13 dezembro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: PAULO E A SUA CORAGEM DIANTE DA MORTE


REVISÃO DA LIÇÃO ANTERIOR

Na lição passada estudamos o zelo do apóstolo Paulo para com a Sã doutrina. Conforme já vimos, Paulo recebeu o Evangelho diretamente do Senhor Jesus e o entregou fielmente às Igrejas que ele fundou e discipulou. 

No primeiro tópico da lição falamos sobre as definições das palavras ortodoxia e heterodoxia.  Ortodoxia é o ensino que está de acordo com aquilo que Jesus e os apóstolos ensinaram. Heterodoxia, por sua vez, é todo ensino que não se fundamenta na Palavra de Deus.  

No segundo tópico falamos da ameaça da corrupção doutrinária nos dias de Paulo. O apóstolo advertiu as Igrejas, a respeito de alguns obreiros que ensinavam "outra doutrina" ou "outro evangelho". Entre estes ensinos diferentes estavam os judaizantes e os gnósticos.

No terceiro e último tópico, falamos sobre a Igreja como a guardiã da Sã Doutrina. Paulo declarou que a Igreja é a coluna e firmeza da verdade. Cabe a ela, portanto, anunciar e defender a verdade bíblica perante o mundo, contra as vãs filosofias, doutrinas de homens e de demônios.


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12

Na lição desta semana falaremos sobre "A coragem do apóstolo Paulo diante da morte." Como Fariseu, Paulo sabia perfeitamente o que é morrer pela sua fé. O partido dos Fariseus nasceu exatamente neste contexto, durante o período chamado de interbíblico. O povo Judeu foi dominado pelos babilônios e foram levados da sua terra. Depois os medos e os persas venceram os babilônios e continuaram com o domínio dos judeus. Durante o governo Persa, Deus concedeu o retorno dos judeus para a sua terra, após setenta anos de cativeiro. 

Os gregos dominaram o mundo com Alexandre Magno, porém não impediam a religião dos povos dominados. Após a morte de Alexandre, o seu reino foi dividido entre os seus generais. A região de Israel ficou sob o domínio do Egito, que era governado pelos Ptolomeu. Depois, este domínio passou para a Síria, governada pelos Selêucidas. Um destes governantes da Síria, chamado Antíoco IV Epifânio, foi cruel e quis exterminar o Judaísmo. Este homem profanou o Templo, construindo ali um altar a Zeus e mandando sacrificar um porco. Isso desencadeou a revolta dos Macabeus, liderada por Judas Macabeus e seus irmãos. A classe sacerdotal, dominada pelo partido dos saduceus, aderiram às regras absurdas de Antíoco e se adaptaram à cultura grega. Mas, muitos Judeus preferiam morrer, a renegar a sua fé e seus princípios. Entre estes estavam os Fariseus. 

No início do Cristianismo, Paulo perseguiu duramente a Igreja de Cristo e viu muitos cristão sendo torturados e mortos por sua fé, entre eles Estevão, de cuja execução ele participou. Desde o seu encontro com o Senhor Jesus, Paulo sabia que ser Cristão era estar pronto a morrer por Jesus a qualquer momento. O Espírito Santo revelava a Paulo de cidade em cidade, que lhe esperavam prisões e açoites até que, finalmente, o Senhor lhe revelou que ele seria morto. Na ocasião, ele escreveu a segunda Epístola a Timóteo, dando-lhe as últimas instruções e praticamente se despedindo. 

No primeiro tópico da lição falaremos sobre a consciência que Paulo tinha de que deveria padecer pelo Evangelho. Paulo reuniu os anciãos da Igreja de Éfeso e fez um discurso emocionado em tom de despedida. Mesmo sendo avisado pelas profecias de Ágabo, de que seria preso em Jerusalém, Paulo não recuou e disse que estava pronto não apenas para ser preso, mas para morrer pelo nome do Senhor em Jerusalém. Ele sabia que isso fazia parte do seu chamado para "padecer pelo nome do Senhor". 

No segundo tópico, falaremos sobre a coragem sobrenatural do apóstolo Paulo para enfrentar a morte. Ele conhecia o ódio que os judeus tinham dele. Sabia que os judeus queriam matá-lo e foi avisado por profecias de que seria preso. Mesmo assim, enfrentou a situação e não fugiu. Para encarar o perigo de ser morto, dessa forma, tem que ter fé e esperança da vida eterna. Quem está na dúvida, foge. Esta coragem que o apóstolo Paulo demonstrou vinha da sua íntima comunhão com o Senhor. 

No terceiro e último tópico, falaremos sobre as acusações e prisão do apóstolo Paulo, no Templo em Jerusalém. Um grupo de judeus vindos da Ásia para a festa do Pentecostes, fizeram grande alvoroço e tentaram linchá-lo. A informação chegou rápido ao comandante militar Cláudio Lísias. Imediatamente, as tropas romanas tiraram Paulo do local para não ser morto. Este comandante confundiu Paulo com um rebelde egípcio, que havia incitado os seus seguidores a atacarem Jerusalém. Mas, ao interrogar Paulo, vendo o grego sofisticado, descobriu que não era ele e que Paulo era cidadão romano. Isso o levou a agir com cautela e colocar Paulo em segurança.


