11 julho 2022

LIÇÃO 3: A SUTILEZA DA IMORALIDADE SEXUAL


INTRODUÇÃO À LIÇÃO


Nesta lição estudaremos mais um ataque sutil do inimigo contra a Igreja de Cristo, que é a questão distorção da moralidade sexual. A chamada revolução sexual, que se acentuou a partir dos anos de 1960, trouxe grandes distorções à prática sexual, na sociedade ocidental. Com o advento da TV, os valores judaico-cristãos passaram a ser desconstruídos nas telenovelas, expondo a nudez, os relacionamentos sem compromisso e as traições. A partir dos anos de 1980, veio o crescimento da indústria pornográfica em larga escala. Com a chegada da internet, isso se multiplicou assustadoramente. 


A partir daí, a sociedade vem considerando “normal” práticas sexuais que a Bíblia considera como pecado e abominação, como o adultério, a fornicação, o homossexualismo, a bestialidade, entre outros outros. Algumas destas práticas antigamente eram consideradas crimes e eram extremamente vergonhosas. Deixaram de ser crime e vem deixando de ser vergonhoso para a sociedade. Mas, continua sendo pecado e abominável aos olhos de Deus. 


Quando Deus criou o primeiro casal, uniu-os dizendo: Portanto deixará o homem, o seu pai e a sua mãe e unir-se-á à sua mulher e serão dois numa só carne.” (Gn 2.24). Isso nos ensina que a sexualidade criada por Deus deve ser heterossexual, monogâmico e dentro do casamento. Portanto, sexo antes do casamento (entre solteiros), ex-conjugal (adultério), polígamo, homossexual (entre pessoas do mesmo sexo), bestial (com animais), pornografia e outras abominações que é vergonhoso até citar, contrariam a vontade de Deus.


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022..

CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 6. pag. 192.


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Pb. Weliano Pires

09 julho 2022

A GRAÇA NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO


Comentário do 4º Tópico da Lição 02: A sutileza da banalização da Graça.

No contexto contemporâneo, lamentavelmente, a graça tem sido barateada. Tem uma frase que alguns crentes usam em camisetas, que eu acho muito importante que diz: “Foi pela graça, mas, não foi de graça.” Isto significa que a nossa salvação é fruto da Graça de Deus, porque nós não a merecemos e não pagamos por ela. Mas, isso não significa que ela não custou nada, Jesus pagou o alto preço da nossa salvação na Cruz do Calvário. Por isso, devemos valorizá-la. 


1- A graça barateada. Já discorremos nos tópicos anteriores sobre o significado da palavra Graça e a necessidade que o ser humano tem da Graça de Deus. Vimos também que a doutrina da Graça de Deus foi corrompida ao longo da história da Igreja, mas o seu valor foi resgatado pelos reformadores. Entretanto, mesmo após a Reforma Protestante, de uns anos para cá, a doutrina da Graça vem sendo corrompida novamente, só que no sentido oposto da era pré-reforma. Naquele período, as pessoas se sentiam indignas diante de Deus, por isso, achavam que a Graça era insuficiente e faziam jejuns, orações, penitências e ofertas, a fim de serem aceitas por Deus. 


Atualmente, ocorre o contrário. A Graça está sendo barateada ou banalizada. Este conceito de graça barata foi introduzido na literatura cristã para expressar o estilo de vida secularizado ou mundanizado. Pregam uma Graça onde Deus ama o pecador e não condena o pecado. Falam do amor de Deus, mas não falam da Sua Santidade e Justiça. Ora, Deus de fato é amor e não tem prazer na morte do ímpio. Mas Ele também é absolutamente Santo, não tolera o pecado e exige santidade do seu povo.  (Jo 3.16; l Ts 4.1-8; l Pe 1.13-16),


2- O valor da graça. Quando falamos da Graça de Deus, geralmente falamos que ela é um favor ou um presente imerecido que Deus nos dá. De fato, a Graça é isso, pois nós não merecemos a Graça de Deus e não há nada que possamos fazer para pagar por ela. Mas a Graça é muito mais do que um presente. Ela não custou nada a nós, mas Jesus pagou um preço muito alto. Falando sobre isso, o apóstolo Pedro escreveu: "Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado." (1 Pe 1.14,16). 


Para entendermos este assunto precisamos voltar ao contexto da escravidão, nos tempos bíblicos. Naquele contexto, havia a compra e venda de escravos. Quem comprasse um escravo obtinha propriedade absolutamente sobre ele, inclusive a liberdade de matá-lo, caso não atendesse às suas ordens. Não havia lei para proteger os escravos da tirania, como acontece com as leis trabalhistas atualmente. Qualquer tentativa de cobrar explicações de um senhor de escravos, sobre o tratamento dado aos seus escravos, seria considerada ridícula. 


