25 julho 2021

Lição 05: O Reinado de Acazias


01 de Agosto de 2021

Texto Áureo:

“Tenha já fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó justo Deus, provas o coração e a mente.” (Sl 7.9)


Verdade Prática:

"A coragem de Elias é exemplo e incentivo para os que são chamados a pregar e a exortar segundo a Palavra de Deus, independentemente de classe, raça ou credo."


LEITURA DIÁRIA


Segunda – Js 1.9 Deus sempre está com os seus, por isso, não há o que temer

Terça – 1 Co 16.13 O Senhor conta com homens e mulheres de coragem

Quarta – 1 Co 10.7 A idolatria deve ser banida

Quinta – 2 Tm 1.7 Deus deu aos seus o espírito de poder

Sexta – Jn 2.8 A misericórdia de Deus é desprezada quando se buscam coisas vãs

Sábado – 1 Cr 16.25,26 Somente o Senhor deve receber todo louvor e glória


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 2 Reis 1.1-8,13-17


1- E, depois da morte de Acabe, Moabe se revoltou contra Israel.

2- E caiu Acazias pelas grades de um quarto alto, que tinha em Samaria, e adoeceu; enviou mensageiros e disse-lhes: Ide e perguntai a Baal-Zebube, deus de Ecrom, se sararei desta doença.

3- Mas o anjo do SENHOR disse a Elias, o tisbita: Levanta-te, sobe para te encontrares com os mensageiros do rei de Samaria e dize-lhes: Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom?

4- E, por isso, assim diz o SENHOR: Da cama, a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás. Então, Elias partiu.

5- E os mensageiros voltaram para o rei, e ele lhes disse: Que há, que voltastes?

6- E eles lhe disseram: Um homem nos saiu ao encontro e nos disse: Ide, voltai para o rei que vos mandou e dizei-lhe: Assim diz o SENHOR: Porventura, não há Deus em Israel, para que mandes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Portanto, da cama, a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás.

7- E ele lhes disse: Qual era o traje do homem que vos veio ao encontro e vos falou estas palavras?

8- E eles lhe disseram: Era um homem vestido de pelos e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse a ele: É Elias, o tisbita.

13- E tornou o rei a enviar outro capitão dos terceiros cinquenta, com os seus cinquenta; então, subiu o capitão de cinquenta, e veio, e pôs-se de joelhos diante de Elias, e suplicou-lhe, e disse-lhe: Homem de Deus, seja, peço-te, preciosa aos teus olhos a minha vida e a vida destes cinquenta teus servos.

14- Eis que fogo desceu do céu e consumiu aqueles dois primeiros capitães de cinquenta, com os seus cinquenta; porém, agora, seja preciosa aos teus olhos a minha vida.

15- Então, o anjo do Senhor disse a Elias: Desce com este, não temas. E levantou-se e desceu com ele ao rei.

16- E disse-lhe: Assim diz o Senhor: Por que enviaste mensageiros a consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom? Porventura, é porque não há Deus em Israel, para consultar a sua palavra? Portanto, esta cama, a que subiste, não descerá, mas certamente morrerás.

17- Assim, pois, morreu, conforme a palavra do SENHOR, que Elias falara; e Jorão começou a reinar no seu lugar, no segundo ano de Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá, porquanto não tinha filho.


HINOS SUGERIDOS: 116, 242, 382 da Harpa Cristã


PONTO CENTRAL: A Infidelidade leva o nosso relacionamento com Deus à ruína.


OBJETIVO GERAL:

Ressaltar a imprescindibilidade de se ter um relacionamento íntimo com Deus.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

  • Descrever a idolatria e a infidelidade de Acazias;
  • Assinalar a coragem de Elias:
  • Identificar as consequências dos atos de Acazias


INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Acreditava-se que Baal-Zebube era um deus que tinha o dom da profecia. Por isso, Acazias enviou mensageiros a Ecrom para saber se viveria ou não, após sua queda e consequente enfermidade. Essa atitude de Acazias evidencia a descrença e o desrespeito do rei pelo Deus de Israel. Como Acazias podia ignorar que aquele falso deus era irreal, sem sentido e impotente, e que jamais receberia qualquer resposta sobre seu destino? Como podia fazer de um ídolo mudo e morto, seu oráculo? Converse com seus alunos e mostre o quanto a cegueira e a tolice de certas pessoas as fazem buscar alternativas para servirem a Deus. Só existe um Deus verdadeiro, o Deus de Israel, que responde às nossas dúvidas, incertezas e anseios.


INTRODUÇÃO


O reinado de Acazias foi fortemente marcado pela idolatria, assim como o de seus antepassados. Após uma queda da sacada do palácio real e consequente ferimento, Acazias cometeu um ato de infidelidade a Deus ao consultar Baal-Zebube sobre o seu destino. O Senhor, através do profeta Elias, advertiu severamente o rei sobre esse gravíssimo erro, anunciando o decreto de sua morte (2 Rs 1.16).


1- UM REINADO MARCADO PELA IDOLATRIA


1. O deus de Acazias. Acazias era filho de Acabe e Jezabel e sucessor de seu pai no trono de Israel. Acazias venerava o deus Baal-Zebube de Ecrom, uma das cinco cidades dos filisteus, a sudoeste de Canaã. Ao adoecer em razão de uma queda, enviou mensageiros para consultar essa divindade a fim de saber se viveria ou morreria (2 Rs 1.2).


2. Acazias segue os passos de seus pais. O reinado de Acazias foi um dos mais difíceis para Israel. Ele é mencionado na Bíblia como um rei que fez o que era mau aos olhos do Senhor e imitou Acabe, Jezabel e Jeroboão. No seu curto reinado de dois anos, conseguiu superar a maldade de seus antecessores. Acazias seguiu o péssimo exemplo de seus pais que certamente não acataram o sábio conselho de Salomão: “Instruir o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6).


SÍNTESE DO TÓPICO I

Os erros ou as más condutas cometidas por nossos antecessores não devem ser repetidas.


