12 outubro 2022

SOBRE O INIMIGO (A Babilônia de Nabucodonosor)


(Comentário do 3º tópico da Lição 2: Vem o fim)

O terceiro e último tópico fala sobre o grande inimigo de Israel naquela ocasião, que era Nabucodonosor, rei da Babilônia. O profeta usa a simbologia de uma árvore, dizendo: “Já floresceu a tua vara”. (Ez 7.10). Deus levantou Nabucodonosor como instrumento para punir Israel por causa da idolatria. Entretanto, por causa da sua soberba, o rei da Babilônia acabou extrapolando os limites dos castigos. Este tópico apresenta também algumas informações sobre o rei Nabucodonosor e sobre o império babilônico. 


1- "Já floresceu a vara” (v.10). Na profecia de Ezequiel, no veículo 10, temos o seguinte: "Eis aqui o dia, eis que vem; veio a tua ruína; já floresceu a vara, reverdeceu a soberba." Há várias interpretações sobre este a aplicabilidade desta profecia. A mais, no entanto, é que a expressão "floresceu a vara", é uma referência a Nabucodonosor, rei da Babilônia, que foi o instrumento usado por Deus para punir Israel por causa da idolatria  (Jr 27.8; 51.20-24). Os rabinos interpretam esta metáfora como uma referência a Nabucodonosor. A palavra hebraica traduzida por "vara" é hamatteh. A vara é um galho fino flexível, usado para açoitar criminosos, pois permitia golpes dolorosos e não se quebrava. 


Em alguns casos, a vara era um símbolo da autoridade, como nos casos de Moisés e Aarão. Não é o caso aqui, pois, metaforicamente a vara aqui significa o instrumento usado por Deus para castigar os ímpios. No caso de Moisés, a vara foi usada para realizar sinais perante os egípcios e mostrar que Deus estava com ele. A vara de Aarão floresceu para provar para os rebeldes, que ele era o escolhido de Deus para o sacerdócio. Não foi este o caso de Nabucodonosor, que não servia a Deus e foi escolhido para punir o povo de Israel, por causa do pecado. 


2- “Reverdeceu a soberba” (v.10b). Esta expressão “reverdeceu a soberba” também é uma metáfora, que se refere às atitudes do rei da Babilônia. Deus levantou Nabucodonosor como instrumento disciplinar, para punir o povo de Judá, por causa da idolatria e obstinação. Entretanto, o rei da Babilônia extrapolou os limites e foi cruel demais com o povo judeu. O exército babilônico quando invadiu Jerusalém, vazou os olhos do rei Zedequias e matou os filhos dele na sua frente (2 Rs 25.7). Não tiveram piedade dos jovens, moças e velhos (2 Cr 36.17). Os que escaparam da morte na invasão foram levados como escravos para a Babilônia. Os idosos e deficientes ficaram na terra de Israel na miséria.  


O profeta Habacuque teve uma visão dos horrores praticados pelos caldeus e questionou a Deus, por que Ele permitia que o ímpio punisse “o justo”. Habacuque entendia que isso era injusto, pois os babilônios eram piores do que o povo de Israel, na opinião dele: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação não podes contemplar; por que, pois, olhas para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (Hc 1.13). Mas Deus lhe deu as resposta no capítulo seguinte: “Visto como despojaste muitas nações, todos os mais povos te despojarão a ti, por causa do sangue dos homens e da violência para com a terra, a cidade e todos os que habitam nela.” (Hc 2.8). “Serás farto de ignomínia em lugar de honra; bebe tu também e sê como um incircunciso; o cálice da mão direita do Senhor se voltará sobre ti, e vômito ignominioso cairá sobre a tua glória.” (Hc 2.16)


Da mesma forma, vemos em nossos dias governantes ímpios que abusam das suas autoridades e fazem tremendas injustiças, inclusive contra a Igreja do Senhor. Mas, não ficarão impunes. O juízo de Deus virá sobre eles, se não for neste mundo, no juízo final não escaparão da ira do justo Juiz. Tanto a Assíria que levou as tribos do Norte para o cativeiro, como a Babilônia que levou o Reino do Sul, foram severamente punidas e não existem mais na atualidade. 


3- O rei Nabucodonosor. O nome Nabucodonosor é de origem acádica, um idioma da antiga Mesopotâmia. Esse nome em acádio era Nabû-kudurri-utsûr, que significa “Nabu protegeu minha herança”. Nabucodonosor é a transliteração do nome grego "Nabouchodonosor" usado na versão grega do Antigo Testamento, a Septuaginta. 


