30 maio 2021

Lição 10: O Ministério de Mestre ou Doutor


Data: 6 de Junho de 2021

TEXTO ÁUREO

“De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: [...] se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.6,7).

VERDADE PRÁTICA:

“Os vocacionados por Deus para o ministério do ensino são por Ele chamados para edificar a Igreja de Cristo.”

HINOS SUGERIDOS: 141, 258, 429.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - At 13.1 - Doutores na igreja

Terça - 1 Co 12.29 - Nem todos são doutores

Quarta - 1Tm 1.6,7 - Doutores sem entendimento

Quinta - 2Tm 4.3 - Falsos doutores

Sexta - Tg 3.1 - A responsabilidade do mestre

Sábado - Mt 4.23-25 - Jesus, o mestre por excelência

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 

Mateus 7.28,29; Atos 13.1; Romanos 12.6,7; Tiago 3.1.

Mateus 7

28 - E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina,

29 - porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas.

Atos 13

1 - Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.

Romanos 12

6 - De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;

7 - se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;

Tiago 3

1 - Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.


INTERAÇÃO COM O PROFESSOR


Nunca foi tão necessário, como hoje, a igreja investir na figura do mestre cristão. Quando o crente é ensinado a estudar a Bíblia para compreender o mundo e a cultura bíblica, relacioná-la com o mundo do século XXI e aplicá-la à vida das pessoas de maneira competente, o risco de sofrermos o engano é amenizado. Para quem pensa ser prejudicial à vida espiritual estudar a Bíblia com seriedade, deveria pensar na elaboração das traduções bíblicas, por exemplo, disponíveis no Brasil. Se não houvesse homens e mulheres levantados por Deus e versados na erudição (línguas hebraica, grega, aramaica, egípcia e outras; a cultura oriental; a arqueologia para se achar manuscritos dos mais antigos possíveis), por certo, não teríamos a Bíblia traduzida em nosso idioma. Por isso, valorize quem se esmera por conhecer mais as Escrituras.


OBJETIVOS: 

  • Aprender que Jesus, o mestre da Galileia, é mestre por excelência.

  • Identificar a ordem de Jesus aos seus discípulos para ensinar a igreja do primeiro século.

  • Saber da importância do dom ministerial de ensinador na igreja local.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Prezado professor, no terceiro tópico da lição o autor afirma: “Em nosso país, a leitura é um problema cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá”. Partindo do princípio que essa afirmação é um fato verdadeiro no contexto cultural brasileiro, selecione um texto que achar pertinente e leve para a sala de aula. No final da lição, proponha à turma uma roda de leitura. Esta atividade objetiva estimular o hábito de leitura. Então, distribua o texto ora escolhido e peça a um ou dois alunos para lerem. Ao término, discuta o texto com os alunos. Conclua dizendo como pode ser prazeroso e construtivo cultivar o hábito de ler.


COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO


Palavra Chave: Doutor ou Mestre: Pessoa que manifesta sapiência.


O ministério do ensino da Palavra é primordial para a igreja exercer o discernimento no que tange ao tempo em que vive (culturas, teologia, filosofias etc.). Tão importante é a função do mestre na igreja que as Escrituras declaram o quanto ele deve esforçar-se intelectualmente para exercer tão nobre tarefa (Rm 12.7; 1Tm 4.13). É uma tarefa importante e indispensável que exige muito de quem a desempenha.


I. JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA


1. O mestre da Galileia. Doutor incomparável, “percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino [...]” (Mt 4.23). No ministério terreno, seus sermões, ensinos e discursos eram inflamados pelo amor às pessoas. Diferente dos escribas, Ele ensinava como quem tinha autoridade (Mt 7.28,29). A verdade emanava da pessoa de Jesus! Os que o ouviam só tinham duas opções: amá-lo ou odiá-lo. Era impossível ouvi-lo e ficar indiferente. Jesus transtornava a consciência do acomodado e aquietava o coração do perturbado.

2. O mestre divino. Em visita a Jesus, um mestre da Lei chamado Nicodemos, educado nas melhores escolas religiosas de Israel e grande conhecedor das Escrituras hebraicas, reconheceu em Jesus um personagem incomum de seu tempo (Jo 3.1,2). Esse mesmo fariseu, que era príncipe dos judeus, afirmou que o Nazareno não poderia fazer o que fazia se Deus não fosse com Ele. Jesus é chamado Mestre cerca de quarenta e cinco vezes ao longo do Novo Testamento.

