17 dezembro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 13: O PROPÓSITO DE MISSÕES

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA


Na lição passada, estudamos sobre o modelo de missões da Igreja de Antioquia, primeira Igreja formada por gentios e também a primeira Igreja a fazer missões transculturais. Após a grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém, que se deu após a morte de Estêvão. Dentre os cristãos dispersos, alguns homens chíprios e de Cirene, anunciaram o Evangelho também aos gentios (At 11.20). Um grande número de pessoas se converteu em Antioquia e Barnabé foi enviado a Antioquia. Barnabé foi a Tarso buscar Saulo e, por cerca de um ano, ensinaram a Palavra de Deus em Antioquia.


No primeiro tópico, falamos da natureza e das características da Igreja de Antioquia. Vimos as informações da cidade de Antioquia da Síria. Depois, falamos da Igreja de Antioquia, desde o seu nascimento, até se tornar uma base missionária de Paulo e Barnabé. Por último, vimos que esta Igreja foi fundada por cristãos leigos, com pouca instrução sobre as doutrinas cristãs. 


No segundo tópico, falamos de Antioquia como uma Igreja missionária em ação. Falamos das características do corpo de obreiros de Antioquia, que era formado de profetas e doutores. Depois, falamos da liderança da Igreja de Antioquia, que era uma liderança servidora, mesmo sendo bastante diversificada. Por último, falamos da chamada específica de Barnabé e Saulo, pelo Espírito Santo, para a missão transcultural. 


No terceiro tópico, falamos sobre o serviço de missões da Igreja de Antioquia. Falamos do início das missões cristãs a partir de Antioquia, trazendo o relato da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé, tendo João Marcos como cooperador. Depois, falamos do roteiro e das principais atividades na primeira viagem missionária. Por último, falamos das prestações de contas de Paulo e sua equipe à Igreja de Antioquia que os enviou. 


LIÇÃO 13: O PROPÓSITO DE MISSÕES 


INTRODUÇÃO 


Estamos nos aproximando do final deste trimestre. Teremos apenas mais duas lições, relativamente pequenas, com apenas dois tópicos cada uma. Nesta penúltima lição falaremos do propósito da Igreja ao fazer missões. Quando falamos de propósito estamos nos referindo à principal razão de ser, ou meta principal de alguém. 


No caso da Igreja, ela tem o nobre propósito neste mundo de proclamar a mensagem de salvação aos que não a conhecem até que o Senhor Jesus Cristo venha buscá-la. Se não fizer isso, perde a razão da sua existência. O Senhor Jesus chama todos os seres humanos a Si dizendo: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos…” (Mt 11.28). Entretanto, depois de nos salvar, Ele diz: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). 


Evidentemente, nem todos os crentes foram chamados para pregar o Evangelho fora do seu país, em outras culturas. Mas todos os crentes, sem exceção, têm a obrigação de pregar o Evangelho e fazer missões, conforme estudamos nas lições anteriores. A missão é feita com os pés dos que vão, com os joelhos dos que oram e com o dinheiro dos que contribuem. Sendo assim, devemos participar da obra missionária, mesmo sem ir ao campo missionário, e anunciar Jesus aos que estão próximos a nós. 


TÓPICOS DA LIÇÃO


No primeiro tópico, falaremos do alvo da obra missionária. Inicialmente falaremos do fundamento da realidade salvífica, tomando como base o texto de Apocalipse 5.9 que diz que o sacrifício de Cristo comprou para Deus, “homens de toda tribo, língua, povo e nação.” Na sequência falaremos do propósito global da obra missionária, com base no texto de Mateus 28.18-20, que trata da Grande Comissão de Jesus aos seus discípulos. 


No segundo tópico, veremos que a responsabilidade de pregar o Evangelho é de todos os cristãos. Faremos uma reflexão, através de várias perguntas, sobre a nossa disposição de pregar o Evangelho a toda criatura. O comentarista alerta-nos de que haverá um duro juízo da parte de Deus para com aqueles que negligenciarem esta responsabilidade. 


