09 abril 2025

JESUS E NICODEMOS

(Comentário do 1º tópico da Lição 02: O Novo Nascimento) 

Ev. WELIANO PIRES 

No primeiro tópico, falaremos de alguns detalhes do encontro entre Jesus e Nicodemos. Inicialmente, traremos as informações que temos sobre a pessoa de Nicodemos. Na sequência, falaremos do reconhecimento de Nicodemos sobre Jesus como Mestre, o que indica que ele reconhecia a autoridade espiritual de Jesus. Por fim, analisaremos os detalhes do diálogo entre Jesus e Nicodemos. 

1. Quem era Nicodemos? Temos poucas informações sobre Nicodemos na Bíblia. O seu nome é grego e significa “conquistador do povo”. Ele aparece na Bíblia somente no Evangelho segundo João, em três ocasiões: Neste diálogo com Jesus, em João 3.1-21, que é o assunto desta lição; Depois, em João 7.50-52, ele aparece em uma discussão com os fariseus sobre Jesus, na qual, ele deu um parecer favorável a Jesus, quando os seus pares mandaram prendê-lo e foi chamado de ignorante; Por último, em João 19.39-40, no sepultamento de Jesus, ele aparece auxiliando José de Arimatéia, na preparação do corpo de Jesus para a sepultura. Isso nos leva a concluir que ele era um pessoa de posses. 

A Bíblia também não nos informa nada a respeito da origem de Nicodemos. O texto de João 3.1, diz o seguinte sobre Nicodemos: “Havia um homem entre os fariseus, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus”. Por estas informações, concluímos que ele era membro do partido dos fariseus e era membro do Sinédrio. O termo grego usado para se referir à sua posição entre os judeus é archon, que significa governador ou príncipe. Algumas versões o traduzem como “líder dos judeus”. Este termo era usado para se referir aos membros do Sinédrio.

Os fariseus, partido religioso ao qual Nicodemos pertencia, surgiu provavelmente no período que antecedeu a guerra dos macabeus, com o objetivo de resistir e fazer oposição aos costumes helenísticos e aculturação do povo judeu. Este nome apareceu pela primeira vez durante a época do governo de João Hircano, que governou a Judéia entre 135 e 105 a.C. O próprio João Hircano, que era sumo sacerdote, era também um fariseu. Mas, depois passou para o partido dos saduceus. 

A palavra hebraica “prushim” (fariseus) tem origem incerta. O sentido mais provável é “separado”. Eles eram muito rigorosos na observância não apenas da Lei escrita, mas também da tradição oral. Além dos mandamentos da Lei de Moisés, os fariseus criaram muitas regras preventivas, para “evitar que as pessoas pecassem”. Boa parte dos fariseus eram hipócritas e legalistas e, por isso, o grupo sofreu duras críticas de Jesus no capítulo 23 de Mateus. Por causa dessa hipocrisia de alguns, o termo fariseu passou a ser usado para classificar alguém como um religioso legalista e hipócrita. Entretanto, nem todos os fariseus eram hipócritas. Temos pelo menos três exemplos de fariseus na Bíblia, que eram pessoas sinceras e tementes a Deus: o próprio Nicodemos, Gamaliel e Saulo. 

O Sinédrio, do qual Nicodemos era membro, era a suprema corte judaica, formada por sacerdotes anciãos e escribas. Os anciãos que faziam parte do Sinédrio eram líderes comunitários muito respeitados, indicados para representar os israelitas na corte, ao lado dos escribas e sacerdotes. Os membros do Sinédrio não eram qualquer pessoa, escolhida aleatoriamente como acontece atualmente com os jurados nos tribunais. Eram pessoas idôneas, notáveis e respeitadas na sociedade. 

2. O reconhecimento de Nicodemos sobre Jesus como Mestre. Nicodemos iniciou a sua conversa com Jesus, chamando-o de “Rabi”, que é a transliteração do termo hebraico “Rabbi”, que significa “Meu Mestre”. Rabbi, que tem origem na raiz hebraica “Rav”, que no hebraico bíblico significa "grande", "distinto", ou “notável” (no conhecimento). Ao chamar Jesus de Rabi, Nicodemos reconheceu que Ele era um mestre vindo de Deus, por causa dos milagres que Ele fazia. Em suas palavras iniciais, podemos notar que ele havia presenciado alguns milagres de Jesus e entendeu que eram verdadeiramente manifestações do poder de Deus. Este mestre da lei procurou Jesus não com interesse em criticá-lo, ou apanhá-lo em alguma falta. Ele, de fato, procurou entender a mensagem de Jesus. 