Houve dois reis na Babilônia com esse nome: Nabucodonosor I, que reinou entre 1146 e 1123 A.C., e Nabucodonosor II, que é este mencionado  na Bíblia, e que reinou de 605 a 565 a. C. Nabucodonosor II foi um rei muito poderoso da Babilônia. O pai dele era Nabopolassar, fundador da dinastia dos Caldeus, que reinou vinte e um anos na Babilônia (625-605 a.C.). Inicialmente, Nabucodonosor era o príncipe babilônico que comandava o exército do seu pai, Nabopolassar. Durante a primeira invasão babilônica à terra de Israel, o pai de Nabucodonosor faleceu. Nabucodonosor retornou para a Babilônia, assumiu o trono e reinou quarenta e três anos (605-562 a.C.). 


Nabucodonosor não foi apenas um grande comandante e estrategista militar. Ele foi um grande construtor, que transformou a Babilônia em uma das mais importantes cidades da sua época. Construiu importantes aquedutos para irrigar a cidade, restaurou templos, construiu uma estátua de ouro de aproximadamente 30 metros de altura e fez também os famosos jardins suspensos, que eram uma das sete maravilhas da antiguidade. 


Nabucodonosor, no entanto, era muito soberbo e implacável até com os seus subordinados. No Livro do profeta Daniel, temos os registros de alguns episódios importantes envolvendo este monarca: a postura de santidade de Daniel e seus companheiros no palácio; o sonho de uma grande árvore e a interpretação de Daniel, indicando a loucura do rei, que foi humilhado por Deus, sendo levado a comer erva com os bois; a construção da estátua de ouro, a exigência de adoração a essa estátua e o livramento dos companheiros de Daniel na fornalha de fogo ardente; e o sonho de uma grande estátua e a interpretação de Daniel, mostrando que esta estátua representava os grandes impérios mundiais. 


4- A Babilônia. A história da Babilônia tem origem em Ninrode, o famoso neto de Noé, que intentou construir uma cidade com uma torre, que chegasse aos céus.  (Gn 10.8-10; Gn 11.9). Ele contrariou a ordem de Deus para se espalhar pela terra e povoá-la. Aparentemente, tinha a intenção de fugir de um eventual dilúvio, abrigando-se nessa torre. Por isso pretendia construir esta cidade e a torre para os seus descendentes viverem ali. Mas Deus frustrou os seus planos e confundiu as línguas dos operários e eles não entenderam mais a linguagem uns dos outros. Por isso deram o nome ao lugar de "Babel", que significa confusão. A Septuaginta usa o nome grego Babylon, de origem acádica, que significa "portão dos deuses" e foi transliterado para o português como Babilônia. O nome do país e da capital eram o mesmo. 


Inicialmente, Caldeus e babilônios eram povos diferentes, que habitavam na antiga Mesopotâmia, na região entre os rios Tigres e Eufrates, onde fica o Iraque atualmente. O Livro do Gênesis situa o Jardim do Éden nesta região (Gn 2.14). A família de Abraão também era dessa região e vivia em uma cidade chamada Ur dos Caldeus (Gn 11.28,31; 15.7). Porém, nos dias de Isaías, o profeta se refere aos Caldeus e Babilônios como um mesmo império.  (Is 13.19; 47.1,5; 48.14,20). 


A Babilônia chegou a ser uma nação poderosa durante o império de Hamurabi (1793-1750 a.C.), conhecido pela descoberta de um código de leis muito rigoroso que leva o seu nome e serviu de inspiração para as leis de outros povos da antiguidade. Depois de Hamurabi, o império babilônico entrou em declínio. Posteriormente, em 625 a.C. Nabopolassar, pai de Nabucodonosor, assumiu o trono e deu origem à chamada dinastia dos caldeus, que durou até a queda de Babilônia em 539 a.C., para a coalizão dos medos e persas (Jr 27.7; Dn 5.30,31). Por conta do seu poder e importância, o império de Nabucodonosor II ficou conhecido como Império Neobabilônico.


Os babilônios eram politeístas. Adoravam vários deuses, que eram personificações da natureza, como Sin, o deus-sol de Ur e Harã; Ishtar, a deusa do amor e da guerra; e Enlil, o deus do vento e da terra. A principal divindade era Bel, que em acádico significa “senhor”, também conhecido como Marduk ou Merodaque. É o equivalente ao deus Baal dos cananeus (Jr 2.8). Nabucodonosor mudou o nome de Daniel para Beltessazar, “Bel protege o rei”, em homenagem a este deus babilônico. 


REFERÊNCIAS:


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 34-36.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3216.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 4. 11 ed. 2013. pag. 434.

Block, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Editora Cultura Cristã. pag. 253-254.

MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 4. pag. 438.

TENNEY, Merril. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pág. 656.


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Ev. Weliano Pires

10 outubro 2022

SOBRE O FIM


(Comentário do tópico 2 da Lição 2: Vem o fim)

O segundo tópico fala sobre a expressão “o fim”, usada no capítulo 7 de Ezequiel. Inicialmente, temos uma explicação sobre o sentido desta expressão. Depois, o profeta repete esta expressão e outras similares, com o objetivo de provocar pânico e alertar os seus leitores originais sobre os perigos iminentes. 


