16 novembro 2022

SOBRE OS PASTORES INFIÉIS

(Comentário do 2º tópico da Lição 08: O Bom Pastor e os pastores infiéis)

Falaremos neste tópico sobre os pastores infiéis de Israel, detalhando as suas ações e omissões como governantes de Israel. As más atitudes dos pastores infiéis foram responsáveis pela dispersão das ovelhas. Naquela época em Israel, mesmo na monarquia, não era possível separar o governo civil do religioso. Portanto, a profecia de Ezequiel é contra as lideranças civis e religiosas da nação.


1- O pastor de ovelhas. Em sentido literal, conforme já falamos no tópico anterior, o pastor de ovelhas difere do pastor de outros tipos de rebanhos de tem características especiais. As atividades principais inerentes à função do pastor de ovelhas são: prover o alimento, conduzir as ovelhas ao pasto e ao aprisco, tratar das ovelhas feridas, buscar as que se perderam pelo caminho e proteger o rebanho dos predadores. 


A principal atividade econômica do povo de Israel, desde o tempo dos patriarcas, era a agricultura e a pecuária. Na agricultura, dedicavam-se ao cultivo de trigo, para a produção de pães; uvas, para a produção de vinho e olivas para a produção de azeite. Na pecuária, criavam bois e ovelhas, para o consumo de carnes e também para os sacrifícios religiosos. 


Temos vários exemplos de pessoas importantes da história de Israel, que se dedicaram à atividade de pastorear rebanhos. Jacó foi pastor das ovelhas do seu tio e sogro, Labão; os filhos de Jacó, quando venderam José, estavam no campo cuidando dos rebanhos do seu pai. Depois, quando se mudaram para o Egito, foram morar na terra de Gósen, porque eram criadores de gado e ovelhas. (Gn 46.31-34); Moisés, pastoreou as ovelhas do seu sogro por 40 anos (Ex 3.1); Davi também, antes de ser ungido rei de Israel, era pastor das ovelhas do seu pai (1 Sm 16.11).


Tanto o povo de Israel quanto os seus governantes conheciam profundamente a atividade do pastor de ovelhas. Por isso esta metáfora usada por Deus, para se referir aos líderes de Israel, comparando-os a pastores de ovelhas era perfeitamente compreensível e adequada para aqueles dias. No sentido figurado, no Antigo Testamento, além de Ezequiel, temos também o texto de 2 Samuel 5.2, onde Deus disse que Davi apascentaria o seu povo. O texto de Isaías 44.28 apresenta o imperador persa, Ciro, como pastor. Em outros textos também, Deus se refere aos líderes religiosos e governantes como pastores e ao seu povo como ovelhas. 


2- O que os governantes faziam (vv.2,3)? O crime é a violação da Lei. O direito penal diz que o indivíduo comete crimes por ação ou por omissão. Ou seja, é crime fazer o que a lei proíbe e é crime deixar de fazer o que é o nosso dever. Com o pecado, acontece a mesma coisa. Pecamos quando fazemos aquilo que a Bíblia proíbe e pecamos quando não fazemos o que ela nos ordena. No caso do pecado há ainda o pecado por pensamentos e intenções que só Deus conhece. 


Neste ponto da lição abordaremos os pecados por ações destes pastores infiéis. O primeiro deles é que é que eles "cuidavam de si mesmos:" “Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos!” (v.2). Ou seja, eles militavam em causa própria. Tudo o que faziam era para se beneficiarem. Isso é o que chamamos de corporativismo, quando um grupo os governantes se unem e as suas ações convergem sempre para o benefício próprio. Ora, Deus não chamou pastores para cuidarem de si mesmos e sim do rebanho. 


A segunda ação indevida do grupo era o abuso de autoridade e exploração das ovelhas. Isso é demonstrado em linguagem figurada no versículo 3: "Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas”. Há divergência entre os estudiosos sobre o significado de "comer a gordura" neste texto. Alguns acham que seria uma referência a comer ovelhas do rebanho que pastoreavam, sem autorização do dono do rebanho, como se pode ver na defesa de Jacó diante do seu sogro Labão: "Estes vinte anos eu estive contigo; as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca abortaram, e não comi os carneiros do teu rebanho." (Gn 31.38). Outros, no entanto, entendem que era uma referência ao fato de a gordura não ser para consumo humano e sim para queimar em sacrifício a Deus (Lv 3.17; 7.22-25). Qualquer que seja a interpretação, o problema é que estes pastores, além de não cuidarem das ovelhas, abusavam daquilo que elas tinham a oferecer. 