3. O mestre da humildade. A fim de ensinar os discípulos acerca da humildade, Jesus “levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido” (Jo 13.4,5). Que cena chocante para os judeus! A pergunta de Pedro descreve essa perplexidade (v.6). Era inimaginável um mestre encurvar-se para lavar os pés de pessoas leigas. Jesus era um mestre e deu o exemplo aos discípulos. O Emanuel, “Deus conosco”, encurvou-se diante dos homens! Isso se deu porque o ensino de Jesus não era mero discurso, mas “espírito e vida” (Jo 6.63). Ele nos convida a fazer o mesmo: “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.13-15).


SINOPSE DO TÓPICO (I)

Jesus, o mestre da Galileia, é reconhecido no Novo Testamento tanto como o Mestre Divino quanto o Mestre da humildade.


II. O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO


1. Uma ordem de Jesus. Antes de ascender aos céus, de modo solene Jesus determinou aos seus discípulos que ensinassem “todas as nações [...] a guardar todas as coisas” que Ele tinha ordenado (cf. Mt 28.19,20). O livro de Atos registra a obediência dos primeiros apóstolos no cuidado de cumprir a determinação de Jesus. Após a descida do Espírito Santo (At 2.1-6), o discurso de Pedro foi um verdadeiro ensino proferido no poder do Espírito Santo (At 2.14-40). Tendo em vista a plena edificação da Igreja na Palavra, o Senhor Jesus, através do Espírito Santo, dotou alguns de seus servos com o dom ministerial de mestre ou doutor (Ef 4.11). Esse dom é uma capacitação sobrenatural do Espírito. Isso não significa, porém, que devemos descuidar de nossa formação intelectual, pois o preparo para o ensino passa pela capacidade de aprender para posteriormente ensinar.

2. A doutrina dos apóstolos. O texto de Atos 2.42 informa-nos que os primeiros convertidos “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”. Além disso, acrescenta que em “cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos” (v.43). A “doutrina dos apóstolos” aqui referida trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles de forma constante e eficaz para o crescimento integral dos novos crentes.

3. Ensinamento persistente. Os primeiros mestres das Escrituras foram os integrantes do Colégio Apostólico (At 5.42, cf. vv.40,41). A Igreja começou nas casas, onde o ensino era ministrado a pequenos grupos nos lares. Falando aos anciãos de Éfeso, o apóstolo Paulo mostrou-se como um verdadeiro mestre que ensinava “publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20.20,21). Deus havia preparado homens para ensinar e levantado “doutores” na igreja em Antioquia (At 13.1). O Pai Celestial igualmente deseja levantar mestres em sua igreja. Vivemos dias em que este ministério nunca foi tão necessário.


SINOPSE DO TÓPICO (II)

O ensino na igreja do primeiro século foi ordenado por Jesus para os apóstolos ensinarem persistentemente.


III. A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE


1. Uma necessidade urgente da igreja. Para o ministério de ensino ser eficaz na igreja local é preciso haver pessoas vocacionadas. Não são todas que reúnem informações exegéticas, históricas e literárias da Bíblia, aplicando-as como é necessário. Deus concedeu à sua igreja mestres, e é preciso que ela invista neles também. Muitas vezes, por absoluta falta de preparo dos obreiros, predomina a superficialidade bíblica, a infantilidade “espiritual” e o aumento do engano promovido pelas astúcias dos falsos mestres (2Pe 2.1). Esse dom do Senhor é para a igreja amadurecer em todas as dimensões da vida cristã, ao mesmo tempo em que desmascara os falsos ensinos (Ef 4.14; Os 4.6).

2. A responsabilidade de um discipulado contínuo. Estamos acostumados a pensar que o discipulado termina quando o novo convertido é batizado. Não há nada mais equivocado! O Senhor Jesus chamou-nos para sermos seus discípulos por toda a vida. Por isso, quem ensina instrui os crentes para a maturidade da fé. É um aprendizado diário, permanente e contínuo, tanto para quem é discipulado quanto para quem está discipulando!

3. Requisitos necessários ao mestre. Apresentaremos alguns requisitos importantes para a igreja reconhecer pessoas com o dom ministerial de mestre em nossa época:

a) Um salvo em Cristo. Não pode haver dúvidas quanto à própria experiência salvífica por parte do vocacionado para o ministério do ensino (2Tm 2.10-13). Infelizmente há pessoas que não creem naquilo que ensinam. Assim, não há verdade nem firmeza nelas.

b) O hábito de ler. Em nosso país, a leitura é um problema cultural. Se as pessoas leem pouco, a igreja pouco lerá. Entretanto, como ensinaremos se não lermos? O hábito da leitura era levado a sério no ministério do apóstolo Paulo (1Tm 4.13; 2Tm 4.13).

