidos cuidados com a saúde, ou fazem coisas que os médicos proíbem. Por exemplo: diabéticos que abusam de açúcar, pessoas que abusam de massas e gorduras, falta de exercícios, falta de exames preventivos, uso de drogas, álcool e tabagismo, excesso de trabalho, falta de descanso e lazer, etc. Infelizmente, há um pensamento equivocado por parte de alguns crentes de que devemos cuidar apenas da parte espiritual, pois o nosso corpo é matéria perecível. Ora, isto é uma heresia gnóstica. O nosso corpo é o templo do Espírito Santo e devemos cuidar dele. 

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