18 novembro 2023

VOCAÇÃO, PROFISSÃO E MISSÕES

(Comentário do 3° tópico da Lição 08: Missionários fazedores de tendas).

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos sobre a relação entre vocação, profissão e missões. Veremos que Deus é quem chama e capacita os missionários para as suas respectivas missões. Depois, veremos que cada cristão deve se dispor a exercer a vocação para a qual foi chamado pelo Senhor. Por último, veremos que a nossa profissão pode ser o nosso campo missionário. 


1. Deus é quem chama. Jesus disse que a seara é grande e poucos são os trabalhadores (Lc 10.2). Há trabalho para todos os que querem trabalhar na obra do Senhor. Tanto na Igreja local em nosso bairro, como em nosso país e até no exterior, há muito trabalho a fazer. No mesmo texto, o Senhor Jesus disse aos seus discípulos para “rogarem ao Senhor que envie mais trabalhadores para a Sua Seara.”


A chamada vem de Deus. Ele chama a todos para a salvação (Mt 11.28; Lc 5.32). Aqueles que atenderem ao Seu chamado, ele faz um segundo chamado para levar o Evangelho aos perdidos (Mt 28.19; Mc 16.15; At 1.8). Além de chamar, Deus também capacita e concede as habilidades necessárias a cada um dos chamados.


Depois de ser chamados pelo Senhor e capacitados pelo Espírito Santo para fazer a obra de Deus, arde em nosso coração o desejo de fazer a Obra do Senhor. Atribui-se a Charles Spurgeon, a seguinte frase: “Se você não tem nenhum desejo de levar outros ao céu, é porque você mesmo não está indo para lá.” Quem foi salvo por Jesus, tem prazer e sente-se na obrigação de levar a mensagem de salvação aos perdidos.  


2. Exercendo a vocação. O que é vocação? Há diferença entre chamada e vocação? O pastor Elias Torralbo, em seu livro “Vocação - Descobrindo o seu chamado”, publicado pela CPAD mostra-nos uma excelente definição de vocação:  


“Vocação diz respeito à inclinação, tendência, ou, ainda, pender para o exercício de uma tarefa que é capaz de dar ao vocacionado verdadeira satisfação por estar diretamente ligado ao propósito de sua vida [...]. Podemos afirmar que vocação tem a ver com a percepção interna que o crente tem, ou deve ter, a respeito daquilo que Deus espera dele no que diz respeito a um trabalho específico a ser desenvolvido.”


A chamada é geral para todos os crentes. Todos nós fomos chamados para ser salvos e todos os salvos fomos enviados para pregar o Evangelho. Entretanto, a vocação é uma chamada específica e pessoal. Cada um de nós recebe do Senhor uma vocação. Infelizmente, nas igrejas há muitas pessoas fora da vocação que receberam do Senhor e causam muitos prejuízos a si mesmo e à Igreja de Cristo. 


O Senhor Jesus vocacionou alguns para serem: apóstolos, evangelistas, profetas, pastores e mestres (Ef 4.11). Estes são os dons ministeriais, concedidos pelo Senhor Jesus à sua Igreja, com o objetivo de “aperfeiçoar” o Corpo de Cristo. A palavra grega traduzida por "aperfeiçoar" era usada para se referir ao ato de fixar um osso quebrado durante uma cirurgia. Alguém que foi vocacionado por Deus para ser pastor, não deve atuar em outra área e assim, sucessivamente. 


O Senhor concedeu também os dons espirituais: Palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, fé, dom de cura, operação de maravilhas, profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas e interpretação de línguas (1 Co 12.1-11). São capacitações sobrenaturais que o Espírito Santo concede à Igreja do Senhor, para edificação, exortação e consolação do povo de Deus.


Deus concedeu também os dons de serviço. Esta categoria de dons está listada em Romanos 12 e está relacionada ao serviço cristão, de forma individual em prol do próximo e da manutenção da comunhão entre os irmãos. São também chamados de "Dons da Graça": Profecia (não é o dom espiritual de profecia) ministério (serviço e não os dons ministeriais), ensino (também não é o dom ministerial de mestre), exortação, liberalidade, liderança, e misericórdia. 


Para exercer a nossa vocação, em primeiro lugar é preciso compreendê-la. Paulo foi vocacionado por Deus para levar o Evangelho aos gentios. Depois que ele entendeu esta vocação, ele disse ao rei Agripa: “Pelo que não fui desobediente à visão celestial.” (At 26.19). Em outro texto ele disse: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (1 Co 9.16). A nossa vocação, portanto, se transforma em nosso propósito de vida. 


