20 junho 2022

RESUMO DAS LIÇÕES DO 2º TRIMESTRE DE 2022


Graças a Deus, chegamos ao final de mais um trimestre de estudos em nossa Escola Bíblica Dominical. Estudamos o famoso Sermão de Jesus, conhecido como Sermão do Monte, ou Sermão da Montanha. Este sermão representa a essência dos ensinos de Jesus.


Há 21 anos, no ano de 2001, estudamos este sermão em nossa Escola Bíblica Dominical, comentado pelo renomado pastor e escritor, Geremias do Couto, com o tema: Sermão do Monte: A transparência da vida cristã. Na ocasião, o pastor Geremias do Couto apresentou este sermão como "as vigas mestras dos ensinos de Jesus", e "um ideal de vida de todos quantos desejam sinceramente praticar o cristianismo bíblico."


Agora, a CPAD retornou a este importantíssimo tema, com comentários  do renomado pastor Osiel Gomes da Silva, que é escritor, comentarista de Lições Bíblicas em outros trimestres, conferencista e líder da Assembleia de Deus, em Tirirical (São Luís/MA).


SEGUE ABAIXO, UM RESUMO DAS LIÇÕES ESTUDADAS: 


LIÇÃO 1: O SERMÃO DO MONTE: O CARÁTER DO REINO DE DEUS


Na primeira lição, falamos sobre a estrutura do Sermão do Monte. Vimos por que este discurso de Jesus é chamado de Sermão do Monte e os aspectos geográficos deste monte. Fizemos um pequeno resumo sobre os tópicos deste sermão e, por último, falamos a respeito dos destinatários do Sermão do Monte. 


Estudamos as bem-aventuranças e o caráter cristão. Discorremos sobre as definições grega e hebraica da palavra traduzida por "bem-aventurado". Depois, falamos sobre a definição e o caráter do Reino de Deus. Por último vimos quem são os súditos do Reino de Deus, com base nas qualidades descritas por Jesus no Sermão do Monte. 


Vimos que somos bem-aventurados. O salvo em Cristo vive um estado de plena satisfação e felicidade, não por seus próprios méritos e esforços, mas porque nasceu de novo e o seu caráter foi transformado pelo Espírito Santo.


LIÇÃO 2: SAL DA TERRA, LUZ DO MUNDO


Na lição 2, falamos sobre duas metáforas usadas por Jesus no Sermão do Monte, para ensinar sobre a influência que os seus discípulos deveriam exercer no mundo: o Sal e a luz. O sal nos tempos bíblicos era um ingrediente indispensável não apenas para o tempero, mas também para a preservação dos alimentos. A luz, por sua vez, era fundamental para iluminar as trevas. 


Falamos sobre as funções do sal nos tempos bíblicos. Vimos a definição da palavra sal no grego bíblico e destacamos a importância do sal como tempero e na preservação dos alimentos. Nesta perspectiva, falamos a respeito da influência do cristão com o sal da terra.


Estudamos sobre a luz que ilumina os ambientes que estão em trevas. Trouxemos também os conceitos físico e metafórico da luz. Depois, falamos sobre os discípulos de Jesus como a luz do mundo, que deve refletir nas trevas que é o mundo de pecado.


Por último, falamos da influência dos cristãos no mundo como sal e como luz. Esta influência que Jesus ensina não significa ostentação e egocentrismo, como alguns imaginam, pregando o triunfalismo e a teologia da prosperidade. A influência cristã deve ser exercida através das boas obras, principalmente as virtudes do fruto do Espírito Santo.


LIÇÃO 3: JESUS, O DISCÍPULO E A LEI   

 

Na lição 3, estudamos o tema: Jesus, o discípulo e a lei. Falamos sobre a terceira parte do Sermão do Monte, que se encontra em Mateus 5.17-20. Nesta parte do seu discurso no Monte, o Senhor Jesus explicou que Ele não veio abolir a Lei e sim cumpri-la.


Jesus nunca foi um revolucionário, como ensinam os socialistas. Os revolucionários querem destruir e modificar tudo o que os antepassados construíram e reconstruir uma nova sociedade a seu modo. Jesus não veio destruir os princípios da Lei, que fora dada pelo próprio Deus, mas veio cumpri-los. Jesus apresentou o seu compromisso com o legado dos antigos. Além de cumprir a Lei, Jesus veio aperfeiçoá-la. 


Fizemos uma comparação entre a letra da lei mosaica e a verdade do Espírito, trazendo também a definição da expressão "letra da lei”. Falamos sobre a divisão tríplice da Lei:  moral, cerimonial e judicial. Depois, falamos sobre a diferença entre a lei, que trazia letras gravadas em pedras e a verdade do Espírito, gravada nos corações. Por último, falamos sobre o propósito da lei para o cristão. 


Falamos sobre a Justiça do Reino de Deus. Jesus mostrou que o padrão de Justiça do Reino de Deus é diferente daquele ensinado pelos rabinos judaicos, que se baseava no binômio lei-obra. A justiça ensinada por Jesus não é exterior ou legalista e só pode pode ser obtida através da ação do Espírito Santo no interior do ser humano, que promove o novo nascimento. 