Foi esta ilustração que os apóstolos Paulo e Pedro usaram, para explicar o preço pago pela nossa redenção. O salário do pecado é a morte, pois, a justiça de Deus exige a punição pelos pecados cometidos. Mas o amor de Deus, não apenas oferece perdão ao pecador arrependido, Ele paga também o preço da nossa dívida impagável para com Deus. Somente o senhor de escravos, que pagou o preço pelo escravo, poderia conceder-lhe a liberdade. Foi exatamente isso que Jesus fez por nós, quando assumiu a nossa culpa e sofreu a punição pelos nossos pecados. 


REFERÊNCIAS:


DANIEL, Silas. A Sedução das Novas Teologias. Editora: CPAD. pág. 55-56.

CARTER, Lindberg. História da Reforma. 1. ed. 2017. Editora: Thomas Nelson Brasil.

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pág. 108.

KISTEMAKER, Simon J. Comentário do Novo Testamento I Coríntios. Editora Cultura Cristã. pág. 331-332.

LUCADO, Max. Nas Garras da Graça: Você não pode escapar do seu amor. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p.170).


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Pb. Weliano Pires


08 julho 2022

A GRAÇA NO CONTEXTO DA REFORMA


Comentário do 3º tópico da Lição 2: A sutileza da banalização da Graça.

No contexto em que se deu a Reforma Protestante, a doutrina da Graça havia sido deturpada e a Igreja ensinava que para alcançar a salvação a pessoa precisava fazer sacrifícios, comprar indulgências e relíquias e necessitava da mediação do papa. Os reformadores Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio, João Calvino e outros, resgataram a doutrina bíblica da salvação pela graça de Deus, mediante a fé e somente através de Jesus Cristo. 


1- A corrupção da doutrina da graça. Desde os primórdios da Igreja Cristã, os apóstolos já enfrentavam problemas com a doutrina da salvação pela Graça de Deus. Os judaizantes insistiam que para ser salvo, o cristão precisava também praticar as obras da Lei. Insistiam que era preciso a circuncisão, a guarda do sábado, a restrição a alguns alimentos e outros preceitos da Lei mosaica. Nas Epístolas aos Romanos e aos Gálatas, o apóstolo Paulo combateu estes ensinos, deixando claro que ao homem é justificado pela fé em Cristo e não por seus próprios méritos. 


No quarto século da era cristã, o Cristianismo se misturou com o estado e se tornou a religião oficial do Império Romano. Por um lado, cessou a perseguição, mas foram concedidos benefícios para os cristãos e isso atraiu pessoas para a Igreja, que não eram convertidas, apenas por interesse. Essa mistura trouxe muitas crenças e práticas do paganismo. Com o tempo foram acrescentando outros ensinos que não tinham fundamento bíblico, como o papado, o purgatório, as orações pelos mortos, o uso de velas nos cultos, as imagens e relíquias, etc. Aqueles que contestassem estes dogmas da Igreja eram tidos como hereges e condenados à morte.  


Além dos falsos ensinos, cresceu também a corrupção e a imoralidade do clero, as intromissões das autoridades da Igreja nos governos e o monopólio da educação ficava a cargo da Igreja. Estes fatores geraram muita insatisfação não apenas dos remanescentes fiéis da própria Igreja, mas também dos governantes de vários países. Uma das práticas que mais contrastava a doutrina da Graça de Deus era a venda de indulgências, que era uma carta assinada pelo Papa, que supostamente livrava do purgatório, um ente querido que havia morrido. A Igreja medieval arrecadou muito dinheiro com esta prática abominável.


Martinho Lutero era um monge agostiniano da Alemanha, que foi ordenado ao Sacerdócio em 1507. Em 1512 recebeu seu grau de doutorado em teologia na Universidade de Wittenberg, onde foi nomeado professor da Bíblia e manteve esta atividade por mais de 33 anos, até a sua morte. Quanto mais ele se dedicava aos estudos da Bíblia, uma dúvida interior o incomodava: Como pode um homem pecador tornar-se justo diante de um Deus absolutamente santo? Lutero enfrentava esta luta interior, com muitas orações, jejuns e vigílias, buscando ser aceito por Deus. Em um dos seus escritos ele disse: 


“Quando eu era monge, esbaldei grandemente por quase quinze anos com sacrifício diário, torturei-me com jejuns, vigílias, orações e outras obras mui rigorosas. Sinceramente, eu cria que assim adquiriria justiça por meus próprios esforços.”


