23 maio 2024

O PERIGO DO PECADO NÃO CONFESSADO

(Comentário do 2º tópico da Lição 08: Confessando e abandonando o pecado)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos  do perigo do pecado não confessado. Falaremos dos males dos pecados não confessados. O pecado sempre terá graves consequências, tanto para quem o comete, como para outras pessoas. Falaremos também do pecado de Adão e Eva,  que trouxe consequências, não apenas para eles, mas para toda a raça humana. Por último, falaremos das consequências dos pecados de Davi, que cometeu pecados gravíssimos e, mesmo sendo perdoado por Deus, as consequências vieram sobre a sua família. 

1. Os males dos pecados não confessados. O texto de Provérbios 28.13, que está em nosso texto áureo e foi citado aqui pelo comentarista, diz o seguinte: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” (Pv 28.13). Concluímos, por este texto bíblico, que a confissão dos pecados é uma condição para se alcançar a misericórdia e o perdão de Deus. 

Alguém pode alegar que, pelo fato do texto estar no Livro de Provérbios, não é normativo para a Igreja, pois estamos na Nova Aliança. Entretanto, este ensino é ratificado pelo apóstolo João, no Novo Testamento, quando ele diz: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” A palavra “se” neste texto é uma conjunção subordinativa condicional, que “indica uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou não o fato principal”. 

A falta de confissão dos pecados, impede o perdão de Deus e leva o ser humano a viver uma vida dupla, de aparências e de mentira, fazendo transparecer para os que o cercam, um estilo de vida que não corresponde à realidade. Evidentemente, isso o leva à morte espiritual, pois o pecado não perdoado faz divisão entre o ser humano e Deus (Is 59.2). Veremos nos dois subtópicos a seguir, dois exemplos de pecados não confessados e as suas respectivas consequências. 

2. As consequências do pecado de Adão e Eva. Antes de falar das consequências do pecado, é importante esclarecer o que é pecado. A principal palavra traduzida por pecado na Bíblia é “chata’th” em hebraico e o seu correspondente grego, “Hamartia”. Ambas significam literalmente “errar o alvo”. Há outras palavras traduzidas por iniquidade, injustiça, ilegalidade, insubordinação à autoridade de Deus e falta de integridade, que também são referências a vários tipos de pecado. 

Em resumo, o pecado é a transgressão da Lei de Deus, não a Lei Mosaica, como querem os judaizantes, pois não estamos mais debaixo da Lei. O que é normativo para a Igreja, na atual dispensação são os ensinos de Jesus Cristo e dos seus apóstolos. Aquilo que está no Antigo Testamento e continuou sendo mandamento para o cristão na Nova Aliança, foi ratificado no Novo Testamento, como por exemplo, as proibições da idolatria, homicídio, adultério, mentira, furto, falso testemunho, etc. 

Quando falamos de pecado, precisamos ter em mente que ele contaminou toda a raça humana, sem exceção, (Rm 3.23). É importante saber também que todo pecado tem consequências e a principal delas é a morte espiritual, ou a separação imediata de Deus, pois Ele é absolutamente Santo e não pode conviver com o pecado. O apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos disse que “... o salário do pecado é a morte…”.  Portanto, ninguém pense que pode pecar livremente e não será punido, nem sofrerá as consequências. 

O primeiro casal, Adão e Eva, vivia feliz no Jardim do Éden, tendo de tudo, principalmente a visitação diária de Deus. Eles receberam a advertência de Deus de que no dia em que comessem do fruto proibido, certamente morreriam. Entretanto, preferiram dar ouvidos à voz do inimigo que, distorcendo a Palavra de Deus, disse que não era bem assim, e que eles não morreriam. 

Depois que desobedeceram a Deus, imediatamente perceberam que estavam nus e foram confrontados por Deus. Diante do questionamento de Deus, ambos procuraram desculpas e não assumiram a culpa, ou seja, não confessaram o seu pecado. Adão, colocou a culpa mulher diretamente e, indiretamente, culpou a Deus: “a mulher que deste, me enganou e eu comi.” Eva, por sua vez, culpou a serpente: “A serpente me enganou e eu comi”. Nenhum dos dois disse: “Pequei, me perdoe!”