SUBSÍDIO DIDÁTICO -PEDAGÓGICO


Escreva na lousa ou em um flip-chaRt a seguinte pergunta: O que significa “fazer o que é mau aos olhos do Senhor”? Dê cinco minutos aos alunos para elaborarem a resposta. Ao cabo do tempo determinado, solicite que cada um, por seu turno, exponha sua resposta. Todas as respostas deverão ser anotadas no quadro. Não importa nesse momento se elas estão corretas ou não. A seguir, leia com eles os textos relacionados de 1 Rs 11.6; 14.22; 15.26,34; 21.25; 2 Rs 3.2. Ao terminarem a leitura, peça a eles que, baseados nos textos lidos, respondam novamente à pergunta inicial. Não deixe de analisar e comparar as duas respostas.


II – ELIAS DESAFIA A ADORAÇÃO A BAAL

1. A corajosa intervenção de Elias. O rei Acazias enviou seus emissários para consultar o falso deus Baal-Zebube. Mas o anjo do Senhor ordenou ao profeta Elias que se encontrasse com eles em Samaria e os exortasse com uma dura palavra: “Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom?” (2 Rs 1.3b).


2. A resposta de Elias aos soldados do rei. Quando o rei ficou sabendo da profecia de Elias, enviou, em três ocasiões diferentes, um oficial com cinquenta soldados para conduzir Elias ao palácio (2 Rs 1.9-13). Mas nas duas primeiras vezes, desceu fogo do céu e consumiu todos os soldados e seus capitães (2 Rs 1.14). Na terceira vez, todavia, o capitão do agrupamento, temendo pela própria vida e pela de seus soldados, ajoelhado, suplicou ao homem de Deus que lhes poupasse a vida (2 Rs 1.13). Por bondade e misericórdia, o Senhor ouviu aquele sincero clamor e ordenou ao profeta que os acompanhassem até o palácio, em segurança (2 Rs 1.15).


3. Um ministério de fogo. Elias pode ser chamado de “profeta de fogo”. Em três episódios do seu ministério, Deus enviou fogo do céu: no monte Carmelo com os profetas de Baal (1 Rs 18.38); no monte Horebe quando o Senhor visitou o profeta e se manifestou por fogo, embora a presença dele não estivesse nesse elemento (1 Rs 19.12) e: quando por duas vezes, o fogo desceu do céu para consumir os soldados e seus capitães (2 Rs 1.10-12).


SÍNTESE DO TÓPICO II

Servir a Deus e permanecer fiel requer coragem e determinação diante dos desafios e adversidades.


SUBSÍDIO DEVOCIONAL


O terceiro capitão apresentou-se e se colocou sob a misericórdia de Deus e de Elias. Não lemos que Acazias o ordenou que assim fizesse (seu coração teimoso é tão duro como sempre, tão indiferente ele é para com os terrores do Senhor, tão pouco afetado com as manifestações de sua ira, e, além disso, tão pródigo em relação às vidas de seus súditos, que ele envia um terceiro com a mesma mensagem provocadora a Elias), mas ele se alarmou com o destino de seus predecessores, os quais, talvez, caíram mortos ante a seus olhos.


E, ao invés de intimar o profeta, que descesse, caiu diante dele e implorou por sua vida e pela vida de seus soldados, reconhecendo seus próprios deméritos e o poder do profeta (vv. 13.14): Seja precioso aos teus olhos a minha vida. Note: Não se consegue nada lutando com Deus: se formos bem-sucedidos com Ele, será por meio de súplicas. Se não cairmos diante de Deus, devemos nos curvar diante dEle. E aqueles que aprendem a ser submissos com as fatais consequências dos outros, são sábios para seu próprio bem.


CONHEÇA MAIS...


“Os monarcas bíblicos serviam tanto de quais políticos como espirituais do povo. Quando um rei não fazia o que era reto diante do Senhor, logo suas ações refletiam nos seus súditos (1 Rs 16.30). A religião, portanto, era uma grande caixa de ressonância das ações dos reis hebreus. Nos dias do profeta Elias, as ações de Acabe e sua mulher Jezabel sofreram oposição ferrenha do profeta porque elas estavam pulverizando o verdadeiro culto (1 Rs 19.10). 

Para saber mais leia: Porção dobrada. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.33.


[-] Elias faz mais do que atender ao pedido deste terceiro capitão. Deus não é tão severo com aqueles que se colocam contra Ele, mas está pronto para mostrar clemência àqueles que se arrependem e se submetem a Ele. Nunca ninguém agiu em vão ao colocar-se sob a misericórdia de Deus. Este capitão não somente tem sua vida poupada, mas a permissão de cumprir sua tarefa: Elias sendo assim ordenado pelo anjo, desce com ele do rei (v.15). Assim, ele mostra que, antes, recusava-se a ir não porque temesse o rei ou a corte, mas porque não seria arrogantemente compelido a fazê-lo, o que diminuiria a honra de seu Senhor.


Ele valoriza seu cargo. Ele vem corajosamente ao rei, e lhe diz na cara (agora não importam seus sentimentos) a mensagem que tinha enviado antes (v.16), que deveria certa e prontamente morrer. Elias não alivia a sentença, nem por medo do desprazer do rei, nem por pena de sua miséria.” 

(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 545,46).


III – A DOENÇA DE ACAZIAS E A SUA MORTE

1. O julgamento do Senhor contra Acazias. Deus mandou Elias dizer ao rei que ele jamais seria curado ou sairia da cama vivo (2 Rs 1.4). Por consequência de sua obstinada idolatria, Acazias estava sentenciado à morte. Ele conhecia as maravilhas que Deus havia operado no meio do seu povo, no passado. Como poderia opor-se a Deus e negligenciar suas leis daquela maneira? Deus não tolera a obstinação daqueles que ouvem sua Palavra e permanecem com a vida deliberadamente entregue ao pecado.


2. A determinação de Elias e a morte do rei. Ao ser convocado à presença do rei pelos oficiais e seus soldados, o Deus não tolera a obstinação daqueles que ouvem sua Palavra e permanecem com a vida deliberadamente entregue ao pecado. O profeta não titubeou em repetir o que já havia dito anteriormente aos mensageiros de Acazias: “desta cama, a que subiste, não descerás, mas certamente morrerás” (2 Rs 1.16b). Provavelmente, o acidente ocorrido com o rei afetou sua mobilidade e a falta de medicina adequada naquela época não lhe proporcionou uma boa recuperação. Independente disso, a Palavra de Deus dada ao profeta Elias se cumpriu e o rei Acazias faleceu.


