26 julho 2022

COMPREENDENDO O MATERIALISMO E O ATEÍSMO



(Comentário do 1⁰ tópico da LIÇÃO 5: A SUTILEZA DO MATERIALISMO E DO ATEÍSMO). 


Neste primeiro tópico estudaremos as definições do Materialismo e do Ateísmo. São duas filosofias bem relacionadas entre si, pois ambas negam a realidade do mundo espiritual e vivem como se a existência humana se restringisse a este mundo. O Materialismo diz que a matéria é a única realidade que existe. O Ateísmo, por sua vez, nega a existência de Deus e do mundo espiritual. São formas diferentes de dizer a mesma coisa. 


1- O Materialismo. O Materialismo é a doutrina filosófica que diz tudo no universo se resume à matéria e pode ser explicado pelas leis da física. Para os materialistas, tudo no universo é pura e simplesmente a matéria em movimento. Com este pensamento, negam a existência do mundo espiritual, de acontecimentos sobrenaturais e da vida após a morte. 


Por considerarem que não existe nada além da matéria, os materialistas entendem que a religião é desnecessária, pois ela se fundamenta na realidade espiritual, que segundo dizem, não existe. Por conseguinte, negam também a existência dos milagres, pois acreditam que eles não são necessários à vida material. Por considerarem que o mundo material é a única realidade e que o universo é regido pelas leis da física, dizem que os milagres são impossíveis de acontecer. 


Evidentemente, estas idéias se chocam completamente com a revelação bíblica. Sendo assim, os materialistas rejeitam completamente os relatos bíblicos. A Bíblia para os materialistas é apenas um livro antiquado, cheio de mitos e superstições, que são fruto da imaginação humana. Entretanto, não se debruçam sobre ela para estudar o seu conteúdo e examinar as evidências. 


Segundo Champlin, há pelo menos três tipos de Materialismo:


a. Naturalismo. É uma forma mais radical de Materialismo, segundo a qual, tudo o que existe no universo, nada mais é do que átomos em movimento. 

b. Naturalismo crítico. Nega o mundo espiritual, porém admite a existência de algo imaterial no universo. Entretanto, diz que são coisas do próprio universo e não de fora dele. 

c. Materialismo prático. Admite que talvez exista Deus, espíritos, almas ou algo fora do universo, porém, dizem ué a única coisa que interessa neste mundo são as coisas materiais. Por incrível que pareça, existem até crentes com esse tipo de ideia. 


2- O Ateísmo. A palavra 'ateu' é formada a partir do prefixo grego 'a' que significa 'não' e o substantivo grego 'theos', que significa Deus. Portanto é a negação da existência de Deus. Assim como o Materialismo, o ateísmo nega a existência do mundo espiritual, principalmente, a existência de um Deus pessoal que criou e controla o Universo. 


O Ateísmo não é um pensamento recente. Ele é tão antigo como o próprio diabo.  Nos Salmos 14 e 53, o salmista diz que o tolo diz em seu coração: "Não há Deus". A idéia de se considerar um deus, como os monarcas antigos, ou de viver como se Deus não existisse, mesmo crendo em sua existência, também são formas de ateísmo. 


Assim como acontece com o Materialismo, o Ateísmo também tem vários tipos. Antigamente, a descrença nos deuses populares de uma determinada região era considerada Ateísmo. Os próprios cristãos foram chamados de ateus pelos pagãos, por não crerem em seus deuses. Champlin cita os seguintes tipos de Ateísmo:


a. Ateísmo naturalista. Diz que não há nada fora do mundo material e, portanto, não existe Deus. 

b. Ateísmo prático-moral. Admite a possibilidade da existência de Deus, de forma teórica, como algo que deu origem ao Universo. Mas não admitem a existência de um Deus que exerce influência sobre este mundo, ou que exige normalidade. 

c. Ateísmo panteísta: Não crêem em um Deus pessoal. Dizem que Deus seria a alma do universo e este seria o corpo de Deus. Então, Deus seria a energia que movimenta o Universo e não uma pessoa. 

d. Ateísmo politeísta. O politeísmo é a crença na existência de vários deuses. Então, se há uma multidão de deuses, não há um único Deus verdadeiro como nos mostra a Bíblia. Portanto, o politeísmo também é uma forma de Ateísmo. 

e. Ateísmo absoluto. Nega a existência de qualquer ideia de divindade. Estes são militantes e lutam para provar e convencer as pessoas de que Deus não existe. 


Ha ainda o 'Agnosticismo', não citado por Champlin neste livro, que também é uma forma de Ateísmo. A palavra agnóstico, vem do prefixo grego 'a' que significa 'não', mais a palavra grega 'gnosis', que significa 'conhecimento'. Os agnósticos não negam a existência de Deus, mas, dizem que não sabem se Deus existe ou não, pois segundo eles, o ser humano não tem conhecimento suficiente para provar ou não a existência de Deus. 


