11 maio 2023

FÉ E TRABALHO NUMA NOVA PERSPECTIVA

(Comentário do 3º tópico da Lição 07: O relacionamento entre nora e sogra)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos sobre a fé e o trabalho numa nova perspectiva. O retorno de Noemi à sua terra, depois de dez anos, causou alvoroço entre os seus antigos conhecidos, principalmente porque ela retornou com uma nora estrangeira e sem o esposo e os filhos. Todos queriam saber o que havia acontecido, pois naquela época os meios de comunicação eram primitivos e as notícias não chegavam com facilidade como hoje. Noemi era amargurada com as tragédias que passou, mas a sua nora Rute ajudou-a a recuperar a autoestima. Rute foi trabalhar em um campo de trabalho de um parente dos seu falecido sogro Elimeleque, chamado Boaz. Ao perceber que Rute havia sido bondosa para com a sua sogra, Boaz ofereceu proteção e proteção a ambas. 


1. A chegada à terra do pão (Rt 1.19). A chegada de Noemi a Belém, causou grande comoção entre os seus antigos conhecidos que a reconheceram e indagaram: "Não é esta, Noemi?" (Rt 1.19). Belém era uma aldeia pequena naqueles tempos e todos se conheciam. Elimeleque e Noemi eram uma família de posses e tinham terras. Devido à fome, eles saíram de Belém para Moabe, o casal e os dois filhos ainda solteiros. Dez anos depois, retorna apenas uma mulher viúva e amargurada, na companhia de outra viúva estrangeira. 


Desolada e cheia de armadura, Noemi pediu aos parentes e conhecidos que não a chamassem de "Noemi", que significa "agradável", mas que a chamassem de "Mara", que significa "amarga". Toda esta desilusão se justificava, pelos sofrimentos terríveis que ela havia passado em Moabe, perdendo o seu esposo e os dois filhos, distante da sua terra e dos seus parentes. 


Noemi desabafou a sua tristeza e desilusão perante os seus parentes e conhecidos. Ele acreditava que Deus a havia punido: "Cheia parti, porém vazia o SENHOR me fez tornar; por que pois me chamareis Noemi? O SENHOR testifica contra mim, e o Todo-Poderoso me tem feito mal." (Rt 1.21). O que ela não sabia é que Deus estava no controle de tudo e já tinha preparado um futuro promissor para ela e para sua nora. Nos momentos de angústia e tristeza, precisamos tomar cuidado para não murmurar ou blasfemar contra o Senhor. As coisas ruins que acontecem em nossas vidas, não são culpa de Deus. Muitas delas são frutos de escolhas erradas que fazemos, sem buscar a direção de Deus. Outras, apesar de não ser culpa nossa, podem ser consequências de escolhas de outras pessoas próximas a nós como os pais, cônjuge ou mesmo governantes ímpios. A fome que se abateu sobre Israel nos dias de Noemi era consequência da apostasia de Israel naqueles dias. Não foi uma punição de Deus a Noemi como ela imaginava. 


2. Recuperando a autoestima (Rt 1.15-18). A psicologia define a autoestima como "um conjunto de sentimentos e pensamentos do indivíduo sobre seu próprio valor, competência e adequação, que se reflete em uma atitude positiva ou negativa com relação a si mesmo”. Em resumo, autoestima é o valor que o indivíduo confere a si mesmo.  Em virtude das dolorosas perdas que sofreu, Noemi estava com a sua autoestima muito baixa, sem nenhuma perspectiva de futuro.  Uma pessoa nestas condições não encontra motivação, força ou confiança para realizar nada e não tem nenhuma esperança de que as coisas podem melhorar. Em casos extremos a pessoa se isola e deseja morrer. Alguns cometem suicídio. 


Deus preparou Rute para levantar a autoestima de Noemi e ajudá-la a recomeçar a vida. Noemi insistiu para que Rute ficasse em Moabe e voltasse para os seus familiares. Mas ela se recusou, sob juramento diante de Deus, e prometeu que jamais a deixaria e que somente a morte iria separá-las. Em momentos de tristeza, depressão e angústia, precisamos de pessoas amáveis, que tenham virtude de Deus para nos amparar e elevar a autoestima. Existem situações em que a pessoa não consegue sair sozinha e precisa de ajuda. Julgamentos, críticas e acusações nessas horas, só irão piorar a situação. 


3. A honra do trabalho no campo de Boaz (Rt 2.8-17). Em Belém, Rute se ofereceu para trabalhar colhendo espigas e pediu autorização à sua sogra para fazê-lo. A sogra autorizou e ela foi trabalhar na lavoura dos parentes do seu falecido sogro Elimeleque. A motivação e amabilidade de Rute, depois de várias perdas, impressiona. Ela não ficou parada, reclamando do sofrimento, mas levantou a cabeça e saiu em busca de trabalho. Não era um emprego com salário. Ela colhia as espigas que os trabalhadores deixavam para trás, conforme a Lei, para os pobres e miseráveis pegarem para si. Não estava furtando ou invadindo propriedades alheias. Ela não achou humilhante esse trabalho e buscou o sustento para si e para a sua sogra. 


Este generosidade e lealdade de Rute para com a sua sogra Noemi, chamou a atenção de Boaz, um parente próximo de Elimeleque que era dono daqueles campos. Boaz perguntou aos seus trabalhadores quem era aquela moça e, ao ser informado que era a moabita, nora de Noemi, ele lhe ofereceu proteção e alimento em sua propriedade e ordenou que os seus trabalhadores também a tratassem bem. A generosidade de Rute para com a sua sogra, estava sendo recompensada. Deus não é injusto para se esquecer do nosso trabalho e generosidade para com o próximo. “... tratar com bondade o pobre é honrar a Deus.” (Pv 14.31b). Honra é a palavra chave desta lição. Por honrar a sua sogra e cuidar dela nos momentos mais difíceis da sua vida, Rute também foi amparada e honrada por Deus, que a guiou ao campo da pessoa certa, que viria a se tornar o seu remidor, como veremos no próximo tópico. 


REFERÊNCIAS: 

CABRAL, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 128-131. 

LOPES, Hernandes Dias. Rute: Uma perfeita história de amor. Editora Hagnos. pág. 42.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 1097-1100.

RIDALL, Clydel. Comentário Bíblico Beacon: Rute. Editora CPAD. pág. 163-165.

10 maio 2023

SUPERANDO AS CRISES EXISTENCIAIS

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(Comentário do 2º tópico da Lição 07: O relacionamento entre nora e sogra)

Ev. WELIANO PIRES

No segundo tópico, veremos como Noemi e Rute superaram a crise existencial a que foram submetidas. Depois de dez anos de sofrimento em terra estranha, Noemi voltou  à  sua terra,  acompanhada da sua nora, Rute. No convívio com Noemi, a moabita Rute conheceu o Seu Deus, descobriu que Ele é o Único Deus Verdadeiro e resolveu servi-lo. Na terra de Israel, nora e  sogra se uniram contra a crise e recomeçaram a vida, contemplando o agir de Deus.

1. Noemi decide voltar à sua terra (Rt 1.6-8). Diante deste quadro desolador, Noemi ouviu que o Senhor tinha visitado o seu povo, dando-lhe pão, decidiu voltar à sua terra e disse às suas duas noras para voltarem aos seus parentes. Orfa, uma das noras atendeu à sua sogra e voltou. Mas Rute, insistiu que não voltaria e iria com a sua sogra aonde quer que ela fosse.

Em tempos de angústia e sofrimento, Deus levanta pessoas para nos ajudar, incentivar e recuperar a autoestima. Aliás, é nos tempos difíceis que conhecemos os verdadeiros amigos: "Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão." (Pv;17.17). Alguém já disse sabiamente: "Quer saber quantos amigos você tem? Faça uma festa e convide as pessoas que você conhece.  Quer saber a qualidade dos seus amigos? Espere ficar doente, ou estar em dificuldades."

Noemi enfrentava uma crise existencial, que são os questionamentos acerca de vários aspectos da nossa vida, como a própria existência, o lugar onde estamos inseridos, o propósito da vida e o motivo de estarmos aqui. A decisão de Noemi de voltar à terra de Israel representava um retorno ao ponto em que a família tomou uma decisão equivocada, sem consultar a Deus. Moabe para Noemi representava perdas, mortes e muito sofrimento. De volta à sua terra, mesmo amargurada e desiludida, Deus iria lhe proporcionar um recomeço e a superação dos tempos sombrios que ela atravessou. 

Em momentos de crise existencial, devemos atentar para a recomendação do Senhor Jesus ao pastor da Igreja de Éfeso: "Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras…" (Ap 2.5a). Em vez de culpar a Deus, as outras pessoas ou se maldizer da sorte, devemos fazer uma análise da situação, verificar onde erramos e retornar ao ponto inicial. Não vale a pena seguir em frente, se estivermos na direção errada. Isso seria  prolongar o erro. Também não há nada de errado em mudar de ideia, desde que seja para melhor.

2. Rute conhece o Deus de sua sogra (Rt 1.16). Os moabitas eram descendentes de um relacionamento incestuoso entre Ló e uma das suas filhas (Gn 19.37). Depois de embriagar o pai, a filha mais velha teve relações com ele e nasceu Moabe, o ancestral dos moabitas. O povo de Moabe não servia ao Deus de Israel. Adoravam a Astarote e Baal-Peor deuses da fertilidade; Quemos, deus da guerra; e outras divindades pagãs (Nm 22.40; 23.2; 25.1-3,16). Os moabitas ofereciam sacrifícios de ovelhas e bois e até sacrifícios humanos em oferendas aos seus deuses (2 Reis 3:27).

Rute era uma moabita e, como tal, foi criada nesse ambiente de idolatria e abominações. Entretanto, ela conheceu o Deus de Israel através da convivência com Noemi e se converteu à fé judaica. Esta declaração emocionante de Rute à sua sogra Noemi: “O teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1.16), mostra-nos que o apego dela não era apenas à sua sogra, motivado por vínculos familiares. Era também uma demonstração de fé no Deus de Noemi. Os israelitas não faziam proselitismo religioso. Ao contrário, eles não se misturavam com outros povos e pensavam que Deus era apenas deles. Sendo assim, Rute conheceu o Deus de Noemi não através de pregações dela, mas pelo seu comportamento e pela forma como ela servia a Deus.

As pessoas que não servem a Deus e nos observam, sentirão desejo de se aproximar, ou se afastar do Deus a quem servimos? As nossas vidas serão as únicas Bíblias que algumas pessoas irão ler. Portanto, devem ser um testemunho poderoso do Evangelho.

3. Unidas contra a crise. Vendo a convicção de Rute de ir com ela para a terra de Israel, e que não conseguiria fazê-la mudar de ideia, Noemi seguiu com a sua nora para Belém de Judá, de onde havia saído com a família havia dez anos. Noemi havia deixado a sua terra com o esposo e os dois filhos, por causa da fome. Agora, ela retorna viúva, sem filhos e com uma nora também viúva. A vida das viúvas naqueles tempos era muito difícil. Não havia nenhum auxílio do governo e as mulheres dependiam completamente dos homens. Duas mulheres viúvas e sem posses, portanto, não tinham nenhuma perspectiva de vida.

Neste momento de grande amargura e desilusão, Noemi encontrou em Rute o apoio que precisava. A união e amizade sincera entre as duas, foram fundamentais, para superarem a crise existencial e recomeçar a vida. Em momentos difíceis, o que a família mais precisa é da união dos seus membros, pois, como diz o ditado popular "a união faz a força."


REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 126-127.
LOPES, Hernandes Dias. Rute: Uma perfeita história de amor. Editora Hagnos. pág. 41.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 1097-1100.

09 maio 2023

A CRISE ECONÔMICA NA TERRA DA JUDÉIA


(Comentário do 1º tópico da Lição 07: O relacionamento entre nora e sogra)

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos sobre a crise econômica na terra Judéia, que provocou escassez de fome em Belém, cujo nome significa “Casa de pão”. Parece até um contrassenso, a casa de pão, se tornar  um lugar de fome, carestia, seca e escassez. Falaremos também sobre a crise na família de Elimeleque. O nome de Elimeleque significa “Deus é meu Rei”, mas em momento algum ele consultou a Deus antes de ir para uma terra estranha, que servia a outros deuses. O resultado disso foi catastrófico, pois lá ele e os seus filhos morreram, deixando três mulheres desamparadas. 

1. A escassez que provocou fome na “casa de pão” (Rt 1.1). O pequeno livro de Rute tem apenas quatro capítulos e inicia com o relato de que uma família da cidade de Belém de Judá, saiu para os campos de Moabe, com a sua esposa e os dois filhos. A narrativa situa o período que se deu os fatos, de forma vaga, informando que no período em que os juízes julgavam. É difícil precisar a época em que isso aconteceu pois o período dos juízes durou cerca de 300 anos, desde a morte de Josué, até os dias do profeta Samuel.  


A cidade de Belém de Judá, cujo nome em hebraico é "Bethlem", de "Beth" (casa) e "lehem" (pão),  portanto, "Casa do Pão", era a cidade onde nasceram: Jessé, Davi, Miquéias e Jesus. Belém ficava a uma distância de 8 km ao sul de Jerusalém e a 80 km de Moabe. Esta cidade é também chamada de Efrata e, portanto, quando alguém é chamado na Bíblia de efrateu, significa que é natural de Belém. O início do Livro de Rute nos informa que houve fome na terra e, por isso, esta família saiu de Belém para os campos de Moabe. O fato de irem a Moabe, que era hostil a Israel e não a outra região de Israel, indica que a escassez ocorreu em todo o território de Israel. 


A cidade de Belém, que era uma grande produtora de grãos, agora era uma negação de si mesma, pois tornou-se um lugar de fome e escassez. A seca, a fome, as crises econômicas, as doenças e o domínio dos inimigos eram instrumentos que Deus usava para punir e disciplinar o seu povo por causa do pecado. Conforme vimos na lição anterior, o período dos juízes foi um período em que o povo de Israel caiu na Idolatria e na anarquia. Cada um fazia aquilo que achava correto. Claro que sempre houve o remanescente de Deus, que permanecia fiel, como Débora, Gideão, os pais de Sansão e outros. Entretanto, quando a maioria se afasta de Deus as consequências acabam atingindo a todos (Lv 26.19-39). 


2. A crise de uma família (Rt 1.1-3). A família de Belém que mudou-se para Moabe era formada pelo casal Elimeleque e Noemi, e os filhos, Malom e Quiliom. Era uma família abastada, pois possuía terras e bens. Entretanto, com as constantes invasões e saques dos inimigos e a seca que sobreveio à terra de Israel, como juízo de Deus, a crise econômica atingiu a todos. Diante da crise, Elimeleque decidiu buscar meios de sobrevivência para a sua família em Moabe. Do ponto de vista material, a solução que lhe pareceu mais racional, era as terras planas de Moabe, do outro lado do Mar Morto. 


Pelo significado do seu nome, “Deus é meu Rei”, é de se supor que Elimeleque era de uma família que servia a Deus. Não temos nenhum relato de que ele ou Noemi tenham abandonado a sua fé em Deus e se entregado à idolatria, como muitos da sua geração. Entretanto, não vemos também Elimeleque buscando a direção de Deus antes de deixar a terra de Israel, ou buscando o socorro de Deus para esta crise. Elimeleque agiu por conta própria e, como vimos na primeira lição deste trimestre, isso é um problema e traz graves consequências. 


Ao chegarem a Moabe, em vez de encontrar a prosperidade, a família de Elimeleque encontrou a enfermidade e, consequentemente, a morte. O patriarca da família adoeceu e veio a óbito, deixando a viúva com dois filhos, em terra estrangeira. Naqueles tempos, em que não havia previdência social, as viúvas ficavam desamparadas, exceto se tivessem filhos para sustentá-las. Os dois filhos de Noemi cresceram e se casaram com mulheres moabitas, porém, sem que tivessem filhos, acabaram morrendo também. Ficaram agora, três mulheres viúvas, sem ninguém por elas. Noemi pensava que Deus a estava punindo, talvez por causa da decisão de mudar-se para Moabe: “...a mão do Senhor se descarregou contra mim.” (Rt 1.13). Agora, ela era uma mulher viúva, velha e sem filhos, vivendo em terra estrangeira. 


Em momentos de crises na família, seja de que natureza for, o primeiro passo é buscar o socorro de Deus em oração. Antes de tomar alguma decisão também devemos buscar a direção do Senhor, pois Ele conhece todas as coisas e sabe o que é melhor para nós. É melhor está no lugar da crise, sob a direção de Deus, do que estar em um lugar supostamente de prosperidade, por conta própria. Infelizmente, muitas famílias pagam um preço muito alto, por conta de decisões precipitadas dos pais. 


REFERÊNCIAS: 


CABRAL, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 121-124.

LOPES, Hernandes Dias. Rute: Uma perfeita história de amor. Editora Hagnos. pág. 18-20.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 1097-1098.


08 maio 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 07: O RELACIONAMENTO ENTRE NORA E SOGRA

 

 

Ev. WELIANO PIRES


REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada, estudamos sobre o papel dos pais na formação do caráter dos seus filhos, com o tema: Pais zelosos e filhos rebeldes. Tomamos como base exemplo de Sansão, que foi escolhido por Deus antes de nascer, para libertar o povo da opressão dos filisteus. 


Os pais de Sansão procuraram ensinar ao filho a Lei do Senhor e também comportamento diferenciado que ele deveria ter como um nazireu. Entretanto não conseguiram evitar que na idade adulta ele seguisse por outros caminhos.  


Falamos por último sobre a fraqueza de caráter de Sansão. Sansão subestimava o poder do inimigo, agia de forma presunçosa, subestimava a ação de Deus em sua vida, alimentava o próprio ego, manipulava o poder de Deus e brincava com o pecado. Isso o levou à ruína e à humilhação diante dos seus inimigos. Felizmente, na iminência da sua morte, ele se humilhou, clamou ao Senhor e Deus teve misericórdia dele. 

LIÇÃO 07: O RELACIONAMENTO ENTRE NORA E SOGRA

Na lição desta semana falaremos sobre o relacionamento entre nora e sogra. Usaremos como exemplo bíblico, a emocionante história de Noemi e Rute, respectivamente, sogra e nora. É uma história dramática de uma família israelita, de Belém de Judá, que saiu da terra de Israel por causa da fome e foi para a terra de Moabe. Chegando lá, os filhos Malom e Quiliom, casaram-se com as moabitas Orfa e Rute. Depois, morreram Elimeleque, o patriarca da família, e os filhos Malom e Quiliom, deixando três mulheres viúvas. 

Noemi, a matriarca da família, diante destas tragédias, resolveu voltar à sua terra. As suas noras gostavam muito dela e quiseram acompanhá-la. Mas, ela explicou que não tinha mais filhos para se casarem com elas e ainda que casasse novamente e os tivesse, elas não iriam esperá-los crescer. Orfa, uma das noras, resolveu ficar e voltar para os seus parentes. Entretanto, Rute, a outra nora de Noemi, apegou-se tanto a ela que não quis ficar. Decidiu acompanhar a sogra aonde quer que ela fosse e servir ao Seu Deus. Assim, ambas voltaram para a terra de Israel e tiveram um maravilhoso recomeço e Rute entrou para as genealogias de Davi e de Jesus Cristo. 

No Brasil temos um estigma cultural de conflitos entre genro e sogra, ou nora  e sogra, que se transformou em tema de piadas. Infelizmente, até pessoas evangélicas se deixa levar por isso e falam que Adão foi feliz “porque  não teve sogra”. Mas isso é uma grosseria injusta e desnecessária, com a pessoa que trouxe ao mundo e criou a pessoa que amamos. O Pr. Josué Gonçalves, que há muitos anos trabalha com famílias, sabiamente disse: “Quem despreza a sogra, cospe no útero que gerou o amor da sua vida.” Honrar a sogra e a nora, portanto, é ser Deus pela família que Ele nos concedeu. O exemplo de Rute e Noemi, nos ensina que Deus honra a quem sabe honrar.

No primeiro tópico, falaremos sobre a crise econômica na terra Judéia, que provocou escassez de fome em Belém, cujo nome significa “Casa de pão”. Parece até um contrassenso, a casa de pão, se tornar  um lugar de fome, carestia, seca e escassez. Falaremos também sobre a crise na família de Elimeleque. O nome de Elimeleque significa “Deus é meu Rei”, mas em momento algum ele consultou a Deus antes de ir para uma terra estranha, que servia a outros deuses. O resultado disso foi catastrófico, pois lá ele e os seus filhos morreram, deixando três mulheres desamparadas. 

No segundo tópico, veremos como Noemi e Rute superaram a crise existencial a que foram submetidas. Depois de dez anos de sofrimento em terra estranha, Noemi voltou  à  sua terra,  acompanhada da sua nora, Rute. No convívio com Noemi, a moabita Rute conheceu o Seu Deus, descobriu que Ele é o Único Deus Verdadeiro e resolveu servi-lo.Na terra de Israel, nora e  sogra se uniram contra a crise e recomeçaram a vida, contemplando o agir de Deus. 

No terceiro tópico, falaremos sobre a fé e o trabalho numa nova perspectiva. O retorno de Noemi à sua terra, depois de dez anos, causou alvoroço entre os seus antigos conhecidos, principalmente porque ela retornou com uma nora estrangeira e sem o esposo e os filhos. Todos queriam saber o que havia acontecido, pois naquela época os meios de comunicação eram primitivos e as notícias não chegavam com facilidade como hoje. Noemi era amargurada com as tragédias que passou, mas a sua nora Rute ajudou-a a recuperar a autoestima. Rute foi trabalhar em um campo de trabalho de um parente dos seu falecido sogro Elimeleque, chamado Boaz. Ao perceber que Rute havia sido bondosa para com a sua sogra, Boaz ofereceu alimento e proteção a ambas. 

No quarto tópico, veremos como Rute encontrou o remidor da família. De acordo com as leis da época, em caso das terras terem sido vendidas, para que ela voltasse para a família, o remidor, que era o parente mais próximo da família, tinha a obrigação de comprar as terras do  falecido. Para isso, ele teria que casar-se com a viúva. No caso de Rute, o remidor da família era outro homem, mas, ele não quis e o próximo da linha sucessória era Boaz, que decidiu comprar as terras e casou-se com Rute. Por último, falaremos neste tópico, como o relacionamento entre noras e sogras podem trazer equilíbrio às famílias. Se esta relação não for boa, também poderá trazer enormes problemas. 

REFERÊNCIAS:
CABRAL, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 120-121.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 1097.
JÚNIOR, Robert B. Chisholm. Interpretação dos livros históricos. Editora Cultura Cristã. 1 Ed. 2011. pág. 77-78. 


05 maio 2023

A FRAQUEZA DE CARÁTER DE SANSÃO

(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 06: Pais zelosos e filhos rebeldes)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos sobre a fraqueza de caráter de Sansão. Desde a infância, Sansão sabia que era escolhido por Deus para libertar o seu povo da opressão dos filisteus. Mas ele acabou subestimando o poder do inimigo e tornou-se vítima das suas armadilhas. Sansão também passou a agir de forma presunçosa, subestimando a ação de Deus em sua vida e alimentando o próprio ego. Passou também a manipular o poder de Deus e brincar com o pecado. Isso o levou à ruína e à humilhação diante dos seus inimigos. Felizmente, na iminência da sua morte, ele se humilhou, clamou ao Senhor e Deus teve misericórdia dele. 


1- Sansão subestimou o poder do inimigo. Dois erros podem ser fatais na estratégia de guerra: desconhecer o inimigo e subestimar o seu poder. Sansão cometeu estes dois erros em relação aos filisteus. Ele entrava nos territórios dominados pelos filsteus sozinho e desarmado. Sansão cometeu o erro gravíssimo de casar-se com uma mulher filistéia, mesmo sendo advertido pelos seus pais de que aquilo não acabaria bem. Certa vez, ele foi cercado por mil homens dos filisteus e só não foi morto, porque o Espírito de Deus se apossou dele e ele os feriu com uma queixada de um jumento. Em outra ocasião, ele foi a Gaza, uma das cidades fortes dos filisteus, e deitou-se como uma prostituta. Os filisteus cercaram a cidade, mas ele arrancou o portão com os seus batentes e trancas e  o levou até o cume de um monte sobre os seus ombros. Por último, se envolveu com uma mulher astuta, chamada Dalila, que o fez revelar o segredo da sua força e os filisteus o dominaram. Por causa disso, o seu fim foi trágico e humilhante. 


Muitos crentes atualmente também cometem estes mesmos erros que Sansão cometeu: menosprezam o poder e artimanhas do inimigo e se expõem ao perigo, brincando com a natureza carnal, o pecado e o diabo. Sobre este assunto, o apóstolo Pedro nos alertou: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8). Nesta advertência, o apóstolo alertou os crentes sobre o perigo do nosso adversário, que é maligno e altamente destruidor, mas, ao mesmo tempo, é astuto como um leão quando ataca as suas presas. O primeiro passo para o leão atacar uma presa é acompanhar os seus passos e isolá-la do bando. Quando a presa está sozinha, ele a ataca com um golpe certeiro, que impede a sua reação. 


O pastor Hernandes Dias Lopes, comentando este texto de 1 Pedro 5. 8, mostra-nos quatro armas muito eficientes para não cair nas ciladas do adversário, que transcrevo abaixo resumidamente:

  1. Sobriedade. Esta palavra é sinônimo de domínio próprio. É o contrário de estar embriagado e sem controle. Se o inimigo conseguir dominar a mente do crente, ele o destruirá.

  2. Vigilância. Significa estar atento ao que acontece ao seu redor, identificando as possíveis ciladas do adversário para não cair nelas. 

  3. Fé. A fé pode ter o sentido de confiança absoluta em Deus e capacidade de suportar as provações, mas pode se referir também ao conjunto das doutrinas bíblicas. Nos dois casos, é uma arma poderosa contra o inimigo. 

  4. Consciência em meio ao sofrimento. O diabo é especialista em exagerar na dimensão da nossa dor e, ao mesmo tempo, menosprezar o consolo que temos em Deus. Sendo assim, o crente precisa se conscientizar de que ele não é o único que sofre, que Deus nos ajuda a suportar o sofrimento e que este é passageiro. Na eternidade, está reservado para nós uma glória indizível, que suplanta qualquer sofrimento desta vida. 


2- A presunção de Sansão. Se por um lado, como vimos acima, Sansão menosprezou o inimigo, por outro lado, ele era presunçoso e superestimava a própria força. Segundo o dicionário Michaelis, da Língua Portuguesa, uma das definições de presunção é a “avaliação muito favorável que alguém tem de si próprio; arrogância, cachaço, orgulho, pomada, vaidade.” Era exatamente assim que Sansão se comportava, achando que era um homem excepcional e invencível. Depois que o seu cabelo foi cortado, Dalila o despertou, dizendo: “Os filisteus vêm sobre ti, Sansão!”. Sansão abriu os olhos e respondeu autoconfiante: “Sairei, como das outras vezes, e me livrarei.” Porém, ele não sabia que o Espírito do Senhor já tinha se retirado dele (Jz 16.20). 


Sansão, realmente, fazia coisas extraordinárias, que nenhum homem comum conseguiria fazer, como por exemplo: destroçar um filhote de leão com as próprias mãos; arrancar o portão de uma cidade com os batentes e trancas e carregá-lo nos ombros até o cume de um monte; ferir mil homens, apenas com um pedaço de osso de um jumento; etc. Entretanto, estas coisas extraordinárias não foram realizadas com a força física dele e sim, porque o Espírito do Senhor se apossava dele e o capacitava com uma força sobrenatural. Tanto que depois que o Espírito do Senhor se retirou dele, os filisteus o dominaram, prenderam-no e furaram-lhe os olhos. 


Um dos grandes inimigos do cristão é a sua própria carne (natureza pecaminosa) ou o velho homem, como é chamado na Bíblia. A carne cobiça contra as coisas do Espírito e leva o homem a agir de acordo com os próprios impulsos. O apóstolo Paulo disse que, “os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.8) e “os que praticam as obras da carne não herdarão o Reino de Deus”. (Gl 5.19-21). É próprio da natureza carnal, a soberba, a arrogância e a autoconfiança. Se não andar segundo o Espírito, o ser humano não glorifica a Deus e busca a glória para si mesmo. Infelizmente, muitas pessoas que recebem dons de Deus para fazer a Obra de Deus e glorificá-lo, acabam caindo na tentação de se orgulhar dos dons que não lhe pertencem. Isso, certamente, os levará à ruína, pois Deus resiste aos soberbos. 


3- Manipulando o poder de Deus e brincando com o pecado. Sansão era muito forte fisicamente, com a força que vinha de Deus. Por outro lado era muito fraco espiritual e moralmente. Ele não levava a sério as coisas de Deus e, portanto, se tornou profano. 


Sendo israelita e nazireu de Deus, ele tinha várias regras a cumprir, que ele simplesmente ignorava. Os israelitas eram proibidos de se casarem com mulheres estrangeiras, pois a nação de Israel foi formada por Deus, para através dela trazer o Messias. Ignorando este mandamento de Deus e advertência dos pais, Sansão casou-se com uma filistéia,  e depois envolveu-se com uma prostituta, também filistéia, que por pouco não morreu, quando estava com ela. Por último se apaixonou por outra filistéia, chamada Dalila, mulher astuta e avarenta, que o fez descobrir o segredo da sua força e o traiu, entregando-o aos inimigos dele. 


Como nazireu, Sansão tinha regras ainda mais rigorosas para cumprir, que um israelita comum. Conforme falamos no tópico anterior, um nazireu não poderia beber vinho ou bebida forte, não poderia cortar o cabelo e não poderia tocar em cadáver ou em qualquer coisa considerada imunda. Não há registro de que Sansão tenha bebido vinho e ele não cortava o cabelo. Entretanto, comeu mel que estava em um cadáver de leão e envolveu-se com mulheres estrangeiras. Isso o tornava imundo e violava o voto do nazireado. 


Esta profanação para com as coisas de Deus e brincadeiras com o pecado, inevitavelmente o levaram à destruição, com um final humilhante, sendo zombado em um templo de um deus pagão. Se tivesse dado ouvido aos ensinos e advertências dos seus pais, nada disso teria acontecido e ele teria terminado a vida como um grande herói de Israel, como foram Moisés, Josué, Samuel e Davi. Claro que este homens também tiveram falhas, mas viveram até a velhice, honrando a Deus em suas vidas. 


Deus não se deixa escarnecer Ninguém sai ileso fazendo concessões ao pecado, vivendo uma vida dupla, dizendo que serve a Deus e ao mesmo tempo vivendo uma vida de pecado e dissolução. O apóstolo Paulo alertou os Coríntios, para não se prenderem a um jugo desigual com os infiéis, pois não pode haver comunhão entre as luz e as trevas, ou entre Cristo e Belial (2 Co 6.14). Isso não serve apenas para o casamento, mas para todas as áreas da nossa vida. Deus nos chamou para sermos santos, ou seja, separados do pecado e consagrados a Deus. 


REFERÊNCIAS:

Cabral, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 110-115.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2ª Impressão: 2010. Vol. 2. pag. 734.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Pedro: Com os pés no vale e o no céu. Editora Hagnos. pag. 176-179.

RIDALL, Clyde. Comentário Bíblico Beacon: Juízes. Editora CPAD. págs. 143-144.

CLARKE, Adam. Comentário Bíblico de Adam Clarke: Juízes.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 1066.

04 maio 2023

O NASCIMENTO DE SANSÃO E SUA FORMAÇÃO

Foto: Biblioteca do Pregador

(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 06: pais zelosos e filhos rebeldes).

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos sobre o nascimento de Sansão e a sua formação. O seu nascimento foi um milagre anunciado, pois a sua mãe era estéril. Falaremos também sobre o ambiente familiar em que Sansão foi criado. Temos poucas informações sobre os seus pais, mas podemos concluir pelo relato do nascimento de Sansão, que eles tinham uma vida piedosa e uma vida conjugal bem ajustada. Por último, falaremos sobre a formação de Sansão. Não temos no texto bíblico, a informação de que, realmente, os seus pais lhe ensinaram a Lei do Senhor. Mas, pela vida piedosa que eles levavam, podemos deduzir que sim. Porém, vemos que Sansão na idade adulta se afastou das exigências do nazireado. 


1- O nascimento e desenvolvimento de Sansão. No texto de Juízes 13.24,25 lemos o seguinte: “E o menino cresceu, e o Senhor o abençoou. E o Espírito do Senhor o começou a impelir de quando em quando para o campo de Dã, entre Zorá e Estaol”. Os pais de Sansão viram a fidelidade do Senhor, no cumprimento da promessa. Podemos inferir deste texto, que a infância e juventude de Sansão foram dirigidas por Deus. Certamente os seus pais, que eram tementes a Deus e viram o cumprimento da promessa do nascimento de um filho, sendo a sua mãe estéril, criaram-no seguindo os princípios de Deus. 


Assim como aconteceu com Jesus quando tinha doze anos, o Espírito do Senhor já agia na vida de Sansão ainda muito jovem, abençoando o menino e depois, impelindo-o a ir ao campo de Dã, entre Zorá e Estaol, que ficava na fronteira com os filisteus e era dominado por eles. Mesmo sendo precipitado, inconsequente e afoito muitas vezes, o fato é que desde cedo, apesar de ser um homem fraco moralmente, Sansão era dirigido pelo Espírito Santo para livrar Israel do domínio dos filisteus. 


Sansão cresceu sabendo que era o filho prometido aos seus pais e que ele nasceu por um milagre de Deus, tendo como missão começar a livrar Israel das mãos dos filisteus. Deus concedeu a ele um desenvolvimento físico extraordinário e também muita coragem para realizar a missão que Deus lhe concedeu. Sansão desde cedo enfrentou situações de perigo, sem nenhum temor e os inimigos de Israel o temiam e fugiam dele. A primeira manifestação de força e coragem de Sansão foi quando um leão veio ao seu encontro e ele o despedaçou com as mãos, como se fosse um cabrito, sem nenhuma arma. Evidentemente, tanto a força física, como o ímpeto e coragem vinham do Espírito Santo (Jz 14.6).


2- A família de Sansão. Sansão foi criado por um casal que temia a Deus, mesmo vivendo em uma geração que se afastou de Deus. Conforme vimos no primeiro tópico, após a morte de Josué, o povo de Israel caiu em um ciclo vicioso de idolatria e anarquia. Por isso, Deus os entregou a inimigos cruéis para puni-los e levá-los ao arrependimento. Quando se arrependiam e clamavam ao Senhor, Deus os livrava, mas, após a morte do libertador, eles voltavam ao pecado. 


A história de Sansão demonstra que os pais de Sansão continuaram fiéis a Deus. A sua mãe era estéril, em uma sociedade que considerava isso uma maldição e desprezava as mulheres que não tinham filhos. Mesmo assim, não há registros de que ela murmurou, se desesperou ou se precipitou como fizeram Sara e Raquel. O fato do Anjo do Senhor aparecer inicialmente ela e não ao seu esposo Manoá, indica que ela era mulher que tinha comunhão com Deus, talvez até mais do que o seu esposo. Mesmo assim, ela contou tudo ao seu esposo e, quando o Anjo apareceu novamente, ela pediu que ele esperasse e foi chamar o esposo, para que ele também ouvisse as instruções do Senhor. 


Estes relatos nos mostram, como disse o comentarista, que este casal tinha uma “vida conjugal de confiança e profunda piedade”. O exemplo de Manoá e sua esposa nos ensina valiosas lições para a nossa vida familiar:

  1. Mesmo vivendo no meio de pessoas que não temem a Deus, devemos manter a nossa comunhão com Deus e não seguir a maioria. 

  2. Ensina-nos também que em situações de lutas impossíveis aos nossos olhos, como o caso da esterilidade feminina naquele contexto, devemos confiar e esperar no Senhor. 

  3. Aprendemos também que, ao recebermos uma missão de Deus, devemos buscar a Ele e pedir as instruções, em vez de agir por conta própria. Sara tinha a promessa de que o seu esposo seria pai de uma grande nação, sendo ela estéril. Os anos se passaram e a promessa não se cumpria. Em vez de buscar ao Senhor e pedir informações, ela se precipitou e agiu por conta própria, como vimos na primeira lição.

  4. Ensina-nos que devemos criar os nossos filhos conforme os princípios da Palavra de Deus. O casal recebeu a promessa de que teria um filho, que seria nazireu de Deus. Eles perguntaram ao Senhor qual seriam as instruções para a criação e educação do filho. Mesmo os nossos filhos não sendo nazireus, há vários princípios na Palavra de Deus para a criação dos filhos, que nós devemos seguir. 

  5. Por último, aprendemos que o casal deve estar sempre unido e agir em parceria na criação dos filhos. Jamais o casal deve agir de forma diferente na educação dos filhos, tirando a autoridade um do outro. 


3- A formação de Sansão. Conforme vimos acima, os pais de Sansão eram piedosos e tinham uma vida conjugal bem ajustada. Certamente eles ensinaram a Sansão as exigências do nazireado e os orientaram corretamente, segundo o que receberam do Anjo do Senhor. Entretanto, vemos que na idade adulta, Sansão se afastou destes ensinamentos, seguiu a sua própria vontade e não honrou o voto de nazieado que o Senhor ordenara aos seus pais. Muitas pessoas acham que o problema de Sansão foi apenas o fato de ter contado o segredo a Dalila, que mandou cortar o cabelo dele. Mas, a rebeldia dele começou bem antes. Sendo um nazireu, Sansão não poderia tocar em cadáver. Mas ele comeu mel que estava em um cadáver de um leão. Casou-se com uma mulher das filhas dos filisteus, contrariando a orientação dos seus pais. Estas atitudes demonstram a sua rebeldia em relação aos ensinos dos seus pais. 


Muitos pais ao verem os seus filhos andando em caminhos tortuosos, ficam se martirizando e se culpando, perguntando onde erraram. É claro que em muitos casos, a culpa realmente é dos pais que não ensinaram, não impuseram limites e deram maus exemplos aos filhos. Entretanto, em muitos casos, os pais são piedosos e ensinam, porém, na idade adulta, os filhos têm livre arbítrio e se afastam daquilo que aprenderam, seja por más influências ou por rebeldia mesmo. Foi este o caso de Sansão. Ele nasceu em um lar de pessoas que serviam a Deus e foi ensinado corretamente Mas, depois abandonou os ensinos dos pais e seguiu a própria vontade, como veremos no próximo tópico. 


A Palavra de Deus nos ensina que devemos instruir a criança no caminho em que deve andar e até quando envelhecer, não se afastará dele (Pv 22.5). Entretanto, isso não é uma profecia e sim, uma palavra de sabedoria. O apóstolo Paulo também recomendou ao carcereiro de Filipos: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa”. Muitas pessoas também confundem este versículo, como se fosse uma garantia de que eu crer no Senhor Jesus Cristo, automaticamente a minha família também será salva. Mas não é isso que o texto está falando. O que Paulo falou é que se o carcereiro e a sua casa cressem no Senhor Jesus Cristo, eles seriam salvos. Evidentemente, se algum deles não cresse não estaria incluído. 

 

A tendência é que os filhos que foram ensinados desde cedo nos caminhos do Senhor, com as palavras e o exemplo, na idade adulta permaneçam servindo ao Senhor. Mas, existem as exceções, pois eles têm o livre arbítrio e podem escolher o caminho que irão trilhar. A nossa responsabilidade como pais é apenas ensinar e orar por eles. 


REFERÊNCIAS:

Cabral, Elienai. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 105-109.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 1056.

RIDALL, Clyde. Comentário Bíblico Beacon: Juízes. Editora CPAD. pág. 137.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pág. 143-144.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 4. 11ª Ed. 2013. pág. 466.

PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. 2 Ed. 2007. pag. 1347.

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: DO JULGAMENTO À RESSURREIÇÃO

Ev. WELIANO PIRES Nesta antepenúltima lição, estudaremos sobre a consumação da obra redentora de Cristo, trazendo os detalhes dos últimos ac...