Lutero persistiu nesta luta interior até entender que a justificação não é o que o pecador alcança, mas o que ele recebe; não é o pecador que muda, mas sua situação diante de Deus. Lendo Romanos 1.17: “Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: ‘O justo viverá pela fé’",  Lutero entendeu que o justo viverá da fé. Isto significa que Deus considera justo o pecador, não pelos próprios méritos e esforços mas, pela fé em Cristo.  


Após compreender as doutrinas da graça de Deus e da justificação pela fé, Lutero sentiu-se profundamente incomodado com as práticas da Igreja naquela época. Tentou questionar internamente os seus superiores e escreveu livros contestando os ensinos da salvação pelas obras, a mediação dos santos, a venda de indulgências, a autoridade da tradição e do magistério da Igreja ser equiparada às Escrituras, etc. Em 31 de outubro de 1517, Lutero fixou 95 teses na Igreja de Wittenberg na Alemanha, protestando contra as heresias de Roma. Esta era uma forma de chamar uma universidade para debater um determinado tema naquela época. 


2- A Restauração da doutrina graça. Lutero foi convocado a dar explicações em Roma e renegar o que escrevera. Temendo ser morto, Lutero recusou-se a ir e foi entrevistado pelo cardeal Cajetano e manteve as suas posições. Lutero foi indagado e instado a renegar os seus escritos e se retratar. Mas ele reafirmou tudo o que havia escrito dizendo: 


“A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém.”


Em 1520 saiu uma bula papal dando sessenta dias para Lutero se retratar ou seria excomungado. Os estudantes e professores da universidade onde Lutero lecionava, queimaram esta bula papal e um exemplar da lei canônica, em praça pública. Neste mesmo ano, Lutero escreveu várias obras e tornou-se o principal porta-voz dos reformadores, com notoriedade em toda a Europa. No ano seguinte, em 1521, Lutero foi excomungado. O apoio e proteção do governo alemão foram fundamentais para ele não ser morto. 


A Reforma se espalhou também por outros países da Europa. Os principais ensinos da Reforma Protestante foram resumidos em cinco pontos: Somente a Graça, Somente as Escrituras, Somente a Fé, Somente Cristo e Somente a Deus a glória. Em latim, Sola gratia, Sola Scriptura, Solus Christus e Soli Deo Gloria. O primeiro passo para resgatar a doutrina da Graça, foi o retorno às Escrituras Sagradas (Sola Scriptura) e o reconhecimento dela como a única autoridade nas questões de fé e prática para o cristão. Sempre que alguém busca o perdão de Deus através de méritos e obras humanas, está afastado das Escrituras, bebendo em cisternas e poços imundos. 


REFERÊNCIAS: 

Lindberg, Carter. História da Reforma. 1. ed. 2017. Editora: Thomas Nelson Brasil.

Lawson, Steven J. Pilares da graça. Editora Fiel, 2016.

SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pág. 113.

LAWSON, Steven J. Pilares da graça. Editora Fiel, 2016.

CARTER, Lindberg. História da Reforma. 1. ed. 2017. Editora: Thomas Nelson Brasil.

REEVES, Michael; e CHESTER, Tim. Por que a Reforma ainda é importante. Editora Fiel. 1. Ed em Português. 2017.

https://cpaj.mackenzie.br/historia-da-igreja/reforma-protestante/a-reforma-protestante-do-seculo-xvi/.


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Pb. Weliano Pires

07 julho 2022

A GRAÇA NO CONTEXTO BÍBLICO



Comentário do 2º tópico da Lição 2: A SUTILEZA DA BANALIZAÇÃO DA GRAÇA


Este tópico é uma continuação do assunto do tópico anterior. Vimos a definição da palavra Graça, no hebraico e no grego e que a graça é divina e imerecida. Agora falaremos sobre a necessidade da graça e a sua extensão. Há pontos de vista diferentes no meio evangélico sobre este assunto. Quanto à necessidade da graça, não há dúvidas, exceto nas seitas que ensinam salvação pelas obras ou por merecimento. Com relação ao alcance da graça, no entanto, há divergências. Há também diferença de pensamento sobre a resistência à graça, e a possibilidade de alguém decair da graça. 


