27 novembro 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 10: A RESTAURAÇÃO NACIONAL E ESPIRITUAL DE ISRAEL


Esta lição tem como base a mais conhecida visão do profeta Ezequiel, que é a visão que ele teve de um vale de ossos secos. O texto base é o capítulo 37 do livro de Ezequiel. Esta profecia do capítulo 37 de Ezequiel é, sem dúvida nenhuma, o texto mais importante e mais conhecido do livro de Ezequiel. Os pais da Igreja, principalmente os gregos, usaram este texto como fundamento para a doutrina da ressurreição dos mortos. 


Nos versículos 1 e 2, Deus mostrou a Ezequiel em visão, um vale cheio de ossos humanos secos. Na sequência, nos versículos 3 a 6, o profeta contemplar uma multidão de esqueletos humanos secos, Deus perguntou-lhe se aqueles esqueletos poderiam viver. O profeta respondeu: Senhor Jeová, Tu o sabes. O Senhor, então, deu ordem a ele para que profetizasse sobre aqueles ossos, para que voltassem à vida. Assim aconteceu e aquela multidão de esqueletos secos tornou-se um grande exército (vs.7,8). 


Por último, o Senhor deu ao profeta a interpretação daquela visão e disse que aquilo simbolizava a nação de Israel (vs 11-14). A segunda parte da visão, continua falando da restauração de Israel, dando ênfase à unificação dos dois reinos dispersos: os remanescentes do Reino do Norte que foram no cativeiro da Assíria; e os cativos da Babilônia, que se encontravam no cativeiro, naquela ocasião. Estes últimos voltariam do cativeiro, nos dias de Neemias, entretanto, ainda não seria a restauração total, pois ainda seriam dominados pelos gregos e romanos e expulsos da sua terra no ano 70 d.C. 


O primeiro tópico da lição traz o significado desta visão. O Senhor explicou ao profeta que aquela visão representava a casa de Israel. O povo de Israel estava no cativeiro, mas voltariam à sua terra, depois seriam dispersos novamente. Entretanto, Deus iria restaurá-los novamente, nacional e espiritualmente.


O segundo tópico relata as dispersões de Israel e Judá entre as nações ao longo da história. Em seguida, fala do renascimento do Estado de Israel, que aconteceu em 14 de maio de 1948, com a declaração de independência, após a última diáspora que durou 1878 anos. A aprovação na ONU do Estado de Israel ocorreu em 29 de novembro de 1947, em um só dia, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha. Cumpriu-se assim, a profecia de Isaías 66.8: “...Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos.”


O terceiro tópico fala sobre o grande milagre do século XX, que foi o renascimento do Estado de Israel em só um dia. Israel é um testemunho ocular perante as nações da soberania de Deus e do cumprimento das suas promessas. Várias nações já se levantaram para varrer esse povo do mapa, mas são reduzidas a nada. Falta ainda o cumprimento da restauração espiritual, que será o assunto da próxima lição.


REFERÊNCIAS:


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 117-118.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 3315.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. IV. Editora Central Gospel. pág. 283.


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Ev. Weliano Pires

25 novembro 2022

SOBRE O CONTEXTO ESCATOLOGICO


(Comentário do 3º tópico da Lição 09: Gogue e Magogue, um dia de juízo).

Neste terceiro tópico falaremos sobre o contexto escatológico de Gogue e Magogue. É difícil precisar quem serão estes inimigos de Israel, que virão do Norte (Ez 38.15). Sabemos apenas que uma coalizão invadirá Israel, mas será derrotada pelo Senhor, que lançará confusão sobre eles e se autodestruirão (Ez 38.21-23). Muitos associaram Magogue à Rússia, no período da guerra fria. Agora com a guerra da Ucrânia, o assunto retornou. É importante destacar também que Gogue e Magogue de Ezequiel são diferentes de Gogue e Magogue de Apocalipse 20.8. 