Na atualidade não é diferente. Os nossos governantes gastam fortunas do dinheiro público em seu próprio benefício e dizem que não há dinheiro para os serviços básicos à população como saúde, educação, segurança pública, saneamento básico, etc. Além de gastarem indevidamente o dinheiro público, ainda falam em aumentar impostos para gastarem mais. Um fato comum onde ditadores no poder é a diferença abissal que há entre o padrão de vida da maioria da população e o dos governantes. 


3- O que os governantes não faziam (vv.4,8)? Neste ponto, analisaremos os pecados de omissão dos governantes de Israel. Na profecia de Ezequiel há uma sequência de “nãos”, que descrevem a omissão desses governantes, que não cumpriam as suas responsabilidades para com o povo. O texto bíblico diz: “A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza” (v.4). Ezequiel descreve, em sentido metafórico, a situação de miséria em que Jerusalém se encontrava. As ovelhas estavam fracas, doentes, quebradas e perdidas. Estas condições em uma ovelha são consequências do abandono e irresponsabilidade do pastor, pois ele é o responsável direto por cuidar de todas estas áreas, como vimos anteriormente. 


Da mesma forma, os governantes de Israel naquele contexto, concentravam neles os três poderes: Executivo, legislativo e judiciário. Não havia separação de poderes como na atualidade. Os reis faziam o que queriam. Os limites eram estabelecidos pela Lei de Deus: “não domine sobre eles com tirania, mas tema o seu Deus” (Lv 25.43). Havia uma série de normas legais para proteger os órfãos, as viúvas, os estrangeiros, etc. e evitar a tirania. 


Nos dias de Jeremias e Ezequiel, a Lei era ignorada. No capítulo 7 do seu Livro, Jeremias foi enviado por Deus à porta do templo, para denunciar vários crimes destes governantes: não praticavam a justiça nos julgamentos; oprimiam os estrangeiros órfãos e viúvas; executavam inocentes; praticavam idolatria, furtos, adultérios e outros pecados (Jr 7.1-7). A falta de proteção aos menos favorecidos, a exploração, a corrupção e os gastos excessivos dos governantes, empobrecem a nação e a leva à miséria. Por isso, Deus determinou a sentença da nação, que seria o cativeiro e proibiu o profeta Jeremias de orar por eles. (Jr 7.16). O profeta Ezequiel também falou sobre as mesmas abominações praticadas por estes governantes, que levaram a nação ao cativeiro, em várias partes do seu livro: Ez 11.1-2, 9; 12.10; 17.11-21; 19; 21.25; 22.6, 13. 


4- As ovelhas dispersas (vv. 5,6). Além de cuidar das ovelhas, guiar, alimentar e proteger, é papel do pastor evitar que as ovelhas se dispersem e, caso isso aconteça, ele deve sair pelos montes a procurá-la e trazê-la de volta ao rebanho. Conforme falamos no início, as ovelhas não enxergam bem e são medrosas. Se não houver um pastor por perto para guiá-las pelo caminho, elas se perdem e se tornam presas fáceis dos predadores. 


Nos versículos 5 e 6, o Senhor fala sobre a dispersão do seu povo, por causa das ações ímpias e omissões dos pastores infiéis. Esta mensagem foi dirigida ao Reino do Sul, mas ela se refere a todo o povo de Israel, pois no Reino do Norte aconteceu a mesma coisa, em 722 a.C. quando o povo foi levado cativo para a Assíria. Por causa desses maus pastores, todo o Israel ficou disperso, em situação caótica. O Reino do Norte foi levado para a Assíria e não voltou mais. O rei da Assíria trouxe outros povos para habitar a região. 


No Reino do Sul, por causa da aliança de Deus com Davi e a promessa da vinda do Messias da sua descendência, a situação foi diferente. Deus permitiu que eles fossem levados para o cativeiro, mas, prometeu que depois de 70 anos, eles voltariam para a sua terra. A situação deles durante a deportação, no entanto, foi deplorável. O exército da Babilônia invadiu Jerusalém, saqueou os tesouros do templo e do palácio, queimou a cidade, destruiu o templo e levou o povo produtivo para a Babilônia. Só ficaram os velhos, deficientes e os miseráveis. Milhares de judeus foram mortos impiedosamente nas três incursões babilônicas. 