1- Sentido (vv.2b, 3a, 6). A palavra “fim”, que no hebraico é qēts. Esta palavra significa “fim, destruição, ruína, morte, condenação”, ou haqēts, com o acréscimo do artigo definido “o fim”. A expressão denota um contexto de julgamento e destruição iminente. O profeta Amós usou esta mesma  expressão hebraica ba ‘haqēts, “vem o fim”, quando anunciou o fim do Reino do Norte, cerca de de 150 anos antes: “Chegou o fim sobre o meu povo Israel” (Am 8.2). Esta profecia de Amós se cumpriu em 722 a.C., quando aconteceu o cativeiro da Assíria. 


Em uma linguagem poética, o profeta Ezequiel anuncia que o fim vem. A poesia hebraica é diferente da nossa. Uma característica dessa poesia é o chamado paralelismo, que consiste em rimas não do som com na poesia ocidental, mas das rimas de ideias. No paralelismo hebraico, acontecem as rimas tanto de sinônimos como de antônimos, muito comum nos Provérbios. A linguagem poética é muito usada na Bíblia. Esse tipo de linguagem além de ser bela, serve para dar mais vivacidade à mensagem e oferece facilidade de memorização da mensagem. No caso de uma profecia com o anúncio de um juízo iminente, a linguagem poética provoca o terror sobre aqueles que a ouvem. 


2- Expressões repetidas sobre o fim. O profeta Ezequiel usa várias expressões sinônimas para afirmar que o fim está chegando: “Vem o fim, o fim vem” (v.2); ”Agora, vem o fim” (v.3); “Vem o fim, o fim vem” (v.6); “eis que vem”; “veio a tua ruína” (v.10). A intenção claramente é causar pânico nos seus leitores originais, para que despertassem. Mas, infelizmente, isso não aconteceu, pois como já falamos, eles não acreditavam que Deus iria permitir a destruição de Jerusalém. Tanto Jeremias em Judá, como Ezequiel na Babilônia, foram usados por Deus para anunciar esta destruição, mas , não foram ouvidos. 


3- A repetição da sentença. Os versículos 4 e 9 são a repetição da mesma sentença. Na língua hebraica não existe o grau superlativo, como na língua portuguesa. Por isso, para expressar uma sentença em um grau superior, ou com urgência, repete-se a palavra ou a frase, como por exemplo: Santo, Santo, Santo; Na verdade, na verdade; Deus meu, Deus meu; etc. Também é comum as pessoas esquecerem os alertas com o passar dos anos. Por isso, Deus sempre se preocupou em repetir várias vezes os seus avisos. Ele sempre ordenou que as suas Palavras fossem escritas para que as pessoas não as esquecessem. Na Lei mosaica, o Senhor ordenou aos Filhos de Israel: "...Estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás sentado em casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te” (Dt 6.6,7). Falando ao profeta Habacuque, o Senhor disse: “Escreve a visão e torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo.” (Hb 2.2). Infelizmente, há pregadores que acham que as pregações não podem ser repetidas. Comparam pregações com obras escritas, que evidentemente, não podem ser a repetição de outras que já foram escritas. A Palavra de Deus pode e deve ser repetida. O que ela não pode jamais é ser falsificada ou adulterada. 


REFERÊNCIAS: 


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 30-32.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3216.

Block, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Editora Cultura Cristã. pag. 247-248.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 643-644.

Block. Daniel,. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Editora Cultura Cristã. pag. 248-249.

Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp.444,45).

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Ev. Weliano Pires

SOBRE A PROFECIA


(Comentário do 1º tópico da Lição 2: Vem o fim)

Este primeiro tópico traz uma descrição desta profecia do capítulo 7 de Ezequiel. Começa com uma introdução à profecia, destacando a fórmula usual do profeta Ezequiel ao introduzir as suas profecias. Fala também da extensão da profecia sobre o fim, analisando a expressão “terra de Israel”, que aparece 17 vezes no livro. Entretanto, o comentarista demonstra que esta profecia é escatológica e não se restringe ao povo de Israel. Por último, faz uma análise etimológica sobre o tempo do cumprimento desta profecia, com base nas expressões: agora, depressa, eis que vem, eis aqui o dia e vem a tua sentença. 


1- Introdução (vv.1,2a). Na introdução a esta profecia do capítulo 7 de Ezequiel temos a expressão “veio a mim a Palavra do Senhor” (v. 1). É uma expressão característica dos profetas do Antigo Testamento, que demonstra que a fonte daquelas palavras do profeta é o próprio Deus e que o profeta não está falando de si mesmo, ou expressando a própria opinião. Há outras expressões que revelam que o profeta falava em nome de Deus como: Assim diz o Senhor, visão do profeta tal, peso que viu o profeta tal, etc. Todas estas expressões indicavam que era Deus que estava falando. Mesmo assim, o povo não deu crédito.