LIÇÃO 4: RESGUARDANDO-SE DE SENTIMENTOS RUINS


Na lição 4, estudamos sobre a abrangência que Jesus dá à Lei moral, principalmente ao sexto mandamento, que proíbe o homicídio. Jesus nos mostrou que o "não matarás" não se resume à execução do assassinato, mas inicia-se com o ódio ao próximo. 


O Evangelho não é antinomista, ou seja, não é contrário à lei. Vimos nesta lição, a definição da palavra antinomismo. Falamos sobre a relação entre a Lei e o Evangelho e sobre os extremos que devemos evitar: o antinomismo e o legalismo. 


Vimos que a cólera é o primeiro passo para o homicídio e falamos sobre as implicações do sexto mandamento do decálogo. Depois abordamos o sentimento de ira do ponto de vista bíblico. Por último, falamos sobre o valor da pessoa humana. 


Por último, falamos sobre o ato de ofertar e a desavença. A oferta do altar é um ato de adoração a Deus, onde o ofertante reconhece a sua dependência de Deus e entrega-lhe uma oferta como forma de gratidão. Por outro lado, Jesus alerta que as desavenças com o próximo afrontam também a Deus e, portanto, antes de entregar a oferta, devemos primeiro entrar em acordo com o próximo e eliminar as desavenças. 


LIÇÃO 5: O CASAMENTO É PARA SEMPRE


Na lição 5, estudamos sobre a segunda e a terceira antítese de Jesus no Sermão do Monte: A proibição do adultério e do divórcio. Estas duas proibições indicam que o casamento é indissolúvel. A Lei continha dois mandamentos no decálogo sobre este assunto: Não adulterarás e não cobiçarás a mulher do teu próximo. Entretanto, para os rabinos o adultério acontecia apenas na chamada conjunção carnal, ou seja quando era consumado fisicamente. Jesus, porém, diz que tudo começa no coração, ou seja, no interior do ser humano.


Falamos sobre a condenação do adultério. Abordamos a definição de adultério e o significado bíblico deste pecado. Falamos sobre o posicionamento de Jesus a respeito do adultério no Sermão do Monte. Por último mostraremos os males e prejuízos causados pela prática do adultério. 


Vimos que, o que rege o coração, regerá também o corpo. Trouxemos a definição e significado bíblico da palavra traduzida por coração. O homem é aquilo que ele pensa, pois, os nossos pensamentos determinam as nossas ações e a nossa conduta. Por último, falamos que o caminho para dominar o próprio corpo é sujeitá-lo ao domínio e dependência do Espírito Santo.


Falamos sobre a indissolubilidade do casamento. O casamento sob a perspectiva bíblica, é heterossexual, monogâmico e vitalício. Vimos também o que fazer para que o casamento dure até à morte. Por último, falamos que no ensino de Jesus, o casamento é indissolúvel e o divórcio contraria a vontade de Deus. O padrão divino desde o Éden é: os dois serão uma só carne (Gn 2.23,24).


LIÇÃO 6: EXPRESSANDO PALAVRAS HONESTAS


Na lição 6, estudamos o tema: Expressando palavras honestas. Falamos da quarta antítese de Jesus no Sermão do Monte, que trata da questão dos juramentos (Mt 5.33-37). O nono mandamento do Decálogo proibia o perjúrio, ou falso juramento contra o próximo: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.” (Êx 20.16). 


Vimos que nos tempos bíblicos não haviam assinaturas, cartórios para reconhecer firmas, ou contratos para servirem como garantia dos compromissos assumidos. Por isso, as pessoas selavam pactos entre si, fazendo juramentos. Segundo a orientação dos rabinos judeus, as pessoas não deveriam jurar falsamente contra o próximo e deveriam cumprir os juramentos feitos a Deus. 


Entretanto, na tentativa de burlar o rigor da Lei, os mestres da lei estabeleceram diferentes tipos de juramentos: Os que são feitos em nome de Deus e os que eram feitos pelo templo, pela terra, pela cidade de Jerusalém e por todas as coisas sagradas. (Mt 23.16-18). Com isso, diziam que os julgamentos feitos em nome de Deus eram obrigados a serem cumpridos, mas os demais, não eram obrigatórios. 


Jesus, no entanto, ensinou que os seus seguidores não devem fazer falsos juramentos e não devem empenhar garantias que não lhe pertencem pelas suas palavras. A palavra do crente deve ser dita com retidão, verdade e honestidade. Portanto, os juramentos se tornam desnecessários. Jesus ensinou que a nossa palavra deve ser: “sim, sim, e não, não. O que passar disso é de procedência maligna”.  (Mt 5.37).


