08 março 2024

O MODO DE CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR

(Comentário do 3º tópico da Lição 10: A Ceia do Senhor, a segunda ordenança da Igreja). 
Ev. WELIANO PIRES 
No terceiro tópico, falaremos do modo de celebrar a Ceia do Senhor. Veremos o significado da expressão paulina “participar indignamente” do Corpo e do Sangue do Senhor. Depois veremos que a Ceia do Senhor deve ser um ato de profunda reverência. Por último, veremos que a celebração da Ceia do Senhor, apesar de falar de morte, deve ser uma celebração festiva, pois Cristo morreu, mas ressuscitou. 
1. O que é participar “indignamente”? Quando o apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios, repreendendo-os sobre a forma irreverente e egoísta que eles celebravam a Ceia, ele falou: “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor”. (1 Co 11.27-29). 
O apóstolo usou duas vezes a expressão “comer e beber indignamente” a Ceia do Senhor. Muitas pessoas interpretam esta expressão como uma referência à conduta diária da pessoa durante o mês, que o tornaria indigno de participar da Ceia do Senhor. Mas se fosse este o caso, todos nós seríamos indignos pois somos falhos e cometemos pecados, seja por pensamentos, palavras ou obras. Claro que não vivemos mais na prática do pecado, mas estamos sujeitos a falhar. 
A expressão indignamente, como disse o comentarista, é um advérbio de modo, ou seja, é uma palavra que modifica o sentido dos verbos comer e beber. No versículo 29, Paulo explica que participar indignamente seria comer e beber, não discernindo o corpo do Senhor. Era isso que os Coríntios faziam, comendo a Ceia do Senhor, como se fosse uma refeição qualquer, com egoísmo e desunião. 
2. Uma celebração reverente. Nenhum de nós é digno de participar da Ceia do Senhor por nossos próprios méritos. É o Senhor que nos santifica e nos faz dignos de sermos participantes desta celebração. Isso é resultado da Graça de Deus, ou seja, o seu favor para conosco, sem que nós o merecêssemos. Aliás tudo o que recebemos de Deus é por Sua Graça. 
Entretanto, não podemos pensar que pelo fato de não sermos dignos porque somos falhos, podemos continuar vivendo na prática do pecado e participar da Ceia do Senhor. O mesmo Deus que é amoroso, misericordioso e bom, também é fogo consumidor. Deus é absolutamente santo e não pode tolerar que alguém viva como ímpio e continue participando da mesa do Senhor. 
Quando falou sobre os alimentos oferecidos aos ídolos, Paulo disse que “... não podemos participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios”. (1 Co 10.28). Quando participamos da Ceia do Senhor, estamos em comunhão com Ele e com os nossos irmãos. Portanto, não podemos participar desta celebração, servindo a outros deuses ou brigando com os irmãos. 
3. Celebração festiva. Na Ceia do Senhor, nós celebramos a morte do Senhor, mas também a sua ressurreição. A morte de Cristo não pode ser vista pelo cristão com melancolia. Em sua morte, Cristo triunfou sobre a morte e nos garantiu a vida eterna. Portanto, celebramos a morte de Cristo junto com a ressurreição, pois Ele não está mais na Cruz. A morte não foi capaz de detê-lo. 
Com este sentimento de vitória sobre a morte, nós celebramos a Ceia do Senhor. Por isso, é um momento de grande alegria para os salvos, saber que o nosso Senhor foi crucificado, mas ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos Céus e prometeu que voltará para nos levar para estarmos para sempre com Ele. Glória a Deus!
REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 41, 1º Trimestre de 2024.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp.573, 574, 577).
SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2017

HOMENAGEM ÀS MULHERES

 


Mulher, hoje é o seu dia

Desejo parabenizá-la

Com respeito e alegria 

Quero homenageá-la.