2- Extensão (v.2b). Este anúncio do juízo divino inicia-se no capítulo 5 do livro de Ezequiel, falando da cidade de Jerusalém e do centro de Judá. No capítulo 6, fala das montanhas de Israel. Por fim, no capítulo 7, temos o anúncio dos juízos de Deus sobre todo o Israel e sobre os quatro cantos da terra. Fica claro nesta profecia que os juízos de Deus viriam não apenas para a terra de Israel, nos dias de Ezequiel, mas para todas as nações, o que ocorrerá após a vinda de Jesus. 


O fator importante a destacarmos é que em todos os seus julgamentos, Deus sempre avisa com bastante antecedência e insistentemente, para que as pessoas se arrependam e não seja necessária a destruição. A destruição de Jerusalém foi anunciada muito antes de vir o cativeiro. O profeta Jeremias profetizou cerca de trinta anos antes de Ezequiel, alertando o rei e o povo para que se arrependesse, mas não foi ouvido. Ao contrário, foi duramente perseguido. O rei preferiu dar ouvidos a falsos profetas que entregavam falsas mensagens de paz e prosperidade. Hoje não é diferente. As pessoas preferem dar ouvidos a mensagens de prosperidade e de autoajuda, em vez de ouvirem mensagens que conclamam ao arrependimento e santidade. Mas os juízos de Deus se aproximam. 


3- Quando? (vv.3a, 8a). As expressões: “Agora vem o fim […]” (Ez 7.3-a); “[…] vem o tempo; chegado é o dia […]” (Ez 7.7); “Eis aqui o dia, eis que vem […]” (Ez 7.10); “Vem o tempo, é chegado o dia […]” (Ez 7.12), ao longo do capítulo 7 de Ezequiel, demonstram que o momento dos juízos divinos haviam chegado. Deus havia dado tempo para que se arrependesse, usando os seus profetas para os alertar, mas o povo não deu ouvidos. Judá já estava no cativeiro e agora vem a sentença irrevogável da destruição de Jerusalém. A palavra “agora”, no versículo 3 é a tradução do termo hebraico ‘attah’, que indica uma ação contínua e ininterrupta. Ou seja, o juízo de Deus já estava em andamento e não seria interrompido. 


O povo de Israel foi instruído na Lei mosaica de que a idolatria e a apostasia levariam a ao cativeiro, desde o tempo de Moisés, antes de se tornarem uma nação estabelecida (Lv 26.33-37; Dt 28.25, 36, 37). No período dos Juízes também, várias vezes o povo caiu na idolatria e Deus levantou inimigos para os dominar. No período da monarquia também, os reis que se entregaram à idolatria sofreram as consequências. No caso das dez tribos do Norte, persistiram no pecado da idolatria e, mesmo sendo alertados pelos profetas, não se arrependeram, até que finalmente veio o cativeiro da Assíria em 722 a. C. Isso deveria ter servido de exemplo para o Reino do Sul, mas, eles também não aprenderam a lição e se entregaram à idolatria. A Bíblia nos deixa claro que Deus é misericordioso, bom e longânimo (Rm 2.4; 2 Pd 3.9). Mas Deus também é implacável contra os pecadores que endurecem o coração e recusam a se arrependerem: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus Vivo” (Hb 10.31). 


REFERÊNCIAS:

SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pag. 28-29.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3215, 3216.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento: Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 643.

Block, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Editora Cultura Cristã. pág. 247,248.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1179.


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Ev. Weliano Pires


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 2: VEM O FIM


Esta lição faz uma análise do capítulo 07 de Ezequiel, que trata dos juízos de Deus sobre a nação de Israel e sobre todas as nações. Nesta profecia, o atalaia de Israel faz um alerta ao povo de Deus sobre o iminente juízo de Deus sobre a nação de Israel dizendo: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra. (Ez 7.2). Esta profecia era um anúncio do castigo de Deus que seria aplicado ao povo de Judá através de Nabucodonosor, rei da Babilônia. Entretanto, esta profecia tem implicações globais e e escatológicas. 


Os habitantes de Jerusalém daquela época não acreditavam que Deus permitiria a destruição de Jerusalém, porque o templo estava em Jerusalém e Deus havia feito uma aliança com Salomão, quando a glória de Deus encheu o templo. Isso vinha acontecendo desde os tempos de Jeremias (Jr 7.3,4). Entretanto, o contexto era outro. Em vários textos bíblicos, Deus alertou o seu povo de que se eles o deixassem, seriam levados para o cativeiro. 


Em nossos dias, acontece a mesma coisa. A verdadeira Igreja de Jesus segue alertando a humanidade de que em breve Jesus voltará para buscar a sua Igreja e em seguida virão os juízos de Deus, na grande tribulação. A Igreja alerta também sobre o terror da eternidade sem Cristo, que será no lago de fogo. Mas, as pessoas preferem continuar no pecado, pois não acreditam que Deus irá condenar ninguém à perdição eterna. Entretanto, a Palavra de Deus nos assegura que o juízo final virá e será sem misericórdia (Tg 2.13; Ap 20.11-15). 