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Pb. Weliano Pires

12 dezembro 2021

Lição 12: A Coragem do Apóstolo Paulo Diante da Morte


19 de dezembro de 2021.

TEXTO ÁUREO:

“E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal.” (2 Coríntios 4.11)

VERDADE PRÁTICA:

O Espirito Santo nos prepara para sofrer por Jesus Cristo e suportar as angústias e aflições na obra de Deus.”

HINOS SUGERIDOS: 234, 294, 382 da Harpa Cristã.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – At 9.15 É preciso padecer pelo nome de Jesus

Terça – At 20.24 Não devemos tomar nossa vida por preciosa

Quarta – At 21.13,14 Não se pode impedir a vontade de Deus

Quinta – At 20.17-38 O encorajamento de Paulo aos anciãos

Sexta – At 21.27,28 Acusações contra o apóstolo Paulo

Sábado – 2 Co 4.17 Uma leve e momentânea tribulação

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 21.7-15

7- E nós, concluída a navegação de Tiro, viemos a Ptolemaida, e, havendo saudado os irmãos, ficamos com eles um dia.

E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesaréia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele.

9- Tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam.

10- E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judeia um profeta, por nome Ágabo;

11- e, vindo ter conosco, tomou a cinta de Pauto e, lingando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espirito Santo; Assim ligarão os judeus, em Jerusalém, o varão de quem é esta cinta e o entregarão nas mãos dos gentios.

12- E, ouvindo nós isto, rogamos-lhe, tanto nós como os que eram daquele lugar, que não subisse a Jerusalém,

13- Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus.

14- E, como não podíamos convencê-lo, nos aquietamos, dizendo: Faça-se a vontade do Senhor!

15- Depois daqueles dias, havendo feito os nossos preparativos, subimos a Jerusalém.

OBJETIVO GERAL: 

  • Conscientizar a respeito da coragem diante da morte.
  • Mostrar a consciência de Paulo quanto à padecer por Jesus;
  • Apontar a coragem para enfrentar as ameaças de morte;
  • Destacar as acusações e prisão de Paulo no Templo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

O nosso tempo é marcado pelo imediatismo. Pouco de nós se prepara a morte. Aliás, só de ouvir a palavra “morte”, muda o humor, a tristeza domina o ambiente. A vida e o ministério de Paulo mostram que a coragem diante da morte não é escapismo, mas resultado concreto da dimensão profunda da fé que domina a vida do cristão. Essa dimensão salvífica mudou o olhar do apóstolo para o que faz sentido na vida concreta. Dessa forma, ter de escolher entre estar com Cristo e permanecer na Terra, o apóstolo não tinha dúvida: escolheria estar com Cristo. Para Paulo, permanecer neste mundo só se justificaria se fosse para desgastar-se pela causa do Evangelho.

INTRODUÇÃO

Nosso Senhor deseja que tenhamos consciência a respeito do nosso chamado no Reino de Deus. Muitas vezes, esse chamado requer fazer a sua vontade, mesmo que essa atitude coloque em risco a nossa vida. É sobre essa coragem para fazer a vontade de Deus que estudaremos nesta lição.

PONTO CENTRAL: Tenha coragem diante da morte.

I- A CONSCIÊNCIA DE PAULO QUANTO A PADECER POR JESUS

1. A insistência de Paulo em ir a Jerusalém. Nas primeiras lições deste estudo, vimos que, por meio da resposta divina a Ananias, nosso Senhor disse que Paulo haveria de padecer pelo seu nome (At 9.15). Esse tempo havia chegado para o apóstolo, haja vista o seu desejo de ir a Jerusalém, mesmo após ouvir o profeta Ágabo dizer-lhe que os judeus o entregariam nas mãos dos gentios (At 21.11). Entretanto, por meio do Espírito Santo, Paulo discerniu que era a vontade de Deus que ele enfrentasse prisões e açoites pelo nome de Jesus, conforme ele mesmo reconhece: “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira” (At 20.24). A profecia de Ágabo, porém, não tinha caráter decisivo, mas deixava o apóstolo com a consciência livre para ir ou não a Jerusalém. Ele sabia que seu sofrimento era inevitável, primeiramente, em Cesareia; depois, em Jerusalém. É preciso que todo obreiro tenha pleno discernimento das circunstâncias por fazer a vontade de Deus.

2. De Mileto para Tiro. Paulo tomou uma embarcação que ia de Mileto para Tiro (At 21.6,7) e sua despedida em Mileto foi muito especial. O apóstolo decidiu, em seu coração, que deveria ouvir a voz do Espírito e partir (At 20.17-38: 21.1-6). Nada mais o prenderia, nem mesmo os filhos da fé que ele fizera para Cristo. Em Tiro, Paulo se encontrou com discípulos da cidade e foi ali que lhe aconselharam a não ir a Jerusalém, pois enfrentaria muitas ameaças. Esses irmãos oraram de joelhos na praia pelo e com o apóstolo (At 21.3-5). Nesse lugar havia o bálsamo espiritual misturado à tristeza da despedida. Esse episódio mostra o quanto devemos cuidar um dos outros, principalmente, quando nos encontramos numa missão espiritual.

