18 setembro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 13 E CONCLUSÃO DO 3⁰ TRIMESTRE DE 2023

Ev. WELIANO PIRES


CONCLUSÃO DO TRIMESTRE


Com a ajuda do Espírito Santo, chegamos à conclusão de mais um trimestre de estudos em nossa Escola Bíblica Dominical. Durante este trimestre, abordamos assuntos de extrema relevância para a Igreja do Senhor, nestes tempos trabalhosos que estamos atravessando. 


Tratamos de várias matérias teológicas como Escatologia, Hamartiologia, Eclesiologia, Antropologia, Ética Cristã, Soteriologia e, principalmente, Apologética. Além destas matérias teológicas, abordamos também matérias seculares como história, filosofia, biologia e ciências sociais, quando falamos de questões político-ideológicas, que são contrárias à fé cristã. Foi um desafio enorme tanto para os professores, quanto para os alunos.


Certamente, o estudo destas lições trouxe esclarecimentos que nos revelaram as sutilezas de Satanás para implantar o seu domínio, através da política, da educação, da cultura, na economia, nos meios de comunicação e até da religião, distorcendo, relativizando e negando a Palavra de Deus. 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 13


Nesta última lição faremos uma conclusão do tema estudado no trimestre. Falaremos da implantação do Reino de Deus neste mundo, que é dominado pelo espírito da Babilônia. Veremos o enorme contraste que há entre aqueles que seguem os valores do Reino de Deus e os que vivem de acordo com o curso deste mundo que jaz no maligno. 


No primeiro tópico, falaremos a respeito do Reino de Deus neste mundo. Iniciaremos falando da encarnação de Cristo. Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio a este mundo implantar o Reino de Deus. Deus é absolutamente santo e, portanto, não pode conviver com o pecado e o homem, vivendo no pecado, não poderia se aproximar de Deus. Por isso, Jesus Cristo, que é Deus, tomou a forma humana e fez-se mediador entre o homem e Deus (1 Tm 2.5). 


Na sequência, falaremos sobre a mensagem do Reino de Deus, que consiste no arrependimento dos pecados e retorno para Deus. Arrependimento significa literalmente "mudança de mente". Esta mudança inclui o abandono do pecado e a volta para Deus. 


Por último, falaremos dos valores do Reino de Deus, que foram resumidos por Jesus no Sermão do Monte. Claro que não são os únicos, pois temos também as Epístolas e o Apocalipse que trazem outros valores inerentes ao Reino de Deus. 


No segundo tópico, falaremos sobre as bênçãos de uma vida no Reino de Deus. Antes de pertencemos ao Reino de Deus, éramos por natureza, filhos da ira e inimigos de Deus. Agora que entramos no Reino de Deus, através de Jesus Cristo, alcançamos as bençãos deste Reino. 


A primeira bênção de uma vida no Reino de Deus é a remissão dos pecados. O pecado é uma ofensa contra Deus e, portanto, somente Ele pode remir ou perdoar esta ofensa. Somente através do sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário, alcançamos o perdão dos nossos pecados. 


A segunda bênção é a adoção de filhos. Adotar um filho é conceder a alguém que não é filho biológico, todos os direitos inerentes a esta condição. Antes de conhecer a Cristo, éramos estranhos e inimigos de Deus. Mas, pela fé em Cristo, recebemos não apenas o perdão dos pecados, mas também o direito de sermos chamados filhos de Deus. 


A terceira bênção é ser herdeiro de Cristo. Deus é o dono de todas as coisas, visíveis e invisíveis, pois Ele tudo criou. Portanto, Ele dá a quem quer e decidiu, soberanamente, conceder as riquezas da sua glória àqueles a quem adotou como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, Seu Filho. 


No terceiro tópico, falaremos sobre os males de uma vida no mundo. Se há muitas bênçãos inefáveis para aqueles que fazem parte do Reino de Deus, por outro lado, há males terríveis e eternos para aqueles que ficarem fora do Reino de Deus e aderirem ao reino deste mundo, que jaz no maligno (1 Jo 5.19). 