Conforme colocou o comentarista, eles colheram amargas consequências do seu pecado, não apenas para si, mas também para a sua posteridade. A primeira delas veio sobre os seus corpos, que tiveram a sua condição alterada e passaram a adoecer e envelhecer. A segunda é que eles passaram a ser mortais. A morte física veio não apenas para eles, mas também para as futuras gerações. Por último, a corrupção da natureza humana, que originou a maldade e diversas tensões no gênero humano. Eles mesmos experimentaram a dor de ter um filho assassinado pelo próprio irmão. 

3. As consequências do pecado de Davi. Davi era o filho mais novo dos oito filhos de Jessé, o belemita, que era filho  de Obede e neto de Rute e Boaz (Rt 4.18-21). Sendo ainda um adolescente ruivo e destemido, Davi era o responsável por pastorear as ovelhas do seu pai nas montanhas de Belém de Judá. Este moço tinha habilidade no manuseio da funda, uma espécie de estilingue que os antigos usavam como arma arremessando pedras. 

Davi aparece pela primeira vez na narrativa bíblica, no capítulo 16, de 1 Samuel, durante o reinado de Saul, quando Deus rejeitou a Saul e ordenou que Samuel fosse à casa de Jessé e ungisse um dos seus filhos como rei de Israel. Samuel relutou, pois temia que Saul o matasse por estar ungindo outra pessoa como rei. Mas Deus lhe deu a estratégia, mandando-o convidar Jessé e os seus filhos para um sacrifício ao Senhor. 

Jessé fez passar os seus sete filhos adultos perante Samuel e Deus não escolheu nenhum deles. Indagado se não tinha mais filhos, Jessé respondeu que ainda tinha o menor, que estava no campo com as ovelhas. Samuel mandou chamá-lo e disse que não se assentaria para comer, antes que ele chegasse. Quando Davi chegou, Deus ordenou que Samuel o ungisse como rei. 

Desde a sua escolha até ele assumir o trono, passaram-se cerca de dez anos. Ele venceu o gigante Golias, um valente filisteu que desafiou o exército de Israel por quarenta dias. Foi ovacionado por todo o Israel, mas isso provou a inveja de Saul que passou a persegui-lo pelo resto da sua vida. 

Davi passou pela escola de Deus nas perseguições, lutas, humilhações e fugas por desertos e cavernas. Ele aprendeu a ser dependente de Deus e, neste período, ele compôs muitos salmos, nas suas angústias e aflições. 

Não restam dúvidas de que Davi foi um homem temente a Deus, desde a sua infância. Era um adorador, poeta e habilidoso tocador de harpa, que temia a Deus e louvava ao Senhor com alegria. Setenta e três dos  Salmos da Bíblia atribuídos a ele. O próprio Deus deu testemunho de Davi, dizendo que era um homem segundo o coração de Deus (At 13.22). 

Como rei de Israel, Davi foi um homem de Deus. Davi nunca adorou outros deuses e sempre consultava a Deus, antes de tomar decisões importantes no reino. Desejou construir um templo para o Senhor, mas Deus não permitiu. Ele derrotou muitos inimigos do povo de Deus, conquistou Jerusalém e a estabeleceu como a capital do seu reino. Entretanto, isso não significa que Davi foi perfeito e não cometeu erros. 

Quando já estava consolidado no reino de Israel, sendo muito amado pelo seu povo, Davi, cometeu adultério com Batseba, esposa de Urias, um dos soldados mais fiéis do seu exército, e ainda orquestrou o assassinato dele, de forma covarde por meio de Joabe, que o colocou na frente da batalha dele propósito para que fosse morto. 

Depois que Urias foi morto, Davi casou-se com a viúva e calou-se, como se nada de errado tivesse acontecido. Passaram-se dois anos e Deus enviou o profeta Natã para confrontá-lo através de uma parábola. Sem saber que o personagem da parábola era ele próprio, Davi levantou-se irado e proclamou a sentença: 

– Digno de morte é o homem que fez tal coisa! 

O Profeta, então respondeu:

– Este homem és tu, ó rei. 