3. Passando por Cesareia. Nesta cidade, o apóstolo aproveitou a ocasião para fortalecer a fé dos cristãos de Cesareia. Ali, Paulo encontrou um dos diáconos eleitos em Jerusalém, que se tornara um evangelista inflamado pelo Espirito: Filipe. Este recebeu e hospedou o apóstolo e seus companheiros em sua própria casa. Segundo a narrativa de Lucas, Filipe era homem espiritual e suas quatro filhas donzelas eram profetisas (At 21.8,9) Nessa permanência de oito dias em Cesareia, Paulo não se organizou para ficar mais tempo, e resolveu seguir pela estrada até Jerusalém. É muito significativo quando o nosso coração, inflamado pela convicção do Espírito Santo, persevera em cumprir a missão outorgada por Ele.

SÍNTESE DO TÓPICO I

O apóstolo Paulo tinha plena consciência acerca da inevitabilidade de padecer por Cristo.

SUBSÍDIO PEDAGÓGICO

Inicie a aula desta semana com a seguinte pergunta: Você tem medo da morte? Deixe os alunos refletirem e responderem. Em seguida, procure relacionar na lousa, os motivos que os alunos alegam mais temer a morte. Geralmente, há motivos de caráter familiar, profissional, planejamentos futuros. A luz das respostas dos alunos, exponha este primeiro tópico, destacando a consciência que o apóstolo Paulo tinha a respeito da inevitabilidade de seu padecimento por Cristo. Ele sabia do perigo que corria, mas algo muito maior imperava em sua consciência e não o permitia retroceder no propósito de pregar o Evangelho.

II- A CORAGEM PARA ENFRENTAR AS AMEAÇAS DE MORTE

1. A coragem do apóstolo pela voz do Espírito. Depois de ouvir a mensagem profética acerca do risco de morte que enfrentaria em Jerusalém, Paulo procurou ouvir a voz do Espírito ao seu coração. Isso deu-lhe uma certeza profunda de ir até o fim em seu ministério e, consequentemente, enfrentar qualquer ameaça. Note que a coragem do apóstolo Paulo não se baseava em si mesmo, mas no Espirito Santo. Por isso, serenamente, o apóstolo exortou os irmãos em Cesareia para que não o impedissem de ir a Jerusalém (At 21.13). Finalmente, aqueles irmãos entenderam que nada o deteria e disseram: “Faça-se a vontade do Senhor” (At 21.14). Precisamos aprender a ter a serenidade do Espírito Santo em todas as nossas decisões.

2. A chegada em Jerusalém. Paulo foi para Jerusalém acompanhado por alguns discípulos de Cesaréia (At 21.16). Sua recepção em Jerusalém foi feita de muito boa vontade pelos irmãos da igreja (At 21.17). A notícia de sua chegada rapidamente se espalharia pela cidade. A ocasião era festiva, e Jerusalém estava recebendo judeus de todas as partes do Império Romano para a tradicional festa de Pentecostes.

3. Paulo se depara com seus oponentes judeus. No dia seguinte à chegada em Jerusalém, Paulo encontrou-se com os anciãos e Tiago, o irmão do Senhor, um dos principais lideres da igreja em Jerusalém (At 21.18; Gl 2.9). Ali, todos ouviram do apóstolo o que Deus estava fazendo na vida dos gentios (At 21.19), glorificaram a Deus pelas maravilhas que Ele havia feito por intermédio do seu servo (At 21.20). Entretanto, os irmãos da igreja em Jerusalém não deixaram de mencionar a Paulo a acusação dos judeus que haviam recebido o Evangelho, mas estavam presos ao judaísmo (At 21.21). Esses judeus queriam um cristianismo judaizante, com costumes e ritos, tais como a circuncisão, a guarda do sábado, entre outros. Paulo, porém, era a antítese disso tudo.

SÍNTESE DO TÓPICO II

A coragem do apóstolo Paulo para enfrentar a morte tinha como fonte o Espirito Santo.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“[…] Para o crente cujos pecados foram perdoados, a morte já não tem nenhum aguilhão. A morte é ganho, não perda (Fp 1.21,23). Além disso, o pecado e a lei estão intimamente associados, pois pela lei vem o conhecimento. do pecado’ (Rm 3.20; cf. 7.7-11). Mas Cristo nos redimiu da maldição da lei (Gl 3.13). A morte, juntamente com os inimigos que trouxeram a morte a todos (o pecado e a lei), foram vencidos pela ressurreição (Fee, 805). Em louvor, Paulo exclama: ‘Mas graças a Deus, que nos dá a vitória [sobre a morte] por nosso Senhor Jesus Cristo’ (v.57). Deus ‘da’, não ‘dará”, a vitória. Os crentes participam na vitória de Cristo mesmo durante sua existência terrena, já que a morte perdeu seu poder aterrorizador. A morte, embora continue sendo um inimigo, está ‘incapacitada’, porque Cristo a venceu (Bruce, 156-57)” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos-Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2012. p.252).