O primeiro dos males de uma vida segundo o curso deste mundo é a escravidão do pecado. Jesus disse que todos os que cometem pecado são servos do pecado (Jo 8.34). O pecado domina o ser humano e o torna morto espiritualmente e incapaz de compreender o Evangelho por si mesmo.

 

O segundo mal é que as pessoas que vivem segundo o curso deste mundo tornam-se filhos da ira. Aqueles que vivem na escravidão do pecado e rejeitam voluntariamente a mensagem do Evangelho, continuam escravizados pelos desejos e pensamentos da sua natureza carnal e são “por natureza filhos da ira” (Ef 2.3).


O terceiro e pior dos males é a condenação eterna. Jesus sempre deixou claro que aqueles que nele cressem, seriam salvos, mas, os que não cressem, seriam condenados (Mc 16.16; Jo 3.18). Infelizmente, muitos se deixam enganar por estratégias diabólicas e acreditam que não irão para o inferno, caso rejeitem a Cristo, e até negam a sua existência. Mas a Bíblia é muito clara quanto ao castigo eterno dos ímpios. 


REFERÊNCIAS:


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1806,1807, 1639).

14 setembro 2023

AS ARMAS DA IGREJA DO DEUS VIVO

(Comentário do 3º tópico da Lição 12: Sendo a Igreja do Deus Vivo)


Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos das armas da Igreja de Deus. Na Lição 10, quando falamos da renovação cotidiana do homem interior, vimos que a cultura secularista procura esmagar a vida espiritual do crente, pois é materialista e nega a realidade espiritual, a existência de Deus e os valores oriundos da Palavra de Deus. 


Neste tópico o comentarista nos apresenta duas armas importantes para evitar a secularização da Igreja que são: O zelo pela verdade e o ensino da verdade. Sendo a Coluna e firmeza da Verdade, a Igreja de Cristo tem o dever de zelar, viver e propagar a verdade das Escrituras, com fidelidade, sem omitir, sem acrescentar e sem modificar nada. 


O Senhor Jesus ordenou aos seus discípulos que ensinassem todas as nações a guardar tudo o que Ele mandou. Portanto, é papel da Igreja, não apenas zelar pela Verdade, mas ensiná-la. Uma Igreja que negligencia o ensino da Palavra de Deus, torna-se presa fácil dos falsos mestres e corre sérios riscos de se tornar uma seita. 


1. O zelo pela verdade. Conforme já foi falado no primeiro tópico desta lição, a Igreja é a coluna e firmeza da verdade. A Igreja de Cristo tem o dever de zelar, viver e propagar a verdade das Escrituras, com fidelidade, sem omitir, sem acrescentar e sem modificar nada. A verdade bíblica é absoluta e imutável, portanto, não pode ser relativizada. 


A Igreja Católica ensina que o magistério da Igreja tem autoridade superior à Bíblia e tem poder para criar doutrinas. Para os católicos, não apenas a  Bíblia é a base para estabelecer as suas doutrinas. Eles consideram que a tradição e o magistério da Igreja tem o mesmo valor da Bíblia e até mais, pois aceitam que o magistério pode estabelecer dogmas que contrariam a Bíblia. Jesus nunca concedeu esta autoridade a ninguém. A Bíblia é a completa, inerrante, inspirada e infalível Palavra de Deus. Não podemos ir além daquilo que está escrito. 


Há muitas seitas que dizem crer na Bíblia, mas consideram que os seus escritos, as suas lideranças e supostas revelações têm a mesma ou até mais autoridade que a Bíblia. Os Adventistas do Sétimo Dia, por exemplo, se apresentam como Igreja Cristã, mas, consideram que Ellen Gold White “foi a mensageira de Deus e que foi inspirada, assim como os profetas do Antigo e do Novo Testamentos. Portanto, se Ellen White foi inspirada como os profetas do Antigo e do Novo Testamento, os seus escritos têm a mesma autoridade que os escritos dos profetas não canônicos tiveram para seu tempo.”.


