(Comentário do 3º tópico da Lição 06: A promessa de cura divina)
Ev. WELIANO PIRES
No terceiro tópico, veremos que Jesus Cristo cura sim. A cura divina faz parte do plano de Deus, pois Ele se identificou aos Israelitas, quando eles saíram do Egito, como “o SENHOR que te sara”. Veremos também que Jesus continua curando, pois Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Por último, veremos o que podemos fazer para alcançar a cura divina. Há alguns princípios bíblicos que devemos observar.
1- A Cura Divina faz parte do Plano de Deus. Conforme vimos no tópico anterior, as enfermidades são consequências da Queda do ser humano. Logo após a desobediência do primeiro casal, Deus os expulsou do Jardim, mas fez também a primeira promessa de Salvação em Gênesis 3.15, que é chamada de “Proto Evangelho”, por ser o primeiro anúncio da vinda do Salvador para salvar o ser humano do pecado. Esta salvação prometida por Deus em todo o Antigo Testamento não contempla apenas o perdão dos pecados, inclui também o cancelamento das consequências do pecado, que são as doenças e a morte.
Após a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito, Deus lhes prometeu que se eles obedecessem às Leis de Deus, não serim atingidos pelas enfermidades que Deus havia mandado aos egípcios. Deus se apresentou a eles com o título “Yahweh Raphah” que significa “O SENHOR que te sara” (Êx 15.26). Em vários momentos no Antigo Testamento vemos Deus curando o seu povo de enfermidades como nos dias de Elias e Eliseu, e no caso do rei Ezequias. No conhecido Salmo 103 lemos que é o Senhor que perdoa as nossas iniquidades e sara as nossas enfermidades (Sl 103.3).
Em Israel, nos tempos do Antigo Testamento, a cura das enfermidades era milagrosa e vinha do Senhor. O remédio para as doenças não estava nos médicos ou em outras nações, mas em Deus. O rei Asa, por exemplo, é citado negativamente porque teve uma enfermidade grave e “na sua enfermidade, não buscou ao Senhor, mas antes os médicos”. (2 Cr 16.12). Na promessa de retorno do cativeiro, o Senhor falou através do profeta Jeremias: “Porque te restaurarei a saúde, e te curarei as tuas chagas, diz o Senhor…” (Jr 30.17).
No Novo Testamento, a cura de várias enfermidades fez parte do ministério do Senhor Jesus. O Mestre não curava para aparecer ou fazer propaganda de curas, como muitos querem fazer hoje. Ao contrário, quando Ele curava dizia para as pessoas curadas não falarem para ninguém. Jesus curava movido de íntima compaixão pelas pessoas que sofriam com as doenças. “Então Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo seus olhos viram; e eles o seguiram”. (Mt 20.34). Quando enviou os seus discípulos em missões, Ele ordenou-lhes que curassem os enfermos: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10.8).
2- Jesus cura. A cura divina é uma importante doutrina bíblica pregada pelos pentecostais. Nós cremos que o mesmo Jesus que curou no passado continua curando hoje, pois o seu poder não mudou. Ele é o mesmo ontem, e hoje e eternamente” (Hb 13.8). O Espírito Santo deu dons de curar à Igreja (1 Co 12.9,28). Na Igreja Primitiva, muitas curas e milagres aconteceram e não há nada na Bíblia dizendo que estes sinais iriam cessar. Ao contrário, o Senhor Jesus disse que estes sinais seguiriam aos que crerem (Mc 16.17).
Que Jesus Cristo curou muitos enfermos durante os três anos do seu ministério terreno, não há nenhuma dúvida, pois está registrado abundantemente nos Evangelhos. Ainda há, segundo João falou, muitos milagres que Jesus realizou, que não estão registrados na Bíblia. Jesus deu também este poder aos seus discípulos para curarem os enfermos. O Livro de Atos dos Apóstolos registra inúmeros casos de curas divinas, realizadas por Pedro, João, Estevão, Filipe, Barnabé e Paulo.
Nenhum cristão que possa ser levado a sério, negaria os milagres realizados por Jesus ou pela Igreja Primitiva. Entretanto, há muitos cristãos na atualidade que negam que a cura divina seja realizada nos dias atuais. Mas, como já falamos anteriormente, não há nenhum texto bíblico que diga que os dons espirituais tenham cessado. A obra expiatória de Cristo não se limita apenas à salvação do pecado, mas também à restauração do corpo. Entretanto, o que vemos hoje é apenas uma amostra do que ocorrerá na ressurreição, na glorificação do nosso corpo, quando teremos um corpo imortal e incorruptível, não mais sujeito a enfermidades. Há dois extremos que devemos evitar: Primeiro a posição dos cessacionistas que dizem que as curas cessaram; segundo, a posição dos neopentecostais que dizem que todas as enfermidades terão que ser curadas.
3- O que podemos fazer para receber a Cura Divina? Diante de tudo que já foi exposto nesta lição, fica a pergunta: o que precisamos fazer para receber a cura divina? Como resposta a esta pergunta, o comentarista apresenta alguns princípios que devemos seguir para alcançar a cura das enfermidades nos afligem:
a) Crer que Jesus pode curar e confiar no seu poder. Isso é algo que parece óbvio, pois sem fé é impossível agradar a Deus, ou receber coisa alguma dele. Com a cura, não é diferente. Quem não crer que Jesus cura hoje não pode ser curado. Em vários textos que registram curas de Jesus, vemos Ele dizer: a tua fé te salvou (Mt 9.22), ou seja feito isso conforme a tua fé (Mt 9.29). Por outro lado, lemos que Ele não fez muitos milagres em alguns lugares, por causa da incredulidade (Mt 13.58).
b) Chamar os presbíteros da Igreja para ungir com óleo. Conforme vimos no primeiro tópico, Tiago recomendou que se alguém estiver doente, deve chamar os presbíteros da Igreja, para ungir com óleo em nome do Senhor e a oração da fé salvará (sarará) o doente. Se houver cometido pecados, estes serão perdoados. O óleo aqui não é um remédio para ser administrado no lugar da enfermidade, como no caso do bom samaritano que colocou azeite nas feridas do homem que fora espancado pelos ladrões. Aqui, a unção com óleo é um símbolo da ação do Espírito Santo e deve ser ministrado exclusivamente pelos presbíteros/pastores da Igreja. Não é o óleo que cura e sim a oração da fé. Se houver pecado como causa da enfermidade, deve haver confissão de culpas uns aos outros, para que haja a cura (Tg 5.14-16).
c) Não deixar de ir ao médico. O fato de crermos na cura divina, não deve nos impedir de ir ao médico preventivamente e para tratamento de enfermidades. Deus pode nos curar instantâneamente de forma milagrosa, mas Ele pode também usar os médicos para fazer isso. Se Deus curar a enfermidade de forma sobrenatural, os médicos irão constatar o milagre. Há muitos testemunhos de pessoas que receberam diagnósticos de doenças incuráveis e os médicos lhe deram pouco tempo de vida. Depois que foram curadas, voltaram aos médicos e isso causou espanto, pois eles não entenderam como a doença desapareceu.
REFERÊNCIAS:
RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 39.
FERNANDO, Ajith. Ministério Dirigido por Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp. 212,213.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 519.