III- ACUSAÇÕES E A PRISÃO DE PAULÒ NO TEMPLO

1. As acusações mentirosas contra Paulo. As acusações contra o apóstolo Paulo eram as seguintes: que ensinava que os judeus entre os gentios deviam se apartar da lei de Moisés; eles não deveriam circuncidar os filhos; nem andar segundo a lei de Moisés (At 21.21) Os judeus, oponentes de Paulo, torciam suas palavras e incitavam o povo a rejeitá-lo. Não obstante, Tiago e os anciãos da igreja fizeram a seguinte sugestão ao apóstolo: levar quatro homens que fizeram voto de nazireu; pagar as despesas deles; raspar a própria cabeça como demonstração de que praticava a lei (At 21.23,24). Ainda que isso de nada servisse para Deus, o apóstolo passou pelo ritual de purificação com os nazireus a fim de entrar no Templo (At 21.25,26). Ora, todo seguidor de Cristo deve estar pronto contra as falsas acusações dos oponentes da fé, quer os de fora, quer os de dentro.

2. A prisão do apóstolo e o enfrentamento contra seus algozes. A maioria dos judeus da Ásia, que veio para a Festa de Pentecoste, ao ver Paulo no Templo, começou a alvoroçar todo o povo, lançando mão ao apóstolo, acusando-o de inimigo de Moisés e profanador do Templo (At 21.27,28) Os homens que ouviram esses incitadores agarraram o apóstolo e o arrastaram para fora do Templo, fechando suas portas (At 21.30), Essa gente começou a pedir o linchamento (ou apedrejamento) de Paulo e essa noticia chegou ao comandante chamado Claudio Lisias. Este investigou o problema, prendeu e algemou o apóstolo, levando-o ao quartel-general que ficava na Torre Antônia, onde eram colocados seus presos (At 21.33). Não nos esqueçamos dos milhares de cristãos que têm sua liberdade cerceada por causa de sua fé em Cristo.

3. Paulo dialoga com Lísias (At 21.37-40). No diálogo com Lísias, Paulo fala em um grego polido e o comandante, então, descobriu que o apóstolo não era o sicário egípcio procurado nas regiões do Império. Esse egípcio levantara uma sedição contra o imperador tempo atrás (At 21.38). Como Paulo se declarou cidadão romano, Lísias não mais o confundiu com esse sicário e mudou a forma de tratamento com o apóstolo (At 21.39,40). Mesmo ferido pelos açoites, manchado com o próprio sangue, mas estimulado pelo sentimento de martírio pelo seu Senhor, o apóstolo não perdeu a oportunidade de usar sua defesa para proclamar o Evangelho (v.40). Eis a razão de o apóstolo padecer pelo nome de Jesus: proclamar o Evangelho para as pessoas que o odiassem. Às vezes somos provados por Deus e percebemos que sua vontade é para que o Evangelho seja anunciado por meio de nós ao enfermo no hospital, ao preso numa penitenciária, ao viciado numa cracolândia, ou em qualquer outra circunstância desconfortável queira Ele nos colocar. Estejamos atentos para os caminhos que o Espírito Santo quer nos levar.

SÍNTESE DO TÓPICO III

As acusações mentirosas contra Paulo implicaram sua prisão.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Paulo sofreu acusações de todos os tipos, mas sua consciência não o acusava. “A consciência é a percepção interior que testifica junto à nossa personalidade no tocante ao certo ou errado das nossas ações. Uma boa consciência diante de Deus dá o veredito de que não temos ofendido nem a Ele, nem à sua vontade. A declaração de Paulo (provavelmente com referência à sua vida pública diante dos homens) é sincera; note Fp 3.6, onde ele declara: ‘segundo a justiça que há na lei, irrepreensível’. Antes da sua conversão, ele chegou a crer que praticava a vontade de Deus ao perseguir os crentes (26.9). A dedicação de Paulo a Deus, sua total resolução em agradá-lo e sua vida ‘ir repreensível até mesmo antes de sua conversão a Cristo, deixam envergonhados e julgados os crentes professos que se desculpam de sua infidelidade a Cristo, alegando que todos pecam e que é impossível viver diante de Deus com uma boa consciência” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.1682).

CONCLUSÃO

A atitude de sofrer pelo nome de Jesus tem sido abandonada nos tempos modernos. A visão que Paulo tinha da missão evangelizadora o fazia enfrentar toda e qualquer oposição e sofrimento. O apóstolo podia dizer: “Por que a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Co 4.17).

Q U E S T I O N Á R I O

1• O que Paulo discerniu pelo Espírito Santo?

Por meio do Espirito Santo, Paulo discerniu a vontade de Deus para enfrentar prisões e açoites pelo nome de Jesus.

2• O que havia na despedida de Paulo em Mileto?

Nesse lugar havia bálsamo misturado a tristeza da despedida.

3• A quem Paulo procurou ouvir após a mensagem profética de risco de morte que enfrentaria em Jerusalém?

Paulo procurou ouvir a voz do Espírito ao seu coração.

4• Com quem Paulo se encontrou ao chegar em Jerusalém?

Paulo foi para Jerusalém acompanhado por alguns discípulos de Cesareia (At 21.16).