Por Deus você foi criada 

Com muito carinho e amor 

Por isso deve ser amada

Pois é projeto do Criador 


Deus a fez como ajudadora

Mas isso não a faz inferior 

Como mãe é fiel protetora 

E oferece cuidado e amor


Como esposa, nos completa 

Nos momentos de tristeza 

Sua companhia nos aquieta

Com carinho e delicadeza 


Dedico as minhas honrarias 

À minha mãe, esposa e filha 

Às primas, sobrinhas e tias 

Por quem o coração fervilha 


A todas as amigas queridas 

Às cunhadas e irmãs em Cristo 

Até as que são desconhecidas

Que talvez eu nunca tenha visto 


Feliz Dia da Mulher! 

 

(Weliano Pires) 

07 março 2024

O PROPÓSITO DA CEIA DO SENHOR

(Comentário do 2º tópico da Lição 10: A Ceia do Senhor, a segunda ordenança da Igreja). 

Ev. WELIANO PIRES 


No segundo tópico, falaremos do tríplice propósito da Ceia do Senhor: o primeiro deles é celebrar a expiação de Cristo, pois anunciamos a morte de Cristo no ato da Ceia do Senhor; o segundo propósito é proclamar a segunda vinda de Cristo, pois ao celebrar a Ceia do Senhor, lembramos da promessa da sua vinda; o terceiro propósito da Ceia do Senhor é celebrar a comunhão cristã.


1. Celebrar a expiação de Cristo. O primeiro propósito da Ceia do Senhor aponta para o passado e celebra a morte expiatória de Cristo, na Cruz do Calvário. No texto de 1 Coríntios 11.26, Paulo diz: “Porque todas as vezes que comerdes este pão é beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha”. O verbo anunciar neste texto está no tempo presente. Não ordenando para anunciar a morte do Senhor durante a Ceia, mas está afirmando, que na celebração da Ceia nós anunciamos a morte de Cristo. 

A Ceia do Senhor é uma representação do sacrifício de Cristo por nós, onde o partir do pão representa o seu Corpo que ferido pelas nossas transgressões (Is 53.4) e o fruto da vide representa o seu Sangue, que foi derramado por nós, para purificar os nossos pecados. Cada vez que participamos da Ceia somos relembrados do que Jesus fez por nós e da Sua vitória sobre a morte e o pecado. 

Por desconhecerem o real significado do Sacrifício de Jesus, muitas pessoas fazem especulações sem fundamento, dizendo que nós não suportaríamos a cruz, destacando os horrores das dores e sofrimentos de Jesus. Realmente, a sua morte foi muito dolorosa e Ele foi humilhado. Mas, o valor do sacrifício de Cristo não está no sofrimento, pois muitos outros foram crucificados, inclusive os dois ladrões. 

A importância do sacrifício de Cristo está em Sua Pessoa, que é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). A justiça de Deus exigia um Cordeiro justo e não poderia ser outra pessoa, pois todos pecaram. Jesus não pagou o preço dos nossos pecados ao inimigo, como muitos pregam por aí. O preço foi pago a Deus, pois Ele era o ofendido com os nossos pecados. 

Outros dizem que houve festa no inferno, comemorando a morte de Cristo e, de repente, foram surpreendidos por Jesus que chegou lá e teria tomado as chaves do diabo e acabado com a festa. Isso também não tem nenhum fundamento bíblico. Primeiro, porque o inimigo não tinha nenhum motivo para comemorar. Ele sabia perfeitamente que a morte de Cristo na Cruz foi a derrota dele e não a vitória. Na verdade, ele tentou até o último momento, evitar que Jesus fosse à Cruz. Segundo, porque Jesus não tomou chave nenhuma do diabo, até porque ele nunca teve. Jesus disse em Apocalipse que tem as chaves da morte e do inferno e não que Ele tomou (Ap 1.18). Ele sempre teve as chaves ou o controle de tudo. 

