04 abril 2023

O PLANO DE DEUS PARA A FAMÍLIA E SUA PRESCIÊNCIA


(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 02: A predileção por um dos filhos).


Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos do plano de Deus para a família de Isaque e Rebeca e a sua presciência. Assim como aconteceu com Abraão, Isaque também tinha a promessa de ser pai de muitos descendentes, mas a esposa era estéril. Isso, no entanto, não impediu o agir de Deus, pois, ambas milagrosamente foram mães, apesar de serem estéreis e avançadas na idade. Falaremos também do propósito presciente de Deus, ou seja, conhecendo o futuro por antecipação, Deus não é pego de surpresa e nada pode impedir que os seus desígnios sejam realizados. Entretanto, não podemos confundir presciência com determinismo.


1- O Plano divino para a família de Isaque e Rebeca.  Isaque era o filho da promessa de Abraão e Sara. O seu nascimento, como vimos na lição passada, foi um milagre, pois o seu pai tinha 100 anos e a sua mãe, além de ser estéril, tinha 90 anos. O casamento de Isaque também ocorreu de forma atípica. Abraão já estava com 140 anos e chamou Eliezer, o mordomo da sua casa, e o fez jurar que não escolheria uma mulher para Isaque entre as filhas dos cananeus, mas iria aos seus parentes na Mesopotâmia.


O servo jurou e foi buscar uma noiva para Isaque, sem conhecer ninguém lá. Tomou dez camelos e alguns presentes e seguiu viagem. Chegando junto à fonte, onde as mulheres vinham buscar água, ele fez ajoelhar os camelos, ajoelhou-se também e fez um voto com Deus, para que mandasse a pessoa escolhida, combinando com Deus, inclusive o que ele e a moça iriam falar. Assim aconteceu e ele encontrou Rebeca, filha de Betuel, sobrinho de Abraão. A moça se dispôs a ir ao encontro de Isaque, sem o conhecer e se casaram, tendo Isaque 40 anos. Deus sabia quem era Rebeca e a escolheu para cumprir o seu propósito. 


Assim como o seu pai Abraão, Isaque tinha a promessa de Deus de ser pai de uma grande nação. Entretanto, depois do casamento com Rebeca, ele descobriu que ela era estéril. Diferente do que fizeram os seus pais, Isaque não se precipitou e não tentou ajudar a Deus. Isaque esperou em Deus e orou por sua esposa durante 20 anos. Deus ouviu as orações de Isaque e a sua esposa engravidou dos gêmeos Esaú e Jacó. 


Ainda no ventre da mãe, os bebês lutavam dentro dela. Sem entender o que isso significava, Rebeca foi consultar o Senhor. Deus respondeu que havia duas nações em seu ventre e o maior serviria ao menor. Esaú nasceu primeiro e Jacó nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão. 


2- O propósito presciente de Deus. Em todos estes acontecimentos podemos ver a presciência de Deus. A presciência de Deus é parte da onisciência de Deus, que é o atributo incomunicável de Deus, pelo qual Ele conhece tudo. Quando dizemos que Deus é presciente, significa que Ele conhece o futuro antecipadamente e baseado nesse conhecimento, Ele faz os seus planos. É preciso ter cuidado, porém, para não confundir presciência com pré-determinismo que diz que Deus determina tudo o que vai acontecer, inclusive as coisas ruins. Deus conhece tudo antecipadamente e nada escapa do conhecimento dele. Entretanto, isso não significa que Ele anula a liberdade de escolha do ser humano que Ele mesmo concedeu. 


Deus sabia de antemão tudo o que iria acontecer com Esaú e Jacó. Em sua presciência, Deus conhecia o temperamento de cada um deles e as diferenças. Para o seu propósito de formar a nação de Israel, através da qual o Messias viria ao mundo, Deus escolheu Jacó. Isso não tem nada a ver com merecimento, nem tampouco com a Salvação. Deus escolheu Jacó para cumprir este propósito específico, sabendo de antemão tudo o que iria acontecer. Isto não significa que Deus predeterminou tudo o que iria acontecer, inclusive os erros de Jacó e de Israel, como afirmam os monergistas. 


Quando falamos da presciência de Deus há dois extremos que devemos rejeitar. O primeiro é o determinismo que afirma que Deus determinou tudo o que iria acontecer, inclusive o pecado e as coisas ruins. Segundo os adeptos desse pensamento, tudo o que acontece no universo é porque Deus determina que aconteça. O outro extremo é o deísmo que afirma que Deus criou o universo com leis próprias de funcionamento, se afastou dele e não interfere em nada. Também não é assim. Deus é um Ser transcendente e está muitíssimo acima das nossas limitações. Mas, Ele é também um Ser Imanente, ou seja, Ele se envolve com as suas criaturas e usa ou muda circunstâncias, para realizar os seus desígnios.