1- Gogue e Magogue. No capítulo 38, versículo 2, repetido no capítulo 39, versículo 2, encontramos a seguinte expressão, na versão Almeida Revista e Corrigida (ARC): “Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque, e Tubal”. (38.2; 39.1). Na Nova Almeida Atualizada (NAA), o mesmo texto está assim: “Gogue, da terra de Magogue, príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal.” A palavra Magogue é omitida no texto do capítulo 39. A expressão “Rôs”, que aparece na NAA e em outras versões da Bíblia, é uma transliteração do termo hebraico ro’sh, que tem vários significados: cabeça, chefe, pico, monte, parte superior. Seguindo a Septuaginta, algumas versões transliteraram “Rosh” por “Rôs” e o colocaram como um nome próprio. 


Este texto representa um grande desafio para os expositores bíblicos e, como já falamos nos tópicos anteriores, há divergências nas interpretações. Para alguns, Gogue seria o rei Gyges, da Lídia, um reino antigo da Anatólia, que existiu entre os anos de 1200 a.C. até 546 a.C. cuja capital se chamava Sardis. Esta interpretação não faz muito sentido, pois este rei havia sido morto em 644 a.C. pelos assírios, antes do cativeiro babilônico e o seu país devastado. 


Outros entendem que Gogue e Magogue são apenas nomes simbólicos para os inimigos do povo de Deus e não seria uma batalha real. Há ainda os que acham que são dois nomes genéricos para indicar um futuro inimigo de Israel, sem indicar necessariamente a região. John MacArthur, por exemplo, em sua Bíblia de Estudo, defende esta interpretação e associa a profecia de Ezequiel com o Gogue e Magogue do final do Milênio: “Esses títulos são usados ali simbolicamente para a última insurreição do mundo contra Jerusalém e seu povo e contra o Rei Messias.”


A interpretação dispensacionista, que é a linha escatológica adotada pela Assembleia de Deus, entende que Gogue será o líder de uma coalizão que se levantará contra Israel, após o arrebatamento da Igreja para destruir a nação de Israel, durante o período da Grande Tribulação. Não sabemos, contudo, com certeza, quem serão estes povos. As evidências atuais apontam para a Rússia e os países mulçumanos, devido ao ódio que nutrem por Israel e as regiões em que vivem esses povos, que podem ser relacionadas com os lugares citados por Ezequiel. Mas não podemos afirmar com certeza, até porque o texto bíblico não revela e não sabemos o dia do arrebatamento da Igreja. Se Cristo não voltar logo, a geopolítica global pode mudar. 


2- Como a Rússia aparece nesse contexto? No versículo 1 do capítulo 39 de Ezequiel, lemos o seguinte: “...Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal.” (Ez 39.1b). As palavras príncipe e chefe, no texto hebraico são “archonta rhos”. Os tradutores da versão grega traduziram estas palavras por “príncipe de Rôs”, pois entenderam que o termo hebraico “Rosh”, que significa “cabeça, chefe, pico, monte, parte superior”, seria o nome de uma nação. Várias versões da Bíblia como a Tradução Brasileira, Almeida Revista e Atualizada e Nova Almeida Atualizada seguiram esta tradução e o texto ficou assim: “...Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal.”


Partindo desta tradução e considerando a semelhança de sons entre as palavras Rôs e Rússia, muitos intérpretes identificaram este Rôs com a Rússia e Gogue, com o líder da Rússia. Estes intérpretes seguem a mesma linha, identificando Meseque com Moscou capital da Rússia e Togarma com Tobolski, outra cidade da Rússia. 


3- Origem da interpretação. Diferente do que pensam alguns, que acusam os pentecostais de fazer esse tipo de interpretação, ela não veio dos pentecostais. Isso vem desde o período bizantino (395-1453 d.C.). Em seu léxico hebraico, o alemão Genesius  (1787-1842), já identificava o “Rosh” de Ezequiel com os russos. Durante a chamada guerra fria, no período em que a União Soviética teve grande influência na geopolítica mundial, muitos a associavam a Magogue. Com o fim do bloco soviético em 1989, o assunto foi deixado de lado. Entretanto, a Rússia continuou lá, como uma grande potência econômica e nuclear. Com a invasão russa à Ucrânia este ano, o assunto voltou a ser discutido. 