Da mesma forma, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Conhecida como Igreja dos Mórmons), afirma crer na Bíblia, mas acrescenta várias doutrinas antibíblicas, com base no Livro de Mórmon e nas revelações de Joseph Smith, fundador desta denominação. O mormonismo considera como sagrados os seguintes livros: a Bíblia Sagrada, o Livro de Mórmon, o Livro Doutrina e Convênios e o Livro Pérola de Grande Valor. Ou seja, reduz a Bíblia à mera condição de um livro religioso como outro qualquer.


A Bíblia Sagrada é o único manual de fé e doutrina para o verdadeiro cristão, pois é a revelação de Deus escrita. A sua autoridade depende total e exclusivamente do próprio Deus e não dos homens. A Bíblia é autêntica por si mesma. Ela é inerrante, ou seja, completamente isenta de erros. É também infalível, pois as suas palavras se cumprem nos mínimos detalhes. Por ser inspirada ou soprada por Deus, a Bíblia se distingue de qualquer outro livro, pois, Deus é a Verdade e não pode mentir ou falhar.  


2. O ensino da verdade. Conforme afirmamos acima, a Bíblia foi totalmente inspirada por Deus, por isso, ela é perfeita, completa, inerrante e infalível, pois é a Palavra de Deus. Mas, se é assim, por que existem tantas heresias entre aqueles que dizem crer na Bíblia? Existem pelo menos três razões principais para isso:

a) Falta de conhecimento da Bíblia. Jesus disse, certa vez aos saduceus: "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o Poder de Deus". (Mt 22.29). O número de pessoas que se dizem cristãs, inclusive pastores, que desconhecem a Bíblia é muito alto. 

b) Má interpretação da Bíblia. A Bíblia foi escrita em um período de aproximadamente 1600 anos, em um continente totalmente diferente do nosso, em três idiomas diferentes do nosso, os quais não existem mais, e há muitos séculos de distância de nós. Por isso, é preciso interpretar corretamente a Bíblia para entender o que realmente ela diz, para quem está falando e como deve ser interpretado (literalmente, alegoricamente, ou profeticamente). Para isso, temos as regras da Hermenêutica bíblica. 

c) Rebeldia contra a Bíblia. Há pessoas que dizem crer na Bíblia, mas não aceitam algumas partes dela que contrariam as suas idéias. Sendo assim, tentam adaptar a Bíblia às suas crenças e práticas e não o contrário. 


Cabe à liderança da Igreja ensinar incansavelmente a Palavra de Deus à Igreja. Na grande comissão, o Senhor Jesus ordenou aos seus discípulos: "Ide e ensinai todas as nações… ensinando a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado." (Mt 28.19-20). 


Uma das exigências para se exercer o presbitério é estar apto para ensinar. Entre os dons ministeriais também há o dom de mestre ou doutor. Todo pastor, por dever do ofício, deve ser também um ensinador da Palavra de Deus. Uma Igreja que não se dedica ao ensino sistemático da Palavra de Deus e à defesa da verdade, corre sérios riscos de ser engolida pelo secularismo e liberalismo teológico e se transformar em uma seita. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.

Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.537,538, 544-546.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras: A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. 1ª edição: 2021. RIO DE JANEIRO, CPAD. 

PFANDL, Gerhard. The Authority of Ellen G. White Writtings. Disponível em: https://adventistbiblicalresearch.org/materials/adventist-heritage/authority-ellen-g-white-writings



13 setembro 2023

CRISTO E O RELACIONAMENTO COM A IGREJA

(Comentário do 2º tópico da Lição 12:  Sendo a Igreja do Deus Vivo).


Ev. WELIANO PIRES



No segundo tópico, abordaremos o relacionamento de Cristo com a Sua Igreja. Este relacionamento é pautado pela santidade, pureza e caráter irrepreensível. A Igreja sem Cristo estará morta, pois sem Ele nada podemos fazer. 

Falaremos da santidade e pureza da Igreja. Santidade e pureza se referem à separação do pecado e aproximação do Senhor. É um processo contínuo realizado pelo Espírito Santo na Igreja até a glorificação do nosso corpo. 