2. Proclamar a segunda vinda de Cristo. O segundo propósito da Ceia do Senhor aponta para o futuro e proclama a Vinda do Senhor, renovando a nossa bendita esperança. Na sequência do texto de 1 Coríntios 11.26, depois de falar que a Ceia é um anúncio da morte do Senhor, Paulo diz: “... até que [Ele] venha”. O Senhor Jesus também, ao celebrar a Ceia com o seus discípulos, fez menção à Sua Vinda dizendo: “E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai.” (Mt 26. 29).

Durante a celebração da Ceia do Senhor somos relembrados de que Jesus foi para o Pai mas prometeu que voltaria para nos levar para junto dEle e estaremos para sempre com o Senhor. Ali participaremos da Ceia do Senhor com todos os salvos e Ele próprio nos servirá. Que momento glorioso será este, para os salvos que amam ao Senhor! 

A Ceia do Senhor é uma proclamação de que Jesus virá. Isso nos enche de alegria, pois aqui não é o nosso lar. Muitos crentes, influenciados pela teologia da prosperidade, acostumaram-se a este mundo é buscam conquistas e bênçãos relacionadas somente a esta vida. Estão tão envolvidos com as coisas daqui, que não desejam mais a Vinda do Senhor. Os salvos, no entanto, não amam este mundo e desejam partir para estar com o Senhor, pois é incomparavelmente melhor. 

3. Celebrar a comunhão cristã. Na Igreja Primitiva, junto com a Ceia do Senhor era realizada uma refeição noturna chamada Ágape. Nesta refeição, os crentes partiam o pão e comiam juntos com alegria, em total comunhão. Entretanto, na Igreja de Corinto, havia muita desunião, partidarismo e litígio entre os irmãos. Com esta desunião, o egoísmo tomou conta e até o momento da Ceia do Senhor foi contaminado. 

Quando eles se reuniam, os mais ricos não queriam dividir o pão e o vinho que traziam. Comiam antecipadamente até se fartarem e se embriagarem. Os pobres, que não tinham nada para trazer, ficavam com fome. Diante deste quadro de desunião e egoísmo, o apóstolo Paulo escreveu o texto de 1 Coríntios 11.17-30, para repreendê-los e também para explicar como deveria ser a celebração da Ceia. Este modelo, ele recebera do próprio Senhor Jesus. 

A Ceia do Senhor celebra a comunhão dos salvos, onde todos juntos comem do mesmo pão e bebem do mesmo vinho. Qualquer atitude egoísta e de desunião contraria o verdadeiro sentido da Ceia do Senhor. Aliás, contraria o próprio Cristianismo, que prega o amor entre os irmãos. Quem ainda vive em brigas, inveja desunião, fofocas, falsidade e falando mal dos irmãos é porque ainda não nasceu de novo. Estas coisas são obras da carne e contrariam a vida segundo o Espírito.

REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 41, 1º Trimestre de 2024.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp.573, 574, 577).
SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

05 março 2024

A NATUREZA DA CEIA DO SENHOR NA TRADIÇÃO CRISTÃ

(Comentário do 1º tópico da Lição 10: A Ceia do Senhor, a segunda ordenança da Igreja). 

Ev. WELIANO PIRES 


No primeiro tópico, falaremos da da Ceia do Senhor na tradição cristã. Inicialmente, falaremos da tradição da Igreja Católica que ensina a doutrina da transubstanciação. Depois falaremos da posição protestante ou luterana, que ensina a doutrina da consubstanciação. Por último veremos a posição dos pentecostais, que entendem que Jesus não está presente fisicamente nos elementos da Ceia

Ela é apenas um memorial e os elementos da Ceia são símbolos do Corpo e do Sangue de Cristo.