Nos próximos tópicos falaremos sobre as raízes do Ateísmo e do Materialismo, os seus pressupostos e no último tópico apresentaremos as respostas bíblicas a estas idéias. 


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 4. pág. 157-158.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, teologia e filosofia. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 363.

COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E agora, como viveremos? Editora CPAD. pág. 276-277.

GEISLER, Norman. Teologia Sistemática, introdução à teologia: pecado, salvação, a igreja e as últimas coisas. Editora CPAD. pág. 45-46.

PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 233.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. CPAD, 2017, p.18).

 

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Pb. Weliano Pires 

25 julho 2022

LIÇÃO 5: A SUTILEZA DO MATERIALISMO E DO ATEÍSMO



INTRODUÇÃO À LIÇÃO


O materialismo e o ateísmo são duas faces da mesma moeda. Por isso esta lição coloca os dois no mesmo estudo. O materialismo é a doutrina filosófica, que ensina que a matéria é a única realidade que existe. Esta filosofia deu origem a regimes totalitários e anticristãos como o Comunismo, o Fascismo e o Nazismo. O ateísmo, por sua vez, também é materialista e, por isso, nega a existência de Deus e das coisas espirituais. 


Tanto o materialismo quanto o ateísmo tem as suas raízes na queda da raça humana. Com a entrada do pecado no mundo, o ser humano passou a viver por sua própria conta, como se Deus não existisse, atentando apenas para as coisas desta vida. A cegueira espiritual é consequência direta do pecado, mas é também um ataque sutil do diabo. A Bíblia diz que "... o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho". (2 Co 4.4). 


Os dois pressupostos fundamentais das doutrinas materialistas e ateístas são a negação da existência de Deus e a negação de que o ser humano é um ser distinto das demais espécies. Como eles não acreditam na existência de Deus e do mundo espiritual, dizem que a existência humana se limita a esta vida e, portanto, o ser humano é igual aos animais, em outro estágio da cadeia evolutiva. Partindo destes pressupostos, negam também a existência de uma verdade absoluta e de princípios morais.  


Sendo assim, onde regimes que defendem estes pressupostos chegam ao poder, procuram a todo custo extirpar os valores judaico-cristãos, criando leis que aprovam o aborto, a eutanásia, a ortotanásia e outras coisas que ferem a ética cristã. Os regimes totalitários da antiga União Soviética, de Cuba, Coréia do Norte e os campos de concentração nazistas, perpetrados por Hitler na Alemanha, são exemplos mais recentes. 


Entretanto, estes regimes extremamente violentos e abertamente hostis ao Cristianismo, deram lugar aos chamados Marxismo cultural e neoateísmo que, de forma sutil, através da cultura e das universidades, induzem a nossa juventude a adotar os valores materialistas, evolucionistas e ateístas, afastando-os dia após dia do Cristianismo. As armas dos revolucionários deram lugar à desconstrução dos nossos valores, através da música, da literatura e dos currículos escolares. Não são poucos os jovens cristãos que se tornam ateus logo no Ensino Médio ou após o ingresso nas universidades. 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

DANIEL, Silas. A Sedução das Novas Teologias. Editora: CPAD. pág. 214-215.


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Pb. Weliano Pires

24 julho 2022

O céu é muito melhor


"Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, o que é muito melhor." (Filipenses 1.23).


Somos peregrinos neste mundo e a nossa vida aqui é sofrida. Sob todos os aspectos, o Céu é muito melhor do que a vida aqui.


Por Weliano Pires


Sob o ponto de vista material, a vida é o bem mais precioso, tanto que é o primeiro dos direitos individuais do cidadão, garantidos no Artigo 5º da Constituição Federal: Direito à inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Sem a vida, nenhum dos demais faz sentido. 

Do ponto de vista cristão, no entanto, a vida terrena não é o bem mais precioso. Somos peregrinos e estrangeiros neste mundo e, portanto, a nossa existência aqui é provisória, breve e cheia de sofrimentos e desilusões. Por causa da entrada do pecado no mundo, a nossa comunhão com Deus, que garante vida plena e abundante, foi rompida e passamos a ter dores, sofrimentos, envelhecimento, incertezas e a morte física. (Gn 3.17; Rm 3.23; Rm 6.23). 

Deus, que é riquíssimo em misericórdia, sabendo de antemão que o ser humano pecaria e que seria incapaz de reverter por si mesmo este quadro desolador, elaborou antes da criação do mundo, um plano de salvação para o ser humano. Este plano envolvia a vinda do Seu Filho Jesus Cristo, que tomaria a forma humana e pagaria o preço da nossa redenção, mediante o sacrifício da sua própria vida. (Jo 1. 29; Jo 3.16; Ef 1.4). 