REFERÊNCIAS: 


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 134-142.

Ensinador Cristão. CPAD, Ed. 95, pág. 42.

PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.306.

16 dezembro 2023

A Criação, a Queda e a Salvação


Em minha poesia vou contar 

Como o Universo foi criado

Conforme a Bíblia vou narrar

Tudo o que está registrado. 


No princípio Deus tudo fez

Os Céus e também a terra 

Mas não fez tudo de uma vez

Em seis dias a criação encerra. 


A terra era vazia e deformada 

Formando grande escuridão 

As águas eram movimentadas 

O Espírito de Deus em ação. 


No primeiro dia, Deus ordenou 

Que a luz viesse à existência 

Imediatamente a luz de formou

Mostrando a Sua Onipotência. 


No segundo dia, Deus separou

A terra das águas dos mares

Assim, o segundo dia terminou 

Com ordem na terra e nos ares. 


No terceiro dia, Deus criou mais 

Deu ordem à terra para produzir 

Todas as espécies de vegetais

Árvores e ervas vieram a existir. 


No quarto dia, Deus continuou 

Criou todos os astros luminares

Toda a terra e o espaço iluminou 

Sol, lua e demais astros estelares. 


No quinto dia, as águas produziram 

As aves, peixes e répteis marinhos 

Cumprindo ordem de Deus surgiram 

As águias, crocodilos e golfinhos. 


No sexto dia, a criação se encerra 

Tudo feito com absoluta perfeição 

Deus criou os animais da terra 

E o homem, a coroa da criação. 


Após cada obra que era criada

Deus via que aquilo era excelente 

A cada espécie a ordem foi dada

Para multiplicar a sua semente. 


Deus criou também um lindo jardim

E nele colocou o homem e a mulher 

Para viverem a felicidade sem fim

A única condição era obedecer.


O primeiro casal desobedeceu

Dando ouvidos à voz da serpente

Ignoraram a ordem que Deus deu 

E deixaram de viver eternamente 


Deus é justo e teve que expulsá-los 

Mas prometeu enviar um Salvador 

Da semente da mulher e salvá-los 

Ferindo a cabeça do enganador 


Quero finalizar louvando ao Criador 

Por toda a sua belíssima criação 

Também pela vinda do Salvador

Que nos trouxe a eterna Salvação. 


Weliano Pires 

14 dezembro 2023

O SERVIÇO DE MISSÕES

(Comentário do 3º tópico da Lição 12: O modelo de missões da Igreja de Antioquia)


Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, do início das missões cristãs a partir de Antioquia, trazendo o relato da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé, tendo João Marcos como cooperador. Depois, falaremos do roteiro e das principais atividades na primeira viagem missionária. Por último, falaremos das prestações de contas de Paulo e sua equipe à Igreja de Antioquia que os enviou. 

1- O início das missões cristãs. Depois que o Espírito Santo ordenou à Igreja de Antioquia que separasse Barnabé e Saulo para a obra que Ele havia chamado, a Igreja se reuniu novamente em jejum e oração. A liderança da Igreja impôs as mãos sobre eles e os despediu para irem ao campo missionário (At 13.3). 

O ato de impor as mãos não indica “transferência de unção”, como alguns ensinam. Significa que a Igreja reconhece o chamado de Deus e confere autoridade para o obreiro fazer a obra, para a qual Deus o chamou. Impor as mãos na ordenação de obreiros é um reconhecimento público por parte da Igreja, assim como o batismo em águas é uma confissão pública de que a pessoa nasceu de novo. 

Quando Barnabé foi enviado a Antioquia pela Igreja de Jerusalém no início da evangelização, ele partiu para Tarso para buscar Saulo e ambos ficaram um ano em Antioquia, ensinando a Palavra de Deus (At 11.25), conforme já vimos no primeiro tópico. Neste período, alguns profetas foram de Jerusalém a Antioquia. Um deles, chamado Ágabo, foi usado por Deus para profetizar que viria uma grande fome em todo o mundo (At 11.27,28). A Igreja de Antioquia, então enviou uma ajuda aos necessitados da Judéia por meio de Barnabé e Saulo. 