REFERÊNCIAS:

CABRAL,  Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 29-30.

KIDNER, Derek. Gênesis: Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pág. 140, 141

03 abril 2023

INTRODUÇÃO À LICÃO 02: A PREDILEÇÃO POR UM DOS FILHOS


Ev. WELIANO PIRES


Estudaremos nesta lição, sobre a predileção de filhos pelo casal Isaque e Rebeca. Este preferencialismo no meio da família por parte dos pais produziu um conflito interminável, não apenas no relacionamento entre os filhos Esaú e Jacó, mas também no relacionamento entre o casal, trazendo consequências para as gerações futuras: Os edomitas, que são descendentes de Esaú, e os Israelitas, que são descendentes de Jacó. Este conflito continua na atualidade, com os palestinos, que são descendentes de Esaú, e os israelenses, descendentes de Jacó. 

O comentarista inicia o seu comentário dizendo que a história de Isaque e Rebeca parece uma infeliz repetição da história de Abraão e Sara. Entretanto, há apenas duas semelhanças entre os dois casais: a primeira é a esterilidade de Sara e Rebeca, que esperaram 25 e 20 anos, respectivamente, para gerar filhos. A segunda é a falta de habilidade de Abraão e Isaque para lidar com os conflitos no lar. Tanto Abraão como Isaque não souberam administrar os conflitos no lar.

Vimos na lição passada que Abrão e Sarai agiram por conta própria, de forma precipitada, tentando “ajudar a Deus”, adotando um costume da época de ter filhos de uma escrava com o marido da mulher estéril. Neste aspecto, Isaque e Rebeca, se comportaram de forma muito diferente. Isaque casou-se com Rebeca aos 40 anos. Após o casamento, descobriu que ela era estéril e orou, insistentemente por ela durante 20 anos, até o Senhor lhe abrir a madre. Não vemos este comportamento em Abraão. Embora ambos tivessem a promessa de serem pais de uma grande nação e terem esposa estéril, apenas Isaque orou ao Senhor pela esposa. Outra diferença, é que não vemos em momento algum, Isaque e Rebeca, duvidando ou rindo da promessa de Deus como Sara fez. Quando Rebeca engravidou e os gêmeos lutavam dentro dela, ela perguntou ao Senhor qual era o significado disso. 

No primeiro tópico, falaremos do plano de Deus para a família de Isaque e Rebeca e a sua presciência. Assim como aconteceu com Abraão, Isaque também tinha a promessa de ser pai de muitos descendentes, mas a esposa era estéril. Isso, no entanto, não impediu o agir de Deus, pois, ambas milagrosamente foram mães, apesar de serem estéreis e avançadas na idade. Falaremos também do propósito presciente de Deus, ou seja, conhecendo o futuro por antecipação, Deus não é pego de surpresa e nada pode impedir que os seus desígnios sejam realizados. Entretanto, não podemos confundir presciência com determinismo. 

No segundo tópico falaremos sobre o conflito familiar no lar de Isaque e Rebeca. Isaque casou-se com Rebeca aos 40 anos. Após o casamento, no entanto, Isaque descobriu que Rebeca era estéril. Naquela sociedade, aquilo era considerado uma maldição. Além disso, isso inviabilizaria o cumprimento da promessa de Deus a Isaque. Diferente de Abrão e Sarai, que colocaram em prática um plano para ajudar a Deus, Isaque foi orar e Deus ouviu. Falaremos também neste tópico sobre o significado da luta dos filhos no ventre de Rebeca. Por último, falaremos sobre o favoritismo de Isaque e Rebeca por um dos filhos. 

No terceiro tópico falaremos sobre o problema da predileção por filhos na família. O casal Isaque e Rebeca tinha preferências por um dos filhos. Isaque amava a Esaú, que era o primogênito e, como habilidoso caçador, lhe fazia pratos saborosos. Rebeca, por sua vez, preferia Jacó e arquitetou um plano maquiavélico, para que Isaque desse a Jacó a bênção da primogenitura. Quando o casal não respeita a personalidade dos filhos, tratando-os com predileção, infelizmente, o resultado é o conflito entre os membros da família.


REFERÊNCIAS: 

CABRAL, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 29-30.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 174.

REFERÊNCIAS: 

CABRAL, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 29-30.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 174.

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01 abril 2023

AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA DECISÃO PRECIPITADA


(Comentário do 3º tópico da Lição 01: Quando a família age por conta própria)

Ev. WELIANO PIRES


Neste terceiro e último tópico analisaremos as consequências de uma decisão precipitada, tomando como exemplo o caso de Abrão e Sarai. Em primeiro lugar, esta decisão precipitada deles de querer ajudar a Deus trouxe conflito e desarmonia ao lar, antes e depois do nascimento de Ismael. Depois falaremos da fraqueza de Abrão, que depois de tantas experiências com Deus, não teve discernimento e pulso firme para convencer a esposa a abandonar esta idéia estapafúrdia. Por último, falaremos das opiniões equivocadas de Sarai e Abrão, a respeito de Deus. Sarai, deixou o lugar de dependência e submissão à vontade de Deus. Abrão, por sua vez, não instruiu a sua esposa a confiar em Deus e esperar nEle, e também, por aceitar sem questionar, esta decisão que contrariava os propósitos de Deus.