5• Quais eram as acusações contra o apóstolo Paulo?

As acusações contra o apóstolo Paulo eram as seguintes: que os judeus entre os gentios deviam se apartar da lei de Moisés; eles não deveriam circuncidar os filhos, nem andar segundo a lei de Moisés (At 21.21).


A Coragem do Apóstolo Paulo Diante da Morte 

Ter coragem diante da morte. A Bíblia também nos ensina a respeito de como o crente deve lidar com a morte. Por isso, a lição desta semana é uma oportunidade de conscientizar a classe sobre ter coragem diante da morte a partir da vida no Espírito e da esperança cristã. Quando a nossa consciência tem uma imagem vivida da bendita esperança, somos motivados a perseverar diante do sofrimento, conforme as palavras do salmista: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam”. (SI 23.4).

Resumo da lição

Para conscientizar a classe acerca desse importante ensinamento, o primeiro tópico mostra a consciência de Paulo quanto a padecer por Cristo. A narrativa bíblica de Atos 21 apresenta a reação do apóstolo diante de uma profecia que afirmava que ele seria entregue nas mãos dos gentios (At 21.11). A resposta de Paulo revela a sua consciência profunda a respeito da esperança cristã: "[...] Estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus" (At 21.13). O Espírito Santo enchia o apóstolo da esperança em Cristo para que ele fizesse o caminho voluntário do martírio.

O tópico segundo aponta essa coragem apostólica para enfrentar as ameaças de morte. Ele revela que o Espírito Santo era a fonte de sua coragem para morrer pela causa do Evangelho. Como estudamos em lições anteriores, o Espírito Santo impulsionava o ministério apostólico de Paulo. Ele enchia o apóstolo e falava-lhe ao coração para fazer a vontade divina, mesmo que isso significasse correr riscos fatais pela causa do Evangelho.

O terceiro tópico destaca as acusações e prisões de Paulo no Templo. Essas acusações mentirosas implicaram a prisão do apóstolo. Entretanto, mesmo preso, o apóstolo foi muito produtivo na causa do Evangelho. Muitas de suas cartas foram escritas na prisão. O ministério de Paulo mostra-nos uma das verdades mais consoladora e encorajadora da fé cristã: quem vive na liberdade do Espírito, ainda que esteja fisicamente preso, continua experimentando a verdadeira liberdade em Cristo. Aplicação

O Espírito Santo por meio da bendita esperança cristã nos encoraja e nos enche de confiança quanto ao padecimento por amor à causa de Cristo. O Espírito faz isso por nós e em nós. Vivamos no Espírito! Tenhamos esperança!

(Revista Ensinador Cristão - CPAD, n° 87, p.42.)

 

09 dezembro 2021

A IGREJA COMO GUARDIÃ DA SÃ DOUTRINA (1 Tm 3.14,15)


(Comentário do 3º tópico da lição 11: O zelo do apóstolo Paulo pela Sã Doutrina).

Neste terceiro e último tópico, falaremos da Igreja como a coluna e firmeza da verdade, com base nas palavras do apóstolo Paulo a Timóteo. Falaremos também sobre a finalidade da Igreja ao zelar pela sã doutrina que é preservar o amor e a fé não fingida nos crentes. Por último, falaremos sobre a primazia do amor, como instrumento eficiente para barrar os falsos ensinos. Em uma Igreja onde não há a preocupação de ensinar a verdade bíblica e combater os falsos ensinos à luz da Palavra de Deus, os crentes permanecem imaturos, carnais, tribulosos e podem até morrer espiritualmente, 

1. A Igreja é “coluna e firmeza da verdade”. Escrevendo a Timóteo, que na ocasião liderava a Igreja em Éfeso, Paulo afirma que a Igreja é “Coluna e firmeza da verdade”. O apóstolo utiliza duas palavras gregas para falar sobre a que há entre a Verdade do Evangelho e a Igreja de Cristo. Estas palavras possuem traduções muito parecidas, mas suas aplicações são bem diferentes. A primeira palavra, traduzida por “coluna”, no grego é “stylos” que significa um pilar em forma de estátua, É provável que Paulo a tenha usado em referência ao templo da deusa Diana, em Éfeso, que era uma das maravilhas do mundo antigo. Neste suntuoso templo havia cento e vinte e sete colunas de mármore. Cada uma delas era presente de um rei e tinha pedras preciosas encravadas. De longe, era possível contemplar a beleza do edifício. A ideia de Paulo aqui é mostrar que a Igreja deve mostrar ao mundo a Verdade do Evangelho, não apenas com o seu discurso, mas também com as suas obras.

A segunda palavra usada por Paulo, traduzida por “firmeza”, na Versão Revista e Corrigida, e por “fundamento”, na Nova Almeida Atualizada, no grego é “hedraioma”. Esta palavra se refere ao fundamento ou alicerce de um edifício que o mantém de pé. A ideia aqui é mostrar que a Igreja tem a obrigação de sustentar a verdade e defendê-la diante de falsos ensinos, sejam teológicos, filosóficos ou científicos. Para isso, a Igreja necessita do poder do Espírito Santo que a  capacita para esta tarefa. Estêvão, o primeiro mártir do Cristianismo, defendeu a verdade do Evangelho diante das autoridades religiosas enfurecidas e eles não conseguiam resistir à sabedoria com que ele falava. Por isso, levantaram falso testemunho de blasfêmia e o apedrejaram. (At 6.9-12; 7.58).