Entendemos que, independente de quem seja Gogue, Magogue, Meseque, Tubal e seus aliados, o importante é sabermos que Deus falou que estes confederados irão se unir contra Israel no final dos tempos, mas serão derrotados na terra de Israel pelo próprio Deus. Ninguém que se levanta contra Deus e o seu povo, sai impune. A história mostra vários reis e impérios poderosos que se levantaram para destruir Israel e foram reduzidos a nada. Vale ressaltar que as vezes em que Israel foi derrotado, foi permissão de Deus por causa do pecado. 


REFERÊNCIAS:


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 108; 11,112.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 790.

MAC ARTHUR. Bíblia de Estudo. Sociedade Bíblica do Brasil. pág. 1057.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pág. 1076.

LAHAYE, Tim & HINDSON, Enciclopédia popular de profecia bíblica. Editora CPAD, Ed. 2008, pag. 244.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. 11 ed. 2013. pag. 924.


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Ev. Weliano Pires.

24 novembro 2022

SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES. (PARTE 2)


(Comentário do 2º tópico da Lição 09: Gogue e Magogue, um dia de juízo).

Neste segundo tópico abordaremos a segunda parte da identificação dos invasores. Traremos as informações sobre a terra de Magogue, que era o nome de um dos filhos de Jafé, filho de Noé (Gn 10.2). Falaremos também sobre os povos de Meseque e Tubal, que eram também dois filhos de Jafé (Gn 10.2). Por último veremos informações geográficas sobre os demais povos desta coalizão, etíopes, Pute, Gomer e Togarma, que se unirão para invadir Israel. 


1- Magogue (38.2b; 39.1b, 6a). Assim como vimos no tópico anterior sobre Gogue, a identidade de Magogue também é incerta e tem gerado muitas controvérsias ao longo da história. A única menção histórica que temos de Magogue na Bíblia é que ele era filho de Jafé, filho de Noé (Gn 10.2; 2 Cr 1.5). Na profecia de Ezequiel, no entanto, Magogue não é uma pessoa, é a terra de Gogue. No final do Apocalipse, temos uma referência a Gogue e Magogue no sentido figurado, indicando os dois extremos da terra, como usamos aqui no Brasil “Do Oiapoque ao Chuí”, para fazer menção à abrangência de Norte a Sul do país. Oiapoque é um município que fica no extremo Norte do Amapá e Chuí, um município do extremo sul, no Rio Grande do Sul. 


O historiador judeu Flávio Josefo, que viveu no primeiro século da Era Cristã, entre 37 e 103 d.C., escrevendo sobre as genealogias de Gênesis 10, em seu livro Antiguidades judaicas, identificou Magogue como os citas, que eram povos nômades, que viviam em sua época, ao Norte de Israel entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Os citas aparecem no Novo Testamento juntamente com os bárbaros (Cl 3.11). Ainda segundo Josefo, os citas eram muito cruéis e sentiam prazer em derramar sangue humano. 


2- Meseque e Tubal (38.2c; 39.1c). Assim como Magogue, Tubal e Meseque também aparecem em Gênesis 10 como filhos de Jafé, filho de Noé (Gn 10.2). Entretanto, diferente de Magogue, há inscrições assírias antigas que indicam que Tubal e Meseque deram origem respectivamente aos reinos de Tabal e Mushki. Considerando estas informações, atualmente Tabal seria a região Ibérica, onde estão Portugal e Espanha. Mushki seria a região da Turquia. Flávio Josefo também identifica Tubal com a região Ibérica e Meseque com os povos que viviam na província romana da Capadócia, onde hoje fica a Turquia. Muitos expositores bíblicos, no entanto, identificam Meseque como Moscou, capital da Rússia, como veremos no próximo tópico.