c) Preparo intelectual. A Bíblia é o instrumento de trabalho do ensinador cristão. Considerando este livro milenar, veremos que a cultura e o mundo da Bíblia são diferentes do nosso. Por isso, o mestre deve compreender o mundo da Bíblia (suas questões culturais, linguísticas, exegéticas etc.) para não fazer apelações fantasiosas, apresentando-as como exposição da Palavra de Deus.

d) Um coração em chamas. Martin Loyd-Jones dizia que a verdadeira pregação era teologia em fogo. É vontade de Deus que o vocacionado ao ensino utilize os avanços das ciências bíblicas para pregar a Palavra de Deus na força do Espírito Santo. Precisamos alcançar as mentes e os corações dos nossos dias, e isto apenas será possível quando tivermos obreiros com uma mente bem preparada e conectada a um “coração em chamas” e apaixonado por Jesus (At 3.12-26).


SINOPSE DO TÓPICO (III)

O dom ministerial de mestre é uma necessidade para a igreja local e uma responsabilidade para um discipulado permanente.


CONCLUSÃO


É preciso desfazer a ideia propagada ao longo de décadas acerca do preparo intelectual do crente. Não é verdade que necessariamente ele esfriará na fé se estudar. Se fosse assim Paulo seria o mais frio dos apóstolos do Novo Testamento, pois não havia obreiro mais bem preparado que ele (At 17.15-34; Tt 1.12). Este, no entanto, soube conjugar preparo intelectual e poder do alto. É disso que as nossas igrejas precisam: homens cheios do Espírito, mas do mesmo modo, com a mente iluminada para responder, com mansidão e temor, a razão da nossa esperança (1Pe 3.15).


Q U E S T I O N Á R I O


1. Quais eram as duas opções de quem ouvia o Mestre dos mestres?

Amá-lo ou odiá-lo.

2. O que Jesus fez a fim de ensinar acerca da humildade?

O mestre da Galileia “levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido” (Jo 13.4,5).

3. Qual foi a ordem de Jesus para a Igreja antes de ascender aos céus?

Determinou aos seus discípulos que ensinassem “todas as nações [...] a guardar todas as coisas” que Ele tinha ordenado.

4. De acordo com a lição, o que significa a doutrina dos apóstolos?

Trata-se do conjunto de ensinos de Cristo ministrados por eles, de forma eficaz, a fim de produzir crescimento integral aos novos crentes.

5. O que é necessário para que o ministério de ensino na Igreja seja eficaz?

É preciso haver pessoas vocacionadas.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I


Subsídio Teológico


MESTRE


Nas Escrituras, essa palavra está geralmente designando uma pessoa que é superior a outras, em poder, autoridade, conhecimento ou em algum outro aspecto. Várias palavras são traduzidas como ‘mestre’ nas várias versões da Bíblia Sagrada. A palavra hebraica mais frequente, 'adon', significa ‘soberano’ ou ‘senhor’. O significado literal de várias palavras gregas varia de ‘instrutor’ ou 'didaskalos', como em Mateus 10.24, até ‘déspota’ ou 'despotes', com em 1 Pedro 2.18. Outra palavra grega traduzida como ‘mestres’, ‘epistates’, significa ‘meu mestre’ (‘superior’ ou ‘professor’), com em João 4.31. [...] Duas palavras gregas para ‘mestres’ ocorrem em Mateus 23.8-10, ‘Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi [rhabbi], ‘meu mestre’, ou ‘professor’], a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres [kathegetes, ‘líderes’], porque um só é vosso Mestre, que é o Cristo” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.) Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, pp.1261,62).


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II


Subsídio Educação Cristã


É ordem de Jesus Cristo


Mateus 28.19,20 enfoca a lente zoom do Espírito Santo na Grande Comissão, que são as últimas palavras de Jesus Cristo ditas aos discípulos antes da ascensão dele. Cinco referências da Grande Comissão no Novo Testamento (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16; Lc 24.46-48; Jo 20.21-23; At 1.8) indicam que não é algo aleatório, mas essencial para a estratégia de nosso Senhor.

O mandato ‘Fazei discípulos’ (ARA) inclui intrinsecamente o ensino. Mas temos de notar que o ensino requerido aqui é o de determinada espécie, isto é, ‘guardar [obedecer] todas as coisas’ que Cristo ordenou. Em outras palavras, Seus ensinamentos foram designados para produzir informação e transformação. Esse tipo de instrução é muito exigente e inacreditavelmente difícil de se realizar.


Foi praticada pela Igreja Primitiva


Não há a menor sombra de dúvida de que o Novo Testamento ordena a Igreja a ensinar. Mas a Igreja primitiva obedeceu mesmo a esse mandamento?

A Ilustração. Em Atos 2.41-47, temos um retrato da Igreja primitiva, o qual nos informa que eles ‘perseveravam na doutrina [ensino] dos apóstolos’ (2.42). Este era o padrão contínuo; não uma exceção.