3. As qualidades de Elias. Nesse episódio várias qualidades de Elias são percebidas, tais como: intimidade com Deus; zelo em promover a adoração ao Deus de Israel e em condenar a idolatria; clareza e assertividade em suas sentenças; fidelidade e, além de tudo, a coragem (2 Rs 1.9-12). Ainda hoje o Senhor busca homens e mulheres que sejam corajosos e obedientes a fim de serem usados por Ele em sua grande obra.


SÍNTESE DO TÓPICO III

Os pecados constantes e a falta de arrependimento podem nos levar à morte física ou espiritual.


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO


“Quando de uma séria queda, Acazias ignorou a existência de Elias e enviou mensageiros que consultassem Baal-Zebube, em Ecrom. Elias interceptou esses mensageiros com a solene advertência de que Acazias não se recuperaria. Após diversas tentativas para capturar Elias, tentativas essas que foram rechaçadas, o profeta foi conduzido diretamente à presença do rei. Tal como fizera no caso de Acabe, seu pai, Elias advertiu pessoalmente a Acazias de que o juízo divino lhe sobre- viria, porquanto ele prestará honras aos deuses pagãos e ignorar o Deus de Israel. Talvez essa tenha sido a última vez em que Elias compareceu à presença de um rei, porque não se faz menção alguma de associações com Jorão, rei de Israel” (BENTHO, Esdras Costa & PLACIDO, Reginaldo Leandro. Introdução ao Estudo do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.252).


CONCLUSÃO


O reinado de Acazias foi marcado pela idolatria e pela infidelidade para com Deus. Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor ao consultar outros deuses sobre o seu futuro (2 Rs 1.2). Era idólatra e infiel para com os mandamentos de Deus. Elias foi o profeta que confrontou as transgressões de Acazias e por esse motivo quase foi preso (2 Rs 1.9). Todavia, seguiu em frente, cumpriu sua missão e honrou a Deus (2 Rs 1.10).


QUESTIONÁRIO


1. Qual deus de Ecrom Acazias venerava? 

Baal-Zebube.


2. Qual foi a advertência que Deus fez ao rei Acazias, através de Elias? “Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom?” (2 Rs 1.3b).


3. Como o profeta Elias pode ser chamado? Por quê? 

Elias pode ser chamado de “profeta de fogo”. Em três episódios do seu ministério, Deus enviou fogo do céu.


4. Cite algumas qualidades do profeta Elias. 

Intimidade com Deus; zelo em promover a adoração ao Deus de Israel e em condenar a idolatria; clareza e assertividade em suas sentenças; fidelidade e, além de tudo, a coragem (2 Rs 1.9-12).


5. O que Deus quis mostrar com o ministério de Elias? 

Que o Senhor é o verdadeiro Deus, que Ele tem controle sobre tudo e abomina a adoração a falsos deuses.


24 julho 2021

ELIAS EM HOREBE

O terceiro e último tópico desta lição, fala sobre a ida de Elias ao Monte Horebe, após receber ameaças de morte, vindas da rainha Jezabel. Elias estava exausto e deprimido, pois, mesmo tendo lutado incansavelmente, para restabelecer o monoteísmo entre o povo de Deus, continuava sofrendo intensa perseguição e ameaça de morte. Isso nos mostra que até mesmo os homens e mulheres de Deus muitas vezes se esgotam. 

1. Os feitos e a exaustão do profeta. Elias tinha uma profunda comunhão com Deus e foi usado por Deus para realizar milagres extraordinários: Ele profetizou e não choveu por três anos e seis meses; profetizou e Deus deu chuva novamente; foi alimentado com carne pelos corvos; profetizou que a farinha e o azeite da viúva não se acabariam até Deus mandar chuva novamente; orou e Deus ressuscitou filho da viúva de Sarepta; orou e Deus mandou fogo do Céu no monte Carmelo; foi alimentado por um anjo no deserto; e, por último, foi arrebatado ao Céu. 

Quando lemos os relatos dos milagres realizados por Elias, principalmente o episódio do confronto entre Elias e os profetas de Baal, temos a impressão de que a sua vida foi fácil. Os profetas de Baal clamaram ao seu deus, até se retalhando com facas e não houve resposta alguma. Em seguida, Elias chamou ao Senhor, caiu fogo do Céu e consumiu totalmente o altar molhado e até a água. O povo gritou: Só o Senhor é Deus! Elias mandou matar os falsos profetas e saiu vitorioso. A impressão que temos é que ele passou a ser visto como um herói nacional, mas não foi bem assim. 

Desde que profetizou contra Acabe pela primeira vez, dizendo que não iria chover, Elias  teve que fugir da sua terra e viver escondido, sendo totalmente dependente de Deus. Primeiro foi sustentado por corvos e depois por uma viúva. Não sabemos se Elias tinha pais e irmãos vivos. O fato é que ele passou a viver na solidão, em outro país, por três anos e meio. Quando retornou, fez um desafio a Acabe contra os profetas de Baal e Aserá. Saiu vencedor daquele confronto. Mas, em vez de receber o apoio do povo e do rei, recebeu uma ameaça de morte da temida rainha Jezabel (1 Rs 19.2), que num passado recente, havia mandado matar os profetas do Senhor. Elias estava exausto e esgotado emocionalmente com tudo aquilo e fugiu. 


2. O pedido para morrer. Elias deixou o seu ajudante em Berseba e caminhou para o deserto, aproximadamente 25 a 32 km (caminho de um dia). Sentou-se debaixo de um zimbro. Em seu cansaço e esgotamento Elias pediu para morrer. Em seguida deitou-se e dormiu. O Anjo do SENHOR o acordou e lhe disse para levantar-se e comer um pão cozido sobre brasas que estava ao seu lado. Elias se levantou, comeu, bebeu água e tornou a deitar. O Anjo o despertou novamente para que comesse, pois o caminho a percorrer seria longo. Elias comeu e com a força daquela comida, caminhou por quarenta dias até Horebe, o monte de Deus, e ali escondeu-se dentro de uma caverna e passou a noite. Elias era um homem comum, sujeito às mesmas paixões que nós. Mesmo os homens de Deus, que são usados por Deus para fazer grandes coisas, não são super homens e estão sujeitos a esgotamento, cansaço e depressão. 


