21 junho 2021

REVISÃO DO 2⁰ TRIMESTRE: DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS


Com a Graça de Deus, chegamos ao final de mais um trimestre de estudos, em nossa Escola Bíblica Dominical. Foram treze lições enriquecedoras, sobre os Dons espirituais e ministeriais.

É muito importante fazermos uma revisão dos assuntos tratados ao longo do trimestre. Por isso, eu fiz um pequeno resumo de cada lição estudada, para que fique claro aos nossos alunos, o caráter múltiplo de Deus em lidar com a sua amada Igreja. Podemos perceber através dos estudos dos dons, a multiforme sabedoria do Pai sobre o seu povo.

Na lição 01, vimos uma introdução ao assunto do trimestre, com o tema: “E deu dons aos homens”. Estudamos os conceitos da palavra dom, no Antigo e no Novo Testamento; uma conscientização de que os dons espirituais são atuais e bíblicos; uma breve análise sobre os dons de serviço, espirituais e ministeriais; por último falamos sobre os problemas da igreja de Corinto na administração dos dons espirituais. 

Na lição 02, falamos sobre o verdadeiro propósito dos dons espirituais, que não são para elitizar o crente. Os dons devem ser utilizados para edificar a si mesmo e aos outros. O verdadeiro propósito dos dons é a edificação do Corpo de Cristo. Para melhor estudar o assunto, os dons espirituais foram divididos em três categorias: dons de revelação, de elocução e de poder. 

Na lição 03, estudamos sobre os dons de revelação: palavra de sabedoria, palavra do conhecimento e discernimento de espíritos. Esta categoria de dons revela o conhecimento e a sabedoria de Deus. 

Na Lição 04 vimos os dons de poder, que são: o dom da fé, dons de curar e dons de operação de maravilhas. Estes três dons revelam o poder de Deus e corroboram com a pregação do Evangelho. 

Na Lição 05, estudamos os dons de elocução: dom de profecia, de variedades de línguas e de interpretação das línguas. Este três dons tem como propósito edificar, exortar e consolar a Igreja de Cristo (1Co 14.3). 

Na lição 06, iniciamos o estudo dos dons ministeriais, descritos em Efésios 4.11: Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, mestres ou doutores. Iniciamos com o Ministério de apóstolo.  Analisamos biblicamente o colégio apostólico; vimos os detalhes do ministério apostólico de Paulo; e falamos a respeito da existência de apóstolos na atualidade. 

Na lição 07, estudamos sobre o ministério de profeta. Vimos a função do profeta no Antigo Testamento; o ofício do profeta no Novo Testamento; e algumas características, que diferenciam o verdadeiro do falso profeta.

Na lição 08, estudamos sobre o ministério de evangelista. Falamos sobre o envio dos setenta discípulos por Jesus, para uma missão evangelística; sobre a grande comissão dada por Jesus à sua Igreja, após a ressurreição em Mateus 28.18-20; e sobre as características do dom ministerial de evangelista. 

Na lição 09 estudamos sobre o ministério de pastor. Nesta lição expomos as características de Jesus como o sumo pastor; falamos sobre as características de um verdadeiro pastor; e vimos os detalhes da missão polivalente do ministério pastoral.

Na Lição 10, o nosso tema foi o ministério de mestre ou doutor. Vimos que Jesus é o nosso mestre por excelência: Jesus ordenou à igreja do primeiro século que ensinasse a Palavra de Deus e ela o fez com persistência; vimos também a importância do dom ministerial de mestre para a Igreja local, principalmente no discipulado.  

Na lição 11 estudamos o ministério de presbítero, bispo ou ancião. Falamos sobre a escolha dos presbíteros; sobre o significado do termo presbítero; e sobre a importância e os deveres do presbitério. 

A Lição 12,  estudamos sobre o diaconato.  Vimos o estilo de vida de Jesus, como um autêntico diácono, que é aquele que se dispõe a servir ao próximo por amor; falamos sobre a instituição do ministério do diácono no capítulo 6 do Livro de Atos dos Apóstolos; e sobre as qualificações e funções dos diáconos, na Igreja Primitiva e nos dias atuais.

Na lição 13, falamos sobre a multiforme Sabedoria de Deus. A lição faz uma conclusão do tema estudado no trimestre, falando sobre o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais; as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos; e a relação dos dons espirituais com o fruto do Espírito.


Deus os abençoe e até o próximo trimestre!

Pb. Weliano Pires

19 junho 2021

Lição 13: A multiforme Sabedoria de Deus


Data: 27 de Junho de 2021

TEXTO ÁUREO

“Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.” (Ef 3.10).


VERDADE PRÁTICA

“A multiforme sabedoria de Deus vai além da compreensão humana e é demonstrada ao mundo pela Igreja de Cristo.”


HINOS SUGERIDOS: 10, 330, 440.


LEITURA DIÁRIA

Segunda - Pv 2.6 - Deus dá sabedoria

Terça - Pv 9.10 - O princípio da sabedoria

Quarta - Rm 11.33 - A insondável sabedoria divina

Quinta - Rm 11.34-36 - Quem compreendeu o intento divino

Sexta - 1Co 1.24 - Cristo, a Sabedoria de Deus

Sábado - Ef 1.17 - O espírito de sabedoria e revelação


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Efésios 3.8-10; 1 Pedro 4.7-10.


