17 janeiro 2022

Lição 04: A Estrutura da Bíblia

23 de Janeiro de 2022.


TEXTO ÁUREO:

“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.” (Lc 24.44).

VERDADE PRÁTICA:

"A Bíblia se divide em Antigo e Novo Testamentos, totalizando 66 livros, divinamente inspirados. Toda ela é nossa única regra de fé e prática."

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ap 22.18,19 

Nada pode ser acrescentado ou retirado das Escrituras canônicas

Terça – Rm 1.2 

Os textos inspirados são chamados de Santas Escrituras

Quarta – Jz 3.4 

O Antigo Testamento é dotado de veracidade e de autoridade

Quinta – 1 Co 2.4,13

Os livros inspirados e autorizados são chamados de canônicos

Sexta – Ef 2.20 

A Igreja Primitiva reconheceu e preservou os livros canônicos

Sábado – Mt 24.5 

A Palavra de Deus é atemporal e imutável

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:

Lucas 24.44-49.

44 – E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.

45 – Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.

46 – E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos;

47 – E, em seu nome, se pregasse o ar­rependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.

48 – E destas coisas sois vós testemunhas.

49 – E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai: ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.

Hinos Sugeridos: 185, 354, 603 da Harpa Cristã


PLANO DE AULA

INTRODUÇÃO

Conhecer a estrutura da Bíblia é importante para manejá-la bem. Memorizar as Escrituras e amá-las não são opções excludentes. Muito pelo contrário, os antigos decoravam as Escrituras porque a amavam. Inclusive, a etimologia da palavra “decorar” tem como fonte a palavra “coração”. Por isso, a importância de conhecer a estrutura do livro que amamos. Quem ama a Bíblia procura manejá-la muito bem.

APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Mostrar como a Bíblia está organizada e que ela se divide em dois testamentos;

II) Esclarecer como os livros do Antigo Testamento são classificados;

III) Expor a classificação dos livros do Novo Testamento.

B) Motivação: 

“Passear” pela Bíblia com desenvoltura deve ser objetivo de todo estudante sério das Escrituras. Saber identificar os livros e encontrá-los sem dificuldades são habilidades que não podem ser desprezadas. Por isso é nosso papel encorajar os alunos a usar habilidosamente a Bíblia.

C) Sugestão de Método: 

Elabore um documento em que a estrutura da Bíblia, conforme consta na presente lição, esteja presente. Distribua para os alunos, instando-os a revisarem sistematicamente durante a semana e o mês. Motive-os a treinar a habilidade de manejar a Bíblia.


CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Ao final da lição, faça perguntas aos alunos sobre os livros da Bíblia e suas respectivas classificações. Dê oportunidade para eles classificarem os livros bíblicos em classe. É uma maneira motivadora de sedimentar o conhecimento.


SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “Alguns Fatos e Particularidades da Bíblia” traz informações a respeito da estrutura moderna da Bíblia para expandir o primeiro tópico;

2) O texto “Implicações para o Professor Cristão”, localizado após o terceiro tópico, tem o propósito refletir a respeito da aplicação do ensino da Bíblia no dia a dia do(a) professor(a).


INTRODUÇÃO

A Bíblia Sagrada foi escrita majoritariamente em hebraico e grego, em um período aproximado de 1.600 anos, por cerca de 40 homens, e se estrutura em Antigo e Novo Testamentos. Seus livros são divinamente inspirados e formam o cânon bíblico. Nesta lição, veremos como a Bíblia está organizada, a classificação de seus livros, a canonicidade e as particularidades dos Testamentos.


Palavra-Chave: ESTRUTURA


I – COMO A BÍBLIA ESTÁ ORGANIZADA

1. Definição do termo Bíblia. A palavra “Bíblia” tem origem tanto no vocá­bulo grego como no latim. O termo grego biblos significa “livro” e tem conotação de qualidade sagrada. A palavra bíblia no latim é um substantivo feminino singular que igualmente exprime a ideia de “ livro”. Por volta do ano 150 d.C., os cristãos passaram a usar o termo em grego a bíblia (os livros) para referir-se ao conjunto de livros inspirados por Deus. O Dicionário Bíblico Wycliffe explica que o singular bíblia em latim revela uma unidade de pensamento e uma pureza. Por isso, a coleção dos livros sagrados forma um único livro: a Bíblia Sagrada, chamada também por Paulo de “as Santas Escrituras” (Rm 1.2).

2. O Cânon da Bíblia. A expressão “cânon” procede do hebraico qãneh com o sentido de “vara de medir”. O termo correspondente em grego é kanõn que significa “régua”. Desse modo, na teologia o vocábulo “cânon” é empregado como “norma” de avaliação para identificar os livros sagrados. Em vista disso, o termo “canônico” passou a designar os 66 livros aceitos como divinamente inspirados ­(39 livros no A.T., e 27 no N.T.). Isso quer dizer que o Espírito Santo guiou o seu povo a reconhecer a autoridade desses escritos como regra de fé e prática. Nesse sentido, o cânon bíblico está completo. Nada pode ser acrescentado ou retirado das Escrituras canônicas (Ap 22.18,19).

3. Os dois Testamentos bíblicos. O termo “testamento” vem do latim testamentum, que é tradução da palavra grega diatheke e da hebraica berith. Ambos os termos têm o sentido de “aliança”, “pacto” ou “concerto” de Deus com a humanidade. A expressão “Antigo Testamento” foi inaugurada por Paulo (2 Co 3.14) e refere-se aos livros dos judeus reconhecidos por Jesus como “as Escrituras” (Mt 22.29), “a Lei, os Profetas e os Salmos” (Lc 24.44). O termo “Novo Testamento” foi usado para se referir ao cumprimento profético de Jesus como o Mediador da Nova Aliança (Jr 31.31; 1 Co 11.25, Hb 8.6-13; 12.24). Essa expressão também passou a designar os escritos inspirados dos cristãos igualmente reconhecidos como “as Escrituras” (2 Pe 3.15,16).