3- A coalizão de Gogue (38.5). No capítulo 38, versículo 5 e 6, a Ezequiel cita mais três povos que estão aliados a Magogue, Meseque e Tubal, nesta coalizão liderada por Gogue: Persas, Etíopes, Pute, Gomer e a casa de Togarma. Estes povos foram citados pelo próprio Ezequiel em profecia anterior (Ez 27,10; 30.5). 


Conforme eu mencionei no tópico anterior, os persas eram os povos que povoavam o atual território do Irã. Na época do cativeiro babilônico, quando Ezequiel escreveu esta profecia, os persas ainda não haviam dominado o mundo. Depois de muito tempo, eles se aliaram aos medos e venceram a Babilônia. Ciro, o imperador persa foi usado por Deus para publicar um decreto, permitindo a volta dos judeus à sua terra. Mas, nesta batalha escatológica, os persas aparecem na coalizão liderada por Gogue contra Israel.


Os Etíopes também mencionados no tópico anterior, também chamados de Cuxe, eram descendentes de Cam, filho de Noé. O nome Etiópia é de origem grega e a Septuaginta usa este nome em vez de Cuxe. 


Pute também era filho de Cam e os seus descendentes eram as nações do Norte da África, que naquela época era apenas a Líbia. Hoje, envolve a Líbia, Tunísia, Marrocos, Sudão, Argélia, etc. São países dominados por muçulmanos que odeiam Israel e o Cristianismo. 


Gomer, outro integrante desta coalizão, também era filho de Jafé e os seus descendentes viviam na Europa Ocidental, na região que inclui a antiga Alemanha Oriental, Polônia, República Tcheca, Eslováquia e outros países da antiga União Soviética. 


Por último, temos nesta coalizão, a casa de Togarma, que é mencionado em Gênesis 10, como um filho de Gomer. Os seus descendentes viviam na Anatólia, no tempo de Ezequiel. Esta região se tornou a antiga Armênia que foi dizimada pelo império Otomano e hoje compõe a parte oriental da Turquia. 


REFERÊNCIAS:


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 107-108.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia, e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. 11 ed. 2013. pág. 926.

Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.1200.


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Ev. Weliano Pires



23 novembro 2022

SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 1)

(Comentário do 1º tópico da Lição 09: Gogue e Magogue: Um dia de juízo).

Neste primeiro tópico falaremos sobre a primeira parte da identificação dos invasores de Israel, liderados por Gogue. Nesta profecia temos muitos nomes de povos, territórios e governantes mencionados por Ezequiel, como Gogue, Magogue, Tubal, Meseque, Gomer  e a casa de Togarma, que são de difícil identificação nos dias atuais e no futuro. Veremos ainda neste tópico a explicação desta profecia, que não era para os dias de Ezequiel. Falaremos por último, sobre as informações referentes a Gogue em outros textos da Bíblia. 


1- Os invasores (38.6; 39.2). A profecia que estudaremos nesta lição, está nos capítulos 38 e 39 do livro de Ezequiel e é dirigida contra uma coalizão de nações que invadirá Israel. Os invasores citados na profecia são: Gogue, da terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal. Depois aparecem: Pérsia, Etiópia, Gomer, Pute e a casa de Togarma. 


Quem são estes povos? 


a. Gomer, Magogue, Meseque e Tubal são filhos de Jafé, filho de Noé, cujos descendentes ocuparam o continente europeu (Gn 10.2). Gogue aparece em 1 Crônicas 5.4, como um descendente de Rúben, filho de Jacó. Entretanto, certamente não é a ele que a profecia se refere, pois a referência é a um príncipe estrangeiro. Falaremos mais sobre Gogue, no terceiro ponto deste tópico. 


b. A Pérsia antiga ficava na Ásia, na região onde hoje é o Irã. Os persas não eram inimigos de Israel nos tempos bíblicos. Aliás, Deus usou o imperador persa Ciro, para libertar Israel do Cativeiro. Porém, a Pérsia se tornou uma nação islâmica e a partir de 1935 passou a se chamar Irã. Hoje é um dos principais inimigos de Israel. Os iranianos são aliados da Rússia e não aceitam a existência de Israel. 