LIÇÃO 7: NÃO RETRIBUA PELOS PADRÕES HUMANOS


Na lição 7, estudamos o tema: Não retribua pelos padrões humanos. Falamos sobre a quinta e a sexta antítese, proferidas por Jesus no Sermão do Monte, que tratam, respectivamente, da lei do talião (Mt 5.38-42) e do amor ao próximo (v. 43-47). Jesus citou uma parte do texto de êxodo 21.24, que tratava das penas para os crimes de lesão corporal e dizia: “Olho por olho e dente por dente”. Depois falou sobre a questão do amor ao próximo, que os rabinos acrescentavam: “...odiarás ao teu inimigo”. 


Os rabinos judeus interpretavam a lei de forma distorcida, na questão do amor ao próximo, para adequá-la às suas conveniências, e diziam: “amarás o teu próximo e odiarás os teus inimigos." Mas, em parte alguma da Lei dizia para odiar os inimigos. A lei mosaica previa pena proporcional ao crime praticado, para evitar que a parte ofendida se excedesse e aplicasse a vingança. 


A lei do talião esta prevista em outros códigos penais das sociedades antigas, como no código de Hamurabi, da Mesopotâmia, que foi o primeiro código de leis da história. As penas, no entanto, eram previstas em lei e tinham que ser aplicadas por juízes, no devido processo legal. Não se tratava, portanto, de vingança. 


Jesus, apresentou o seu ensino sobre estas questões e mandou: amar os inimigos, não se vingar, dar a outra face ao que nos ferir e socorrer aos que nos pedirem ajuda. É um padrão de justiça altíssimo e inatingível pela natureza humana, corrompida pelo pecado. O natural do ser humano é se vingar e retribuir as ofensas no mesmo padrão ou até mais. Somente alguém transformado pelo Espírito Santo será capaz de esboçar estas reações apresentadas por Jesus. 


LIÇÃO 8: SENDO VERDADEIROS


Na lição 8,  vimos a quarta seção do Sermão do Monte, que trata da verdadeira espiritualidade e as motivações por trás dos atos de justiça do cristão. Jesus falou a respeito de ajudar aos necessitados em público, com o objetivo de ser elogiado pelos homens e chamou de hipócrita aqueles que agem dessa forma. Os fariseus praticavam esmolas, jejuns e orações. Mas o objetivo era o de serem vistos e tidos como piedosos. 


Jesus não condenou a prática de dar esmolas aos necessitados, que naquela época eram muito mais do que hoje. Ao contrário, Ele ensinou que, quando socorremos os necessitados, estamos fazendo isso a Ele. Entretanto, no Sermão do Monte, Jesus ensina que devemos fazê-lo sem tocar trombetas, ou seja, sem aparecer. 


Na sequência, o Senhor Jesus ensinou que Deus vê tudo e recompensa a cada um. Tudo o que fazemos, seja para Deus ou para o próximo, terá recompensa. Portanto, não devemos nos preocupar se estamos sendo vistos ou não, pois a recompensa é Deus quem nos dá e Ele é justo e bom ao recompensar. 


LIÇÃO 09: ORANDO E JEJUANDO COMO JESUS ENSINOU 


Na lição 9, estudamos o tema: ORANDO E JEJUANDO COMO JESUS ENSINOU. Vimos que Jesus orientou os seus discípulos sobre como deveriam proceder em relação à oração e ao jejum, contrapondo-se à forma que os hipócritas o faziam, que era orar e jejuar com o objetivo de serem vistos e elogiados. 


Na sequência, vimos que oração é um diálogo com Deus. Há na Bíblia vários tipos de orações: confissões, adoração, súplicas, ações de graça e intercessões. Os homens de Deus no Antigo e no Novo Testamento viam a oração como um recurso poderoso e indispensável, semelhante ao que o alimento cotidiano é para o corpo físico. 


Os discípulos de Jesus rogaram-lhe que Ele lhes ensinasse a orar. Jesus, então, lhes forneceu um modelo de oração, não para ser repetido como uma reza, mas para servir de parâmetro em suas orações. Jesus não condenou a oração pública, mas, recomendou que as orações devem ser discretas e não devem conter vãs repetições como as dos gentios, que acreditavam que por muito falar seriam ouvidos. 


Por último, vimos que na Bíblia, o jejum sempre aparece junto com a oração. Na lei mosaica havia um dia anual destinado ao jejum. Depois, os judeus estabeleceram diversas formas de jejum e por último, estabeleceram como regra, orar três vezes ao dia e jejuar duas vezes por semana. Jesus, no entanto, não estabeleceu dias específicos para o jejum, deixando-o de forma voluntária e espontânea. Segundo o ensino de Jesus, tanto o jejum como a oração devem ser praticados buscando a glória de Deus e a comunhão com Ele e não para atrair os olhares humanos.


LIÇÃO 10: NOSSA SEGURANÇA VEM DE DEUS


Na lição 10 estudamos o tema: NOSSA SEGURANÇA VEM DE DEUS. Nessa parte de Sermão do Monte, Jesus ensinou a respeito do relacionamento dos seus discípulos com os bens materiais. O Mestre contrapôs os tesouros deste mundo com os do Céu e recomendou aos seus seguidores que, não ajuntassem tesouros neste mundo, pois, eles estão sujeitos à deterioração da traça, da ferrugem e à ação dos ladrões. Mas, ajuntassem tesouros no Céu, pois estes, em contrapartida, são perenes e jamais poderão ser corrompidos ou roubados. 