SINOPSE I

A Bíblia divide-se em dois testa­mentos divinamente inspirados: o Antigo e o Novo Testamentos.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

Alguns Fatos e Particularidades da Bíblia

Antes, a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi feita no ano de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão em versículos foi feita duas vezes. O AT em 1445, pelo Rabi Nathan; o NT em 1551, por Robert Stevens, um impressor em Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555 – O AT tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O NT tem 260 capítulos e 7.959 versículos. A Bíblia toda tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos. O nú­mero de palavras e letras depende do idioma e da versão. O maior capítulo é o Salmo 119, e o menor o Salmo 117. O maior versículo está em Ester 8.9; o menor, em Êxodo 20.30. (Isso, nas versões portuguesas e com exceção da chamada ‘Tradução Brasileira’, onde o menor é Lucas 20.30). Em certas línguas, o menor é João 11.35. Os livros de Ester e Cantares não contêm a palavra Deus, porém a presença de Deus é evidente nos fatos neles desenrolados, mormente em Ester. Há na Bíblia 8.000 menções de Deus sob vários nomes divinos, e 177 menções do Diabo, sob seus vários nomes” (GILBERTO, Antonio. A Bíblia através dos Séculos: A história e a formação do Livro dos livros. 2.ed. Rio de Janeiro : CPAD, 2019, pp.28-29)


AMPLIANDO O CONHECIMENTO


Estrutura

Adotamos o Cânon Protestante e ensinamos, pois, que a Bíblia contém somente 66 livros inspirados por Deus, estando dividida em duas partes principais, Antigo e novo Testamento, ambos escritos por ordem de Deus num período de 1600 anos aproximadamente e por cerca de 40 homens […] os quais escreveram em lugares e em épocas diferentes […]” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, CPAD, p.26.

II – O ANTIGO TESTAMENTO

1. Os Livros do Antigo Testamento. A classificação dos livros do Antigo Testamento, tal qual a conhecemos hoje, se divide nos seguintes grupos:

a) Pentateuco (Lei): constituído por 5 livros, de Gênesis a Deuteronômio;

b) Históricos: formado por 12 livros de Josué a Ester;

c) Poéticos: composto de 5 livros de Jó a Cantares de Salomão; e,

d) Proféticos, que se subdividem em Profetas Maiores com 5 livros de Isaías a Daniel; e, Profetas Menores com 12 livros de Oséias a Malaquias.

A divisão utilizada pelos judeus era tripartida:

a) A Lei;

b) Os Profetas;

c) Os Salmos ou Escritos (Lc 24.44).

Apesar de a cultura judaica fazer uma categorização diferente, o conjunto do Antigo Testamento soma os mesmos 39 livros divinamente inspirados, tanto para os judeus como para os cristãos.

2. Canonicidade do Antigo Testa­mento. Existem três fatores basilares na avaliação de um livro canônico, a saber:

a) A inspiração divina, que atesta-se o livro é inspirado pelo Espírito Santo (Ne 9.30; Zc 7.12; 2 Pe 1.21);

b) Reconhe­cimento do povo de Deus, que atesta se o livro era aceito como autêntico por seus primeiros leitores (Êx 24.3,7; Dn 9.2); e

c) Preservação pelo povo de Deus, que atesta se o livro era conservado como Palavra de Deus (Dt 31.24-26; Dn 9.2).

Por conseguinte, a confirmação desses elementos revela que, desde o início, os livros do Antigo Testamento foram recebidos e guardados como inspirados e autorizados por Deus, dotados de veracidade e de autoridade (Jz 3.4).

3. Particularidades do Antigo Testamento. Quase a totalidade dos livros foram escritos em hebraico, chamado na Bíblia de língua de Canaã (Is 19.18). Algumas porções foram escritas em aramaico, uma espécie de dialeto que deu origem à língua árabe (cf: Gn 31-47; Ed 4.7-6.8; 7.12-26; Dn 2.4 -7.28; Jr 10.11). O último livro canônico foi o do profeta Malaquias que o concluiu antes do ano 430 a.C.; desde então, nada mais pode ser acrescido ao cânon do Antigo Testamento. Conforme o teólogo Norman Geisler, para facilitar a tarefa de citar a Bíblia, em 1.227 d.C. o texto foi dividido em capítulos, e, por volta de 1.445 d.C., o Antigo Testamento foi dividido em versículos.


SINOPSE II

Os livros inspirados que inte­gram o cânon do Antigo Testamento são classificados como “Lei, Históricos, Poéticos e Pro­féticos”.

III – O NOVO TESTAMENTO

1. Os livros do Novo Testamento. Es­ses livros foram reconhecidos pela Igreja após a morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo e estão classificadas em quatro grupos principais:

a) Evangelhos, que são os 4 livros de Mateus, Marcos, Lucas e João;

b) Histórico, formado pelo livro de Atos dos Apóstolos;

c) Epístolas, que se subdivide em Epístolas Paulinas com 13 cartas de Romanos a Filemom; as Epístolas Gerais com 8 cartas de Hebreus a Judas;

d) Revelação, constituída pelo livro de Apocalipse.

O conjunto totaliza 27 livros inspirados e autorizados que são chamados de canônicos (1 Co 2.4,13).

2. Canonicidade do Novo Testamento. Os critérios de avaliação do Novo Testamento são iguais aos que determinam o cânon do Antigo, isto é, a inspiração, o reconhecimento e a preservação dos livros como Palavra de Deus. Nesse sentido, a Bíblia oferece indiscutíveis provas de inspiração do Novo Testamento (l Ts 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Quanto ao reconhecimento dos livros como fidedignos, desde o início os escritos falsos foram refutados pela Igreja (2 Ts 2.15; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1). Em relação à conservação das Escrituras, os primeiros cristãos adotaram a prática de leitura dos livros autorizados em suas reuniões e cultos (1 Ts 5.27; Cl 4.16; Ap 1.3). Mediante tais fatos, atesta-se que desde o começo a Igreja Primitiva reconheceu e preservou os livros canô­nicos, alicerçada sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas (Ef 2.20).

