26 dezembro 2023

REVISÃO DAS LIÇÕES DO 4º TRIMESTRE DE 2023

Ev. WELIANO PIRES

Graças a Deus, chegamos ao final do último trimestre de estudos do ano de 2023, em nossa Escola Bíblica Dominical. Estudamos o tema: “Até os confins da Terra: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo.” Estudamos 14 lições dentro do tema Missiologia, que é a matéria da teologia que trata da Grande Comissão de Jesus à Sua Igreja, para ir, ensinar e fazer discípulos de todas as nações, ensinando-os a guardar todas as coisas que Ele ordenou aos seus discípulos. Segue abaixo, um resumo das lições estudadas neste trimestre:


Lição 01: A Grande Comissão, um enfoque etnocêntrico: Fizemos uma introdução ao tema do trimestre, falando do aspecto etnocêntrico da obra missionária, ou seja, enfatizando a relação que há entre a grande comissão e as missões transculturais. Falamos sobre a questão cultural no ide de Jesus e dos desafios de se anunciar o Evangelhos em culturas diferentes da nossa. Falamos da ordem de Jesus para fazer discípulos de todas as nações, mostrando as definições de nação e etnia. Falamos também da eficácia e dos objetivos da Grande Comissão, destacando a necessidade do missionário ser cheio do Espírito Santo, para realizar ter êxito em sua missão.


Lição 02: Missões Transculturais: Na segunda lição falamos sobre o grande desafio que é apresentar o Evangelho de Cristo a outros povos, com culturas diferentes da nossa. Partimos do princípio de que Deus se revelou a partir da chamada da família de Abrão, para através desta, alcançar todas as famílias da terra. Portanto, a idéia de missões transculturais se fundamenta no próprio Deus. Vimos a natureza missionária de Deus no chamado de Abrão e a atividade missionária de Deus no mundo. Por último, vimos que a história da redenção tem como princípio fundamental o amor de Deus. 


Lição 03: Missões transculturais no Antigo Testamento: Nesta lição, falamos sobre as missões transculturais no Antigo Testamento, tomando como exemplo, o povo de Israel, que foi escolhido com um propósito missionário, e outros exemplos de missões transculturais no contexto do Antigo Testamento. Falamos do plano de Deus de proclamar a mensagem de Salvação a todos os povos, que incluía a formação da nação de Israel, para que fossem suas testemunhas. Através deste povo Deus planejou trazer o Salvador. Mas, Israel falhou neste propósito de ser testemunha de Deus. Desde o princípio, os olhos de Deus estão voltados para todos os povos, como podemos notar nos livros proféticos e nos casos de Elias e a viúva de Sarepta e de Jonas e os ninivitas. 


Lição 04: Missões transculturais no Novo Testamento: Nesta lição vimos o que o Novo Testamento nos apresenta sobre missões transculturais O Novo Testamento nos apresenta Deus enviando o Seu Filho Unigênito, como missionário para buscar e salvar a humanidade perdida (Lc 19.10; Jo 3.16). Depois que da sua morte, ressurreição e ascensão aos Céus, a Igreja assumiu esta responsabilidade de dar continuidade ao seu projeto missionário mundial. Falamos sobre o Deus missionário do Novo Testamento, das  missões nos Evangelhos, em Atos dos Apóstolos, nas Epístolas e no Apocalipse.


Lição 05: Perspectiva pentecostal de missões: Nesta lição, falamos de missões na perspectiva pentecostal. Falamos da relação intrínseca que há entre a obra missionária e o poder do Espírito Santo estabelecida no Novo Testamento, principalmente no final do Evangelho segundo Lucas e no início de Atos dos Apóstolos. Falamos da perspectiva pentecostal de missões, explicando o significado de ser evangélico e pentecostal. Falamos da obra missionária depois do pentecostes, destacando que a causa da obra missionária foi a descida do Espírito Santo. Vimos também a expansão missionária da Igreja Primitiva e que Deus não faz acepção de pessoas. Por último, vimos a ação do Espírito Santo e a obra missionária capacitando os seus servos para esta obra. 