c. Os etíopes são descendentes de Cuxe, filho de Cam, filho de Noé, que povoaram o Norte da África. O nome Etiópia é de origem grega e foi usado pela Septuaginta, para designar os descendentes de Cuxe. Pute também era filho de Cam e irmão de Cuxe. Hoje, a região de Pute compreende a Líbia, Tunísia, Sudão, Argélia, Marrocos e outros países do Norte da África. Atualmente, todos estes países odeiam Israel. O Egito está nesta região e também odeia Israel, mas, não aparece nesta profecia. Um fato interessante é que em 1979, o Egito assinou um tratado de paz nos Estados Unidos, selando um acordo de não agressão entre um país árabe e Israel.

d. Gômer era filho de Jafé, filho de Noé. Hoje são os países da região da Europa Oriental, que compreende a Polônia, Alemanha Oriental, República Tcheca, Eslováquia e outros. 

e. Meseque. Alguns estudiosos da Bíblia identificam Meseque como Moscou, capital da Rússia.

f. Tubal. Aparece em Gênesis 10, como um dos filhos de Jafé. Segundo Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século, Tubal deu origem aos povos que habitavam na região Ibérica.

f. A casa de Togarma. Togarma aparece em Gênesis 10, como um dos filhos de Gômer. Hoje é a região da Turquia. A Turquia já foi o terceiro império do mundo, chamado de império otomano. Hoje a Turquia também é aliada da Rússia e está voltando ao radicalismo islâmico. 


2- Compreendendo a profecia.  A profecia diz que esta invasão ocorrerá no "fim dos anos" (Ez 38.8) e após a restauração nacional de Israel (Ez 38.12). A restauração nacional de Israel ocorreu em 1948. Este é um dos sinais da proximidade do arrebatamento da Igreja. O Senhor Jesus, falando sobre os sinais que antecederam a sua vinda, aos seus discípulos: "Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima. E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores; Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto. (Lc 21.28-31). Na tipologia bíblica, a figueira representa Israel. Portanto, o Senhor Jesus pode vir buscar a sua Igreja a qualquer momento. 


Após o arrebatamento da Igreja, terá início a septuagésima semana de Daniel, com o início da Grande Tribulação. A partir do arrebatamento, se desencadearão vários eventos escatológicos, nesta ordem: Grande Tribulação (Na terra) / Bodas do Cordeiro (No Céu) Milênio, Juízo Final e Eternidade. Durante este período antes da Eternidade, acontecerão três batalhas, que não devem ser confundidas: 

1. Batalha de Gogue em Magogue, contra o povo de Israel ocorrerá no período da Grande Tribulação. 

2. Batalha do Armagedom, ocorrerá no Monte de Megido, quando o Senhor Jesus descerá com a Igreja para derrotar os exércitos do Anticristo, que fará guerra para destruir Israel.  

3. Batalha de Gogue e Magogue. Acontecerá após o Milênio. O diabo sairá a enganar todas as nações, chamadas de Gogue e Magogue. É uma referência a todos os povos. 


Como bem colocou o comentarista, esta invasão descrita na profecia de Ezequiel não é a batalha final do Apocalipse, quando o diabo sairá a enganar todas as nações, descritas como Gogue e Magogue (Ap 20.8) e será vencido para sempre, pelo Senhor Jesus. Esta batalha acontecerá no final do Milênio e antes do Juízo Final. 



3- Gogue (38.2a; 39.1a). O nome “Gogue” aparece no Livro de Ezequiel cinco vezes no capítulo 38, nos versículos. 2, 3, 14, 16, 18; e seis vezes no capítulo 39, sendo duas vezes no versículo 1, três vezes no versículo 11 e uma vez no versículo 15. Fora de Ezequiel aparece apenas duas vezes. A primeira é uma referência a um descendente de Rúben, em 1 Crônicas 5.4, que não tem nenhuma relação com esta profecia de Ezequiel. A outra referência está em Apocalipse 20.8, que se refere à batalha final, que culminará na derrota final de Satanás e também não há nenhuma relação com a batalha descrita por Ezequiel (Ap 20.8). 