3. Particularidades do Novo testamento. Todos os livros do Novo Testamento foram escritos em grego koiné, um dialeto comum e presente por toda a cultura de fala grega, e que muito auxiliou na propagação do Evan­gelho nos primórdios do Cristianismo (At 19.10). Algumas expressões, mesmo redigidas no vernáculo grego, possuem significado em aramaico, dentre elas, citamos: Talita cumi – “Menina, levan­ta -te ” (Mc 5.41); Aba Pai – “Lit.: Pai, pai; ‘Meu Pai” (Mc 14.36); Eloí, Eloí, lamá sabactâni? – “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc 15.34). O conjunto dos livros canônicos foi escrito antes do término do século I. O último livro é o Apocalipse de João datado por volta do ano 96 d.C. e desde o encerramento do cânon, os cristãos reconhecem apenas os 27 livros como inspirados. Por fim , em torno de 1.555 d.C., o Novo Testamento também foi dividido em versículos.


SINOPSE III

Os livros inspirados que integram o cânon do Novo Testamento são classificados como “Evangelhos, Histórico, Epístolas e Revelação”.


AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Implicações para o Professor Cristão

Os professores comprometidos precisam não só do conteúdo da Bíblia, como também dos métodos criativos dos professores. A Bíblia fornece exemplos de ensino individual, em grupo pequeno ou em grupo grande. Ela apresenta várias formas de palestras, sermões, aná­lises e metodologias de perguntas e respostas. O ensino da Bíblia ocorre muitas vezes durante as refeições, em viagens de carro, ônibus, avião, em ambientes institucionais e em festas. Os que ensinam têm de estar preparados com a Palavra de Deus na ponta da língua em todas as circunstâncias. Ensino eficaz requer o domínio de um campo temático, aprimoradas habilidades de apresentação, preocupação relacionada e o profundo desejo de ver os resultados do ensino dentro e fora de sala de aula. O caminho para dominar as lições de Deus é permanecer alegremente em Jesus, assim como João permaneceu; é almejar e meditar na Bíblia dia e noite, assim como Davi fez (Sl 67; 73; 119; 145); é receber humildemente a correção de Deus, assim como Moisés recebeu (Dt 32-33) e seguiu Jesus suficientemente de perto, para ser coberto por seu sangue, assim como Simão de Cirene seguiu. (Lc 23.26)” (LINHART, Terry. Ensinando as Próximas Gerações: o Guia Definitivo do Professor de Jovens. l Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.53).


CONCLUSÃO

O conjunto dos 66 livros formam um único livro: a Bíblia Sagrada. Esses livros constituem o cânon bíblico do Antigo e do Novo Testamento. Os cri­térios para avaliação da canonicidade são a inspiração, o reconhecimento e a preservação dos livros como Palavra de Deus. A comprovação desses critérios revela que as Escrituras foram aceitas e preservadas como livros autorizados por Deus.


REVISANDO O CONTEÚDO

1. Como o termo “Cânon” é empregado em teologia? 

Na teologia o vocábulo “cânon” é em pregado como “norma” de avalia­ção para identificar os livros sagrados.

2. Qual é o sentido do termo “testamento”? 

Tem o sentido de “aliança” , “ pacto” ou “concerto” de Deus com a hu­manidade.

3. Classifique os livros do Antigo Testamento. 

O Antigo Testamento está classificado em Pentateuco (Lei), Históricos, Poéticos e Proféticos.

4. Classifique os livros do Novo Testamento. 

O Novo Testamento está classificado em Evangelhos, Histórico, Epístolas (paulinas e gerais) e Revelação.

5. Em que língua o Novo Testamento foi escrito? 

Em grego koiné.


14 janeiro 2022

CONFIANÇA EM QUEM PODE NOS OFERECER SEGURANÇA


 “Os que confiam no SENHOR serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” (Salmo 125.1)

 

O mundo sempre foi inseguro, desde que o pecado entrou no mundo. A Bíblia diz que o mundo jaz no maligno. (1 João 5.19). Mas, na era pós-moderna, apesar de se multiplicar o conhecimento e os esforços para manter o mundo mais seguro, a verdade é que vivemos uma insegurança generalizada.


O mundo atual está repleto de medos e incertezas. Vivemos constantemente sob a ameaça do terrorismo, de uma terceira guerra mundial, de catástrofes naturais, pandemias, crises econômicas mundiais, etc. Todos estes problemas nos afetam direta ou indiretamente.


Diante deste universo de perigos, ameaças e incertezas, surge a indagação: Em quem podemos depositar a nossa confiança?

a. No dinheiro? Estes problemas também atingem os que têm dinheiro. Na maioria destas situações, o dinheiro não pode fazer nada.

b. Na fama? No auge da fama, parece que os famosos de nada têm falta. Mas, a verdade é que a maioria deles vive uma farsa na intimidade e crises existenciais. Além disso, a fama é passageira. Atores, cantores, jogadores e outras estrelas do passado, hoje não tem nada e estão em situações difíceis.

c. Na força da Juventude? A juventude é bela. Nesta fase, parece que tudo é maravilhoso. Mas, os anos passam e rápido. Além disso, os problemas que abalam o mundo, também atingem os jovens. 

d. No poder bélico? Muitos países ricos confiam em seu poderio militar e nas armas de guerra que possuem. Mas, são atingidos muitas vezes por um único terrorista, causando grandes estragos, sem que eles possam escapar. 