O primeiro tópico traz uma descrição desta profecia do capítulo 7 de Ezequiel. Começa com uma introdução à profecia, destacando a fórmula usual do profeta Ezequiel ao introduzir as suas profecias. Fala também da extensão da profecia sobre o fim, analisando a expressão “terra de Israel”, que aparece 17 vezes no livro. Entretanto, o comentarista demonstra que esta profecia é escatológica e não se restringe ao povo de Israel. Por último, faz uma análise etimológica sobre o tempo do cumprimento desta profecia, com base nas expressões: agora, depressa, eis que vem, eis aqui o dia e vem a tua sentença. 


O segundo tópico fala sobre a expressão “O fim”, usada no capítulo 7 de Ezequiel. Inicialmente, temos uma explicação sobre o sentido desta expressão. Depois, o profeta repete esta expressão e outras similares, com o objetivo de provocar pânico e alertar os seus leitores originais sobre os perigos iminentes. 


O terceiro e último tópico fala sobre o grande inimigo de Israel naquela ocasião, que era Nabucodonosor, rei da Babilônia. O profeta uma a simbologia de uma árvore, dizendo: “Já floresceu a tua vara”. (Ez 7.10). Deus levantou Nabucodonosor como instrumento para punir Israel por causa da idolatria. Entretanto, por causa da sua soberba, o rei da Babilônia acabou extrapolando os limites dos castigos. Este tópico apresenta também algumas informações sobre o rei Nabucodonosor e sobre o império babilônico. 


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Ev. Weliano Pires

05 outubro 2022

ORDENAÇÃO AO MINISTÉRIO DE EVANGELISTA


A paz do Senhor Jesus!


Ontem (04/10/2022), foi a minha ordenação ao ministério de Evangelista, na 49ª Assembléia Geral Ordinária, da Convenção Fraternal das Assembléia de Deus no Estado de São Paulo (CONFRADESP), em nossa Sede estadual no bairro do Belenzinho em São Paulo-SP. A referida convenção é presidida pelo Pr. José Wellington Bezerra da Costa e filiada à Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB), que, por sua vez, é presidida pelo Pr. José Wellington Costa Júnior. 


Na minha infância e juventude, servi a Deus na Assembléia de Deus, Ministério do Recife, em Terra Nova - PE, ligada ao Campo de Cabrobó - PE, onde fui batizado em 16/08/1985. Desde o ano 2000, sirvo ao Senhor na Assembléia de Deus, Ministério do Belém em São Paulo, tendo passado pelo bairro do Jaguaré, na capital paulista por cinco anos e por Osasco, na Grande São Paulo, onde permaneci por 12 anos. Fui membro, cooperador, diácono e presbítero. Desde dezembro de 2017, estou servindo a Deus no Campo de São Carlos - SP.


Quero aqui agradecer primeiro a Deus pela salvação da minha alma e chamada para o ministério; aos meus pais, José Lopes e Maria Eunice, pela educação cristã evangélica que me deram; Agradeço também a todos os meus pastores, que ao longo da minha vida cristã, me deram ensino bíblico, aconselhamento e apoio ministerial ao longo da minha vida. 


Agradeço ao Pr. Eli Martins de Souza, Presidente do Campo da Assembléia de Deus, Ministério do Belém, em São Carlos - SP, e ao Pr. Fabrício Luciano Cayuella, meu pastor local, pela indicação do meu nome; Agradeço também a todo o corpo ministerial do campo de São Carlos pela aprovação; e a toda a Igreja em São Carlos, especialmente, a congregação Monte Horebe, onde congrego.


Por fim, agradeço à minha querida esposa, Márcia Ramalho, companheira fiel, que já caminha lado a lado comigo há 19 anos, me apoiando em todos os aspectos. 


Deus abençoe e continuem orando pelo meu ministério. 



Ev. Weliano Pires


São Carlos, 05 de Outubro de 2022.

03 outubro 2022

SOBRE A CASA DE ISRAEL.

(Comentário do 4⁰ trimestre da Lição 1: Ezequiel, o atalaia de Deus).


Neste quarto tópico falaremos sobre a responsabilidade do profeta como atalaia de Israel, fazendo um paralelo com a responsabilidade do cristão. Deus constituiu Ezequiel como atalaia de Israel para alertar o seu povo sobre os perigos. Nesta função, Ezequiel foi alertado por Deus de que, se ele avisasse ao ímpio e este não se convertesse, o ímpio pereceria. Mas, o profeta estaria livre da responsabilidade. Entretanto, se o profeta não avisasse, o ímpio pereceria, mas o profeta seria responsabilizado. O mesmo acontece com o cristão, que foi chamado por Deus para pregar o Evangelho aos perdidos. Falaremos mais detalhadamente sobre este assunto na Lição 07.