Após ser confrontado por Deus, Davi confessou o seu pecado e não culpou ninguém por ele, como fizeram Adão e Eva. Entretanto, conforme está escrito em 2 Samuel 12.11,12, Davi iria colher as consequências amargas do seu pecado e dos crimes covardes contra o seu soldado Urias: “Assim diz o Senhor: Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol. Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o sol.”

Depois disto, o seu filho Amnom estuprou a irmã Tamar e depois foi morto por outro filho de Davi chamado Absalão. Absalão fugiu e passou dois anos no exílio. Quando voltou, usurpou o trono do pai e acabou sendo assassinado por Joabe. Quando Davi envelheceu, na sua sucessão, Adonias, o quarto filho, nascido em Hebrom e filho de Hagite (2 Sm 3.4), usurpou o trono e se declarou rei (1 Rs 1.3), mas acabou sendo morto por ordem de Salomão. 

REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 40.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.856

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: RIO DE JANEIRO, CPAD, 2003, p.856. 

DIANA, Daniela. Conjunções Subordinativas. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/conjuncoes-subordinativas/. Acesso em: 23 mai. 2024




22 maio 2024

A CONFISSÃO DE PECADO

(Comentário do 1º tópico da Lição 08: Confessando e abandonando o pecado)

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos da definição bíblica de confissão. Veremos os significados da palavra hebraica yadah, e das palavras gregas homologeo e eksomologéo, traduzidas por confessar. Na sequência, veremos que a confissão bíblica de pecados traz a ideia de reconhecimento e confissão, para obter o devido perdão. Por último, falaremos do símbolo da confissão de pecados. Com o ato da confissão, a pessoa reconhece que pecou e que, portanto, é indigna de estar na presença de Deus.


1. Definição. O comentarista, que é professor de hebraico e grego, apresentou-nos os significados das palavras que foram traduzidas por confessar em nossas Bíblias. No texto hebraico do Antigo Testamento, a palavra yadah aparece 900 vezes, com o sentido de tomar conhecimento, saber ou reconhecer. O significado desta palavra varia de acordo com o contexto. Literalmente, a palavra significa “usar a mão” ou “lançar algo fora com a mão”. Tem também o sentido de adorar (com as mãos estendidas”, ou “lamentar (torcendo as mãos)”. 


Em outros textos do Antigo Testamento, a palavra Yadah tem o sentido de “confessar ou reconhecer os pecados cometidos”, como aparece no Salmo 32.5: “Confessei-te (yadah) o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei (yadah) ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado.” Ou ainda, em Provérbios 28.13: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa (yadah) e deixa, alcançará misericórdia.” Neste sentido, yadah significa o reconhecimento de que pecamos contra o Senhor e a disposição para abandonar esta prática. 


O Novo Testamento usa a palavra grega homologeo, que é formada por “homou” (junto de pessoas reunidas) e “lógos” (discurso, fala). Esta palavra é usada 25 vezes no Novo Testamento e significa reconhecer abertamente, concordar totalmente, prometer ou  admitir a culpa. O termo grego homologeo deu origem à palavra portuguesa homologar, que significa reconhecer oficialmente. 


O Novo Testamento usa também a palavra eksomologéo, que aparece dez vezes nos escritos neotestamentários e significa reconhecer, concordar totalmente, prometer, dar graças e louvar. No texto de Mateus 3.6, quando João Batista estava  batizando, Mateus usa a palavra eksomologéo, com o sentido de confessar: “E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando [eksomologéo] os seus pecados.” A mesma palavra aparece também duas vezes no texto de Mateus 11.25, com o sentido de reconhecer a honra do Pai: “Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças [eksomologéo] te dou [eksomologeo], ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.” 


2. A confissão bíblica de pecado. A confissão de pecados é condição indispensável para que o pecado seja perdoado. A confissão nacional dos pecados em Israel fazia parte do Dia da Expiação (Yom Kippur): “E confessará o seu pecado que cometeu; pela sua culpa, fará plena restituição, segundo a soma total, e lhe acrescentará a sua quinta parte, e a dará àquele contra quem se fez culpado.” (Nm 5.7). 


