07 julho 2022

A GRAÇA NO CONTEXTO BÍBLICO



Comentário do 2º tópico da Lição 2: A SUTILEZA DA BANALIZAÇÃO DA GRAÇA


Este tópico é uma continuação do assunto do tópico anterior. Vimos a definição da palavra Graça, no hebraico e no grego e que a graça é divina e imerecida. Agora falaremos sobre a necessidade da graça e a sua extensão. Há pontos de vista diferentes no meio evangélico sobre este assunto. Quanto à necessidade da graça, não há dúvidas, exceto nas seitas que ensinam salvação pelas obras ou por merecimento. Com relação ao alcance da graça, no entanto, há divergências. Há também diferença de pensamento sobre a resistência à graça, e a possibilidade de alguém decair da graça. 


1- A necessidade da graça. Não é possível entender a doutrina da Graça de Deus, sem antes compreender a doutrina do pecado. Com relação ao pecado, há várias heresias. Algumas pessoas  negam a existência do pecado, como é o caso de algumas religiões orientais. Outros, acham que o ser humano precisa pagar o preço dos seus pecados, em sucessivas reencarnações, como dizem os espíritas. O pelagianismo, por sua vez, diz que o pecado não afetou a todos e há a possibilidade do ser humano se redimir através dos próprios esforços. Os católicos romanos acreditam na existência do pecado, mas ensinam que o ser humano obtém o perdão de Deus através de obras, sacrifícios, missas após morte e sofrimentos no purgatório. 


A Bíblia, no entanto, nos mostra claramente, que o pecado entrou no mundo através da desobediência de Adão e corrompeu a natureza humana: "Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram." (Rm 5.12. Portanto, não há ninguém neste mundo que tenha nascido sem pecado ou tenha vivido sem pecado. O único que nasceu e viveu sem pecado foi Jesus (Hb 4.15). Paulo que escreveu aos Romanos que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". (Rm 3.23). 


A humanidade, afetada pelo pecado, ficou separada de Deus e incapaz de de reatar esta comunhão, pois a Justiça de Deus exige a punição pelo pecado. Deus tem razão em está irado contra a humanidade perdida e estaria fazendo justiça se os condenasse. Entretanto, se por um lado a Justiça de Deus exige a punição do culpado, o amor de Deus exige a salvação do pecador. É aqui que está o cerne da doutrina da Graça de Deus. O ser humano é culpado diante de Deus e merece ser condenado. Mas Deus, por sua infinita graça, deseja salvá-lo e pagou o preço da sua redenção.


2- A extensão da graça. Na questão da extensão ou alcance da Graça há três pensamentos teológicos diferentes: O universalismo, que ensina que a Graça de Deus foi concedida a todos e salvará a todos; o calvinismo, que ensina que a Graça de Deus foi dada apenas aos eleitos e estes serão salvos, sem a possibilidade de escolher ou resistir; por último, o arminianismo, que ensina que a Graça de Deus foi concedida a todos, porém, Deus concedeu ao homem o livre-arbítrio para escolher ou rejeitar a Graça de Deus.


O universalismo é uma heresia totalmente antibíblica, pois a Bíblia afirma claramente em vários textos que há dois caminhos: o caminho estreito que conduz à vida eterna; e o caminho largo e espaçoso, que conduz à perdição. Jesus afirmou também que os que nele crerem sem salvos e os que não crerem serão condenados. Então, não faz sentido dizer que Deus salvará todos. 


O calvinismo ensina que Deus escolheu um grupo seleto de pessoas que serão salvas e o restante serão condenados. Pregam ainda que Cristo morreu apenas pelos eleitos e que não há a possibilidade dos demais serem salvos porque Deus assim escolheu. Dizem também que não há a possibilidade dos eleitos resistirem à Graça de Deus ou rejeitarem após terem aceitado. As principais doutrinas do calvinismo foram resumidas em cinco pontos, em um acróstico em inglês, chamado TULIP. Cada letra representa uma doutrina:

T - Total depravity / Depravação total

U - Unconditional election / Eleição incondicional

L - Limited atonement / Expiação limitada

I - Irresistible Grace / Graça irresistível

P - Perseverance of saints / Perseverança dos santos.