1- A necessidade da graça. Não é possível entender a doutrina da Graça de Deus, sem antes compreender a doutrina do pecado. Com relação ao pecado, há várias heresias. Algumas pessoas  negam a existência do pecado, como é o caso de algumas religiões orientais. Outros, acham que o ser humano precisa pagar o preço dos seus pecados, em sucessivas reencarnações, como dizem os espíritas. O pelagianismo, por sua vez, diz que o pecado não afetou a todos e há a possibilidade do ser humano se redimir através dos próprios esforços. Os católicos romanos acreditam na existência do pecado, mas ensinam que o ser humano obtém o perdão de Deus através de obras, sacrifícios, missas após morte e sofrimentos no purgatório. 


A Bíblia, no entanto, nos mostra claramente, que o pecado entrou no mundo através da desobediência de Adão e corrompeu a natureza humana: "Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram." (Rm 5.12. Portanto, não há ninguém neste mundo que tenha nascido sem pecado ou tenha vivido sem pecado. O único que nasceu e viveu sem pecado foi Jesus (Hb 4.15). Paulo que escreveu aos Romanos que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". (Rm 3.23). 


A humanidade, afetada pelo pecado, ficou separada de Deus e incapaz de de reatar esta comunhão, pois a Justiça de Deus exige a punição pelo pecado. Deus tem razão em está irado contra a humanidade perdida e estaria fazendo justiça se os condenasse. Entretanto, se por um lado a Justiça de Deus exige a punição do culpado, o amor de Deus exige a salvação do pecador. É aqui que está o cerne da doutrina da Graça de Deus. O ser humano é culpado diante de Deus e merece ser condenado. Mas Deus, por sua infinita graça, deseja salvá-lo e pagou o preço da sua redenção.


2- A extensão da graça. Na questão da extensão ou alcance da Graça há três pensamentos teológicos diferentes: O universalismo, que ensina que a Graça de Deus foi concedida a todos e salvará a todos; o calvinismo, que ensina que a Graça de Deus foi dada apenas aos eleitos e estes serão salvos, sem a possibilidade de escolher ou resistir; por último, o arminianismo, que ensina que a Graça de Deus foi concedida a todos, porém, Deus concedeu ao homem o livre-arbítrio para escolher ou rejeitar a Graça de Deus.


O universalismo é uma heresia totalmente antibíblica, pois a Bíblia afirma claramente em vários textos que há dois caminhos: o caminho estreito que conduz à vida eterna; e o caminho largo e espaçoso, que conduz à perdição. Jesus afirmou também que os que nele crerem sem salvos e os que não crerem serão condenados. Então, não faz sentido dizer que Deus salvará todos. 


O calvinismo ensina que Deus escolheu um grupo seleto de pessoas que serão salvas e o restante serão condenados. Pregam ainda que Cristo morreu apenas pelos eleitos e que não há a possibilidade dos demais serem salvos porque Deus assim escolheu. Dizem também que não há a possibilidade dos eleitos resistirem à Graça de Deus ou rejeitarem após terem aceitado. As principais doutrinas do calvinismo foram resumidas em cinco pontos, em um acróstico em inglês, chamado TULIP. Cada letra representa uma doutrina:

T - Total depravity / Depravação total

U - Unconditional election / Eleição incondicional

L - Limited atonement / Expiação limitada

I - Irresistible Grace / Graça irresistível

P - Perseverance of saints / Perseverança dos santos.


O arminianismo, por sua vez, ensina que Deus disponibilizou a sua Graça para todos (Tt 3.11) e Cristo morreu por todos e quer salvar a todos (Jo 1.29, Jo 3.16 e 1 Tm 2.4-6). O homem estava morto em seus pecados, mas Deus concedeu a Sua Graça, chamada de Graça preveniente, que convence, chama, ilumina e capacita o homem a decidir se quer ou não ser salvo (Mc 16.16; Jo 6.47). tornando o arrependimento e a fé possível. Entretanto, Deus concedeu ao homem a livre escolha. O arminianismo também foi resumido em cinco pontos:

 1. Vontade livre (Livre arbítrio) 

2. Eleição condicional. 

3. Expiação Universal.

4. Graça resistível.

5. Possibilidade de cair da graça. 


Nós da Assembleia de Deus seguimos o pensamento arminiano pois entendemos que ele tem base bíblica. Em vários textos bíblicos a Bíblia mostra que o homem é recomendado a escolher (Gn 2.17; Dt 30.19; Js 24.15; Ao 22.17);  portanto, tem livre arbítrio. Vemos também em vários textos onde o ser humano resistiu à Palavra de Deus (Is 63.10; At 7.51)  e vemos inúmeros textos recomendando a vigilância para não cair (Mt 26.41; 1 Pe 5.7; Ap 3.11). Se não houvesse a possibilidade de um salvo se perder, não precisaria de orientação para vigiar. 