Lição 06: Orando, contribuindo e fazendo missões: Nesta lição falamos do tripé da responsabilidade da Igreja na missão: orar, contribuir e ir. Falamos da importância da oração para a obra missionária, tomando como exemplo o apóstolo Paulo. Falamos também da oração pela obra missionária com duas finalidades: a intercessão para que os corações dos pecadores se abram para o Evangelho e pelos missionários, para que tenham ousadia na pregação e proteção de Deus; segundo, a intercessão pelo despertamento da Igreja local, para que se envolva com as missões. Falamos também das contribuições para as missões, apresentando o fundamento bem bíblico tanto do Antigo, quanto do Novo Testamento de que o obreiro é digno do seu salário. Vimos também que contribuir para missões é um privilégio, e é ajuntar tesouros no céu. 


Lição 07: A responsabilidade da Igreja local com os missionários: Nesta lição vimos que a Igreja que envia o missionário deve ter um sistema de apoio ao missionário, que o assista em todos os aspectos: financeiro, emocional,  físico, legal, espiritual, teológico e familiar. Este apoio deve contemplar também o retorno à sua pátria e a sua vida na velhice. Vimos que o objetivo de missões é fazer com que o Evangelho de Cristo seja proclamado a todos os povos e o Seu Nome seja glorificado.

Falamos também do cuidado integral para com os missionários, que deve abranger todos os aspectos da vida do missionário: espiritual, emocional, física e social. Vimos que a Igreja deve se preocupar com férias, tratamento de saúde, visitas ao país de origem e aos familiares, bem como proporcionar períodos de lazer e descanso.

Por último, vimos algumas maneiras práticas de se comprometer com os missionários: tomar parte nas necessidades do missionário; manter a comunicação com o campo missionário e doar para suprir as necessidades; orar e jejuar pela causa missionária.


Lição 08: Missionários fazedores de tendas: Nesta lição falamos a respeito dos missionários “fazedores de tendas”, que é um termo missiológico para se referir aos cristãos, que usam a sua profissão como estratégias missionárias para entrar em alguns países, nos quais, um missionário enviado pela Igreja exclusivamente para pregar o Evangelho, jamais entraria. 

Usamos os exemplos do apóstolo Paulo e do casal de missionários, Priscila e Áquila, que trabalhavam no mesmo ofício de construir tendas. Vimos como o apóstolo Paulo conciliava a sua profissão com a vida ministerial de missionário transcultural. Falamos também da ética financeira na atividade missionária de Paulo ,que embora reconhecesse que o obreiro é digno do seu salário, não exigia isso das Igrejas para si mesmo.  Falaremos da força missionária no mundo, através dos cristãos que transitam livremente em vários países, usando as suas profissões. Falamos sobre vocação, profissão e missões. Deus é quem chama e capacita os missionários para as suas respectivas missões. Cada cristão deve se dispor a exercer a vocação para a qual foi chamado pelo Senhor. A nossa profissão pode ser o nosso campo missionário.


Lição 09: O sustento financeiro dos missionários por parte da Igreja local: Nesta lição, tomando como base o texto de Filipenses 4.10-20, estudamos sobre a responsabilidade da Igreja local no sustento dos missionários que ela envia. Falamos sobre a Igreja de Filipos e o sustento missionário e o relacionamento do apóstolo Paulo com esta Igreja na questão das ofertas. É um privilégio para a Igreja, participar do sustento missionário e falamos das esferas envolvidas no sustento missionário.

Falamos também dos princípios básicos acerca do sustento missionário. A Igreja deve avaliar o custo do sustento financeiro, antes de enviar missionários. Apresentamos alguns princípios básicos sobre o sustento dos missionários e que o apoio financeiro da Igreja aos missionários deve ser fiel e permanente.

Por último, aprendemos a investir na obra missionária. Fizemos uma comparação entre a Igreja de Filipos e a Igreja de Corinto, em relação às contribuições. Falamos da consciência de nosso dever, para com o sustento dos missionários de algumas pessoas que financiaram a obra de Deus ao longo da história.


Lições 10: Os desafios da chamada Janela 10/40: Nesta lição, estudamos sobre o grande desafio missionário que é a janela 10/40. Conhecemos o significado da expressão “Janela 10/40”, que é uma referência a duas linhas horizontais paralelas no Mapa Mundi, sendo a primeira a 10 graus e a segunda, a 40 graus acima da linha do Equador. Esta região forma um retângulo entre os Oceanos Atlântico e Pacífico, onde vivem cerca 4 bilhões de pessoas, nos mais países mais hostis ao Cristianismo. 