Ao longo da história, já houve várias tentativas de identificar este personagem. Alguns dizem que Gogue não é o nome de uma pessoa, mas é um título como Faraó, Ciro, Herodes, César e outros. Outros identificaram Gogue com Gyges, rei da Lídia, nome que aparece em seis inscrições de Assurbanipal, rei da Assíria (668-631 a.C.), a quem os assírios chamavam de Gugu.  


Não há, portanto, consenso sobre a identidade de Gogue. O importante não é tentarmos identificar Gogue, pois o texto bíblico não o esclarece. O importante é saber que será o líder de uma coalizão que levantará contra o povo de Deus, mas serão derrotados pelo próprio Deus, na terra de Israel. 


REFERÊNCIAS:


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele; A Justiça Divina: A Preparação do povo de Deus Para os Últimos Dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. págs. 105-107; 111.

TAYLOR, John B,. Ezequiel. Introdução e Comentário. Editora Mundo Cristão. pág. 217-219.

BLOCK, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Vol. 2. Editora Cultura Cristã. pág. 419-420.

Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 476

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 3314.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. 11 ed. 2013. pág. 924-925.

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Ev. Weliano Pires




21 novembro 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 9: GOGUE E MAGOGUE: UM DIA DE JUÍZO


No livro de Ezequiel, assim como nos livros de Isaías, Daniel, Joel e Zacarias há muitas profecias referentes a Israel que ainda não se cumpriram. Os céticos insistem em dizer que as profecias bíblicas que já se cumpriram foram escritas após o acontecimentos, com base nos fatos. Entretanto, isso não tem fundamento, pois muitas profecias foram comprovadamente escritas antes dos fatos acontecerem. 


As profecias de Isaías, por exemplo, que fazem referência ao imperador persa Ciro, foram escritas 100 anos antes do seu nascimento (Is 45.1). Tem ainda as profecias do mesmo profeta sobre o retorno do cativeiro babilônico, que foram escritas antes do povo de Judá ser levado ao cativeiro. Inclusive, estas profecias de Isaías lhe renderam descrédito em seus dias, pois elas não se cumpriram durante a sua vida.


Nesta lição falaremos a respeito de uma invasão de Israel por um rei chamado Gogue, da terra de Magogue e uma coalizão de nações lideradas por ele. O texto base da lição são os capítulos 38 e 39 de Ezequiel. 


A lição se divide em três tópicos: 


O primeiro tópico traz a primeira parte da identificação dos invasores de Israel, liderados por Gogue. Temos neste tópico a explicação desta profecia, que não era para os dias de Ezequiel. Por último, temos as informações referentes a Gogue em outros textos da Bíblia. 


O segundo tópico traz a segunda parte da identificação dos invasores. Vemos neste tópico as informações sobre a terra de Magogue, que era o nome de um dos filhos de Jafé, filho de Noé (Gn 10.2). Em seguida, temos as informações sobre os povos de Meseque e Tubal, que eram também dois filhos de Jafé (Gn 10.2). Por último temos informações geográficas sobre os demais povos desta coalizão, que se unirão para invadir Israel. 


O terceiro tópico fala sobre o contexto escatológico de Gogue e Magogue. É difícil precisar quem serão estes inimigos de Israel, que virão do Norte (Ez 38.15). Sabemos apenas que uma coalizão invadirá Israel, mas será derrotada pelo Senhor, que lançará confusão sobre eles e se autodestruirão (Ez 38.21-23). Muitos associaram equivocadamente Magogue à Rússia, no período da guerra fria. Agora com a guerra da Ucrânia, o assunto retornou. É importante destacar que Gogue e Magogue de Ezequiel é diferente da rebelião de Gogue e Magogue de Apocalipse 20.8. 