Depois falaremos da qualificação da Igreja de Cristo: gloriosa e irrepreensível. Paulo compara a Igreja de Cristo a uma noiva pura que aguarda o seu noivo para a festa nupcial, com as suas vestes brancas e limpas. Da mesma forma, a Igreja do Senhor o espera em santidade, com as suas vestes brancas, sem nenhuma mancha de ordem moral ou espiritual. 

1. Santificação e pureza. A Bíblia assegura que sem a santificação, ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). O Senhor Jesus é absolutamente santo e puro. Portanto, a sua Igreja também precisa ser santa e pura. Entretanto, nenhum de nós consegue por si mesmo se santificar e se purificar. Somente o Senhor Jesus, através do seu sacrifício expiatório, pode nos santificar e nos purificar de todo pecado. 

Temos aqui dois aspectos da Salvação: a regeneração e a santificação. O primeiro refere-se ao novo nascimento que o Espírito Santo opera em nós, gerando-nos de novo pela Palavra. O segundo refere-se ao afastamento de tudo o que é mau e a consagração a Deus. Tanto a regeneração quanto a santificação são obras do Espírito Santo. Sem Ele, ninguém consegue nascer de novo e ser santo. 

É importante lembrar também que a santificação não significa que a pessoa se torna divina ou sem pecado. A santificação é posicional, progressiva e futura. Quando nos entregamos a Cristo alcançamos a posição de santos. Depois somos santificados diariamente em nossa caminhada com Cristo. Por último, seremos santificados plenamente, na glorificação do nosso corpo, quando estaremos livres da presença do pecado. 

2. Gloriosa e irrepreensível. A Igreja de Cristo está intimamente ligada a Ele. Para exemplificar esta união, o Senhor Jesus comparou-se a uma videira e os seus discípulos aos ramos. A Bíblia também compara o relacionamento de Cristo e a sua Igreja com a relação que existe entre marido e esposa (2 Co 11.2). Assim, a Igreja é a noiva de Cristo, que se prepara para a festa nupcial (Ap 21.2,9). 

Durante essa espera, por meio do Espírito Santo, Cristo santifica-a para apresentá-la a si mesmo totalmente pura (2 Ts 2.13). No contexto em que Paulo escreveu, a marcha nupcial era diferente da nossa. Aqui é o esposo que espera a noiva se preparar para encontrá-lo e ele espera ansioso a chegada da sua noiva, linda e exuberante. No oriente antigo, era a noiva que esperava a chegada do noivo e se preparava para recebê-lo. 

A Igreja, como a noiva de Cristo, está sendo preparada pelo Espírito Santo para receber o seu noivo amado, que espera encontrá-la gloriosa e irrepreensível. A palavra "gloriosa" no grego é "endoxon", derivada de "doxa" (glória) que é o irradiar de Deus, o brilho e a manifestação do seu ser. Irrepreensível, por sua vez, significa que a Igreja não pode ter nada de que possa ser acusada, segundo os padrões de Deus. 


REFERÊNCIAS: 

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.

Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.537,538, 544-546.

12 setembro 2023

A NATUREZA DA IGREJA DO DEUS VIVO

(Comentário do 1º tópico da Lição 12:  Sendo a Igreja do Deus Vivo)

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, falaremos sobre a natureza da Igreja do Deus Vivo. A palavra Igreja no grego é Ekklesia  e significa "um grupo de pessoas chamadas para fora". A Igreja é uma instituição divina, pois foi estabelecida pelo próprio Jesus. O Senhor Jesus disse a Pedro: "Sobre esta pedra (a confissão de Pedro) edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela". (Mt 16.18). 

Falaremos neste tópico sobre três expressões usadas pelo apóstolo Paulo para se referir à Igreja de Cristo. Primeiro, falaremos sobre a expressão “a Casa do Deus Vivo”. Esta expressão no Antigo Testamento se referia ao Templo e Paulo a usa em sentido figurado para se referir à Igreja. 

Segundo, falaremos sobre a expressãoColuna e firmeza da Verdade”, usada por Paulo para se referir à Igreja como a guardiã da Verdade revelada por Deus nas Escrituras. A Igreja de Deus é o baluarte do Evangelho neste mundo e, como tal, tem a obrigação de conhecê-lo e proclamá-lo a toda criatura.