3. A resposta de Deus. Dentro da caverna, Elias ouviu a voz de Deus que dizia: - Que fazes aqui, Elias? Elias fez a sua reclamação a Deus, dizendo que ele tinha sido extremamente zeloso pelo Senhor dos Exércitos e que o povo de Israel havia deixado a aliança com o Senhor: Derrubaram os altares do Deus de Israel, mataram os seus profetas e, segundo Elias, só restava e ele e estava sendo caçado para morrer. 

Deus, então, ordenou que Elias saísse da caverna e se apresentasse perante Ele. Quando Elias saiu, viu um grande vento quebrando tudo. Mas, o Senhor não estava no vento. Depois do vento, um terremoto e um fogo. Mas, Deus também não estava neles.  Por último, uma voz mansa e delicada repetiu a pergunta: - Que fazes aqui, Elias? Elias repetiu a mesma resposta. 

A resposta de Deus foi de cuidado e acolhimento. Deus lhe deu forças e encorajou-o para novas missões. Deus disse que Elias não estava sozinho, pois, Ele havia reservado sete mil pessoas que não se dobraram diante de baal. Em seguida, Deus ordenou que Elias ungisse a Hazael como rei da Síria, Jeú como rei de Israel e Eliseu para sucedê-lo como profeta. Deus iria trazer julgamento aos ímpios: os que escapassem da espada de Hazael, seria mortos por Jeú; e os que escapassem de Jeú seriam mortos por Eliseu. Elias retornou e fez como Deus lhe ordenara. 

 

CONCLUSÃO DA LIÇÃO


Esta lição nos mostra o exemplo da luta e fidelidade do profeta Elias, em tempos de apostasia e idolatria generalizadas. Muitas pessoas acham que servir a Deus é um mar de rosas, onde o crente só tem vitórias. Mas, não é bem assim. Os verdadeiros servos de Deus passam por duras lutas, perseguições e aflições. Mas, tem garantidos o cuidado e proteção do Senhor. No final, a vitória é do povo de Deus. Quando Elias estava esgotado e pedindo para morrer, o SENHOR o amparou e levou-o para si.


Pb. Weliano Pires



23 julho 2021

A ORAÇÃO DE ELIAS


1. Os preparativos de Elias. Após o fracasso dos profetas de Baal, Elias iniciou o seu sacrifício. Em primeiro lugar, ele consertou o altar do Senhor que estava em ruínas. Para isso, juntou doze pedras, representando as doze tribos de Israel. Colocou lenha sobre as pedras e partiu o bezerro em pedaços. Por último, mandou cavar um rego ao redor do altar e enchê-lo de água abundantemente. Elias tinha certeza de que Deus iria respondê-lo, pois ele havia feito tudo seguindo as orientações de Deus. Agora ele deixou o altar totalmente molhado, para não restar dúvidas de que realmente o fogo era sobrenatural, pois o fogo natural não queima coisas molhadas. O objetivo de Elias não era aparecer ou exaltar-se. Ele  desejava trazer o povo de volta à fé no Único e Verdadeiro Deus. 

2. Uma oração confiante. Elias fez uma oração simples, com poucas palavras, porém, foi uma oração de fé. Em sua oração, Elias falou para Deus que fizera tudo segundo a Palavra de Deus, para que o povo cresse que só o Senhor é Deus (1 Rs 18.37). Em momento algum, ele determinou, exigiu ou decretou alguma coisa. Quando falou de si mesmo para Deus, a única referência foi “eu sou teu servo”. 

A oração é um diálogo do crente com Deus. Neste diálogo deve haver sinceridade absoluta, pois Deus é onisciente e não se impressiona com falsos discursos. Toda oração deve ser dirigida única e exclusivamente a Deus. Não podemos fazer orações a anjos, santos, ou qualquer tipo de intermediário, pois, isso constitui-se em pecado de idolatria. Elias dirigiu a sua oração ao Deus dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó (1 Rs 18.36a). 

Na oração, devemos nos dirigir a Deus em adoração e humildade, reconhecendo a sua soberania, pois somos criaturas e servos e Ele é Deus e Senhor. (1 Rs 18.36b). Somos aceitos como filhos por adoção, mas isso não nos torna iguais a Ele. Toda oração deve ser feita de acordo com a vontade de Deus. Elias disse a Deus que fizera todas estas coisas “segundo a Tua Palavra” (1 Rs 18 36). Em nossas orações nunca devemos pedir coisas que não agradam a Deus ou que contrariam a Sua Palavra, pois, certamente não seremos ouvidos. (Tg 4.3; 1 Jo 5.14). 

As nossas orações devem ter objetivos nobres. Existem orações diferentes: súplicas, ações de graças, intercessão, clamor, conversa diária com Deus, adoração, etc. Podemos reunir tudo isso em uma única oração, mas, há casos em que oramos exclusivamente por uma causa. Entretanto, em toda oração o objetivo tem que ser glorificar a Deus e fazer o bem ao próximo. No caso de Elias, ele fez um clamor a Deus, por uma resposta com fogo, para tornar o coração do povo para Deus. Ele deixou claro em sua oração, que Deus estava usando-o para fazer aquilo (1 Rs 18.37). 

3. A misericórdia de Deus. Deus deseja que haja alguém intercedendo para que Ele execute a sua misericórdia. Em vários textos bíblicos encontramos que Deus é misericordioso e compassivo. Deus não tem prazer na morte do ímpio e deseja que pecadores se arrependam. Muitas pessoas dão ênfase apenas à santidade e à justiça de Deus e esquecem da sua misericórdia. O profeta Jeremias diz que “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos” (Lm 3.22). Nesta resposta de Deus à oração de Elias, Deus oferece a Israel, mais uma oportunidade de reconhecer que somente Ele é Deus e abandonar a idolatria. Infelizmente, Israel não aproveitou esta oportunidade e continuou na idolatria até ser finalmente levado para o cativeiro da Assíria.