Efésios 3

8 - A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo

9 - e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que, desde os séculos, esteve oculto em Deus, que tudo criou;

10 - para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,


1 Pedro 4

7 - E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração.

8 - Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados,

9 - sendo hospitaleiros uns para os outros, sem murmurações.

10 - Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.


INTERAÇÃO COM O PROFESSOR


Uma das coisas mais maravilhosas quando estudamos a teologia da Santíssima Trindade é identificar como o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão em pleno relacionamento numa unidade perfeita. É isto mesmo! A Santíssima Trindade mostra-nos uma perfeita unidade. Portanto, não poderíamos esperar outra forma de Deus agir pela Igreja, se não pela expressão da sua multiforme sabedoria em trabalhar no mundo através do Corpo de Cristo. Para isso, Deus disponibilizou ao seu povo dons de revelação, dons de poder, dons de expressão e dons ministeriais. Que o Senhor nos use como instrumentos em suas mãos.


OBJETIVOS:

  • Conhecer o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais.

  • Estudar as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos.

  • Correlacionar os dons espirituais com o fruto do Espírito.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Professor, para introduzir a última lição do trimestre, reproduza na lousa o esquema abaixo. Em seguida, faça uma revisão dos assuntos tratados ao longo do trimestre. Cite e comente cada dom estudado. O propósito desta revisão é para que fique claro ao aluno o caráter múltiplo de Deus em lidar com a sua amada Igreja. Por isso, podemos perceber através dos estudos dos dons a multiforme sabedoria do Pai sobre o seu povo. Boa aula!




COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO


Palavra Chave: Multiforme: Várias formas; diversas maneiras; numerosos estados.


O Altíssimo revelou para a Igreja um mistério oculto desde a fundação do mundo. Pelo Espírito Santo, o Senhor trouxe luz para o seu povo usando os “seus santos apóstolos e profetas” para mostrar que esse mistério é Cristo em nós, a esperança da glória. Era a multiforme sabedoria do Pai manifestando-se para pessoas simples como eu e você.


I. OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

1. São diversos. Na passagem bíblica de 1 Coríntios 12.8-10 são mencionados nove dons do Espírito Santo. Há outros dons espirituais noutras passagens da Bíblia já mencionados em lições anteriores deste trimestre, como Romanos 12.6-8; 1 Coríntios 12.28-30; 1 Pedro 4.10,11 e Hebreus 2.4. São dons na esfera congregacional. Em Efésios 4.7-11 e 2 Timóteo 1.6 vemos dons espirituais na esfera ministerial da Igreja.

2. São amplos. A sabedoria de Deus é multiforme e plural. É manifesta em seus dons espirituais e ministeriais nas mais variadas comunidades cristãs espalhadas pelo mundo.

3. Dádivas do Pai. Outras excelentes dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho a todos, são:

a) A dádiva do amor. A grande manifestação de amor do Altíssimo para com a humanidade foi enviar o seu Filho Amado para salvar o mundo (Jo 3.16). Este amor dispensado por Deus desafia-nos a que amemos aos nossos inimigos e ao próximo, isto é, qualquer ser humano carente da graça do Pai (Jo 1.14).

b) A dádiva da filiação divina. Deus torna um filho das trevas em filho de Deus (Jo 1.12; 1Pe 2.9). É a graça do Pai indo ao encontro da pessoa, tornando-a membro da família de Deus (Ef 2.19).

c) O ministério da reconciliação. O apóstolo Paulo explica o milagre da salvação como resultado do “ministério da reconciliação” (2Co 5.19). Todo ser humano pode ter a esperança de salvação eterna, mas de salvação agora também. Quem está em Cristo é uma nova criatura e o resultado disto é que Deus faz tudo novo em sua vida (2Co 5.17).


SINOPSE DO TÓPICO (I)

Os dons espirituais e ministeriais são diversos e amplos.

 

II. BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS

1. Com sobriedade e vigilância. O despenseiro deve administrar a igreja local, retirando da “despensa divina” o melhor alimento para o rebanho. Paulo destaca a sobriedade e a vigilância do candidato ao episcopado como habilidades indispensáveis ao exercício do ministério (1Tm 3.2). Por isso, o apóstolo recomenda ao obreiro não ser dado ao vinho, pois a bebida traz confusão, contenda e dissolução (1Tm 3.2 cf. Ef 5.18). O fiel despenseiro é o oposto disso. Nunca perde a sobriedade e a vigilância em relação ao exercício do ministério dado por Deus.