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Ev. Weliano Pires

17 novembro 2022

SOBRE O BOM PASTOR

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: O Bom Pastor e os pastores infiéis)

Neste terceiro tópico falaremos sobre Deus, como o Bom Pastor no Antigo Testamento e a sua reação contra as ações ímpias dos maus pastores. Nos dias de Ezequiel, Deus prometeu apascentar as suas ovelhas pessoalmente. Abordaremos ainda neste tópico, a missão de Jesus como o Bom Pastor, que dá a sua vida pelas ovelhas e é modelo exemplar de pastor. Por último, uma palavra sobre os pastores cristãos como líderes da Igreja.


1- A reação divina contra os maus pastores (vv. 10-12). Nos versículos 10 a 12, temos a reação de Deus contra as atitudes dos pastores, que além de não cuidarem das ovelhas, ainda abusavam delas e apascentavam a si mesmos, como vimos no tópico anterior. Esta mensagem de Deus representa uma ameaça aos falsos pastores e ao mesmo tempo uma mensagem de esperança para o povo. 


Deus se coloca contra os maus pastores e promete tirar o rebanho das mãos deles: "Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto." (Ez 34.10).


Deus prometeu também apascentar pessoalmente as suas ovelhas e buscar as que estão desgarradas: "Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei. Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, eu mesmo, procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei." (Ez 34.11,12). Esta busca de Deus pelas ovelhas perdidas de Israel, não se refere apenas à volta do cativeiro babilônico, que se daria 70 anos depois. É também uma referência escatológica ao retorno dos que fugiram na segunda diáspora, que aconteceu em 70 d.C., quando o general romano Tito invadiu Jerusalém, expulsou o povo judeu da sua terra e destruiu a cidade. 


Os judeus que não morreram tiveram que fugir e se espalharam pelo mundo. O retorno desta segunda dispersão judaica aconteceu, milagrosamente, em 1948, com a criação do Estado de Israel. Entretanto, o retorno de todos os israelitas para a sua terra só acontecerá no milênio, quando Jesus estabelecerá o seu reinado de paz e governará o mundo, pessoalmente, de Jerusalém. Neste período, Deus dará a Israel toda a terra prometida aos patriarcas. Todos os israelitas viverão em sua terra e terão o seu Messias como Rei.Todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades.” (Rm 11.26)


2- Jesus, o bom Pastor. No Antigo Testamento, Deus é apresentado como o Pastor de Israel: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.” (Sl 23.1). “Ó pastor de Israel, dá ouvidos; tu, que guias a José como a um rebanho, que te assentas entre os querubins, resplandece”. (Sl 80.1). Mas, Deus deu também pastores para pastorear o seu povo. Como estes pastores foram infiéis e não cuidaram das ovelhas, Deus prometeu apascentar pessoalmente o seu povo: “Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele as guiará mansamente. (Is 40.11). “Ouvi a palavra do Senhor , ó nações, e anunciai-a nas ilhas de longe, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho.” (Jr 31.10). 


Estas profecias que dizem que Deus virá pessoalmente como pastor, para buscar  as suas ovelhas desgarradas e pastoreá-las, se cumprem em Cristo, como Ele mesmo declara no Evangelho segundo João: ”Eu sou o bom pastor” (Jo 10.11,14). O apóstolo Pedro também apresenta Jesus como “o Sumo [Supremo, Grande] Pastor” (1 Pe 5.4). O adjetivo “bom”, usado por Jesus para qualificar a Si mesmo como pastor, no grego é “kalos” e aparece três vezes no capítulo 10 de João, sendo duas no versículo 11 e uma no versículo 14. Esta palavra significa “bom” no sentido ético e indica a nobreza de Cristo para cumprir apropriadamente o seu ofício de pastor, em contraste com os pastores de Israel, que eram mercenários, não cuidavam das ovelhas e queriam apenas servir-se delas. 