Havia também a confissão pessoal dos pecados, como no caso de Davi, que orou a Deus, confessando o seu pecado e pediu perdão (Sl 51). Os profetas também, ao intercederem pelo povo faziam a confissão dos pecados, como no caso de Neemias: “...E faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti, também e a casa de meu pai pecamos”.  (Ne 1.6b). O profeta Daniel também orou confessando os seus pecados e os do povo: “Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel…” (Dn 9.20a). 


No Novo Testamento também vemos que, após João Batista pregar a mensagem de arrependimento, as pessoas iam ter com ele para serem batizados e confessavam os seus pecados: “Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão; E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.” (Mt 3.5,6). O batismo, em si, não tem nenhum poder salvífico. Ele deve estar acompanhado do arrependimento e da confissão dos pecados. 


É importante esclarecer que confessar pecados significa admitir a culpa e não contar os pecados a um sacerdote, ou torná-los públicos. A Igreja Católica ensina a prática da confissão dos pecados aos sacerdotes, como condição para se obter o perdão. Seguindo esta tradição, muitas Igrejas evangélicas também ensinam que o crente deve confessar publicamente os seus pecados ao pastor e até à Igreja. Nesta perspectiva, um homem ou mulher que, num momento de fraqueza, tiveram desejos impuros por alguém, contar isso publicamente em detalhes seria escandaloso! Mas era exatamente isso que acontecia antigamente. 


Não há nenhum fundamento bíblico para isso, pois, na Nova Aliança não existem sacerdotes ou mediadores entre Deus e os homens, além de Jesus (1Tm 2.5). Devemos confessar os nossos pecados a Deus, se pecarmos contra Ele e aos irmãos a quem ofendemos. Portanto, se eu pecar somente contra Deus, devo pedir perdão somente a Ele. Se pecar contra a minha esposa, devo pedir perdão a ela. Caso ofenda a algum irmão, devo procurá-lo pessoalmente, reconhecer o meu pecado e pedir-lhe perdão. Antigamente, os crentes eram obrigados a irem à frente e tornar público o seu pecado, por mais vergonhoso que fosse o ato cometido.


3. O símbolo da confissão de pecado. A confissão dos pecados cometidos não pode ser apenas da boca para fora, ou um indicativo de remorso. É preciso confessar (reconhecer) o pecado e estar disposto a abandonar a prática. Em sua confissão, o pecador arrependido reconhece perante Deus que pecou, sente-se indigno de estar em sua presença e implora o seu perdão. 


Tanto o arrependimento como a confissão dos pecados só se tornam possíveis, mediante a ação poderosa do Espírito Santo em nosso interior. É Ele que nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11). Nenhum ser humano, por si mesmo, iria reconhecer que é pecador e pedir o perdão de Deus. Entretanto, o Espírito Santo nos convence, mas não decide por nós, como dizem os calvinistas. A decisão de reconhecer o pecado, buscar o perdão de Deus e não voltar a praticar aquele ato é do ser humano. 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 40.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.856

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: RIO DE JANEIRO, CPAD, 2003, p.856. 

 H3034 - yadah | DoSenhor - Dicionário Bíblico Hebraico e Grego

Bíblia de Estudo Palavra-Chave: Hebraico e grego. 4ª Ed.

RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015, pág. 2196.

IDEM, pág. 2322. 



21 maio 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 08: CONFESSANDO E ABANDONANDO O PECADO


Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA 


Na lição passada, falamos  sobre os perigos da murmuração. Vimos que o Senhor libertou o povo de Israel da escravidão no Egito e os conduziu à terra prometida. Mas, durante a peregrinação do deserto, repetidas vezes, eles murmuraram contra a liderança de Moisés e contra Deus. Por isso, da geração que saiu do Egito, apenas dois entraram na terra prometida: Josué e Calebe. O apóstolo Paulo alertou os cristãos a não repetirem esta prática.


TÓPICOS DA LIÇÃO 


No primeiro tópico, falamos da murmuração na Bíblia, trazendo o conceito de murmuração em hebraico e grego. Vimos alguns exemplos de murmuradores, no Antigo e no Novo Testamento, e as consequências deste pecado. Por último, falamos do crente murmurador, que está sempre descontente, e se transforma em um instrumento do maligno. 