REFERÊNCIAS:

SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 95-96.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 2301; 3305-3306.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Jó a Cantares de Salomão. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pág. 493.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pág. 790.

BLOCK, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Vol. 2. Editora Cultura Cristã. pág. 267-269.

Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 476).

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Ev. Weliano Pires

15 novembro 2022

SOBRE O REBANHO


(Comentário do primeiro tópico da Lição 08: O Bom Pastor e os pastores infiéis).

Neste primeiro tópico falaremos sobre ovelhas, rebanhos e pastores, em seu sentido literal, trazendo explicações sobre a natureza das ovelhas e o contexto em que Ezequiel fala de pastores. Isso é importante para compreendermos o sentido figurado que o profeta usa as palavras rebanho e pastor nesta profecia.


1- Ovelhas. O nome científico da ovelha é Ovis aries. É uma animal quadrúpede, mamífero, herbívoro e ruminante, da família Bovidae. Por serem parecidas com as cabras, as pessoas acabam confundindo, mas ovelhas e cabras são muito diferentes em suas características. O macho da ovelha é chamado de carneiro e os seus filhotes são os cordeiros. O macho das cabras é o bode e os filhotes são os cabritos. 


As ovelhas eram criadas em grandes quantidades entre os povos antigos, para a produção de leite, carne, lã e couro. Também eram usadas como moedas de troca e em sacrifícios religiosos. 


Segundo Champlin, são usadas seis palavras hebraicas e uma palavra grega na Bíblia, para se referir a ovelhas: 

  • Kebes. (Heb.) (Cordeiro). Palavra usada cento e quatro vezes.

  • Keseb. (heb.) (Cordeiro). Esta palavra aparece doze vezes no Antigo Testamento.

  • Tson (heb.) (Ovelha). Palavra usada por cento e dez vezes, com esse sentido.

  • Tsoneh (heb.). (Ovelha). Usada duas vezes. 

  • Rachei (heb) (Ovelha). Usada quatro vezes. 

  • Seh (heb.) (ovelhinha). Ocorre quarenta e quatro vezes, com diversas traduções correlatas.

  • Prôbaton (Gr) (Ovelhas, carneiro). Aparece trinta e nove vezes no Novo Testamento. 


2- Natureza. As ovelhas são animais inteligentes, capazes de reconhecer os outros animais de seu rebanho e até os rostos humanos. A fêmea é tranquila e dócil. Porém, o carneiro é agressivo e tem muita força na cabeça. É capaz de derrubar uma pessoa com uma cabeçada. 


Os animais, em geral, tem o instinto de autodefesa e reagem quando se sentem ameaçados: mordem, dão coices, chifradas, picadas, etc. Outros, quando são capturados esperneiam e são escandalosos. Entretanto, as ovelhas não são assim. Por isso, são presas fáceis de predadores e necessitam de cuidados especiais de pastores. São extremamente dóceis e obedientes ao seu pastor. Diferente das cabras, que dão muito trabalho para entrarem no curral, as ovelhas conhecem a voz do seu pastor e o seguem. 


Toda ovelha é míope e só enxerga até três metros à sua frente e só enxerga nitidamente até um metro. Por outro lado, a audição e o faro são muito aguçados. As ovelhas conseguem identificar a voz do seu pastor no meio de outras vozes e não seguem a estranhos. Também te reconhecem o cheiro do pastor e o seguem. 


As ovelhas são animais frágeis e andam sempre em grupo. Se uma se debandar por um caminho, a tendência é que as outras a sigam. Por isso, tem um ditado popular que diz: "Uma ovelha ruim faz o rebanho se perder". 


Outra característica da ovelha é que ela é muito ingênua, a ponto de não discernir as ervas comestíveis das venenosas. Por isso, é preciso que o pastor tenha muito cuidado e evite que ela tenha contato com ervas daninhas, para não se contaminar. 


3- O rebanho. Em sentido literal, rebanho é o nome dado a um grupo numeroso de animais domesticados, herbívoros, que são guardados por um pastor. As ovelhas, os bois, as cabras, os porcos, e outros estão nesse grupo, evidentemente com características diferentes. Destes, somente as ovelhas seguem os seus pastores. Os demais fogem e dão trabalho no ajuntamento, mesmo sendo domesticados. 