Na volta de Jerusalém, Barnabé e Saulo trouxeram consigo João Marcos, que era primo de Barnabé (At 12.25). Após o chamado do Espírito Santo, eles partiram em sua primeira viagem missionária e levaram João Marcos, como um cooperador da equipe (At 13.5). Esta primeira viagem missionária aconteceu entre os anos 46 e 48 d.C. Veremos a seguir o roteiro e as atividades desta viagem. 

2- Roteiro da viagem e atividades missionárias.  Barnabé, Saulo e João Marcos partiram de Selêucia, porto marítimo de Antioquia, rumo à  província romana de Chipre, que era a terra natal de Barnabé (At 13.4,5). Desembarcaram na cidade de Salamina, em Chipre, onde havia uma população considerável de Judeus e anunciaram a Palavra de Deus nas sinagogas judaicas. O fato de haver mais de uma sinagoga indica que a comunidade judaica ali era grande. 

Partindo de Salamina, atravessaram toda a Ilha de Chipre e chegaram à cidade de Pafos, que na época era a capital de Chipre. Ali, encontraram um falso profeta judeu, feiticeiro, chamado Barjesus, também chamado de Elimas, o qual estava em companhia do procônsul romano Sérgio Paulo, que era o procônsul de Chipre durante o governo do imperador Cláudio. 

Sérgio Paulo era um homem prudente e chamou os missionários para lhe explicarem melhor o Evangelho. Porém, este feiticeiro procurava tirar-lhe a atenção. Diante disso, Saulo o repreendeu e ele ficou cego imediatamente (At 13.8-11). O procônsul ficou maravilhado com o ocorrido e creu na doutrina do Senhor. A partir deste episódio, Lucas passa a mencionar o nome de Paulo e não mais Saulo. 

A equipe missionária partiu de Pafos em direção a Perge, na província da Panfília, que fica no litoral sul da Ásia Menor. Ali, João Marcos abandonou a missão e voltou para Jerusalém. O texto bíblico não relata nenhuma atividade dos missionários em Perge, nem tampouco a razão pela qual João Marcos resolveu voltar. 

A próxima parada de Paulo e Barnabé, após o retorno de Marcos, foi na cidade de Antioquia da Pisídia, que ficava na Ásia Menor, no território que hoje pertence à Turquia. Ali havia uma grande comunidade judaica e uma base militar romana. Chegando à sinagoga foi dada a oportunidade a Paulo e Barnabé trouxessem uma palavra de consolação ao povo. Paulo fez um longo discurso, discorrendo sobre a história de Israel desde a saída do Egito até Cristo. 

Um grande número de judeus nativos e prosélitos, ouvindo este discurso, creram e seguiram a Paulo e Barnabé. No sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a pregação de Paulo novamente. Entretanto, um grupo de judeus, movidos pela inveja, contestava o que Paulo dizia, incitava o povo contra os missionários e os expulsaram da cidade. Diante disso, Paulo e Barnabé sacudiram o pó dos seus pés e partiram para Icônio. 

A cidade de Icônio fazia parte da Frígia. Depois, passou a fazer parte da Licaônia e da Galácia. Hoje corresponde à cidade de Konya na Turquia. À semelhança de Antioquia da Pisídia, em Icônio também havia muitos judeus que ouviram a pregação de Paulo e creram. Mas os adversários também incitaram a população contra os missionários e eles, sob apedrejamento, fugiram para as cidades de Listra e Derbe, também na Licaônia. 

Em Listra, Paulo começou a pregar e viu um homem coxo de nascença. Paulo olhou para o coxo e, vendo a fé dele, exclamou:

– Levanta-te, direito sobre os teus pés! 

Imediatamente, o homem deu um salto e andou. 