O plano de Deus envolvia inicialmente a formação de uma nação exclusiva, à qual Deus lhe daria as suas leis e, através desta nação, viria o Salvador do mundo. Deus iniciou, então, o seu projeto, chamando um homem que vivia na Antiga Mesopotâmia, na cidade de Ur dos Caldeus, chamado Abrão. A ordem de Deus era para que Abrão se afastasse da sua terra e dos seus parentes e fosse a uma terra que Deus ainda iria lhe mostrar. (Gn 12.1-7)

Inicialmente, Abrão saiu junto com os seus pais e irmãos e chegaram a um lugar chamado Harã, onde morreu um dos seus irmãos e, posteriormente, o seu pai. (Gn 11.31,32). Ali, Deus chamou exclusivamente a Abrão e ele obedeceu, parcialmente, pois, levou ainda o seu sobrinho Ló consigo. Durante a peregrinação, as equipes de Ló e Abrão se desentenderam e eles acabaram se separando, indo cada um para um lado. (Gn 13.1-12).

Deus mudou o nome de Abrão para Abraão e, mesmo tendo já certa idade e não tendo filhos, Deus prometeu-lhe que ele seria pai de uma grande nação e que através dele, todas as famílias da terra seriam abençoadas. (Gn 17.1-17). Prometeu ainda que abençoaria os que lhe abençoassem e amaldiçoaria os que lhe amaldiçoassem. 

Os anos se passaram e nada de filhos. A esposa de Abraão acabou se precipitando e sugeriu que tivesse um filho com a escrava, que era um costume daquela época. Abraão aceitou e teve um filho, a quem deu o nome de Ismael. Deus apareceu novamente a Abraão, refez a promessa de que ele seria pai de um filho da sua esposa. O nome da criança seria Isaque e dele viria a descendência da promessa. Abraão creu nesta promessa e isso foi-lhe imputado por justiça. 

Quando Abrão estava com 100 anos e Sara, sua esposa com 90 anos, Isaque nasceu. (Gn 21.5). Deus reafirmou a promessa a Isaque e depois ao seu filho Jacó. Desta descendência veio a nação de Israel e o Salvador prometido, que é Jesus Cristo, o qual foi gerado em uma virgem, por obra e graça do Espírito Santo. (Mt 1.18-25).

Jesus nasceu em Belém, na Judéia, cresceu em Nazaré, na Galiléia e na idade adulta mudou-se para Cafarnaum, outra cidade da Galiléia. Nasceu sem pecado e viveu por 33 anos na terra de Israel, sujeito aos mesmos sofrimentos que nós, porém nunca pecou. Aos 30 anos, iniciou o seu ministério terreno e, por três anos, pregou o Evangelho e fez muitos milagres. Foi condenado à morte por crucificação, uma forma cruel de execução de criminosos, que os romanos aplicavam. (Mt 27.35). Depois de três dias, conforme havia prometido, Ele ressuscitou dos mortos e apareceu aos seus seguidores, permanecendo com eles por um período de 40 dias, sendo visto por mais de 500 pessoas. (Mt 28.5,6; 1 Co 15.6).

Depois disto, Jesus subiu ao Céu e assentou-se à direita do Pai. (AT 1.9). Entretanto, antes de subir, Ele prometeu que voltaria para levar aqueles que creram nele, para junto de Si. Ele prometeu que na Casa do Pai há muitas moradas e que Ele nos levaria para lá.  (Jo 14.1-3). Em outras partes da Bíblia encontramos mais detalhes sobre a sua segunda vinda para buscar o seu povo. (1 Co 15.51,52). Encontramos também a informação de que aqueles que morreram com Cristo, na esperança da Vida Eterna com Ele, ressuscitarão na ocasião da sua vinda e receberão um corpo imortal e glorificado (1 Ts 4.16-18). 

No texto que lemos, o apóstolo Paulo se encontrava preso em Roma e o seu futuro era incerto. Não sabia se seria solto ou se seria condenado à morte. Neste dilema, ele tinha o desejo de permanecer vivo, por amor aos filipenses, a fim de pregar o Evangelho e também edificar a fé dos convertidos. Entretanto, ele deixa claro que ser morto e estar com Cristo seria muito melhor (Fp 1.23). 

Sob todos os aspectos, o Céu é muito melhor do que a vida aqui. No Apocalipse, o apóstolo João descreve a Nova Jerusalém que ele viu e disse que lá não haverá mais prantos, tristezas, mortes, nem dores. Ali, disse João, Deus enxugará dos nossos olhos todas as lágrimas. (Ap 21.1-4). 

Somos estrangeiros e peregrinos neste mundo. Não temos aqui uma morada permanente e aguardamos, a qualquer momento, o Senhor vir nos buscar e levar-nos para o nosso eterno lar. Se morrermos antes, não precisamos nos desesperar, pois estaremos guardados para o dia da sua vinda, quando ressuscitaremos e subiremos a encontrar o Senhor nos ares (1 Ts 4.16-18) e assim, estaremos para sempre com o Senhor. 


Amém! Ora vem Senhor Jesus! 


Weliano Pires, é professor da Escola Bíblica Dominical e presbítero da Assembléia de Deus, Ministério do Belém, em São Carlos - SP.


(Texto publicado no Jornal Mensageiro da Paz, em Outubro de 2022).