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

NEVES, Natalino das. Justiça e Graça: Um Estudo da Doutrina da Salvação na Carta aos Romanos. Editora CPAD: 1 Ed 2015. pág. 77-80.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento: ATOS A APOCALIPSE. Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pág. 337.

Roger E. Olson. Arminian Theology: Myths and Realities, p. 35-36.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pág. 433.

LUCADO, Max. Nas Garras da Graça: Você não pode escapar do seu amor. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp.30-32).


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Pb. Weliano Pires

05 julho 2022

COMPREENDENDO A GRAÇA


(Comentário do 1º tópico da Lição 2).

Neste primeiro tópico estudaremos sobre a definição e a natureza da Graça de Deus. O apóstolo Paulo escrevendo aos efésios, ensinou que somos salvos pela graça, mediante a fé. Isso não vem de nós mesmos. É um dom de Deus e não vem das obras, para que ninguém se exalte. (Ef 2.8-10). Mesmo sabendo da definição clássica, que diz que Graça é o favor imerecido de Deus, muitos crentes desconhecem o que realmente significa a Graça de Deus e quais os seus desdobramentos. Alguns chegam a dizer, erroneamente, que no Antigo Testamento a salvação era pelas obras e hoje é pela Graça. Ora, nunca houve em tempo algum, salvação pelas obras. Paulo fala sobre isso, quando diz que Abraão foi justificado pela fé (Rm 4.1-17). 

1- A graça é divina. Os católicos costumam chamar bênçãos de “graça” e dizem: agradeço a São fulano, pela graça alcançada. Isso é um equívoco, mesmo tratando-se de bênçãos, pois qualquer dádiva concedida ao ser humano, vem de Deus (Tg 1.17). Quando falamos da Graça para a Salvação, o primeiro aspecto é que ela provém de Deus. Não há ninguém na terra ou no Céu que possa conceder a Graça salvadora. Tanto a origem quanto a iniciativa da graça estão em Deus. Sendo assim, não há ninguém que possa salvar-se a si mesmo, ou oferecer salvação a outrem. Também não há ninguém que mereça ser salvo, ou possa pagar de alguma forma pela sua salvação. 

O conceito de Graça no Antigo Testamento é muito abrangente. A palavra hebraica “hen”, significa “favor não merecido, concedido por um um superior ao seu subordinado". Tratando-se de Deus para com o homem, pode se referir a  bênçãos materiais, espirituais e livramentos, tanto no sentido físico quanto no espiritual (Jr 31,2; Êx 33.19). Temos também a palavra “hesed”, que significa benevolência ou benignidade entre pessoas que têm um relacionamento entre si, especialmente no caso de Deus para com o seu povo, onde Ele garante a sua “hesed” (2 Sm 7.15; Êx 20.6).

No grego, a palavra traduzida por Graça é “Charis”. Esta palavra aparece 164 vezes no Novo Testamento, sendo 101 nos escritos do apóstolo Paulo. Na literatura grega, “Charis” tinha pelo menos 5 significados: 

1) Algo que causa atração, como a beleza física ou fala.
2) Consideração favorável em relação a uma pessoa.
3) Um favor prestado a outra pessoa
4) Gratidão por um benefício recebido.
5) Usada como locução adverbial em frases como: “charin tinos” (Por amor a alguma coisa). 

No Novo Testamento, a palavra "Charis" também significa gratidão a Deus (1 Ts 5.18); dom concedido por Deus (Rm 12.3); ou mesmo simpatia diante das pessoas (At 2.47).  Mas o sentido pleno de graça foi revelado na pessoa de Jesus Cristo (2 Co 8.9; Ef 1.7; Tt 2.11). 

2- A graça é imerecida. A Graça é a disposição de Deus em oferecer perdão e salvação aos perdidos, que não teriam como ser salvos por seus próprios esforços, nem teriam condições de pagar a sua dívida para com Deus. A ideia aqui é de um réu culpado, que está diante de um juiz e espera receber dele a sentença de condenação, mas, o juiz lhe oferece o perdão da sua pena, sem que ele seja considerado inocente. Não há ninguém na terra que seja digno ou merecedor do perdão de Deus. 

O apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos, citou um trecho do Antigo Testamento que diz: "Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só." (Rm 3.10-12). No versículo 23, ele diz: “Porque todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus.” Jesus contou a parábola do credor incompassivo, para explicar que diante de Deus, todos tínhamos uma dívida impagável e, como Ele nos perdoou, nós devemos também perdoar aos que nos ofendem (Mt 18.13-35). 