O fato de Nicodemos ter procurado Jesus durante a noite também tem levantado discussões. Alguns sugerem que ele foi à noite, porque temia ser visto conversando com Jesus, por causa da sua posição no Sinédrio. Havia um temor das pessoas que criam em Jesus, confessá-lo publicamente, por medo de serem expulsos da Sinagoga (Jo 9.22; 12.42). Outros sugerem que ele foi à noite por ser mais tranquilo, pois o ministério de Jesus era itinerante e estava sempre cercado de uma multidão. Seja qual for o motivo, o fato é que ele desejava conhecer a Jesus. Depois deste encontro ele se tornou discípulo de Jesus e chegou a defendê-lo de forma genérica, perante os fariseus. 

Podemos notar nesta abordagem de Nicodemos, que não havia hostilidade da parte dele para com Jesus, como costumava haver da parte dos seus companheiros fariseus. Em todas as conversas dos fariseus com Jesus, percebemos que eles tinham inveja dele e agia com astúcia, a fim de apanhá-lo em alguma palavra ou ação para o acusarem perante as autoridades. Para atingir este objetivo, eles passavam por cima das divergências que tinham com os saduceus e com os herodianos, pois os três grupos não gostavam de Jesus: “E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam.” (Mc 3.6).

3. O diálogo entre Jesus e Nicodemos. Diante desta abordagem de Nicodemos, Jesus deu-lhe uma resposta que o deixou perplexo: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus”. (Jo 3.3). A interpretação imediata de Nicodemos para estas palavras de Jesus foi de que Ele estaria sugerindo que a pessoa deveria renascer fisicamente. Esta mesma interpretação equivocada das palavras de Jesus tem sido feita pelo Espiritismo, que ensina que Jesus estava ensinando a reencarnação neste texto. 

O próprio Jesus explicou a Nicodemos que não se tratava de um segundo nascimento físico, mas de um nascimento espiritual, simbolizado por “nascer da água e do Espírito”. Jesus usou as palavras água e Espírito em sentido figurado, para se referir à ação sobrenatural do Espírito Santo que transforma o velho homem, cuja natureza foi corrompida pelo pecado, em uma nova criatura com uma nova natureza segundo os padrões de Deus, como veremos no próximo tópico. 

Aqui neste subtópico, o comentarista associa a simbologia da água e do Espírito à mensagem de João Batista, que falou de batismo nas águas e no Espírito Santo. No texto do Livro de apoio, na página 31, ele defendeu claramente que nascer da água é uma referência ao batismo nas águas: 

“Os teólogos, ao longo da história da igreja, debatem o significado da “água” e imaginam interpretações que fogem completamente ao sentido teológico desse elemento. O que importa entender é que água se refere ao ato batismal como sinal de arrependimento e confissão pública de fé na mensagem do Filho de Deus”. 

Esta interpretação, a meu ver, é equivocada, pois o novo nascimento não tem nada a ver com batismo nas águas, pois o batismo em águas ainda não havia sido ensinado por Jesus e não é condição para a salvação. O batismo é uma ordenança para os que já foram salvos e serve como um testemunho público de que a pessoa nasceu de novo. O batismo não é realizado para salvar a pessoa, mas é ministrado a quem já é salvo. Se o batismo fosse sinônimo de nascer da água como Jesus falou, aqueles que morreram antes do batismo, como o ladrão da cruz, não seriam salvos. Falaremos mais detalhadamente sobre a simbologia da água e do Espírito no terceiro tópico.

REFERÊNCIAS: 

CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.37.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, pp. 1413, 1419.
GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024. 

08 abril 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 02: O NOVO NASCIMENTO

Ev. WELIANO PIRES

Depois de estudarmos o prólogo do Evangelho segundo João, falando sobre o Verbo que se tornou em carne, nesta lição saltaremos para o capítulo 3, versículos 1 a 16, um dos textos mais conhecidos de toda a Bíblia. Conforme falamos na lição passada, não seria possível estudar todo o conteúdo deste Evangelho em um único trimestre, pois são apenas 13 lições e o Livro contém 21 capítulos, com vários temas. Portanto, foi preciso escolher alguns temas do livro para estudar e naturalmente, outros ficaram de fora. 

Nesta lição veremos o diálogo de Jesus com um mestre da Lei chamado Nicodemos. Neste diálogo, Jesus falou a Nicodemos sobre o Novo Nascimento, como condição indispensável para o ser humano ver o Reino de Deus (Jo 3.3). Partindo deste ensino de Jesus a Nicodemos, apresentaremos a doutrina bíblica do Novo Nascimento, também chamada de Regeneração. Esta doutrina faz parte da Soteriologia, que é a parte da teologia sistemática que estuda a respeito da salvação. 