22 julho 2022

O DIVÓRCIO E A PRÁTICA PASTORAL


(Comentário do 3º tópico da Lição 4: a sutileza da normalização do divórcio)


Neste terceiro e último tópico veremos algumas recomendações sobre como a Igreja deve tratar as pessoas que se divorciaram. Infelizmente, o divórcio é uma realidade, inclusive no meio da Igreja e os pastores precisam tratar desta questão, com orientações bíblicas. Temos pessoas que já chegaram na Igreja divorciadas, com muitas feridas e traumas. A Igreja, como pronto socorro espiritual, deve amparar estas pessoas e mostrar-lhes o amor de Deus. Há também os que são membros da Igreja e o casamento acabou. Precisamos também vê-los como almas, cujos corações muitas vezes estão despedaçados. Estas pessoas têm também os filhos do casamento que foi destruído e precisam ser amparados. Entretanto, a Igreja precisa tomar cuidado para não aprovar aquilo que Deus condena, que seria um segundo casamento, fora das exceções bíblicas estudadas nos tópicos anteriores. 


1- A pessoa do divorciado. Conforme já falamos, o divórcio contraria a vontade de Deus e é resultado da dureza do coração humano. Um divórcio, independente dos motivos que levaram a ele, é sempre traumático e deixa feridas, complexos e traumas, tanto para o casal que passou por ele, quanto para os filhos e demais familiares. Para piorar a situação, em muitos casos há a chamada alienação parental, que é quando os ex-cônjuges usam os filhos para atingir o outro e tentam apagar os vínculos afetivos entre pais e filhos. Em muitos casos, os próprios filhos pequenos se sentem rejeitados pelos pais que saíram de casa, mesmo os pais explicando que eles não tem nada a ver com a separação. O inimigo sabe dos males que o divórcio causa e, por isso, luta para levar os casais a se separarem. 


A Igreja deve ver a pessoa do divorciado como uma alma ferida, que necessita de cuidados especiais, aconselhamento pastoral, oração e orientação bíblica. Se a pessoa já veio do mundo divorciado, precisamos ter em mente que Deus não leva em conta os tempos da ignorância (At 17.30). É possível recomeçar e construir uma nova família sob a orientação da Palavra de Deus. Assim como acontece com as pessoas que estão nas drogas, bebidas, prostituição, etc. a Igreja também deve abraçar e amparar as pessoas que vem a ela, abaladas emocionalmente, após o fim do casamento. 


2- O divorciado como cristão. Quando o divorciado é um cristão, a situação é mais complicada. O processo de divórcio envolvendo membros da Igreja, tem sido cada vez mais comum e representa um grande desafio para os pastores na atualidade. Em muitos casos, as razões que levaram ao divórcio não são aquelas mencionadas por Jesus e pelo apóstolo Paulo. Não podemos fugir dessa questão e fingir que o problema não existe. 


Precisamos avaliar cada caso, com sabedoria, discernimento e amor pelas almas. Entretanto, não podemos querer ser mais misericordiosos do que Deus e aceitar aquilo que a Palavra de Deus condena. Nos casos de divórcios envolvendo membros da Igreja, precisamos deixar claro que Deus odeia o divórcio, que o divórcio não é natural e que atenta contra as leis de Deus. Conforme já vimos à exaustão nesta lição, somente a morte (l Co 7.2), a infidelidade conjugal (Mt 19.9) e o completo abandono (l Co 7.15) podem cancelar os laços matrimoniais e permitir ao cristão casar-se novamente. Muitos tentam achar subterfúgios para legitimarem o divórcio, alegando incompatibilidade de gênios, problemas de saúde, agressividade, etc. A agressividade e outras coisas insuportáveis podem justificar a separação, mas não um novo casamento. Não podemos ir além daquilo que a Palavra de Deus prescreve. Por isso é muito importante analisar bem antes de casar, para ver com quem estamos unindo as nossas vidas até à morte. Os critérios para a escolha não podem se resumir à beleza física e à posição socioeconômica. Mais importante do que isso é verificar se a pessoa é temente a Deus e como ele trata os pais, irmãos e pessoas que estão à sua volta. 


REFERÊNCIAS:


LOPES. Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pag. 583-584.

BAKER, Any. Filhos e divórcio ajuda quando a vida é interrompida. Editora Fiel.

LEITE, Fernando. Publicação do Ministério de Comunicação da Igreja Batista Cidade Universitária.

https://jacpapa.com.br/2021/09/14/divorcios-dentro-do-lar-cristao/


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Pb. Weliano Pires


20 julho 2022

A SUTILEZA DA NORMALIZAÇÃO DO DIVÓRCIO


(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 4: A sutileza da normalização do divórcio). 

