12 agosto 2022

A BÍBLIA E O OUTRO EVANGELHO


(Comentário do 3º tópico da Lição 7: A relativização da Bíblia).

Com o politicamente correto, surgem outros evangelhos, a fim de dar nova roupagem à Bíblia para adaptá-la ao pós-modernismo. Nessa perspectiva, surgem novas interpretações focadas no leitor e novas teologias como: a teologia liberal que nega os milagres da Bíblia e a relativiza; a teologia da libertação e a teologia da missão integral, que pregam um evangelho social, com viés marxista; a teologia inclusiva, que nega o pecado do homossexualismo; entre outras. O Pastor Silas Daniel abordou este tema com mais profundidade, no livro “A sedução das novas teologias'', publicado pela CPAD. 


1- Uma nova metodologia. Conforme vimos nos dois tópicos anteriores, a cultura pós-moderna se choca frontalmente com os valores judaico-cristãos. Por isso, com o discurso do politicamente correto, criaram narrativas, selecionando as coisas que seriam boas e as que seriam más. Não há espaço para as verdades bíblicas nesse meio. Sendo assim, se faz necessário a ressignificação da Bíblia. Precisam dar nova interpretação aos textos bíblicos, para adequá-las aos novos padrões de comportamento. Nesta perspectiva criaram uma nova metodologia de interpretação, onde o protagonismo está no leitor e não no escritor bíblico. É a chamada hermenêutica centrada no leitor. 


Os principais métodos de interpretação bíblica são: método alegórico, método histórico crítico, método literal ou histórico-gramatical e, no pós-modernismo, a nova hermenêutica ou hermenêutica pós-moderna. 

a. Método alegórico. A palavra alegoria  vem de dois termos gregos, “allos”, (outro) e “agoreyo” (falar, proclamar). Alegoria, portanto, significa “dizer uma coisa, que significa outra”. O método alegórico consiste em encontrar no texto “outro sentido”, diferente daquele que o texto está mostrando. É um método antigo, que foi usado, principalmente por Agostinho, mas, é muito polêmico e perigoso, pois ignora a intenção do escritor e compromete o verdadeiro significado das Escrituras. 

b. Método literal ou histórico - gramatical. É o oposto do método alegórico. Este método dá a cada palavra o mesmo sentido que ela teria em seu uso costumeiro, normal e cotidiano, considerando-se o seu contexto histórico e gramatical.  

c. Método histórico - crítico. Apresenta-se como método neutro e científico, mas foi contaminado pelo humanismo, iluminismo, deísmo e pelo ceticismo. Este método coloca o racionalismo como a base da interpretação bíblica e, portanto, exclui os milagres e o sobrenatural, considerando-os como mitos e superstições. A teologia liberal surgiu a partir desse tipo de interpretação. 

d. Hermenêutica pós-moderna. Esta método de interpretação nega que existe um sentido absoluto para a verdade bíblica e busca rever e ressignificar a verdade revelada na Palavra de Deus. Nesta metodologia, a ênfase está no leitor e não no escritor. Sendo assim, busca o sentido de um texto a partir da visão do leitor moderno.


A Assembleia de Deus adota o método histórico gramatical, pois entende que Ele respeita a autoridade absoluta da Palavra de Deus, a sua inspiração bíblica, inerrância e infalibilidade. A Palavra de Deus é a verdade absoluta e não dá margem para relativizações ou busca de sentidos ‘ocultos’. 


2- Novas teologias. A chamada nova hermenêutica, ou hermenêutica pós-moderna, também tem produzido, inevitavelmente, novas teologias, a partir de novas interpretações dos textos bíblicos. Existem atualmente teologias para todos os gostos e ideologias, com base em interpretações equivocadas da Bíblia, que ignoram os princípios de interpretação bíblica e a interpretam segundo as suas próprias conveniências. 


Os espíritas interpretam a Bíblia a partir da visão de Allan Kardec, que lançou o seu livro “O evangelho segundo o Espiritismo'', com distorções profundas do texto bíblico e interpretações equivocadas. Defendem a comunicação entre vivos e mortos, usando o episódio em que Saul consultou a feiticeira de En-dor (1 Sm 28). Mas, esquecem que a Bíblias condena duramente esta prática (Lv 19.26; Dt 18.10; Gl 5.19-20; At 19.19) e que Deus não falava mais com Saul (1 Sm 28.6). Para defenderem a reencarnação, dizem que João Batista era a reencarnação de Elias, usando os textos de Malaquias 4.5 e Mateus 17.12. Eles ignoram, no entanto, três fatos bíblicos importantes neste caso: 1) Elias não morreu e, portanto, não poderia reencarnar; 2) A Bíblia diz que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 9.27); 3) A Bíblia não fala da doutrina da reencarnação em momento algum, mas fala largamente da ressurreição (Jo 5.28,29; 1125; 1 Co 15.52-55; 1 Ts 4.16; etc.). O próprio Jesus ressuscitou e não reencarnou. 