Jesus ensinou também aos seus discípulos que não andassem ansiosos, por causa das suas necessidades básicas, como a comida e as vestes. O Senhor citou o exemplo das aves do céu, que não plantam, nem ajuntam em celeiros, e Deus as alimenta. Depois falou do exemplo dos lírios do campo, que não fiam e não produzem roupas e Deus os vestiu com vestimentas que nem Salomão, no auge da prosperidade de Israel, conseguiu se vestir.


Jesus ensinou que devemos viver a nossa vida sem inquietações e sem preocupações excessivas, pois Deus cuida de nós. O Senhor Jesus alertou os seus discípulos a respeito da ansiedade e inquietação em relação ao futuro e a preocupação excessiva sobre o que haveriam de comer e vestir. Estas preocupações são incompatíveis com a fé cristã, pois demonstram incredulidade e desconfiança em relação ao cuidado de Deus para conosco. Jesus disse para eles priorizarem o Reino de Deus e a sua Justiça e “todas estas coisas” (não as demais coisas, como alguns dizem) lhes seriam acrescentadas. (Mt 6.33). 


LIÇÃO 11: SENDO CAUTELOSOS NAS OPINIÕES 


Na lição 11, estudamos o tema: SENDO CAUTELOSOS NAS OPINIÕES. Vimos que o Senhor Jesus alertou os seus discípulos a respeito do julgamento do próximo, dizendo que, com a medida em que medissem os outros, eles seriam medidos. 


Não devemos julgar os outros. Jesus não proibiu qualquer tipo de julgamento, pois, Ele próprio orientou os seus discípulos a “julgarem segundo a reta justiça” (Jo 7.24). Jesus também recomendou aos seus discípulos para não dar as coisas santas aos cães ou as pérolas aos porcos. Depois, falou para os discípulos terem cautela em relação aos falsos profetas. Não  é possível ter essa cautela sem julgar.|


Jesus nos alertou para olharmos primeiramente para nós mesmos. Jesus ensinou que primeiro devemos tirar a trave no nosso olho, antes de olhar para o argueiro que está no olho do próximo. O ensino de Jesus aqui é para não sermos exagerados no julgamento dos erros dos outros. Precisamos ter cuidado com o espírito crítico, que ignora as próprias falhas e só vê os erros alheios. Para evitar esse tipo de comportamento devemos sempre lembrar que somos falhos, que também fomos perdoados por Deus e olhar para os outros com misericórdia, assim como Deus fez conosco. 


Fizemos uma reflexão sobre a seguinte pergunta: E se fôssemos julgados pela severidade de Deus? Deus é o justo juiz, que é absolutamente santo e não pode conviver com o pecado. Entretanto, Ele é compassivo e misericordioso para com aqueles que buscam o seu perdão. Deus conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó (Sl 103.8-10, 14). Por isso se compadece de nós e nos oferece perdão, por meio de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Devemos agir da mesma forma com o nosso próximo. Não devemos compactuar com o erro, mas devemos sempre agir com misericórdia, lembrando que fomos alcançados pela Graça de Deus. 


LIÇÃO 12: A BONDADE DE DEUS EM NOS ATENDER


Na lição 12, falamos a respeito de um dos atributos comunicáveis de Deus, que é a Sua infinita bondade. No Salmo 34.8, o salmista recomenda que as pessoas “provem e vejam que Deus é bom”. Ou seja, quem provar, chegará a essa conclusão, porque a bondade de Deus está manifesta por toda parte. Por ser bom, Deus concede coisas boas aos seus filhos. Entretanto, quando Jesus diz que Deus sabe dar coisas boas aos seus filhos, significa que Ele concede aquilo que precisamos, não o que queremos. 


Falamos sobre a definição de bondade no dicionário de língua portuguesa e no sentido filosófico. Depois, falamos sobre a bondade de Deus no aspecto bíblico, mostrando referências bíblicas que falam a respeito da bondade de Deus e o seu significado. Por último, tratamos da bondade de Deus no aspecto teológico. A bondade de Deus é uma característica inerente ao seu Ser, ou seja, Deus é o único que é bom em sua própria natureza. A principal expressão da bondade de Deus é o sacrifício vicário de Jesus na Cruz do Calvário para nos salvar da condenação eterna. 


Vimos também que Jesus falou de dois caminhos para escolher. Para explicar isso, o mestre usou duas figuras de linguagem: a porta e o caminho. A porta apertada e o caminho estreito, que representam respectivamente, um novo acesso a Deus e uma nova conduta neste mundo. O destino dos que entram pela porta estreita e andam pelo caminho apertado é a vida eterna com Deus. A porta larga e o caminho espaçoso, por sua vez, representam o estilo de vida alheio a Deus, onde tudo é permitido. O destino da porta larga e do caminho espaçoso é a condenação eterna. Jesus deixou claro que a escolha é nossa: porfiai por entrar pela porta estreita. (Lc 13.24).  