1. O conflito na família de Abrão. Na cultura em que viviam Abrão e Sarai, não ter filhos era considerado uma maldição e uma vergonha para a mulher. Por outro lado, a mulher que tinha muitos filhos era considerada abençoada. Sendo assim, Sarai, já vivia amargurada por ser estéril. Os anos se passaram e ela não via a promessa de Deus de que o seu marido seria pai de uma grande nação, se cumprir. A decisão precipitada dela de entregar a sua escrava Agar para ao seu esposo para gerar um filho, tornou a situação ainda pior, pois a escrava depois que engravidou passou a sentir-se privilegiada, recebendo atenção especial de Abrão por causa da gravidez e desprezou a sua senhora.


A partir de então, Sarai enciumada, passou a afligir e maltratar a sua escrava. A palavra hebraica traduzida por “afligiu” é a mesma palavra usada para se referir à aflição de Israel no Egito, por causa da escravidão. Essa aflição não era apenas verbal, mas também emocional e física (Gn 16.5,6). Com esta aflição provocada por sua senhora, Agar fugiu de casa para o deserto. Mas, o Anjo do Senhor a encontrou, fez-lhe promessas a respeito da criança que iria nascer e orientou que ela voltasse e se humilhasse perante a sua senhora. Ela obedeceu e voltou para casa e o menino nasceu, quando Abrão tinha 86 anos de idade.


Treze anos depois, o Senhor apareceu a Abrão, identificando-se como “Deus Todo-poderoso” (heb. El Shadday) e reafirmou a promessa de que que ele teria um filho, mas deixou claro que seria também filho da sua esposa. Em seguida, mudou o seu nome de “Abrão” que significa “pai da altura”, para Abraão, que significa “pai de uma multidão”. Mudou também o nome de Sarai, que significa “dominante”, para Sara que significa “princesa”. O nome Isaque (riso), se deu porque ela riu da promessa de ser mãe aos 90 anos. Abraão continuou cético, riu em seu coração em relação a esta promessa e respondeu a Deus: “Quem dera, que viva Ismael diante da tua face!”. (Gn 17.8). Deus esclareceu que não estava falando de Ismael, mas de um filho que nasceria da sua esposa e se chamaria Isaque. Após o nascimento de Isaque, o filho da promessa, veio mais um conflito ao lar, por conta do filho da escrava, que agora zombava de Isaque. Por causa disso, Sara exigiu que Abraão expulsasse Agar e o seu filho de casa.


2. A fraqueza de Abrão. Em todo este episódio envolvendo o nascimento de Ismael, podemos notar não apenas os erros de Sara, conforme já falamos, mas também a fraqueza e passividade de Abrão diante de uma situação tão grave. Ora, ele era o líder da família e como já vimos no tópico anterior, naquela sociedade patriarcal, o pai de família tinha autoridade total sobre a sua família. As suas decisões tinham peso de uma lei. Foi a Abrão que o Senhor apareceu e foi a ele que Deus fez as promessas. Cabia a ele, portanto, instruir a sua esposa sobre como deveria proceder. Desde o momento em que a sua esposa veio com esta proposta, de imediato ele deveria rechaçar esta idéia e exortá-la a esperar em Deus. Depois, quando Sarai reclamou de Agar, ele simplesmente lavou as mãos e disse: “A tua serva está nas tuas mãos, procede segundo melhor te parecer.” (Gn 16.6). Isso não é atitude de um líder e muito menos de um homem de Deus. Não podemos ficar em cima do muro, diante de situações complexas da nossa e fazer de conta que não temos nada a ver. O problema teve início com Sarai, mas Abrão também concordou e permitiu aquela situação. Logo, ele também foi responsável por isso.


REFERÊNCIAS: 
CABRAL, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 15-16.
LOPES, Hernandes Dias. Gênesis. O Livro das Origens. Editora Hagnos. 1 Ed. 2021.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 123.

31 março 2023

INTERFERÊNCIA NO PLANO DE DEUS

(Comentário do 2º tópico da lição 01: Quando a família age por conta própria).


Ev. WELIANO PIRES


Vimos no tópico anterior que, Abrão teve dúvidas diante da espera pelo cumprimento das promessas de Deus, mas Deus sanou as suas dúvidas e reafirmou as suas promessas. Abrão creu no Senhor e isso lhe foi imputado por justiça. Tudo parecia estar resolvido, mas, o tempo foi passando e Sarai ficando cada vez mais avançada em idade e impossibilitada de gerar filhos. 