Na Epístola aos Efésios, o apóstolo Paulo falou com mais clareza, sobre a Graça de Deus, como passo inicial para a Salvação. Ele disse que nós estávamos mortos em nossos pecados e ofensas, mas Deus que é riquíssimo em misericórdia, com grande amor nos amou, nos vivificou e nos ressuscitou juntamente com Cristo e nos fez assentar nos lugares celestiais, para mostrar aos séculos vindouros as “riquezas da Sua Graça”. Na sequência ele explica que somos salvos pela graça, mediante a fé e que isso não vem de nós mesmos, nem das nossas obras, para que ninguém se glorie, mas é “dom” (Gr. Charis) de Deus. (Ef 2.1.10). 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.
PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pág. 876.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD.

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Pb. Weliano Pires

04 julho 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 2: A SUTILEZA DA BANALIZAÇÃO DA GRAÇA


RESUMO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada fizemos uma introdução ao tema que será estudado durante o trimestre, que são as sutilezas do inimigo contra a Igreja de Cristo. Vimos que os ataques do inimigo são de duas naturezas: espiritual e moral. Vimos também que o inimigo ataca a Igreja de Cristo na esfera religiosa, com ataques internos e na esfera social com leis, decretos e perseguição cultural. Por último, falamos sobre as duas armas fundamentais para a Igreja de Cristo neutralizar estes ataques sutis do inimigo, que são a exposição sistemática da Palavra de Deus e uma vida disciplinada de oração e jejum.  


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 2


Nesta lição estudaremos sobre a doutrina bíblica da Graça de Deus. O grande diferencial do Cristianismo em relação a outras religiões é, sem dúvida nenhuma, a Graça. A idéia de que Deus veio até nós, sem exigências de sacrifícios, penitências, ou ofertas, oferecendo perdão a quem não merece, é somente do Cristianismo. O budismo, a doutrina hindu do karma, a aliança judaica, o código da lei muçulmana, etc. oferecem, cada um deles, um caminho para alcançar a aprovação dos seus deuses ou de Deus. Apenas o cristianismo prega que o amor de Deus é oferecido gratuitamente e sem exigir contrapartida. 


O apóstolo Paulo escrevendo aos efésios, ensinou que somos salvos pela graça, mediante a fé. Isso não vem de nós mesmos. É um dom de Deus e não vem das obras, para que ninguém se exalte. (Ef 2.8-10). A grande maioria dos evangélicos sabe que Graça é o favor imerecido de Deus. Entretanto, a grande maioria não entende a profundidade disso e tem confundido Graça com licença para pecar. É a isso que chamamos de “graça barata”, ou “banalização da Graça”, que é o cristianismo nominal e mundanizado. 


No contexto em que se deu a Reforma Protestante, a doutrina da Graça havia sido deturpada e a Igreja ensinava que para alcançar a salvação a pessoa precisava fazer sacrifícios, comprar indulgências e relíquias e necessitava da mediação do papa. Os reformadores Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio, João Calvino e outros, resgataram a doutrina bíblica da salvação pela graça de Deus, mediante a fé e somente através de Jesus Cristo. Os principais pontos da Reforma Protestante foram: Somente a Graça, Somente as Escrituras, Somente a Fé, Somente Cristo e Somente a Deus a glória. Em latim, Sola gratia, Sola scriptura, Solus Christus e Soli Deo Gloria. 


No contexto contemporâneo, lamentavelmente, a graça tem sido barateada. Este conceito de graça barata foi introduzido na literatura cristã para expressar o estilo de vida secularizado ou mundanizado. Tem uma frase que alguns crentes usam em camisetas, que eu acho muito importante que diz: Foi pela graça, mas, não foi de graça. Isto significa que a nossa salvação é fruto da Graça de Deus, porque nós não a merecemos e não pagamos por ela. Mas, isso não significa que ela não custou nada, Jesus pagou o alto preço da nossa salvação na Cruz do Calvário, Por isso, devemos valorizá-la. 


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

YANCEY, Philip. Maravilhosa Graça. Editora Vida Nova. 3ª Impressão, 2001. pág. 18-19.