Falamos da batalha espiritual que é a Janela 10/40 e que nesta batalha devemos usar armas espirituais. Falamos do enfrentamento da batalha espiritual na Janela 10/40, trazendo os detalhes geográficos, econômicos, sociais e religiosos dessa região.

Depois, falamos dos principais desafios da janela 10/40: as necessidades humanas dessa região: as principais megalópoles do mundo, com um grande número de vítimas de epidemias, terremotos e guerras; e a grande perseguição e hostilidade ao Cristianismo.

Por último, falamos de três estratégias importantes para alcançar os países da Janela 10/40: a oração, pois trata-se de uma batalha espiritual; as ações sociais, devido a imensa pobreza e miséria que está presente nestes países; a ação médico-missionária, devido às diversas calamidades dessa região.


Lição 11: Missões e a igreja perseguida: Nesta lição, estudamos o tema da perseguição aos cristãos. Ser perseguido é a regra no Cristianismo, uns com maior intensidade e outros menos. Onde houver Cristianismo verdadeiro, haverá perseguição.

Vimos que a Igreja Cristã nasceu em um contexto de perseguição e o primeiro mártir dessa perseguição foi o diácono Estevão. A perseguição se intensificou e a Igreja foi obrigada a se dispersar. Vimos também que a perseguição continua sendo uma triste realidade para os cristãos atuais.

Falamos da perseguição aos cristãos na atualidade. Em muitos lugares, é perigoso ser cristão. Vimos o exemplo da Coreia do Norte, que é uma ditadura comunista há décadas, onde não há liberdades e é o país mais fechado do mundo para a pregação do Evangelho.

Por último, falamos de três formas de ajudar os cristãos perseguidos: conhecer a gravidade da situação; orar pelos nossos irmãos perseguidos, para que o Senhor os proteja e para que eles não desistam; e se envolver com a causa dos irmãos perseguidos, fazendo contato com eles.


Lição 12: O modelo missionário da Igreja de Antioquia:  Nesta lição estudamos sobre o modelo de missões da Igreja de Antioquia, que foi a primeira Igreja formada por gentios e também a primeira Igreja a fazer missões transculturais. Após a grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém, alguns homens chíprios e de Cirene, anunciaram o Evangelho aos gentios em Antioquia (At 11.20). Um grande número de pessoas se converteu e Barnabé foi enviado a Antioquia. Barnabé foi a Tarso buscar Saulo e, por cerca de um ano, ensinaram a Palavra de Deus em Antioquia.

Falamos da natureza e das características da Igreja de Antioquia, trazendo as informações da cidade e da Igreja de Antioquia, desde o seu nascimento, até se tornar uma base missionária de Paulo e Barnabé. Esta Igreja foi fundada por cristãos leigos, com pouca instrução sobre as doutrinas cristãs.

Vimos que Antioquia era uma Igreja missionária em ação. O corpo de obreiros de Antioquia era formado por profetas e doutores e a liderança desta Igreja era uma liderança servidora, mesmo sendo bastante diversificada. Falamos também da chamada específica de Barnabé e Saulo, pelo Espírito Santo, para a missão transcultural.

Falamos sobre o serviço de missões da Igreja de Antioquia e do início das missões cristãs a partir de Antioquia, trazendo o relato da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé, tendo João Marcos como cooperador. Vimos o roteiro e as principais atividades da primeira viagem missionária. Por último, falamos das prestações de contas de Paulo e sua equipe à Igreja de Antioquia que os enviou.


Lição 13: O propósito de missões: Nesta lição falamos do propósito da Igreja ao fazer missões. Propósito é a principal razão de ser, ou meta principal de alguém. No caso da Igreja, ela tem o nobre propósito neste mundo de proclamar a mensagem de salvação aos que não a conhecem até que o Senhor Jesus Cristo venha buscá-la. Se não fizer isso, perde a razão da sua existência.

Falamos do alvo da obra missionária. Vemos em toda a Bíblia, a predisposição de Deus de redimir a humanidade perdida, desde a entrada do pecado no mundo. Antes da fundação do mundo, Deus já sabia que iria criar o ser humano e que este iria pecar e elaborou o plano de Salvação, para salvá-lo. Este plano foi anunciado pela primeira vez, em Gênesis 3.15 e incluía a chamada de Abrão, a formação da nação de Israel e a vinda do Messias. Falamos do propósito global da obra missionária, com base no texto de Mateus 28.18-20, que trata da Grande Comissão de Jesus aos seus discípulos.