O arminianismo, por sua vez, ensina que Deus disponibilizou a sua Graça para todos (Tt 3.11) e Cristo morreu por todos e quer salvar a todos (Jo 1.29, Jo 3.16 e 1 Tm 2.4-6). O homem estava morto em seus pecados, mas Deus concedeu a Sua Graça, chamada de Graça preveniente, que convence, chama, ilumina e capacita o homem a decidir se quer ou não ser salvo (Mc 16.16; Jo 6.47). tornando o arrependimento e a fé possível. Entretanto, Deus concedeu ao homem a livre escolha. O arminianismo também foi resumido em cinco pontos:

 1. Vontade livre (Livre arbítrio) 

2. Eleição condicional. 

3. Expiação Universal.

4. Graça resistível.

5. Possibilidade de cair da graça. 


Nós da Assembleia de Deus seguimos o pensamento arminiano pois entendemos que ele tem base bíblica. Em vários textos bíblicos a Bíblia mostra que o homem é recomendado a escolher (Gn 2.17; Dt 30.19; Js 24.15; Ao 22.17);  portanto, tem livre arbítrio. Vemos também em vários textos onde o ser humano resistiu à Palavra de Deus (Is 63.10; At 7.51)  e vemos inúmeros textos recomendando a vigilância para não cair (Mt 26.41; 1 Pe 5.7; Ap 3.11). Se não houvesse a possibilidade de um salvo se perder, não precisaria de orientação para vigiar. 


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

NEVES, Natalino das. Justiça e Graça: Um Estudo da Doutrina da Salvação na Carta aos Romanos. Editora CPAD: 1 Ed 2015. pág. 77-80.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento: ATOS A APOCALIPSE. Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pág. 337.

Roger E. Olson. Arminian Theology: Myths and Realities, p. 35-36.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pág. 433.

LUCADO, Max. Nas Garras da Graça: Você não pode escapar do seu amor. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp.30-32).


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Pb. Weliano Pires

05 julho 2022

COMPREENDENDO A GRAÇA


(Comentário do 1º tópico da Lição 2).

Neste primeiro tópico estudaremos sobre a definição e a natureza da Graça de Deus. O apóstolo Paulo escrevendo aos efésios, ensinou que somos salvos pela graça, mediante a fé. Isso não vem de nós mesmos. É um dom de Deus e não vem das obras, para que ninguém se exalte. (Ef 2.8-10). Mesmo sabendo da definição clássica, que diz que Graça é o favor imerecido de Deus, muitos crentes desconhecem o que realmente significa a Graça de Deus e quais os seus desdobramentos. Alguns chegam a dizer, erroneamente, que no Antigo Testamento a salvação era pelas obras e hoje é pela Graça. Ora, nunca houve em tempo algum, salvação pelas obras. Paulo fala sobre isso, quando diz que Abraão foi justificado pela fé (Rm 4.1-17). 

1- A graça é divina. Os católicos costumam chamar bênçãos de “graça” e dizem: agradeço a São fulano, pela graça alcançada. Isso é um equívoco, mesmo tratando-se de bênçãos, pois qualquer dádiva concedida ao ser humano, vem de Deus (Tg 1.17). Quando falamos da Graça para a Salvação, o primeiro aspecto é que ela provém de Deus. Não há ninguém na terra ou no Céu que possa conceder a Graça salvadora. Tanto a origem quanto a iniciativa da graça estão em Deus. Sendo assim, não há ninguém que possa salvar-se a si mesmo, ou oferecer salvação a outrem. Também não há ninguém que mereça ser salvo, ou possa pagar de alguma forma pela sua salvação. 