Neste tópico analisaremos o divórcio nas esferas legal e moral. Por conta da tradição católica, o divórcio no Brasil é recente, pois só foi permitido a partir de 1977. Mesmo assim, os requisitos para o divórcio eram rigorosos, com o objetivo de dificultá-lo e até evitá-lo. A partir da Constituição de 1988, elaborada em sua maioria por parlamentares de esquerda, o divórcio passou a ser permitido de forma ilimitada. Nos anos subsequentes, a facilidade para o divórcio foi aumentando, de forma que hoje se tornou mais fácil divorciar do que casar. Sendo assim, do ponto de vista legal, não há nenhum impedimento para o divórcio, independente do motivo. Entretanto, do ponto de vista moral, para o cristão que teme a Deus e segue as Escrituras, o divórcio é algo que contraria a vontade de Deus e traz graves consequências para os divorciados, para  a família e para a Igreja. 


1- O divórcio no seu aspecto legal. O Brasil foi descoberto por portugueses católicos, em 1500 e somente em 1822, conseguiu se tornar independente de Portugal. Em 1824 foi outorgada unilateralmente por D  Pedro I, a primeira Constituição do Brasil. Não era uma constituição elaborada por representantes do povo, mas encomendada pelo imperador ao conselho de estado. Nessa época o poder da Igreja Católica sobre o estado brasileiro era muito grande, principalmente nas questões relacionadas à família. Um Decreto de 1827 firmava a obrigatoriedade das disposições do Concílio de Trento e da Constituição do Arcebispado da Bahia, nas questões matrimoniais.


A realização do casamento era exclusividade da Igreja Católica, que não aceitava fazer casamentos de pessoas de outras crenças. Somente em 1861, houve uma flexibilização por parte da Igreja e foi feito um decreto para regular os casamentos de pessoas de outras religiões, de acordo com as suas próprias crenças. Entretanto, foi permitida apenas a separação de corpos e não o divórcio. A Igreja Católica considera o casamento como um sacramento, ou seja, é uma ministração da Igreja que transmite graça ao fiel, assim como o batismo, a crisma e outros. Sendo assim, não admite a dissolução do casamento em hipótese alguma. 


Com a proclamação da República em 1889 e, consequentemente, a separação entre a Igreja e o estado, em 1890 foi estabelecido que o casamento civil teria que preceder as cerimônias religiosas de qualquer religião. A separação de corpos era permitida apenas nas situações de adultério, sevícia (maus tratos), injúria grave, abandono voluntário do lar por dois anos contínuos e mútuo consentimento dos cônjuges, se fossem casados há mais de dois anos. Entretanto, não era permitido um novo casamento. 


Durante todo o período da república, houve várias tentativas de aprovar o divórcio, mas foram rejeitadas e durante criticadas por parlamentares ligados à religião católica. A primeira tentativa foi em 1893, com o deputado Érico Marinho. Outros projetos vieram nos anos seguintes, mas foram rejeitados. Depois, o jurista Clóvis Beviláqua apresentou o seu projeto de Código Civil em 1901, que incluía o divórcio. Foi duramente criticado pelo renomado senador, jurista, escritor e diplomata, Rui Barbosa, e por outros juristas. Depois de muitas discussões e alterações, o projeto foi aprovado em 1916, permitindo apenas o desquite com separação de corpos e de bens, por vias judiciais, pelos motivos citados acima. 


Na Constituição do Estado Novo, em 1934, a indissolubilidade do casamento passou a ser preceito constitucional. Este preceito foi reiterado nas constituições de 1937,1946 e 1967, mesmo havendo várias tentativas de mudá-lo. Somente em 1975, foi apresentada uma emenda à Constituição que permitia o fim do vínculo matrimonial após cinco anos de desquite. Mesmo obtendo a maioria dos votos favoráveis, não atingiu a maioria de dois terços que era exigida para aprovar uma emenda constitucional. Finalmente, em 1977 foi aprovada a lei do divórcio, que interrompia totalmente o vínculo matrimonial, mas permitia um novo casamento apenas uma vez.


Em 1988, com a promulgação da nova Constituição, foi liberado para a pessoa casar quantas vezes quiser, desde que cumprido o prazo de um ano de separação. O novo Código Civil, aprovado em 2002 passou a reconhecer as uniões estáveis como constituição familiar. Nos anos seguintes, outras leis foram aprovadas para facilitar ainda mais o divórcio. 


2- O divórcio no seu aspecto moral. Conforme vimos acima, do ponto de vista legal, não há nenhum impedimento para o divórcio no Brasil. Entretanto, como cristãos devemos questionar o aspecto moral do divórcio. A ética do cristão é determinada pela Palavra de Deus, que é o nosso manual de fé e prática. 


Infelizmente, muitos crentes tentam se amoldar ao padrão do mundo e praticar as mesmas coisas que a sociedade pós moderna pratica. Outros, quando são confrontados pela liderança da Igreja por condutas que não estão de acordo com a Bíblia, procuram Igrejas que "liberaram" práticas que a Bíblia condena. Ora, nenhuma Igreja, convenção ou concílio eclesiástico tem autoridade para alterar os princípios estabelecidos na inspirada, inerrante, infalível, perfeita e eterna Palavra de Deus. 