Vimos também que a responsabilidade de pregar o Evangelho é de todos os cristãos. Fizemos uma reflexão, através de várias perguntas, sobre a nossa disposição de pregar o Evangelho a toda criatura. Haverá um duro juízo da parte de Deus para com aqueles que negligenciarem esta responsabilidade.


Lição 14: Missões e a volta do Senhor Jesus: Nesta última lição falamos da relação entre a obra missionária e a volta de Jesus. O arrebatamento da Igreja é iminente e aqueles que não receberem a Cristo até aquele dia estarão perdidos. Esta foi a principal motivação da Igreja Primitiva para anunciar o Evangelho aos perdidos. 

O comentarista apresenta uma visão escatológica de Mateus 24.14, segundo a qual o Evangelho será pregado em todo o mundo até a volta de Cristo. Todo o conteúdo da lição gira em torno desta interpretação. Entretanto, há outras interpretações escatológicas diferentes disso, mesmo entre os pré-tribulacionistas. Alguns entendem que neste texto, Jesus está falando do Evangelho do Reino, no Milênio, quando toda a terra se encherá do conhecimento do Senhor e não do arrebatamento da Igreja, pois a vinda de Jesus não é o fim. Outros entendem que o texto de Mateus 24 se refere apenas a Israel e não à Igreja. 

22 dezembro 2023

O NASCIMENTO DE JESUS


Em Israel, na Cidade de Nazaré 

Uma virgem estava desposada 

Com um jovem chamado José 

Na prática ainda não era casada. 


Certo dia, a virgem foi visitada 

Por um anjo chamado Gabriel 

Que lhe disse: Salve agraciada! 

Terás um Filho chamado Emanuel


Aquela virgem chamada Maria

Espantou-se com a informação 

E pensou como isso aconteceria 

Pois nunca tivera uma relação 


O anjo Gabriel lhe respondeu

– O Espírito Santo sobre ti virá

E darás à luz o Filho de Deus 

Para Deus, impossível não há. 


José quando soube da gravidez

Quis deixá-la sem ninguém saber 

O anjo apareceu mais uma vez 

E disse o que ele deveria fazer 


José, Filho de Davi! Disse Gabriel 

A tua mulher, um filho dará à luz

Será o Messias prometido a Israel

O qual será chamado de Jesus


O casal veio de Nazaré à Judéia 

Precisava fazer o alistamento

Cumpriu-se o que disse Miquéias:

Em Belém será o seu nascimento 


Havia muita gente na cidade

Chegaram os momentos finais 

Não encontraram hospitalidade 

E foram a um abrigo de animais 


Pastores no campo trabalhavam

Quando um anjo lhes apareceu

Muito atemorizados eles ficaram

A glória de Deus resplandeceu


O anjo, então, a notícia lhes deu 

Que em Belém havia nascido 

O Cristo, o Santo Filho de Deus 

O Salvador que fora prometido 


Os magos viram algo diferente

Vieram do Oriente a Jerusalém 

Foram informados por esta gente

Que o Cristo nasceria em Belém 


Herodes tentou matar a criança 

E cometeu grande atrocidade 

Promovendo covarde matança 

De recém-nascidos na cidade


Deus sabe tudo e se antecipou 

Mandou fugirem para o Egito

José obedeceu e por lá ficou

Até à morte do tirano maldito


Quando tinha oito dias de nascido

Jesus foi apresentado ao Senhor 

Simeão já havia envelhecido 

E aguardava a vinda do Salvador 


O velho Simeão foi orientado 

Por uma revelação do Senhor 

Que aquele menino apresentado

Era o Bendito e Eterno Redentor 


Tomando o menino, disse Simeão

Despede agora teu servo, Senhor

Meus olhos viram a tua Salvação 

O prometido e amado Redentor. 


Ana, a profetisa, que já era idosa

E servia Deus desde a mocidade

Também proferiu palavras ditosas

Sobre Ele por toda aquela cidade


Não sabemos o dia exatamente 

Que o nascimento tenha ocorrido 

Não foi em Dezembro certamente

Mas este foi o dia estabelecido 


Neste dia foi convencionado

Para ser o dia do Natal de Jesus 

Portanto deve ser celebrado

Aquele que é a Verdade e a Luz. 