Por último, falamos sobre a mentira dos falsos profetas. Jesus orientou os seus discípulos a terem cautela com os falsos profetas, pois eles vêm disfarçados de ovelhas, mas, por dentro são lobos devoradores. Por isso é muito importante, não se deixar levar pelas aparências, pois os falsos profetas normalmente não revelam a verdadeira identidade. Jesus deu a receita aos seus discípulos, para identificarem os falsos profetas: “Pelos seus frutos conhecereis.” Nenhuma árvore produz frutos diferentes da sua espécie. Assim são também as pessoas. Quando Jesus falou de fruto, estava se referindo à conduta e ao ensino dos falsos profetas e não aos resultados do trabalho deles. A Bíblia nos mostra em vários textos, os critérios que devemos usar para identificar os falsos profetas e falsos mestres em nosso meio. 


LIÇÃO 13 - A VERDADEIRA IDENTIDADE DO CRISTÃO


Esta última lição é uma conclusão dos ensinamentos expostos por Jesus ao longo do Sermão da Montanha. O Mestre inicia esta última seção, dizendo que não basta confessá-lo com palavras, chamando-o de Senhor. É preciso ir mais além e fazer a vontade do Pai que está nos Céus. (Mt 7.21). Isso mostra que a verdadeira identidade dos seguidores de Jesus consiste não apenas em ouvir e falar os seus ensinamentos, mas, sobretudo em praticá-los. 


A lição mostra inicialmente que os falsos seguidores de Jesus serão condenados. A nossa salvação é fruto da Graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo. Sendo assim, ninguém será salvo por obedecer a regras. Entretanto, nenhum desobediente entrará no Céu, pois, a verdadeira fé em Jesus não consiste em palavras fingidas e é comprovada pelas obras. Jesus disse que naquele dia, isto é, no julgamento final, muitos comparecerão diante dele,  alegando que fizeram muitos milagres em Seu nome, profetizando, curando e expulsando demônios. Mas Jesus lhes dirá abertamente: “Nunca vos conheci! Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade!” (Mt 7.23). Isso demonstra que milagres não autenticam a fé de ninguém. A nossa fé só será autêntica, se fizermos a vontade do pai, que é boa, agradável e perfeita. 


Na sequência, Jesus usa a figura de dois alicerces: a areia e a rocha. O primeiro, para ilustrar os que ouvem as suas Palavras e não as praticam; e o segundo, para ilustrar os que ouvem os ensinos e os colocam em prática. Aqui aprendemos que para ser um autêntico discípulo de Jesus, o primeiro passo é ouvir a sua Palavra. Não há a possibilidade de alguém ser discípulo de Jesus sem ouvir a Palavra de Deus. O apóstolo Paulo disse que “a fé vem pelo ouvir e o ouvir, pela Palavra de Deus”.  (Rm 10.17). Não basta ouvir a Palavra de Deus e conhecê-la teoricamente. É preciso que a fé tenha um bom fundamento, para não desvanecer. A casa edificada sobre a areia pode até ficar bonita, mas, não resiste às chuvas e ventos. Entretanto, a casa edificada sobre a rocha, mesmo submetida às tempestades, permanece firme. Assim aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a praticam. Estes não se embaraçam com coisas efêmeras desta vida, pois a sua esperança é a vida eterna. 


Por último, esta lição nos mostra que Cristo é a nossa verdadeira identidade. Jesus é o nosso maior exemplo como pregador. Entretanto, Ele não é apenas um mestre, filósofo ou pregador humano, como pensam os esotéricos, espíritas e até pessoas sem religião. Jesus é o Unigênito Filho de Deus que veio nos salvar da condenação eterna. A sua mensagem tem autoridade, porque provém do próprio Deus. Jesus é a nossa identidade do ponto de vista escatológico, pois um dia teremos um corpo glorificado como Ele. Mas aqui neste mundo também, somos chamados a ser imitadores de Cristo, vivendo uma vida piedosa. 


Deus os abençoe!


Pb. Weliano Pires

16 junho 2022

A MENTIRA DOS FALSOS PROFETAS


(Comentário do 3º tópico da Lição 12)

Neste terceiro e último tópico, falaremos  sobre a mentira dos falsos profetas. Jesus orientou os seus discípulos a terem cautela com os falsos profetas, pois eles vêm disfarçados de ovelhas, mas, por dentro são lobos devoradores. Por isso é muito importante, não se deixar levar pelas aparências, pois os falsos profetas normalmente não revelam a verdadeira identidade. Jesus deu a receita aos seus discípulos, para identificarem os falsos profetas: “Pelos seus frutos conhecereis.” Nenhuma árvore produz frutos diferentes da sua espécie. Assim são também as pessoas. Quando Jesus falou de fruto, estava se referindo à conduta e ao ensino dos falsos profetas e não necessariamente aos resultados do trabalho deles. Devemos fazer uma análise criteriosa para identificar e nos precaver dos falsos profetas. A Bíblia nos mostra em vários textos, os critérios que devemos usar para identificar os falsos profetas e falsos mestres em nosso meio. 