 

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Pb. Weliano Pires


02 julho 2022

A IGREJA PROTEGIDA

Foto: comunhao.com.br

(Comentário do 4º tópico da Lição 1)

O apóstolo Paulo disse que as armas da nossa luta não são carnais e que não devemos lutar contra a carne e o sangue, mas contra os principados, potestades e hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais. Ele menciona duas armas principais que a igreja deve usar contra estes ataques do inimigo: a Palavra de Deus e a Oração (1 Tm 1.5). Não há outra forma de vencer os ataques do inimigo, que não seja o ensino sistemático da Palavra de Deus e uma vida de constante oração, nas Igrejas e nos lares. Sem isso, sucumbiremos ante os ataques sutis do inimigo.


1- A exposição da Palavra de Deus. A Palavra de Deus é chamada pelo apóstolo Paulo de "a espada do Espírito" (Ef 6.17). A espada é uma arma de ataque e de defesa. Com ela atacamos o inimigo e suas sutilezas, mas também nos defendemos. Jesus venceu o inimigo no deserto usando a Palavra de Deus em todas as suas investidas contra Ele. Eva, no entanto, estava no paraíso, mas, foi vencida pelo inimigo, porque não estava alicerçada na Palavra de Deus. O inimigo distorceu o que Deus havia dito e ela não soube rebater. Estava mais preocupada com "coisas agradáveis para comer" e "ser como Deus”


Nenhuma Igreja é espiritualmente forte, se não houver exposição constante e sistemática da Palavra de Deus. A Palavra de Deus nos limpa, santifica, ensina, torna-nos sábios, testifica de Jesus e nos fornece o antídoto contra os ataques do inimigo. Portanto, não podemos jamais substituir o ensino da Palavra de Deus por campanhas, louvorzão, obras sociais, teatros e outras "atrações". As pessoas só serão realmente alcançadas para Cristo se for através da Palavra de Deus. 


2- A prática da oração. A oração é uma necessidade na vida do crente, diante das lutas, perseguições e dificuldades que ele enfrenta nesta vida.  Por outro lado, a oração é também um grande privilégio, pois, é através dela que nos comunicamos com o nosso Deus. Há na Bíblia vários tipos de orações: confissões, adoração, súplicas, ações de graça e intercessões. Os homens de Deus no Antigo e no Novo Testamento viam a oração como um recurso poderoso e indispensável, semelhante ao que o alimento cotidiano é para o corpo físico. 


A Igreja deve ser dirigida por Deus e, por isso, deve sempre comunicar-se com Ele em oração, para tomar as suas decisões. O diabo e o mundo querem nos destruir. Precisamos orar em todo tempo, para sermos fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. (Ef 6.10). Na Bíblia o jejum sempre aparece junto com a oração. Ambos são atos de disciplina, autonegação e humilhação, que demonstram total dependência de Deus. O cristão que conhece a Palavra de Deus sabe da importância da oração e do jejum como exercícios espirituais (1Tm 4.8). Pela prática de ambos, o crente estará mais sensível ao Espírito Santo, de modo que sua realização traz constantes benefícios para a nossa vida espiritual, especialmente diante de um mundo materialista e utilitarista. Jesus falou também que há castas de demônios que só podem ser vencidas com oração e jejum. 


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pág. 320.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo: O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pag. 101.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE. Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pág. 694.

GOULD, Glenn. Comentário Bíblico Beacon. I e II Tessalonicenses. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 480.


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Pb. Welian Pires

01 julho 2022

AS ESFERAS DOS ATAQUES DO INIMIGO


(Comentário do 3º tópico da Lição 1). 

No tópico anterior falamos sobre os dois tipos de ataques do inimigo contra a Igreja de Cristo, que são os de natureza espiritual e os de natureza moral. Neste tópico, abordaremos as esferas ou áreas em que eles acontecem. O inimigo age contra a Igreja em duas esferas: religiosa e social. Na esfera religiosa, estes ataques vêm de dentro da própria Igreja, por parte de pessoas que foram vencidas pelos ataques do inimigo e agora estão a serviço dele dentro da Igreja, causando danos e escândalos. Na esfera social, temos os ataques do inimigo à família, com leis e decretos que tentam desconstruir a família tradicional, incentivando o aborto, o divórcio, o sexo sem compromisso, a união homoafetiva, etc. 


1- A esfera religiosa. No capítulo 4, versículo 1, da primeira Epístola a Timóteo, antes de falar dos ataques do inimigo, o apóstolo Paulo falou que "alguns se apostatarão da fé". O verbo apostatar vem do grego "aphistemi", que significa revoltar-se, desviar-se, afastar-se, ou retirar-se. No sentido teológico significa rejeitar uma crença anterior e adotar outra diferente e contraditória em relação à primeira. É abandonar a primeira fé em favor de outra crença.