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO! 

Ev. Weliano Pires

Assembléia de Deus 

Ministério do Belém 

São Carlos, SP 

20 dezembro 2023

PREGAR O EVANGELHO: A RESPONSABILIDADE DE TODO CRISTÃO

(Comentário do 2º tópico da LIÇÃO 13: O PROPÓSITO DE MISSÕES 

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, veremos que a responsabilidade de pregar o Evangelho é de todos os cristãos. Faremos uma reflexão, através de várias perguntas, sobre a nossa disposição de pregar o Evangelho a toda criatura. O comentarista alerta-nos de que haverá um duro juízo da parte de Deus para com aqueles que negligenciarem esta responsabilidade. 


1- Qual é a nossa disposição? Equivocadamente, muitos crentes imaginam que a responsabilidade de pregar o Evangelho é apenas dos missionários, dos pastores e do departamento de missões da Igreja. Ora, Jesus deu ordem a todos os seus discípulos e não apenas aos apóstolos. O comentarista nos apresenta aqui seis perguntas para a nossa reflexão sobre a nossa responsabilidade de anunciar o Evangelho a toda criatura. 


a) Como está a nossa disposição? Disposição é a nossa prontidão para fazer algo. Será que a evangelização encontra espaço em nossa agenda? Antigamente, os crentes falavam de Jesus a todos os que chegavam à sua casa e por onde passavam. Não se importavam de serem tachados de fanáticos. Hoje, em tempos de redes sociais, podemos falar de Jesus, postando reflexões bíblicas, versículos, vídeos e fotos. Infelizmente, muitos cristãos falam sobre vários assuntos que não edificam e nada do Evangelho. 


b) Você sabia que a Evangelização tem a ver com a vinda de Jesus? Este será o assunto da nossa próxima lição. Algumas pessoas pensam que Jesus só voltará quando todas as pessoas ouvirem o Evangelho. Afirmam isso com base em Mateus 24.14, que diz: “E este Evangelho Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes e, então, virá o fim”. Neste texto, Jesus está falando do Evangelho do Reino que será pregado durante o Milênio, antes do fim do mundo, quando toda a terra se encherá do conhecimento do Senhor e não do arrebatamento da Igreja. A vinda de Jesus não é o fim. A vinda de Jesus está relacionada à Evangelização, no sentido de que ela é certa e pode acontecer a qualquer momento. Além disso, a morte também é certa e imprevisível. Os que não ouvirem Evangelho até à volta de Jesus ou até à sua morte, inevitavelmente, estarão perdidos. O renomado pastor, teólogo e escritor Ciro Sanches Zibordi, especialista em Escatologia pré-tribulacionista, publicou um vídeo sobre isso, que eu recomendo. 


c) O que temos feito em prol da evangelização? Cada um de nós em particular e a Igreja em geral devemos nos fazer esta pergunta. Infelizmente, de uns anos para cá a Igreja em geral, com raras exceções, tem se voltado apenas para o seu público interno. Fazemos congressos, seminários, palestras e festas direcionados aos crentes. Quando se faz evangelismo, geralmente em um domingo a tarde, se restringe a entregar folhetos, sem dizer quase nada, apenas para parecer que estamos evangelizando. 


d) Temos formado obreiros para cumprir a grande comissão? A preparação de obreiros, principalmente no meio pentecostal tem deixado muito desejar. Não me refiro ao conhecimento teológico, pois em nossa Igreja é exigido o curso teológico antes da ordenação. É preciso preparar obreiros também no dia a dia da Igreja, treinando - os na prática. Os nossos púlpitos nos domingos à noite e nos congressos estão cheios de obreiros, que não tem nenhum trabalho sob sua responsabilidade. Foram consagrados apenas para agradar ou obter votos em convenções. Antigamente, quando alguém chegava a ser ordenado pastor, tinha uma vida de trabalho na causa do mestre, sendo experimentado em vários trabalhos. 


e) Os jovens cristãos enxergam a urgência da Grande Comissão? Se os nossos obreiros, em grande parte não têm consciência da urgência da evangelização, quanto mais os jovens! Eu sou de uma época em que a juventude da Igreja era envolvida na evangelização e cultos nos lares e ao ar livre. A força e alegria da juventude era aproveitada nestes trabalhos. Infelizmente, esta realidade mudou. Em muitas Igrejas, os jovens estudam à noite durante a semana e nos finais de semana, dormem um pouco mais e buscam lazer. 