1- Cuidado com as falsas aparências. Jesus disse aos seus discípulos: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. (Mt 7.15). Quando Jesus falou para ter cautela em relação aos falsos profetas [Gr. pseudoprophétes], Ele se referia não aos líderes de outras religiões, assumidamente anticristãs. A referência aqui é aos falsos profetas que estão entre nós disfarçados de cristãos. Estes são os mais perigosos, pois, eles se disfarçam de verdadeiros profetas, e estão infiltrados entre as ovelhas, como se fossem uma delas. São ferozes e perigosos, e conseguem atacar as pobres ovelhinhas distraídas. 


Sempre houve entre o povo de Deus, falsos mestres e falsos profetas, principalmente em tempos de apostasia, quando as pessoas não têm comunhão com Deus, não oram, não há ensino da Palavra e, consequentemente, não tem discernimento. O profeta Jeremias, por exemplo, enfrentou grandes lutas por causa de falsos profetas. Ele entregava a mensagem de julgamento e exortação ao arrependimento, que Deus mandava e os falsos profetas o desmentiam, dizendo que haveria paz e Deus não os entregaria nas mãos dos babilônicos. Entretanto, as profecias de Jeremias se cumpriram nos mínimos detalhes.


Há muitas frases populares que nos recomendam a não se deixar levar pelas aparências: Nem tudo que reluz é ouro; as aparências enganam; quem vê cara não vê coração; etc. Na Bíblia também temos a recomendação do próprio Deus ao profeta Samuel, para atentar para a aparência de Eliabe, o irmão primogênito de Davi, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração. (1 Sm 16.7). Evidentemente, não somos oniscientes e não temos como ver o interior das pessoas e saber as verdadeiras intenções. O que Jesus recomenda é para não sermos precipitados e não nos impressionarmos com as aparências, pois os falsos profetas se disfarçam muito bem.


2. Como detectar os falsos profetas? Se sabemos que os falsos profetas estão entre nós, “de terno, gravata e Bíblia na mão”, como fazer para identificá-los, se não somos oniscientes e não conhecemos as pessoas por dentro? Jesus nos deu a receita principal: “Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?” (Mt 7.16). Árvores boas dão bons frutos e árvores más produzem maus frutos. Nenhuma árvore produz frutos diferentes da sua espécie. A figura do fruto aqui indica a real essência ou natureza do profeta e aponta para duas características deles: os ensinos e as obras. Várias espécies de árvores tem também uma espécie muito parecida que é brava. As verdadeiras nem sempre são belas, mas são saudáveis e produzem bons frutos. As bravas, no entanto, muitas vezes belas, são venenosas ou produzem frutos venenosos.  


Assim também são os falsos profetas. Se disfarçam de cristãos, preocupados com a Igreja e tem discursos cativantes. Entretanto, a sua vida normalmente é libertina e as suas mensagens são enganosas e mentirosas. Basta ver o que eles produzem na vida da Igreja, para saber que são lobos destruidores. O apóstolo Pedro, em sua segunda epístola, alertou contra os falsos mestres que iriam surgir, mostrando algumas características deles, que podem facilitar a identificação (2 Pe 2.1-3): 

a. Surgirão “entre vós”. É um perigo interno. Os falsos mestres e falsos profetas não são necessariamente os que estão fora do Cristianismo. Estes nós já sabemos quem são. O perigo maior são os de dentro. 

b. Introduzirão encobertamente heresias de perdição. Ensinam doutrinas contrárias à Escrituras. O nosso padrão, parâmetro, régua (cânon) é a Palavra de Deus. Quem ensina doutrinas antibíblicas é lobo. 

c. Negarão o Senhor que os resgatou. Os falsos mestres e falsos profetas costumam negar a Cristo, seja com palavras ou com atitudes. A intenção deles é buscar glórias e benefícios para si mesmos e não glorificar a Deus.

d. Terão vida dissoluta. Normalmente, falsos mestres têm conduta pervertida, imoral e contrária aos padrões bíblicos. Se alguém adota práticas que a Bíblia condena, é lobo disfarçado de ovelha. 

e. Serão avarentos. Tudo o que fazem é visando obter vantagens financeiras. Devemos ter muito cuidado com pessoas cujos objetivos são o enriquecimento e o poder. 

f. Farão de vós na Igreja um negócio. Todo obreiro que faz da Igreja uma negócio, ou forma de enriquecer é lobo. Já existem até obreiros vendendo a Igreja para outros ministérios (de porteira fechada). 

g. Usarão palavras fingidas. Os falsos mestres sempre fingem ser o que não são, com palavras bonitas e persuasivas. 


Não podemos entregar o púlpito das nossas Igrejas para qualquer pessoa falar, sem saber a procedência. Também não devemos receber obreiros de outras denominações sem carta e sem antes verificar a conduta deles. Quem poupa o lobo, sacrifica a ovelha. 