1. Na tradição romana. A Igreja Católica interpreta literalmente as palavras de Jesus, quando Ele disse aos seus discípulos: “Isto é o corpo”, referindo-se ao pão, e “este cálice é o meu sangue” referindo-se ao vinho (Mt 27.26-28). Com este entendimento, dizem que a hóstia se transforma literalmente no corpo de Cristo e o vinho se transforma no sangue de Cristo. Esta doutrina é chamada de Transubstanciação. 

Na tradição católica, a  Ceia do Senhor seria uma repetição do sacrifício de Cristo. Isso, no entanto, contraria a Bíblia que Cristo ofereceu-se uma única vez (Hb 9.24-26). Por outro lado, a doutrina da transubstanciação cria problemas de interpretação bíblica, pois Jesus também usou várias metáforas como a porta, a videira, a luz, o caminho e outros para se referir a Si mesmo. Não podemos interpretar isso literalmente e dizer que Jesus é estas coisas literalmente. Ele se comparou a estas coisas para explicar sobre a sua pessoa e missão, usando as características delas. 

A transubstanciação contraria também a lógica. Como bem explicou o comentarista, Jesus celebrou a primeira Ceia, estando presente fisicamente com os seus discípulos. Logo, os elementos da Ceia não poderiam se transformar em no Corpo e no Sangue do Senhor, pois Ele estava lá. Por outro lado, quando os católicos comem a hóstia e ela se dissolve na boca, eles sentem o gosto de farinha de trigo, não de carne humana. Da mesma forma, o padre ao ingerir o vinho, sente gosto de uva, não de sangue.

2. Na tradição protestante. Do lado protestante também, Martinho Lutero, o grande reformador, embora tenha rompido com a Igreja Romana, por causa de muitas doutrinas e práticas antibíblicas, ele não conseguiu abandonar completamente a tradição católica. Com relação à Ceia do Senhor, Lutero negava a transubstanciação, mas fez um remendo neste ensino. 

Lutero dizia que apesar dos elementos da Ceia não se transformarem no Corpo e no Sangue de Cristo, Ele estava presente no pão e no vinho, de forma sobrenatural e, ao ingeri-Los, o crente ingere também o Corpo e o Sangue do Senhor. Esta doutrina é chamada de consubstanciação. Os luteranos negam que defendem a consubstanciação, mas o fato de dizerem que ao ingerir o pão e o vinho, estão ingerindo também o corpo e o sangue de Cristo unido a eles, estão confirmando a consubstanciação. 

João Calvino discordou da consubstanciação luterana, mas defendeu que Cristo está presente espiritualmente nos elementos da Ceia e, portanto, ele considerava a  Ceia do Senhor como um sacramento, que transmite graça aos participantes. Os presbiterianos e outras igrejas reformadas seguem esta posição. 

3. A posição pentecostal. O reformador Ulrico Zwinglio discordava de Lutero e de Calvino, e cria que os elementos da Ceia do Senhor são apenas símbolos do Corpo e do Sangue de Jesus. Zwinglio cria também que a celebração da Ceia do Senhor é uma ordenança do Senhor Jesus, em memória dele e Cristo não está presente nos elementos da Ceia, física ou espiritualmente. Entretanto, como Jesus é onipresente e a Celebração da Ceia é feita em Seu Nome, Ele está presente na celebração, pois Ele disse que “Onde estiverem dois ou três reunidos em Seu Nome, Ele se faz presente”. (Mt 18.20).

Esta posição defendida por Zwinglio é seguida pelas Igrejas Batistas e pelos pentecostais clássicos como a Assembléia de Deus. Entretanto, por desconhecerem o assunto, na prática, muitos pastores pentecostais acabam se comportando como se a Ceia fosse um sacramento que transmite graça aos participantes. 

Começa por chamarem de “Santa Ceia”. A Bíblia não se refere à Ceia em lugar algum como “Santa Ceia”, mas como “Ceia do Senhor” e “Mesa do Senhor”. Esta tradição traz a ideia de que os elementos da Ceia são sagrados e até milagrosos. Na Nova Aliança não existem objetos ou lugares santos. Quem é santo são as pessoas que receberam a Cristo como Salvador e são santificadas pelo Espírito Santo. 