Conforme vimos no primeiro tópico  desta lição, a Assembleia de Deus no Brasil, em sua declaração de fé, só reconhece a legitimidade de um novo casamento se o motivo para o fim do primeiro casamento for adultério do cônjuge ou abandono da outra parte. Tratando-se de ministros do Evangelho (pastores e evangelistas), há divergências entre as convenções estaduais. Algumas delas, não aceitam em hipótese alguma ministros que se divorciaram e casaram de novo. Outras seguem o padrão da Declaração de fé e aceitam apenas nos motivos citados acima. 


Por conta desta polarização, a Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil (CGADB) aprovou uma resolução, segundo a qual só aceita o divórcio de um dos seus membros nos casos previstos em Mateus 5.32 e Mateus 19.9 (infidelidade da outra parte). No caso de 1 Coríntios 7.15 (abandono por parte da esposa) fica a critério do ministro permanecer em sua atividade ministerial. No caso do divórcio partir do ministro o caso fica a critério da convenção estadual decidir o caso. Entretanto, o Presidente da convenção estadual que acolher um ministro divorciado, fora dos padrões da Convenção Geral será responsabilizado disciplinarmente na CGADB. 


REFERÊNCIAS:


https://ibdfam.jusbrasil.com.br/noticias/2273698/a-trajetoria-do-divorcio-no-brasil-a-consolidacao-do-estado-democratico-de-direito

SOARES, Esequias. Casamento, Divórcio E Sexo A Luz Da Bíblia. Editora CPAD. pag. 55-56.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 479-480.

RIENECKER, Fritz. Comentário Esperança: Evangelho de Mateus. Editora Evangélica Esperança.

Comentário Bíblico Beacon. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.136


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Pb. Weliano Pires

19 julho 2022

O DIVÓRCIO NO CONTEXTO BÍBLICO


(Comentário do 1⁰ tópico da Lição 4: A sutileza da normalização do divórcio). 

Neste primeiro falaremos sobre o divórcio do ponto de vista bíblico, primeiro no Antigo Testamento e, depois, no Novo Testamento. Antes de falar sobre o divórcio, no entanto, precisamos resgatar o conceito de casamento segundo o padrão de Deus. O casamento foi instituído por Deus, com regras e objetivos bem definidos. No princípio Deus criou um homem e uma mulher e os uniu, tornando-os uma só carne. Ao contemplar Eva pela primeira vez e recebê-la das mãos de Deus como sua esposa, Adão declarou: "Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem, o seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne." (Gn 2.23,24). Este texto bíblico nos ensina que o casamento segundo Deus é heterossexual, monogâmico e vitalício. Portanto, o divórcio não foi uma criação de Deus. 


Entretanto, devido à dureza do coração do homem, Deus permitiu o divórcio para proteger a mulher que fosse rejeitada pelo marido, para que ela pudesse seguir a sua vida com outra pessoa, uma vez que o marido não a queria mais. No Novo Testamento, ao ser indagado sobre este assunto, Jesus disse que no princípio não foi assim e, “qualquer que deixar a sua mulher e casar-se com outra, sem que haja infidelidade conjugal, comete adultério e quem casar com a mulher repudiada, também comete adultério.” (Mt 19.7). O apóstolo Paulo também, em sua primeira Epístola aos Coríntios tratou deste assunto, no capítulo 7, quando respondeu às perguntas acerca do casamento.


1- O divórcio no contexto do Antigo Testamento. Na cultura oriental, na época dos patriarcas, o casamento era planejado pelos pais e deveria durar até o fim da vida dos cônjuges. O Código de Hamurabi, da antiga Mesopotâmia, prescrevia que, se um homem tomasse uma esposa e não redigisse o seu contrato, então essa mulher não era dele. Também era exigida fidelidade absoluta, principalmente da esposa. O adultério era punido com a morte, conforme vimos na lição passada. Neste código, a regra geral era que os casamentos fossem vitalícios, Entretanto, haviam exceções para que o casamento terminasse, como a infertilidade da esposa, por exemplo. 


O povo de Israel herdou muita coisa da cultura mesopotâmica, pois Abraão era natural dessa região. Mesmo depois da chamada de Abraão vemos casos de concubinato como os de Abraão, Jacó e Esaú. Depois, os filhos de Israel mudaram-se para o Egito, onde viveram por mais de 400 anos e, certamente sofreram influência cultural daquele país. Destes fatos podemos concluir que o divórcio já existia na época de Moisés e não foi estabelecido por Deus. O plano inicial de Deus para o casamento era que ele durasse até a morte de um dos cônjuges. O profeta Malaquias, por exemplo, afirma que Deus “odeia o divórcio”. (Ml 2.16). 