É preciso também nos prepararmos para exercer a nossa vocação. Não é porque temos uma vocação dada por Deus, que podemos exercê-la de qualquer maneira, achando que Deus fará tudo. Paulo recebeu a vocação do Senhor Jesus para ser o apóstolo dos gentios. Mas, o Senhor o enviou para o deserto da Arábia, onde ele era totalmente desconhecido. Distante das sinagogas e da filosofia grega, Paulo passou a depender completamente de Deus e teve revelações profundas do próprio Jesus, sobre o Evangelho que deveria pregar. (Gl 1.11,12).


Este foi o preparo espiritual, mas há também o preparo teológico. Mesmo tendo a vocação do Senhor, o crente precisa conhecer as doutrinas bíblicas, para não ser enganado. Há muitas pessoas que são vocacionadas pelo Senhor, mas não querem se submeter à liderança da Igreja e não se prepararam para exercer a sua vocação. Um pastor, mesmo vocacionado pelo Senhor, se não conhecer a Palavra de Deus e não souber administrar a Igreja, irá cometer muitos erros que poderão comprometer o seu ministério. 


3. Minha profissão, meu campo missionário. Os primeiros cristãos não faziam separação entre a sua vida particular e a vida espiritual. Era uma coisa só, onde quer que estivessem e independente do que estivessem fazendo. Não havia a ideia de separar “coisas espirituais” e “coisas seculares”. Tudo o que eles faziam, tinha como objetivo glorificar a Deus: “Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai” (Cl 3.17); “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31).


Da mesma forma deve acontecer em nossas vidas atualmente. Tudo o que temos, recebemos de Deus e isso inclui a nossa vida, as nossas finanças, o nosso trabalho, a nossa família, etc. Portanto, devemos glorificar a Deus com tudo o que somos e temos. No assunto estudado aqui, a nossa profissão pode e deve ser usada como um campo missionário. 


Existem profissionais e clientes, aos quais eu jamais teria acesso para comunicar-lhes o Evangelho. Entretanto, os seus colegas de profissão poderão perfeitamente testemunhar de Cristo com o seu exemplo de vida e em suas conversas diárias. Por exemplo, eu jamais teria acesso ao Presidente da República para falar de Jesus. Mas, os seus ministros e assessores têm. Da mesma forma, os jogadores da seleção brasileira, os ministros do Supremo Tribunal Federal, os deputados e senadores, os médicos, os juízes, os empresários, etc. Cada profissional tem acesso a pessoas do seu meio e pode comunicar-lhes a mensagem do Evangelho. 


REFERÊNCIAS: 

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 74-84. 

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.40. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1526,1690.

TORRALBO, Elias. Vocação: Descobrindo o seu chamado. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2020. 

16 novembro 2023

MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE TENDAS

(Comentário do 2° tópico da Lição 08: Missionários fazedores de tendas).

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, falaremos sobre os missionários fazedores de tendas. Traremos o significado do uso da expressão “fazedores de tendas” no contexto da obra missionária. Depois falaremos da força missionária no mundo, através dos cristãos que transitam livremente em vários países, usando as suas profissões. Por último, falaremos do preparo dos fazedores de tendas. O fato de não serem missionários que se dedicam exclusivamente à missionária, não exclui a necessidade de se prepararem para fazer missões transculturais.

1. Fazedores de tendas. No tópico anterior falamos sobre a profissão do apóstolo Paulo e do casal Priscila e Áquila, que eram fazedores de tendas. Devido ao fato destes missionários usarem a sua profissão de fazedores de tendas para o próprio sustento no campo missionário, esta expressão passou a ser usada em sentido figurado, na matéria de missiologia. 

A expressão fazedores de tendas é usada para se referir aos cristãos que usam as suas profissões para fazerem missões em locais, nos quais, onde não se permite a entrada de missionários enviados pela Igreja exclusivamente para a pregação do Evangelho. Trata-se de uma estratégia muito eficiente para fazer missões transculturais em países que são hostis ao Cristianismo.

Antigamente, fazer missões transculturais, era sinônimo de abandonar a carreira profissional, os estudos e a própria vida para se dedicar exclusivamente à missão. Qual é a forma correta de se fazer missões? Abandonando tudo para ir ao campo missionário, ou conciliar a vida profissional e ministerial, como vimos no tópico anterior? A resposta é: os dois. Depende do lugar em que fazem missões e das condições da Igreja local. 