A Implementação. Efésios 4 confirma o compromisso de ensinar. Jesus Cristo, após subir aos céus, deu dons aos homens, a fim de que servissem à Igreja, conforme está escrito: ‘Uns [...] para pastores e doutores [mestres, professores]’ (Ef 4.11). O propósito? ‘Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo’ (Ef 4.12); mais outra prova de que os talentosos são chamados para o ministério da multiplicação e não da adição.


Para o judeu, não havia uma posição mais alta na escada da sociedade do que a de rabino. Por conseguinte, quando a Igreja do primeiro século foi ensinada sobre a doutrina dos dons espirituais, confrontou-se com um problema. As pessoas clamavam pelo ‘dom de ensino’ com todos os privilégios a ele pertencentes. Como resultado, Tiago teve de emitir esta advertência: ‘Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres [professores], sabendo que receberemos mais duro juízo’ (Tg 3.1). Considerando que o professor é compelido a falar e que a língua é o último membro a ser dominado (Tg 3.2), deve-se ter muito cuidado, ao aspirar tal responsabilidade, ponderada e sensata” (GANGEL, Kenneth; HENDRICKS, Howard G. (Eds.) Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4 ed., RJ: CPAD, 2005, pp.6,7).


SUBSÍDIOS DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO


O Ministério de Mestres ou Doutores


Vivemos num tempo de avanço tecnológico e de multiplicação das informações em distintas áreas do conhecimento. Basta um computador conectado à internet e, pronto: um mundo outrora desconhecido agora se abre para você. Possivelmente, o seu aluno conhece o assunto a ser lecionado nesta semana. Certamente ele pesquisou muita coisa em livros e na internet. E pode ter acumulado até mais informação que o conteúdo preparado para a sua aula. Este é o nosso mundo globalizado!

Nesta lição, o nosso desafio é explicar como se pode relacionar o dom ministerial de mestre com as urgências existenciais dos dias contemporâneos. Não por acaso, ela abre o tema analisando o ministério do ensino em Jesus de Nazaré. O mestre da Galileia era antenado com as circunstâncias sociais, políticas e espirituais do seu tempo. Com propriedade, Jesus ensinou sobre a política, as prevenções contra o materialismo e confrontou os discípulos a respeito do verdadeiro sentido da vida humana. Levando sempre uma proposta de vida segundo a perspectiva do Reino de Deus. É a urgência da tarefa de todo educador cristão: levar os alunos a pensarem as demandas da existência à luz do Evangelho e segundo os aspectos positivos e negativos do Reino de Deus (Mt 5-7).


Preeminência do ministério do mestre


Podemos afirmar historicamente que, logo após a morte dos santos apóstolos, as testemunhas da ressurreição do Senhor, os mestres eram líderes chaves na comunidade antiga, assim como os profetas, os evangelistas e os pastores. Ao ponto de a Bíblia registrar a exortação apostólica: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17). Os presbíteros que se dedicavam ao exame da Palavra de Deus eram estimados por duplicada honra porque eles se afadigavam dia e noite para compreender os mistérios divinos (Rm 12.7). A mensagem do Reino tinha de fazer sentido na vida dos cristãos de outrora.

Caro professor, o Pai concedeu o dom ministerial do mestre para a sua Igreja atingir a estatura de Cristo em sua plenitude. Portanto, estude, persista em ler e reflita acerca da fé; não se esqueça de que os nossos alunos devem enfrentar as questões da vida sob o prisma da mensagem do Reino de Deus. E você professor, é um instrumento essencial nesse processo de formação cristã.

27 maio 2021

O MINISTÉRIO PASTORAL


Pr. José Wellington  Bezerra da Costa, Presidente do Ministério do Belém em São Paulo


Neste terceiro e último tópico falaremos sobre os detalhes da missão do pastor. O ministério do pastor tem múltiplas funções, pois ele cuida desde os assuntos espirituais até os mais terrenos. Falaremos também sobre o cuidado que devemos ter com os falsos pastores. 

O pastor é um guia espiritual do povo de Deus. Do ponto de vista bíblico, a missão do pastor está relacionada à oração, ensino da Palavra de Deus, defesa da fé, exortação, aconselhamento bíblico, visita aos enfermos e o cuidado com as pessoas, não como dominador, mas, servindo de exemplo à Igreja. (At 6.4; 1 Pe 5.2; Hb 13.20). 