3. Uma análise criteriosa. Precisamos adotar critérios em nossas Igrejas, para detectarmos a presença de lobos. Conforme vimos acima, não podemos nos deixar levar pelas aparências, pois, nem tudo é o que parece ser. Um operador de caixa não precisa se especializar em cédulas falsas para identificá-las. Ele só precisa conhecer profundamente as cédulas verdadeiras e, se aparecer alguma falsa, ele logo perceberá. Podemos adotar também este critério em relação aos falsos profetas. Se conhecermos as características de um verdadeiro profeta do Senhor apresentadas na Bíblia, facilmente conseguiremos  identificar os falsos profetas que aparecerem em nosso meio. Vejamos algumas características de uma profeta do Senhor: 

a. Vida santa e irrepreensível. A palavra de Deus recomenda no Antigo e no Novo Testamento que devemos ser santos, porque o Senhor é Santo: “E ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus.” (Lv 20.26); “Porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pe 1.16). Se alguém está em nosso meio e não vive uma vida santa, é falso cristão.

b. Fala a verdade e as suas profecias se cumprem. O nosso Deus é o Deus da Verdade e não pode mentir (Hb 6.18). Os seus profetas também não mentem. Aquilo que profetizam tem que se cumprir, senão não é profeta de Deus (1 Sm 3.19, 20). 

c. Prega a verdade bíblica. Deus vela por Sua Palavra para cumprir. Jesus disse que passarão os céus e a terra, mas, a Sua Palavra não passará. A Bíblia é a inerrante e infalível Palavra de Deus. Deus tem compromisso com a sua Palavra (Jr 1.12). Portanto, se um profeta chegar com uma mensagem contrária à Bíblia, não é profeta de Deus.

d. Não aceita subornos e não prega ou profetiza por dinheiro. Um verdadeiro profeta do Senhor entrega a mensagem de Deus com fidelidade e não busca ganhos financeiros ou privilégios. Eliseu foi usado por Deus para curar a lepra de Naamã (2 Rs 5.1,16). Após a cura, o general Siro lhe ofereceu vários presentes, mas, ele recusou. O homem de Deus recebe ofertas ou salário da Igreja se viver exclusivamente para a obra de Deus. Mas, isso jamais irá interferir naquilo que ele prega. 

d. Não busca popularidade ou aplausos. A maioria dos profetas de Deus na Bíblia não eram populares: Elias, Micaías, Jeremias, Amós, etc. principalmente, em tempos de apostasia. O verdadeiro profeta do Senhor é homem de Deus e não homem do povo. Por isso, ele procura ser fiel a Deus e não ser aplaudido.


REFERÊNCIAS: 

GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pág. 234-236.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.61).

LOPES, Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 241-242.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pág. 310-311.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2a Impressão: 2010. Vol. 1. pág. 141.

SPROUL, R.C. Estudos bíblicos expositivos em Mateus. 1° Ed 2017. Editora Cultura Cristã. pág. 174-175.


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Pb. Weliano Pires


HÁ DOIS CAMINHOS PARA ESCOLHER


(Comentário do 2º tópico da Lição 12)


Jesus falou de dois destinos que o ser humano pode escolher. Para explicar isso, o mestre usou duas figuras de linguagem: a porta e o caminho. A porta apertada e o caminho estreito, que representam respectivamente, um novo acesso a Deus e uma nova conduta neste mundo. O destino dos que entram pela porta estreita e andam pelo caminho apertado é a vida eterna com Deus. A porta larga e o caminho espaçoso, por sua vez, representam o estilo de vida alheio a Deus, onde tudo é permitido. O destino da porta larga e do caminho espaçoso é a condenação eterna. Jesus deixou claro que a escolha é nossa: porfiai por entrar pela porta estreita. (Lc 13.24).  


1- A porta e o caminho no aspecto bíblico. A ordem em que aparecem as palavras “porta” e “caminho”, indicam que a porta é um acesso para o caminho. No contexto em que Jesus viveu neste mundo, as cidades eram cercadas por muros, com acessos controlados nas portas, devido ao perigo de invasões de inimigos. A cidade de Jerusalém possuía doze portas de acesso: Porta do Gado, Porta do Peixe (Porta de Damasco), Porta Velha (Porta de Jafa), Porta do Vale, Porta do Monturo, Porta da Fonte, Porta do Cárcere, Porta das Águas, Porta dos Cavalos, Porta Oriental, Porta de Mifcade (da Atribuição), Porta de Efraim. 


Algumas dessas portas eram largas e outras estreitas. Durante a noite, as portas grandes eram fechadas e apenas as portas estreitas ficavam abertas. Quem desejasse passar por uma porta estreita, principalmente se levasse bagagem, teria de fazer muito sacrifício. No aspecto metafórico, quer dizer o acesso ou entrada num estado. No aspecto espiritual, fala da entrada para o caminho a fim de viver uma experiência nova com Cristo Jesus.