Por último, falaremos da expressão “o mistério da piedade”, que é uma referência a todo o processo de encarnação do Verbo, crucificação, ressurreição e ascensão de Cristo.  A Igreja é a portadora desta Verdade. 

1. A casa do Deus vivo. A expressão "Casa de Deus" no Antigo Testamento se referia ao Templo, que apontava para a Igreja. Quando Davi desejou construir o templo em Jerusalém, ele falou que edificaria uma casa para a Arca do Senhor (2 Sm 7.1). O Senhor, porém, mandou o profeta Natã lhe dizer: Edificar-me-ás tu uma casa para minha habitação? (2 Sm 7.5). Em seguida, o Senhor mandou dizer a Davi, que ele não edificaria esta casa, mas o seu filho Salomão o faria. (2 Sm 7.13-15). 

Quando Salomão assumiu o trono, Davi já havia comprado o terreno e doado muito material para a construção desta casa para o Senhor. Salomão não poupou esforços e não economizou recursos na construção. Fez com materiais de altíssima qualidade, pois, era para Deus e ele entendia que para Deus, devemos fazer o melhor que podemos. O templo de Salomão foi o mais esplêndido de todas as edificações da sua época. As madeiras usadas no templo eram de cedro do Líbano, de altíssima qualidade. Toda a parte interna do templo era toda revestida de ouro (1 Rs 6.22).

Depois de pronta, a Glória do Senhor encheu a casa, de maneira que os sacerdotes e levitas não puderam ficar lá dentro (2 Cr 5.14). Houve, na verdade, duas manifestações da Glória do Senhor no templo: a primeira foi quando os sacerdotes introduziram a arca e a segunda, quando Salomão inaugurou o templo. Quando a glória de Deus se manifestava era sinal de que Ele estava aprovando o que foi feito. Quando o tabernáculo foi concluído também a glória de Deus se manifestou (Ex 40.34,35).

Infelizmente, por causa de reis ímpios, esta casa foi profanada muitas vezes, até ser finalmente queimada pelo exército da Babilônia, na ocasião do cativeiro de Judá. Setenta anos depois, o Senhor trouxe os judeus de volta do cativeiro e levantou Zorobabel para reconstruir este templo, porém era muito inferior ao templo de Salomão. 

Tudo aquilo era simbólico e apontava para a Nova Aliança. Hoje, na dispensação da Graça, a Igreja é a Casa do Deus Vivo. O diácono Estevão, em sua pregação disse que "...o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens". (At 7.48). Paulo também falou que nós somos o templo do Espírito Santo (1 Co 3.16; 6.19). É claro que Deus, sendo onipresente, Ele está presente em todos os lugares. Mas Ele habita no meio da Sua Igreja, no coração dos crentes fiéis. 

A expressão “Deus Vivo", usada por Paulo aqui, é um contraste aos ídolos mortos que os ímpios servem: “Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não vêem;Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram; Têm mãos, mas não apalpam; têm  pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta.” (Sl 115.5-7). O nosso Deus não é assim. Ele é o Deus Vivo, que criou todas as coisas, sustenta e tem o controle de tudo. 

Deus habita no meio do meio da sua Igreja. Quando João teve as visões do Apocalipse, ele viu sete castiçais de ouro e um Ser semelhante ao Filho do homem que andava no meio dos castiçais. O Senhor Jesus lhe explicou que os castiçais eram as sete Igrejas da Ásia. Depois, na carta à Igreja de Éfeso, Ele se identificou dizendo: "Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro". (Ap 2.1). A Igreja de Cristo é poderosa e invencível, porque Deus habita nela. 

2. A coluna e firmeza da verdade. Escrevendo a Timóteo o apóstolo Paulo falou que a Igreja é a coluna e firmeza da verdade (1Tm 3.15b). Esta figura de linguagem indica que a Igreja de Cristo é o fundamento ou o sustentáculo da verdade. Isso significa que a Igreja de Cristo tem a missão de defender a Verdade de Deus (apologética) e proclamá-la ao mundo  (evangelização). 