1- A Responsabilidade do atalaia. Conforme vimos no tópico anterior, o atalaia ficava em um posto elevado e tinha responsabilidade de avistar o perigo de longe e avisar aos seus superiores, para que tomassem providências. Em sentido figurado, os profetas foram chamados de atalaias, pois deveriam alertar o povo sobre os perigos de permanecerem em seus pecados. Falando com Ezequiel, o Senhor disse: Mas tu, ó filho do homem, ouve o que eu te falo, não sejas rebelde como a casa rebelde; abre a tua boca, e come o que eu te dou. (Ez 2.8). Vemos portanto que, a função do atalaia de Deus é falar o que Ele mandar, independente se as pessoas ouvirão ou não. 


Se o atalaia receber a ordem de Deus para avisar o ímpio para que abandone o seu pecado e este não obedecer, o ímpio irá perecer em seu pecado, mas o atalaia estará livre da responsabilidade. Entretanto, se Deus mandar e o atalaia não avisar, o ímpio perecerá em seus pecados, mas Deus irá cobrar a responsabilidade do atalaia não ter avisado. No contexto do Evangelho, nós somos atalaias de Cristo. Recebemos a incumbência de pregar o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15; Mt 28.19). Se não ouvirem a nossa pregação e nos ridicularem, não importa. O importante é ser fiel ao Senhor e cumprir a nossa missão. Deus é justo, amoroso e bom. Ele quer salvar a todos e não quer que ninguém se perca. Por isso, Ele convoca os seus atalaias para proclamarem a sua mensagem. 


2.  A Responsabilidade do ímpio. A responsabilidade não é só do atalaia. O ímpio também é responsável se ele perecer em seus pecados. Se ele ouvir os alertas do atalaia e, mesmo assim, não se arrepender, a mensagem do atalaia será um testemunho contra o ímpio. Quando Deus envia uma mensagem através dos seus atalaias, Ele já sabe que muitos não darão ouvidos. Mas isso só aumenta a responsabilidade do ímpio. O sucesso de uma pregação não está na quantidade de pessoas que se converteram e sim na quantidade de pessoas que ouviram e entenderam. 


Existem terrenos que são produtivos e a semente do Evangelho irá nascer e crescer. Entretanto, há outros cheios de pedras, que a mesma semente, com o mesmo pregador não a fará nascer. Por isso precisamos tomar cuidado com a numerolatria, ou seja, a idolatria da quantidade. Muitas Igrejas avaliam o trabalho de um pastor pela quantidade de pessoas batizadas e pelas contribuições financeiras à Igreja. Estas Igrejas entendem que, se não há candidatos ao batismo e as contribuições estão caindo, é porque não está havendo conversões e o número de crentes está caindo. 


Embora haja a necessidade de vermos almas se convertendo e crentes contribuindo para a manutenção e crescimento da Igreja, essa forma de avaliar é equivocada e leva a algumas distorções, por parte de pastores que querem apresentar números favoráveis. Alguns acabam batizando pessoas não convertidas e pregando a teologia da prosperidade para aumentar a arrecadação. O correto é avaliar se o trabalho está sendo feito corretamente, como a Bíblia ensina. A nossa responsabilidade é pregar fielmente o Evangelho, quer as pessoas se convertam, quer não. 


3. A Extensão de nossa Responsabilidade. Há pessoas que pensam que não se deve pregar para crentes e que devemos nos preocupar apenas com os de fora. Mas isso não é correto. Existem pessoas que estão dentro da Igreja e não são convertidas de verdade. Há também aqueles que esfriaram na fé e pararam na caminhada. Estas pessoas também necessitam que os atalaias de Cristo lhes tragam mensagens de encorajamento, ensino e repreensão, para que não se percam. Tiago no final da sua Epístola escreveu: “Irmãos, se algum dentre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados.” (Tg 5.19,20). Portanto, se virmos que algum crente está vacilando na fé, temos a obrigação de alertá-lo. 


O importante na vida de um cristão não é a forma como ele começa a sua carreira, ou como se se comportou durante a jornada e sim, como ele termina a sua carreira. Paulo escrevendo a Timóteo, no final da sua jornada terrena, disse: “Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé”. (2 Tm 4.7). 



REFERÊNCIAS: 


CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3207.

Block. Daniel,. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Editora Cultura Cristã. pág. 159.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3207-3208.

Block, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Editora Cultura Cristã. pág. 159.


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Pb. Weliano Pires

02 outubro 2022

SOBRE O ATALAIA


(Comentário do 3º tópico da Lição 01: Ezequiel como o atalaia de Deus).