No segundo tópico, vimos que a murmuração impediu que a geração que saiu do Egito entrasse na terra prometida. Vimos que a murmuração dos Israelitas começou contra a liderança que Deus escolheu e foi também dirigida ao próprio Deus. Por último, vimos que a murmuração é muito perigosa, pois é um ato de extrema impiedade contra Deus, e revela falta de fé e ingratidão.


No terceiro tópico, vimos que a murmuração também nos impede de entrar na Canaã Celestial. Assim como os murmuradores israelitas pereceram por causa da murmuração, um crente que vive murmurando é porque já se encontra espiritualmente morto. Falamos também de outros males advindos da murmuração como a contenda, a rebeldia e o desânimo no meio da Igreja. 


LIÇÃO 08: CONFESSANDO E ABANDONANDO O PECADO 


INTRODUÇÃO 


Nesta lição estudaremos sobre a confissão e o abandono do pecado. Embora não vivamos mais na prática do pecado, pois nascemos de novo, ainda estamos sujeitos a pecar, pois somos falhos e ainda estamos neste corpo mortal. Entretanto, o pecado na vida do cristão sempre será um acidente e quando ocorrer, devemos reconhecê-lo, pedir perdão a Deus e abandonar a prática. Mesmo depois de confessar e abandonar o pecado, o inimigo tenta nos acusar, mas o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado. 


TÓPICOS DA LIÇÃO 


No primeiro tópico, falaremos da definição bíblica de confissão. Veremos os significados da palavra hebraica yadah e da palavra grega homologeo, traduzidas por confessar. Na sequência, veremos que a confissão bíblica de pecados traz a ideia de reconhecimento e confissão, para o devido perdão. Por último, falaremos do símbolo da confissão de pecados. Com o ato da confissão, a pessoa reconhece que pecou e que, portanto, é indigna de estar na presença de Deus.


No segundo tópico, falaremos  do perigo do pecado não confessado. Falaremos dos males dos pecados não confessados. O pecado sempre terá graves consequências, tanto para quem o comete, como para outras pessoas. Falaremos também do pecado de Adão e Eva,  que trouxe consequências, não apenas para eles, mas para toda a raça humana. Por último, falaremos das consequências dos pecados de Davi, que cometeu pecados gravíssimos e, mesmo sendo perdoado por Deus, as consequências vieram sobre a sua família. 


No terceiro tópico, falaremos da confissão dos pecados como o caminho para a cura e a restauração do pecador. Veremos que a confissão deve ser dirigida primeiro a Deus, por intermédio de Jesus Cristo, pois somente Ele pode perdoar pecados. Na sequência, veremos que a confissão de pecados traz cura e restauração. O caminho para isso, é deixar o orgulho de lado e reconhecer diante de Deus que pecou, pois Ele está pronto a nos perdoar. 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 40.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.856

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: RIO DE JANEIRO, CPAD, 2003, p.856. 

17 maio 2024

MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: O perigo da murmuração)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, veremos que a murmuração também nos impede de entrar na Canaã Celestial, assim como impediu que a geração de murmuradores que saíram do Egito entrassem na terra de Canaã. Paulo nos mostra que o destino dos murmuradores é a morte. Assim como os murmuradores israelitas pereceram por causa da murmuração, um crente que vive murmurando é porque já se encontra espiritualmente morto. Há ainda muitos outros males advindos da murmuração como a contenda, a rebeldia e o desânimo no meio da Igreja. 


1. O fim dos israelitas murmuradores. As consequências da murmuração são terríveis. Em toda a Bíblia, todos os que murmuraram se deram mal. Aqueles que murmuraram contra Moisés e contra Deus no deserto, não puderam entrar na terra prometida. Permaneceram por quarenta anos no deserto até morrerem todos. 

Da geração dos israelitas que saíram do Egito, somente Josué e Calebe, que não murmuraram e se mantiveram fiéis à liderança de Moisés, entraram na terra prometida. A geração dos que nasceram no deserto também entraram, mas todos os demais que saíram do Egito, morreram no deserto, por causa da murmuração.

Além disso, houve também outras consequências das murmurações. Alguns murmuradores foram punidos imediatamente. Os murmuradores que estavam na parte da frente, foram consumidos pelo fogo do Senhor (Nm 11.1). Miriã, a irmã de Moisés, murmurou contra a liderança de Moisés e induziu o seu Aarão a fazer o mesmo e, por isso, ela ficou leprosa. (Nm 12.10). Coré, Datã e Abirão também murmuraram contra a liderança de Moisés e se rebelaram contra ele. Deus ordenou que a congregação inteira saísse de perto deles e, em seguida, a terra se abriu e eles foram sepultados vivos (Nm 16.30,31). 


2. O destino dos murmuradores. Escrevendo aos Coríntios, o apóstolo Paulo relembrou estes casos de murmuração dos Israelitas e fez um alerta dizendo: “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor” (1Co 10.10). Deus não mudou e continua abominando o pecado da murmuração, embora a punição não seja a mesma.

Deus não vai fulminar ninguém ou deixar leproso, por causa da murmuração. Mas, o destino dos murmuradores continua sendo a morte, não física, mas espiritual e eterna. Quem entra pelo caminho da murmuração, cria em seu interior uma raiz de amargura, desenvolve a rebeldia e morre espiritualmente. Da mesma forma que os murmuradores de Israel não puderam entrar em Canaã, os crentes murmuradores da Nova Aliança não entrarão no Céu. 


3. Os males da murmuração. Diferente do que muitos imaginam, a murmuração não prejudica apenas o murmurador. A murmuração faz um estrago enorme na Igreja local, pois causa discórdias, contendas, divisões, escândalos e pode levar muitos crentes ao desânimo e até a parar na caminhada cristã. Imagine um novo convertido, que não tem ainda uma estrutura espiritual, ouvir um murmurador falar mal da liderança da Igreja e da própria Igreja! Ele pode se decepcionar e se afastar da Igreja. 

A murmuração é prejudicial também à evangelização. Uma Igreja local que tem crentes murmuradores, acaba tendo dificuldade para evangelizar, pois os murmuradores falam mal da Igreja e da liderança nas redes sociais, sem se importar se os descrentes irão ver. Como alguém vai se converter em uma Igreja onde os crentes falam horrores da liderança da Igreja? Quem faz isso, mesmo que não se dê conta, está se colocando a serviço do inimigo. Ele é o maior interessado em destruir a reputação da Igreja e afastar as pessoas dela. 


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 39.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: RIO DE JANEIRO, CPAD, p.11

Comentário Bíblico Beacon. Volume 1. Rio de Janeiro, CPAD, 2005, p.175.


16 maio 2024

MURMURAÇÃO: IMPEDIMENTO DA PRIMEIRA GERAÇÃO À TERRA PROMETIDA

(Comentário do 2º tópico da Lição 07: O perigo da murmuração)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, veremos que a murmuração impediu que a geração que saiu do Egito entrasse na terra prometida. Veremos que a murmuração dos Israelitas começou contra a liderança que Deus escolheu. Na sequência, veremos que a murmuração foi também dirigida ao próprio Deus. Por último, veremos que a murmuração é muito perigosa, pois ela se configura em um ato de extrema impiedade contra Deus, e revela falta de fé e ingratidão. 


1. A murmuração contra os líderes escolhidos por Deus. O primeiro alvo das murmurações do povo de Israel foram os líderes, que Deus escolheu para libertá-los da escravidão no Egito e conduzi-los à terra prometida. Quando lemos o relato das murmurações desse povo, fica a impressão de que Moisés e Aarão foram lá por conta própria e os forçaram a deixar o Egito. 


Entretanto, quando lemos o início do Livro de Êxodo, vemos que, após a morte de José e de seus irmãos, o povo de Israel foi escravizado pelos egípcios. Para deter o seu crescimento, Faraó deu ordem para as parteiras matarem todos os bebês do sexo masculino que nascessem. As parteiras temeram a Deus e descumpriram esta ordem absurda. O rei do Egito não desistiu e ordenou que jogassem no rio, os meninos que nascessem do povo de Israel. 

Nesse contexto de escravidão e crueldade nasceu Moisés. Deus o salvou milagrosamente da morte quando nasceu e ele foi criado pela filha de Faraó, como se fosse da família real. Entretanto, Moisés foi amamentado e cuidado por sua própria mãe durante a infância e sempre soube que era israelita. 

Na idade adulta, ele matou um egípcio para defender os seus irmãos e teve que fugir para não ser morto por Faraó. Moisés fugiu para Midiã, casou-se por lá e foi apascentar as ovelhas do seu sogro no deserto de Midiã. Aquele que fora instruído em toda a ciência do Egito e criado como um membro da família real, passou quarenta anos vivendo nas montanhas e cuidando de ovelhas. 

Neste período em que Moisés estava em Midiã, sem ter nenhum contato com o seu povo no Egito, a escravidão e a opressão contra Israel continuaram. Não aguentando mais o sofrimento, o povo gemeu e clamou ao Senhor: “E aconteceu, depois de muitos dias, que morrendo o rei do Egito, os filhos de Israel suspiraram por causa da servidão, e clamaram; e o seu clamor subiu a Deus por causa de sua servidão.” (Êx 2.23). 

Após este clamor, Deus ouviu o gemido do povo, atentou para a sua aflição e decidiu libertá-los da escravidão. Deus já havia prometido isso a Abraão, duzentos e quinze anos antes do povo ir ao Egito. (Gn 15.13,14). Agora, Deus iria cumprir a Sua promessa feita a Abraão. 

Deus apareceu a Moisés, do meio duma sarça que pegou fogo e não se consumia, estando ele no Monte Horebe, e chamou-o para libertar Israel da escravidão no Egito (Êx 3.1-10). Moisés, evidentemente, sentiu-se incapaz de realizar tão grande tarefa e relutou bastante com Deus para não ir. Mas não teve jeito, Deus escolheu ele mesmo. Ele argumentou que não sabia falar e Deus falou que o seu irmão Aarão seria o seu porta-voz. 

Deus falou também com Aarão e o enviou ao encontro de Moisés. De volta ao Egito, Moisés encontrou Aarão e contou-lhe tudo o que Deus lhe falou. Em seguida, reuniram os anciãos de Israel e contaram também a eles o que Deus havia falado. Moisés fez os sinais que Deus lhe ordenaram perante eles e o povo creu que realmente Deus os havia enviado para livrá-lo da escravidão. 

A partir daí, o povo de Israel presenciou uma série de milagres de Deus contra o Egito e a favor deles. Não havia nenhuma dúvida de que Deus havia chamado Moisés e Aarão para libertá-los da escravidão e conduzi-los a terra prometida. Entretanto, nas murmurações o povo se levantou contra os líderes que Deus escolhera, acusando-os de os terem tirado do Egito para morrer no deserto. Esta atitude, além de ser covarde e ingrata contra Moisés, era um ato de incredulidade e rebeldia contra Deus.

O mesmo acontece na Nova Aliança com muitos crentes que entram pelo caminho da murmuração. Estas pessoas esquecem que foi Deus quem deu pastores à Igreja (Ef 4.11) e se levantam contra eles: falam mal, caluniam, desobedecem, afrontam e tornam o seu trabalho mais árduo do que já é. Muitos pastores até adoecem com esse tipo de coisa. A Palavra de Deus nos ordena a obedecer aos nossos pastores (Hb 13.17) e a tê-los em grande estima (1 Ts 5.12,13). Ninguém se engane, Deus julgará severamente estes murmuradores. 


2. A murmuração contra Deus. As palavras do povo de Israel foram agressivas contra Deus e demonstraram enorme ingratidão da parte deles. Conforme falamos acima, eles eram escravos no Egito, suspiraram por causa daquela opressão e clamaram a Deus por socorro. Deus os libertou com forte mão, humilhando o poderoso exército de Faraó diante deles. Agora, dois meses após a saída do Egito, eles ousam dizer que preferiam ter morrido no Egito, pois lá, segundo eles, sentavam-se junto às panelas de carne e comiam pão até se fartar. Ora, esta nunca foi a realidade dos escravos em lugar algum! E ainda que fosse, o que eles viveram no Egito foi cruel! Eles trabalhavam duro, eram espancados e ainda viam os egípcios matarem os seus filhos recém-nascidos. 

Deus os libertou da escravidão, abriu o mar para eles passarem, uma coluna de nuvem que protegia do calor durante o dia, uma coluna de fogo os protegia do frio a noite e muitos outros beneficios. Mas, na primeira dificuldade, eles abrem a boca para murmurar e afrontar a Deus dessa maneira! Não aprenderam nada com o seu pai Abraão, que saiu da sua terra, em obediência a Deus, passou por muitas dificuldades e provações, mas nunca murmurou. 

O Senhor atendeu a exigência deles e lhes deu o Maná, um alimento que caía diariamente do Céu, com exceção do sábado. Entretanto, Deus deixou claro para eles que contemplou as suas murmurações. O nosso Deus é bondoso, misericordioso e compassivo. Se nos humilharmos diante dele nos momentos de dificuldade, Ele nos atende e nos socorre. Se em vez de murmurar, eles tivessem clamado a Deus como fizeram no Egito, Deus teria atendido. 


3. Por que é perigoso murmurar? A murmuração, conforme já vimos, não se trata apenas de uma simples queixa ou reivindicação de alguma coisa. O próprio Moisés reclamou com Deus, achando pesado o seu cargo. Mas, no caso da murmuração, trata-se de um ato de rebeldia e extrema impiedade contra Deus. É também um ato de ingratidão contra Deus, que se origina na incredulidade. Quem confia em Deus e o serve de verdade, jamais encontra motivos para murmurar, pois sabe que Deus está no controle de tudo e ouve o nosso clamor, se oramos a Ele. 

Conforme colocou o comentarista, a murmuração torna o ser humano cego diante de Deus e impede que ele veja aquilo que Deus já fez. Israel, por exemplo, foi a nação que mais presenciou milagres. Nenhuma nação experimentou tantos milagres naquela época como o povo de Israel. 

A murmuração os fez esquecer de tudo o que Deus fez por eles e sentir saudades da escravidão no Egito. Além de murmurarem quando faltou água e pão, reclamaram até do Maná que Deus deu, desprezando este alimento que Deus mandava diariamente de graça, chamando-o de “pão vil” (Nm 21.5). 

Nos dias atuais também muitos crentes fazem isso, reclamando de tudo o que Deus deu. Reclamam do marido, da esposa, dos filhos, do trabalho, da Igreja, do pastor, do professor da Escola Dominical, do Superintendente, dos hinos, do uniforme do conjunto, etc. Estas pessoas precisavam passar um período em alguns países pobres, para aprenderem a valorizar o que tem.

Em muitas cidades não existe água potável, esgoto, hospitais, escolas, etc. Muitas crianças morrem de desnutrição de doenças que poderiam ter sido evitadas, se houvesse saneamento básico e alimentação adequada. Em muitos países, as guerras deixam milhares de mortos, órfãos, viúvas e pessoas mutiladas. Em relação ao Evangelho, em muitos países é crime ser cristão e a pessoa pode ser presa ou morta a qualquer momento por causa da sua fé. Enquanto isso, aqui no Brasil, muitos tem de tudo e murmuram. 


O hino 546 da Harpa Cristã nos dá uma orientação importante para mudar esta postura de reclamação: 


Conta as bênçãos! dize quantas são

Recebidas da divina mão!

Vem dizê-las, todas duma vez

E verás, surpreso, quanto Deus já fez!


REFERÊNCIAS: 


GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2º Trimestre de 2024. Nº 97, pág. 39.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: RIO DE JANEIRO, CPAD, p.11

Comentário Bíblico Beacon. Volume 1. Rio de Janeiro, CPAD, 2005, p.175.


A VERDADE QUE LIBERTA

Subsídio da Revista Ensinador Cristão/CPAD  Nesta aula, veremos que o Senhor Jesus é a verdade de Deus encarnada que veio ao mundo para libe...