A multidão perplexa com o que acabara de ver, exclamou em voz alta, dizendo que “os deuses haviam se tornado humanos e descido até eles”. Então, passaram a chamar Paulo e Barnabé, respectivamente, de Mercúrio e Júpiter, deuses gregos. O sacerdote de Júpiter trouxe animais e queria oferecer sacrifícios. Paulo e Barnabé rasgaram as suas vestes e protestaram para que a multidão não fizesse aquilo. 

Enquanto Paulo discursava para a multidão, os judeus de Icônio os cercaram e os apedrejaram. Em seguida, arrastaram-nos para fora da cidade, pensando que estivessem mortos. Depois que os algozes os deixaram, os discípulos os cercaram, eles se levantaram e retornaram para Derbe, passaram pelas cidades que haviam evangelizado na viagem e, finalmente, voltaram para a Igreja de origem, em Antioquia da Síria. 

3- Prestando contas. De volta a Antioquia da Síria, Paulo e Barnabé relataram à Igreja que os enviara, tudo o que o Senhor havia feito por meio deles entre os gentios. Muitas almas foram salvas, sinais e maravilhas aconteceram e muitas Igrejas foram plantadas. Mesmo sofrendo grandes perseguições, os servos do Senhor chegaram à sua base missionária, regozijantes e com a sensação de dever cumprido. 

O comentarista nos apresenta aqui, três lições importantes que aprendemos com o modelo missionário de Antioquia:

a. Não existe fundamento bíblico para se fazer missões independentes, sem estar vinculado a uma Igreja, prestando contas apenas a Deus;

b. Perseguições e obstáculos fazem parte da obra missionária, mas há também grandes resultados como salvação de almas e milagres que glorificam ao Senhor;

c. Quem leva a preciosa semente, andando e chorando, certamente colherá os seus frutos (126.6). Não precisamos modificar a mensagem para alcançar resultados. A nossa preocupação deve ser fazer a obra com fidelidade ao Senhor e os resultados virão. 


REFERÊNCIAS:

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 119-133.

Ensinador Cristão. CPAD, Ed. 95, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, págs. 1962, 1965. 

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Vol. 1, CPAD, p. 680.

CABRAL, Elienai. O Apóstolo Paulo: Lições da vida e ministério do Apóstolo dos Gentios para a Igreja de Cristo. 1ª Ed.  RIO DE JANEIRO: CPAD, 2021

UMA IGREJA MISSIONÁRIA EM AÇÃO

(Comentário do 2º tópico da Lição 12: O modelo de missões da Igreja de Antioquia)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos de Antioquia como uma Igreja missionária em ação. Falaremos das características do corpo de obreiros de Antioquia, que era formado de profetas e doutores. Depois, falaremos da liderança da Igreja de Antioquia, que era uma liderança servidora, mesmo sendo bastante diversificada. Por último, falaremos da chamada específica de Barnabé e Saulo, pelo Espírito Santo, para a missão transcultural. 


1- “Havia alguns profetas e doutores” (At 13.1). Antioquia era uma Igreja rica em líderes, com vários profetas e doutores. Estes dois ministérios fazem parte da relação de dons ministeriais, descrita pelo apóstolo Paulo em Efésios 4.11: “Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores.” Assim como nos casos dos dons espirituais, há pensamentos diferentes em relação ao ministério de profeta nos dias atuais. 


Alguns dizem que não existem mais profetas nos dias atuais, pois, Jesus disse que “a Lei e os Profetas, vigoraram até João [Batista]..." (Lc 16.16). Entretanto, o Novo Testamento relata a existência de profetas e profetisas, depois da morte de João Batista: Ágabo (At 21.10,11); As filhas de Filipe (At 21.8,9); e na Igreja de Antioquia também havia profetas (At 13.1). 