Há ainda a mistificação da Ceia do Senhor. Muitos pastores quando oram pedem a Deus que aquele que tocar no pão e no vinho seja curado de qualquer enfermidade. Ora, isso não tem nenhum fundamento bíblico. Quem faz isso está considerando os elementos da Ceia como milagrosos e se torna uma espécie de idolatria, semelhante ao que fazem os católicos com a hóstia, chegando a adorá-la. 

Muitos pentecostais também atribuem à Ceia um significado muito além de um memorial, embora na teoria digam que a consideram uma ordenança em memória de Cristo. Estas pessoas consideram o momento da Ceia e até a semana da Ceia como algo sobrenatural, diferente de outros cultos. É claro que devemos andar em santidade e ter reverência no momento da Ceia do Senhor, como devemos ter em outros cultos também. 

Eu conheço pessoas que na semana da Ceia são mais “santos” do que em outras semanas. Fazem jejuns todos os dias, se relacionam com a esposa e se abstém de muitas coisas. Quem faz isso não está considerando a Ceia do Senhor como um memorial e sim como um ato místico e poderoso, como se fosse encontrar-se com Deus face a face. 

REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 41, 1º Trimestre de 2024.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp.573, 574, 577).
SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

04 março 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 10: A CEIA DO SENHOR, A SEGUNDA ORDENANÇA DA IGREJA

Ev. WELIANO PIRES 

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA 


Na lição passada estudamos sobre a primeira das duas ordenanças de Cristo à sua Igreja, que é o batismo nas águas. Assim como outras doutrinas e práticas do Cristianismo, o batismo também sofreu desvios quanto à sua finalidade, forma e fórmula. Por isso, estudamos nesta lição, o que a Bíblia ensina sobre o batismo. 


TÓPICOS DA LIÇÃO 

No primeiro tópico, falamos dos pressupostos bíblico-doutrinários do batismo. Vimos que é um erro considerar o Batismo como um sacramento e a origem deste desvio doutrinário. O Batismo é uma ordenança de Cristo à Sua Igreja e não um sacramento. Por último, vimos que o Batismo deve ser ministrado apenas a pessoas que tenham alcançado a idade da razão, pois ele está relacionado à fé em Cristo. 

No segundo tópico, falamos do símbolo e do propósito do batismo. Vimos que o Batismo por imersão é um símbolo da união do crente com Cristo, por meio da Sua morte e ressurreição. Depois vimos que o propósito do Batismo é o testemunho público de fé em Cristo. Por último, vimos que no Batismo não há espaço para indecisões. 

No terceiro tópico falamos da fórmula e do método do batismo. Falamos da fórmula trinitariana do Batismo, conforme ordenado em Mateus 28.19. Depois falamos da fórmula herética de batismo, praticada pelos unicistas que dizem que deve-se batizar apenas em Nome de Jesus. Por último, falamos do método bíblico de batismo que é por imersão. Não há nenhum fundamento bíblico para batismo por aspersão ou efusão.

LIÇÃO 10: A CEIA DO SENHOR - A SEGUNDA ORDENANÇA DA IGREJA 


INTRODUÇÃO 

Nesta lição estudaremos a segunda ordenança de Cristo à sua Igreja que é a Ceia do Senhor. Esta celebração foi instituída pelo Senhor Jesus, na última Páscoa com os seus discípulos, na mesma noite em que Ele foi traído por Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos. 

Assim como aconteceu com o batismo, a Ceia do Senhor também teve alguns desvios e controvérsias quanto à sua natureza, propósito e forma de celebração. Por isso, nesta lição estudaremos o ensino bíblico a respeito deste assunto. 