1. A missão do pastor. A palavra pastor, no grego é “poimēn” e tem o significado de “apascentador de ovelhas”. Sendo assim, a principal missão do pastor deve ser cuidar das pessoas que vieram para Cristo. O pastor é alguém que cuida de um rebanho que não é dele e deve fazê-lo com amor e dedicação, não como dominador. (1 Pe 5.2). É de responsabilidade do pastor, alimentar, cuidar e proteger o rebanho de Deus. 

a. Alimentar. O crente é alimentado pelo ensino da Palavra de Deus, pela oração e comunhão com o Senhor. Sendo assim, cabe ao pastor ensinar a Palavra de Deus à Igreja que ele pastoreia, com fidelidade e dedicação. Deve também orar, dando o exemplo e incentivando os crentes a orarem e terem comunhão com Deus, para se fortalecerem no Senhor e na força do seu poder (Ef 6.10).

b. Cuidar. No sentido secular, as ovelhas têm necessidades diversas. Algumas estão feridas, outras se perdem pelo caminho e outras são rebeldes. Cabe ao pastor identificar o problema de  cada uma e tentar resolvê-los. Na Igreja não é diferente. Nem todos os crentes são iguais. Há os fracos na fé, os novos convertidos, os rebeldes, os imaturos, os jovens, as mulheres, os anciãos, etc. O pastor precisa aconselhar, visitar, resolver conflitos, etc. Precisa da direção do Espírito Santo para saber o que fazer nas mais variadas situações. 

c. Proteger. O pastor é o responsável por proteger a Igreja que ele pastoreia dos falsos mestres e falsos profetas. É preciso estar atento com aqueles que se aproximam da Igreja, para não contaminarem o rebanho com heresias e inovações. 

2. Uma missão polivalente. Conforme falamos acima, do ponto de vista bíblico, a missão do pastor está relacionada às questões doutrinárias, através da evangelização, ensino da Palavra de Deus e defesa da fé. Também faz parte do Ministério pastoral na Bíblia, o cuidado com os crentes, através de visitas, oração e exortação. Espera-se do pastor, que tenha maturidade, idoneidade e amor no trato com as coisas de Deus.

Além destas múltiplas funções bíblicas do ministério pastoral, em algumas denominações, como a nossa por exemplo, foram incorporadas as funções administrativas, financeiras, construções de templos e até políticas nas convenções.  Faz-se necessário esclarecer que existem vários tipos de governo ou de administração da Igreja. Os três tipos principais de administração eclesiástica são:

a. Presbiteral. O governo da Igreja é exercido através do presbitério. Os presbíteros se reúnem e tomam as decisões. Nessa forma de governo, o pastor é apenas um líder espiritual, que cuida da oração, ensino da Palavra de Deus e visitas. O pastor não administra a Igreja. Este é o modelo da Igreja Presbiteriana. 

b. Episcopal ou assembleiano. O governo da Igreja é exercido através de bispos ou pastores. Nessa forma de governo, os pastores ou bispos são tanto líderes espirituais como administradores da Igreja. Este é o modelo das Assembléias de Deus. 

c. Congregacional. O governo da Igreja é exercido pelos membros da Igreja, através de uma equipe ou junta administrativa, escolhida pelos membros. Como no caso dos presbiterianos, o pastor não é um administrador, é apenas um líder espiritual. Esta é a forma de governo das Igrejas Batistas.

3. O cuidado contra os falsos pastores. Assim como há os falsos profetas, há também os falsos pastores. Desde os tempos do Antigo Testamento, Deus já alertava o seu povo em relação aos falsos pastores. Deus usou o profeta Ezequiel para repreender duramente os falsos pastores. (Ez 34). A principal característica dos falsos pastores é que eles não se preocupam com as ovelhas e querem apenas se beneficiar delas. 

No Novo Testamento também, o apóstolo Paulo alertou aos seus companheiros pastores Timóteo e Tito, para terem cuidado com os falsos obreiros. (Tt 1.9-11). Escrevendo aos Filipenses, Paulo disse para tomarem cuidado com os cães e falsos obreiros, referindo aos judaizantes. (Fp 3.2). 

Em resumo os falsos pastores são aqueles, cuja preocupação é apenas consigo mesmo e com o seu bem estar. Não se preocupam com as ovelhas e não as defendem dos lobos. Não ensinam fielmente a Palavra de Deus e pregam apenas aquilo que lhe rende popularidade, com o objetivo de obterem vantagens pessoais. 


CONCLUSÃO DA LIÇÃO

Conforme visto na introdução, ao ministério pastoral é uma tarefa árdua. Além das próprias lutas, o pastor enfrenta também as lutas dos outros, sofrendo com os que sofrem e se alegrando com os que se alegram. Para piorar, em nossos dias, incorporou-se ao ministério pastoral, funções administrativas, financeiras, construção civil e até políticas. Mas, no modelo bíblico, estas funções não são dos pastores. 