Pb. Weliano Pires


22 julho 2021

O DESAFIO NO MONTE CARMELO


Neste primeiro tópico, vamos estudar o desafio proposto pelo profeta Elias ao povo de Israel. Elias foi um profeta muito zeloso pelas coisas de Deus, que confrontou a idolatria e a maldade da família real do Reino do Norte nos governos de Acabe e Acazias, seu filho. Isso despertou a fúria de Acabe e sua esposa Jezabel contra ele. Elias teve que fugir da sua terra por três anos e meio, o tempo que durou a seca profetizada por ele. Acabe o procurou por todo o território de Israel, mas, não o encontrou. 


1. O zelo de Elias o pôs diante de um confronto. Após confrontar o rei Acabe, anunciando que não iria chover, Elias seguindo a orientação divina, saiu da terra de Israel e abrigou-se em Sarepta, na casa de uma viúva. Agora, foi orientado por Deus a retornar e encontrar-se com o rei Acabe, como vimos na lição passada. Elias falou para Acabe reunir o povo de Israel, os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas de Aserá, no Monte Carmelo. 

Diante do povo, Elias perguntou: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o” (1 Rs 18.21). Entretanto, o povo não respondeu nada. Esta palavra coxear vem de coxo e significa capengar, mancar, ou pender para um lado. Em sentido figurado significa hesitar ou vacilar. Era isso que Elias quis dizer sobre a situação espiritual do povo de Israel, que vivia um estado de completa cegueira espiritual, adorando às divindades fenícias, Baal e Aserá.


2. O problema de não saber a quem adorar. O primeiro dos mandamentos da Lei é "Não terás outros deuses diante de mim" (Ex 20.1). Em Deuteronômio 6, no texto conhecido como "Shemá", lemos: "Ouve ó Israel, o SENHOR vosso Deus é o Único Senhor" (Dt 6.4). Portanto, era inadmissível que o povo de Deus não soubesse a quem deveria adorar. 

A idolatria consiste na adoração ou culto a qualquer pessoa, objeto ou local. Qualquer coisa que se coloca no lugar de Deus, torna-se um ídolo. Existem várias formas de idolatria. Muitos idolatram a fama, o dinheiro, a beleza, etc. Se tiverem que escolher entre estas coisas e Deus, ficam com elas e rejeitam a Deus, como fez o jovem rico (Mt 19.16-30). Deus não aceita dividir a sua Glória com ninguém, pois Ele é o Único Deus (Is 42.8). Jesus disse que se alguém amar a qualquer pessoa mais do que a Ele, não é digno dele. (Mt 10.37). A Bíblia nos alerta que os idólatras não herdarão o reino de Deus. (1 Co 6.9; Gl 6.19-21; Ap 21.8; 22.15). 


3. O desafio do fogo. Diante do silêncio do povo à sua pergunta, Elias propôs um desafio ousado. Os profetas de Baal preparariam um altar e partiriam um bezerro em pedaços para o sacrifício, porém, não poderiam colocar fogo. Depois, Elias faria o mesmo com outro bezerro. Os profetas de Baal invocariam o seu deus e Elias invocaria ao Deus de Israel. A divindade que respondesse enviando fogo sobre o altar, seria considerada o Deus Verdadeiro. O povo, de imediato aceitou o desafio. 

Os profetas de Baal fizeram orações e rituais, desde a manhã até ao meio dia. Mas, não houve resposta alguma. Elias zombava deles, para que insistissem no clamor, com mais intensidade, pois Baal poderia estar viajando ou dormindo. Eles clamaram mais alto, dançaram e se retalharam com facas, mas não houve nenhum sinal. Chegando o horário do sacrifício da tarde, que acontecia às 15:00, Elias chamou o povo a si e iniciou os preparativos para o seu sacrifício, como veremos no próximo tópico.


Pb. Weliano Pires


20 julho 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 4: ELIAS E OS PROFETAS DE BAAL E ASERÁ



Na lição passada falamos sobre o confronto entre o casal Acabe e Jezabel e o profeta Elias. Nesta semana, teremos uma continuidade do assunto, falando sobre o confronto entre o profeta Elias e os profetas de Baal e Aserá, no Monte Carmelo.

Abaixo, algumas qualidades e Realizações do profeta Elias: 

• Era natural do povoado de Tisbe, na região de Gileade. Por isso é chamado de Elias, o tisbita. (1 Rs 17.1). 

• Era um homem sujeito às mesmas paixões que nós. (Tg 5.17,18)

• Foi o mais famoso e dramático profeta de Israel.

• Predisse o princípio e o fim de uma seca de três anos e meio. (17.1; 18.41-46). 

• Foi usado por Deus para ressuscitar um filho da viúva de Sarepta. (1 Rs 17.17-24). 

• Representou Deus em uma disputa com sacerdotes de Baal e Aserá. (1 Rs 18).

• Foi levado ao Céu num redemoinho (2 Rs 2.11). 

• Estava com Moisés no episódio da transfiguração de Jesus no Novo Testamento. (Mt 17.1-8). 

No primeiro tópico falaremos sobre o desafio de Elias aos profetas de Baal e Aserá, no Monte Carmelo. Devido à apostasia e idolatria generalizadas, o zelo de Elias o colocou em confronto com os falsos profetas. O povo de Israel "coxeava" entre dois pensamentos, sem saber a quem adorar. Elias lhes fez um desafio ousado: somente o Deus que respondesse com fogo deveria ser adorado.

No segundo tópico, falaremos sobre a oração de Elias. Antes de orar, Elias fez os preparativos para o milagre acontecer: consertou o altar, juntando doze pedras, representando as doze tribos de Israel; cavou um rego ao redor do altar e mandou enchê-lo de água. Em seguida, Elias fez uma oração curta e confiante. Em sua oração, Elias falou para Deus que fizera tudo segundo a Palavra de Deus, com o objetivo de fazer o povo crer que só o Senhor é Deus. A resposta de Deus com fogo, mostrou a sua misericórdia, dando a Israel mais uma oportunidade para reconhecer que só Ele é Deus e abandonar a idolatria.