A verdade é que todas estas opções podem ser abaladas e podem se se tornar inúteis, em situações adversas. Tudo neste mundo é frágil e pode ser abalado. O dinheiro pode ser derretido em um único dia, se houver uma crise de proporções globais. A fama pode acabar em pouco tempo, se surgir alguém melhor do que o famoso, ou se o famoso adoecer.  O poder bélico pode ser destruído por outro semelhante, ou pela união de várias nações.


Somente Deus pode oferecer segurança e garantias. Ele conhece tudo e nunca é pego de surpresa. Deus é onisciente, ou seja, Ele conhece o passado, presente e futuro. Deus conhece todos os mistérios. Ele conhece o nosso interior e entende até os nossos pensamentos e intenções.


Além de conhecer tudo, Deus é onipresente e soberano. Ele está presente em todos os lugares ao mesmo tempo e contempla tudo o que está acontecendo e o que está para acontecer. Deus tem o domínio e o controle de todas as coisas. Nada e ninguém fogem da presença e do controle do Criador e sustentador de todas as coisas.


Deus tem poder absoluto sobre tudo. A Bíblia diz que para Deus, nada é impossível (Lucas 1.37). Todos os poderes do Universo estão sujeitos ao poder de Deus. Toda autoridade provém dele (Romanos 13.1,2).


Quem confia em Deus, jamais será abalado. Pode até ser atingido, por circunstâncias adversas, que fogem do nosso controle. Mas, Deus sabe de tudo e controla todas as coisas. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos, disse que “... todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus...”. (Romanos 8.28).


Quem confia em Deus não será abalado ou destruído.  No texto que lemos, os que confiam no Senhor são comparados ao Monte de Sião. Os montes não se abalam, nem são destruídos, mesmo que haja dilúvio, tsunamis, maremotos e terremotos. Assim são aqueles que depositam a sua confiança em Deus. Podem ser atingidos, mas, não serão abalados ou destruídos, pois a nossa esperança em Deus vai além da morte.


Quem confia em Deus tem a sua proteção. Deus não promete dos livrar de situações adversas. Mas, Ele promete a sua companhia e proteção. Ele não livrou os companheiros de Daniel da fornalha de fogo, mas, esteve junto com eles o tempo todo. Não livrou Daniel da cova dos leões, mas, enviou o seu anjo para está com Daniel da cova e impedir que os leões o devorassem.


Quem confia em Deus tem paz em qualquer circunstância. Os que confiam em Deus, também passam por situações difíceis como os demais e até piores. A diferença é que a confiança em Deus nos traz paz e tranquilidade em qualquer situação.


Em quem temos depositado a nossa confiança? No dinheiro? Na nossa força? Na fama? Nos amigos? No governo? Tudo isso pode falharMas Deus nunca falhou e jamais falhará. Os montes de Sião podem ser abalados. Mas, quem confia em Deus, não. 


Quem confia, descansa. Confie no Senhor e aquiete o seu coração. 

 

Deus te abençoe,

 

Pb. Weliano Pires

São Carlos, SP.

A VERDADE NAS ESCRITURAS

(Comentário do 3⁰ tópico da lição 3: A inerrância da Bíblia)


Desde o início do período chamado Renascença, movimento cultural, intelectual e artístico que surgiu na Itália, entre os séculos XIV e XVII, e atingiu seu ápice no século XVI, teve início a mudança da forma de se ver o mundo. O nome Renascença era uma alusão ao retorno à cultura do império romano, antes do advento do Cristianismo. Passou-se da cosmovisão (forma de ver o mundo) teocêntrica (onde tudo é visto do ponto de vista de Deus), para uma cosmovisão antropocêntrica (onde o homem assume o papel central no universo). A partir desta visão, todos os valores absolutos passaram a ser questionados. 

Este pensamento deu origem à era chamada Idade Moderna e atualmente, na pós-modernidade, uma das principais características é a ideia da subjetividade, ou seja, nada é concreto e fixo. As coisas tidas como verdadeiras no passado são consideradas  apenas como mais uma, entre muitas hipóteses. Portanto, o conceito de verdade absoluta é rechaçado na atualidade. 

1. A Bíblia é a verdade plena. A palavra verdade no hebraico é “emeth”, que significa aquilo que é confiável e correto. Verdade, no grego é “aletheia” e significa aquilo que é real e fidedigno. A palavra grega “Aletheia” é formada de “a” (não) e “lethõ” (esquecer). Literalmente significa “não esquecido” ou “não oculto”, portanto, algo que é real. A palavra aplicada à Bíblia mostra não apenas a veracidade de Deus, mas também a Sua autenticidade. 

Deus é descrito na Bíblia como o Deus da Verdade: “Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me remiste, Senhor, Deus da verdade.” (Sl 31.5). Jesus, o Filho de Deus também se auto identifica como a Verdade: “Eu sou o caminho,e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14.6). Sendo Deus a própria Verdade, a Sua Palavra, evidentemente é a extensão desta Verdade, porque foi Deus quem a produziu: “A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre.” (Sl 119.160) O próprio Jesus, em sua oração pelos discípulos, diz que a Palavra de Deus é a Verdade: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.” (Jo 17.17). Apesar de toda a negativa dos ideólogos pós-modernos, o fato é que a Bíblia Sagrada é a Verdade absoluta.

2. A verdade espiritual e moral. A Palavra de Deus revela à humanidade toda a verdade moral e espiritual que precisamos. A Bíblia representa um alto padrão de moralidade e espiritualidade. Nela estão expressos os princípios de Deus para serem aplicados em nossa vida. Se alguém deseja saber a opinião de Deus sobre qualquer coisa, deve se debruçar sobre as páginas das Escrituras. Os princípios divinos para a família, estado, relações humanas, relações de trabalho, etc. estão descritos na Palavra se Deus. Da mesma forma, a maneira do homem se relacionar com Deus está expressa na Bíblia. Muitas religiões querem se relacionar com o Criador à sua própria maneira, inventando doutrinas ou dando ouvidos a espíritos enganadores. 