2.   O objetivo do zelo pela sã doutrina. Infelizmente, ainda vemos pastores que acham que a Igreja não deve se preocupar com o ensino bíblico e defesa da fé. Esse tipo de obreiro acredita que basta orar e fazer campanhas que Deus resolve tudo. O resultado disso são Igrejas com todo tipo de heresias e inovações e crentes sem nenhuma firmeza. Paulo sempre alertou os obreiros mais novos para ensinassem a verdade à Igreja, quer ouvissem, quer não. “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá.” (1 Tm 4.13). O objetivo do ensino bíblico na Igreja é para “Preservar o amor de um coração puro e de uma fé não fingida”. (1 Tm 1.5). Da mesma forma que o ensino da Sã doutrina produz transformação nos corações, os falsos ensinos produzem contendas, dissensões e vários tipos de pecado, ameaçando a santidade e a comunhão da Igreja. Portanto, se a Igreja vive em confusão e não abandona o pecado, certamente está faltando zelo pela sã doutrina. 

3.   A primazia do amor. “O fim do mandamento é o amor” (1 Tm 1.5). Conforme vimos na lição passada, o amor é a mais importante virtude do Cristianismo. O amor é superior a todos os dons espirituais. É o cartão de identidade do cristão. Quando Paulo diz que o “fim do mandamento é o amor”, ele usa a palavra grega “telos”, que significa “fim ou finalidade”. A intenção aqui é mostrar que motivação para o ensino ou mesmo para a repreensão é sempre o amor. Onde há amor, há uma “boa consciência” e não pode haver parcialidade, fingimento, hipocrisia, falsidade ou simulação. A orientação de Paulo é para que Timóteo ensine a verdade, sem ferir as pessoas. Na defesa da verdade, não pode haver a perda do amor ao próximo. O amor é sempre equilibrado, humilde, paciente e sacrificial. Os falsos mestres são desprovidos de amor e, portanto, são soberbos, arrogantes, presunçosos, vaidosos e egoístas. 


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do Apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 280-281; 316.  

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo. O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pag. 40-41; 91-92.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos-Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.662).  


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Pb. Weliano Pires

08 dezembro 2021

A AMEAÇA DE CORRUPÇÃO DOUTRINÁRIA

(Comentário do 2º tópico da lição 11: O zelo do apóstolo Paulo pela Sã Doutrina).


Escrevendo ao seu filho na fé, Timóteo, o apóstolo Paulo o relembra de quando o deixou em Éfeso, para que advertisse aos obreiros daquela Igreja, para que não ensinassem ‘outra doutrina’ (Gr. eterodidaskalein) e não se ocupassem com fábulas judaicas e genealogias intermináveis, que produzem contendas. Agora, por epístola, o apóstolo reafirma a advertência. (1 Tm 1.3-7).

1. A advertência do apóstolo. A Igreja de Éfeso estava ameaçada pela infiltração de falsas doutrinas, que distorciam os ensinos dos apóstolos. Paulo já havia alertado os anciãos da Igreja de Éfeso sobre isso, conforme vimos na lição 9 (At 20.29,30). Em sua Epístola a Timóteo, Paulo o adverte acerca de alguns, provavelmente obreiros, para que não ensinassem 'outra doutrina'. Aqui, Paulo usa a expressão grega "eterodidaskalein', que é formada de dois vocábulos: "héteros" (outro de espécie diferente) e "didaskalia" (ensino, doutrina). A preocupação do apóstolo era alertar sobre doutrinas heterodoxas, como vimos no tópico anterior, que não estavam de acordo com os ensinos do Senhor Jesus e dos seus apóstolos. 

Toda doutrina ensinada à Igreja tem que passar pelo crivo das Escrituras. O pastor é responsável diante de Deus por tudo o que é ensinado na Igreja que o Senhor lhe confiou. Por isso, deve ensinar a sã doutrina à Igreja e ficar atento ao que outros pregam, para que não haja corrupção ou distorção na doutrina. 

2. Quais eram os problemas de ordem doutrinária? As pessoas apontadas por Paulo se diziam mestres da lei e da verdade. Mas, na verdade, ensinavam inovações destruidoras, que não tinham respaldo na doutrina que os apóstolos receberam do Senhor Jesus. Paulo enfrentou vários tipos de corrupção doutrinária nas Igrejas plantadas por ele. Estas Igrejas foram influenciadas de um lado pelos conceitos filosóficos da cultura grega. Por outro lado, havia os cristãos oriundos do Judaísmo, que tinham arraigado em si a Lei e a cultura judaica. 

A influência dos pagãos trazia elementos do politeísmo e principalmente do gnosticismo, que pregava um dualismo entre espírito e matéria, como vimos na lição 9. Esta filosofia ensinava que Jesus não tinha corpo humano e que os pecados cometidos no corpo não tinha nenhum problema, pois a matéria era inerentemente má e o espírito era bom. Com base nisso, muitos negavam a ressurreição do corpo. 