A figura do caminho também era bem conhecida dos ouvintes de Jesus. No Antigo Testamento, a palavra caminho é um substantivo masculino, que no hebraico é derek.  Literalmente, significa estrada, distância, jornada, maneira, vereda, direção. No sentido figurado significa um hábito, o curso da vida, ou o estilo de vida. No Salmo 1, por exemplo, temos a referência a dois caminhos: o caminho dos pecadores e o caminho dos justos. No Salmo 30, o salmista diz: “O caminho de Deus é perfeito”. No Novo Testamento, os discípulos são descritos como “os do Caminho” no Livro de Atos. ( Atos 9.2). Isso demonstra que nos primórdios da Igreja Cristã, a palavra Caminho era uma referência ao próprio Cristianismo. Somente a em Atos 11 é que os discípulos foram chamados pela primeira vez de cristãos, de forma pejorativa (At 11.26). Há também referências que nos mostram que o “caminho do Senhor” (At 18.25),  “o caminho de Deus” (At 25.26) e “caminho da salvação” (At 16.17), indicam o modo de vida que os homens devem seguir, se desejam ser salvos. Entretanto, Jesus deixou claro que Ele é o único caminho que conduz ao Pai (Jo 14.6). Sendo assim, o caminho como estilo de vida, só terá algum valor se a pessoa estiver em Cristo, pois as boas obras ou estilo de vida correto, não salvam ninguém. 


2- O que as duas portas e os dois caminhos ilustram para nós?  As duas portas, a estreita e a porta larga, representam respectivamente, o acesso ao caminho do céu e ao caminho da perdição. Em João 10, Jesus usou a parábola do curral das ovelhas e do pastor, para falar da salvação. No primeiro versículo, Ele diz: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.” (Jo 10.1). Como os seus ouvintes não entenderam o que Ele queria dizer, a partir do versículo 7, Jesus explica: “Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.” (Jo 10.7-9). Esta parábola de Jesus deixa claro que Jesus é a única porta, ou o único acesso ao Pai. Não existe outro mediador entre Deus e a humanidade (1 Tm 2.5). 


No texto de Mateus 7.13,14, Jesus está falando dos caminhos que conduzem ao céu e ao inferno. O primeiro, o caminho estreito, conduz à vida eterna. Poucos são os que entram por ele. O segundo, o caminho espaçoso, conduz à perdição e muitos são os que entram por ele. Esse ensino de Jesus desmonta algumas teorias equivocadas das falsas religiões e até de igrejas evangélicas. A primeira delas é a falsa ideia de que todos os caminhos levam a Deus. Jesus deixou claro que só existe um caminho para Deus e este caminho é Ele (Jo 14.6). O apóstolo Pedro também falou que “em nenhum outro há salvação” (At 4.12). A segunda, é a ideia de que há um terceiro caminho, que seria o purgatório, como ensinam os católicos. Jesus não disse que há um desvio do caminho largo, passando pelo purgatório para chegar ao céu. Ele falou que o caminho largo conduz à perdição. Tem ainda uma terceira ideia equivocada que a das estatísticas. Muitos acham que se a maioria está em um caminho é porque ele é correto. Jesus disse o contrário: poucos são os que entram pelo caminho que conduz à vida eterna. 


3- A escolha entre os dois caminhos. Em Lucas 13.24, Jesus disse: “Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.” O verbo porfiar, no grego, significa “esforçar-se com zelo extremo, empenhar-se em obter algo”. Nas palavras de Jesus, é uma alusão ao desejo de andar no caminho estreito e ter uma nova vida com Deus, vivendo de acordo com os padrões dele e na contramão do sistema maligno que impera no mundo. 

Evidentemente, Jesus não está falando de salvação por meio do sofrimento e boas obras, como pregam os católicos. Jesus está falando que estes dois caminhos têm consequências diferentes e contrárias. O caminho largo é popular e isento de perseguições. Entretanto, o final dele é a condenação eterna. O caminho estreito, por sua vez, é difícil de andar por ele, pois há muitas dificuldades, renúncias e perseguições. Mas o final dele é a vida eterna. 

Em nossos dias, infelizmente, temos visto ensinos em algumas Igrejas que são contrários ao de Jesus. Ensinam que o justo não sofre, não fica doente e se ficar exige a cura, toma posse de todas as coisas, prospera financeiramente e é só vitória. Ora, quem ofereceu prosperidade e poder em troca de adoração foi o diabo e não Deus. Nas últimas instruções de Jesus aos seus discípulos, Ele os alertou dizendo: Sereis perseguidos e odiados por todas as gentes por causa do meu Nome. Matar-vos-ão e qualquer que vos matar, pensará que estará prestando um serviço a Deus. No mundo tereis aflições, mas, tende bom ânimo, pois Eu venci o mundo. 


REFERÊNCIAS:

GOMES, Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 227-232.

PFEIZER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. Mateus. Editora Batista Regular. pág. 33.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. N.T. Vol. I. 1 Ed 2006. Editora Central Gospel. pag. 36.

LOPES, Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 240.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2a Impressão: 2010. Vol. 1. pág. 53.

BARCLAY, William. Comentário Bíblico: Mateus. págs. 300-303.

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3053.

HARRISON, K. Leviticos. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 92.

ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.61


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