Por que, então, foi permitido o divórcio na Lei mosaica, se Deus o odeia? Jesus foi questionado sobre isso pelos fariseus e deu a seguinte resposta: “Por causa da dureza dos vossos corações”. (Mt 19.8). Esta expressão “dureza dos vossos corações”, no grego é “sklêrokardia”, formada das palavras skleros, que significa “seco, duro, áspero, dificultoso, exigente” que diz respeito ao homem extremamente obstinado; e “kardia”, que significa “coração”, não o órgão mas o interior do ser humano. Esta dureza do coração dos homens fazia com que eles abandonassem a esposa por qualquer motivo e a mulher abandonada não podia casar com outro, senão seria considerada adúltera. 


Por isso, Deus ordenou que o homem que repudiasse (rejeitasse) a sua mulher, lhe desse carta de repúdio, para que ela ficasse livre para casar com outra pessoa (Dt 24.1-4). A expressão traduzida por “carta de repúdio”, no hebraico é “sêpher kenthüth”. Era um documento público, reconhecido pelas autoridades judaicas, que liberava a mulher para se casar novamente, após ser abandonada pelo marido.  Entretanto, se o segundo marido a abandonasse, ou morresse, o primeiro não poderia casar com ela de novo. Neste texto de Deuteronômio 24, a Lei não é muito clara sobre os motivos que poderiam levar o homem a repudiar a sua esposa. Diz apenas “se não achar graça em seus olhos, ou nela achar coisa feia”. A expressão hebraica “erwat dãbãr'', traduzida por “coisa feia” significa literalmente “nudez” ou “coisa vergonhosa”.


Esta motivação que permitia o divórcio na Lei, se tornou alvo de controvérsia entre os rabinos judaicos. Havia duas principais interpretações sobre o tema. Segundo a Mishná (tradição oral dos judeus, que depois foi escrita pelo Rabi Yehuda), havia a escola do rabino Shammai, que dizia que “um homem não poderia se divorciar de sua esposa a menos que tenha encontrado falta de castidade nela”; e, por outro lado, a escola do rabino Hillel dizia que, “o homem poderia se divorciar da esposa, por vários motivos, inclusive, se ela estragasse um prato para ele, ou se encontrasse outra mulher mais bela do que a esposa.”  


Não temos maiores informações sobre casos de divórcios nos tempos do Antigo Testamento. Mas, pelos relatos, parece que também era banalizado. Os homens abandonavam a mulher por qualquer motivo e casavam-se com outras, como podemos ver nos Livros de Esdras e Malaquias. Entretanto, fica claro que o divórcio nunca foi a vontade de Deus, conforme Jesus esclarece em Mateus 19. 


2- O divórcio no contexto do Novo Testamento. Nesse conflito de interpretações, em que a prática do divórcio havia se tornado banalizada, Jesus foi interrogado pelos fariseus a respeito do assunto. Na verdade, eles não estavam interessados em saber o que era correto, pois já tinham opinião formada. Eles queriam que Jesus desse alguma resposta comprometedora, a fim de poderem acusá-lo de violação da Lei. Jesus, resgatou para eles o plano original de Deus para o casamento.


Jesus afirmou para os fariseus que, “qualquer que repudiasse a sua mulher e casasse com outra, não sendo por causa de prostituição (Gr. porneia, que significa qualquer tipo de imoralidade sexual), estaria cometendo adultério.” (Mt 19.9) Os fariseus, conhecedores da Lei, questionaram a Jesus, por que Moisés havia autorizado a carta de repúdio. Jesus explicou o contexto desta ordem dada por Moisés, que era uma permissão por causa da dureza dos corações, conforme vimos no item anterior. 


No Sermão do Monte, conforme vimos no trimestre passado, nas chamadas antíteses de Jesus, quando Ele confrontou os seus ensinos com os ensinos dos rabinos, Ele já havia falado sobre isso, dizendo: “Qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite. Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.” (Mt 5.31,32). Portanto, no ensino de Jesus, o padrão para o casamento é que ele dure até que a morte os separe. Entretanto, Ele coloca uma exceção que é a infidelidade da outra parte. 


Alguns intérpretes alegam que Jesus não teria permitido um novo casamento no texto de Mateus 19. Dizem que as passagens paralelas de Marcos 10.2-12 e Lucas 16.18 não contêm essa exceção “não sendo por causa de prostituição”. O mais provável, no entanto, é que o Espírito Santo que inspirou Mateus a redigir o seu texto para judeus, viu a necessidade de expor essa regra colocada por Jesus. Porém, o mesmo Espírito que inspirou Marcos e Lucas a escreverem para gentios, não viu a necessidade de expô-la, pois, diferente dos judeus, esta exceção fazia parte do entendimento dos gregos e romanos. 


O apóstolo Paulo, no capítulo 7 de 1 Coríntios, respondeu às perguntas enviadas pelos coríntios sobre casamento. Na parte que ele falou sobre separação, fez menção a dois tipos de separação: a de um casal cristão e de um casal misto de um cristão e um incrédulo. Evidentemente, ele se referia a uma pessoa que se converteu já sendo casada, pois ele mesmo recomendou a não se prender a um jugo desigual com infiéis. 