No terceiro e último tópico, falaremos sobre a ida de Elias ao Monte Horebe, após receber ameaças de morte, vindas de Jezabel. Os feitos e os confrontos de Elias com Acabe, Jezabel e os falsos profetas, o levaram à exaustão. Isso nos mostra que até mesmo os homens e mulheres de Deus muitas vezes se esgotam. O cansaço e esgotamento de Elias o levaram a pedir para morrer. Entretanto, ele não tentou suicídio. Pediu para Deus lhe tirar a vida. Diante do pedido para morrer, a resposta de Deus foi de cuidado e acolhimento. Deus lhe deu forças, encorajando-o para novas missões.

Pb. Weliano Pires

19 julho 2021

Lição 4 – Elias e os Profetas de Aserá e Baal


25 de Julho de 2021

TEXTO ÁUREO:

Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.” (1 Rs 18.38)

 

VERDADE PRÁTICA:

O Senhor sustenta com sua forte mão todos os que estão dispostos a proclamar a verdade de que Ele é o único Deus digno de adoração.

 

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Sl 37.18,19 

Deus cuida de seus filhos e não os deixa desamparados

Terça – Sl 7.9 

Deus conhece a sinceridade do coração dos seus filhos

Quarta – Is 42.8 

O único digno de glória e honra é o Senhor Deus

Quinta – Êx 20.3,4 

O Senhor impõe como mandamento não ter outros deuses além dEle

Sexta – Sl 145.14-18 

Deus é aquEle que sustenta seus filhos, mesmo em tempo de dificuldades

Sábado – 1 Co 8.6 

Quem serve a Deus de coração compreende que há um só Deus e que tudo pertence a Ele

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:

1 Reis 18.22-24,26,29,30,38,39; 19.8-14


1 Reis 18

22 – Então, disse Elias ao povo: Só eu fiquei por profeta do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta homens.

23 – Deem-se-nos, pois, dois bezerros, e eles escolham para si um dos bezerros, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo, e eu prepararei o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo.

24 – Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra.

26 – E tomaram o bezerro que lhes dera e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar que se tinha feito.

29 – E sucedeu que, passado o meio-dia, profetizaram eles, até que a oferta de manjares se oferecesse; porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma.

30 – Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e reparou o altar do SENHOR, que estava quebrado.

38- Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.

39 – O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus!

 

1 Reis 19

8 – Levantou-se, pois, e comeu, e bebeu, e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.

9 – E ali entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do SENHOR veio a ele e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?

10 – E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram o teu concerto, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e buscam a minha vida para ma tirarem.

11 – E ele lhe disse: Sai para fora e põe-te neste monte perante a face do SENHOR. E eis que passava o SENHOR, como também um grande e forte vento, que fendia os montes e quebrava as penhas diante da face do SENHOR; porém o SENHOR não estava no vento; e, depois do vento, um terremoto; também o SENHOR não estava no terremoto;

12 – e, depois do terremoto, um fogo; porém também o SENHOR não estava no fogo; e, depois do fogo, uma voz mansa e delicada.

13 – E sucedeu que, ouvindo-a Elias, envolveu o seu rosto na sua capa, e saiu para fora, e pôs-se à entrada da caverna; e eis que veio a ele uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias?

14 – E ele disse: Eu tenho sido em extremo zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram o teu concerto, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e buscam a minha vida para ma tirarem.

 

HINOS SUGERIDOS: 45, 377, 459

 

OBJETIVO GERAL:

Revelar que Deus opera milagres através de seus filhos.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

  • Salientar que é necessário e urgente enfrentar o pecado;

  • Relatar que Deus responde às nossas súplicas;

  • Expor as fragilidades do ser humano.

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Antes de convocar os profetas de Baal para o grande desafio, Elias indagou ao povo: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o” (1 Rs 18.21). Comece a aula perguntando o significado de “pensar”, “coxear”, e “coxear entre dois pensamentos”.

Pensar para decidir ou escolher algo é como pôr as coisas numa balança para se avaliar o peso de cada uma. Ora a balança pende para um lado, ora pende para o outro. Coxear significa mancar como um coxo, capengar, claudicar, pender de um lado para o outro. Quem coxeia dá um passo e se inclina para a direita e no próximo passo se inclina para a esquerda. É por isso que “coxear entre dois pensamentos” tem o sentido figurado de hesitar, vacilar. Isso era o que Elias quis dizer sobre a situação espiritual do povo de Israel.

 

INTRODUÇÃO


O profeta Elias é um dos mais relevantes personagens da Bíblia. Foi ele que apareceu com Moisés no Monte da Transfiguração conversando com Jesus.

Este destacado profeta é, sem dúvida, um modelo de servo perseverante e fiel para todo cristão. Nesta lição, veremos como Elias desafiou corajosamente a idolatria em Israel; como orava de modo simples, mas cheio de confiança; e como, apesar de tudo o que fez, expôs sua humanidade ao cair em desânimo.

 

PONTO CENTRAL

O Senhor sempre intervém a nosso favor diante das adversidades.

 

I – O DESAFIO NO MONTE CARMELO

1. O zelo de Elias o pôs diante de um confronto. Devido à apostasia do povo e à falta de liderança espiritual do rei Acabe, e de outros que lhe antecederam, Elias, como alguém que conhece muito bem o Deus que serve, viu-se na condição de lançar um grande desafio diante de todos. Mandou chamar os profetas de Baal e lhes incitou dizendo: “o deus que responder por fogo esse será Deus” (1 Rs 18.24).  O profeta foi levado a fazer isso em função da pergunta, sem resposta, que lançou antes do confronto: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o” (1 Rs 18.21). O povo não tinha resposta para esta pergunta porque estava em dúvida sobre quem, de fato, era o verdadeiro Deus.

2. O problema de não saber a quem adorar. Este triste dilema espiritual se faz presente todas as vezes que o povo de Deus se envolve com a idolatria, pois os que adoram ídolos não conseguem enxergar o verdadeiro amor e cuidado divinos, uma vez que, a despeito de terem todas as características de divindade, esses pretensos deuses não passam de ilusão inventada pelo homem. Entretanto, mesmo sendo falsos, esses ídolos exercem muita força e influência sobre o coração do homem, tornando-o tão ignorante quanto eles próprios (Sl 135.18).

Vale destacar que os ídolos não precisam necessariamente ser físicos, pois podem estar camuflados no coração humano a fim de controlarem as decisões e toda a vida de uma pessoa. Jesus nos alertou sobre isso (Mt 6.24).

3. O desafio do fogo. Elias tinha certeza de que Deus era com ele e, por isso, propôs o desafio: o Deus que respondesse com fogo deveria ser adorado. Os que andam com Deus não precisam desafiá-lo para testarem sua lealdade e seu amor. Tais pessoas são tão íntimas de Deus que são impelidas, guiadas, conduzidas em seu coração para aquilo que o Senhor quer fazer. Portanto, não foi a vontade de Elias lançar o desafio, mas a do próprio Deus para, mais uma vez, mostrar ao povo de Israel que Ele era, sempre foi e sempre será o único Deus verdadeiro, a quem deveria servir.

 

SÍNTESE DO TÓPICO I

Assim como Elias confrontou os profetas de Baal diante da idolatria, os servos do Senhor devem estar dispostos a confrontar todo tipo de pecado.

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO


Em sentido amplo a idolatria pode indicar a veneração ou adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição ou ambição que tome o lugar de Deus, ou que diminua a honra que lhe devemos. Deus nunca admitiu outro além dEle. O Todo-Poderoso não divide seu louvor com quem quer que seja: Ele é o único. O Senhor é Deus zeloso e requer exclusividade. Jamais repartiria seu povo com um suposto rival. Por esta razão assevera enfaticamente: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3).

Promova um pequeno debate em sua turma fazendo uma simples pergunta: “O que é idolatria hoje?”

 

Todas as imagens, esculturas ou quaisquer outras inovações com o objetivo de tornar o culto mais atraente pelo seu visual divergem do sincero propósito de cultuar a Deus em espírito e verdade e, por isso, constituem um tropeço para uma verdadeira adoração.

 

II. A ORAÇÃO DE ELIAS

1. Os preparativos de Elias. Diante da impossibilidade de resposta de Baal aos apelos de seus adoradores, Elias começou os preparativos para a operação do milagre (1 Rs 18.23). A primeira coisa que fez foi reparar o altar do Senhor, que estava quebrado; consequência imediata da idolatria (1 Rs18.30). A seguir,  juntou doze pedras que simbolizavam as doze tribos de Israel, cavou um rego em volta do altar, colocou a lenha, dividiu o bezerro em pedaços sobre a lenha e pediu para que se derramasse doze cântaros de água sobre o altar, de tal modo que ficasse totalmente encharcado; o que estava nele, e o rego em sua volta (1 Rs 18.31-35).

2. Uma oração confiante. A oração de Elias foi simples e curta, contrastando com as súplicas dos profetas de Baal (1 Rs 18.36,37).  Elias queria mostrar que, para Deus responder, não são necessárias cerimônias especiais, sacrifícios ou mutilações. Basta o exercício da fé no verdadeiro Deus.

É relevante ressaltar que o profeta Elias, em sua oração, declarou, diante do povo, que o Deus a quem ele orava era o mesmo Deus dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, e que, pelo fato de também ser um servo de Deus e estar cumprindo a vontade dEle, tinha direito à manifestação divina como resposta.

Nesta oração, o profeta expõe o verdadeiro motivo de ter erigido aquele altar, e da necessidade de Deus responder com fogo: “para que este povo conheça que tu, Senhor, és Deus e que tu fizeste tornar o seu coração para trás” (1 Rs 18.37).

3. A misericórdia de Deus. Na oração de Elias está claro que o desejo de Deus era que seu povo se voltasse para Ele através daquela demonstração de poder. A descida do fogo que consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, o pó e ainda secou toda a água que estava ao redor do altar (1 Rs 18.38) é uma exata comprovação, não apenas de que Ele é Deus e está acima de tudo e de todos, mas de que Ele estava dando a Israel uma nova oportunidade de comunhão. A reação do povo foi unânime em reconhecer que o Eterno é o Deus verdadeiro (1 Rs 18.39). Com isso, a seca que já durava três anos e meio terminou (1 Rs 18.41,44). Elias subiu ao cume do monte Carmelo, orou a Deus e caiu uma abundante chuva (1 Rs 18.45).

 

CONHEÇA MAIS…


Os profetas de Baal foram ao duelo com o profeta Elias, os 400 profetas de Aserá não aceitaram o desafio de Elias.

Elias disse a Acabe para levar não apenas os 450 profetas de Baal, mas também os 400 profetas de Aserá, a “esposa” de Baal (1Rs 18.19). Ao que parece, somente os profetas de Baal aceitaram o desafio (1Rs 18. 22, 26). Tanto é que somente os profetas de Baal, foram mortos depois do duelo com Elias (1Rs 18.19, 40; 1 Rs 19.1), se os profetas de Aserá estivessem juntos com os profetas de Baal, eles também seriam mortos.

(Fonte: Revista Digital Cristão Alerta)

 

SÍNTESE DO TÓPICO II

Quando exercitamos a nossa fé e confiança no Senhor, Ele responde nossas orações e nos livra de qualquer adversidade.

 

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO


“Elias rapidamente obtém do seu Deus uma resposta por fogo. Os profetas de Baal são forçados a desistir de sua causa e, agora, é a vez de Elias apresentar a sua. Vejamos se ele se dá bem:

Ele reparou o altar.