A Verdade nas Epístolas Paulinas refere-se às boas novas de salvação e às doutrinas imutáveis da Palavra de Deus. Cabe à Igreja proclamar o Evangelho a toda criatura, ensinar as doutrinas bíblicas e defender a verdade contra os falsos ensinos. O apóstolo Pedro escreveu que nós devemos “estar sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que nos pedir a razão da esperança que há em nós” (1 Pe 3.15).

Não é fácil ser coluna e firmeza da Verdade, nos tempos trabalhosos em que vivemos. Isto porque, as pessoas atualmente estão com comichão nos ouvidos, como disse o apóstolo Paulo, e não suportam mais ouvir a Verdade. Buscam mestres segundo as suas próprias concupiscências e dão ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios (1 Tm 4.1-3; 2 Tm 4.1-4). 

Quando expomos fielmente a verdade bíblica, somos tachados de intolerantes, fundamentalistas, xiitas e radicais. Até em muitas Igrejas, quando alguém prega contra algumas práticas pecaminosas, dizem que "não podemos julgar" e devemos "ter mais amor", como se falar a verdade fosse falta de amor. Nos congressos, são convidados somente aqueles que entregam mensagens de autoajuda, triunfalismo e prosperidade. Falar contra o pecado e alertar sobre o inferno, machuca aqueles que querem continuar no pecado e não dá audiência. Entretanto, a Igreja de Cristo não pode abrir mão da verdade para agradar ninguém, ou para não ser perseguida. 

3. O mistério da piedade. A expressão "mistério da piedade" é uma referência ao conjunto das doutrinas fundamentais do cristianismo, principalmente, a encarnação do Verbo; a morte, ressurreição e ascensão de Cristo; a proclamação do Evangelho; e a vitória final de Cristo sobre os poderes do mal. (1Tm 3.16). Esta verdade esteve oculta por muitos séculos antes de Cristo. 

Muitos tipos e figuras do Antigo Testamento apontavam para isso, mas as pessoas não compreendiam. Os judeus conheciam as profecias referentes à vinda do Messias (O Ungido) prometido a Israel. Mas, eles imaginavam que o Messias seria um rei guerreiro como Davi, que libertaria Israel do jugo das nações e devolveria a independência do país. Outros imaginavam que fosse mais um profeta ou líder espiritual, como Moisés, que levaria Israel de volta a Deus. 

Cristo veio revelar este mistério. João diz que Ele veio para o que era seu (os judeus), mas eles não O receberam. Mas a todos os que O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, àqueles que crerem no Seu Nome (Jo 1.11,12). Este mistério esteve oculto nos séculos anteriores, mas Cristo veio revelá-lo aos que nele cressem: "O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos". (Cl 1.26). 

Este mistério só pode ser compreendido e crido, mediante a ação do Espírito Santo. O ser humano natural, morto em seus delitos pecados, não o compreende, pois lhe parece loucura (1 Co 1.18; 2.14). A Igreja de Cristo é a portadora deste mistério da piedade e tem a obrigação de proclamá-lo ao mundo. A palavra piedade aqui, não tem o sentido de compaixão, como é usada atualmente. É uma referência aos fundamentos do Cristianismo, como explicou o comentarista.

 

REFERÊNCIAS: 

 

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.

Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.537,538, 544-546.

 

 

11 setembro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: SENDO A IGREJA DO DEUS VIVO

Ev. WELIANO PIRES


Nesta lição estudaremos o tema: Sendo a Igreja do Deus Vivo. Abordaremos a natureza da Igreja de Cristo, o seu relacionamento com Cristo e as armas que impedem a secularização da igreja. O objetivo é chamar a atenção para o papel da Igreja do Deus vivo como coluna e firmeza da verdade (1 Tm 3.15).

Há muita confusão, em relação à natureza e ao papel da Igreja de Cristo neste mundo. Muitas pessoas confundem Igreja com denominação. Os que fazem esta confusão ficam discutindo qual seria a Igreja correta, pois a Bíblia fala apenas de uma Igreja de Cristo. Outros dizem que todas as Igrejas se desviaram e a organização deles é a única remanescente que permaneceu fiel. Portanto, quem está fora dela, não será salvo. Neste grupo estão as Testemunhas de Jeová, os Adventistas e outros.