No Antigo Testamento, em várias partes, o povo de Israel é denominado em sentido figurado como o rebanho de Deus. Quando se afastava de Deus, os profetas diziam que Israel estava disperso, como ovelhas que não tem pastor. Quando Deus anunciou a Moisés, que ele não entraria na terra prometida, Moisés respondeu ao Senhor: "O SENHOR, Deus dos espíritos de toda a carne, ponha um homem sobre esta congregação, que saia diante deles, e que entre diante deles, e que os faça sair, e que os faça entrar; para que a congregação do SENHOR não seja como ovelhas que não têm pastor." (Nm 27.16,17). 


No Novo Testamento é a Igreja que é tratada como o rebanho de Deus. Depois de comer a última páscoa com os seus discípulos, o Senhor Jesus foi com eles para o Monte das Oliveiras e disse-lhes: "Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão." (Mt 26.31). O apóstolo Paulo, em seu discurso emocionante aos bispos de Éfeso, deu a seguinte recomendação: "Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho." O apóstolo Pedro também, admoestou aos presbíteros da Igreja dizendo: "Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho." (1 Pe 5.2,3). 


4- Os pastores. A Bíblia usa a figura do pastor de ovelhas, para ilustrar o cuidado e o relacionamento de Deus com o seu povo. A mesma metáfora é usada também em referência aos líderes do povo de Deus. O pastoreio de ovelhas tem características especiais em relação ao de outros rebanhos, como porcos, cabras e bois. Conforme já falamos, as ovelhas conhecem a voz e o cheiro do seu pastor e o seguem. Cabe ao pastor guiar as ovelhas aos pastos, protegê-las dos predadores, curar as feridas e buscar as desgarradas. Falaremos mais sobre isso, no próximo tópico. 


É importante destacar que, no contexto em que profetizaram Jeremias e Ezequiel, mesmo vivendo em uma monarquia, o sistema político de Israel era teocrático. A Constituição de Israel era a Torah, que é a Lei mosaica. Crimes e pecados eram praticamente a mesma coisa. Portanto, não havia separação entre as lideranças civis e religiosas. Nesta perspectiva, tanto a profecia de Jeremias, em Jr 23.1-5, quanto esta profecia de Ezequiel no capítulo 34, são dirigidas aos governantes em geral e não apenas aos líderes religiosos. 


Outro ponto importante é que muitas pessoas que são contra o ministério pastoral, principalmente os desigrejados, usam esse texto para criticar a existência de pastores. Mas a profecia não é contra a liderança em si, é contra a infidelidade e falta de cuidados com as ovelhas. 


REFERÊNCIAS:

SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pág. 93.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 3305.

BLOCK, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Vol. 2. Editora Cultura Cristã. pág. 264-267.

TENNEY, MERRILL C. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 4. pág. 698-699.

TENNEY, MERRILL C. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 5. pág. 80.

COMFORT, Philip W.; ELWELL, Walter. Dicionário Bíblico Tyndale. Editora geográfica. pag. 80.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 4. 11 ed. 2013. pág. 648.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 5. 11 ed. 2013. pág. 571.

PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. 2 Ed. 2007. pág. 1652.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 3058.

HARRISON, K. Jeremias: Introdução e Comentário. Editora Mundo Cristão. pág. 93.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento: Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 461.

Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p. 476.


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Ev. Weliano Pires

13 novembro 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 08: O BOM PASTOR E OS PASTORES INFIÉIS

Com base no capítulo 34 de Ezequiel, versículos 1 a 12, esta lição traz um estudo sobre os líderes infiéis de Israel, usando a figura do pastor e das suas ovelhas. O Antigo Testamento usa a figura do pastor e das ovelhas para se referir a Deus e a Israel, respectivamente. No conhecidíssimo Salmo 23, por exemplo, Davi diz: "O SENHOR é o meu pastor...". Em outras partes da Bíblia também, Deus é apresentado como pastor e o povo de Israel como ovelhas ou rebanho (Sl 80.1; Sl 100.3; Is 40.11).