Oremos pelos nossos pastores! 


Pb. Weliano Pires


AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PASTOR



No tópico anterior falamos sobre as caraterísticas de Jesus, o Sumo pastor, que é o nosso modelo e parâmetro como pastor. Vimos que Jesus é o “Grande” e “Sumo” Pastor. Ele é Deus, e Senhor absoluto. Devemos imitá-lo, mas, evidentemente, não se espera que seres humanos falíveis consigam atingir o mesmo patamar de Cristo. Neste segundo tópico, veremos as características de um verdadeiro pastor, do ponto de vista humano, como um padrão possível de ser alcançado. A Bíblia nos fornece os requisitos básicos para o episcopado, ou pastorado, nas Epístolas de Paulo a Timóteo e a Tito, que eram seus companheiros de ministério. A lição nos fornece três características de um verdadeiro pastor: caráter íntegro, exemplo para os fiéis e infiéis e exemplo para a família. 


1. Um caráter íntegro. O grande problema dos fariseus não era tanto o que eles ensinavam, mas, a diferença entre o ensino e a prática. A conduta do pastor deve estar de acordo com o seu discurso, senão não terá credibilidade. A filosofia do “faça o que eu digo, mas, não o que faço”, não funciona. A hipocrisia é a distância entre o discurso e a prática. 

No livro de apoio à lição, o Pr. Elinaldo Renovato de Lima se entende mais sobre este assunto e traz os requisitos morais exigidos para se exercer o episcopado, conforme 1 Timóteo 3.1-7 e Tito 1.7: 

a. Irrepreensibilidade. Um pastor deve ser íntegro em todos os aspectos. Paulo falou para Timóteo “apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar”. (2 Tm 2.15). 

b. Vida conjugal ajustada. O casamento de um pastor deve seguir o modelo bíblico e ser exemplo para a Igreja. Por isso deve ser heterossexual, monogâmico e vitalício. É inadmissível um pastor ser divorciado, ter amantes, ou viver um casamento de fachada. 

c. Vigilância. A vigilância consiste em estar atento para não ser apanhado de surpresa. Um pastor deve fechar todas as brechas e vigiar para não cair em tentação e não escandalizar a Igreja.

d. Sobriedade. Ser sóbrio significa ter equilíbrio, moderação e domínio próprio. Um pastor não pode perder as estribeiras e agir precipitadamente. 

e. Honestidade. A honestidade consiste em integridade, veracidade e franqueza e na ausência de mentiras, trapaças, roubos, etc. Um pastor tem a obrigação de ser honesto em tudo o que faz e fala. 

f. Aptidão para o ensino. O pastor é o responsável por alimentar a Igreja com o ensino da Palavra de Deus e também defendê-la contra os falsos ensinos. Portanto, é indispensável que esteja preparado para ensinar, pois, ninguém pode ensinar aquilo que não aprendeu. Lamentavelmente, muitos pastores nunca leram a Bíblia toda e tem um conhecimento muito limitado das doutrinas bíblicas, apesar da facilidade de se adquirir conhecimento nos dias atuais. 

g. Abstinência de vinho. O alcoolismo traz muitos prejuízos, não apenas financeiros e à saúde, mas também prejuízos morais, como a insensatez, agressividade e descontrole. Já nos tempos do Antigo Testamento, os sacerdotes não podiam beber vinho ou bebida forte. (Lv 10, 8-10; Is 28.7). Aos reis também não era recomendado o vinho, para não atrapalhar as decisões que eles tomavam (Pv 31.4-7). Portanto, o consumo de bebidas alcoólicas é incompatível com o ministério pastoral. 

h. Não violento (ou espancador). Jesus nos recomenda que aprendamos com Ele, que é manso e humilde de coração. (Mt 11.29). Pedro também recomenda que devemos responder com mansidão aos que se opõem (1 Pe 3.15). O pastor deve ser firme em seus ensinos e na defesa da verdade. Mas, não pode ser violento, mal educado e agressivo. 

i. Não contencioso. Paulo disse a Timóteo que “ao servo do Senhor não convém contender” (2 Tm 2.24). O pastor além de ser um servo do Senhor, é um exemplo para a Igreja e não pode viver em contendas, pois, isso é carnalidade. 

j. Não avarento. A avareza é tão grave que Paulo diz que o avarento é idólatra. (Ef 5.5). Ter dinheiro ou ganhá-lo não é errado. O problema está em amar o dinheiro. Paulo diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. (1 Tm 6;10). O avarento rouba, mata, aplica golpes e abre mão de qualquer princípio, por dinheiro. Por isso, é incompatível com o ministério pastoral.