As nações que pautaram as suas leis pelas Escrituras como os Estados Unidos, Dinamarca, Irlanda, Suíça e outros se tornaram nações prósperas. Entretanto, estas mesmas nações começaram a se afastar dos padrões de Deus e colhem os frutos amargos da desobediência. Por outro lado, nações que baniram as Escrituras do seu povo se tornaram ditaduras cruéis que levaram à fome, miséria, imoralidade e milhões de mortos, como China e União Soviética.

3. A verdade histórica e científica. A Bíblia não é um tratado de história ou de ciências. Mas, os relatos históricos e dados científicos que traz são absolutamente verdadeiros. A história e a arqueologia confirmam os relatos bíblicos com riqueza de detalhes. A verdadeira ciência não contradiz a Bíblia. A ciência está sempre mudando e sendo revisada, após novas descobertas. A Bíblia, no entanto, permanece para sempre. Onde os críticos dizem que há contradição entre a Bíblia e a ciência, é por causa da linguagem usada na Bíblia, como vimos anteriormente, que retrata muitas vezes o senso comum, para se fazer entender.


REFERÊNCIAS:


ANDRADE, Claudionor de. Teologia Sistemática Pentecostal. Editora CPAD. 2 Ed. 2008. págs. 24, 27,28. 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.  

CHAFER, Lewwis Sperry. Teologia Sistemática. Vol I e II. Editora Hagnos. 1 Ed. 2003. pag. 75.    

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD.    

WASHER, Paul David. O Único Deus Verdadeiro. Publicado por HeartCry Missionary Society. 4 Ed. 2011. pag. 78.    


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Pb. Weliano Pires



12 janeiro 2022

O ESPÍRITO SANTO PRESERVOU AS ESCRITURAS

(Comentário do 2⁰ tópico da lição 3: a inerrância da Bíblia)


O Espírito Santo é o autor das Escrituras Sagradas, pois, Ele inspirou os escritores a escrever, guiando-os em cada palavra e em todo o conteúdo das Escrituras, conforme vimos na lição passada. Entretanto, não faria sentido haver este trabalho divino na produção do texto sagrado, se não houvesse também a preservação destes escritos, para eles chegassem a nós. Quando falamos de inspiração, inerrância e infalibilidade da Bíblia, isso se aplica aos manuscritos originais da Bíblia. As cópias e traduções das Escrituras são a Palavra de Deus, desde que correspondam fielmente aos textos originais.

Estudaremos neste tópico sobre chamados os manuscritos autógrafos e os manuscritos apógrafos da Bíblia, estabelecendo a diferença entre eles. Depois falaremos dos livros apócrifos e pseudepígrafos e sobre alguns acréscimos colocados em alguns livros do Antigo Testamento. Estabeleceremos também a diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia Protestante. 

1. Os manuscritos autógrafos. São aqueles que foram escritos diretamente pelo escritor que recebeu a inspiração do Espírito Santo, ou por seu escrevente. Na Epístola a Filemon, Paulo indica que ele próprio havia escrito o texto: “Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.” (Fm 1.19). No final da Epístola aos Romanos, no entanto, apesar da Epístola ter sido identificada no prefácio como sendo do apóstolo Paulo, o seu escrevente Técio diz que ele a redigiu: Eu, Tércio, que redigi esta carta, saúdo vocês no Senhor. (Rm 16.22). Temos, portanto, dois exemplos de manuscritos autógrafos, um escrito pelo próprio escritor inspirado pelo Espírito Santo e outro escrito por seu escrevente. 

Estes manuscritos originais são absolutamente isentos de erros ou falhas, como vimos no tópico anterior. Entretanto, estes manuscritos originais, escritos diretamente pelos escritores inspirados e ou seus escreventes, não existem mais. O que temos hoje são cópias feitas diretamente destes manuscritos, como veremos a seguir.

2. Os manuscritos apógrafos. São manuscritos que foram copiados diretamente dos manuscritos autógrafos, ou seja, os copistas leram o manuscrito original e o copiaram manualmente, pois, não havia impressão. Na atualidade existem cerca de 25.000 manuscritos apógrafos. Segundo o pastor Esequias Soares escreveu na Declaração de Fé das Assembléias de Deus no Brasil, estão incluídas nesse número as cópias em aramaico, árabe, copta, siríaco, armênio, gótico, etiópico, eslavônios, anglo-saxônicos e outras. Os copistas judeus eram muito rigorosos quanto a isso. Se errassem em um mínimo detalhe, inutilizavam a cópia imediatamente e começavam outra, para preservar a exatidão do texto sagrado. Devido às guerras, perseguições e cativeiros que passaram, os judeus faziam várias cópias dos textos sagrados e mantinham as cópias mais novas, a fim de preservá-las. Segundo Norman Geisler, na obra Resposta aos Céticos, “os escribas judeus tiveram uma precisão milimétrica em guardar os manuscritos originais e de realizar cópias seguras do Antigo Testamento durante o decorrer da história.” Segundo Geisler, “as tradições judaicas definiram todos os aspectos da cópia de textos como se fossem leis, desde o tipo de materiais a serem utilizados até o número de colunas e linhas que poderiam estar numa página”.

Os críticos da Bíblia e teólogos liberais, tentam desacreditar a inerrância da Bíblia, argumentando que os manuscritos originais não existem mais. Entretanto, eles ignoram a rigidez do trabalho feito no campo da crítica textual, que é a ciência que procura reconstruir um texto original por meio de uma análise cuidadosa e um exame dos manuscritos que possuímos agora. Esta análise é feita em todos os documentos da antiguidade, que chegaram a nós através de cópias manuscritas. 