O texto bíblico para este terceiro tópico é o capítulo 3 de Ezequiel, nos versículos 16 e 17. Falaremos sobre Ezequiel como o atalaia de Israel e sobre a expressão “filho do homem” O próprio Deus disse que escolheu Ezequiel como “o atalaia de Israel” (Ez 3.17). O atalaia era uma espécie de sentinela que ficava em um posto elevado, observando possíveis aproximações de inimigos, para avisar à segurança dos reis. Ezequiel foi escolhido como atalaia ou vigia para alertar o povo sobre os perigos do pecado. Deus também se refere a Ezequiel como “Filho do homem”, uma referência à fragilidade e pecaminosidade humana. 


1.  Atalaia. A palavra portuguesa atalaia tem origem no termo árabe “at-tallaat”, que significa “lugar alto”. Segundo a Bíblia de Estudo Palavra-chave, a palavra hebraica usada em Ezequiel, traduzida por atalaia é “saphah”  que significa inclinar para a frente, investigar a distância; observar, esperar; estar sobre, vigiar, espiar, ficar esperando, olhar, estar atento, atender, esperar, espreitar, estar de guarda, atalaia”. 


Devido aos perigos constantes de invasões de inimigos, as cidades antigas eram cercadas por muros altos e resistentes. Em cima destes muros, ou em torres altas ficava um guarda como sentinela, observando os arredores da cidade. Se notasse algum perigo à espreita, gritava imediatamente aos seus superiores, para que avisassem ao rei e se precavessem. Os atalaias também vigiavam as lavouras durante a colheita para evitar furtos. Esta função do atalaia é descrita em 2 Sm 18.24-27 e 2 Rs 9.17-20. 


A atividade do atalaia também é usada no Antigo Testamento em relação aos profetas de em sentido figurado, tendo como base a responsabilidade do atalaia em avisar sobre os perigos iminentes. Da mesma forma, os profetas deveriam avisar aos reis e ao povo, sobre os perigos da infidelidade a Deus (Is 21.6; 52.8; 62.6; Jr 6.17; Ez 3.17). Os falsos profetas são descritos como atalaias cegos, que dormem e não vêem os perigos (Is 56.10). 


2.  O fim dos sete dos dias. (Ez 3.16). No versículo 16 do capítulo 3, “Ezequiel diz: “E sucedeu que, ao fim de sete dias, veio a palavra do Senhor a mim”. Ele faz referência à visão descrita no capítulo 1, na inauguração do seu ministério profético. Ezequiel viu a Glória de Deus e caiu por terra: “Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor ; e, vendo isso, caí sobre o meu rosto e ouvi a voz de quem falava.” (Ez 1.28). O fim dos sete dias que o profeta menciona em 3.16, provavelmente deve ser o período da visão mais o tempo que ele demorou para recuperar, com o impacto daquela visão (Ez 3.14). Muitos profetas na Bíblia receberam as suas profecias através de visões.


Dos dezessete livros proféticos da Bíblia, seis deles começam fazendo referência a um visão ou peso que o Senhor mostrou: (Is 1.1;  Ez 1.4; Hc 1.1; Ob 1.1; Mq 1.1; Na 1.1) Em outros livros como Zacarias e Daniel, não fala que a profecia veio por meio de visões, mas há relatos das visões que estes profetas tiveram. Um fato como nos casos de visão da Glória de Deus é que as pessoas que viram caíram por terra e foi necessário o Espírito Santo o levantar (Ez 1.28; Dn 10.8; Ap 1.17). 


3.  A expressão “filho do Homem.” (Ez 3.17a). Deus conhece a cada um de nós minuciosamente e sabe o nosso nome e endereço. Entretanto, desde a primeira vez em que se manifestou a Ezequiel, Deus não o chamou pelo nome, como fez com Adão, Abraão, Moisés, Samuel, Elias, Daniel e outros. Em todo o livro de Ezequiel, Deus o chama pelo título hebraico ben’ adam, que traduzido é filho do homem. 


Esta palavra aparece 93 vezes em Ezequiel, sendo seis vezes no capítulo 3. O anjo Gabriel usa esta expressão também para falar com Daniel (Dn 8.17). A palavra “Adam” é usada para se referir ao ser humano em geral, homem ou mulher, e “ben” significa filho em sentido literal ou figurado, como um herdeiro ou discípulo de alguém. Portanto, filho do homem significa filho do ser humano, uma referência à natureza frágil e mortal do ser humano. 


No Novo Testamento, o Senhor Jesus usou este título para se referir a Si mesmo. Era uma referência à encarnação do Verbo. Sendo Deus, Jesus tornou-se homem (adam) e viveu neste mundo por 33 anos como Filho do Homem (Ben’ Adam). O primeiro Adam (Adão) era o representante da raça humana e falhou. Entretanto, o segundo Adam (Cristo) viveu neste mundo semelhante a nós, mas sem pecado, e por sua obediência justificou os que nele creram (Rm 5.12-21).