Na esfera religiosa os ataques do inimigo acontecem envolvendo pessoas de dentro da própria Igreja, inclusive líderes de igrejas e convenções, ou teólogos. Estas adotam doutrinas e práticas que antes eram vistas, respectivamente, como heréticas e pecaminosas e agora eles as consideram normais. Entre estes estão os adeptos da teologia liberal, que negam os milagres da Bíblia e relativizam a Palavra de Deus. Os teólogos liberais negam a inspiração divina da Bíblia e dizem que ela não é a Palavra de Deus, mas apenas a contém. Alguns chegam ao cúmulo de dizer que a Bíblia precisa ser atualizada, não no sentido de atualizar a linguagem, mas no sentido de modificar alguns dos seus ensinos, para adequá-los às suas crenças e estilos de vida pecaminosos. 


Por outro lado, temos aqueles que naufragaram em escândalos sexuais, corrupção, enriquecimento ilícito, divórcio e novo casamento, contrariando os princípios da Palavra de Deus. Ao serem confrontados, em vez de confessarem os pecados e se arrependerem, distorcem a Palavra de Deus e buscam justificar ou relativizar o pecado. Nos EUA e na Europa, já há Igrejas históricas ordenando pastores gays. No Brasil também há Igrejas que aprovam o divórcio em qualquer circunstâncias e já tem pastor dizendo que homossexualismo não é pecado. Isso, sem contar as chamadas igrejas inclusivas que foram criadas e são lideradas por homossexuais. Ao longo deste trimestre teremos lições específicas sobre estes temas.


2- A esfera social. Depois de falar que alguns se apostatariam da fé e dariam ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de demônios, o apóstolo Paulo mencionou que estas pessoas iriam "proibir o casamento e ordenar a abstinência dos manjares." Inicialmente era uma referência ao Gnosticismo e a uma seita judaica chamada de "Essênios".


Para os gnósticos a matéria era essencialmente má e o espírito era bom. Partindo desta premissa, eles negavam a criação, a encarnação e a ressurreição. Havia dois pensamentos sobre o corpo no Gnosticismo. Uma ala seguia o ascetismo, que é a abstinência de coisas relacionadas ao corpo, como ritual de purificação. Eles defendiam que a matéria era má e, por isso, evitavam a sexualidade e praticavam a abstinência de vários alimentos, principalmente a carne. A outra ala seguia a libertinagem, pois dizia que o corpo não tinha nenhum valor e, por isso, as coisas práticas pelo corpo não contaminam o ser humano. 


Os Essênios, por sua vez, eram um grupo separatista judaico, asceta, vegetariano e celibatário. Eles só permitiam o casamento apenas para a reprodução da espécie humana, mas não aceitavam que eles próprios participassem dessa reprodução. Quando o casamento era permitido a algum integrante do grupo deles, era realizado sob protestos e com várias regulamentações severas. Muitos estudiosos da Bíblia dizem que João Batista pertencia a este grupo, pois não se casou e vivia no deserto, alimentando-se de mel e gafanhotos. 


Ora, o casamento foi instituído por Deus e deve ser honrado. (Hb13.4). Não há nada de errado no relacionamento sexual dentro do casamento, nos padrões bíblicos. O que é pecado, segundo a Bíblia, é o adultério, a fornicação, a impureza sexual, a lascívia, o incesto, a bestialidade e o homossexualismo (1 Co 6.10). Da mesma forma, não há de errado com a alimentação, desde que haja moderação e se evite a glutonaria e a bebedice, que são condenadas na Bíblia (Gl 5.21). Toda a criação de Deus é boa. O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus e não é um mero animal irracional.


Na sociedade atual também há vários ataques à família, em escala global. Por outro lado, há muito esforço para normalizar e até incentivar praticas antibíblicas, como o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a ideologia de gênero, o divórcio, a poligamia, a pornografia, a prostituição e outras práticas, que seria vergonhoso até mencioná-las aqui. O mais grave, é que eles defendem absoluta liberdade para quem defende estas práticas. Entretanto, tentam, a todo custo, criminalizar qualquer manifestação contrária a isso, mesmo que seja respeitosa e pacífica. Nas redes sociais, quem se manifesta contrário a isso, é ridicularizado e linchado publicamente no ambiente virtual. Retiram patrocínios e prejudicam a pessoa de todas as formas possíveis. 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pág. 319-320.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo: O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pág. 100-101.

SOARES, Esequias. Heresias e Modismos: Uma Análise Crítica das Sutilezas de Satanás. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.36).


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Pb. Weliano Pires



AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

(Comentário do 2º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No segundo tópico, descreveremos as três princip...