O conceito de Graça no Antigo Testamento é muito abrangente. A palavra hebraica “hen”, significa “favor não merecido, concedido por um um superior ao seu subordinado". Tratando-se de Deus para com o homem, pode se referir a  bênçãos materiais, espirituais e livramentos, tanto no sentido físico quanto no espiritual (Jr 31,2; Êx 33.19). Temos também a palavra “hesed”, que significa benevolência ou benignidade entre pessoas que têm um relacionamento entre si, especialmente no caso de Deus para com o seu povo, onde Ele garante a sua “hesed” (2 Sm 7.15; Êx 20.6).

No grego, a palavra traduzida por Graça é “Charis”. Esta palavra aparece 164 vezes no Novo Testamento, sendo 101 nos escritos do apóstolo Paulo. Na literatura grega, “Charis” tinha pelo menos 5 significados: 

1) Algo que causa atração, como a beleza física ou fala.
2) Consideração favorável em relação a uma pessoa.
3) Um favor prestado a outra pessoa
4) Gratidão por um benefício recebido.
5) Usada como locução adverbial em frases como: “charin tinos” (Por amor a alguma coisa). 

No Novo Testamento, a palavra "Charis" também significa gratidão a Deus (1 Ts 5.18); dom concedido por Deus (Rm 12.3); ou mesmo simpatia diante das pessoas (At 2.47).  Mas o sentido pleno de graça foi revelado na pessoa de Jesus Cristo (2 Co 8.9; Ef 1.7; Tt 2.11). 

2- A graça é imerecida. A Graça é a disposição de Deus em oferecer perdão e salvação aos perdidos, que não teriam como ser salvos por seus próprios esforços, nem teriam condições de pagar a sua dívida para com Deus. A ideia aqui é de um réu culpado, que está diante de um juiz e espera receber dele a sentença de condenação, mas, o juiz lhe oferece o perdão da sua pena, sem que ele seja considerado inocente. Não há ninguém na terra que seja digno ou merecedor do perdão de Deus. 

O apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos, citou um trecho do Antigo Testamento que diz: "Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só." (Rm 3.10-12). No versículo 23, ele diz: “Porque todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus.” Jesus contou a parábola do credor incompassivo, para explicar que diante de Deus, todos tínhamos uma dívida impagável e, como Ele nos perdoou, nós devemos também perdoar aos que nos ofendem (Mt 18.13-35). 

Na Epístola aos Efésios, o apóstolo Paulo falou com mais clareza, sobre a Graça de Deus, como passo inicial para a Salvação. Ele disse que nós estávamos mortos em nossos pecados e ofensas, mas Deus que é riquíssimo em misericórdia, com grande amor nos amou, nos vivificou e nos ressuscitou juntamente com Cristo e nos fez assentar nos lugares celestiais, para mostrar aos séculos vindouros as “riquezas da Sua Graça”. Na sequência ele explica que somos salvos pela graça, mediante a fé e que isso não vem de nós mesmos, nem das nossas obras, para que ninguém se glorie, mas é “dom” (Gr. Charis) de Deus. (Ef 2.1.10). 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo. As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.
PFEIFFER, Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pág. 876.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Editora CPAD.

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Pb. Weliano Pires

04 julho 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 2: A SUTILEZA DA BANALIZAÇÃO DA GRAÇA


RESUMO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada fizemos uma introdução ao tema que será estudado durante o trimestre, que são as sutilezas do inimigo contra a Igreja de Cristo. Vimos que os ataques do inimigo são de duas naturezas: espiritual e moral. Vimos também que o inimigo ataca a Igreja de Cristo na esfera religiosa, com ataques internos e na esfera social com leis, decretos e perseguição cultural. Por último, falamos sobre as duas armas fundamentais para a Igreja de Cristo neutralizar estes ataques sutis do inimigo, que são a exposição sistemática da Palavra de Deus e uma vida disciplinada de oração e jejum.  