Alguns marxistas, na tentativa de conciliar a Bíblia com o Socialismo, criaram o chamado evangelho social, que interpreta a Bíblia a partir da visão de Karl Marx, reduzindo o Evangelho de Cristo à distribuição de renda e redução das desigualdades sociais. Evidentemente, tem que adulterar ou rejeitar vários textos das Escrituras, que são absolutamente incompatíveis com a ideologia marxista. A partir desta interpretação surgiu a chamada Teologia da Libertação, uma ala da Igreja Católica que defende que a libertação que Jesus veio trazer seria econômica e social. Segundo esses teólogos Jesus não veio libertar dos pecados, mas, veio libertar os pobres da opressão dos ricos. Com base nesse pensamento apóiam e até participam de invasões de terras, luta armada e outros atos violentos em nome da revolução. No meio evangélico também há alguns teólogos que defendem essas teorias com o nome de Teologia da Missão Integral. 


Dentro do Movimento Homossexual há alguns que criaram a chamada teologia inclusiva, que ensina que a Bíblia não condena a prática homossexual. Para isso dizem que há erro de tradução em alguns textos e que outros faziam parte apenas do contexto do Antigo Testamento. Chegam ao cúmulo de dizer que Davi e Jônatas tiveram um relacionamento homossexual. Ignoram o fato de o problema de Davi era exatamente oposto da homossexualidade. A poligamia de Davi com Mical, Abigail, Ainoã, Maaca, Agita, Abital, Eglá e o seu adultério com Bate-Seba mostram que a maior dificuldade de Davi era a atração pelo sexo oposto e não pelo mesmo sexo (1 Sm 18.27; 25.42-43; 2 Sm 3.2-5; 11.1-27). Outros blasfemam ao ponto de insinuarem que Jesus era homossexual.  


Estas e outras aberrações teológicas são o que Paulo chamou de "outro evangelho". Escrevendo aos Gálatas, o apóstolo alerta que mesmo que algum dos apóstolos ou mesmo um anjo anuncie outro evangelho, além do que ele já havia anunciado, deve ser considerado anátema ou maldito (Gl 1.8,9). 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

DANIEL, Silas. A sedução das novas teologias. Editora: CPAD. pág. 16.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry: Novo Testamento, ATOS A APOCALIPSE. Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pag. 547.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 442.

Os pentecostais e os métodos de interpretação da Bíblia.

Teologia Gay:


Veja o texto completo no link abaixo. Siga o nosso blog, deixe o seu comentário lá e compartilhe os nossos textos com outras pessoas.


10 agosto 2022

A BÍBLIA E O POLITICAMENTE CORRETO


(Comentário do 2º tópico da Lição 7: A relativização da Bíblia)


Uma das principais características da sociedade atual é o chamado “politicamente correto”. Em regimes totalitários há abertamente a censura, onde as pessoas não podem manifestar pensamentos e idéias que sejam contrárias ao regime. Se o fizerem serão presas ou mortas. Entretanto, o politicamente correto, de forma sutil, estabelece narrativas, onde algumas ideias são consideradas “boas” e outras “ruins”. Nessa nova forma de censura, não se deve falar sobre valores cristãos nas escolas. Mas, pode-se apoiar o aborto, o homossexualismo, a legalização das drogas, o sexo sem compromisso, a prostituição, etc. A consequência disso é, naturalmente, a criminalização da opinião.


1- A criação de uma narrativa. No discurso politicamente correto, estabeleceu-se narrativas daquilo que seria bom e mau. As coisas consideradas “boas” na opinião de algumas pessoas podem ser ditas livremente. O que não faz parte dessa nova ética social não pode ser dito, pois quem o fizer será cancelado, perseguido ou até preso. Alguns temas sensíveis a alguns grupos não podem ser falados. Não se pode falar contra homossexualismo, aborto, uso de drogas, religiões de matrizes africanas, etc. Também não se pode falar a favor da família tradicional, de penas mais duras para criminosos, de submissão da mulher à liderança do marido, da redução da maioridade penal, de pais corrigirem os seus filhos, etc. 


No campo teológico também, o politicamente correto ganhou espaço com a teologia da narrativa, teologia pós-moderna ou teologia emergente como alguns a chamam. Os teólogos emergentes defendem que a interpretação de um texto bíblico pode ter vários significados e, portanto, não se pode dar-lhe um único sentido como sendo o verdadeiro. Segundo esses teólogos, o sentido do texto não estaria no próprio texto, mas fora dele. Seria uma interpretação extratextual e não intratextual. Relativizam a interpretação da Bíblia e dizem que cada um pode dar a um texto bíblico o sentido que lhe convier, de acordo com a necessidade do momento. Há várias Igrejas que se dizem evangélicas, principalmente no meio pentecostal e neopentecostal que adotam esse tipo de interpretação bíblica. O resultado é desastroso, pois leva as pessoas a práticas antibíblicas, usando o seu próprio entendimento do texto bíblico, fora do seu respectivo contexto.  