2. Amor e hospitalidade. Os despenseiros de Cristo têm um “ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (1Pe 4.8). Mediante a graça de Deus, o obreiro pode demonstrar sabedoria e amor no trato com as pessoas. Amar sem esperar receber coisa alguma é parte do chamado de Deus para os relacionamentos (1Jo 3.16). Esta atitude é a verdadeira identidade daqueles que se denominam discípulos do Senhor Jesus (Jo 13.34,35). Aqui, também entra o caráter hospitaleiro do obreiro, recomendado pelo apóstolo Pedro (1Pe 4.9). Isso se torna possível para quem ama incondicionalmente, pois a hospitalidade é acolhimento, bom trato com todas as pessoas — crentes ou não, pobres ou ricas, cultas ou não etc. Este é o apelo que o escritor aos Hebreus faz a todos os crentes (Hb 13.2,3).

3. O despenseiro deve administrar com fidelidade. A graça derramada sobre os despenseiros de Cristo tem de ser administrada por eles com zelo e fidelidade. A Palavra de Deus nos adverte: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10). Pregando, ensinando ou administrando o corpo de Cristo, tudo deve ser feito para a glória do Senhor, a quem realmente pertence a majestade e o poder (1Pe 4.11). Paulo ensina-nos ainda que devemos ser vistos pelos homens como “ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus” (1Co 4.1; Cl 1.26,27). Por isso, os despenseiros de Deus devem ser fiéis em tudo; “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10).


SINOPSE DO TÓPICO (II)

Os bons despenseiros dos mistérios divinos devem apresentar sobriedade, vigilância, amor, hospitalidade e fidelidade ao Senhor.


III. OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO

1. A necessidade dos dons espirituais. Os dons espirituais são indispensáveis à Igreja. Uma onda de frieza e mornidão tem atingido muitas igrejas na atualidade, as quais não estão vivendo a real presença e o poder de Deus para salvar, batizar com Espírito Santo e curar enfermidades (Ap 3.15-20). Em tal estado, os dons do Espírito são ainda mais necessários. É no tempo de sequidão que precisamos buscar mais e mais a face do Senhor, rogando-lhe a manifestação dos dons espirituais para o despertamento espiritual dos crentes em Jesus (Hb 3.2).

2. Os dons espirituais e o amor cristão. Paulo termina o capítulo sobre os dons espirituais, dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1Co 12.31). Em seguida abre o capítulo mais belo da Bíblia Sagrada sobre o amor — 1 Coríntios 13. Como já dissemos, não é por acaso que o tema do amor (capítulo 13) está entre os assuntos espirituais (capítulos 12 e 14). Ali, o apóstolo dos gentios refere-se a vários dons, ensinando que sem o amor nada adianta tê-los.

3. A necessidade do fruto do Espírito. Uma vida cristã pautada pela perspectiva do fruto do Espírito (Gl 5.22) — o amor — é o que o nosso Pai Celestial quer à sua Igreja. Uma igreja cheia de poder, que também ama o pecador. Cheia de dons espirituais, mas que também acolhe o doente. Zelosa da boa doutrina, mas em chamas pelo amor fraterno que, como diz Paulo, “é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (1Co 13.4,5). O caminho do amor é mais excelente que o dos dons espirituais (1Co 12.31).


SINOPSE DO TÓPICO (III)

Os dons espirituais são ligados ao amor cristão, o mais autêntico fruto do Espírito.


CONCLUSÃO


A multiforme sabedoria de Deus manifesta-se na igreja através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo e a partir dos dons de Deus necessários ao crescimento espiritual dos crentes. Sejam quais forem os dons, aqueles que os possuem devem usá-los com humildade e fidelidade, não buscando os interesses próprios, mas sobretudo o amor, pois sem amor de nada adianta possuir dons. Estes são para a edificação dos salvos em Cristo Jesus.


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005.

HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10 ed., RJ: CPAD, 2007.


Q U E S T I O N Á R I O

1. Segundo a lição, quais são as dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho a todos?

A dádiva do amor, a dádiva da filiação divina e o ministério da reconciliação.

2. Segundo o apóstolo Paulo quais habilidades são indispensáveis ao exercício do ministério (1Tm 3.2)?

A sobriedade e a vigilância.

3. Como Paulo termina o capítulo sobre os dons espirituais?

Dizendo: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1Co 12.31).

4. Qual o caminho ainda mais excelente que os dons, segundo a lição?

O caminho do amor.

5. Sejam quais forem os dons, como aqueles que os possuem devem usá-los?

Com humildade e fidelidade, não buscando os interesses próprios, mas, sobretudo, o amor, pois sem amor de nada adianta possuir dons.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO


Subsídio Teológico


SABEDORIA


Embora Paulo não tenha pregado de acordo com a sabedoria do mundo, todavia ele pregou a sabedoria oculta de Deus que só pode ser discernida quando Deus dá ao homem a direção e a ajuda do Espírito Santo (1Co 2.7-14). Deus deseja que o homem tenha e conheça sua sabedoria (Tg 1.5). Ela é espiritual e consiste no conhecimento de sua vontade (Cl 1.9; Ef 1.8,9). Ela é ‘do alto’ e é contrastada com a sabedoria terrena e humana deste mundo, que pode até ser inspirada pelos demônios (Tg 3.13-17; cf. Cl 2.23; 1Co 3.19,20; 2Co 1.12). A sabedoria de Deus deve ser revelada ou ‘dada’ aos homens (Rm 11.33,34; 2Pe 3.15; Lc 21.15). Isto pode ser conferido pela Palavra de Deus e pelo ensino humano dela (Cl 3.16; 1.28; Ap 13.18; 17.9)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, p. 1712).