Entretanto, em outras partes da Bíblia, os líderes de Israel são chamados de pastores que apascentam as ovelhas do Senhor (2 Sm 7.7; Jr 23.1-4; Ez 34.10). Deus escolheu líderes para conduzirem o seu povo no caminho de Deus, ensinando-lhes a Sua Palavra. O primeiro líder chamado por Deus, para conduzir o seu povo foi Moisés. Deus o conduziu desde o seu nascimento, passando pelo Palácio de Faraó para aprender as ciências do Egito e depois, pelo deserto de Midiã, para aprender a ser pastor de ovelhas e também a mansidão e humildade. Na sequência, Deus escolheu Josué, discípulo de Moisés para sucedê-lo no cargo e conquistar a terra prometida. Após a morte de Josué, o povo caiu na anarquia e cada um fazia o que queria. Depois deste longo período de instabilidade, Deus levantou Samuel como juiz, sacerdote e profeta. Finalmente, o povo pediu um rei e teve início a monarquia.


A lição traça um paralelo entre os pastores infiéis de Israel e Deus o Pai, no Antigo Testamento, e Jesus, no Novo Testamento, como o bom pastor.


A lição está dividida em três tópicos: 


O primeiro tópico fala sobre rebanho em seu sentido literal, trazendo explicações sobre a natureza das ovelhas. Em seguida, explica o sentido figurado de rebanho e pastor, para se referir, respectivamente, a Israel e à Igreja, como rebanhos, e aos líderes do povo de Israel e da Igreja, como pastores. 


O segundo tópico fala sobre os pastores infiéis de Israel, detalhando as suas ações e omissões como governantes de Israel. Naquela época em Israel, mesmo na monarquia, não era possível separar o governo civil do religioso. Vemos ainda neste tópico que as más atitudes dos pastores infiéis faziam as ovelhas se dispensarem.


O terceiro tópico fala sobre o Bom Pastor e nos mostra a reação de Deus contra as ações ímpias dos maus pastores. Nos dias de Ezequiel, Deus promete apascentar as suas ovelhas pessoalmente. Na sequência, vemos neste tópico, a missão de Jesus como o Bom Pastor, que dá a sua vida pelas ovelhas e é modelo exemplar de pastor. Por último, temos uma palavra sobre os pastores cristãos como líderes da Igreja.


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Ev. Weliano Pires



11 novembro 2022

SOBRE A REAÇÃO DE ISRAEL

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: A responsabilidade é individual). 

Veremos neste terceiro tópico a reação de Israel a Deus, por causa do cativeiro. O povo que estava no cativeiro se achava injustiçado por Deus. Mas Deus lançou-lhes duas perguntas retóricas, que são afirmações em forma de perguntas. Deus disse: Não é o meu caminho direito? E  não são os vossos caminhos tortuosos? As respostas para ambos os questionamentos eram obviamente sim e eles sabiam disso. Deus é justo em tudo o que faz e é misericordioso para com o pecador arrependido.


1- Uma pergunta retórica (v.25). Pergunta retórica é um recurso literário que consiste em formular uma pergunta, cuja resposta é conhecida do interlocutor. O objetivo não é obter a resposta, mas afirmar ou insinuar um enunciado, levando o interlocutor a refletir sobre o assunto. Aqui Deus faz duas perguntas retóricas ao povo: Não é o meu caminho direito? Não são os vossos caminhos torcidos?. O povo sabia perfeitamente as respostas para estas duas perguntas. Eles sabiam que Deus é justo e que eles haviam pecado. Como se diz na linguagem popular, estavam se fazendo de bobos. 


A palavra "direito", usada na primeira pergunta retórica, vem de uma raiz hebraica que fala sobre pesagem, ou equilíbrio. Em sentido figurado significa justiça. Então, o que Deus queria que eles entendessem, e apela para a consciência deles, é que Ele é absolutamente justo em seus julgamentos. Deus nunca comete injustiça, pois isso iria contra o seu caráter, que é justo e santo. 


Na segunda pergunta retórica, Deus chama a atenção para os próprios caminhos do povo. Eles transgrediram as leis do Senhor e foram alertados pelos profetas durante muitos anos, principalmente pelo profeta Jeremias. A nossa consciência é o nosso juiz interno e nos acusa daquilo que fazemos. Diante dos homens, que não conhecem o que é feito em oculto, é possível fingir e se esconder. Mas diante do Deus que é Onisciente e conhece todos os mistérios, não adianta fingir-se de inocente, pois Ele traz às claras todas as coisas. Aquele povo seguia uma máxima atribuída a Lenin, que diz: "acuse os seus adversários daquilo que você faz e chame-os daquilo que você é." Eles acusavam Deus de praticar a injustiça que eles mesmos praticavam. 