Os teólogos emergentes defendem um cristianismo “politicamente correto”, que não confronta visões diferentes. É um cristianismo inofensivo, cuja mensagem foca apenas no ‘amor ao próximo’ e nas ‘boas virtudes’ e que não confronta o pecado. Também não falam de um único caminho, único Senhor, único salvador, uma só fé e na cruz de Cristo como única forma de perdão dos pecados. O ecumenismo é uma das principais marcas de tais teólogos. 


O ecumenismo defende a união de todas religiões que se dizem cristãs. O discurso recorrente no ecumenismo é que “o que nos une é maior do que as diferenças que nos separam”. Entretanto, a Bíblia não nos ensina isso. Ao contrário, há várias recomendações para não termos comunhão com aqueles que não seguem os ensinos de Cristo e dos apóstolos. O apóstolo João escreveu: “Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tão-pouco o saudeis. Porque, quem o saúda tem parte nas suas más obras.” (2 Jo 10,11). 


2- A Criminalização da opinião. O politicamente correto se tornou uma forma sutil de censura e perseguição aos que discordam das narrativas estabelecidas. Não apenas no Brasil, mas, em vários países, os cristãos conservadores têm sido perseguidos e tolhidos da sua liberdade de expressão e religiosa. Os cristãos politicamente corretos e ecumênicos, que não tem compromisso com as Escrituras e fazem a política da boa vizinhança, não são perseguidos. Ao contrário, são até elogiados e convidados para participar de eventos. Entretanto, cristãos conservadores e biblicamente corretos, que se posicionam a favor da verdade e não se dobram aos politicamente correto, são perseguidos, censurados e taxados de fundamentalistas. 


Recentemente, a cantora evangélica, Bruna Karla, se posicionou a favor da verdade bíblica em um podcast e afirmou o seguinte, sobre a indagação de um amigo dela, que é homossexual, se ela cantaria em um casamento dele com outro homem: 

“Fui bem sincera e disse: Ah, quando você se casar com uma mulher linda e cheia do poder de Deus, eu vou sim […] O dia que eu aceitar cantar em um casamento com outro homem, eu posso parar de cantar sobre a Bíblia e sobre Jesus”. 


Isso foi suficiente para que ela se tornasse alvo de críticas e ofensas na imprensa secular, principalmente, por parte de artistas, famosos e militantes do movimento homossexual. Recebeu diversas críticas ao seu posicionamento bíblico, com interpretações distorcidas do texto bíblico, enfocando apenas o amor de Jesus e ignorando que Ele aborrece o pecado. Bruna manteve o seu firme posicionamento e ainda comentou: 

“Aos meus queridos ouvintes homossexuais, o que Deus tem para a sua vida é libertação. O que Deus tem para a sua vida é o que Ele sonhou para você. Receba todo o meu amor, o meu respeito, porque Jesus não sonhou isso para você”.


 “Lá no julgamento, quando Jesus voltar, se ele estiver, ele vai falar: ‘Poxa, a Bruna andou comigo, ela sabia que eu estava errado, que o caminho que eu estava escolhendo era de morte eterna’. Eu chego a ficar emocionada porque se a gente abrir a nossa boca para dizer que você não vai para o céu… Gente, é morte eterna, inferno! Já imaginou viver uma condenação eterna? É para sempre que você vai viver aquilo. Acabou. É terrível!”


As plataformas de mídias sociais, como Youtube, Facebook, Twitter e Instagram criaram filtros que derrubam postagens que defendam os valores judaico-cristãos e que contenham críticas à prática homossexual. As plataformas têm os seus algoritmos, que são robôs que distribuem as postagens para os usuários, com base em seus interesses. Ocorre que, a ditadura do politicamente correto coloca nestes algoritmos palavras ou frases proibidas. Se alguém posta alguma coisa contendo termos proibidos, a postagem é bloqueada ou, no mínimo, o seu alcance é reduzido. Em alguns casos, o usuário é suspenso. 


O crente fiel não pode se acovardar ou se dobrar diante das perseguições, sejam elas quais forem. Temos a obrigação de proclamar a verdade bíblica, quer ouçam, quer deixem de ouvir. Quem ama, diz sempre a verdade, mesmo que ela seja dolorida e desagrade. Uma pessoa que realmente ama a sua família, parentes, conterrâneos, amigos, etc. e sabe que a Palavra de Deus é a verdade, jamais deixaria de falar da verdade, sabendo que eles irão perecer eternamente sem Cristo. 


REFERÊNCIAS:

DANIEL, Silas. A sedução das novas teologias. Editora: CPAD. pág. 78-79.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2ª Impressão: 2010. Vol. 2. pág. 538.

AIRHART, Arnold E. Comentário Bíblico Beacon. I e II Timóteo. Editora CPAD. Vol. 9. pág. 529.

gospelprime.com.br/bruna-karla-e-acusada-de-homofobia-por-defender-principios-biblicos/


Siga o nosso blog, deixe o seu comentário lá e compartilhe os nossos textos com outras pessoas. 