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO


A Multiforme Sabedoria de Deus


Dons Espirituais e Dons Ministeriais: Revelação — sabedoria, conhecimento e discernimento de Espírito; Poder — fé, dons de curar e operação de maravilhas; Elocução — profecia, variedades de línguas e interpretações de línguas; Apóstolos; Profetas; Evangelistas; Pastores; Doutores. Quantas dádivas a serviço da Igreja de Cristo! Quantas formas de Deus trabalhar pelo seu povo! Diversidade na unidade! Unidade na diversidade! Por isso, o nosso Pai Celestial age de acordo com a sua multiforme graça e sabedoria.

Além de divina, a Igreja de Cristo é humana e terrena. Ela está alocada num tempo, cultura e realidades sociais bem distintas umas das outras. As igrejas locais são a expressão da Igreja Invisível. Esta é composta por todos os seres humanos dos quatro cantos da Terra que têm em comum a fé centralizada em Jesus como Senhor e Rei: África, Ásia, América Central, América do Norte, América do Sul, Europa, Oceania e Antártida. Logo, os dons espirituais e ministeriais são dados por Deus a homens e mulheres objetivando servir o próximo, edificar a igreja local e fazê-la atingir o estado perfeito de amor: “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (Ef 4.15,16). Apenas há razão de exercer os dons de Deus se o princípio fundamental da vida cristã ponderar o outro em amor.

Portanto, precisamos compreender os dons espirituais e ministeriais, não como superstição, mas realização em Deus, para o serviço e bem-estar da Igreja de Cristo espalhada pelo mundo. Para isso que o Pai concede uns para apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. E a outros, os mune com dons de profecia, discernimento de espíritos, cura, e tantos outros. Tudo para demonstrar que, como na Santíssima Trindade, a relação do Pai com a sua Igreja dá-se nos termos da diversidade e da multiforme graça e sabedoria divina.

Após estudar um trimestre sobre dons espirituais e ministeriais, instiga os alunos a buscarem essas dádivas de nosso Senhor para instrumentalizá-los ao ponto de serem pessoas espirituais reconhecidas pela prática do amor, pois sem amor, de nada vale os dons!


18 junho 2021

18 de Junho: Aniversário da Assembléia de Deus

 

No início do século vinte Em solo norte americano William Seymour pregou Ele era um pastor veterano Que sempre buscava a Deus Filho de ex-escravos africanos. Na Rua Azuza, em Los Angeles Um fenômeno aconteceu Em um templo abandonado Uma reunião de crentes ocorreu Foram cheios do Espírito Santo E a notícia pelo mundo correu. Por todo o país se espalhou Este Movimento Pentecostal Várias Igrejas foram avivadas Com grande fervor espiritual Os crentes foram despertados Para a missão internacional. Nesse clima de avivamento Dois jovens foram impactados Daniel Berg e Gunnar Vingren Por Deus foram direcionados Viviam nos Estados Unidos E para o Brasil foram enviados. No ano de mil novecentos e dez Em Belém do Pará chegaram Não conheciam o nosso idioma E dificuldades enfrentaram A Igreja Batista já existia aqui E nela eles se congregaram. Entretanto, a mensagem deles À Igreja Batista incomodou Não aceitavam aquela doutrina Que ao mundo revolucionou Em uma reunião, foram expulsos Mas, o fervor deles continuou. Junho de mil novecentos e onze Dezenove crentes se reuniram Após serem expulsos da Igreja Por unanimidade decidiram Criar uma nova denominação Da obra de Deus não desistiram. Missão da Fé Apostólica Foi este o nome escolhido Para a nova denominação Pelo Espírito Santo dirigidos Se espalharam pela nação Pregando aos oprimidos. Depois, outros missionários Ao nosso Brasil chegaram Para apoiar esta grande obra Com coragem desbravaram Os mais longínquos rincões Cantaram, oraram e pregaram. Em mil novecentos e dezoito Mudaram o nome da missão Tornou-se Assembléia de Deus Firmada na doutrina e na oração Pregavam os dons, cura divina Batismo no Espírito e salvação. Em mil novecentos e vinte e dois Foi lançada a sua primeira edição Com trezentos hinos de Doutrina Sã O hinário da nossa denominação Que foi denominado Harpa Cristã Tendo Adriano Nobre na supervisão. Chegou mil novecentos e trinta A Convenção Geral foi criada Visando a união e o crescimento Para que a obra fosse divulgada Decidiram lançar um jornal Na primeira reunião realizada. Dez anos depois foi criada A nossa Casa Publicadora O governo Getúlio Vargas Com sua política reguladora Fez a Assembléia de Deus Criar a sua própria editora. Devido à grande expansão Surgiram divisões regionais Chamadas de ministérios Com suas lideranças locais Porém estavam vinculadas Com as diretrizes nacionais. Com o passar dos anos surgiram Muitos ministérios e convenções Que se tornaram independentes Cada um com suas convicções Chamam-se Assembléia de Deus Mas, com ela não tem ligações. Pela Igreja Assembléia de Deus Eu nutro respeito e gratidão Foi nela que eu ouvi o Evangelho Fui criado e aprendi a ser cristão. Hoje, eu quero parabenizá-la Pelo aniversário de fundação.