Com relação aos textos bíblicos, tanto do Antigo como do Novo Testamento, pode-se afirmar que chegaram até nós com o maior índice de confiabilidade. Para se ter uma idéia da confiabilidade dos manuscritos apógrafos da Bíblia, em mais de 95% dos casos, os originais podem ser reconstruídos com uma certeza prática. Nas poucas divergências que há entre as cópias, que a crítica textual não tem sido capaz de determinar com toda a certeza a redação original, nenhum ensino essencial da fé cristã é afetado.

No caso do Novo Testamento, existem cerca de 5.800 manuscritos gregos, além de cópias em outros idiomas. Outro fator importante é que as primeiras cópias surgiram apenas cem anos após a escrita dos originais. para efeitos de comparação, na maioria dos livros antigos da humanidade, existem de dez a vinte manuscritos, que surgiram com distância aproximada de mil anos após a escrita do original. Mas, ninguém questiona a autenticidade destes documentos. 

3. Os apócrifos e pseudepígrafos. São livros que, embora tenham sido incluídos na em algumas versões da Bíblia, não são inspirados pelo Espírito Santo. Alguns podem servir como fontes históricas e culturais judaicas, entretanto, não servem como instrução para a Igreja, pois contém doutrinas e práticas contrárias às Escrituras, como oração pelos mortos e salvação pelas obras. Há diferenças entre livros apócrifos e pseudepígrafos. 

a) Apocrifos. A palavra apócrifo vem do grego ‘apokryphos', que inicialmente significava “escondido”, “oculto” ou “misterioso". Ela aparece na Bíblia, por exemplo em Mc 4.22: “Porque nada há encoberto [apókriphos] que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto.” Aparece também em Colossenses 2.3: “Em quem estão escondidos [Apókriphos] todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Nos primórdios da Igreja, a palavra era usada para se referir a qualquer obra, da qual se desconhecia o autor. Por último passou a significar qualquer obra espúria e herética. 

Os livros apócrifos do Antigo Testamento são compostos de 14 ou 15 livros que são geralmente encontrados nos manuscritos da Versão grega do Antigo Testamento (LXX). Nos primeiros séculos da Igreja, como ainda não havia uma definição sobre os livros canônicos, os cristãos acabaram aceitando estes livros. Isso permaneceu até o ano 400 d.C. quando Jerônimo desclassificou tais livros, por entender que não estavam de acordo com os demais livros da Bíblia. Após a Reforma Protestante, no Concílio de Trento (1546-1548), a Igreja Católica descartou a classificação de Jerônimo e passou a incluir sete livros na Bíblia e alguns acréscimos: Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruc e acréscimos aos livros de Ester e Daniel. A Igreja Católica classifica estes livros como deuterocanônicos (segundo cânon).

No caso do Novo Testamento também surgiram evangelhos e cartas apócrifas, antes da definição do cânon. Entretanto estes escritos nunca foram incluídos nas versões do Novo Testamento, nem considerados canônicos. 


As Igrejas Protestantes rejeitam os livros apócrifos pelas seguintes razões:

  • Eles nunca fizeram parte do cânon judaico, pois os judeus nunca os consideram sagrados;

  • Nunca foram aceitos por Jesus ou pelos escritores do Novo Testamento, como Palavra de Deus;

  • A maior parte dos pais da Igreja, antes do século IV rejeitava a sua canonicidade;

  • Nenhum concílio da Igreja Cristã anterior ao século IV os considerou canônicos; 

  • Jerônimo, grande estudioso das Escrituras e tradutor da versão latina, após estudos e análise minuciosa os rejeitou; 

  • Até teólogos católicos, durante a Reforma Protestante, rejeitaram a inclusão dos apócrifos na Bíblia.

b) Pseudepígrafos. Esta palavra é a junção de dois vocábulos gregos: pseudo (falso) epígrafe (escrito). Significa, portanto, falsos escritos. São literaturas espúrias e hereges, produzidas por autores anônimos e hereges que, na tentativa de dar credibilidade a estes escritos, atribuíam falsamente a sua autoria a alguns dos apóstolos ou pais da Igreja. Os pseudepígrafos nunca foram recepcionados pelas comunidades judaica e cristã. Há um número muito grande de pseudepígrafos, que são classificados em: Evangelho, atos epístolas, apocalipses, testamentos e outros tipos de literatura. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

BÍBLIA DE ESTUDO APOLOGÉTICA. 1 Ed. 2000. ICP- Instituto Cristão de Pesquisas.

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 66-67.    

GEISLER, Norman L. e BROOKS, Ronald M. Respostas aos céticos: saiba como responder questionamentos sobre a fé cristã. 1 Ed. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2015. 

PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 155-157.    

SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Editora CPAD. pág. 29.    

SPROUL, R. C. Posso Crer na Bíblia. Editora FIEL. 1 Ed. 2012.


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Pb. Weliano Pires

11 janeiro 2022

O QUE É INERRÂNCIA DA BÍBLIA

(Comentário do 1⁰ tópico da lição 3: a inerrância da Bíblia)

Neste primeiro tópico, falaremos sobre as definições dos termos inerrância e infalibilidade. Apesar de parecerem sinônimos, dada a relação que há entre ambos, há diferenças entre eles. Muitos até consideram redundância, afirmarmos que a Bíblia é inspirada, inerrante e infalível. De fato, se cremos que a Bíblia foi inspirada por Deus, isso deveria ser suficiente para acreditarmos que ela não pode conter erros ou falhas, uma vez que, Deus, o Seu autor, não pode cometer erros ou falhas. A necessidade de reafirmarmos que a Bíblia é inspirada por Deus, inerrante e infalível, se dá devido à insistência de alguns, em afirmar que é possível crermos em um livro que é infalível em suas profecias, mas que contém erros  históricos e científicos ou contradições. 