Pb. Weliano Pires


09 agosto 2022

A BÍBLIA E O ESPÍRITO DESTA ERA


(Comentário do 1º tópico da Lição 7: A sutileza da relativização da Bíblia)

A Bíblia é um Livro único no mundo. Não existe outro livro que seja igual a ela. Mesmo tendo mais de 20 séculos que o seu último livro foi escrito, a Palavra de Deus continua atual. Outras características também a tornam um livro extraordinário e divino. A Bíblia foi escrita em um período aproximado de 1600 anos, por cerca de 40 escritores, que viveram em culturas e épocas diferentes. A maioria deles não se conheceram, um não sabia o que o outro iria escrever e não sabiam que aquilo que estavam escrevendo era a Palavra de Deus. Foi escrita em três idiomas diferentes: Hebraico, aramaico e grego. 


É de se imaginar que um livro escrito nestas circunstâncias seja totalmente desconexo e cheio de contradições. Entretanto, quando estudamos a Bíblia em oração, buscando a iluminação do Espírito Santo, percebemos que há uma harmonia entre os seus livros, que ela é atual e uma fonte inesgotável de conhecimento e sabedoria. Um livro assim não pode ser considerado literatura humana. Outro fator que nos mostra que a Bíblia não é fruto da mente humana é que ela não esconde as falhas e fraquezas de seus heróis e não enaltece o homem. Além disso, as suas profecias se cumprem nos mínimos detalhes. 


O espírito que impera na sociedade atual é o do pós-modernismo, que entre outras coisas nega a existência de verdade absoluta e de princípios morais. Evidentemente, teorias desse tipo se chocam frontalmente com as Escrituras Sagradas. Por isso, esta cultura busca desconstruir a Palavra de Deus e dissociá-la completamente das escolas, da cultura em geral e até das famílias. O resultado disso é a relativização da Palavra de Deus, reduzindo-a a mais um ponto de vista, entre muitos outros que existem no mundo. 


1- A desconstrução. Vivemos atualmente um período conhecido como pós-modernismo. É um movimento que teve início após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e o fim do chamado período modernista. Uma das principais características do pós-modernismo é a ausência de regras e de valores absolutos, que até então, eram consolidados. Esta tendência tem influenciado as universidades, a cultura, a literatura e os meios de comunicação. Como era de se esperar, atingiu também a fé cristã. 


Para desconstruir os valores bíblicos, os pós-modernistas usam a chamada “hermenêutica da desconstrução”. A palavra “hermenêutica” vem do verbo grego “hermeneuein”, que significa “declarar”, “anunciar”, “interpretar”, tornar compreensível”. Na Grécia antiga, Hermes era um personagem mítico que, por sua capacidade de compreender e revelar, intermediava a mensagem dos deuses aos homens. Em termos simples, hermenêutica é a arte e a ciência da interpretação. A chamada hermenêutica da desconstrução ou hermenêutica pós-moderna é um modelo interpretativo que tem o leitor e não o autor como sujeito da interpretação. 


Partindo desta premissa, não importa o que o autor bíblico escreveu sobre um determinado tema. O importante é a interpretação que o leitor moderno dá ao texto. Não se faz, portanto, uma exegese bíblica, onde se extrai do texto o significado que o autor colocou, mas, faz-se uma eisegese, que coloca no texto a própria opinião, forçando-o a dizer aquilo que se quer. O objetivo deste modelo de interpretação bíblica é desconstruir os valores judaico-cristãos. Infelizmente, muitos ‘pregadores’ ou animadores de auditórios têm seguido esse tipo de interpretação. Alguns por ignorância, outros propositalmente, para buscar apoio bíblico para as suas ideologias. 


A verdadeira hermenêutica bíblica segue várias regras para uma correta interpretação dos textos sagrados. Três pontos são fundamentais e o intérprete da Bíblia deve se atentar a eles: 

a. A Bíblia interpreta-se a si mesma. Conforme vimos no item anterior, esta é a primeira e fundamental regra para a correta interpretação bíblica.

b. Os textos bíblicos devem sempre manter o seu sentido literal. Deve-se considerar também os recursos literários (poesia, figuras de linguagem, narrativas, profecia, etc.), mas é preciso ter cuidado com expressões simbólicas e alegóricas. 

c. O texto deve sempre ser lido dentro do respectivo contexto. Devemos sempre considerar que um texto é formado por uma sequência de palavras e frases, que não podem ser lidas separadamente, sob pena de se perder ou deturpar a intenção do autor. As palavras ou frases também podem ter sentidos diferentes, de acordo com o contexto em que estão situadas.    