Weliano Pires

Presbítero da Assembléia de Deus, 

Ministério do Belém, em São Carlos-SP. 


17 junho 2021

O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO

Neste terceiro e último tópico, falaremos sobre o perfil e a função dos diáconos na Igreja primitiva e também nos dias atuais, principalmente, na Assembléia de Deus. Vimos no tópico anterior, as circunstâncias em que deu a instituição dos diáconos e as exigências iniciais para o exercício deste "importante negócio". O diaconato não é um trabalho qualquer, que qualquer pessoa pode fazer. É preciso atender a alguns requisitos para desempenhar este importante trabalho, de forma a honrar a Deus, não gerar murmurações por parte dos fiéis e não causar escândalos à Igreja.

1. Qualificações do diácono. As exigências para o diaconato envolvem três aspectos: moral, espiritual e familiar. Inicialmente, na Instituição dos diáconos, as exigências descritas em Atos 6 eram: ter boa reputação e ser cheios de Espírito Santo e de sabedoria. Depois, escrevendo a primeira epístola a Timóteo, no capítulo 3.8-11, Paulo acrescentou mais algumas exigências importantes para os candidatos ao diaconato, como veremos a seguir:

a) Caráter moral (1 Tm 3.8).  Assim como os presbíteros, os diáconos também precisam ter uma conduta ilibada e bom testemunho dos crentes, da família e até dos infiéis. Do ponto de vista moral, em Atos 6, os apóstolos exigiram que os diáconos tivessem boa reputação. A reputação está relacionada ao testemunho público, ou seja, aquilo que as pessoas pensam ao nosso respeito. Já em 1 Tm 3.8, Paulo enumera alguns requisitos morais para os candidatos ao diaconato:

a. Honestidade. Os diáconos cuidam dos recursos da Igreja e da distribuição de ajuda aos necessitados. São funções administrativas e de assistência social, que exigem honestidade e boa reputação, para não gerar desconfiança murmuração ou escândalo. Conforme já afirmamos em lições anteriores, a honestidade consistem em ser verdadeiro, transparente e completamente ausente de mentiras e falsidade.

b. Honradez na palavra. Jesus disse que a palavra do crente deve ser sim, sim; não, não e o que passar disso, é de procedência maligna. (Mt 5.37). No caso dos diáconos, a exigência de honradez na palavra é maior ainda, pois, eles administram bens da comunidade, que precisa confiar no que eles dizem.

c. Abstinência de vinho. Também já falamos em lições anteriores que o consumo de vinho e outras bebidas atrapalha nas decisões, pois, leva a pessoa à insensatez e ao desequilíbrio. Por isso, o diácono não deve consumir bebidas, outro tipo de alucinógeno, que venham alterar a sua percepção dos fatos.

d. Não ser ganancioso. O crente não pode ser ganancioso ou avarento. Os diáconos, que administram os bens da Igreja, menos ainda. Uma pessoa gananciosa pode ser tentada a roubar ou desviar os bens sob sua custódia. Portanto, a ganância e avareza são incompatíveis com o diaconato.

e. Devem ser provados. (1 Tm 3.10). Paulo ainda acrescentou que os diáconos devem ser provados e somente se forem irrepreensíveis, devem servir. Isso é importante, pois, muitas pessoas se escondem, fingindo ser o que não é. Como não somos oniscientes, precisamos observar e fazer uma avaliação prévia, antes da pessoa exercer o diaconato.


b) Caráter espiritual (1 Tm 3.9,10). Do ponto de vista espiritual, em Atos 6 é exigido que os diáconos sejam “cheios do Espírito Santo e de sabedoria”. Ser cheio do Espírito Santo no contexto de Atos dos Apóstolos, refere-se ao batismo no Espírito Santo. Na Assembléia de Deus é exigido que o candidato ao diaconato seja batizado no Espírito Santo, pois, para as funções que ele ocupa é indispensável que tenha o poder, autoridade, discernimento e sabedoria vindos de Deus, para administrar. Não basta aos diáconos ter capacidade humana para administrar os recursos da Igreja. Precisam ser capacitados pelo poder do Espírito Santo e ter visão espiritual da missão da Igreja.

Paulo, escrevendo a Timóteo, disse também que os diáconos devem “guardar o mistério da fé em pura consciência”. Esta expressão “o mistério da fé” refere-se ao Evangelho que esteve oculto antes de Cristo e foi revelado. (1 Co 2.7). Então, um diácono deve ter uma boa consciência do Evangelho. Precisa ser convertido de verdade e ter convicção da sua fé.


c) Caráter familiar. Assim como os pastores, presbíteros e bispos, é exigido dos diáconos, uma vida conjugal ajustada. O diácono deve ter um casamento monogâmico, heterossexual e vitalício. O diácono também deve governar bem a própria casa e ter o respeito da esposa e filhos. É importante destacar que respeito se conquista pelo ensino e pelo exemplo e não se impõe pela força. 