No primeiro tópico, falaremos de alguns detalhes do encontro entre Jesus e Nicodemos. Inicialmente, traremos as informações que temos sobre a pessoa de Nicodemos. Na sequência, falaremos do reconhecimento de Nicodemos sobre Jesus como Mestre, o que indica que ele reconhecia a autoridade espiritual de Jesus. Por fim, analisaremos os detalhes do diálogo entre Jesus e Nicodemos. 

No segundo tópico, falaremos da Doutrina do Novo Nascimento, que também é chamada de Regeneração. Inicialmente, veremos o significado teológico da expressão Novo Nascimento, partindo da palavra grega palingenesia. Na sequência, veremos que a regeneração é uma obra exclusiva de Deus, operada pelo Espírito Santo no interior do pecador que se entrega a Cristo. Por último, falaremos da necessidade de regeneração do pecador. Todos os seres humanos, sem exceção, nascem pecadores e, portanto, necessitam passar pelo processo da regeneração. 

No terceiro tópico, falaremos dos meios para que a obra regeneradora se realize. O primeiro deles é a operação do Espírito Santo, descrita por Jesus de forma metafórica, com a expressão “nascer da água”. O segundo meio de regeneração é a Palavra de Deus, a semente da qual o Espírito Santo se serve, para gerar uma nova criatura. Por fim, falaremos da vontade soberana de Deus de salvar a todos, mas que respeita a livre escolha do ser humano, com base no texto de João 3.16. 


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.37.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, pp. 1413, 1419.


07 abril 2025

Lição 2: O Novo Nascimento - SUBSÍDIO DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO / CPAD

Imagem: CPAD

Nesta lição, estudaremos sobre o novo nascimento como modelo bíblico de transformação radical da natureza do pecador. Essa transformação recebe também o nome de “regeneração”. Na noite em que Nicodemos, um sábio fariseu e principal dos judeus, encontrou-se com Jesus, o Mestre destacou um dos ensinamentos mais preciosos do Evangelho: “Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). A experiência do novo nascimento trata-se da obra do Espírito Santo no interior daquele que crê, uma mudança que ocorre no comportamento da pessoa que verdadeiramente aceitou Jesus como Salvador. 

A transformação gerada pelo Espírito na conduta daquele que crê ocorre, inicialmente, na maneira de pensar. O apóstolo Paulo destaca que pelo conhecimento da Palavra de Deus se crê e, imediatamente, uma mutação tem início no coração do crente (Rm 10.17). Em seguida, a transformação tem continuidade pela renovação do nosso entendimento (Rm 12.2). Uma vez que a graça do Evangelho encontra espaço na vida de uma pessoa, levando-a à conversão de sua fé e conduta, o Espírito opera a transformação espiritual. 

A Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global (CPAD) discorre sobre essa transformação na vida do crente e enfatiza que ela deve ser nutrida diariamente: “Em vez de se conformar com os valores e estilos de vida mundanos, a nossa mente deve ser continuamente renovada e transformada no modo divino de pensar (1Co 2.16; Fp 2.5). Isso só pode acontecer quando gastamos tempo lendo e meditando na Palavra de Deus (isto é, ponderando mais e mais em seu significado e como ela se aplica às nossas vidas; Sl 119.11,148; Jo 8.31,32; 15.7). Isso permitirá que as nossas visões, valores, comportamentos e planos sejam dirigidos pela eterna verdade de Deus, e não pelos padrões passageiros e enganosos do mundo” (2022, p.2051).

Investir tempo em oração e ocupar a mente nos ensinamentos da Palavra de Deus são o modo mais adequado para aprender a disciplinar nossas ações e submeter nosso coração à ação do Espírito Santo (1Tm 4.5). Quando nos colocamos obedientes a Deus, com o coração quebrantado e um espírito voluntário para aprender (Sl 51.10-12), alcançamos o entendimento da boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2). Que possamos entender o novo nascimento não como um evento restrito ao dia em que aceitamos Jesus como único e suficiente Salvador, mas como relacionamento diário com Deus tornando a mudança em nosso caráter uma ação contínua do Espírito Santo.

04 abril 2025

A ENCARNAÇÃO DO VERBO

(Comentário do 3º tópico da Lição 01: O Verbo que se tornou em carne)

Ev. WELIANO PIRES 

No terceiro tópico, falaremos da encarnação do Verbo. Inicialmente falaremos da manifestação do Verbo e a Luz do mundo, trazendo também o significado de luz e trevas na Bíblia. Na sequência, falaremos do privilégio que temos de sermos chamados filhos de Deus, mediante a fé em Jesus. Por último, falaremos da manifestação e habitação do Verbo entre os seres humanos, com base na frase “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. 