2- O Relativismo. A palavra relativismo vem do latim, “relatus”, que significa relativo, ou que tem ligação com outra coisa. Na filosofia, esse termo se refere a alguma coisa que subsiste isolada e não pode ser considerada um absoluto por si mesma. No pós-modernismo, tudo é relativo e não há valores absolutos. Entretanto, isso só vale para os valores judaico-cristãos. Quando se trata de questionar o evolucionismo, o homossexualismo, ou o cientificismo, não aceitam dizer que é relativo e querem impor à sociedade como verdades inquestionáveis. 


No meio evangélico surgiu há algum tempo, os chamados teólogos progressistas, que querem desconstruir a visão conservadora da Bíblia. Como não conseguem negar que a Bíblia condena as práticas que o mundo moderno pratica e querem que sejam consideradas normais, estes teólogos marxistas, querem relativizar os valores bíblicos, para adequá-los às suas ideologias. 


Recentemente, um famoso pastor evangélico de São Paulo, adepto do marxismo e da chamada “teologia da missão integral” afirmou que a Bíblia precisa ser atualizada e ressignificada. Ele não se referia à atualização da linguagem, para uma melhor compreensão do texto bíblico. Mas, falava em atualizar no sentido de interpretar a Bíblia com foco no leitor atual, como vimos no item anterior, na chamada hermenêutica da desconstrução, tentando desconstruir as condenações bíblicas à prática homossexual e às orientação em relação às mulheres, numa clara defesa das bandeiras dos movimentos homossexual e feminista, dois moviventos extremamente hostis ao Cristianismo. 


A Palavra de Deus é a verdade absoluta e será sempre atual. Independente da época ou cultura, os valores bíblicos são os mesmos. Jesus disse no Sermão do Monte, que nada se omitirá da Lei até que tudo se cumpra. Para isso, ele usou a seguinte expressão: “...Nem um jota ou um til se omitirá da lei.” (Mt 5.18). Nas línguas hebraica e grega não existem o jota nem o til. No hebraico tem o "Yod" e no grego o "Iota''. O Yod é a menor letra do alfabeto hebraico. Já a palavra traduzida por "til" significa "pequeno chifre" e é uma referência a um sinal que há no final de outra letra hebraica, que parecia um pequeno chifre de carneiro. Isto significa que a Palavra de Deus não tem erro algum e é totalmente digna de confiança.


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES,. José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

DANIEL, Silas. A sedução das novas teologias. Editora: CPAD. pág. 75-78.

GEISLER, Norman. Razões para crer: apresentando argumentos a favor da fé cristã. Editora CPAD. 1ª ed. 2013. pág. 118.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, teologia e filosofia. Editora Hagnos. Vol. 5. pág. 636.

COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E agora como viveremos? Editora CPAD. pág. 441.

GUTHRIE, George. Lendo a Bíblia para a vida: Seu guia para entender e viver a Palavra de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.267).


Siga o nosso blog, deixe o seu comentário lá e compartilhe os nossos textos com outras pessoas. 


Pb. Weliano Pires



08 agosto 2022

Introdução à Lição 7: A sutileza da relativização da Bíblia



Conforme estudamos no primeiro trimestre deste ano, a Bíblia é a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus. Por isso, não podemos, de forma alguma, relativizar os seus ensinos. Ao longo da história, a Bíblia já sofreu os mais diferentes ataques e tentativas de destruição. Mas, foram em vão, pois Deus não apenas inspirou os escritores da Bíblia para escrevê-la, como também atua na preservação da Sua Palavra. 


Atualmente, os ataques são mais sutis e partem até de quem deveria defendê-la. Há até pastores dizendo que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas apenas a contém; outros que dizem que ela precisa ser “atualizada”. O espírito que impera na sociedade atual é o do pós-modernismo, que nega a existência de verdade absoluta e de princípios morais. Esta cultura busca desconstruir a Palavra de Deus e dissociá-la completamente das escolas, da cultura em geral e até das famílias. O resultado disso é a relativização da Palavra de Deus, reduzindo-a a mais um ponto de vista, entre muitos outros que existem no mundo. 


Uma das principais características da sociedade atual é o chamado politicamente correto. Em regimes totalitários há abertamente a censura, onde as pessoas não podem manifestar pensamentos e idéias que sejam contrárias ao regime. Se o fizerem serão presas ou mortas. Entretanto, o politicamente correto, de forma sutil, estabelece narrativas, onde algumas ideias são consideradas “boas” e outras “ruins”. Nessa nova forma de censura, não se deve falar sobre valores cristãos nas escolas. Mas, pode-se apoiar o aborto, o homossexualismo, a legalização das drogas, o sexo sem compromisso, a prostituição, etc. A consequência disso é, naturalmente, a criminalização da opinião. 


Dentro da cultura do politicamente correto, surgem outros evangelhos, a fim de dar nova roupagem à Bíblia para adaptá-la ao pós-modernismo. Nessa perspectiva, surgem novas interpretações focadas no leitor e novas teologias como: a teologia liberal que nega os milagres da Bíblia e a relativiza; a teologia da libertação e a teologia da missão integral, que pregam um evangelho social, com viés marxista; a teologia inclusiva, que nega o pecado do homossexualismo; entre outras. O Pastor Silas Daniel abordou este tema com mais profundidade, no livro “A sedução das novas teologias'', publicado pela CPAD. 