2. A função dos diáconos em Atos 6. Conforme falamos anteriormente, a função dos diáconos, quando foi instituída, era única e exclusivamente de cunho social. Nesta época, a Igreja era formada de dois grupos: os judeus gregos (hellenistai, ‘crentes de fala grega’) e os judeus hebreus (hebraioi, ‘crentes de fala aramaica’).

Houve um problema em relação ao socorro às viúvas dos cristãos de fala grega, como vimos no tópico anterior, que gerou murmuração. Então, os diáconos foram levantados, exclusivamente, para esta função. Coube aos diáconos evitar que houvesse discriminação, acepção de pessoas ou favorecimentos na assistência social. Deus é plenamente justo e não faz acepção de pessoas. (At 10.34; Rm 2.11). A sua Igreja também não deve fazer, pois, isso é abominável aos olhos de Deus. (Tg 2.1-5).


3. A função dos diáconos hoje. Muita coisa mudou na sociedade e na Igreja, em mais de dois mil anos de história da Igreja. Evidentemente, as necessidades da Igreja também mudam. Por isso, as funções de um diácono na Igreja atual é muito diferente dos tempos apostólicos. Como acontece com os presbíteros, a função do diácono nos dias atuais varia de uma denominação para outra, pois, cada Igreja tem as suas características e necessidades. 

Além dos trabalhos de assistência social, nos dias atuais temos também as necessidades dos trabalhos nos templos em apoio à liderança da Igreja: recepção, segurança, recolhimento de contribuições, servir à Ceia do Senhor, secretaria, tesouraria e auxiliar na organização do templo durante os cultos.


Pb. Weliano Pires

16 junho 2021

A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS


Neste segundo tópico, veremos  como se deu a instituição do ministério do diácono, em Atos 6.  Falaremos sobre o conceito inicial da função dos diáconos; sobre o problema que deu origem ao diaconato; e sobre a forma que foram escolhidos pelos apóstolos. 

1. O conceito da função. No tópico anterior vimos os conceitos de diakonia, que é a prestação de serviço voluntário em prol da comunidade; e “doulos”, que significa um “escravo”, ou um “serviçal”. Aqui, o comentarista praticamente repete os mesmos conceitos, falando sobre as funções de diácono e servo, respectivamente, “diakonos” e “doulos”. O diácono, portanto, é um ministro, servo ou assistente de alguém. Na Igreja Primitiva não havia templos e os cultos eram realizados nas casas. Por isso, a função dos diáconos não estava ligada à liturgia dos cultos. Era totalmente voltada para a assistência aos necessitados, conforme veremos no próximo tópico. 

2. Origem do diaconato. Logo nos primeiros anos da Igreja Cristã, surgiu entre eles a prática voluntária, de que aqueles que possuíssem mais de uma propriedade, vendê-la e trazer o dinheiro aos apóstolos para distribuir aos pobres. Porém, com o crescimento rápido do número de crentes, os apóstolos e anciãos não conseguiam dar conta da demanda e gerou insatisfação. A instituição do diaconato teve origem em três fatores: Um bênção, um problema e uma reivindicação:

a. A bênção. O crescimento numérico extraordinário no início da Igreja. Certamente é uma bênção ver multidões se rendendo a Cristo. Até os anjos fazem festa no Céu, quando isso acontece. 

b. O problema. Os apóstolos e anciãos não estavam dando conta de cuidar da assistência social aos necessitados e houve acepção de pessoas na distribuição dos donativos. É sempre um problema, a liderança da Igreja querer centralizar tudo em si mesmo e não dá autonomia para os departamentos trabalharem. 

c. A reivindicação. Os cristãos helenistas [judeus de fala grega] se manifestaram, cobrando equidade no atendimento às viúvas. Esta reivindicação era justa, pois, não se pode admitir a acepção de pessoas, privilégios e apadrinhamentos na Igreja. Deus não faz acepção de pessoas. (At 10.34; Rm 2.11). E nós também não podemos fazê-lo (Tg 2.11). 

3. A escolha dos diáconos. Diante da reclamação dos cristãos de fala grega, os apóstolos dirigidos pelo Espírito Santo, tomaram uma decisão muito importante: resolveram separar sete homens para para cuidarem da assistência aos necessitados. Esta escolha deu-se nas seguintes condições:

a. A Igreja deveria escolher os diáconos. Os apóstolos apenas confirmariam a escolha através da imposição de mãos. Ninguém melhor do que os próprios membros da Igreja para conhecer a reputação dos candidatos ao diaconato.

b. O número de pessoas escolhidas deveria ser sete. Não se sabe ao certo porque deveria ser sete pessoas. Há várias teses sobre isso. As três principais são: 

1. Sete seria uma representação equitativa das comunidades hebraicas, helênicas e prosélitos.

2. Sete seria uma referência aos ministérios do Espírito Santo mencionados em Isaías 11.2: Espírito do Senhor, de sabedoria, de inteligência, de conselho, de fortaleza, de conhecimento e de temor.