1. A manifestação do Verbo e a Luz do mundo. Nos primeiros cinco versículos do prólogo, João fez afirmações muito fortes sobre Jesus, que não deixam nenhuma dúvida de que Ele é Deus. João afirmou que Jesus: Ele existe antes de todas as coisas junto com o Pai e é Deus, mas não é o Pai. João afirmou também que Jesus é o Criador de todas as coisas, evidentemente, junto com o Pai e o Espírito Santo. Ele explicou que em Jesus estava a vida e a vida era a luz. Por fim, João afirmou que a luz veio ao mundo, resplandeceu nas trevas, mas as trevas mas as trevas não a compreenderam. Outras versões dizem que as trevas não prevaleceram contra a luz ou não conseguiram apagá-la. Em outros textos do Evangelho, que veremos em lições posteriores, Jesus afirmou que Ele é tanto a vida, como a luz. Luz e trevas na Bíblia são símbolos, respectivamente, da pureza e do pecado. Jesus é a Luz do mundo porque ele tira o pecado do mundo. 


Nos versículos 6 a 32, João fala da encarnação do Verbo e sobre a vinda de João Batista, que não é o escritor deste livro. Na sequência, ele descreve o testemunho de João Batista sobre Jesus. João não registrou o evento do batismo de Jesus como os outros evangelistas, mas no testemunho de João Batista, ele próprio descreve o que viu quando batizou Jesus: “Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele. Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem você vir descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo." (Jo 1.32,33). Em seu testemunho, João Batista falou da preexistência de Jesus, disse que era inferior a Jesus e que Jesus é aquele que batiza com o Espírito Santo e com fogo. Falou também que Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29,30).


2. O privilégio de nos tornarmos filhos de Deus. Nos versículos 11 e 12, João escreveu o seguinte: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome”. A referência inicial “veio para os seus” se aplica ao povo judeu, pois Jesus manifestou-se inicialmente a eles e foi rejeitado por eles. Isto não significa que Jesus veio somente para eles e, como eles o rejeitaram, Jesus adotou “plano B”, estendendo a salvação para os não-judeus. Em toda a Bíblia está claro que Jesus veio para salvar toda a humanidade, independente da etnia, nacionalidade ou classe social. Entretanto, a sua vinda se daria através da descendência de Abraão. 


A segunda referência, “deu-lhes o poder de serem chamados filhos de Deus”, se aplica a todos os que crerem em Jesus, de qualquer nação, pois Deus não faz acepção de pessoas. Antes de conhecer a Cristo, éramos estranhos e inimigos de Deus. Mas, pela fé em Cristo, recebemos não apenas o perdão dos pecados, mas também o direito de sermos chamados filhos de Deus. Muitas pessoas estão enganadas, pensando que todos os seres humanos são filhos de Deus. A Bíblia é muito clara e afirma que filhos de Deus são apenas aqueles que crêem em Jesus (Jo 1.12). Aqueles que nele crêem se tornam filhos de Deus por adoção. Os demais são apenas criaturas de Deus e não filhos. 


3. A manifestação e a habitação do Verbo. Depois de falar, de forma contundente, sobre a divindade do Verbo, João não deixa de mencionar também a humanidade plena de Jesus. No mesmo capítulo 1, ele escreveu: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. (Jo 1.14). João deixou claro que Jesus tomou a forma humana e habitou entre eles. Ele reafirmou esta verdade também em 1 João 1: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida”. 


A Encarnação do Filho de Deus é uma das doutrinas fundamentais do Cristianismo. Sobre isso, diz-nos a Declaração de Fé das Assembleias de Deus:


"Cremos na concepção e no nascimento virginal de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme as Escrituras Sagradas e anunciado de antemão pelo profeta Isaías, e que ele foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria."


Quando Jesus nasceu, Mateus associou a Ele a profecia de Isaías que diz: "Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel." (Is 7.14). A palavra hebraica "Emanuel" significa "Deus conosco". Portanto, Jesus é Deus, mas se tornou humano e habitou entre nós. 