Temos na Bíblia, pessoas que foram chamadas por Jesus, para deixarem tudo e o seguirem, como Pedro, André, Tiago e João (Mt 4.18-22) e Mateus (Mt 9.9). Estes, nunca mais voltaram às suas profissões. Mas temos também Paulo, Priscila e Áquila, que foram chamados por Jesus para a obra missionária, mas continuaram exercendo as suas profissões para o seu sustento. Lucas também, era um missionário que acompanhava o apóstolo Paulo em suas viagens, e exercia a função de médico. 

2. A força missionária no mundo. Já vimos em lições anteriores que é obrigação de toda a Igreja envolver-se com missões, das mais diferentes formas. Deus nos entregou o ministério da reconciliação, para através da pregação do Evangelho, reconciliar os pecadores com Deus (2 Co 5.18,19). Não há outra forma de se fazer isso, a não ser pregando o Evangelho. Entretanto, há estratégias diferentes para se pregar. 

A forma de se pregar o Evangelho alguém que nunca ouviu falar de Jesus e segue uma religião milenar, que ele julga ser correta, é diferente de pregar o Evangelho a um católico que se diz cristão e tem muitas doutrinas em comum conosco. É diferente também da forma de pregar o Evangelho a um europeu ou americano, que foi criado em uma cultura evangélica, mas se entregou ao secularismo e à teologia liberal. 

O apóstolo Paulo tinha esta percepção, quando escreveu aos Coríntios dizendo: “Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns.” (1 Co 9.20-22).

A estratégia a ser adotada no campo missionário depende do contexto dos povos que se deseja alcançar. Em países ricos e de origem evangélica, onde há liberdade religiosa, não há nenhum impedimento para se enviar missionários. Entretanto, em países comunistas e muçulmanos, onde não é permitido fazer missões, os fazedores de tendas são muito importantes. Estes países aceitam médicos, enfermeiros, engenheiros, professores, estudantes, etc. Em muitos países há pobreza extrema e não se aceitam missionários cristãos. Mas, são aceitas pessoas para fazerem obras sociais e filantropia. Devemos portanto, usar a estratégia mais adequada e eficiente, para alcançar os perdidos. 

3. O preparo dos fazedores de tendas. Fazer missões transculturais exige muito preparo, conforme vimos em lições anteriores. O missionário transcultural precisa ter preparo espiritual, teológico, cultural, geográfico, linguístico e político, para atuar em um determinado país. O desconhecimento destas e de outras áreas pode tornar a missão um fracasso e colocar em risco a vida do missionário. 

O fato de não ser um missionário enviado pela Igreja ou não ser sustentado por ela, não dispensa a necessidade de preparação do missionário fazedor de tendas em uma escola de missões. Neste curso, além de desenvolver a própria espiritualidade, o missionário aprende as doutrinas bíblicas, os conceitos missiológicos e os aspectos culturais, religiosos, geográficos e políticos do país onde pretende fazer missões.

Além de todo o preparo que o missionário fazedor de tendas deve ter, é indispensável também o apoio de uma Igreja local em oração e orientação pastoral, como vimos na lição passada. A única coisa que o missionário fazedor de tendas não tem, em relação ao missionário tradicional, são as contribuições financeiras. Mas ele continua necessitando de intercessão, orientação pastoral e apoio de outros missionários. 

REFERÊNCIAS:
GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 74-84.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO.
Ed. 95, p.40. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1526,1690.

15 novembro 2023

A VIDA PROFISSIONAL DE PAULO E SUA VOCAÇÃO MINISTERIAL

(Comentário do 1° tópico da Lição 08: Missionários fazedores de tendas).

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos a respeito da vida profissional e a vocação ministerial do apóstolo Paulo. Falaremos da profissão exercida por Paulo, que era fazedor de tendas. Ao conhecer o casal Priscilla e Áquila, que eram do mesmo ofício, Paulo passou a morar e trabalhar com eles. Depois veremos como ele conciliava a sua profissão com a vida ministerial de missionário transcultural. Por último, falaremos sobre a ética financeira na atividade missionária de Paulo. Embora reconhecesse que o obreiro é digno do seu salário, Paulo não exigia isso das Igrejas para si mesmo, para não sobrecarregá-las. 


1. A profissão do apóstolo Paulo. Saulo era um israelita nascido fora do território de Israel. Ele nasceu na cidade de Tarso, capital da província romana da Cilícia. Os seus pais, provavelmente eram ricos e influentes, pois Paulo era muito culto e foi enviado para Jerusalém para estudar profundamente a lei mosaica. Somente pessoas ricas naquela época poderiam formar os seus filhos. O título de cidadão romano também indica que se tratava de uma família influente. 