3. Sete, no pensamento dos judeus, significa plenitude e perfeição espiritual, tipificando santidade e santificação.

c. Deveriam ser homens. Muitos insistem na idéia de diaconisa. Mas, na Bíblia não existe isso e aqui seria uma boa oportunidade para os apóstolos escolherem diaconisas, mas, eles falaram para escolher “sete varões”. Paulo também falou em 1 Timóteo 3.12, que o diácono deve ser “marido de uma mulher”. Para ser marido de uma mulher, evidentemente deve ser homem. 

d. Deveriam ter boa reputação. Conforme estudamos nas lições sobre o ministério pastoral e sobre os presbíteros, a reputação é muito importante para se ter credibilidade.  Como disse o imperador Júlio César: “à mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta”. Os diáconos iriam cuidar dos recursos da Igreja e distribuí-los aos necessitados. Logo, não poderia pairar nenhuma dúvida sobre a honestidade deles. 

e. Deveriam ser cheios do Espírito Santo. Esta expressão é uma referência ao batismo no Espírito Santo. Os diáconos devem ser revestidos de poder para exercerem a sua função com ousadia, coragem e temor a Deus. 

f. Deveriam ser cheio de Sabedoria. Na assistência social da Igreja é necessário ter sabedoria e discernimento, pois, é preciso ser justo e não ser enganado por espertalhões. 


Veremos mais sobre o perfil e as qualificações dos diáconos no próximo tópico. 


Pb. Weliano Pires

15 junho 2021

A DIACONIA DE JESUS CRISTO


Como em todos os outros ministérios, Jesus Cristo é o nosso modelo também no diaconato. O seu estilo de vida era diaconal em todos os sentidos, pois, Ele veio a este mundo não para ser servido e sim para servir. Jesus foi o “apóstolo da nossa confissão” (Hb 3.1); o profeta que havia de vir ao mundo (Lc 24.19); o grande evangelista (Lc 4.18,19); o bom pastor (Jo 10.10); o mestre por excelência (Mt 7.29); e, principalmente, diácono por excelência. “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mt 20.28).

1. Significado do termo. Na cultura grega, a palavra “diakonia” significa um serviço voluntário, prestado por alguém para a sua comunidade. Segundo o dicionário bíblico de Strong, a palavra diácono (diákonos) significa literalmente, “levantar rapidamente”. Essa palavra era usada para descrever um servo que, rapidamente, atendia a um trabalho. No Novo Testamento, a palavra aplica-se àquele que executa os comandos ou ordens de uma força ou autoridade maior. 

2. Serviço de escravo. Vimos que a diakonia é um serviço voluntário, feito por alguém que se dispõe a servir à comunidade. Há também outra palavra grega, usada para se referir à função de servir, que é “doulos”. Esta palavra significa um “escravo”, “servo”, ou “homem de condição servil”. Em sentido figurado, é alguém que se rende à vontade de outro. São aqueles, cujo serviço é aceito por Cristo, para estender e avançar a sua causa entre os homens. 

No Antigo Testamento, a expressão “Servo do Senhor”, do hebraico “Ebed Yahweh”, foi usada de forma profética de modo a apontar para o ministério do Senhor Jesus Cristo. O profeta Isaías usa esta expressão para se referir ao Messias como o Servo do Senhor. (Is 42.1-7). Isso demonstra que, mesmo sendo Deus, Jesus assumiu a posição de escravo, nasceu como ser humano e veio para servir e doar-se (Fp 2.7-9).

Em várias ocasiões, Jesus fez serviços que eram de escravos, como no caso de lavar os pés dos discípulos (Jo 13.4-16) e servir a ceia (Mt 26.26-29). Estas duas funções eram tarefas executadas pelos escravos. Os viajantes naquela época viajavam vários dias e até meses a pé. Quando chegavam nas casas dos ricos, estes davam ordens para que os escravos lhes lavassem os pés empoeirados. Por isso, é compreensível a relutância de Pedro para que Jesus não lavasse os seus pés. (Jo 13.6-8). As refeições também eram servidas pelos escravos aos seus senhores e não o contrário. 

Paulo, Pedro, Tiago, Judas e João também usaram a palavra "doulos" para se identificarem em suas epístolas. (Rm 1.1; 2 Pe 1.1; Jd 1.1; Tg 1.1; Ap 1.1). Paulo tinha várias credenciais: poliglota, fariseu, doutor da lei, conhecedor da filosofia grega, cidadão romano, apóstolo, missionário, etc. Mas, identificava-se como Paulo, servo (escravo) de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo. Pedro era um dos três apóstolos mais próximos de Jesus, ao lado de Tiago e João. Andaram com o Mestre e participaram de momentos especiais ao seu lado, como a Transfiguração e a ressurreição da Filha de Jairo. Mas, quando ele escreve a sua segunda epístola, identifica-se como Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo. Tiago e Judas eram irmãos de Jesus, que se converteram após a sua ressurreição. Cresceram junto com Ele. Mas, se identificaram em suas epístolas como “servos de Jesus Cristo”. O apóstolo João também era muito próximo de Jesus, conhecido como “o discípulo a quem Jesus amava”. Ele também se identifica no Livro de Apocalipse, como “o seu servo João" [de Cristo]. 