Os católicos, por exemplo, dizem que eles são a única Igreja fundada por Jesus, através do apóstolo Pedro, que teria sido bispo em Roma por 25 anos e o primeiro Papa. Acontece que Pedro nunca foi bispo de Roma e só foi a Roma na ocasião da sua morte. Além disso, Pedro era casado e nunca foi líder mundial da Igreja. Paulo escreveu uma Epístola à Igreja de Roma e, no final, enviou saudações para vários irmãos, mas sequer mencionou o nome de Pedro.

Quando falamos de Igreja, precisamos ter em mente que ela tem duas dimensões: A Igreja invisível ou universal, que é formada por todos os que foram salvos por Jesus; e a Igreja local, que é uma denominação que se reúne em um determinado lugar. A Igreja, portanto, é organismo e organização. Como organismo, ela é o corpo de Cristo e todos os salvos são membros dela. Como organização, ela é visível, humana, local e imperfeita, pois é dirigida por seres humanos. 

No primeiro tópico, falaremos sobre a natureza da Igreja do Deus Vivo. Falaremos neste tópico sobre três expressões usadas pelo apóstolo Paulo para se referir à Igreja de Cristo. Primeiro, falaremos sobre a expressão “a Casa do Deus Vivo”. Esta expressão no Antigo Testamento se referia ao Templo e Paulo a usa em sentido figurado para se referir à Igreja. Segundo, falaremos sobre a expressão “Coluna e firmeza da Verdade”, usada por Paulo para se referir à Igreja como a guardiã da Verdade revelada por Deus nas Escrituras. Por último, falaremos da expressão “o mistério da piedade”, que é uma referência a todo o processo de encarnação do Verbo, crucificação, ressurreição e ascensão de Cristo.  A Igreja é a portadora desta Verdade. 

No segundo tópico, abordaremos o relacionamento de Cristo com a Sua Igreja. A Igreja de Cristo está intimamente ligada a Ele. A Igreja sem Cristo estará morta, pois sem Ele nada podemos fazer. Este relacionamento entre Cristo e a Sua Igreja é pautado pela santidade, pureza e caráter irrepreensível. 

Falaremos da santidade e pureza da Igreja. Santidade e pureza se refere à separação do pecado e aproximação do Senhor. É um processo contínuo realizado pelo Espírito Santo na Igreja até a glorificação do nosso corpo. 

Depois falaremos da qualificação da Igreja de Cristo: gloriosa e irrepreensível. Paulo compara a Igreja de Cristo a uma noiva pura que aguarda o seu noivo para a festa nupcial, com as suas vestes brancas e limpas. Da mesma forma, a Igreja do Senhor o espera em santidade, com as suas vestes brancas, sem nenhuma mancha de ordem moral ou espiritual. A Bíblia assegura que sem a santificação, ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).

No terceiro tópico, falaremos das armas da Igreja de Deus. O comentarista nos apresenta duas armas importantes para evitar a secularização da Igreja que são: O zelo pela verdade e o ensino da verdade. Sendo a Coluna e firmeza da Verdade, a Igreja de Cristo tem o dever de zelar, viver e propagar a verdade das Escrituras, com fidelidade, sem omitir, sem acrescentar e sem modificar nada. 

O Senhor Jesus ordenou aos seus discípulos que ensinassem todas as nações a guardar tudo o que Ele mandou. Portanto, é papel da Igreja, não apenas zelar pela Verdade, mas ensiná-la. Uma Igreja que negligencia o ensino da Palavra de Deus, torna-se presa fácil dos falsos mestres e corre sérios riscos de se tornar uma seita. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.

Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.537,538, 544-546.


08 setembro 2023

CONVICÇÃO SOCIAL

(Comentário do 3⁰ tópico da lição 10: Cultivando a convicção cristã)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos da convicção social do cristão. O Evangelho não pode ser reduzido a questões sociais, como pregam as teologias do pecado social, da libertação e da missão integral, que dão muita ênfase ao assistencialismo e abandonam as questões espirituais e morais. Mas, não podemos deixar de lado a contribuição para o bem-estar comum e a dedicação para ajudar aos necessitados, principalmente os domésticos da fé. 