l. Bom governante da própria casa. O pastor deve ter uma conduta exemplar para com a sua família. Paulo, escrevendo a Timóteo, disse que "aquele que não governa bem a sua casa não terá cuidado da Igreja de Deus." Um pastor, que a própria família não o respeita, não tem a menor condição de pastorear uma Igreja. 

m. Não neófito. Esta palavra “neófito” vem de duas palavras gregas: "neo" (novo) e “fide” (fé) e significa novo na fé, ou inexperiente. O tempo de crente é importante, pois, existem coisas que só se aprende com a experiência. Um pastor inexperiente pode se precipitar e tomar decisões equivocadas. 

n. De bom testemunho para com os de fora. Os cristãos são observados pelas pessoas de fora da Igreja e o pastor mais ainda. Por isso é importante que o pastor tenha uma boa reputação no bairro e na cidade onde mora. Hoje, em tempos de redes sociais, o pastor deve tomar muito cuidado com as opiniões que publica, para não manchar a sua reputação e a da Igreja que ele lidera. Jesus disse que devemos nos alegrar quando as pessoas “mentindo” disserem coisas más contra nós. Mas, se as coisas más que o mundo disser de nós for verdade, não é motivo para nos alegrarmos. 

2. Exemplo para os fiéis e os infiéis. Além de ter um bom caráter, o verdadeiro pastor deve ter uma boa reputação. Reputação é aquilo que as pessoas pensam que nós somos e caráter é aquilo que Deus sabe que nós somos. O pastor deve ser um exemplo para os fiéis e até para os infiéis. Isso é muito importante na vida de um pastor. Um pastor que tem boa reputação atrai pessoas à Igreja, mas, se tiver uma má reputação pode afastar as pessoas do Evangelho e causar escândalos. 

3. Exemplo para a família. A primeira Igreja que o pastor lidera é a sua família. Por isso, ele deve ser exemplo em tudo na sua casa: exemplo de honestidade, seriedade, educação e fidelidade a Deus. Deve ensinar a Palavra de Deus à sua família, não apenas no discurso, mas, principalmente nas atitudes. A família do pastor também deve colaborar, para não manchar a reputação do pastor, pois, também são observados pela Igreja e pelos de fora. Por isso, é muito importante que o pastor ensine primeiro em casa à sua família. O pastor nunca deve tratar a sua família diferente dos demais membros da Igreja. Muitos pastores erram nisso. São rigorosos demais com os membros da Igreja e brandos com a própria família. 


Quando falamos sobre o ministério de profeta, fizemos um alerta sobre os falsos profetas. O mesmo acontece com o ministério pastoral. Assim como há os verdadeiros pastores, há também os falsos pastores que são lobos em pele de ovelhas. Falaremos disso no próximo tópico.


Pb. Weliano Pires

25 maio 2021

JESUS, O SUMO PASTOR

Imagem do site Slide Player

Neste primeiro tópico, falaremos sobre as características de Jesus como o “sumo pastor.” Esta palavra “sumo” significa “o mais alto ou o mais elevado em categoria; supremo.” A palavra tem outras aplicações, mas, na Bíblia é usada para se referir ao superior de uma categoria, como no caso do sumo sacerdote, que era o principal dos sacerdotes. Muitos pastores erram, porque usam como modelo para o seu ministério, os sacerdotes do Antigo Testamento. Mas, são coisas muito diferentes. 

1. Diferenças entre o sacerdócio levítico e o ministério pastoral: 

a. Os sacerdotes eram mediadores entre Deus e a Congregação de Israel. Os sacerdotes, especificamente o Sumo sacerdote, eram tipos de Cristo e, como tal, faziam o papel de mediadores entre o povo de Israel e Deus. Os ministros do Novo Testamento não exercem este ofício.

b. Os sacerdotes exerciam papel de juízes. Os sacerdotes, especificamente no período teocrático, como nos casos de Eli e Samuel, exerciam o papel de juízes da Nação, não apenas em questões religiosas, mas, em questões civis e criminais. Este também não é papel dos ministros da Nova Aliança, pois, isso é papel do estado.

c. O sacerdócio da Antiga Aliança era hereditário e automático. Todos os filhos de Aarão eram naturalmente sacerdotes e o filho mais velho era o sucessor automático do Sumo sacerdote. Na Nova Aliança não existe isso. Os ministros do Evangelho são chamados individualmente por Deus, sem critérios genealógicos.

d. O sumo sacerdote era o administrador do Templo e os sacerdotes os seus auxiliares. Não podiam ter outras atividades além do sacerdócio e não tinham herança em Israel. As demais tribos os sustentavam através dos dízimos e ofertas. Estas contribuições eram semelhantes aos impostos nos dias de hoje.