Sarai teve a ideia de oferecer ajuda para que as promessas de Deus se cumprissem, adotando um costume daquela época, de oferecer a escrava ao marido para ter filhos dele. Abrão, que no capítulo anterior havia demonstrado a sua fé nas promessas de Deus, agora deu ouvidos à sua esposa e ambos vacilaram na fé. Esta atitude precipitada, no entanto, trouxe graves problemas não apenas para aquela família, mas para os seus descendentes ao longo dos séculos, perdurando até os dias atuais. 


1. A tentativa de Sarai em “ajudar” a Deus. Dez anos se passaram desde que Abrão e Sarai chegaram a Canaã, com a promessa de Deus de que seriam pais de uma grande multidão. Nesta ocasião, Abrão já estava com 85 anos e Sarai com 75. Conforme falamos no tópico anterior, pelos meios naturais seria impossível gerarem filhos. Além da esterilidade que ela tinha, pois, nunca tivera filhos, ainda tinha a idade avançada e o ciclo menstrual encerrado. Diante deste quadro, Sarai entendeu que seria impossível gerar filhos. Ela, então, teve uma ideia, para ajudar a Deus, no cumprimento da promessa e disse ao seu esposo: “E disse Sarai a Abrão: Eis que o Senhor me tem impedido de dar à luz; toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos dela.” (Gn 16.2). 


Do ponto de vista cultural, legal e humano, a atitude de Sarai era compreensível, pois era um costume daquela sociedade. Entretanto, era algo completamente fora do propósito de Deus, pois Ele não precisa de subterfúgios humanos e “jeitinhos” para cumprir as suas promessas. Em seu desespero, Sarai teve uma interpretação equivocada das promessas de Deus e entendeu que a promessa era de um filho a Abrão e poderia ser, não necessariamente dela. Ela estava convicta da sua decisão e convenceu Abrão de que esta seria a única forma de Abrão ter um filho, que pudesse ser o seu herdeiro. 


A precipitação é a atitude de agir sem pensar e sem medir as consequências. Infelizmente, muitas pessoas, inclusive crentes, causam sérios problemas a si mesmas, à família e à Igreja, atitudes precipitadas. Muitos perdem o casamento, ministério, trabalho e até a própria vida, por tomarem decisões sem consultar ao Senhor e sem pensar nas consequências. 


2. Os dois vacilam na fé. Abrão, sem questionar, deu ouvidos à sua esposa e fez o que ela sugeriu. Sarai errou ao tomar uma atitude precipitada, tentando “ajudar a Deus”. Mas, Abrão também falhou. Primeiro, porque ele era o patriarca da família e foi a ele que fez as promessas. Abrão era um homem de fé, amigo de Deus. Como líder da família, cabia a ele passar as orientações sobre Deus à sua família. Naquela sociedade patriarcal, a palavra do patriarca era uma lei. Portanto, era dele a responsabilidade de ensinar a sua família sobre o caráter de Deus.


É claro que o homem deve conversar com a sua esposa e ouvir as opiniões e queixas dela e vice-versa. Entretanto, quando estas opiniões, sugestões ou decisões contrariarem a Vontade de Deus, devem ser imediatamente rechaçadas. O casal deve sempre conversar e buscar a vontade de Deus, antes de tomar decisões. Um deve encorajar o outro em momentos de crises de fé e não seguir decisões precipitadas sem questionar.

3. O problema da precipitação. Com o passar dos anos, Sarai abandonou a confiança nas promessas de Deus e decidiu agir por conta própria. Foi uma atitude precipitada, pois ela não consultou a Deus e não pensou nas consequências da sua atitude. A precipitação é a atitude de agir sem pensar e sem medir as consequências. Infelizmente, muitas pessoas, inclusive crentes, causam sérios problemas a si mesmas, à família e à Igreja, atitudes precipitadas. Muitos perdem o casamento, ministério, trabalho e até a própria vida, por tomarem decisões sem consultar ao Senhor e sem pensar nas consequências. Na Bíblia temos exemplos de várias pessoas que agiram precipitadamente e as consequências foram terríveis. Um deles foi Aarão, irmão de Moisés. Moisés subiu ao Monte e o povo que ele demorava a voltar, pressionaram Aarão para que fizesse um bezerro de ouro. Sem pensar nas consequências deste ato, Aarão deu ouvidos ao povo e fez este ídolo: “E depressa se desviou do caminho que lhe havia eu ordenado; fez para si um bezerro fundido, e o adorou, e lhe sacrificou, e diz: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito.” (Ex 32.8). O resultado desta ação precipitada de Aarão foi a morte de três mil pessoas. (Ex 32.28).