2- Sobre a justiça. As palavras traduzidas por justiça em nossa Bíblia são, respectivamente, tsedek e tsadakah, no hebraico, e dikaiosune, em grego. O significado é justiça, no sentido de retidão e não apenas no sentido legal como acontece atualmente. São palavras usadas na Bíblia em relação a Deus e aos homens. O conceito de justiça na Bíblia se refere a uma conduta reta, um governo justo, o pagamento de dívidas a quem tem direito, a retribuição, a regra da lei e o respeito à lei. 


A justiça é um dos atributos comunicáveis de Deus, que são aquelas caraterísticas de Deus, inerentes ao seu Ser, que ele compartilha até certo ponto com os seres humanos. Deus é justo em seu caráter e em tudo o que Ele faz. Um dos títulos de Deus que revelam o seu caráter é Yahweh Tsidkenu, que traduzido significa o Senhor é a nossa justiça. 


Deus manifesta a sua justiça quando premia o justo e quando castiga o ímpio. Deus é o Juiz de toda a terra (Gn 18.25). Todos os injustiçados clamam a Deus por justiça (Gn 4.10). Deus não criou o universo e o abandonou à própria sorte, como ensina o deísmo. Deus é o criador do Universo, mas é também o seu mantenedor. Aqui neste mundo, Deus julga as ações dos seres humanos e nações e lhes impõe limites, para que eles não se autodestruam. Mas, Ele estabeleceu um dia em que julgará o mundo. (At 17.31). Neste dia, denominado Juízo Final, serão julgadas as ações, intenções e omissões dos seres humanos, em todas as épocas, com a mais absoluta justiça. Neste julgamento ninguém será absolvido. As provas serão irrefutáveis e o juiz, absolutamente correto, imparcial e incorruptível.


3- O arrependimento (vv. 27,28). Deus é absolutamente justo e santo em sua essência, como falamos acima. Mas Deus é também amoroso e misericordioso. Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos frágeis e falhos. Nenhum ser humano é justo em sua própria essência, pois a nossa natureza foi corrompida pelo pecado. Se Deus fosse aplicar rigorosamente a sua justiça para punir o pecador, ninguém se salvaria. Por isso, na sua infinita bondade e misericórdia, Deus oferece ao pecador o seu perdão, caso ele se arrependa dos seus pecados e volte-se para Deus. 


Além de oferecer, de forma gratuita e imerecida, o seu perdão ao pecador, Deus atribui a este a Justiça de Cristo, declarando-o justo. Nós tínhamos uma dívida impagável com a Justiça de Deus, que exige a punição do pecador. Contra nós pesava uma sentença de morte eterna. Da nossa parte, não havia nada que pudesse ser feito para pagar esta dívida e rasgar esta sentença. Mas Deus que é riquíssimo em misericórdia, assumiu a forma humana, pagou o preço da nossa libertação e agora oferece o perdão a todos os que crerem em Seu Filho Jesus e o receberem como Senhor e Salvador. Todos os seres humanos, sem exceção, precisam de Salvação e Jesus Cristo é o Único Salvador (Rm 3.23; At 4.12). 

 

REFERÊNCIAS:

SOARES, Esequias; SOARES. Daniele. A Justiça Divina: A Preparação do povo de Deus Para os Últimos Dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. pags. 89,90.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3248.

BLOCK, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel. Vol. 1. Editora Cultura Cristã. pag. 535-537.

DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Salmos. pág. 22-23.

Comentário Bíblico Beacon: Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp. 456,57.


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09 novembro 2022

SOBRE A SALVAÇÃO PARA TODOS OS SERES HUMANOS


(Comentário do 2º tópico da Lição 07: A responsabilidade é individual). 

Neste segundo tópico falaremos sobre três temas muito importantes da teologia, que geram muitas discussões: a universalidade da salvação, o fatalismo e a perseverança na salvação. A vontade de Deus é que todos cheguem ao arrependimento e sejam salvos. Veremos ainda neste tópico uma contestação ao pensamento fatalista que diz que todas as coisas são previamente determinadas e não há como mudar. Este texto de Ezequiel mostra que se o pecador se arrepender será salvo e se o justo abandonar a sua justiça perecerá. Por último falaremos sobre a possibilidade do crente perder a salvação. 