Apesar de toda sutileza para desconstruir e relativizar a Bíblia, ela permanece a mesma, pois foi inspirada e revelada pelo próprio Deus. Conforme estudamos detalhadamente este assunto, no primeiro trimestre de 2022, quando falamos sobre “a Supremacia das Escrituras”, a Bíblia não é um livro humano, pois ela foi produzida pelo Espírito Santo, que soprou nos seus escritores o que ele deveria escrever, usando as próprias culturas e linguagens deles. Cremos na inspiração verbal e plenária das Escrituras. Isto significa que cada palavra da Bíblia é inspirada pelo Espírito Santo e a sua totalidade também. Por isso, dizemos que a Bíblia é inerrante e infalível, pois Deus não pode errar, nem tampouco falhar. Jesus disse: “passarão os céus e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão.” (Mt 24.35). 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras - A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

SILVA, Antonio Gilberto da, A Bíblia através dos séculos. Editora: CPAD. 15 Edição 2004.

DANIEL, Silas. A sedução das novas teologias. Editora: CPAD. pág. 75-78.


Siga o nosso blog, deixe o seu comentário lá e compartilhe os nossos textos com outras pessoas. 


Pb. Weliano Pires

05 agosto 2022

PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA UMA FAMÍLIA SÓLIDA


(Comentário do 4º tópico da Lição 6: A Sutileza das ideologias contrárias à família). 


Neste último tópico, estudaremos os princípios para o fortalecimento da família cristã, destacando o papel dos pais, na formação da base familiar dos seus filhos, e o papel da Igreja, no fortalecimento dos laços familiares. Cabe à Igreja a orientação bíblica sobre os princípios estabelecidos por Deus para a família. A Igreja deve aconselhar os solteiros a fugirem da imoralidade sexual e os casados a serem fiéis ao seu cônjuge e preservarem o casamento.

 

1- O papel dos pais. Nos tempos do Antigo Testamento, antes da Lei, o modelo de família era totalmente patriarcal. O pai era a autoridade máxima da casa, com autoridade inclusive para decidir condenar algum infrator à morte, como aconteceu com Judá, que  condenou a sua nora à morte por entender que ela havia se prostituído. Ela só escapou da morte, porque provou que ele era o pai da criança. Ninguém ousava questionar as ordens do pai, que era o senhor da casa. 


Os papéis eram bem definidos. Os pais tinham a responsabilidade de ensinar os filhos homens as atividades do campo, para prover o sustento da família. As mães, por sua vez, cuidavam das atividades da casa e ensinavam as filhas a fazerem o mesmo. Era de responsabilidade do pai também a educação moral e religiosa. O pai era considerado a autoridade religiosa e cabia a ele tanto ensinar, como repreender os seus filhos nas questões religiosas. Na Lei mosaica, Deus assim ordenou aos Filhos de Israel: "E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas." (Dt 6.6-9). 


Os melhores ensinadores para as crianças são os seus pais, desde que os seus ensinos estejam de acordo com as suas práticas. Uma criança quando é pequena confia no seu pai e o considera um herói. Se o pai ensinar e praticar a Palavra de Deus em casa, isso ficará gravado no coração dos filhos. Não é à toa que os judeus, muçulmanos e católicos seguem isso à risca. O resultado é que é muito difícil os adeptos destas três religiões abandonarem o seu credo.


Infelizmente, muitos crentes têm negligenciado esta responsabilidade para com os seus filhos. Não fazem o culto doméstico, não oram com os filhos e não lhes ensinam a Palavra de Deus. Deixam crianças pequenas diante da TV e do celular e sequer controlam o conteúdo e o tempo de uso. Quando vão aos cultos, parece que estão levando os filhos a um parque de diversão, pois levam uma infinidade de brinquedos e lanches. Não se preocupem em ensinar os filhos a ter reverência e cultuar a Deus. Se as crianças correm na Igreja, atrapalhando o culto e um obreiro chamar a atenção, tem pais que não gostam. Ora, como crianças que crescem dessa forma irão aprender a servir a Deus?!


A sociedade atual vive uma crise de valores e de autoridade em todas as áreas. Não tenho dúvidas de que a principal causa disso é porque os pais não se preocuparam em ensinar desde os primeiros anos da criança, a Palavra de Deus e os princípios morais, como o respeito ao próximo, altruísmo, respeito aos mais velhos, respeito às autoridades civis e religiosas, honestidade, respeito às leis do país, os valores familiares, etc. Enquanto isso, o inimigo não dorme e a cada dia lança os seus ataques sutis à família e aos princípios cristãos. 