O seu nome Saulo é uma variação hebraica do nome de Saul, primeiro rei de Israel. Saulo era descendente da tribo de Benjamim, a mesma de Saul. Paulo era o seu nome romano. O seu nome não foi mudado como muitos imaginam. Após a conversão, ele usava o nome Paulo, provavelmente para se desvincular do seu passado de perseguidor da Igreja, ou porque era conhecido por este nome, fora de Israel. 


Saulo estudou com o rabino Gamaliel, aprofundou-se na teologia judaica e tornou-se fariseu. Os fariseus eram um partido religioso de Israel, que se notabilizavam pela observância rigorosa da Lei, não apenas da lei escrita, mas, também da tradição oral dos anciãos de Israel. Eram extremamente rigorosos quanto ao dízimo, a guarda do sábado e a separação dos gentios. 


Saulo aprendeu desde a juventude o ofício de “fazedor de tendas”. Esta expressão era usada também para se referir aos profissionais que trabalhavam com couro. Estas tendas eram usadas nos alojamentos dos soldados romanos. Como havia muitos soldados em todo o Império Romano e muitos viajantes, certamente era uma profissão rentável. Era suficiente para garantir o sustento daqueles que trabalhavam nesse ofício, em qualquer lugar onde chegassem.


2. Como o apóstolo Paulo conjugava vida profissional e ministerial? Os rabinos fariseus, conforme diz o comentarista, não recebiam ofertas pelo trabalho que realizavam nas sinagogas. Sendo assim, precisam ter uma profissão para bancar o próprio sustento. O trabalho deles nas sinagogas se restringia aos sábados, quando ninguém podia trabalhar. Portanto, podiam perfeitamente exercerem as profissões que quisessem. 


É preciso tomar cuidado para não querer aplicar esta tradição judaica aos dias atuais, para tentar desmerecer os obreiros que recebem salário da Igreja, como algumas pessoas fazem na atualidade. Precisamos lembrar que os rabinos não recebiam por seus trabalhos nas sinagogas, mas eles ensinavam nas sinagogas apenas aos sábados, ou seja uma vez por semana. 


Paulo era um profissional que trabalhava para se manter e procurava não sobrecarregar as Igrejas. Entretanto, ele deixou muito claro que o obreiro é digno do seu salário (1 Tm 5.18). Além disso, Paulo era sozinho e podia perfeitamente viver assim. Ele tinha uma profissão que poderia conciliar com a atividade missionária e não tinha família para sustentar. 


Esta profissão de Paulo e do casal Priscilla e Áquila foi muito importante para o trabalho missionário. Como profissionais liberais, eles podiam viver em qualquer lugar e tinham contato com muitas pessoas, com as quais poderiam compartilhar a mensagem do Evangelho.


Atualmente também, profissionais como cabeleireiros, manicures, taxistas, vendedores, etc. tem grandes oportunidades de anunciar o Evangelho. O meu pai, por exemplo, é cabeleireiro há cerca de 60 anos, sendo 45 deles como evangélico. Ao longo destes anos, muitas pessoas já foram evangelizadas e muitos já se converteram. 


3. A ética financeira na atividade missionária de Paulo. Desde os tempos do Antigo Testamento, os ministros do tabernáculo e do templo que se dedicavam exclusivamente a esse serviço, eram remunerados pelo trabalho que faziam para Deus. O apóstolo Paulo, que era um profundo conhecedor da Lei Mosaica, incorporou ao Cristianismo esta prática. 


Mesmo quando ele abria mão de receber ofertas, ele deixava claro que aquilo era um “direito” daqueles que trabalham integralmente na obra do Senhor: “Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais? Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.” (1 Co 9.11,12).


Posteriormente, como disse o comentarista, ele reconheceu que não havia ensinado adequadamente aos novos convertidos, sobre a necessidade de sustentar a obra  (2 Co 12.13; Gl 6.6). Infelizmente, muitos plantadores de Igrejas também cometem este erro no início do trabalho, preocupados em não afastar as pessoas do Evangelho. Isso acaba gerando problemas futuros para os seus sucessores. A obra de Deus necessita de contribuições para se manter e não há nada de errado em ensinar os novos crentes a contribuírem. Ao contrário, o erro é não ensinar, pois eles serão privados das bênçãos prometidas por Deus aos que contribuem.


REFERÊNCIAS: 


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 74-84. 

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.40. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1526,1690.