1. Há esperança para o pescador (vv. 21,22 e 23). Depois de falar da responsabilidade individual de cada pecador no versículo 20 (a alma que pecar esta morrerá), nos versículos seguintes Ezequiel explica que há esperança para o pecador, se ele se converter dos seus maus caminhos e passar a praticar o que é justo (v.21). O profeta esclarece que, se o pecador se converter, os pecados praticados anteriormente não serão considerados e, pela justiça que praticar a partir da conversão, ele viverá (v.22). Por último, Ezequiel diz que Deus não tem prazer na morte ímpio, mas deseja que ele se converta e seja salvo. 


Há uma discussão teológica interminável sobre este assunto. Os calvinistas afirmam que Deus não ama o pecador e que Cristo não morreu por todos, morreu apenas por aqueles que Deus determinou, antecipadamente, que seriam salvos, a quem eles chamam de eleitos. Sob este ponto de vista, os pecadores que não fazem parte do grupo dos eleitos estão perdidos por antecipação e não há nada que possa mudar isso. 


Entretanto, não é isso que a Bíblia ensina. Tanto no Antigo, como no Novo Testamento, encontramos o ensino de que Deus deseja salvar a todos os pecadores e não tem prazer na morte do ímpio. Se o pecador insiste em perecer, é por sua livre e espontânea vontade, não por determinação de Deus. Conforme vimos na lição passada, os juízos de Deus não acontecem sem motivo, sem que Deus avise e sem que Deus ofereça a oportunidade para o pecador se arrepender. 


Tanto no capítulo 18, como no capítulo 33, Deus usa o profeta Ezequiel para esclarecer que Deus não tem prazer na perdição dos ímpios, mas deseja que eles se arrependam: "Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva?" (Ez 18.23); "Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva." (Ez 33.11). 


No Novo Testamento, o ensino de que Deus ama os pecadores e deseja salvar a todos está mais claro ainda. O chamado "texto áureo da Bíblia", João 3.16, diz que "Deus amou o mundo de tal maneira, que Deus o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha vida eterna." Observe que o texto diz que Deus amou "o mundo" e não apenas os eleitos. Na casa de Zaqueu, Jesus disse que o Filho do Homem veio "buscar e salvar o que se havia perdido" (Lc 19.10). Quem estava perdido? Todos nós! Então, Ele veio buscar e salvar a todos. Entretanto, só serão salvos aqueles que nele crerem (Mc 16.16).


Nas Epístolas, os apóstolos também falaram desse assunto. Escrevendo a Timóteo, Paulo disse que Deus "quer que todos os homens [seres humanos] sejam salvos e venham ao pleno conhecimento da verdade". (1 Tm  2 4). Em outra parte, Paulo diz que "Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal" (1Tm 1.15). O apóstolo Pedro também fala a mesma coisa, com outras palavras: "O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se." (2 Pe 2.9). Portanto, há esperança para todos os que pecaram e quiserem ser salvos. A única exceção é a apostasia e a blasfêmia contra o Espírito Santo, pois, nestes casos, o próprio pecador rejeita deliberadamente a ação do Espírito Santo, que poderia levá-lo ao arrependimento. Sendo assim, não há quem possa fazê-lo. 


2- Refutando um pensamento fatalista (v.20). O fatalismo é uma teoria filosófica que defende que todos os acontecimentos no universo são inevitáveis, sejam por causas conhecidas ou não. Nesta perspectiva, o fatalismo defende a incapacidade humana de influenciar ou mudar os acontecimentos, cabendo-lhe única e exclusivamente, a resignação. Esta ideia é conhecida popularmente como destino, sina ou sorte. 

 

No campo teológico, o fatalismo diz que há contradição entre a onisciência divina e o livre arbítrio. Partindo desse pressuposto, dizem que Deus conhece tudo por antecipação (presciência) e, portanto, determina tudo o que irá acontecer, independente das ações humanas. Há ainda uma corrente mais radical do fatalismo que defende que nem Deus interfere nos acontecimentos. Na sua onisciência, Deus sabe tudo o que irá acontecer, mas não interfere, pois tudo acontece por acaso. O fatalismo crê que tudo que tiver que acontecer, acontecerá e o que não tiver que acontecer, não acontecerá. Uma crença nosso leva o ser humano, inevitavelmente ao pessimismo. 