Falaremos neste tópico sobre o compromisso do cristão com o bem-estar comum da sociedade onde ele está inserido. O papel principal da Igreja, evidentemente, é pregar o Evangelho. Mas não podemos fechar os olhos para as necessidades das pessoas carentes. 


Falaremos também sobre a dedicação altruísta do apóstolo Paulo. Mesmo tendo direito de ser sustentado pela Igreja, pois, "digno é o obreiro do seu salário", ele abriu mão desse direito, porque sabia que a Igreja era pobre e ele não queria sobrecarregá-la. 


1- Bem-estar comum. O bem-estar comum constitui-se ao mesmo tempo, um direito e um dever do cidadão. A consciência de ser responsável pelo bem comum na sociedade pertence à tradição cristã. Ao longo da história, a Igreja criou orfanatos, escolas, hospitais e ajudou pessoas carentes. 


Embora este não seja o papel principal da Igreja, ela pode e deve somar esforços no combate à fome, ao desemprego, à violência, à injustiça, à discriminação, dentre outros. Isso não se faz apenas com assistencialismo, como muitos imaginam. 


Se um empresário oferecer cursos profissionalizantes gratuitos em uma comunidade carente, ou abrir uma empresa em uma pequena cidade e gerar empregos ali, estará contribuindo significativamente para o bem comum. Ronald Reagan, ex-presidente dos Estados Unidos, disse certa vez, que “o melhor programa social é o emprego”. De fato, uma pessoa empregada não precisa de assistencialismo, pois consegue se sustentar sozinha. 


2- Dedicação altruísta. A Igreja cristã em seus primórdios, além de pregar o Evangelho, dedicava-se também a ajudar os necessitados. O Espírito Santo tocou no coração dos crentes para que aqueles que tivessem duas propriedades, vendessem uma e levasse o dinheiro aos apóstolos para socorrer aos necessitados. 


Um deles, chamado José, que era conhecido como “Barnabé”, que significa “filho da consolação”, deu início a esta prática (At 4.32,33). Era algo voluntário e não partiu da liderança da Igreja. Depois, escolheram sete diáconos para organizar a assistência às viúvas. Tabita, que em grego é Dorcas, se dedicava a praticar boas obras e dar esmolas em Jope (At 9.36) e, por isso, era muito amada. 


O apóstolo Paulo também fazia coletas nas Igrejas para socorrer os necessitados de Jerusalém (2 Co 9). O apóstolo João fez a seguinte pergunta: “Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1 Jo 3.17).


É importante destacar que, a ajuda em grupo tem um efeito muito maior do que uma ajuda individual a uma pessoa carente. Por isso, é mais interessante contribuir com um projeto social que oferece ajuda a longo prazo, para as pessoas saírem definitivamente da condição de miseráveis, do que oferecer esmolas que muitas vezes contribuem para a pessoa se eternizar na miséria, no alcoolismo ou nas drogas. 


O altruísmo é a ausência de egoísmo. É uma virtude nobre de abnegação das próprias necessidades e dedicação ao próximo, sem interesses e sem esperar nada em troca. O comentarista citou o caso do apóstolo Paulo que, mesmo tendo direito de receber salário da Igreja para fazer a obra missionária, abriu mão desse benefício e trabalhava fazendo tendas para o seu sustento, para não sobrecarregar a Igreja que tinha poucos recursos. 


Infelizmente, em nossos dias, ocorre o oposto. Muitos obreiros, pregadores e cantores evangélicos não estão nem um pouco preocupados com a situação financeira da Igreja e querem enriquecer às custas dos fiéis, com salários e “cachês” exorbitantes, além de hospedagens em hotéis cinco estrelas. Claro que nesse caso, a culpa não é só de quem cobra, mas também de quem paga. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 133-144.

Revista Ensinador Cristão, Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 41.

Comentário Bíblico Pente costal: Novo Testamento. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.940-4.

Bíblia de Estudo Cronológico Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 20 15, p.1649).



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