TÓPICOS DA LIÇÃO 


No primeiro tópico, falaremos da Ceia do Senhor na tradição cristã. Inicialmente, falaremos da tradição da Igreja Católica que ensina a doutrina da Transubstanciação. Depois falaremos da posição protestante ou luterana, que ensina a doutrina da Consubstanciação. Por último veremos a posição dos pentecostais, que entendem que Jesus não está presente fisicamente nos elementos da Ceia

Ela é apenas um memorial e os elementos da Ceia são símbolos do Corpo e do Sangue de Cristo.


No segundo tópico, falaremos do tríplice propósito da Ceia do Senhor: o primeiro deles é celebrar a expiação de Cristo, pois anunciamos a morte de Cristo no ato da Ceia do Senhor; o segundo propósito é proclamar a segunda vinda de Cristo, pois ao celebrar a Ceia do Senhor, lembramos da promessa da sua vinda; o terceiro propósito da Ceia do Senhor é celebrar a comunhão cristã.


No terceiro tópico, falaremos do modo de celebrar a Ceia do Senhor. Veremos o significado da expressão paulina “participar indignamente” do Corpo e do Sangue do Senhor. Depois veremos que a Ceia do Senhor deve ser um ato de profunda reverência. Por último, veremos que a celebração da Ceia do Senhor, apesar de falar de morte, deve ser uma celebração festiva, pois Cristo morreu, mas ressuscitou. 


REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 41, 1º Trimestre de 2024.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp.573, 574, 577).

02 março 2024

A FÓRMULA E O MÉTODO DO BATISMO

(Comentário do 3º tópico da Lição 09: O Batismo - A primeira Ordenança da Igreja).

Ev. WELIANO PIRES 

No terceiro tópico falaremos da fórmula e o método do batismo. Falaremos da fórmula trinitariana do Batismo, em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme Mateus 28.19. Depois falaremos da fórmula herética de batismo, praticada pelos unicistas que dizem que deve-se batizar apenas em Nome de Jesus. Por último, do método bíblico de batismo que é por imersão, pois não há nenhum fundamento bíblico para batismo por aspersão ou efusão. 

1. Fórmula trinitária do Batismo. Sobre a fórmula batismal, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil diz-nos o seguinte: 

“A ordem dada por Jesus foi de batizar “em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Cremos e praticamos a fórmula que ele mesmo ordenou. Uma ordem dada por Jesus deve ser cumprida. Sobre a expressão que aparece quatro vezes no Novo Testamento: “em nome de Jesus Cristo” (At 2.38), “em nome do Senhor Jesus” (At 8.16; 19.5) e “em nome do Senhor” (At 10.48), significa apenas que o batismo é realizado na autoridade do nome de Jesus.” 

No texto da Grande Comissão de Jesus aos seus discípulos, o Mestre foi bem claro ao ordenar aos seus discípulos que batizassem os novos discípulos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19). 

2. Fórmula herética do Batismo. Há grupos hereges que negam a doutrina da Trindade e batizam somente em Nome do Senhor Jesus, usando como base o texto de Atos 2.38, 8.16, 10.48, 19.5. Entretanto, estes textos não apontam uma fórmula batismal, conforme vimos acima, pois são diferentes. O que estes textos mostram é que o batismo deve ser realizado na autoridade do Senhor Jesus. 

Na verdade, estas seitas negam a Doutrina da Santíssima Trindade e dizem que Pai, Filho e Espírito Santo não são três pessoas, mas seriam apenas modos diferentes de manifestação divina. Por isso, esta heresia é chamada de “Modalistas”. Esta e outras heresias que negam a Doutrina da Trindade e a Divindade de Cristo são antigas. 