Na Igreja de Corinto havia o problema do partidarismo e o culto à personalidade (1 Co 1.12). Ali havia pelo menos quatro partidos: 

a) O partido dos liberais. Este grupo dizia que era de Paulo. Paulo, antes da conversão era Fariseu e extremamente zeloso das tradições e da Lei judaicas. Entretanto, após o seu encontro com Cristo e o período em que passou no deserto da Arábia, ele entendeu que o Evangelho não consiste em tradições humanas e é universal. Entretanto, muitos o interpretavam mal, achando que ele pregava a libertinagem. 

b) O grupo dos legalistas. Este grupo dizia que era de Pedro. Pedro era judeu, nascido em Israel. Mesmo após conversão, ele vivia como judeu e deu trabalho para se desvencilhar das tradições judaicas. 

c) O grupo dos filósofos. Este grupo seguia a Apolo, que era um judeu de Alexandria muito culto e eloquente. 

d) O grupo dos independentes. Este grupo dizia-se seguidor apenas de Cristo e provavelmente, não aceitava a liderança eclesiástica. 

Quando soube deste partidarismo, Paulo escreveu aos Coríntios e os chamou de carnais, pois estes obreiros foram apenas instrumentos pelos quais eles creram em Cristo. Um plantou, outro regou, mas Deus deu o crescimento. Além disso, Cristo não estava dividido e nenhum deles foi crucificado para salvar ninguém. 

Nas Igrejas de Roma, Colossos e Galácia, Paulo enfrentou o discurso dos judaizantes, que insistiam em impor aos cristãos, o legalismo judaico. Exigiam a circuncisão, a abstinência de alimentos considerados imundos e a guarda dos dias e festas sagradas de Israel. (Rm 14; Cl 2.15; Gl 3.10-13).

Ainda hoje, muitos ensinam esse tipo de coisa, corrompendo ou distorcendo a Sã doutrina. Há os que querem trazer para a dispensação da Graça, costumes, tradições e mandamentos do Judaísmo. Outros pregam a libertinagem e os costumes mundanos, onde nada mais é pecado, relativizando a santidade bíblica. Há também outras distorções das doutrinas bíblicas com a teologia da prosperidade, triunfalismo, quebra de maldições, uso de objetos supostamente milagrosos, etc. 

3. Fábulas e genealogias intermináveis (1 Tm 1.4). Falando sobre os que ensinam “outra doutrina”, Paulo citou o caso das “fábulas”, que é uma referência às lendas construídas pelos mestres da Lei, em torno das narrativas do Antigo Testamento. No grego a palavra traduzida por “fábulas” é “muthos”, que significa “mito” ou “fábula”. Essa palavra aparece nas Epístolas pastorais em 1 Tm 1.4,I Tm 4:7; II Tim. 4:4 e Tito 1.14. Na exortação a Tito (Tt 1.14), aparece como “fábulas judaicas”. Paulo ironizou tais superstições judaicas, chamando-as de “crenças sem fundamento” e de “fábulas profanas e de velhas caducas” (1 Tm 4.7). A intenção de Paulo era mostrar a Timóteo que estas coisas eram invenções humanas, sem base nas Escrituras, criadas para enganar as pessoas. 

Paulo citou também o caso das “genealogias intermináveis”, que também fazia parte do ensino dos judaizantes. Os judeus mantinham rigorosamente, os registros das suas genealogias e tomavam todo cuidado para que a distinção de suas tribos fosse mantida. Evidentemente, com o passar dos anos, elas se tornaram extremamente numerosas e infinitas. Os judeus davam grande importância aos registros genealógicos, pois esperavam a vinda do Messias, que segundo as profecias viria da tribo de Judá e da descendência de Davi. Entretanto, com a vinda do Messias a separação entre judeus e gentios não era mais necessária. Não havia necessidade alguma de isso ser observado pelos cristãos. Só servia para manter o orgulho racial e nacional dos judaizantes. 

No Evangelho de Cristo não importa a origem genealógica, classe social, nacionalidade ou etnia. A Igreja do Senhor é formada por todos os crerem em Cristo de quaisquer tribo, nação e língua. Portanto, não há espaço no corpo de Cristo para filosofias malignas como racismo, machismo, feminismo, anti semitismo, ou qualquer espécie de xenofobia. Cristo veio para todos. 


REFERÊNCIAS:

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo. O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pag. 35-36.    

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições de Vida e Ministério do apóstolo do Gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 14.    

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pag. 279.

LOPES, Hernandes Dias. I Coríntios Como Resolver Conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pag. 21-26.      

DANIEL, Silas. A Sedução das Novas Teologias. Editora CPAD. pag. 105-106.    

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos - Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp.641-42.    


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Pb. Weliano Pires



07 dezembro 2021

ORTODOXIA VERSUS HETERODOXIA


O tema da da lição desta semana é "o zelo do apóstolo Paulo pela sã doutrina." Para entendermos isso, precisamos compreender três palavras chaves neste título: zelo, sã e doutrina. 