2- O papel da igreja. A Igreja local é formada por famílias. Se por um lado, famílias bem estruturadas fazem uma Igreja saudável, uma Igreja que valoriza e investe nas famílias, também terá famílias saudáveis e felizes. A Igreja local é a agência do Reino de Deus no bairro e cidade onde está localizada. Portanto, é papel dela ensinar e mostrar os valores de Deus para a família, não apenas nas pregações, mas principalmente na vida dos membros. 


A sociedade atual vive completa ausência de valores. As famílias estão sendo destruídas pelo inimigo. Cabe à Igreja como sal da terra e luz do mundo,mostrar com o seu exemplo, que é possível ter um casamento feliz, onde as crianças podem crescer em um ambiente saudável e harmonioso. Entretanto, se o mundo olhar para nós e perceber que as brigas, divórcios e traições são aos que acontecem lá fora, que pessoas na Igreja separam e casam com os amantes, e que filhos adolescentes e jovens vivem brigando com os pais, seremos como sal insípido, que para nada serve, a não ser para ser pisado pelos homens. Que Deus tenha misericórdia de nós. 

 

REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

FORD, Jack. DEASLEY, A. R. G. Comentário Bíblico Beacon: Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 434.

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 786.

LIMA, Elinaldo Renovato de. A Família Cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. 1ª edição: 2013. pag. 138-140.

NICHOLSON, Roy S. Comentário Bíblico Beacon: I Pedro. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 227.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2a Impressão: 2010. Vol. 2. pag. 714.

BAPTISTA, Douglas. Valores Cristãos: Enfrentando as questões morais de nosso tempo. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.109).


Siga o nosso blog, deixe o seu comentário lá e compartilhe os nossos textos com outras pessoas. 


Pb. Weliano Pires



A SUTILEZA DA NOVA CONFIGURAÇÃO FAMILIAR

 


(Comentário do 3º tópico da Lição 6: A Sutileza das ideologias contrárias à família). 

 

Neste tópico falaremos sobre os detalhes da sutileza da "nova configuração familiar". Falaremos sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo e sobre a chamada sexualidade não-binária. São ideologias contrárias à Palavra de Deus, que visam destruir a família. Estas ideologias são baseadas na chamada ideologia de gênero ou "sexualidade não-binária". Esta aberração, além de afrontar a Palavra de Deus, contraria as leis da biologia, que definem os sexos apenas como macho e fêmea.  


Em vários países já foram criadas leis para casar pessoas do mesmo sexo e equipará-las ao conceito de família. No Brasil, não conseguiram criar isso por meio de leis no parlamento e resolveram, então, atentar contra a Constituição e implementar isso através de decretos do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e resolução do STF (Supremo Tribunal Federal). 


1- Casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união homoafetiva, como núcleo familiar e o Superior Tribunal de Justiça determinou que este reconhecimento equivalia a casamentos e, portanto, proibiu os cartórios de se recusarem a realizar casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo. Nessa mesma época, o advogado e bacharel em teologia, Ricardo Augusto Alves Ferreira, publicou um artigo com o tema: Casamento homossexual: impossibilidade lexicogramatical. No texto, o advogado faz uma breve análise léxicogramatical do termo casamento e demonstra a impossibilidade lingüística da expressão "casamento homossexual". Após discorrer sobre o significado etimológico da palavra casamento nas línguas antigas: hebraico, aramaico, grego e latim, ele argumenta que casamento [do latim medieval casamentu]  é o ato solene de união entre duas pessoas de sexo diferente, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa e/ou civil. Logo não pode se aplicar a pessoas do mesmo sexo. 


A própria Constituição Federal de 1988, em seu artigo 226, nos parágrafo 1⁰, 2⁰ e 3⁰, traz a seguinte redação: 


A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.


§ 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.


Para mudar isso, precisaria ser feita uma emenda à Constituição, com a aprovação de dois terços dos deputados e senadores. Portanto, foi mais um dos muitos ataques do STF à Constituição Federal e usurpação das competências do Poder Legislativo.  


A Igreja deve obedecer e respeitar as autoridades constituídas (Rm 13). Entretanto, esta obediência não pode ser absoluta, pois a autoridade do estado possui limites. O Estado não pode ser absolutista ou divinizado. O que mais ouvimos é que 'o estado é laico'. Sim, o estado é laico, mas os cidadãos não o são e podem expressar as suas opiniões e crenças. Segundo, Warren Wiersbe, há apenas três organizações terrenas que foram instituídas por Deus: a família, a igreja e o governo humano. As suas funções não podem se sobrepor umas às outras e não se confundem. 


O Pr. Hernandes Dias Lopes explica que, no decorrer dos séculos, a relação do estado com a igreja tem sido notoriamente controvertida. Quatro modelos principais de relação entre Estado e Igreja já foram tentados:

  • Erastianismo (o estado controla a igreja);
  • Teocracia (a igreja controla o Estado);
  • Constantinismo (o estado favorece a igreja e esta se acomoda ao estado a fim de garantir os seus favores);
  • Parceria (a igreja e o Estado reconhecem e incentivam um ao outro nas distintas responsabilidades dadas por Deus, em um espírito de colaboração construtiva).