No caso de um casal cristão, Paulo disse: “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.” (1 Co 7.10,11). Ou seja, um casal cristão não deve se separar. Mas, se não conseguem viver juntos e se separarem, não podem se casar de novo. 


Sobre um casal misto, Paulo diz o seguinte: “Mas, aos outros, digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. …. Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.” (1 Co 7. 12, 13, 15). A orientação de Paulo aqui é que um cristão não deve abandonar o cônjuge só porque ele não é crente. Porém, não pode forçá-lo a viver junto, caso ele não queira. Neste caso, se a parte incrédula quiser separar, o crente está livre do vínculo matrimonial. 


Os ensinos de Paulo e Jesus não são conflitantes, mas se complementam. Combinando os dois chegamos à conclusão de que apenas duas exceções são permitidas para um cristão divorciar-se e casar novamente: a imoralidade sexual da outra parte, não dele; e o abandono por parte de um cônjuge descrente, contra a sua vontade. Não entram nestas exceções quem trai o cônjuge e quem o manda embora. Este foi o entendimento comum dos evangélicos desde a Reforma Protestante. É também a posição oficial da Assembléia de Deus. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus reconhece a legitimidade de um novo casamento apenas quando o motivo do fim do primeiro casamento foi o adultério ou o abandono da outra parte. 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

SOARES, Esequias. Casamento, divórcio e sexo à Luz da Bíblia. Editora CPAD. pág. 36-39; 41-46.

TENNEY, MERRILL C. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pág. 198-200.

Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.1427

Comentário Bíblico Beacon. Vol. 6. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.135.


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Pb. Weliano Pires

18 julho 2022

Lição 4: A sutileza da normalização do divórcio


INTRODUÇÃO


Esta lição é uma continuação da lição anterior. Devido ao aumento da imoralidade sexual e banalização do casamento, o divórcio tem sido adotado como uma prática comum e aceitável. Segundo os números do IBGE, nas últimas três décadas, os casamentos cresceram 17% e o número de divórcios, por sua vez, cresceu 269%. Infelizmente, esta prática tem chegado também ao meio evangélico, Mas, o padrão bíblico para o casamento continua sendo heterossexual, monogâmico e indissolúvel.


A lição mostra o divórcio do ponto de vista bíblico, tanto no Antigo, como no Novo Testamento. Na cultura oriental, nos tempos do Antigo Testamento, os casamentos eram arranjados e decididos pelos pais. A esposa era vista como uma propriedade do marido e, se ela fosse infiel, seria condenada à morte por apedrejamento. Entretanto, devido à dureza do coração do homem, Deus permitiu o divórcio para proteger as mulheres que fossem rejeitadas pelo marido. No Novo Testamento, ao ser indagado sobre este assunto, Jesus disse que no princípio não foi assim e, qualquer que deixar a sua mulher e casar-se com outra, sem que haja infidelidade conjugal, comete adultério e quem casar com a mulher repudiada, também comete adultério. (Mt 19.7). 


A lição mostra também o divórcio nas esferas legal e moral. O divórcio no Brasil só foi permitido a partir de 1977. Mesmo assim, os requisitos para o divórcio eram rigorosos para dificultá-lo e evitá-lo. A partir da Constituição de 1988, elaborada em sua maioria por parlamentares de esquerda, o divórcio passou a ser permitido de forma ilimitada. Nos anos subsequentes a facilidade para o divórcio foi aumentando, de forma que hoje se tornou mais fácil divorciar do que casar. Sendo assim, do ponto de vista legal, não há nenhum impedimento para o divórcio, independente do motivo. Entretanto, do ponto de vista moral, para o cristão que teme a Deus e segue as Escrituras, o divórcio é algo que contraria a vontade de Deus e traz graves consequências para os divorciados, para  a família e para a Igreja. 


Por último, a lição traz algumas recomendações sobre como a Igreja deve tratar as pessoas que se divorciaram. Infelizmente, o divórcio é uma realidade, inclusive no meio da Igreja e os pastores precisam tratar desta questão, com orientações bíblicas. Paulo tratou exclusivamente dos problemas relacionados ao casamento, no capítulo 7 da primeira Epístola aos Coríntios. Neste capítulo, o apóstolo tratou de dois casos de divórcios: O divócio entre um casal cristão e o divócio entre uma pessoa que veio para Cristo casada e o cônjuge não se converteu. No primeiro caso, Paulo recomenda que fique sem casar, ou que haja reconciliação. No segundo caso, o apóstolo ensina que se o descrente quiser se apartar, o cristão não está sujeito à servidão, ou seja, está livre. 


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

Revista Ensinador Cristão. CPAD. Ed. 91, p. 38.

SOARES, Esequias. Casamento, divórcio e sexo à luz da Bíblia. Editora CPAD. pág. 57-58.


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Pb. Weliano Pires


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 7: “EU SOU A RESSUREIÇÃO E A VIDA”

Ev. WELIANO PIRES Em continuidade ao estudo do Evangelho segundo João, estudaremos nesta lição o episódio da ressurreição de Lázaro, registr...