13 novembro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 08: MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE TENDAS

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA


Na lição passada estudamos sobre a responsabilidade da Igreja local para com os missionários enviados. Vimos que a Igreja que envia o missionário deve ter um sistema de apoio ao missionário, que o assista em todos os aspectos: financeiro, emocional,  físico, legal, espiritual, teológico e familiar. Este apoio não deve se restringir ao período em que ele está no campo, mas deve contemplar também o retorno à sua pátria e a sua vida na velhice. 


No primeiro tópico, falamos do sistema de apoio da Igreja aos missionários. Falamos da responsabilidade da Igreja para com os missionários que ela envia. Depois, falamos sobre o sistema de apoio e a obra de fé. Por último, falamos sobre o objetivo de missões, que é fazer com que o Evangelho de Cristo seja proclamado a todos os povos e o Seu Nome seja glorificado. 


No segundo tópico, falamos do cuidado integral para com os missionários. Este cuidado deve abranger todos os aspectos da vida do missionário: espiritual, emocional, física e social. Na sequência, falamos da agenda em relação à volta do missionário. A Igreja deve se preocupar com férias, tratamento de saúde, visitas ao país de origem e aos familiares, bem como proporcionar períodos de lazer e descanso. 


No terceiro tópico, vimos algumas maneiras práticas de se comprometer com os missionários. A primeira delas é tomar parte nas necessidades do missionário, mantendo a comunicação com o campo missionário. A segunda maneira de comprometimento é doar para suprir as necessidades. Não basta saber o que o missionário precisa. É preciso agir e levantar recursos para socorrê-lo. A terceira forma de se comprometer com o missionário é orar e jejuar pela causa missionária. A oração e o jejum são dois elementos indispensáveis para a vitória na batalha espiritual. 


LIÇÃO 8: MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE TENDAS


Na lição desta semana falaremos a respeito de outro tipo de missionário, que são os “fazedores de tendas”. A lição traz os exemplos do apóstolo Paulo e do casal de missionários, Priscila e Áquila, que trabalhavam no mesmo ofício de construir tendas. Todo menino judeu aprendia desde cedo uma profissão, para obter o seu sustento. Na maioria dos casos, era o mesmo ofício do pai. Jesus, por exemplo, era carpinteiro, assim como José, o seu pai terreno. 


A proposta desta lição é apresentar a profissão de alguns cristãos, como estratégias missionárias para entrar em alguns países, nos quais, um missionário enviado pela Igreja exclusivamente para pregar o Evangelho, jamais entraria. Existem países que são extremamente hostis ao Cristianismo e não permitem o proselitismo religioso. Entretanto, aceitam engenheiros, arquitetos, médicos, enfermeiros, pedreiros, marceneiros, professores e outros profissionais vindos de outros países. 


Antigamente, a ideia de fazer missões estava relacionada ao abandono da vida profissional, para se dedicar exclusivamente à obra missionária. Este conceito, no entanto, vem mudando de uns anos para cá. Hoje em dia, entende-se que é perfeitamente possível, e até recomendável em muitos casos, que haja uma conciliação entre a vida profissional e a vocação ministerial. 


No primeiro tópico, falaremos a respeito da vida profissional e a vocação ministerial do apóstolo Paulo. Falaremos da profissão exercida por Paulo, que era fazedor de tendas. Ao conhecer o casal Priscilla e Áquila, que eram do mesmo ofício, Paulo passou a morar e trabalhar com eles. Depois veremos como ele conciliava a sua profissão com a vida ministerial de missionário transcultural. Por último, falaremos sobre a ética financeira na atividade missionária de Paulo. Embora reconhecesse que o obreiro é digno do seu salário, Paulo não exigia isso das Igrejas para si mesmo, para não sobrecarregá-las. 


No segundo tópico, falaremos sobre os missionários fazedores de tendas. Traremos o significado do uso da expressão “fazedores de tendas” no contexto da obra missionária. Depois falaremos da força missionária no mundo, através dos cristãos que transitam livremente em vários países, usando as suas profissões. Por último, falaremos do preparo dos fazedores de tendas. O fato de não serem missionários que se dedicam exclusivamente à missionária, não exclui a necessidade de se prepararem para fazer missões transculturais.

 

No terceiro tópico, falaremos sobre a relação entre vocação, profissão e missões. Veremos que Deus é quem chama e capacita os missionários para as suas respectivas missões. Depois veremos que cada cristão deve se dispor a exercer a vocação para a qual foi chamado pelo Senhor. Por último veremos que a nossa profissão pode ser o nosso campo missionário. 


REFERÊNCIAS: 

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 74-84. 

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.40. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1526,1690.


MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: O perigo da murmuração) Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos que a murmuração também nos impe...