Jesus é o Pastor ideal, segundo o padrão de Deus, tanto em seu caráter como em sua obra. Ele é único em sua categoria, pois, não há outro igual a Ele. Jesus como Pastor é bom, por pelo menos três motivos, que são apresentados no capítulo 10 de João: 

a. Ele dá a Sua vida pela Salvação das ovelhas (v.11). Jesus não foi um mártir, que foi assassinado por defender uma causa. Ele deu a sua vida para o resgate das suas ovelhas. A sua morte foi voluntária, sacrificial e vicária. Ou seja, Ele se ofereceu, voluntariamente, como sacrifício a Deus em nosso lugar.

b. Ele conhece as suas ovelhas e delas é conhecido (v.14). Conforme falamos no segundo tópico, as ovelhas conhecem a voz do seu pastor e não seguem a estranhos. Jesus, como o bom pastor, é o dono das ovelhas, conhece-as profundamente e elas também o conhecem.

c. Ele ama as ovelhas, protege-as e supre-lhes as necessidades. (vs. 15,16). O mercenário não ama as ovelhas e quer apenas o que elas lhe proporcionam: lã, carne, gordura e laticínios. Mas, Jesus nos amou incondicionalmente, sem que nós o merecêssemos. Nos versículos 15 e 16, Jesus compara o seu relacionamento com as suas ovelhas, com o relacionamento dele com o Pai. Ele também supre as nossas necessidades, nos protege e nos dá vida em abundância (Jo 10.10). 


3- O pastor cristão. Jesus é o nosso Mestre por excelência e o nosso modelo em tudo o que fazemos. Ele é o Bom Pastor, como vimos acima e, como tal, dá a sua vida pelas suas ovelhas, ama, conhece, alimenta e protege o seu rebanho. Da mesma forma, os pastores cristãos devem seguir o seu exemplo. Evidentemente, são humanos, falhos e limitados e, portanto, não conseguem se equiparar ao nível do Filho de Deus. 


Muitos interpretam, equivocadamente, o texto de João 10 e dizem que Jesus Cristo é o único Pastor. Com esse argumento, rejeitam o ministério pastoral na Igreja. Entretanto, o Novo Testamento deixa muito claro que, foi o próprio Jesus, que deu pastores à Sua Igreja. Na terceira vez em que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado, no episódio da pesca milagrosa, Ele perguntou a Pedro por três vezes, se ele o amava. Nas três vezes, Pedro respondeu que sim e Jesus lhe disse: “...Apascenta as minhas ovelhas.” (Jo 21.15-17). Isso significa, evidentemente, o chamado para o ministério pastoral. O apóstolo Paulo foi mais claro ainda. Em seu discurso aos bispos de Éfeso, em Mileto, Paulo disse: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” (At 20.28). Na Epístola aos Efésios também, Paulo falou que “Ele mesmo [Jesus] deu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e doutores”. (Ef 4.11).


A palavra pastor no grego é “poimēn” e tem o significado de “apascentador de ovelhas”. Sendo assim, a principal missão do pastor deve ser cuidar das pessoas que vieram a Cristo. O pastor é alguém que cuida de um rebanho que não é dele e deve fazê-lo com amor e dedicação, não como dominador. (1 Pe 5.2). É de responsabilidade do pastor, alimentar, cuidar e proteger o rebanho de Deus. 


Oremos por nossos pastores, ajudemos-lhes nas suas tarefas, para que não fiquem sobrecarregados e sejamos-lhes submissos às suas orientações bíblicas, para que o seu trabalho não se torne mais pesado do que já é. (Hb 13.17). Entretanto, vale lembrar que esta submissão não é absoluta e não pode fugir dos parâmetros bíblicos. Quem pratica a submissão incondicional aos seus líderes, inclusive aos falsos ensinos, são os adeptos das seitas, que consideram os seus líderes inquestionáveis. 


REFERÊNCIAS: 


SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 97-98.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 3306-3307.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 5. 11 ed. 2013. pág. 105.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 2. pág. 444.

BLOCK, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Vol. 2. Editora Cultura Cristã. pág. 270-272.

LOPES, Hernandes Dias. João: As glórias do Filho de Deus. Editora Hagnos. pág. 278-281.


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Ev. Weliano Pires

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