O povo de Judá, tanto os exilados na Babilônia como os que ficaram na terra de Israel, foram contaminados por este pessimismo. Eles acreditavam que estavam sofrendo punições pelos pecados dos seus pais (Lm 5.7), como algo inevitável, que havia sido predeterminado por Deus. O profeta Ezequiel foi usado por Deus para desfazer este equívoco e explicar que foram punidos pelos próprios pecados e que, mesmo assim, se houver arrependimento dos pecadores, Deus os salvará. Em toda a Bíblia vemos Deus mudando sentenças e acontecimentos, de acordo com as ações do homem. Um dos casos mais conhecidos é o da cidade de Nínive, que Deus mandou o profeta Jonas anunciar a sua destruição e, por causa do arrependimento, Deus desistiu de destruí-la.  


3- Duas situações (vv.2,22,24). Neste ponto trataremos de outra grande discussão teológica que é a chamada perseverança dos santos. Este é o último ponto do resumo do calvinismo, que é descrito através do acróstico em inglês TULIP: 

T: Depravação Total (Total Depravity)

U: Eleição Incondicional (Unconditional Election)

L: Expiação Limitada (Limited Atonement)

I: Graça Irresistível (Irresistible Grace)

P: Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints). 


A perseverança dos santos, segundo o calvinismo, é a ideia de que todos os eleitos foram salvos e permanecerão salvos, sem que haja a possibilidade de se perderem. Assim como dizem que Deus determinou antecipadamente quem seria salvo e quem não seria, o calvinismo ensina aqueles que Deus salvou não se perderão. Os que se desviam é porque, na verdade, nunca foram salvos. 


No texto de Ezequiel 18, nos versículos 2, 22 e 24, no entanto, nos apresenta duas situações: a situação do pecador que se converte e passa a praticar a justiça; e a situação de um justo, que abandona a justiça e passa a viver no pecado. Deus explica que, no caso pecador, que se converte, os seus pecados não serão lembrados e ele viverá por causa dos atos justos praticados após a conversão. No caso do justo, que abandona a justiça, ocorre o inverso. A sua justiça anterior não será considerada e ele morrerá por causa do seu último estilo de vida no pecado. 


Em vários textos a Bíblia ensina que é possível o salvo perder a salvação, se não permanecer em Cristo. Na parábola do filho pródigo, temos o exemplo do filho mais novo, que vivia ao lado do pai e o abandonou  temporariamente. Porém, depois caiu em si e foi restaurado (Lc 15.32). Neste exemplo, podemos ver que alguém pode perder a salvação temporariamente, caso se afaste de Deus, mas há a possibilidade de voltar atrás e ser salvo. Mas temos também o caso de alguém que foi salvo do pecado e depois se perdeu definitivamente: "Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, sejam renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério.' (Hb 6.4-6. Os calvinistas dizem que este texto não está falando de alguém que era salvo. Mas o texto é bem claro e fala de alguém que "foi iluminado, provou o dom celestial e se fez participante do Espírito Santo e provou a boa Palavra de Deus e as virtudes do século futuro". Não dá para dizer que alguém assim não foi salvo. 


Além disso, encontramos inúmeras advertências no Novo Testamento para o crente vigiar e perseverar. Ora, se não houvesse a possibilidade do salvo de perder, não haveria nenhuma necessidade de adverti-lo sobre isso. O próprio Jesus afirmou que, devido à multiplicação da iniquidade, o amor de muitos iria se esfriar, mas aquele que perseverar até o fim, será salvo. (Mt 24.12,13). À fiel Igreja de Filadélfia, o Senhor Jesus deu a seguinte recomendação: "Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa." (Ap 3.11). Evidentemente, se não houvesse a possibilidade de um crente fiel perder a sua salvação, esta advertência não faria nenhum sentido. 


REFERÊNCIAS:


CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 347-348; 3247-3248.

BLOCK, Daniel. Comentário do Antigo Testamento Ezequiel Vol. 1. Editora Cultura Cristã. pag. 532-534.

SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. A Justiça Divina: A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel. Editora CPAD. 1 Ed. 2022. págs. 87-89.

GABY, Eliel dos Santos. Filosofia da Religião. 1ª Ed. Santa Catarina: Academia de pregadores, 2022. págs. 45,46.


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