Este último, parece o que melhor se encaixa no ensino de Paulo aqui em Romanos 13. 


Do ponto de vista bíblico, já falamos neste trimestre à exaustão, que o casamento criado por Deus é heterossexual, pois Ele criou macho e fêmea e os uniu, dizendo: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2.24). Portanto, Deus uniu homem e mulher. Evidentemente, se a pessoa não serve a Deus e quiser fazer o que quiser da vida, não temos nada a ver com isso e devemos respeitá-la. Entretanto, quando falamos de casamento, envolve os cartórios, a Igreja, criação de filhos, adoção de crianças, etc. 


2- Sexualidade não-binária. Durante muito tempo, os movimentos de militância homossexual, tentaram convencer as pessoas de que a homossexualidade é genética, ou seja a pessoa nasce homossexual. Entretanto, nunca houve comprovação científica disso. Ao contrário, na biologia só existem dois tipos de cromossomos sexuais:  XY e XX, respectivamente, homem e mulher. 


De alguns anos para cá, eles vem mudando a estratégia e dizem que a pessoa pode ter um sexualidade biológica (no corpo) e outra na mente, de acordo com aquilo que ela se identifica. Esta ideia é chamada popularmente de "ideologia de gênero". Os seus adeptos, no entanto, chamam-na de "sexualidade não binária". Segundo esta ideologia, uma pessoa não-binária é aquela que não se limita aos sexos biológicos masculino e feminino e acha que pode não ser homem ou mulher, que pode ser os dois, ou uma infinidade de gêneros que acreditam que existe. 


Os adeptos dessa teoria usam o termo inglês "genderqueer" para identificar as pessoas que se acham não-binárias. "Genderqueer" é formada por "gender" (gênero sexual) e "queer" (estranho, esquisito). A palavra queer foi usada inicialmente, por volta de 1920, de forma pejorativa e ofensiva aos homossexuais, como as expressões brasileiras "bicha", "viado", "sapatão" e outras. Queer é representado pela letra "Q" na sigla LGBTQIAP+ (Lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, etc.). Esta sigla começou como GLS (Gays, lésbicas e simpatizantes). Algumas categorias não se sentiam representadas e mudaram para Associação GLBT, depois LGBT, e foi aumentando. 


As pessoas não binárias classificam a sua identidade de gênero de várias maneiras, entre as quais: 

  • Agênero (ausência total de gênero);
  • Neutrois (identidade de gênero neutra);
  • Bigênero (identidade de gênero dupla ou ambígua) ;
  • Poligênero (identidade de gênero plural ou múltipla);
  • Gênero-fluido (identidade de gênero fluida);
  • Intergênero (identidade de gênero identificada como interligada a uma variação intersexo);
  • Demigênero (identidade de gênero parcial);
  • Trigênero (identidade de gênero tripla);
  • Pangênero (identidade de gênero infinita).

Esta ideologia contraria frontalmente a Palavra de Deus, que nos mostra claramente que o Criador fez apenas dois sexos: macho e fêmea (Gn 2.24). Depois, em Levítico 18, o Senhor estabeleceu o padrão sexual para o seu povo, condenando o incesto, o adultério, a prostituição, a homossexualidade e a bestialidade. 


A sexualidade não-binária contraria também a ciência. A genética humana estuda como os seres humanos herdam as características dos seus ancestrais. Estas informações são armazenadas em um molécula DNA, sigla em inglês que significa ácido desoxirribonucleico. O DNA possui estruturas microscópicas, que carregam o material genético, que são chamadas de cromossomos. Esta palavra vem de duas palavras gregas "Chroma" (cor) e "soma" (corpo). Os cromossomos sexuais são X e Y, sendo que o X vem da mãe e o Y vem do pai. Se houver dois cromossomos X, o novo ser gerado será mulher. Se forem um X e um Y, será homem. O que passar disso é coisa maligna e imaginação de pessoas que se rebelam contra Deus. 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

LOPES, Hernandes Dias. Romanos: O Evangelho segundo Paulo. Editora Hagnos. pág. 422-423.

KINLAW, Dennis F. Comentário Bíblico Beacon: Levíticos. Editora CPAD. pág. 293.

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 543; 545.

TAY, John S. H. NASCIDO GAY? Existem evidências científicas para a homossexualidade? Editora Central Gospel. 1 Ed. 2011. pág. 90-94.

Educa Brasil: 

https://www.educabras.com/enem/materia/biologia/genetica/aulas/heranca_e_determinacao_do_sexo.


Siga o nosso blog, deixe o seu comentário lá e compartilhe os nossos textos com outras pessoas. 


Pb. Weliano Pires


A ORAÇÃO DE JESUS PELOS QUE VIRIAM A CRER

(Comentário do 3° tópico da Lição 11: Intercessão de Jesus pelos seus discípulos) Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, falaremos da terceir...