Temos também o caso do rei Saul na guerra contra os amalequitas. Deus mandou que ele destruísse tudo, por causa do mal que aquele povo fez a Israel. Chegando lá, Saul agiu por conta própria, feriu apenas o povo e destruiu apenas as coisas sem valor. O rei dos amalequitas e o melhor do gado e das ovelhas, ele poupou, com a desculpa de oferecer sacrifícios a Deus. Quando Samuel retornou, perguntou-lhe porque ele não obedeceu a voz do Senhor. Quando Samuel retornou, perguntou a Saul: "Por que, pois, não deste ouvidos à voz do Senhor, antes te lançaste ao despojo, e fizeste o que parecia mau aos olhos do Senhor?" (1 Sm 15.19). Saul retrucou, dizendo que tinha obedecido e colocou a culpa no povo, dizendo que trouxera aqueles animais para sacrificar ao Senhor. Samuel o repreendeu, dizendo que Deus não tem tanto prazer em sacrifícios, como tem em que se obedeça a Sua Palavra. Disse ainda que a rebelião é com o pecado da feitiçaria. (1 Sm 15.22,23). Esta desobediência e precipitação de Saul custou-lhe o reino, pois Deus o rejeitou para que não fosse mais rei em Israel e escolheu Davi.


REFERÊNCIAS: 

CABRAL, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 14-15.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 123.

LOPES, Hernandes Dias. Gênesis, O Livro das Origens. Editora Hagnos. 1 Ed. 2021.

DEUS FAZ PROMESSAS A ABRÃO.


(Comentário do 1º tópico da Lição 01: Quando a família age por conta própria).

Ev. WELIANO PIRES


Neste primeiro tópico estudaremos três aspectos da promessa de Deus a Abrão. Primeiro veremos como se deu o encontro de Deus com Abrão, em Ur dos Caldeus. Na sequência veremos que Abrão sabendo que as promessas que Deus lhe fizera só poderiam se cumprir se ele tivesse filhos e que, tanto ele como a sua esposa estavam com idade avançada para terem filhos, duvidou do cumprimento das promessas e questionou a Deus. Por último, veremos a garantia de Deus a Abrão de que as Suas promessas estavam de pé e iriam se cumprir. Deus reafirmou a Abrão tudo o que havia prometido no momento da sua chamada.


1. O encontro de Deus com Abrão. Abrão aparece pela primeira vez na Bíblia, no capítulo 11 de Gênesis. Após o relato da confusão das línguas, na tentativa frustrada da construção da Torre de Babel, os descendentes de Noé se espalharam por várias partes do mundo conhecido da época. A partir daí, o relato bíblico traz a genealogia de Sem, filho de Noé e pai dos povos semitas. A genealogia segue desde Sem, até chegar a um homem chamado Terá, que vivia em Ur dos Caldeus e teve três filhos: Abrão, Naor e Harã. Este último morreu em Ur dos Cadeus, antes da morte do seu pai (Gn 11.27). A partir daí, Terá seguiu de Harã, com os seus filhos Naor e Abrão, e o seu neto Ló, filho do seu falecido filho Harã.


O texto bíblico relata os nomes das esposas de Naor e Abrão, respectivamente, Milca e Sarai. Na sequência, a Bíblia registra que Sarai era estéril e não tinha filhos. Estes dados são importantes, para entendermos a sequência dos fatos relacionados à chamada de Abrão. A história de Abrão e Sarai começou em Ur dos Caldeus, uma importante cidade da antiga Suméria. Nesta cidade havia uma diversidade de povos, que eram politeístas, inclusive Terá, o pai de Abrão servia a outros deuses (Js 24.2). Abrão não pertencia à etnia dos sumérios, mas era da etnia dos povos semitas.


Inicialmente vemos que Terá, o pai de Abrão, liderava a comitiva que saiu de Ur dos Caldeus, com os seus filhos Abrão e Naor, e o seu neto Ló, filho de Harã, o seu filho falecido, em Ur dos Caldeus. Após a morte de Terá, Deus chamou Abrão e ordenou que ele deixasse a sua terra e os seus parentes e fosse à terra que Deus iria lhe mostrar. Abrão creu nas promessas de Deus e saiu, sem saber para onde ia. A partir do capítulo 12 de Gênesis, Abrão se torna o principal protagonista da narrativa bíblica, permanecendo até o capítulo 25, que traz o relato da sua morte.


As promessas de Deus a Abrão incluíam: fazer dele uma grande nação, abençoá-lo, engrandecer o seu nome, abençoar os que o abençoassem e amaldiçoar os que lhe amaldiçoarem. Desde que saiu de Ur dos Caldeus, passando por Harã, com o seu pai e o seu irmão Naor, Abrão vinha de uma sequência de prosperidade financeira. Ele creu nas promessas de Deus, mesmo sem entender a dimensão destas promessas e saiu sem saber o que, de fato, lhe aconteceria. Estas promessas, evidentemente, necessitavam que ele tivesse pelo menos um filho, mas, até aquele momento, ele não tinha. Para piorar, a sua esposa era estéril e eles já estavam com a idade um tanto avançada para ter filhos.