 

4.  O atalaia sobre a Casa de Israel (Ez 3.17b). Mesmo depois de estarem no cativeiro, o povo de Israel continuava sendo uma casa rebelde e necessitavam que alguém os alertasse. Sabendo disso de antemão, Deus constituiu Ezequiel como “o atalaia de Israel”  para entregar-lhes as profecias de Deus e alertá-los dos perigos da desobediência. Deus avisou a Ezequiel que o povo de Israel era uma “casa rebelde” (Ez 2.5,8; 3.9,26,27; 12.3,25; 17.12; 24.3) e alertou-o de que ele não deveria ser rebelde, mas deveria falar o que Deus mandou. 


A missão de um atalaia consiste em ficar atento para ver o perigo e avisar. Não cabe ao atalaia tomar providências contra os perigos ou forçar alguém a fazê-lo. A responsabilidade dele está em ver e avisar. Se o atalaia dormir, não verá o perigo. Se for covarde, não avisará. Em ambos os casos será responsabilizado como veremos no próximo tópico. 


REFERÊNCIAS: 


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Justiça Divina: A Preparação do povo de Deus Para os Últimos Dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pag. 19-20.

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 3207.

BLOCK, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Editora Cultura Cristã. pag. 157.

TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 601.

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3204.


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Pb. Weliano Pires


01 outubro 2022

SOBRE O PROFETA EZEQUIEL


(Comentário do 2º tópico da Lição 1: Ezequiel, o atalaia de Israel

Este segundo tópico traz as informações biográficas do profeta Ezequiel. As poucas informações que temos sobre o profeta Ezequiel são as que estão em seu Livro, pois ele não aparece nos Livros dos Reis e Crônicas. Ezequiel era um sacerdote, que foi levado para o cativeiro babilônico. Na Babilônia foi chamado por Deus para o ministério profético, a fim de admoestar o povo no exílio, que continuava com o coração obstinado. 


1. Identidade. O nome Ezequiel significa "sustentado ou fortalecido por Deus". Ezequiel era filho de Buzi e pertencia à classe sacerdotal em Jerusalém. Foi levado para o cativeiro Babilônia na segunda leva, entre 598-597 a.C. quando foram levados 10.000 pessoas de Judá para a Babilônia (2 Rs 24.12-14). Quando foi para a Babilônia, Ezequiel tinha cerca de 25 anos. A sua chamada para o ministério profético deu-se cinco anos depois, no trigésimo ano da sua vida (Ez 1.1). 


O profeta Ezequiel era casado e a sua esposa faleceu quando Nabucodonosor invadiu Jerusalém. O profeta foi informado por Deus de que a sua esposa iria falecer e que ele não deveria fazer luto. “E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, eis que, de um golpe tirarei de ti o desejo dos teus olhos, mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas.Geme em silêncio, não faças luto por mortos; ata o teu turbante, e põe nos pés os teus sapatos, e não cubras os teus lábios, e não comas o pão dos homens. E falei ao povo pela manhã, e à tarde morreu minha mulher; e fiz pela manhã como me foi mandado. (Ez 24.15-18) 


2. Procedência. Não temos informações na Bíblia sobre a procedência de Ezequiel. Sabemos apenas pelo seu próprio Livro que ele era “filho de Buzi, o sacerdote”. (Ez 1.3). Sendo chamado filho de sacerdote, provavelmente ainda não tivesse assumido o ministério sacerdotal, quando foi deportado para a Babilônia aos 25 anos. As tradições judaicas dizem que ele era natural de um lugar chamado Sarera. 


Após a morte do Rei Josias, o seu filho Jeoacaz reinou em seu lugar. Como era ímpio, Deus o entregou nas mãos de Faraó Neco, rei do Egito. Faraó prendeu Jeocaz e colocou em seu lugar, o seu irmão Eliaquim, cujo nome ele mudou para Jeoaquim. Nesse período, Nabucodonosor dominou Judá, deixando Jeoaquim como seu vassalo. Depois de três anos Jeoquiam de rebelou e Nabucodonosor o levou prisioneiro para a Babilônia, deixando em seu lugar o seu filho Joaquim. O seu reinado durou apenas três meses e Nabucodonosor também o levou prisioneiro para a Babilônia, deixando em seu lugar o seu irmão Zedequias. Com Joaquim foram presos 10 mil judeus, entre estes prisioneiros estava Ezequiel. Na Babilônia, Ezequiel se estabeleceu em uma cidade chamada Tel-Abibe, junto ao Rio Quebar. O seu ministério na Babilônia durou 22 anos.


REFERÊNCIAS:


CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 3197.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pág. 611.

RENOVATO, Elinaldo. Dons Espirituais & Ministeriais: Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, pp.83,84). 

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. 11 ed. 2013. pag. 661.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 611.

GRIDER, Kenneth. Comentário Bíblico Beacon: Ezequiel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 432.


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Pb. Weliano Pires




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