Conforme vimos no trimestre passado, surgiram várias heresias sobre a Pessoa e a Natureza de Cristo. Os ebionitas e os arianistas negavam a divindade de Jesus. Os docetistas e os gnósticos negavam a sua corporeidade e humanidade. Depois surgiram outras heresias contra a dupla natureza de Jesus. O Nestorianismo não negava a humanidade, nem a divindade de Cristo. Mas defendia que as duas naturezas de Cristo são, na verdade, duas pessoas: uma divina e uma humana. O monofisismo defendia que Jesus tinha duas naturezas antes da sua encarnação, mas estas duas naturezas se fundiram e se tornaram apenas uma natureza, que não é totalmente humana, nem totalmente divina.


Sobre a encarnação do Verbo surgiu outra heresia chamada kenoticismo, palavra derivada grego kenoō, que significa “esvaziar”. Este verbo grego está presente no texto de Filipenses 2.7 que diz: “Mas aniquilou-se [kenoō] a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”. Com base neste texto, o kenoticismo afirmava que Jesus teria se esvaziado dos seus atributos divinos enquanto esteve neste mundo e após a ressurreição os retomou. Isso equivale a dizer que Jesus deixou de ser Deus e depois voltou a sê-lo.


Aqui neste ponto, eu preciso fazer uma correção, referente ao comentário do Pr, Elienai Cabral, no Livro de Apoio. Esta parte do comentário não está na revista, está apenas no Livro. Na página 21, quando falou da encarnação do Verbo, o Pr. Elienai escreveu o seguinte: 


“O apóstolo Paulo entendeu a encarnação do Verbo quando escreveu aos filipenses que Jesus, sendo Deus, aniquilou-se a si mesmo (Fp 2.7), no sentido de despojar-se e privar-se da glória de divindade que tinha, para tomar a forma de homem. Ele não se esvaziou da essência da sua divindade, mas esvaziou-se dos atributos de divindade para se manifestar literalmente como homem comum”.


Um pouco adiante, na página 22, ele escreveu: 


“Jesus preferiu aniquilar-se de sua glória divina para assumir a natureza humana com o propósito de salvar a todos. O seu desejo de resgatar o homem dos seus pecados, fez com que Cristo abdicasse de sua glória e divindade”.


Evidentemente, eu não tenho a pretensão de desmerecer o Pr. Elienai Cabral, que é o comentarista mais antigo, ainda em atividade na CPAD, e tampouco tenho a petulância de querer nivelar-me a ele no conhecimento teológico. Eu sei perfeitamente que ele não nega divindade de Jesus, pois ele deixou isso bem claro tanto no Livro de apoio, quanto na revista. Entretanto, da forma que ele colocou neste texto acima, dizendo que Jesus “esvaziou-se dos atributos de divindade para se manifestar literalmente como homem comum”, ele está afirmando exatamente o que dizia o kenoticismo. 


Ora, Jesus é plenamente Deus e se tornou plenamente humano, mas jamais deixou de ser Deus enquanto viveu neste mundo como homem. Também não deixou de ser humano após a ressurreição, pois o seu corpo ressuscitou e foi glorificado. Ele abriu mão de usar os atributos divinos, mas nunca deixou de tê-los, se não deixaria de ser Deus e isso é impossível, pois Deus não muda em sua essência e atributos. Ele esvaziou-se da Sua glória e manifestou-se como homem, pois nenhum ser humano em sua condição mortal pecaminosa jamais suportaria a glória de Deus. Mas Ele jamais abdicou da sua divindade. 


REFERÊNCIAS:


CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.36.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, p.1410. 

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, p.1410. 

Bíblia de Estudo Plenitude. BARUERI-SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1ª Ed. 2001, p. 1069, 1070.

SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025. 

SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus:  Jesus salva, cura, batiza no Espírito Santo e em breve voltará. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2017, p.28


03 abril 2025

JESUS, O VERBO DE DEUS

(Comentário do 2º tópico da Lição 01: O Verbo que se tornou carne)

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, falaremos de Jesus como o Verbo de Deus. Veremos que a expressão inicial do Evangelho segundo João “No princípio”, ultrapassa o passado de Gênesis 1.1. Na sequência, falaremos da natureza fundamental do Verbo de Deus, no prólogo do Evangelho de João e no Apocalipse. Por fim, falaremos do significado da expressão joanina “No princípio era o Verbo”, analisando o significado da palavra grega logos, traduzida por verbo.


1. A revelação que ultrapassa o passado. João inicia o Evangelho com a expressão “No princípio”, (Gr. En arché), assim como aconteceu no Livro Gênesis. Entretanto, “no princípio” usado em Gênesis 1.1 (Heb. Beheshit), refere-se ao início da criação, quando Deus criou os Céus e a terra. João usa “no príncipio” para se referir à eternidade passada, uma existência infinita, que não teve começo e não terá fim. 