A partir da saída de Abrão, confiando unicamente nas promessas de Deus, sem que lhe fosse revelado como estas promessas se cumpririam, visto que a esterilidade e a idade da sua esposa não lhe favoreciam, ele ainda teve vários problemas. Primeiro Abrão também enfrentou fome e buscou socorro na terra dos Filisteus e no Egito, em mais de uma ocasião. Devido à beleza da sua esposa, ele temendo ser morto por causa dela, mentiu e disse que ela era sua irmã. Ela foi levada por Faraó, rei do Egito, e por Abimeleque, rei de Gerar. Só não foi abusada por causa da intervenção divina.


Depois, os empregados do seu sobrinho Ló se desentenderam com os empregados dele e ele teve que se separar dele. Depois, houve uma guerra de reis da região em que o seu sobrinho foi morar, com outros de outra região e o seu sobrinho levado como prisioneiro. Ele teve que reunir os seus empregados e entrar em guerra para resgatá-lo. Para completar a sequência de problemas, o seu sobrinho Ló foi morar na cidade de Sodoma, em uma região extremamente pecaminosa, e por causa disso, Deus destruiu as cidades da região. Tudo isso acontecendo, o tempo passando e Abrão não via as promessas de Deus se cumprirem em sua vida.


2. A dúvida diante da espera. Depois de passar vários problemas, vendo o tempo passar e ele envelhecendo, sem ver o cumprimento das promessas de Deus em sua vida, Abrão teve uma visão, na qual o Senhor lhe disse: "...Não temas, Abrão, Eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão." Gn 15.1b). A dúvida tomou conta de Abrão, por causa dos anos de espera e agora, ele ouviu o Senhor reafirmar as promessas que lhe fizera no momento da sua chamada. Imediatamente, ele indagou a Deus: "Senhor DEUS, que me hás de dar, pois ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer? Disse mais Abrão: Eis que não me tens dado filhos, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro." (Gn 15.2,3). Este relato nos mostra que a sua fé passava por um momento de crise.

Para nós, que hoje temos os relatos de como a história se desenvolveu e vários exemplos na Bíblia das promessas de Deus sendo cumpridas, fica fácil criticar a dúvida de Abrão em relação ao cumprimento das promessas de Deus. Porém, Abrão não tinha a retrospectiva da história. Ele saiu da sua terra, do meio dos seus familiares, para ir a uma terra que Deus prometeu lhe mostrar, na esperança de que seria pai de uma grande nação, cujo nome seria engrandecido a ponto de todas as famílias da terra serem abençoadas através dele. A realidade, no entanto, é que alguns anos haviam se passado, a sua esposa já havia cessado o ciclo menstrual e eles não tiveram filhos.

Diante das dificuldades, limitações ou mesmo impossibilidades, se olharmos apenas para os meios naturais e lógicos, a dúvida tomará conta de nós. Não existe lógica alguma, um povo desarmado, marchar em direção a mar, com um exército poderoso atrás, acreditando que o mar irá se abrir, quando um homem estender uma vara para ele. Também não há possibilidade natural de cair as muralhas de segurança de uma cidade, com a largura de dois carros um ao lado do outro, só porque um grupo de pessoas rodeou esta cidade, uma vez durante sete dias e sete vezes no sétimo dia, com o toque de buzinas de sacerdotes. Estas e outras atitudes registradas na Bíblia, parecem loucura sob a ótica humana. Se não tivesse uma ordem expressa de Deus para fazerem isso, não faria nenhum sentido. Porém, se Deus mandou, pode fazer tranquilo, pois Ele sabe o que faz e se responsabiliza por suas palavras.

Viver pela fé não significa viver uma vida irresponsável e sair por aí cometendo loucuras em nome da fé. É confiar em Deus em qualquer circunstância, fazendo a nossa parte e descansar, pois Ele tem cuidado de nós. Deus é soberano, justo, fiel e para Ele não existe nada impossível.


3. Deus garante a Abrão o cumprimento da promessa. Neste momento de dúvidas do patriarca, o Senhor reafirma sua promessa a Abrão, dizendo para não temer, pois o seu herdeiro não seria o seu mordomo e sim, um filho seu: "Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de tuas entranhas sair, este será o teu herdeiro." (Gn 15.4). Numa linguagem mais atualizada, Deus falou que o herdeiro de Abrão teria o DNA dele. Na sequência, Deus o chamou para fora da tenda e mandou que ele contasse as estrelas, se conseguisse, e prometeu que assim seria a sua descendência. Abrão creu no Senhor e isso lhe foi imputado como justiça.