Na Nova Aliança, Jesus é o nosso exemplo para um ministério integral: acolhedor, admoestador e servidor. Jesus é o bom pastor, que conhece as suas ovelhas, é conhecido delas e dá a sua vida pelo rebanho. 

2. Jesus é o pastor supremo. Em Hebreus 12.20, Jesus é chamado de "o Grande Pastor". Em 1 Pedro 5.4, Pedro usa a expressão "Sumo Pastor", para se referir a Jesus. Estas palavras "grande" e "sumo" remetem ao Sumo Sacerdote do Antigo Testamento, que era o maioral entre os sacerdotes. Era o único que podia entrar no Santo dos santos e não ser morto. Estas referências a Jesus como Supremo, Grande e Sumo, indicam a sua grandeza e superioridade em todos os aspectos. Quando Jesus ressuscitou, Ele disse: - É-me dado todo poder no Céu e na Terra. (Mt 28.18)

a. Jesus é Senhor absoluto no Céu e na terra. Ele não é uma criatura, como dizem as Testemunhas de Jeová e os Adventistas. Jesus é criador (Jo 1.3). Todas as coisas foram feitas por Ele. 

b. Jesus é Deus. As Escrituras mostram diversos atributos exclusivos da divindade, aplicados a Cristo: Onipotência (Mt 28.18) Onisciência (Jo 2.24; Jo 21.17); Eternidade (Jo 8.58). Além destes atributos divinos aplicados a Cristo, há textos na Bíblia que mostram claramente que Jesus é Deus: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. […] E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1.1,14). 

c. Jesus fez-se servo. Entretanto, mesmo sendo Supremo, Eterno, Senhor e Deus, Jesus tornou-se servo, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. (Fp 2.8). Ele nos disse para aprendermos dEle, que é manso e humilde de coração (Mt 11.29). Quem quiser ser um verdadeiro pastor, precisa aprender com Jesus. 

3. O pastor conhece as suas ovelhas. No capítulo 10, do Evangelho de João, Jesus se compara a um pastor de ovelhas, que era uma figura muito conhecida dos seus ouvintes. Jesus começa o discurso falando que, a pessoa que entra no curral das ovelhas por outra parte e não pela porta, é ladrão. Mas o que entra pela porta é o pastor. Depois, ele diz que Ele é a porta e aquele que por Ele entrar, será salvo. 

O Mestre diz também que as ovelhas conhecem a voz do seu pastor e, de modo algum, seguirão o estranho. Para entendermos isso, é preciso conhecer como funcionava a criação de ovelhas em Israel. Havia um relacionamento entre pastor e ovelhas. O pastor conhecia uma a uma e notava quando faltava alguma. 

a. As ovelhas têm algumas características especiais: 

• Elas identificam a voz do pastor que as alimenta e o seguem. 

• Elas não seguem a outra pessoa e fogem ao ouvir vozes estranhas. 

• Elas andam em bando. Se um grupo se desviar por um caminho, as outras tendem

a acompanhar. Se uma for sozinha, ela se perde do rebanho. 

b. O líder da Igreja é chamado de pastor, nesse sentido: 

• O pastor deve conhecer as suas ovelhas. 

• Um verdadeiro pastor tem cheiro de ovelha e não cheiro de gabinete. 

• O pastor deve ser conhecido delas, alimentá-las, guiá-las e protegê-las. 

• O mercenário ou falso pastor quer apenas servir-se das ovelhas. 

• O verdadeiro pastor sacrifica-se pelo rebanho. 

4. O pastor dá a vida pelas ovelhas. Em Israel, nos tempos bíblicos, a criação de ovelhas era uma das principais fontes de renda. As ovelhas forneciam lã, couro e carne para alimentos e sacrifícios. Jesus comparou-se ao pastor ovelhas, no sentido de que o verdadeiro pastor cuida das suas ovelhas, protege, alimenta, conhece e é conhecido por elas. Mas, Ele mostrou-se diferente dos pastores, quando disse que dá a Sua vida pelas ovelhas. (Jo 10.11). Jesus não se serve das suas ovelhas, nem as explora. Ele se doou por elas. 


Este é o exemplo para os pastores da Igreja: servir e doar-se pela Igreja. Ser pastor não é enriquecer-se à custa da Igreja ou viver no luxo. Paulo disse: "eu me gastarei por vós" (2 Com 12.15) e "sofrerei as dores de parto, até que Cristo seja gerado em vós". (Gl 4.19). Ser pastor é doar-se pelas ovelhas do Senhor e não servir-se delas.


Pb. Weliano Pires

A PAZ QUE JESUS PROMETEU

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: A promessa de paz) .  Ev. WELIANO PIRES  No terceiro tópico, falaremos da Paz prometida por Jesus. Ver...