Jesus não teve princípio, porque todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). Nesta mesma linha, o apóstolo Paulo escreveu aos Colossenses dizendo: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.” (Cl 1.16,17). 


Isto significa que Ele criou não apenas as coisas visíveis do Universo, mas também as invisíveis, como os anjos. Portanto, ao contrário do que ensinava o Arianismo, nunca houve um tempo em que o Verbo não existia. Ele é Deus e, portanto, é autoexistente e eterno. Ele nunca foi criado, pois Ele é o Criador de todas as coisas. Na oração de Jesus pelos seus discípulos, Ele falou para o Pai da glória que Ele tinha com o Pai, antes que o mundo existisse (Jo 17.5). 


2. A natureza fundamental do Verbo. No Apocalipse, Jesus apareceu para João, em seu estado glorificado, e declarou: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”. (Ap 1.8). Alfa e Ômega são, respectivamente, a primeira e última letra do alfabeto grego. Evidentemente, Jesus não dizendo que Ele era a totalidade do alfabeto grego, mas falou, em linguagem simbólica, que Ele é o começo e o fim de todas as coisas, assim como Deus falou no Antigo Testamento: “Assim diz o SENHOR, Rei de Israel e seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e fora de mim não há Deus”. (Is 44.6)


Na lição 6 do trimestre passado tivemos uma lição com o tema: O Filho é igual com o Pai. Nesta lição, falamos do significado da expressão bíblica “Filho de Deus” que expressa a divindade de Jesus, assim como a expressão “Filho do homem” revela a sua humanidade. Jesus é Deus assim como o Pai, da mesma substância e natureza. Na Bíblia há abundantes comprovações de que Jesus é Deus. Ele não é um “deus” inferior como ensina o Arianismo. Ele é igual ao Pai, mas não é o Pai como ensina o Unicismo.


3. “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1). A palavra grega traduzida por Verbo é “Logos” e significa “razão”, “palavra” ou “discurso”. O vocábulo Logos é um termo polissêmico, ou seja, possui vários significados. Foi amplamente usado tanto pelos filósofos gregos, quanto pelos judeus. O seu uso, porém, tem significados diferentes. Na filosofia grega, o logos é uma força impessoal e significa o princípio que organiza o Universo, na visão deles, a razão ou o pensamento. Para os judeus, o Verbo de Deus (Heb. Debah Yahweh) é outra forma de se referir a Deus. Nos textos do Antigo Testamento, o  Debah (Verbo) aparece como o Agente da criação (Sl 33.6); a Palavra de Deus, ou a mensagem dos profetas para o seu povo (Os 4.1); e a lei de Deus, com o seu padrão de santidade (Sl 119.11). 


No Novo Testamento, a palavra Logos é usada para se referir à Palavra de Deus, como em Lucas 8.11, na explicação da Parábola do Semeador: "... A semente é a palavra [Logos] de Deus". Também na oração de Jesus por seus discípulos em João 17.17: "Santifica-os na tua verdade; a tua palavra [Logos] é a verdade". Paulo também usou o termo logos com o sentido de pregação ou discurso em 1 Tessalonicenses 1.5: "Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras [Logos], mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós."


Entretanto, o uso do termo "Logos" para se referir à Pessoa de Cristo, que é o sentido da do Verbo nesta lição, foi usado somente por João, tanto no Evangelho segundo João (Jo 1.1,14) como na primeira Epístola de João (1 Jo 1.1) e no Apocalipse (Ap 19.13). O Logos (Gr. Ho Logos] apresentado pelo apóstolo João é divino, pois Ele é pré-existente, criador de todas as coisas e doador da Vida. Dizer que Jesus é o Verbo, era considerado uma blasfêmia pelos Judeus, pois equivale a dizer que Ele é Deus. Por outro lado, para os gregos era uma loucura dizer que o Verbo era uma Pessoa e se tornou humano, pois para os gregos, o Logos era um princípio impessoal e não uma pessoa. 


REFERÊNCIAS:


CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.36.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, p.1410. 

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, p.1410. 

Bíblia de Estudo Plenitude. BARUERI-SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1ª Ed. 2001, p. 1069, 1070.

SOARES, Esequias. Em defesa da Fé Cristã: Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

02 abril 2025

O EVANGELHO DE JOÃO

(Comentário do 1° tópico da lição 01: O Verbo que se tornou em carne)

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, apresentaremos uma visão panorâmica do Evangelho de João. Inicialmente, veremos as informações sobre a autoria e data deste Evangelho. Na sequência, falaremos do propósito de João ao escrever o Evangelho, com base nos textos de João 1.1-14 e 21.31. Por fim, faremos uma abordagem da natureza de Jesus, com base nos textos joaninos. 