O autor da Epístola aos Hebreus no capítulo 11, que é conhecido como a galeria dos heróis da fé, inicia o capítulo dizendo que "a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem." Isto significa que ter fé é crer naquilo que Deus prometeu, mesmo que todas as circunstâncias estejam em sentido contrário. Ter fé em Deus é ter plena confiança nEle e descansar na Sua fidelidade. A fé não precisa de comprovação ou indícios de que algo pode acontecer. Não existe nada difícil ou impossível para Deus.


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 11-12.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 101-102.

Stamps, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD. pag. 50. 

SWINDOLL, CHARLES R. Abraão Um homem obediente e destemido. Ed. 2003. Editora Mundo Cristão.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Matthehw Henry. Deuteronômio.  Editora CPAD. 4 Ed 2004. pag. 90.









29 março 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 01: QUANDO A FAMÍLIA AGE POR CONTA PRÓPRIA


Ev. WELIANO PIRES

Com a ajuda do Espírito Santo, iniciamos o segundo trimestre de estudos em nossa Escola Bíblica Dominical, no ano de 2023. Estudaremos um tema muito importante e extremamente necessário para os dias atuais: Relacionamentos em família: Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus. 


O comentarista deste trimestre é o renomado pastor Elienai Cabral, escritor, conferencista, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil (AELB) e da Casa de Letras Emílio Conde (CPAD) e consultor doutrinário e teológico da CPAD. O pastor Elienai Cabral tem larga experiência não apenas como teólogo, escritor, conferencista e comentarista de Lições Bíblicas, mas também no exercício do ministério pastoral. 


Pr. Elienai é filho do saudoso pastor Osmar Cabral e da irmã Jardelina Cabral, pioneiros da Assembléia de Deus em Santa Catarina, e como tal, foi criado no ambiente ministerial. Foi ordenado ao ministério de evangelista aos 21 anos, em 1966. Por indicação da Convenção do Estado de Santa Catarina, foi trabalhar na cidade de Rio do Sul-SC, como pastor auxiliar.

Depois, atendendo ao convite do missionário Bernhard Johnson Jr. passou a integrar a equipe de evangelistas da Cruzadas Boas Novas, que realizava cruzadas evangelísticas em todo o Brasil, atuando como dirigente das cruzadas e de programas de rádios e como cantor. Em 1968 foi ordenado pastor e organizou e fundou Institutos bíblicos em Santos-SP, Niterói-RJ e Fortaleza-CE. Foi vice-presidente da Assembleia de Deus em Bela Vista, Fortaleza-CE, e pastoreou por muitos anos a Assembleia de Deus em Sobradinho - DF.


Estudaremos neste trimestre as seguintes lições:

LIÇÃO 1: Quando a família age por conta própria.

LIÇÃO 2: A predileção dos pais por um dos filhos 

LIÇÃO 3: Ciúme, o mal que prejudica a família.

LIÇÃO 4: Ídolos na família.

LIÇÃO 5: Motim em família.

LIÇÃO 6: Pais zelosos e filhos rebeldes.

LIÇÃO 7: O relacionamento entre nora e sogra 

LIÇÃO 8: A importância da paternidade na vida dos filhos.

LIÇÃO 9: Uma família nada perfeita.

LIÇÃO 10: Quando os pais sepultam os seus filhos.

LIÇÃO 11: Os prejuízos da mentira na família.

LIÇÃO 12: Criando filhos saudáveis.

LIÇÃO 13: A amizade de Jesus com uma família em Betânia.


Nesta primeira lição, tomando como exemplo o casal Abrão e Sarai, estudaremos o tema: Quando a família age por conta própria. Abrão, que depois se tornou Abraão, é conhecido e reverenciado pelas três religiões monoteístas: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Os israelitas e os árabes são descendentes de Abraão. Jesus Cristo, o Salvador, também veio a este mundo através da descendência de Abraão.

Deus em sua presciência, chamou a Abrão e ordenou que ele saísse da sua terra, do meio dos seus parentes e fosse a uma terra que Deus iria lhe mostrar. É provável que Abrão tenha entendido errado e, não se sabe ao certo, se Abrão contou esta ordem divina ao seu pai. O texto de Gênesis 11.31 diz: "E tomou Terá a Abrão seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e habitaram ali". Deus chamou Abrão, ordenou que ele deixasse a sua terra e os seus parentes, prometeu abençoá-lo e fazer dele uma grande nação. Porém, o casal Abrão e Sara não tinham filhos e tinham idade avançada para isso. Abrão tinha 75 anos e Sarai, 65.