1. O conceito de Inerrância bíblica. A definição de inerrância é, segundo a etimologia da palavra, aquilo que é incapaz de errar, ou de estar errado. Em relação à Bíblia, quando afirmamos que ela é inerrante, significa que ela não falha, não erra e é a verdade em tudo quanto afirma. Nos textos bíblicos originais não há qualquer erro, seja histórico, geográfico, doutrinário, espiritual, moral ou científico. Também não há qualquer contradição nos textos bíblicos. A razão para isso é óbvia, pois, como já foi dito, o autor da Bíblia é Deus e Ele não erra e não falha. 


2. A Bíblia reivindica a sua inerrância. Diferente da palavra inspiração, que aparece explicitamente na Bíblia, a palavra inerrância não consta nos textos sagrados. Entretanto, a ideia de que a Palavra de Deus é absolutamente verdadeira e não contém erros, está presente em vários textos bíblicos:  

a. A Palavra de Deus é pura e provada. Significa que ela é sem mistura e aquilo que foi inspirado por Deus, não foi adulterado pelos escritores sagrados na transcrição: 

"Toda palavra de Deus é pura. Escudo para os que nele confiam. Não acrescente nada às suas palavras, para que ele não o repreenda, e você seja achado mentiroso." (Pv 30.5,6). "A palavra do Senhor é provada” (SI 18.30).

b. A Palavra de Deus é perfeita. Uma coisa perfeita é aquilo que não possui defeitos, erros ou falhas. “O caminho de Deus é perfeito e a palavra do Senhor, refinada” (2 Sm 22.31).  "A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices." (Sl 19.7)

c. A Palavra de Deus é a Verdade. Na oração de Jesus pelos discípulos, Ele afirmou que a Palavra de Deus é a Verdade. Ele não disse que ela contém algumas verdades, ou que é parcialmente verdadeira. Algo que é a Verdade, evidentemente, não pode conter nenhum erro: "Santifica-os na Verdade. A tua Palavra é a Verdade" (Jo 17.17).

d. A Palavra de Deus é inalterável e não falha. Jesus, no Sermão do Monte, afirmou que nada se omitirá da Lei até que tudo se cumpra. Para isso, ele usou a seguinte expressão: “...Nem um jota ou um til se omitirá da lei.” (Mt 5.18). Essa afirmação de Jesus mostra claramente a infalibilidade das Escrituras. Nas línguas hebraica e grega não existem o jota nem o til. No hebraico tem o "Yod" e no grego  o "Iota''. O Yod é a menor letra do alfabeto hebraico. A palavra traduzida por "til" significa "pequeno chifre" e é uma referência a um sinal que há no final de outra letra hebraica, que parecia um pequeno chifre de carneiro. Isto significa que a Palavra de Deus, como é descrita pelos autores da Bíblia, não tem erro nenhum, até mesmo em seus mínimos detalhes e é totalmente digna de confiança.  


3. A infalibilidade e a inerrância da Bíblia. Conforme vimos acima, a Bíblia é inerrante porque é totalmente isenta de erros. Mas ela é também infalível. Isso significa que as suas palavras se cumprem integralmente. As profecias bíblicas vem se cumprindo com riqueza de detalhes, como vimos na lição 1, quando falamos das evidências internas de que a Bíblia é a Palavra de Deus. 


A infalibilidade das Escrituras também é reivindicada pela própria Bíblia. O profeta Isaías, usado por Deus, disse que a Palavra de Deus não volta vazia, mas, cumpre aquilo para o qual foi destinada: "Assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei". (Is 55.11). Deus falou também ao profeta Jeremias, que "Ele vela por Sua Palavra para cumpri-la". (Jr 1.12). O Senhor Jesus também falou: "Passarão os céus e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar". (Mt 24.35). 


Na história da Igreja, dois acontecimentos marcaram as discussões sobre a infalibilidade e a inerrância das Escrituras: 

O primeiro deles foi a Declaração sobre as Escrituras na Aliança de Lausanne, em 1974. Esta declaração afirmou que "a Bíblia é inerrante em tudo o que afirma." Esta declaração, no entanto, deu margem para alguns teólogos dizerem que 'tem coisas que estão na Bíblia, mas não foram afirmadas por ela' e, portanto, não são inerrantes. 


O segundo acontecimento foi a Declaração de Chicago, em 1978, do Concílio Internacional de Inerrância Bíblica. Esta declaração foi resposta, de uma convenção com aproximadamente trezentos estudiosos da Bíblia, à Declaração de Lausanne. A resposta da Declaração de Chicago, em resumo, foi a seguinte: “A Escritura na sua inteireza é inerrante, e está livre de toda a falsidade, fraude ou logro. Negamos que a infalibilidade e inerrância da Bíblia limitam-se aos temas espirituais, religiosos ou redentores, excluindo-se as asseverações nos campos da história e das ciências”. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. págs. 61, 63,67-68).

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD.    


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Pb. Weliano Pires


10 janeiro 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 3: A INERRÂNCIA DA BÍBLIA


REVISÃO DA LIÇÃO ANTERIOR


Na lição passada estudamos a doutrina da inspiração divina da Bíblia. A Bíblia é diferente de todos os livros que já foram escritos, exatamente porque ela foi inspirada por Deus. 

Falamos sobre a doutrina da inspiração bíblica, explicando como se deu esta inspiração. Vimos que a inspiração bíblica é divina, verbal e plenária. Ou seja, Deus soprou nos escritores da Bíblia o que eles deveriam escrever e como deveriam escrever. 


Falamos ainda sobre a relação entre a inspiração divina e os escritores da Bíblia. Eles não eram perfeitos e tinham várias falhas como todo ser humano. Isso, porém, não interferiu no processo da escrita da Bíblia, que foi supervisionada pelo Espírito Santo, usando os gêneros literários, figuras de linguagem e linguagem comum do meio em que eles viviam, para se fazer compreender. Isso não anula, em hipótese alguma, a inspiração divina.