1. Autoria e data. Diferente das Epístolas e do Apocalipse, onde os autores se identificam logo prefácio e identificam também os destinatários (com exceção da Epístola aos Hebreus), nos quatro Evangelhos não temos esta informação, pois nenhum deles se identificou. Entretanto, temos evidências no próprio texto e contamos com as informações advindas dos escritos dos chamados pais apostólicos, que foram aqueles que tiveram contato direto com os apóstolos, ou foram citados por eles nas Epístolas. 


No caso do Evangelho segundo João, temos a informação no próprio texto de que o escritor foi “o discípulo a quem Jesus amava”: “E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia se recostara também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair? Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.” (Jo 21.20,24). Este discípulo, conhecido como “o discípulo a quem Jesus amava” é identificado como sendo João, dada a proximidade dele com Jesus, inclusive nos momentos finais da crucificação, ele permaneceu ao pé da Cruz e Jesus o incumbiu da responsabilidade de cuidar da mãe dele (Jo 19.26,27). 


Além desta evidência interna, temos as evidências externas, que são os testemunhos dos pais da Igreja, como: Clemente de Alexandria, Tertuliano de Cartago, Policarpo de Esmirna, Irineu de Gália, entre outros, afirmaram que foi o apóstolo João, filho de Zebedeu e irmão de Tiago, quem escreveu o quarto Evangelho. Não temos uma data precisa para a composição do livro, mas, segundo o testemunho de Irineu, que conviveu com Policarpo, bispo de Esmirna e discípulo do apóstolo João, o livro foi escrito no período em que João vivia em Éfeso, na Ásia Menor, já em idade avançada. Com base em dados históricos, a maioria dos estudiosos colocam como data provável, entre 80 e 90 d.C. 


2. O propósito do Evangelho. Sobre o propósito do livro, encontramos a descrição do propósito no próprio texto: “Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (Jo 20.30,31). O propósito descrito aqui, portanto, é evangelistico, ou seja, levar as pessoas a crer em Cristo. De fato, o Evangelho segundo João tem sido uma excelente ferramenta de evangelização ao longo dos séculos, pois traz informações muito importantes sobre a pessoa de Jesus e sua missão. 


Outro propósito que podemos encontrar neste Evangelho, principalmente no prólogo, é apologético, pois conforme falamos na introdução, ele afirma claramente a preexistência de Jesus, a  sua divindade, a sua distinção do Pai e a sua humanidade. Conforme vimos nos trimestre passado, havia já naquele período, várias heresias referente à Pessoa de Cristo. Desse modo, tanto este Evangelho como as Epístolas de João, tinham o propósito de fornecer material de defesa da cristologia aos cristãos, contra os falsos ensinos, principalmente os do Gnosticismo. 


3. A Natureza de Jesus. Quando falamos de natureza, estamos nos referindo aos atributos, ou qualidades inerentes a um ser. No caso de Jesus, Ele possui duas naturezas: uma divina, pois Ele é plenamente Deus; e outra humana, pois Ele é plenamente humano. Jesus não é meio divino e meio humano. Estas duas naturezas convivem em uma única pessoa, mas não se confundem e não se transformam em uma única natureza.  A união destas duas naturezas é chamada na teologia de União Hipostática. A palavra Hipostática deriva do grego hypostasis, que significa substância. Portanto, a doutrina da União Hipostática de Jesus significa que Ele é uma única pessoa com duas naturezas distintas: a divina e a humana. 


Dos quatro evangelistas, João é o mais contundente sobre a divindade de Jesus. Logo no primeiro versículo, João afirma abertamente que Jesus é: Preexistente (No princípio era o Verbo), é distinto do Pai (O Verbo estava com Deus) e é Deus (O Verbo era Deus). Só neste versículo, João deixa claro a natureza divina de Jesus. Mas há outros textos também que mostram indiretamente que Jesus é Deus, inclusive os judeus procuravam matá-lo por causa disso. 


Entretanto, João nos mostra claramente a natureza humana de Jesus, quando disse que “o Verbo se fez carne habitou entre nós”. (Jo 1.14). Em outras partes do Evangelho, João descreve aspectos da humanidade de Jesus: participando de uma festa de casamento (Jo 2.1-11); cansado do caminho (Jo 4.6); chorando (Jo 11.35); participando de jantar (Jo 12.1-11); tendo sede (Jo 19.28). Estas e outras ações de Jesus comprovam a sua plena humanidade. 


REFERÊNCIAS:


CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 101, p.36.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, p.1410. 

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, p.1410. 