A doutrina da Santíssima Trindade é uma doutrina bíblica inegociável. Há muitas seitas que não a aceitam e dizem que esta doutrina foi criada por Constantino no Concílio De Nicéia. Mas, isto não é verdade. Os concílios apenas reafirmaram aquilo que a Bíblia nos mostra. Sobre isso há pelo menos três heresias:

a) Unicismo ou Sabelianismo. Baseando-se em duas verdades bíblicas, que é a unicidade de Deus e a divindade de Cristo, fazem confusão e negam a doutrina  da Trindade, dizendo que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são uma única pessoa. Neste grupo estão as Igrejas: Voz da Verdade, Tabernáculo da Fé, Cristo Vive, Pentecostal Unida do Brasil e outras. A Bíblia, no entanto, nos mostra claramente que Pai, Filho e Espírito Santo são pessoas distintas. (Mt 3.15-17; Jo 1.1-3; Jo 17).

b) Triteísmo. O triteísmo afirma que Pai, Filho e Espírito Santo são três deuses diferentes. A Bíblia mostra que Pai, Filho e Espírito Santo são três pessoas distintas, mas, um único Deus: Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.” (Dt 6.4-5). No evento do batismo de Jesus é possível ver as três Pessoas da Trindade em ação: o Pai falando dos Céus, o Filho sendo batizado na terra e o Espírito Santo descendo sobre o Filho em forma corpórea de uma pomba (Mt 3.16,17).

c) Unitarismo ou Arianismo. Nega a Doutrina da Trindade, dizendo que o Pai é o Deus criador, que o Filho é a primeira criação de Deus e que o Espírito Santo é a força ativa de Deus e não uma pessoa. Esta heresia foi ensinada inicialmente pelo presbítero Ário de Alexandria, por isso é chamada de Arianismo. Nesta categoria estão as Testemunhas de Jeová e os Adventistas do Sétimo Dia.

3. Imersão: o método bíblico do Batismo. Quanto ao método do batismo também há controvérsias. Há Igrejas que batizam por aspersão, ou seja, passando um pouco de água na cabeça do batizando. Outras batizam por efusão, borrifando água sobre a cabeça do batizando. Entretanto, não há fundamento bíblico para isso, nem registros de que tenha ocorrido batismos dessa forma. 

Há pelo menos três evidências bíblicas de que o batismo deve ser feito por imersão:

a. O significado da palavra batismo. A palavra grega “baptizo” significa literalmente mergulhar;

b. O sentido simbólico do batismo. Paulo diz que nós fomos “sepultados com Cristo no batismo”. Sepultamento pressupõe, evidentemente, cobrir todo o corpo.

c. Os exemplos bíblicos de batismos. Todos os casos relatados na Bíblia mostram que o batismo foi realizado por imersão. Jesus, por exemplo, foi batizado por João Batista dentro do Rio Jordão, e saiu da água (Mc 1.10).

 

REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 40, 1º Trimestre de 2024.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp.569,570).
SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

01 março 2024

O SÍMBOLO E O PROPÓSITO DO BATISMO

(Comentário do 2º tópico da Lição 09: O Batismo - A primeira Ordenança da Igreja).

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, falaremos do símbolo e do propósito do batismo. Veremos que o Batismo por imersão é um símbolo da união do crente com Cristo, por meio da Sua morte e ressurreição. Depois veremos que o propósito do Batismo é o testemunho público de fé em Cristo. Por último, veremos que no Batismo não há espaço para indecisões, pois aqueles que, de fato, creram em Cristo, desejam ser batizados. 

1. Símbolo do Batismo: Identificação com Cristo. Conforme falamos no tópico anterior, o batismo não é um sacramento que transmite benefícios espirituais ao crente. O batismo foi ordenado por Jesus aos seus discípulos e deve ser entendido como um ato simbólico. O batismo por imersão, ou seja, o ato de mergulhar o convertido na água, é um símbolo da identificação do crente com Cristo em sua morte e ressurreição. 

Assim como Cristo morreu, foi sepultado e depois de três dias ressuscitou, o crente também, por meio da sua imersão, demonstra que morreu para a velha vida, foi sepultado e ressurgiu como uma nova criatura. Isso não significa que o batismo lava os pecados, que a pessoa nasce de novo após o batismo, ou se torna cristão após ser batizado, como alguns ensinam. 

