(Comentário do 2° tópico da Lição 8: A promessa de paz)
Ev. WELIANO PIRES
No segundo tópico, falaremos da paz ilusória deste mundo. Veremos que a paz que o mundo oferece é uma paz enganosa, pois se limita ao que é terreno e humano. Falaremos também da suposta paz que muitos pensam ter, através da prática das obras da carne, que não passa de ilusão. Por último, falaremos da falsa paz que haverá durante a Grande Tribulação, que será superficial, frágil e de aparências.
1- Uma paz enganosa. Conforme falamos no tópico anterior, segundo o dicionário, paz é a ausência de conflitos, guerras e desarmonia. Com o fim do período medieval, na chamada Modernidade, teve início os ideais igualitários e o racionalismo. Isso deu origem aos primeiros movimentos democráticos nas américas. Esperava-se obter a paz, prosperidade e harmonia entre os povos. Entretanto, ocorreu o contrário, tivemos o surgimento de regimes autoritários e genocidas como o Nazismo, Fascismo e Comunismo, e duas guerras mundiais que resultaram em milhões de mortos.
No final da Segunda Guerra Mundial foi criada a Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de “unir todas as nações do mundo em prol da paz e do desenvolvimento, com base nos princípios da justiça, dignidade humana e no bem-estar de todos.” Mas, o que se viu foi o surgimento da Guerra Fria, a corrida armamentista das grandes potências por armas nucleares, aumento de conflitos religiosos, aumento do terrorismo, aumento da fome e desigualdade social, etc.
As pessoas buscam paz também naquilo que lhes oferece momentos de prazer e sensação de bem estar, como os vícios, drogas e bailes, e nos discursos das falsas religiões. Os vícios, drogas e baladas, podem trazer a sensação de paz momentânea, especialmente à juventude, que procura preencher o seu vazio existencial. Mas esta paz é enganosa e passageira. Quando estes momentos passam, o interior da pessoa continua cheio de tensões e conflitos internos. Muitos jovens, inclusive, brigam e até morrem, por causa do envolvimento com estes prazeres que o mundo oferece.
As falsas religiões também propagam discursos enganosos de paz sem Jesus, através de meditações, sacrifícios, incensos, boas obras, comunicação com espíritos e guias, objetos supostamente sagrados, etc. Mas, estas coisas, em vez de trazer paz, trazem mais perturbação aos corações das pessoas que as praticam. Por isso, Jesus disse que não dá a sua paz como o mundo a dá. A paz que Jesus oferece é verdadeira, eterna e oferece descanso e tranquilidade aos que nele confiam. Esta paz fez com que Paulo e Silas tivessem motivação para orar e cantar louvores na prisão, após terem sido barbaramente açoitados, sem terem cometido crime algum.
2- A “paz” das obras da carne. Aqui, o comentarista faz menção às obras da carne, que oferecem uma paz ilusória aos que praticam tais obras. No capítulo 5, da Epístola aos Gálatas, o apóstolo Paulo fala sobre a liberdade cristã, que é uma referência a não viver sob o jugo das ordenanças da Lei. Entretanto, Paulo faz uma ressalva e diz aos gálatas que o fato de não estarem mais sujeitos à lei, não deve servir de justificativa para continuarem na prática do pecado.
A partir do versículo 16, Paulo faz um contraste entre as obras da carne e o Fruto do Espírito e cita uma lista de 16 obras que são incompatíveis com a vida cristã. A palavra carne neste texto, no grego é sarx, e tem vários significados na Bíblia, principalmente nas epístolas. Pode significar fraqueza física (GI 4.13); o corpo ou o ser humano (Rm 1.3) o pecado (Gl 5.24), os desejos реcaminos (Rm 8.8). No texto de Gálatas 5.19-21, carne significa a natureza ресаminоsa do ser humano.
As obras da carne mencionadas por Paulo, se dividem em três grupos:
a. Pecados contra a moral: Prostituição, impureza e lascívia;
b. Pecados contra a fé: Idolatria e feitiçaria;
c. Pecados contra o próximo: Inimizades, porfias, emulações/ciúmes, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices e glutonarias.
Paulo deixa claro que aqueles que se dizem cristãos e participam destas coisas não herdarão o Reino de Deus (Gl 5.21). Esta lista não é exaustiva, pois ele fala de “coisas semelhantes a estas”. As pessoas que vivem sem Deus, ou os falsos cristãos, praticam estas coisas buscando satisfação, felicidade e paz. Mas estas coisas, além de afrontarem a Deus, escravizam o ser humano e deixam um rastro de infelicidade onde são praticadas.
3- Uma falsa paz. Aqui, o comentarista usa a expressão “falsa paz”, referindo-se ao texto de 1 Tessalonicenses 5.3, onde o apóstolo Paulo fala sobre a falsa paz que será prometida na Grande Tribulação, que ocorrerá logo após o arrebatamento da Igreja. O governo do Anticristo assumirá o governo mundial, prometendo paz e segurança para o mundo. Mas, o que virá será exatamente o contrário, repentina destruição.
Neste período, o mundo experimentará o aumento exponencial das guerras, fomes, desastres ambientais, doenças incuráveis e mortes. Estes acontecimentos foram profetizados por João no Apocalipse, representados por quatro cavaleiros, montados em cavalos das cores branca, vermelha, preta e amarela. Estas cores simbolizam, respectivamente: a falsa paz do Anticristo (branco), as guerras (vermelha), os problemas econômicos e a fome (preta) e as pestes e mortes (amarela).
Não apenas na Grande Tribulação, mas em qualquer época, a paz que exclui Jesus, prometida por tratados internacionais, governos, ciência, religiões, ecumenismo, etc. será sempre uma falsa paz. Não pode haver paz sem Jesus, pois Ele é o Príncipe da Paz. Somente Ele pode nos conceder a verdadeira Paz. Portanto, a paz que o mundo oferece é enganosa e ilusória. Tem um hino antigo do Trio Alexandre que diz:
Paz, paz, perfeita paz
Tem quem aceita a mensagem da cruz
Aceita a Cristo autor que dá paz,
Paz só se tem em Jesus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário