02 novembro 2023

CONTRIBUINDO PARA MISSÕES

(Comentário do 2º tópico da Lição 06: Orando, contribuindo e fazendo missões)

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, falaremos das contribuições para as missões. Primeiro trataremos da questão do sustento dos missionários, apresentando o fundamento bíblico tanto do Antigo, quanto do Novo Testamento, de que o obreiro é digno do seu salário.

Depois, veremos que contribuir para a missão é ajuntar tesouros no céu. Os frutos da obra missionária serão revelados e recompensados na eternidade. Aqueles que contribuíram também receberão o seu galardão.

Por último, veremos que contribuir para missões é um privilégio. É gratificante para um crente fiel, saber que as suas contribuições financeiras foram usadas para distribuir Bíblias, plantar Igrejas e salvar almas pelo mundo.

1- O sustento dos missionários. Não há como a Igreja cumprir a sua missão e se manter, se não houver contribuições, por parte dos seus membros. A Igreja não recebe, nem poderia receber, verbas do poder público para custear as suas despesas. Tudo o que temos na Igreja foi adquirido com dízimos e ofertas dos crentes fiéis.Alguns crentes reclamam porque além dos dízimos e ofertas, a Igreja ainda faz campanhas para construções, para a missão e outras coisas. Isso acontece porque, infelizmente, o número de dizimistas e ofertantes na Igreja ainda é muito pequeno.  Eu já fui tesoureiro e sei que muitos crentes não dizimam e não ofertam, inclusive obreiros. Se todos os crentes dizimassem e ofertassem, a Igreja não teria tantas dificuldades financeiras. 

Em relação à obra missionária, há uma necessidade enorme de contribuições, pois as despesas para manter um campo missionário são altas. Em um trabalho que está começando, não temos dizimistas e ofertantes regulares. Geralmente, se faz necessário o pagamento de aluguéis, despesas com viagens, literaturas, comunicação, documentação, assistência social, construções, etc. 

Além das despesas com o trabalho missionário em si, é obrigação da Igreja que envia missionário, sustentar integralmente a ele e à sua família. O missionário deixou o seu trabalho secular, a sua pátria, os seus amigos, a Igreja local e se entregou completamente ao trabalho missionário. Portanto, o mínimo que a Igreja deve fazer é dar-lhe um sustento digno. 

Há na atualidade, principalmente na internet, um verdadeiro exército de pessoas que combatem os dízimos e ofertas, alegando que isso era uma prática da Antiga Aliança. Outros, movidos pela avareza, tem o mesmo espírito de Judas Iscariotes, que reclamava de uma mulher que ofereceu um perfume caríssimo para ungir os pés de Jesus, alegando que aquele perfume poderia ser vendido e o dinheiro ser doado aos pobres. 

O próprio texto bíblico esclarece que a preocupação de Judas não era com os pobres, mas porque ele era ladrão e era o responsável pelas ofertas. Claro que a Igreja também deve ajudar aos necessitados, mas isso não pode substituir as suas obrigações para com a evangelização do mundo e o sustento dos obreiros. Uma coisa não exclui a outra. 

No Antigo Testamento, os dízimos e ofertas eram obrigatórios a todos os israelitas, para o sustento dos sacerdotes e levitas, para manter o templo e para ajudar aos necessitados. No Novo Testamento, estes mesmos princípios e finalidades exigidos em relação aos dízimos no Antigo Testamento, também se aplicam à Igreja:  

  • Os obreiros devem ser assalariados (Lc 10.5-7; 1 Co 9.14; Gl 6.6; 1Tm 5.17,18).
  • A Igreja deve fazer missões e suprir os gastos da obra. (1 Co 9.12,13).
  • A Igreja deve ajudar os necessitados ((1 Co 16.1,2).
  • Cada uma deve contribuir de acordo com a sua renda (1 Co 16.2).
  • Como a Igreja poderia cumprir estas obrigações, se não houver contribuições? 

2- Contribuir para missões é juntar tesouros no céu. No conhecido Sermão do Monte, Jesus ensinou a respeito do relacionamento dos seus discípulos com os bens materiais. Em seu ensino, o Mestre contrapôs os tesouros deste mundo com os do Céu e recomendou aos seus seguidores que, não ajuntassem tesouros neste mundo, pois, eles estão sujeitos à deterioração da traça, da ferrugem e à ação dos ladrões. Mas, deveriam acumular tesouros no Céu, pois estes são perenes e jamais poderão ser corrompidos ou roubados. 

Na sequência deste ensino, Jesus afirmou que onde estiver o nosso tesouro, estará também o nosso coração. O Senhor Jesus mostrou em seu sermão, que há incompatibilidade entre servir a Deus e a Mamom, pois não há a possibilidade de agradar aos dois. Mamom é uma palavra aramaica que significa "riqueza"  e envolve propriedades, alimentos, dinheiro, roupas, etc. Nas versões mais atualizadas, temos a palavra "riqueza", no lugar de "Mamom". 

Há dois pensamentos teológicos opostos, que são equivocados, do ponto de vista bíblico, sobre o uso dos bens materiais. Há a teologia da libertação da Igreja Católica, que é totalmente contrária às riquezas e prega que Jesus veio libertar as pessoas não dos seus pecados, mas da opressão dos ricos. No meio evangélico também há uma versão desta teologia chamada de teologia da missão integral. A TMI não é radical como os teólogos da libertação, a ponto de apoiar a luta armada, mas também critica as riquezas e reduz o evangelho à distribuição de renda. 

No outro extremo, está a teologia da prosperidade, que prega que as riquezas materiais são sinais da bênção de Deus e que a pobreza é sinal de maldição. Pregam que Deus é o dono de tudo e, portanto, os seus filhos também têm que ser ricos. Se os teólogos da libertação condenam as riquezas, os da prosperidade condenam a pobreza. Entretanto, nenhum dos dois tem apoio nas Escrituras. 

Jesus não condenou a aquisição de bens materiais, nem tampouco proibiu a previdência e precaução para o futuro. Há inúmeros casos de homens de Deus na Bíblia que eram ricos: Abraão (Gn 14.18-20; 24.1), Isaque (Gn 26.12,13), Jacó (Gn 30.43), Jó (Jó 1.1-3), Salomão (2Cr 1.12), etc. O que Jesus condenou não foi o simples fato de alguém possuir riquezas e sim, colocar nelas a sua confiança e viver a vida apenas com o objetivo de alcançar riquezas e poder. Aliás, esta foi a proposta do diabo a Jesus: ofereceu riquezas e poder terreno, em troca de adoração.

Tanto os nossos investimentos e acúmulos de riquezas neste mundo, quanto aquilo que nós consumimos através do dinheiro, se restringem a esta vida. O ser humano pode ser bilionário e ter todo o conforto que o dinheiro oferece nesta vida. Mas, quando partir para a eternidade, nada disso o acompanhará. Entretanto, os investimentos que fazemos no Reino de Deus serão recompensados na eternidade. 

Evidentemente, as nossas contribuições não servem para nos salvar, pois somos salvos pela Graça de Deus, mediante a fé em Cristo. Mas, haverá recompensas no Tribunal de Cristo para os salvos que contribuíram para o crescimento da Obra de Deus: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo.” (Cl 3.23,24). "Eis que venho em breve! A minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada um de acordo com o que fez. (Ap 22.12).

3- Contribuir para missões é um privilégio. Além de ser um investimento para a eternidade, contribuir com a obra missionária também é um grande privilégio para o crente, ainda nesta vida. O crente fiel, que ama a Deus e as almas dos perdidos, sente profundo regozijo de saber que as suas contribuições serviram para enviar missionários aos países mais distantes e difíceis, onde o Evangelho ainda não havia sido pregado. 

Nem todos podemos ir aos países muçulmanos, comunistas e outros povos que são extremamente hostis ao Cristianismo, anunciar o Evangelho. Mas se houver contribuições, a Igreja poderá enviar missionários que foram vocacionados para levar o Evangelho a estes povos não alcançados. 

A cada relatório missionário, com as notícias do que Deus fez no campo missionário, a Igreja que contribui com missões sente-se também participante dos resultados alcançados. É gratificante saber que a nossa contribuição financeira, mesmo que singela, ajudou a levar o Evangelho a pessoas que viviam nas trevas, sem nenhuma esperança. 

REFERÊNCIAS:

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 51-63.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.39. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.
 

01 novembro 2023

ORANDO PELA CAUSA DE MISSÕES

(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 06: Orando, contribuindo e fazendo missões)

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos sobre a oração pela causa de missões. Falaremos da importância da oração para a obra missionária, tomando como exemplo o apóstolo Paulo, que mesmo sendo grande missionário, sempre rogava a oração das Igrejas por ele. Falaremos da oração pela obra missionária com duas finalidades principais: Primeiro, a intercessão para que os corações dos pecadores se abram para o Evangelho e pelos missionários, para que tenham ousadia na pregação e proteção de Deus; segundo, a intercessão pelo despertamento da Igreja local, para que se envolva com as missões. 


1- A importância da oração na obra missionária. Desde os primórdios, no Antigo Testamento, vemos homens e mulheres de Deus orando e conversando com Deus. Jó intercedia a Deus por seus filhos e, posteriormente, por seus amigos (Jó 1.5; 42.10); Abraão orava e conversava com Deus com frequência (Gn 15; 18); Isaque estava orando, quando Eliezer lhe trouxe a sua esposa Rebeca e, depois, orou ao Senhor pela esterilidade dela (Gn 24.63; 25.21); Jacó, Moisés, Josué, Samuel, Davi, Salomão, Elias, Josafá, Esdras, Neemias, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e muitos outros são exemplos de servos de Deus que oravam, por si mesmos e pelos outros, e Deus lhes respondia. Mulheres de Deus como Débora, Ana, Ester, Maria a mãe de Jesus e outras, também foram servas de Deus, que viviam em oração. 


A Igreja Primitiva seguiu este exemplo e perseverava na oração. Temos vários exemplos no Livro de Atos da oração da Igreja: Oraram antes de escolher Matias como apóstolo; perseveram na oração até serem revestidos de poder; oraram agradecendo a Deus pelas perseguições; oraram quando Pedro foi preso por Herodes, até que ele foi liberto pelo Anjo do Senhor; a Igreja de Antioquia também estava em oração, quando o Espírito Santo chamou Barnabé e Saulo para a obra missionária; Paulo e Silas também oraram na prisão em Filipos e foram libertos milagrosamente.


Ao longo da história da Igreja também houve inúmeros homens e mulheres de Deus, que tiveram profunda comunhão com Deus através da oração. Os chamados heróis da fé revolucionaram o mundo com a pregação do Evangelho e milagres. Mas, por trás destes feitos havia piedosos servos de Deus, que viviam em constante oração. Muitas mulheres também ao longo da história da Igreja, mantinham profunda comunhão com Deus na oração. Enquanto pastores e missionários proclamavam a Palavra de Deus pelo mundo, mulheres de Deus lhes davam amparo na oração. 


O nosso maior exemplo de vida de oração, certamente é o Senhor Jesus. Mesmo sendo o Filho de Deus, Ele passava noites em oração e quando a multidão o cercava, ele fugia para lugares desertos a fim de orar. Jesus orou antes de tomar decisões importantes, como escolher os doze apóstolos. Fez a chamada oração sacerdotal, em favor dos seus discípulos. Orou também quando se aproximava o momento da crucificação. E, por fim, quando estava na Cruz, orou pelos seus algozes. 


A oração, portanto, é uma prática inerente à vida cristã. Considerando que Deus é um ser pessoal e que se comunica com o seu povo, não é possível haver relacionamento com Ele sem oração. Na obra missionária, que é o nosso assunto aqui, não pode ser diferente. O primeiro passo na obra missionária tem que ser a oração, pois como vimos na lição passada, é o Espírito Santo quem dirige a missão e a Igreja precisa falar com Deus antes de iniciar qualquer trabalho missionário. Falaremos abaixo sobre as finalidades da oração na obra missionária. 


2- Interceder. Quando falamos de oração, precisamos ter em mente que há vários tipos de oração: oração de gratidão, oração em forma de louvor e adoração a Deus, oração por uma causa específica, oração de confissão de pecados, entre  outras. No caso da obra missionária, trata-se de oração intercessória, na qual devemos clamar a Deus pelas missões. Nesta oração intercessória pela obra missionária temos várias causas, que devemos apresentar diante de Deus em oração. O comentarista colocou algumas delas, mas a lista é enorme. Destacaremos as três principais. 


A primeira delas é para que as portas se abram para a pregação do Evangelho. O apóstolo Paulo também fez este pedido aos colossenses (Cl 4. 2,3). Existem regiões que são verdadeiros quartéis generais do inimigo e são extremamente fechadas ao Evangelho. Somente com a oração intercessória da Igreja, o Senhor derruba muralhas e abre as portas para que a sua Palavra seja pregada. Foi assim com a chamada cortina de ferro, na extinta União Soviética, China, Cuba, Iraque e em vários países cujos governos eram hostis ao Cristianismo. 


A segunda causa que devemos orar é para que o Espírito Santo trabalhe no interior dos ouvintes, para que dêem ouvidos à pregação do Evangelho, entendam e creiam. Nenhum pregador consegue fazer isso, por mais habilidoso e eloquente que seja. Os missionários são apenas instrumentos usados por Deus para proclamar a Sua Palavra. Mas, quem convence o pecador a deixar o pecado e receber a Cristo, é o Espírito Santo. 


Em terceiro lugar, devemos orar para que Deus conceda mensagens e ousadia aos missionários, para que eles proclamem o Evangelho no poder do Espírito Santo. Conforme vimos na lição passada, não se faz missões com estratégias e discursos humanos e sim, com palavras e ações poderosas dirigidas pelo Espírito Santo. Por isso, a missão feita pelos pentecostais é eficiente, pois temos completa dependência do Espírito Santo para fazer missões. Ainda sobre os missionários, devemos orar pela proteção deles, pela família, pela saúde e vida espiritual. 


3- Despertar a igreja local para a obra missionária. Falamos acima sobre a oração por missões no campo missionário, para que as portas se abram, para que os corações se abram ao Evangelho e para que os missionários recebam de Deus a mensagem e a ousadia. Neste subtópico trataremos da oração por missões no âmbito da Igreja local. 


Devemos orar para que Deus mande mais ceifeiros para a sua seara, como disse Jesus. A seara é grande e os campos estão brancos, mas os obreiros são poucos. Não basta querer ir ao campo missionário, precisa ser chamado e enviado por Deus. O apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos, perguntou: "Como pregarão, se não forem enviados?..." (Rm 10.15a). 


Por outro lado, devemos orar para que mais crentes se despertem para atender o chamado do Mestre. Em muitos casos, o Senhor está buscando pessoas para enviar ao campo missionário dizendo: A quem enviarei e quem há de ir por nós? Precisamos orar para que se levantem servos de Deus, como Isaías, e digam: Eis-me aqui, envia a mim, Senhor. 


Se a Igreja se prostrar diante de Deus em oração, a chama missionária acenderá nos corações e ela terá pessoas dispostas a cumprir o ide de Jesus. Isso não significa que todos irão ao campo como missionários, mas que estarão envolvidos com missões, seja orando, contribuindo financeiramente ou indo ao campo, como veremos nos próximos tópicos.


REFERÊNCIAS:


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 51-63.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.39. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.

ALVES, José. Missão Urbana: Estratégias para a Conquista de Cidades. 1.ed. Rio de Janeiro: 2020, p.63

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: 2004, pp.1495


30 outubro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 06: ORANDO, CONTRIBUINDO E FAZENDO MISSÕES

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA


Na lição, estudamos sobre missões na perspectiva pentecostal. Vimos a relação intrínseca que há entre a obra missionária e o poder do Espírito Santo. O Senhor Jesus deixou claro para os seus discípulos que eles precisavam ser revestidos de poder, antes de iniciar a missão da Igreja em Jerusalém (Lc 24.49; At 1.4). Os discípulos aguardaram a promessa e, após serem cheios do Espírito Santo, eles nunca mais foram os mesmos. Passaram a pregar ousadamente o Evangelho, sem nenhum temor. 

No primeiro tópico, falamos sobre a Perspectiva Pentecostal de missões. Falamos sobre o significado de ser evangélico, que é uma designação para os adeptos das teses da Reforma Protestante. Depois, falamos sobre o que é ser pentecostal, que é uma referência aos evangélicos que crêem na atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. Por último, falamos das contribuições pentecostais para a obra missionária. 

No segundo tópico, falamos da obra missionária depois do pentecostes. A causa da obra missionária da primeira igreja foi a descida do Espírito Santo. Falamos do avanço missionário da Igreja Primitiva após o Pentecostes, destacando principalmente os trabalhos de Filipe, Pedro, Barnabé e Paulo. Por último, vimos que Deus não faz acepção de pessoas, citando como exemplo a pregação do apóstolo Pedro na casa do centurião Cornélio.

No terceiro tópico falamos da relação entre a ação do Espírito Santo e a Obra Missionária.  Discorremos sobre a função do Espírito na obra missionária, como por exemplo, ungir, inspirar, separar e enviar missionários ao campo. Vimos também que o Espírito Santo capacita os seus servos para a obra. Por último, vimos que Deus age por meio do Espírito Santo. O Deus dos pentecostais não é como o deus dos deístas, que criou o universo e se afastou deles. Deus não apenas criou todas as coisas, mas as sustenta e intervém nas coisas criadas


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 06: ORANDO, CONTRIBUINDO E INDO FAZENDO MISSÕES


Nesta lição mudaremos o foco para o aspecto prático da obra missionária. Estudaremos o tripé da responsabilidade da Igreja na missão: orar, contribuir e ir. A missão é uma responsabilidade de todos os crentes, sem dúvida nenhuma. Porém, nem todos são chamados para ir ao campo missionário. Alguns são chamados para ficar na Igreja local e dar suporte aos que são enviados ao campo em oração e no sustento. Nas próximas três lições falaremos mais detalhadamente sobre isso.


Deus convoca a todos para fazer missões, mas cada um tem a sua participação específica na missão. A Igreja de Antioquia estava em uma reunião de oração e jejum e o Espírito Santo mandou separar Barnabé e Saulo para uma obra especial, que era a missão transcultural. Os demais irmãos ficaram em Antioquia, orando, fazendo missão local e enviando recursos, como veremos na lição 12.


No primeiro tópico, falaremos sobre a oração pela causa de missões. Falaremos da importância da oração para a obra missionária, tomando como exemplo o apóstolo Paulo, que mesmo sendo grande missionário, sempre rogava a oração das Igrejas por ele. Falaremos da oração pela obra missionária com duas finalidades: Primeiro, a intercessão para que os corações dos pecadores se abram para o Evangelho e pelos missionários, para que tenham ousadia na pregação e proteção de Deus; segundo, a intercessão pelo despertamento da Igreja local, para que se envolva com as missões. 


No segundo tópico, falaremos das contribuições para as missões. Primeiro trataremos da questão do sustento dos missionários, apresentando o fundamento bem bíblico tanto do Antigo, quanto do Novo Testamento de que o obreiro é digno do seu salário. Depois, veremos que contribuir para a missão é ajuntar tesouros no céu. Os frutos da obra missionária serão revelados e recompensados na eternidade. Aqueles que contribuíram também receberão o seu galardão. Por último, veremos que contribuir para missões é um privilégio. É gratificante para um crente fiel, saber que as suas contribuições financeiras foram usadas para distribuir Bíblias, plantar Igrejas e salvar almas pelo mundo. 


No terceiro tópico, falaremos do chamado para ir ao campo missionário. Veremos que Deus quer usar cada crente na obra missionária e todos nós devemos estar prontos para ir onde Ele nos mandar. Há campos específicos para todos e não é necessário mudar de país para fazer missões. Na sequência, falaremos da chama missionária, citando exemplos de profetas e do apóstolo Paulo, que foram chamados diretamente pelo Senhor para uma missão específica. Falaremos também do caráter e testemunho do missionário. Não basta ser chamado por Deus, é preciso fazer a diferença no campo missionário como sal da terra e luz do mundo. Por último, falaremos do perfil do vocacionado. Além de ser chamado por Deus, o missionário precisa cumprir outros requisitos como ser cheio do Espírito Santo, não ser neófito, ser aprovado pela Igreja e ter preparo. 


REFERÊNCIAS:


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 51-63.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.39. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023.

ALVES, José. Missão Urbana: Estratégias para a Conquista de Cidades. 1.ed. Rio de Janeiro: 2020, p.63

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: 2004, pp.1495

27 outubro 2023

A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO E A OBRA MISSIONÁRIA

(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 05: Uma perspectiva pentecostal de missões)

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, falaremos da ação do Espírito santo e a obra missionária. Discorreremos sobre a função do Espírito na obra missionária, como por exemplo, ungir, inspirar, separar e enviar missionários ao campo. 

Depois, veremos que o Espírito Santo capacita para a obra. Nós os pentecostais não fazemos missões com base em méritos humanos, mas cremos que o Espírito Santo nos dirige e nos capacita para fazer missões. 

Por último, veremos que Deus age por meio do Espírito Santo. O Deus dos pentecostais não é como o deus dos deístas, que criou o universo e se afastou deles. Nós cremos no Deus que criou todas as as coisas, mas também sustenta todas as coisas e intervém nas coisas criadas, principalmente na humanidade. 


1. A função do Espírito na obra missionária. Vimos no tópico anterior como foi a dinâmica da obra missionária na Igreja Primitiva, após o Pentecostes. Após o revestimento de poder, os discípulos que outrora eram tímidos e cheios de dúvidas, agora pregavam ousadamente a Palavra de Deus e realizavam milagres, sem nada temer. 


Isso aconteceu porque o Espírito Santo era o protagonista, ou seja, Ele conduzia a missão da Igreja. Os discípulos eram apenas os coadjuvantes, que buscavam a Deus em oração e se submetiam à orientação do Espírito Santo, em tudo o que faziam. Vemos no Livro de Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo chamando pessoas para a obra missionária (At 13.1-3), guiando missionário para falar com uma pessoa (At 8.29), proibindo missionário de ir a uma cidade (At 16.7), etc.


O Espírito Santo tem inúmeras funções na obra missionária, pois é Ele quem a dirige. O comentarista destaca que o Espírito Santo unge, separa, inspira e envia missionários. Falaremos um pouco agora sobre a unção do Espírito Santo e no próximo subtópico falaremos sobre a inspiração, separação e envio de missionários pelo Espírito Santo. 


Quando falamos de ungir, precisamos entender o significado de unção na Bíblia. Em sentido literal, ungir significa derramar óleo em uma pessoa ou objeto, consagrando-o para um serviço ou finalidade específica. Por isso a expressão "óleo ungido" é descabida. Seria o mesmo que dizer "água molhada". No Antigo Testamento, quando se tratava de unção de pessoas, através deste ato simbólico, a autoridade de Deus era conferida à pessoa ungida. Esta autoridade conferida é chamada de unção. 


No Novo Testamento, o Espírito Santo unge ou concede autoridade às pessoas para executarem a obra de Deus. Jesus, por exemplo, é “o Ungido” (Hb. Mashiach; Gr. Christos) de Deus. Um missionário ungido pelo Espírito Santo é alguém que recebeu de Deus a autoridade para realizar esta obra. No Novo Testamento não há o uso de óleo como no Antigo Testamento, pois era simbólico. O único caso em que se usa óleo no Novo Testamento é para ungir os enfermos e deve ser feito pelos presbíteros da Igreja (Tg 5.14,25). À luz do Novo Testamento, não é correto derramar óleo para ordenar obreiros, distribuir óleo ou sair por aí ungindo objetos e imóveis, como se o óleo fosse algo milagroso. Isso é chamado de animismo, que é a idéia de atribuir poderes a objetos inanimados, crendo que um espírito se conecta a eles. 


2. O Espírito Santo capacita para a obra. A obra missionária é conduzida totalmente pelo Espírito Santo. Portanto, ele escolhe, envia e capacita missionários para realizarem esta obra. O envio de missionários pelo Espírito Santo é indispensável. A Igreja apenas reconhece o chamado do Espírito Santo e, sob a orientação dele, ordena ao ministério e envia ao campo. 