O batismo é uma simbologia completa de tudo o que aconteceu após a pessoa crer em Cristo e recebê-lo como Senhor e Salvador. No momento em que a pessoa recebe a Cristo, o Espírito Santo passa a morar em seu coração e opera o milagre do Novo Nascimento. A partir desse momento, a pessoa já é salva e não somente após o batismo. 

2. O Propósito do Batismo: Testemunho público da fé cristã. Além de ser um símbolo, o batismo é também um testemunho público da fé em Cristo. Através deste ato, o novo convertido testifica publicamente que morreu para o mundo e nasceu de novo, da mesma forma que a Ceia do Senhor é uma representação da morte de Jesus por nós, como veremos na próxima lição. É importante lembrar que não se pode sepultar quem ainda não morreu. Portanto o batismo é somente para aqueles que já morreram para o pecado e nasceram de novo.

Por ser o batismo um testemunho público de que a pessoa realmente creu em Cristo de todo o coração, ele só deve ser ministrado às pessoas que tiveram instrução sobre a fé cristã e entenderam o que isto significa. O batismo não é algo que deve ser oferecido a qualquer pessoa ou realizado para apresentar números à Igreja. A pessoa que creu em Jesus de todo o coração e foi instruída sobre as doutrinas bíblicas, certamente deseja ser batizada. 

Quando Filipe conversou com o oficial da rainha dos etíopes e lhe explicou tudo sobre Jesus, o homem disse: “Eis aqui água; que impede que eu seja batizado?” (At 8.36). A resposta de Filipe foi: “É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.” (At 8.37). A pergunta e a resposta neste diálogo nos ensinam, que o batismo é para aqueles que creram de todo o coração em Jesus, entenderam o que significa o batismo e desejam ser batizados, sem nenhuma espécie de coerção. 

3. Não há espaço para indecisão. Se o batismo é um símbolo da identificação do crente com Cristo em sua morte e ressurreição, e um testemunho público da sua fé em Cristo, como vimos acima, por que muitos crentes não querem se batizar, ou adiam ao máximo o seu batismo? Conforme nos explicou o comentarista, isso acontece por duas razões: ignorância em relação ao significado do batismo, ou falta de convicção da sua fé. 

Infelizmente, talvez por falta de um ensino adequado sobre o batismo, muitas pessoas têm entendimentos equivocados sobre este ato. Talvez por causa da influência de outras religiões, muitos acham que o batismo é um ato sagrado, que imuniza a pessoa contra o pecado e que depois dele, a pessoa não pode mais cometer nenhum pecado. Na verdade, o crente deve abandonar a vida de pecado e viver em santidade, logo após a sua conversão e não apenas depois de batizado. 

O que nos faz vencer a natureza carnal e andar em santidade, é andar no Espírito, conforme orientou o apóstolo Paulo aos Gálatas: “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.” (Gl 5.16). Mesmo após a nossa conversão, continuará a existir uma oposição interna entre a natureza carnal e a vida segundo o Espírito. Se o crente não buscar a Deus em oração e não vigiar, será vencido pela velha natureza. Isso pode ocorrer antes ou depois do batismo.

Por outro lado, há alguns crentes que entendem a importância do batismo, mas não querem se batizar justamente porque querem continuar pecando. Nesse caso, não houve conversão genuína, pois quem se converteu de verdade deseja abandonar toda e qualquer prática pecaminosa e agradar a Deus. Na vida de um crente que nasceu de novo, se acontecer algum tipo de pecado será por acidente ou falha. Se porventura pecar, ele sempre irá buscar o perdão de Deus e evitar que isso se repita.

REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, Nº 96, pág. 40, 1º Trimestre de 2024.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp.569,570).

AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

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