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 2


Nesta lição estudaremos sobre a doutrina bíblica da Graça de Deus. O grande diferencial do Cristianismo em relação a outras religiões é, sem dúvida nenhuma, a Graça. A idéia de que Deus veio até nós, sem exigências de sacrifícios, penitências, ou ofertas, oferecendo perdão a quem não merece, é somente do Cristianismo. O budismo, a doutrina hindu do karma, a aliança judaica, o código da lei muçulmana, etc. oferecem, cada um deles, um caminho para alcançar a aprovação dos seus deuses ou de Deus. Apenas o cristianismo prega que o amor de Deus é oferecido gratuitamente e sem exigir contrapartida. 


O apóstolo Paulo escrevendo aos efésios, ensinou que somos salvos pela graça, mediante a fé. Isso não vem de nós mesmos. É um dom de Deus e não vem das obras, para que ninguém se exalte. (Ef 2.8-10). A grande maioria dos evangélicos sabe que Graça é o favor imerecido de Deus. Entretanto, a grande maioria não entende a profundidade disso e tem confundido Graça com licença para pecar. É a isso que chamamos de “graça barata”, ou “banalização da Graça”, que é o cristianismo nominal e mundanizado. 


No contexto em que se deu a Reforma Protestante, a doutrina da Graça havia sido deturpada e a Igreja ensinava que para alcançar a salvação a pessoa precisava fazer sacrifícios, comprar indulgências e relíquias e necessitava da mediação do papa. Os reformadores Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio, João Calvino e outros, resgataram a doutrina bíblica da salvação pela graça de Deus, mediante a fé e somente através de Jesus Cristo. Os principais pontos da Reforma Protestante foram: Somente a Graça, Somente as Escrituras, Somente a Fé, Somente Cristo e Somente a Deus a glória. Em latim, Sola gratia, Sola scriptura, Solus Christus e Soli Deo Gloria. 


No contexto contemporâneo, lamentavelmente, a graça tem sido barateada. Este conceito de graça barata foi introduzido na literatura cristã para expressar o estilo de vida secularizado ou mundanizado. Tem uma frase que alguns crentes usam em camisetas, que eu acho muito importante que diz: Foi pela graça, mas, não foi de graça. Isto significa que a nossa salvação é fruto da Graça de Deus, porque nós não a merecemos e não pagamos por ela. Mas, isso não significa que ela não custou nada, Jesus pagou o alto preço da nossa salvação na Cruz do Calvário, Por isso, devemos valorizá-la. 


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

YANCEY, Philip. Maravilhosa Graça. Editora Vida Nova. 3ª Impressão, 2001. pág. 18-19.

 

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Pb. Weliano Pires


02 julho 2022

A IGREJA PROTEGIDA

Foto: comunhao.com.br

(Comentário do 4º tópico da Lição 1)

O apóstolo Paulo disse que as armas da nossa luta não são carnais e que não devemos lutar contra a carne e o sangue, mas contra os principados, potestades e hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais. Ele menciona duas armas principais que a igreja deve usar contra estes ataques do inimigo: a Palavra de Deus e a Oração (1 Tm 1.5). Não há outra forma de vencer os ataques do inimigo, que não seja o ensino sistemático da Palavra de Deus e uma vida de constante oração, nas Igrejas e nos lares. Sem isso, sucumbiremos ante os ataques sutis do inimigo.


1- A exposição da Palavra de Deus. A Palavra de Deus é chamada pelo apóstolo Paulo de "a espada do Espírito" (Ef 6.17). A espada é uma arma de ataque e de defesa. Com ela atacamos o inimigo e suas sutilezas, mas também nos defendemos. Jesus venceu o inimigo no deserto usando a Palavra de Deus em todas as suas investidas contra Ele. Eva, no entanto, estava no paraíso, mas, foi vencida pelo inimigo, porque não estava alicerçada na Palavra de Deus. O inimigo distorceu o que Deus havia dito e ela não soube rebater. Estava mais preocupada com "coisas agradáveis para comer" e "ser como Deus”


Nenhuma Igreja é espiritualmente forte, se não houver exposição constante e sistemática da Palavra de Deus. A Palavra de Deus nos limpa, santifica, ensina, torna-nos sábios, testifica de Jesus e nos fornece o antídoto contra os ataques do inimigo. Portanto, não podemos jamais substituir o ensino da Palavra de Deus por campanhas, louvorzão, obras sociais, teatros e outras "atrações". As pessoas só serão realmente alcançadas para Cristo se for através da Palavra de Deus. 