A Igreja de Antioquia estava em uma reunião de oração e jejum e o Espírito Santo ordenou que eles separassem Barnabé e Saulo para a obra missionária. A Igreja não escolheu, ela apenas cumpriu a ordem de enviar os escolhidos. É lamentável ver Igrejas oferecendo ministérios e cargos para atrair pessoas. 


A inspiração do Espírito Santo, mencionada pelo comentarista, é uma referência ao sopro na mente dos escritores bíblicos para escrever as Escrituras. Neste aspecto, não existe mais inspiração, pois a Palavra de Deus está completa e ninguém recebe inspiração para escrever ou falar algo que possa ser considerado Palavra de Deus, inerrante, infalível e perfeita. 


Entretanto, o Espírito Santo ilumina a nossa mente para compreendermos a palavra de Deus e nos capacita a transmiti-la com sabedoria e graça. O Espírito Santo tem a mensagem certa para cada pessoa. Portanto, o missionário deve buscar a Deus em oração e pedir que Ele lhe conceda a mensagem a ser pregada. Não se faz missões com palavras persuasivas de sabedoria humana, mas com aquelas que o Espírito Santo concede (1 Co 1.1,13). Por outro lado, o Espírito Santo atua também no coração dos ouvintes para que entendam e creiam mensagem pregada. 


3. Deus age por meio do Espírito Santo. Aqui, o comentarista cita a obra Verdades Pentecostais, do saudoso pastor Antonio Gilberto, para descrever a assistência do Espírito Santo na obra missionária. Na sequência, ele repete o que falamos acima, dizendo que o Espírito Santo “escolhe, envia, capacita e direciona os evangelizadores". Esta assistência contínua e direcionamento do Espírito Santo na Igreja Primitiva está bem patente no Livro de Atos. Vemos a ação contínua do Espírito Santo em todos os momentos da Igreja, seja no chamamento, no direcionamento, nas revelações e até no consolo aos cristãos nas prisões e tribulações. 


Por causa desta ação contínua do Espírito Santo descrita no Livro de Atos dos Apóstolos, alguns estudiosos sugerem que o título deste livro deveria ser Atos do Espírito Santo e não dos apóstolos. De fato, é bem provável que o livro originalmente não tivesse título. Alguns manuscritos o intitulam apenas como “Atos” (Gr. praxeis, que descreve as realizações de grandes homens). Considerando que o Livro traz os relatos dos primeiros passos da Igreja Cristã, liderada pelos apóstolos, foi acrescentado ao título a expressão “dos apóstolos”. O título mais apropriado seria realmente “Atos do Espírito Santo”, pois o Livro registra uma Igreja dirigida pelo Espírito Santo, que por meio dos apóstolos operou sinais e maravilhas e possibilitou a expansão do Cristianismo por todo o mundo conhecido da época. 


O comentarista acrescenta ainda que o Deus da Bíblia não é “deísta”. O  Deísmo acredita que Deus criou o Universo deu-lhe as suas leis de funcionamento e se afastou dele. O Deísmo também endeusa a razão. O Deus da Bíblia é “teísta”, ou seja, é um Deus pessoal, que se importa e se relaciona com o ser humano. Sendo Deus, o Espírito Santo habita em nós e age no meio da Igreja, conduzindo e dirigindo a sua ação. 


Uma Igreja sem a atuação do Espírito Santo é como um corpo humano sem  o espírito. Num primeiro momento, esfria totalmente. Depois, é tomado por vermes e bactérias. Depois, entra em estado de decomposição. A Igreja sem a ação do Espírito Santo cai na frieza ou indiferença espiritual. Depois se torna alvo dos falsos mestres com as suas heresias destrutivas. Com isso, acaba morrendo espiritualmente, como a Igreja de Sardes (Ap 3.1). 


REFERÊNCIAS: 

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. 1ª Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. págs. 40-52.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 95, p.38. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023, pp. 30-41.

POMERVILLE, Paul A. A Força Pentecostal em Missões: Entendendo a Contribuição dos Pentecostais na Teologia Missionária Contemporânea. 1ª. Ed. Rio de Janeiro: 2020, pp.122-23).

A ORAÇÃO DE JESUS PELOS QUE VIRIAM A CRER

(Comentário do 3° tópico da Lição 11: Intercessão de Jesus pelos seus discípulos) Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, falaremos da terceir...