f) Estamos dispostos a dar a nossa vida pela causa do Mestre? Os primeiros cristãos estavam sempre dispostos a morrer por amor a Cristo. Muitos foram presos, torturados e mortos, mas não negaram ao Senhor. Infelizmente, na atualidade, as pessoas estão mais preocupadas com a carreira, com a fama, com a própria felicidade e com retornos financeiros. Quando a liderança da Igreja chama um obreiro para um determinado trabalho, ele coloca uma série de obstáculos e faz uma série de exigências. Paulo escrevendo a Timóteo disse: “Sofre, pois, comigo as aflições, como bom soldado de Cristo”. (2Tm 2.3). Um soldado em serviço não tem vontade própria, mas cumpre ordens do seu superior. 


2- “Pois me é imposta essa obrigação”. Em 1 Coríntios 9.16, o apóstolo Paulo faz a seguinte declaração sobre a responsabilidade de anunciar o Evangelho: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!”. Quando lemos o relato da conversão de Saulo no caminho de Damasco, podemos ver que ele não escolheu ser um missionário transcultural, saindo pelo mundo anunciando o Evangelho e sofrendo duras perseguições. Foi o próprio Senhor Jesus quem disse a Ananias: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.” (At 9.15). Portanto, ele foi escolhido por Deus para cumprir esta missão, não porque merecesse ou por ser capaz, mas porque Deus assim o quis. 


Quando Paulo diz “ai de mim se não anunciar o Evangelho”, o comentarista explica que há dois sentidos nesta afirmação: obrigação e punição. Paulo tinha consciência de que o Senhor Jesus o havia colocado sobre ele esta obrigação. Por isso, não cumpri-la seria desobedecer ao Mestre. Por outro lado, ele sabia que não obedecer à obrigação que Deus lhe confiara seria rebelião contra Deus e isso é gravíssimo. 


No livro de apoio, o comentarista explica que a palavra “ai” neste texto, no grego é “ouai”, que expressa dor ou lamento quando usada como uma exclamação. A forma substantivada significa “calamidade”. Portanto, pode indicar a tristeza interior e sentimento de autorreprovação, por não cumprir uma obrigação. Sugere também que Deus reprovaria esta atitude negligente e isso lhe traria tristeza. 


Não podemos excluir também a possibilidade de que ele estava se referindo a um julgamento severo da parte de Deus, caso ele descumprisse esta missão. Pregar o Evangelho não é uma opção para a Igreja, que ela pode escolher se fará isso ou não. É uma ordem expressa do Senhor Jesus, que não pode ser negligenciada. O Senhor nos chamou para irmos a Ele (Mt 11.28-30). Depois que nos salvou, ordenou a sair pelo mundo, pregando o Evangelho a toda criatura. A nossa missão não é fazer as pessoas crerem, mas pregar o Evangelho de Cristo com fidelidade. 


REFERÊNCIAS: 


GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 134-142.

Ensinador Cristão. CPAD, Ed. 95, pág. 42.

PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.306)

O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Ed. Candeia, volume 4, p. 139)


19 dezembro 2023

O ALVO DA OBRA MISSIONÁRIA

(Comentário do 1º tópico da LIÇÃO 13: O PROPÓSITO DE MISSÕES 

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, falaremos do alvo da obra missionária. Inicialmente falaremos do fundamento da realidade salvífica, tomando como base o texto de Apocalipse 5.9 que diz que o sacrifício de Cristo comprou para Deus, “homens de toda tribo, língua, povo e nação.” Na sequência falaremos do propósito global da obra missionária, com base no texto de Mateus 28.18-20, que trata da Grande Comissão de Jesus aos seus discípulos. 

 1- O fundamento da realidade salvífica. Infelizmente, muitas pessoas desconhecem totalmente a Doutrina da Salvação ou têm idéias distorcidas e antibíblicas sobre o assunto. Há muitos ensinos errados a este respeito. Muitas seitas pregam a salvação pelas obras, por merecimento e por fazer parte da sua organização. Por causa disso, fazem pesadas exigências aos seus adeptos, para conseguirem a salvação. No outro extremo há o universalismo que ensina que Deus é misericordioso e, no final salvará a todos. 

Mesmo no meio evangélico, há pensamentos diferentes em relação à Doutrina da Salvação. O Calvinismo, por exemplo, diz que Jesus não morreu por todos, morreu apenas pelos “eleitos”, que é um grupo de pessoas a quem Deus escolheu de antemão que iria salvar. Este conceito teológico é chamado de “Expiação Limitada”. Os calvinistas ensinam ainda que Deus escolheu o grupo restante para a perdição e estes não serão salvos, porque Deus determinou que seria assim. Outro ponto controverso do Calvinismo é que o ser humano não tem o poder de escolher ser salvo ou não (livre-arbítrio). Ensinam que os escolhidos serão salvos e não poderão resistir (Graça irresistível); os que Deus escolheu não salvar se perderão e não há nada a ser feito para mudar isso. 

Eu não vejo fundamento na Bíblia para estes ensinos. O texto de Ap 5.9, citado pelo comentarista deixa claro que Jesus morreu por todos: “...foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação”. Vemos em toda a Bíblia, a predisposição de Deus de redimir a humanidade perdida, desde a entrada do pecado no mundo. Antes da fundação do mundo, Deus já sabia que iria criar o ser humano e que este iria pecar. 

Sabendo disso, em sua presciência, Deus elaborou o plano de Salvação, para salvar o ser humano. Este plano foi anunciado pela primeira vez, em Gênesis 3.15 na sentença que Deus deu à serpente, após a desobediência do primeiro casal, por isso, é chamado de Proto Evangelho. Este plano de Deus incluía a chamada de Abrão, a formação da nação de Israel e a vinda do Messias.

2- Um propósito global. O propósito de Deus é salvar a toda humanidade. Assim como o alcance do pecado é universal (Sl 14.3; 143.2; Ec 7.20; Rm 3.1-12, 19, 20, 23; Gl 3.22; Tg 3.2; 1Jo 1.8, 10), a salvação também tem alcance universal, ou seja, está disponível a todos os que quiserem ser salvos. Desde o Antigo Testamento, podemos perceber que Deus deseja salvar a todos. Na chamada de Abrão, por exemplo, Deus lhe disse: “...em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).

No Novo Testamento, a abrangência universal da salvação é reafirmada com mais clareza. Jesus deixou muito claro que Ele veio buscar e salvar os que estavam perdidos (Lc 19.10); que veio chamar os pecadores ao arrependimento (Lc 5.32); que Deus amou o mundo (todas as pessoas) e que todos os nEle cressem seriam salvos (Jo 3.15,16). Os apóstolos também ensinaram que Deus ama a todos e não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; 1Pd 1.17). 

O apóstolo Paulo pregando no areópago de Atenas, disse que “Deus não leva em conta os tempos da ignorância e anuncia a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam”. (At 17.30). Em outros textos também, Paulo afirmou que “Cristo veio ao mundo salvar os pecadores” (1Tm 1.15); e que  “Deus deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (1Tm 2.4). É preciso ter cuidado, no entanto, para não confundir o alcance universal da salvação, que é bíblico, com a doutrina herética do Universalismo, que é antibíblica e afirma que todos serão salvos. 

Se Cristo morreu por todos os pecadores e Deus deseja salvar a todos, a Igreja do Senhor tem  a obrigação de anunciar a mensagem de salvação a toda criatura e a todos os povos, como Jesus ordenou aos seus discípulos (Mc 16.15; Mt 28.19,20). Não há outra forma de alguém ser salvo, se não for por meio do sacrifício de Cristo (Jo 1.29; Jo 14.6; At 4.12) e não há como conhecer a Cristo se não for através da pregação do Evangelho.

REFERÊNCIAS:

GABY, Wagner. Até os confins da terra: Pregando o Evangelho a todos os povos, até a volta de Cristo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023, págs. 134-142.
Ensinador Cristão. CPAD, Ed. 95, pág. 42.
PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.306)
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.358.
POMMERENING, Claiton Ivan. A Obra da Salvação: Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida. 1ª Edição. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2007.

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 7: “EU SOU A RESSUREIÇÃO E A VIDA”

Ev. WELIANO PIRES Em continuidade ao estudo do Evangelho segundo João, estudaremos nesta lição o episódio da ressurreição de Lázaro, registr...