Por outro lado, há os que querem atribuir as características dos profetas do Antigo Testamento aos profetas de hoje, querendo agir como Elias, Eliseu e outros. O ministério profético no Antigo Testamento consistia em transmitir a mensagem de Deus ao povo de Israel e até a outras nações. Esta mensagem poderia ser sobre o futuro, ou denúncias contra o pecado e advertências. As mensagens destes profetas eram Palavras de Deus e não podiam ser questionadas. Não temos mais profetas com esse perfil. Foi nesse sentido que Jesus falou que a lei e os profetas vigoraram até João. 


O ministério profético continuou no Novo Testamento. Jesus é o profeta por excelência, que havia de vir ao mundo. Moisés profetizou que Deus levantaria um profeta semelhante a ele, referindo-se a Cristo. Os apóstolos de Cristo também exerceram a atividade profética, mediante revelação e inspiração do Espírito Santo. Eles foram usados por Deus, tanto para proclamar o Evangelho, como para escrever os livros inspirados do Novo Testamento. 


Deus ainda escolhe pessoas para exercerem o ministério de profeta na Igreja local. Entretanto, é preciso esclarecer que o dom ministerial de profeta não é equivalente aos profetas do Velho Testamento, ou mesmo do Novo Testamento, que eram canônicos e receberam inspiração divina para escrever os livros sagrados que formam a Palavra de Deus. Hoje, não temos mais profetas com esta característica. As palavras dos profetas de hoje precisam ser julgadas pelo crivo da Palavra de Deus.


Na Igreja de Antioquia também havia obreiros com o dom ministerial de mestre ou doutor. Antes de subir ao Céu, Jesus deu ordem aos seus discípulos para que ensinassem todas as nações a guardar todas as coisas que Ele mandou. (Mt 28.19,20). Este ensino começa na evangelização, passa pelo discipulado e continua no crescimento espiritual do crente. 


Este não é um ensino filosófico ou acadêmico, baseado apenas no conhecimento humano (1 Co 1.12,13). É o Espírito Santo quem capacita crentes com o dom ministerial de mestre para ensinar a Palavra de Deus à Igreja. Vale lembrar que, isso não dispensa o mestre de estudar a Bíblia. Paulo, escrevendo a Timóteo disse: "persiste em ler e exortar…" (1 Tm 4.13).


Infelizmente, muitos obreiros ainda acham que basta abrir a Bíblia, ler um texto aleatoriamente e ensinar, sem conhecer nada do que leu. Antes de se levantar para ensinar, é preciso sentar-se para aprender e saber de quem está aprendendo. Os mestres da Igreja precisam continuar aprendendo e se atualizando no estudo teológico e secular. O conhecimento está ao alcance de todos e a cada dia surgem novas descobertas científicas. Os mestres não podem ficar alheios a isso, sob pena de serem considerados ultrapassados ou falarem bobagens. 


2- Uma liderança servidora (v.2). A liderança da Igreja de Antioquia foi escolhida sob a direção do Espírito Santo. Era uma liderança formada por pessoas de culturas e classes sociais muito diferentes. O primeiro da lista é Barnabé, um levita, natural da Ilha de Chipre, que era muito amoroso. Ele apareceu pela primeira vez no Livro de Atos, no lamentável episódio envolvendo Ananias e Safira. O seu nome era José, mas os apóstolos o chamavam de Barnabé que significa "Filho da Consolação". 


Depois, Barnabé é citado novamente após a conversão de Saulo, que era um terrível perseguidor da Igreja. Os cristãos de Jerusalém não acreditaram que ele havia se convertido e fugiam dele, achando que seria uma armadilha. Barnabé, no entanto, se aproximou de Saulo, ouviu o relato da sua conversão e o integrou à Igreja de Jerusalém (At 9.27). 


A partir daí, nasceu a parceria entre os dois. Quando Barnabé foi enviado a Antioquia, ele foi a Tarso, buscar Saulo para ajudá-lo no discipulado dos novos crentes. Durante um ano inteiro, eles ensinaram a Palavra de Deus naquela Igreja. (At 11.25,26). Depois, por orientação do Espírito Santo, Barnabé tornou-se companheiro de Paulo na primeira viagem missionária, como veremos no próximo tópico. 