Abrão creu na promessa do Senhor e saiu em direção à terra que Deus lhe prometeu. Porém, não se desligou completamente da sua parentela e levou consigo o seu sobrinho Ló. Isso causou desentendimento entre os empregados de ambos e, posteriormente, tiveram que se separar. Abrão teve também outros problemas, com Faraó e Abimeleque, por não esperar a orientação divina e seguir para o Egito e Gerar. Sem dúvida nenhuma, o maior problema do casal foi não esperar o cumprimento da promessa de Deus de que lhe daria um filho e a precipitação em adotar um costume da época, das mulheres estéreis, terem filhos através do relacionamento do seu marido com suas escravas.

 

REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pags. 9-11.

Quem é o Pr. Elienai Cabral (Seara News).

LINDSAY, Gordon. Abraão, o amigo de Deus: Série heróis do Antigo Testamento Retratos dos personagens notáveis. Volume 3. Graça Artes Gráficas e Editora Ltda. 

25 março 2023

AVIVAMENTO: QUESTÃO DE VIDA OU DE MORTE

(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 13: Aviva ó Senhor a tua obra)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro e último tópico, veremos que o avivamento, é questão de vida ou morte. O profeta Habacuque sabia que o seu povo havia pecado e que o juízo seria inevitável, por isso apelou para a misericórdia de Deus. Deus é misericordioso, compassivo e bondoso. O profeta Jeremias, em suas lamentações disse que "as misericórdias do Senhor é a causa de não sermos consumidos". (Lm 3.22). Clamemos, pois a Deus pela sua misericórdia e por um avivamento em nossa geração. 


1- O clamor pela misericórdia de Deus. Por último, em seu clamor, o profeta Habacuque pediu que na ira, Deus se lembrasse da Sua misericórdia. Ele sabia perfeitamente, que o povo havia ultrapassado todos os limites na iniquidade e que os juízos de Deus seriam justos e inevitáveis. Por isso, rogou que usasse de misericórdia na Sua ira: “[…] na tua ira, lembra-te da misericórdia” (Hc 3.2c). Deus é Santo, Justo e não compactua com o pecado. Mas, Ele é também misericordioso e compadece de nós. Onde houver corações contritos e arrependidos, Deus estará pronto para perdoar e restaurar o pecador. O avivamento não acontece por merecimento do crente, mas pelo favor de Deus, quando Ele se compadece de nós e usa de misericórdia.


2- Deus é misericordioso. Um dos maiores equívocos teológicos é a ideia de que o ser humano tem algum mérito ou direito diante de Deus. Com a entrada do pecado no mundo, o homem tornou-se inimigo de Deus. O apóstolo Paulo assim escreveu: 'Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). Sendo assim, todos nós, sem exceção, éramos por natureza merecedores da condenação divina. O mesmo apóstolo Paulo, escrevendo aos Efésios disse: "Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos) e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus". (Ef 2.4-6). 

A palavra portuguesa misericórdia vem da junção de duas palavras latinas: miseratio, derivada de miserere que significa “compaixão por“, e “cordis” que significa “coração”. Sendo assim, a idéia de misericórdia em latim é “coração compassivo”.

A misericórdia é um dos atributos comunicáveis de Deus. Em vários textos do Antigo Testamento é dito que Deus é misericordioso e que as suas misericórdias não têm fim. (Ex 34.6; Sl 100.5; Sl 103.4,8; Lm 3.22).


3- Clamemos a Deus. O mundo atual a cada dia está se afundando a cada dia no pecado. A depravação moral tem alcançado níveis insuportáveis. O mais grave é que até mesmo no meio evangélico, comportamentos que há anos atrás eram reprovados até por aqueles que não serviam a Deus, hoje são considerados normais em muitas Igrejas. 

Estes dias que antecedem a vinda de Jesus foram descritos por Jesus e pelos seus apóstolos como tempos de apostasia, ódio aos cristãos, aumento da iniquidade e esfriamento do amor. (Mt 24.9-12; 1 Tm 4.1-3; 2 Pe 2; Jd 1). A frieza espiritual tem tomado conta de muitas Igrejas e, quando isso acontece, a tolerância ao pecado e o relativismo moral toma conta e a Igreja perde a sua condição de sal da terra e luz do mundo. 

Precisamos urgente, seguir a orientação de Deus a Salomão: "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." (2 Cr 7.14). Em vez de reclamarmos que a nossa Igreja está fria e o pecado tem invadido o nosso arraial, devemos nos humilhar diante de Deus e clamar a Ele em oração por um poderoso avivamento. Aviva, ó Senhor a tua obra! 


REFERÊNCIAS: 

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento: Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 1131.

CHAMPLIN, Russell Norman,. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. 11 ed. 2013. pág. 298-299.

MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 296-297.

UMA IGREJA MODELO

(Comentário da Lição 2: A Igreja de Jerusalém, um modelo a ser seguido) Ev. WELIANO PIRES  No terceiro tópico, falaremos da Igreja de Jerusa...