Algumas pessoas se colocam apenas na condição de filhos de Deus e arrogantemente, passam a exigir "direitos". De fato, nós somos filhos de Deus. Mas, todos nós éramos escravos do pecado. Cristo nos comprou com o seu sangue e passamos a ser escravos dele. Por seu infinito amor, Ele nos adotou como filhos de Deus. Então, não temos direito algum diante de Deus e sim, privilégios que Ele nos concedeu em Cristo. 

3. O discípulo é um serviçal. A proposta de Jesus é diferente daquilo que o mundo e o diabo oferecem. Jesus nunca ofereceu lugar de destaque aos seus discípulos. Quem ofereceu os reinos deste mundo em troca de adoração foi satanás e não Jesus. “Tudo isso te darei, se prostrado me adorares.” (Mt 4.9). 

Jesus disse que Ele veio a este mundo para servir e dar a sua vida para nos resgatar. Ele disse também que o maior entre nós será o serviçal. Mc 10.43-45). Sendo assim, nós os discípulos do Senhor, devemos ter a consciência de que somos escravos do Senhor, embora Ele nos considere como filhos. Como escravo que ganhou liberdade, devemos servi-lo com toda dedicação e gratidão e também servir ao próximo, sem esperar nada em troca, como Ele fez. 


Pb. Weliano Pires


14 junho 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: O DIACONATO


Depois de estudarmos sobre o presbitério ou episcopado, estudaremos nesta lição a segunda função que faz parte da organização da Igreja local, que é o diaconato. Com o imenso e rápido crescimento da Igreja primitiva, surgiu muita murmuração por parte dos cristãos gentios contra os hebreus, porque sentiram que estava havendo favorecimento em relação à ajuda oferecida pela Igreja às viúvas. 

Os apóstolos convocaram uma reunião com toda a Igreja e explicaram que não seria razoável que eles deixassem o trabalho de oração e pregação da Palavra de Deus, para cuidar da assistência social. Em seguida, propuseram a escolha de sete homens, de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para cuidar deste importante trabalho. (At 6.1-7). 

No primeiro tópico, seguindo a mesma ordem dos estudos dos outros ministérios, tendo Jesus como nosso exemplo em tudo, falaremos sobre o estilo de vida diaconal de Jesus Cristo. Falaremos neste tópico sobre a definição do termo diaconia. Depois, discorreremos sobre a posição de servo ou escravo, assumida por Jesus em seu ministério terreno. Jesus, mesmo sendo Deus, Senhor e Mestre, assumiu a posição de servo  e veio a este mundo não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar os pecadores da escravidão do  pecado. Por último, destacaremos a função de serviçal dos discípulos de Jesus.  Nunca foi proposto por Jesus aos seus seguidores, posição de destaque neste mundo e sim, a função de servir uns aos outros. Nesse sentido, todos os cristãos são diáconos.

No segundo tópico, explicaremos a instituição do ministério do diácono, em Atos 6. Veremos neste tópico o conceito inicial da função dos diáconos, o problema que deu origem ao diaconato e a forma que foram escolhidos pelos apóstolos. Conforme falamos no início, o crescimento da Igreja logo após o Pentecostes foi extraordinário. Em um único dia, três mil pessoas se converteram. No dia seguinte, o número chegou a cinco pessoas. Este crescimento numérico, certamente foi uma bênção. Mas, trouxe consigo um problema de administração que gerou murmuração, por parte dos cristãos gentios. Esta murmuração, por sua vez, levou os apóstolos a reunirem a Igreja e tomarem a sábia decisão de  escolherem os diáconos, para servirem à Igreja, cuidando da assistência aos necessitados. A forma que eles foram escolhidos também nos ensina muito. Os requisitos para a escolha foram postos pelos apóstolos, mas, os diáconos foram escolhidos pela própria comunidade e depois, a escolha foi confirmada pelos apóstolos com a imposição de mãos. 

No terceiro e último tópico, falaremos sobre o perfil e a função do diácono na Igreja primitiva e nos dias atuais. Em Atos 6, as exigências para os diáconos é que tivessem boa reputação, fossem cheios de Espírito Santo e de sabedoria. Depois, Paulo escrevendo a Timóteo, acrescentou mais algumas exigências. As atribuições dos diáconos na Igreja primitiva não eram voltadas ao caráter litúrgico, mas estavam ligadas, exclusivamente, à área social. Por último, estudaremos as atribuições dos diáconos nos dias atuais, especialmente na Assembléia de Deus, que é a nossa Igreja. Além dos trabalhos de assistência social, nos dias atuais temos também as necessidades dos trabalhos nos templos em apoio à liderança da Igreja, como a recepção, segurança, recolhimento de contribuições, servir à Ceia do Senhor, secretaria, tesouraria e auxiliar na organização do templo durante os cultos. 


Pb. Weliano Pires

 

A PAZ QUE JESUS PROMETEU

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: A promessa de paz) .  Ev. WELIANO PIRES  No terceiro tópico, falaremos da Paz prometida por Jesus. Ver...