A palavra "zelo" em hebraico é "qina". Ela aparece por quarenta e três vezes no Antigo Testamento e é usada tanto no bom sentido, significando “ardor ou ciúme”, quanto no mau sentido egoísta (Il Rs 10.16; 19.31; Sl 69.9; 119.139; Is 9.7; 37.32; 59.17; 63.15; Ez 5.13). No sentido positivo da palavra, Deus é mostrado na Bíblia como "Deus Zeloso" (heb. El qana) (Êx 20.5). Esta referência a Deus como "zeloso" é como um pai, que cuida dos seus filhos e enfrenta qualquer coisa para defendê-los. A palavra correspondente a "qina" no grego é "zelos" que significa ardor ou devoção e no sentido negativo, significa desconfiança ou inveja. 

A segunda palavra é "sã". Esta palavra  aparece nos escritos de Paulo como um adjetivo da doutrina (1 Tm 1.10; 2 Tm 4.3-4; Tt 2.1) e da linguagem do cristão (Tt 2.8), que deve ser "sã". A ideia, portanto, é de algo puro, santo, sagrado. 

Por último, temos a palavra “doutrina.” Existem duas palavras gregas traduzidas por doutrina: "didaskalia" e "didaquê". Estas palavras aparecem quarenta e oito vezes no Novo Testamento, referindo-se a um conteúdo ensinado ou ao próprio ato de ensinar. 

A palavra doutrina não é usada apenas no sentido teológico. Há doutrina no direito, na filosofia e em outras áreas do conhecimento. Quando falamos de doutrina, no sentido bíblico, há três tipos de doutrina, de acordo com a origem: De Deus, dos homens e dos demônios. 

 

1. Dois termos técnicos importantes. Para saber o tipo de doutrina que alguém está pregando, no sentido religioso, a teologia usa dois termos técnicos, que vamos defini-los neste tópico: ortodoxia e heterodoxia. Assim como acontece com a palavra doutrina, as palavras ortodoxia e heterodoxia também são usadas em outros ramos do conhecimento, como na economia, por exemplo. 

2.   Conceito de ortodoxia. Esta palavra deriva de dois termos gregos: "orthos", que significa "reto", "correto" e "doxa", que significa "crença". Portanto, a palavra ortodoxia significa "crença correta" ou conforme o padrão. A palavra ortodoxia não aparece na Bíblia. Ela começou a ser usada logo nos primeiros séculos da Igreja Cristã, para confrontar os falsos ensinos, principalmente os dos judaizantes e dos gnósticos. A Igreja Cristã precisou se posicionar sobre os Livros considerados canônicos e definir o seu credo. Foi publicado um documento chamado Didaché, também conhecido como "Ensino dos doze apóstolos". Este documento surgiu entre o final do séc. I d. C e início do séc. II d.C. e serviu de base para a refutação das heresias que surgiram nos primeiros anos da Igreja, após a morte da geração dos apóstolos. 

Do ponto de vista da Doutrina Cristã, uma doutrina só pode ser considerada ortodoxa, se ela estiver de acordo com aquilo que Jesus e os seus apóstolos ensinaram. Os católicos romanos colocam no mesmo patamar, a Bíblia, a tradição da Igreja e o magistério da Igreja. Sendo que este último, tem autoridade sobre os outros dois. Logo, não podem ser considerados ortodoxos, pois relativizam a Palavra de Deus e adotam doutrinas extra-bíblicas e até anti-bíblicas, com base em tradições humanas e supostas visões e experiências. Do lado protestante, também há Igrejas que seguiram o mesmo caminho, adotando visões, escritos de seus fundadores e experiências pessoais, como fontes de doutrinas. 


3.   Conceito de heterodoxia. A palavra heterodoxia, por sua vez, também é formada de dois termos gregos: "héteros", que significa "outro de espécie diferente" e "doxa", que significa "opinião". Portanto, heterodoxia é uma opinião que se opõe a uma opinião ortodoxa. O primeiro escritor cristão a usar a palavra heterodoxia foi o Inácio, bispo de Antioquia, para se referir aos falsos ensinamentos, propagados pelos heresiarcas.


A Igreja de Cristo deve ser sempre ortodoxa, ou seja, as suas doutrinas obrigatoriamente tem que estar embasadas na Palavra de Deus, que é o nosso manual de fé e prática. Nenhuma autoridade da Igreja ou Instituição tem autoridade para criar novas doutrinas ou revogar as que já estão estabelecidas na Palavra de Deus. O apóstolo Paulo deixou isso bem claro, quando escreveu aos Gálatas: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema". (Gl 1.8).


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Pb. Weliano Pires

REFERÊNCIAS: 

DANIEL, Silas. A Sedução das Novas Teologias. Editora: CPAD. pag. 105-106.      

CABRAL, Elienai. O apóstolo Paulo, Lições da vida e ministério do apóstolo do gentios para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. Ed. 1, 2021.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. pag. 105.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 4. pag. 633-635.      

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 6. pag. 725-726.  

PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 2039.    



MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS IMPEDE DE ENTRAR NA CANAÃ CELESTIAL

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: O perigo da murmuração) Ev. WELIANO PIRES No terceiro tópico, veremos que a murmuração também nos impe...