Bíblia de Estudo Plenitude. BARUERI-SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1ª Ed. 2001, p. 1069, 1070.

31 março 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 1: O VERBO QUE SE TORNOU EM CARNE

INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE 

Depois de estudar um trimestre muito esclarecedor sobre apologética cristã, teremos neste 2° Trimestre de 2025, teremos um trimestre de exposição bíblica. Discorreremos sobre o Evangelho segundo João, com o título: E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. A última vez que estudamos este livro foi no 1° trimestre de 1995, com o título: O Evangelho de João: o retrato do Verbo, com comentários do Pr. Antonio Mardônio Nogueira Vieira.


Evidentemente, não seria possível estudar todo o conteúdo do quarto Evangelho, que contém 21 capítulos, em apenas treze lições. Por isso, foram selecionados alguns temas importantes deste livro, como A encarnação do Verbo, O Novo Nascimento, A verdadeira adoração, O Pão da Vida, A Verdade que liberta, O Bom Pastor e as ovelhas, A Ressurreição e a Vida, Uma Lição de humildade, O Caminho, a verdade e a vida, A promessa do Espírito, Intercessão de Jesus pelos discípulos, A trajetória de Jesus do Julgamento à Ressurreição e Renovação da esperança. O Evangelho segundo João foi o último a ser escrito e contém detalhes exclusivos do ministério de Jesus na Judeia, que os Evangelhos sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas, não trazem. 


COMENTARISTA: Pr. Elienai Cabral

Filho do pastor Osmar Cabral e de Jardelina Cabral; Conferencista internacional, teólogo, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil (AELB) e da Casa de Letras Emílio Conde (CPAD); Desde 1985 é comentarista de Lições Bíblicas da CPAD; Autor de vários livros, entre eles: Comentário Bíblico de Efésios, Mordomia Cristã, A Defesa do Apostolado de Paulo – Estudo na Segunda Carta aos Coríntios, Comentário Bíblico de Romanos, A Síndrome do Canto do Galo, Josué – Um líder que fez diferença, Parábolas de Jesus e O Pregador Eficaz, Relacionamentos em família, todos publicados pela CPAD. Pr Elienai foi membro do Conselho Administrativo da CPAD e por vários mandatos presidiu a Convenção Evangélica das Assembleias de Deus do Distrito Federal (CEADDIF). Atualmente, é o consultor doutrinário da CGADB e da CPAD. 


LIÇÃO 1: O VERBO QUE SE TORNOU EM CARNE



Nesta primeira lição, como de costume, teremos uma introdução ao tema do trimestre, fazendo uma exposição do prólogo do Evangelho segundo João, que está no capítulo 1, versículos 1 a 14. Neste texto do prólogo, João traz informações cristológicas fundamentais, como a preexistência de Jesus, a distinção entre Jesus e o Pai, a divindade de Jesus, Jesus como o Criador de todas as coisas e a humanidade de Jesus. 

No primeiro tópico, apresentaremos uma visão panorâmica do Evangelho de João. Inicialmente, veremos as informações sobre a autoria e data deste Evangelho. Na sequência, falaremos do propósito de João ao escrever o Evangelho, com base nos textos de João 1.1-14 e 21.31. Por fim, faremos uma abordagem da dupla natureza de Jesus, com base nos textos joaninos. 

No segundo tópico, falaremos de Jesus como o Verbo de Deus. Veremos que a expressão inicial do Evangelho segundo João, “No princípio”, ultrapassa o passado de Gênesis 1.1. Na sequência, falaremos da natureza fundamental do Verbo de Deus, com base no prólogo do Evangelho de João e no Apocalipse. Por fim, falaremos do significado da expressão Joanina “No princípio era o Verbo”, analisando o significado da palavra grega logos, traduzida por verbo.

No terceiro tópico, falaremos da encarnação do Verbo. Inicialmente falaremos da manifestação do Verbo e a Luz do mundo, trazendo também o significado de luz e trevas na Bíblia. Na sequência, falaremos do privilégio que temos de sermos chamados filhos de Deus, mediante a fé em Jesus. Por último, falaremos da manifestação e habitação do Verbo entre os seres humanos, com base na frase “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós”.


Ev. WELIANO PIRES


REFERÊNCIAS:


CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.36.

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, p.1410. 

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, p.1410. 

Bíblia de Estudo Plenitude. BARUERI-SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1ª Ed. 2001, p. 1069, 1070.

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 08: UMA LIÇÃO DE HUMILDADE

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA Na lição passada estudamos o tema: Eu sou a ressurreição e a vida, com base no capítulo 11 do Evangelho segundo Jo...