Não temos informações sobre os demais obreiros desta lista, com exceção de Saulo. Simeão, por ser chamado “Níger”, nome latino que significa “negro”, alguns dizem que era africano e sugerem que seria o mesmo Simão Cireneu, que carregou a Cruz de Jesus, mas, não há nenhuma comprovação disso. 


Nada sabemos também sobre Lúcio de Cirene. Cirene ficava no norte da África e provavelmente, Lúcio era um dos “homens de Chipre e Cirene” que pregaram pela primeira vez o evangelho aos gentios de Antioquia (At 11.20,21). A tradição católica o chama de “São Lúcio de Cirene” e diz que ele era bispo de Cirene e foi martirizado.


A única informação que temos de Manaém é que ele foi criado com Herodes, o Tetrarca. Este Herodes era Herodes Antipas, governador da Galiléia que mandou prender e matar João Batista, por condenar a sua relação adúltera com Herodias, ex-mulher do seu irmão Filipe. 


O último da lista é Saulo de Tarso. Antes da sua conversão, Saulo era um terrível perseguidor da Igreja. Saulo era um rabino judeu, da tribo de Benjamin, a mesma de Saul. O nome Saulo é uma variação de Saul. Paulo era o seu nome latino, pelo qual ele era conhecido no Império Romano. Era altamente instruído na Lei Mosaica, aluno de Gamaliel, um dos mais conceituados rabinos da sua época. Era conhecedor também da filosofia grega e um respeitado cidadão romano. 


Podemos notar a diversidade racial, geográfica, cultural e social dos obreiros de Antioquia. O Evangelho chegou a Antioquia através de cristãos gentios leigos e o Espírito Santo preparou esta diversidade, para que a Igreja pudesse se espalhar pelo mundo, levando o Evangelho a todos os povos. 


Na Assembléia de Deus no Brasil, desde o início, vemos também esta diversidade de crentes. Mesmo tendo sido fundada por europeus, que moravam nos Estados Unidos, em uma cultura racista, a Assembléia de Deus sempre teve pastores de diversas classes sociais e etnias: brancos, negros, militares, pedreiros, comerciantes, agricultores, homens cultos e iletrados. 


3- “Apartai-me a Barnabé e a Saulo” (v.2). A Igreja de Antioquia estava reunida em oração e jejum, quando o Espírito Santo mandou que a Igreja separasse Barnabé e Saulo para a obra missionária. Não sabemos a forma que o Espírito Santo falou, se foi em profecia ou se foi em voz audível. O fato é que a Igreja entendeu que era o Espírito Santo falando. 


A partir daí, Antioquia tornou-se a primeira Igreja a fazer missões transculturais, ou seja, em outras culturas totalmente diferentes da cultura dos missionários. Conforme já falamos em lições anteriores, é Deus quem chama missionários para a sua obra. Depois da chamada, Deus fala também com a liderança da Igreja para enviar o missionário ao campo. 


A ideia de missionário independente, que escolhe o lugar que quer fazer missões e vai por conta própria, sem uma liderança, não tem base nas Escrituras. Daniel Berg e Gunnar Vingren vieram sozinhos ao Brasil, depois que Deus falou com eles. Mas eles procuraram o pastor da Igreja antes de vir e comunicaram o que Deus havia falado. A liderança da Igreja falou que não tinha condições financeiras para sustentá-lo, mas orou por eles e deu o aval. 


REFERÊNCIAS:


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 119-133.

Ensinador Cristão. CPAD, Ed. 95, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, págs. 1962, 1965. 

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Vol. 1, CPAD, p. 680.

CABRAL, Elienai. O Apóstolo Paulo: Lições da vida e ministério do Apóstolo dos Gentios para a Igreja de Cristo. 1ª Ed.  RIO DE JANEIRO: CPAD, 2021

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