Ele jamais usaria o deles, que tinha sido contaminado com as orações a Baal, mas, encontrando em ruínas um altar ali, que anteriormente tinha sido usado no culto ao Senhor, ele escolheu reparar aquele (v.30) para insinuar a eles que ele não estava ali para introduzir nenhuma nova religião, mas reviver a fé e a adoração ao Deus de seus pais e convertê-los ao primeiro amor que tiveram e às primeiras obras que praticaram. Ele não podia levá-los ao altar em Jerusalém a menos que pudesse unir dos dois reinos novamente (o que, para a correção de ambos, Deus determinou que agora isso não devia ser feito), por isso, pela sua autoridade profética, ele constrói um altar no monte Carmelo e assim reconhece aquele que anteriormente tinha sido edificado ali. […]

Então ele solenemente dirigiu-se a Deus em oração diante do seu altar, suplicando-lhe humildemente: lembre-se de todas as suas ofertas e aceite os teus holocaustos (Sl 20.3) para comprovar a sua aceitação dela. A sua oração não foi longa, pois ele não usou vãs repetições nem pensou que por muito falar seria ouvido; mas ela foi muito séria e serena, e mostrou que a sua mente estava calma e tranquila, e longe do ardor e das desordens em que se encontravam os profetas de Baal (vv. 36,37). Embora ele não estivesse no lugar designado, escolheu a hora prescrita da oferta de manjares, para testificar com isso sua comunhão com o altar em Jerusalém. Embora ele esperasse uma resposta por fogo, ainda assim aproximou-se do altar com coragem, e não temeu aquele fogo”.

(HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.519,20).

 

III. ELIAS EM HOREBE

1. Os feitos e a exaustão do profeta. Elias chegou à exaustão diante de tantos embates que enfrentou para fazer o povo de Deus retornar ao caminho (1 Rs 19.5). Isso mostra que até mesmo os crentes mais fiéis podem vir a sofrer depressão e desânimo na sua caminhada, mesmo depois de serem usados pelo Senhor de forma extraordinária, como foi Elias.

Isso significa que aqueles que ascendem em posição na obra de Deus também podem descer em proporções iguais. Vejamos os grandes feitos de Elias em sequência: conseguiu reunir o povo no Carmelo através de Acabe, seu inimigo; fez descer fogo do céu no altar molhado; fez o povo, mesmo em rebeldia, se dobrar diante do Senhor; eliminou cerca de 850 profetas de Baal e Aserá, que recebiam apoio do rei; fez chover após grande período de seca; correu mais depressa que a carruagem de Acabe; e foi sustentado por um anjo.

2. O pedido para morrer. A despeito das portentosas obras que fez, Elias foi terrivelmente perseguido e ameaçado por Jezabel, a rainha. A opressão foi tanta que o profeta, tomado de um sentimento de autopiedade, mesmo fugindo para não morrer, desejou a morte em seu íntimo (1 Rs 19.4). Por isso, a Bíblia afirma que “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós” (Tg 5.17).

3. A resposta de Deus. Deus interveio de forma miraculosa, enviando até Elias um anjo que lhe trouxe pão e água, tirando-o daquela situação de intenso desânimo (1 Rs 19.5-7). Nisto depreendemos que a comunhão e a palavra estavam à disposição do profeta. A partir de então, ele se deixou levar pelo mover de Deus através do vento, do terremoto, do fogo, da voz mansa e delicada (1 Rs 19.11,12). Elias teve oportunidade de confessar seu estado de desespero, e Deus lhe deu novos sentidos para continuar seu ministério: ungir Hazael como rei da Síria, Jeú como rei de Israel e Eliseu para lhe suceder como profeta (1 Rs 19.15,16).

 

SÍNTESE DO TÓPICO III

Deus compreende nossos momentos de desânimo e fadiga, pois eles fazem parte da nossa humanidade.

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO


“O compromisso sincero de Elias com Deus nos choca e nos incentiva. Ele foi enviado para confrontar — não consolar — e Elias pronunciou as palavras de Deus a um rei que, muitas vezes, rejeitava a mensagem simplesmente porque Elias a trazia. Elias decidiu exercer seu ministério apenas para Deus e pagou por essa decisão, sendo isolado de outras pessoas que também eram fiéis a Deus.”

Para que seus alunos reflitam melhor sobre quem foi Elias e como desenvolveu seu ministério profético, peça a eles que relacionem no quadro as “Qualidades e Realizações” do profeta Elias, conforme o modelo abaixo. Atenção! Somente mostre o resultado depois que eles cumprirem a tarefa.

 

QUALIDADES E REALIZAÇÕES: 

• Foi o mais famoso e dramático profeta de Israel.

• Predisse o princípio e o fim de uma seca de três anos.

• Foi usado por Deus para ressuscitar um filho morto e devolvê-lo à sua mãe.

• Representou Deus em uma disputa com sacerdotes de Baal e Aserá.

• Estava com Moisés no episódio da transfiguração de Jesus no Novo Testamento.

(Extraído e adaptado da Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.733).

 

CONCLUSÃO


A vida de Elias é um grande exemplo para todo crente que fielmente serve ao Senhor. Ainda que à sua volta quase todos estejam contaminados pela idolatria e toda forma de injustiça, o cristão não pode perder o ânimo e a vontade de lutar pela causa do Senhor. Elias é exemplo do cuidado e da fidelidade de Deus quando o crente fiel decide seguir o que a Palavra de Deus ensina e não aquilo que a maioria acha que está certo.

 

QUESTIONÁRIO


1. Qual foi o desafio lançado por Elias aos profetas de Baal?

“O deus que responder por fogo esse será Deus” (1 Rs 18.24b).

 

2. O que motivou Elias a desafiar os profetas de Baal? 

Mostrar ao povo de Israel que Ele era, sempre foi, e sempre será o único Deus verdadeiro, a quem deveria servir.

 

3. Qual foi a primeira providência de Elias nos preparativos para a descida do fogo divino?

A primeira coisa que Elias fez foi reparar o altar do Senhor, que estava quebrado.

 

4. Qual foi o desejo de Deus para o seu povo?

O desejo de Deus era que seu povo se voltasse para Ele através daquela demonstração de poder.

 

5. Que exemplo a vida de Elias nos deixou?

A vida de Elias é um exemplo do cuidado e da fidelidade de Deus quando o crente fiel decide seguir o que a Palavra de Deus ensina e não o que a maioria acha que está certo.

 

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