Por último,  falamos sobre a ação do Espírito Santo na composição da Bíblia. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento possuem declarações internas de que foram inspirados por Deus. Vimos que a obra do Espírito Santo na iluminação da mente dos que ouvem a Palavra de Deus, para fazê-los entender, produzindo em seu interior a fé regeneradora. 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 3: A INERRÂNCIA DA BÍBLIA


O tema do nosso trimestre é: “A Supremacia das Escrituras: a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus.” Na primeira lição falamos sobre a autoridade da Bíblia, destacando, portanto, a Supremacia das Escrituras. Na lição 2 estudamos sobre a inspiração verbal e plenária da Bíblia. Nesta terceira  lição, falaremos sobre a inerrância e infalibilidade da Bíblia. Sendo inspirada por Deus, que é absolutamente verdadeiro, a Bíblia não pode conter erros ou falhas. Portanto, a Palavra de Deus é absolutamente verdadeira, incorruptível e plenamente confiável em tudo o que ela diz. 


No primeiro tópico, falaremos sobre o que é a inerrância da Bíblia. Falaremos sobre a definição teológica da doutrina da inerrância das Escrituras. Veremos que a Bíblia reivindica a sua inerrância. Embora a palavra inerrância não esteja na Bíblia, a idéia de que a Bíblica é isenta de qualquer tipo de erro está presente em vários textos bíblicos. Por último veremos a diferença entre inerrância e infalibilidade. Embora estes dois termos estejam relacionados, há diferenças entre eles. Nem tudo o que é inerrante é infalível. Um livro pode ser inerrante e não ser infalível. Entretanto, se infalível não pode errar.


No segundo tópico, veremos que o Espírito Santo preservou as Escrituras. O Espírito Santo atuou não apenas na inspiração dos textos bíblicos, mas manteve a revelação divina incorruptível. Veremos neste tópico o que são os manuscritos autógrafos. Depois explicaremos o que são os manuscritos apógrafos (não confundir com apócrifos). Por último, falaremos sobre os livros apócrifos e pseudepígrafos. 


No terceiro e último tópico, falaremos acerca da Verdade nas Escrituras. Falaremos da Bíblia como a verdade plena, explicando o significado dos termos hebraico e grego traduzidos por verdade. Depois falaremos sobre a verdade moral e espiritual dos textos bíblicos. Por último, falaremos das verdades históricas e científicas da Bíblia. Aquilo que a Bíblia registra, seja do ponto de vista histórico ou científico, é absolutamente verdadeiro. Por isso, rejeitamos qualquer teoria supostamente científica que contrarie a verdade bíblica. 



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Pb. Weliano Pires


 

09 janeiro 2022

Não largue a rede! Volte para o mar e o milagre acontecerá.

Na Obra de Deus, em meio às desilusões, muitos "largam as redes" e param o trabalho. 

Texto bíblico: Lucas 5.1-11.

Jesus estava junto ao Mar da Galiléia, ou Lago de Genesaré. Como de costume, uma multidão o seguia, sedentos para ouvirem os seus ensinos. O Mestre olhou ao redor e viu dois barcos de pescadores junto à praia, cujos donos, desolados, lavavam as suas redes, pois não haviam pescado nada durante toda a noite de trabalho. Jesus ordenou que eles retornassem ao mar e lançassem as redes outra vez. Um dos ocupantes, chamado Simão, respondeu:

- Mestre, trabalhamos a noite toda e nada pescamos, mas, sob a tua Palavra, lançarei novamente a rede.

Ao lançar a rede novamente, um milagre aconteceu. Veio uma multidão de peixes, que as redes não estavam suportando. Este relato bíblico nos fornece algumas lições preciosas para o nosso trabalho na obra do Senhor:

1. Os milagres de Deus não acontecem por nosso conhecimento, experiência ou habilidades humanas. Aqueles homens eram experientes.  Sabiam pescar e tinham habilidades neste ofício. Mas, trabalharam a noite inteira e nada pescaram.

2. Não basta estar no lugar certo, ou que parece ser o certo. Precisamos estar onde Deus mandar. Os pescadores estavam no mar, onde havia peixes. Mas nada pescaram.

3. Em circunstâncias adversas não desista. Espere a orientação do Senhor. Os pescadores estavam lavando as redes e prontos para desistir da pescaria. Mas a ordem de Jesus foi para voltar ao trabalho.

4. Quando a ordem do Senhor contrariar a sua própria lógica, obedeça a Ele. Pedro, um pescador experiente, recebeu a ordem de Jesus para voltar ao mar e lançar a rede novamente. Pela lógica humana seria perda de tempo e de esforços. Mas, Pedro disse que havia trabalhado a noite inteira em vão, mas, obedeceria. Palavra do Mestre.

5. Milagres são acontecimentos extraordinários, que causam espanto e não deixam dúvidas de que foi Deus. Pedro se espantou com aquele acontecimento e pediu para Jesus se afastar dele, pois era um homem pecador.

6. Jesus chama pecadores, cheios de falhas para a sua obra. Mesmo Pedro confessando que era um homem pecador, Jesus o chamou para ser pescador. Jesus não está à procura de pessoas perfeitas e infalíveis, pois Ele sabe que não existem. Ele chama pessoas como você e eu.

Eu não sei quais circunstâncias e adversidades você está enfrentando, em sua caminhada com Cristo. Talvez tenha trabalhado muito, valendo-se de suas habilidades e experiência e não conseguiu alcançar êxito. Você está no lugar certo, trabalhando com seriedade e nada aconteceu. Mas, não deve desistir. Se Jesus te mandou ir, lance a rede outra vez e o impossível Ele fará.

Deus te abençoe! 

Pb. Weliano Pires

 


A PAZ QUE JESUS PROMETEU

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: A promessa de paz) .  Ev. WELIANO PIRES  No terceiro tópico, falaremos da Paz prometida por Jesus. Ver...