2- A prática da oração. A oração é uma necessidade na vida do crente, diante das lutas, perseguições e dificuldades que ele enfrenta nesta vida.  Por outro lado, a oração é também um grande privilégio, pois, é através dela que nos comunicamos com o nosso Deus. Há na Bíblia vários tipos de orações: confissões, adoração, súplicas, ações de graça e intercessões. Os homens de Deus no Antigo e no Novo Testamento viam a oração como um recurso poderoso e indispensável, semelhante ao que o alimento cotidiano é para o corpo físico. 


A Igreja deve ser dirigida por Deus e, por isso, deve sempre comunicar-se com Ele em oração, para tomar as suas decisões. O diabo e o mundo querem nos destruir. Precisamos orar em todo tempo, para sermos fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. (Ef 6.10). Na Bíblia o jejum sempre aparece junto com a oração. Ambos são atos de disciplina, autonegação e humilhação, que demonstram total dependência de Deus. O cristão que conhece a Palavra de Deus sabe da importância da oração e do jejum como exercícios espirituais (1Tm 4.8). Pela prática de ambos, o crente estará mais sensível ao Espírito Santo, de modo que sua realização traz constantes benefícios para a nossa vida espiritual, especialmente diante de um mundo materialista e utilitarista. Jesus falou também que há castas de demônios que só podem ser vencidas com oração e jejum. 


REFERÊNCIAS:

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pág. 320.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo: O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pag. 101.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE. Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pág. 694.

GOULD, Glenn. Comentário Bíblico Beacon. I e II Tessalonicenses. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 480.


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Pb. Welian Pires

01 julho 2022

AS ESFERAS DOS ATAQUES DO INIMIGO


(Comentário do 3º tópico da Lição 1). 

No tópico anterior falamos sobre os dois tipos de ataques do inimigo contra a Igreja de Cristo, que são os de natureza espiritual e os de natureza moral. Neste tópico, abordaremos as esferas ou áreas em que eles acontecem. O inimigo age contra a Igreja em duas esferas: religiosa e social. Na esfera religiosa, estes ataques vêm de dentro da própria Igreja, por parte de pessoas que foram vencidas pelos ataques do inimigo e agora estão a serviço dele dentro da Igreja, causando danos e escândalos. Na esfera social, temos os ataques do inimigo à família, com leis e decretos que tentam desconstruir a família tradicional, incentivando o aborto, o divórcio, o sexo sem compromisso, a união homoafetiva, etc. 


1- A esfera religiosa. No capítulo 4, versículo 1, da primeira Epístola a Timóteo, antes de falar dos ataques do inimigo, o apóstolo Paulo falou que "alguns se apostatarão da fé". O verbo apostatar vem do grego "aphistemi", que significa revoltar-se, desviar-se, afastar-se, ou retirar-se. No sentido teológico significa rejeitar uma crença anterior e adotar outra diferente e contraditória em relação à primeira. É abandonar a primeira fé em favor de outra crença.


Na esfera religiosa os ataques do inimigo acontecem envolvendo pessoas de dentro da própria Igreja, inclusive líderes de igrejas e convenções, ou teólogos. Estas adotam doutrinas e práticas que antes eram vistas, respectivamente, como heréticas e pecaminosas e agora eles as consideram normais. Entre estes estão os adeptos da teologia liberal, que negam os milagres da Bíblia e relativizam a Palavra de Deus. Os teólogos liberais negam a inspiração divina da Bíblia e dizem que ela não é a Palavra de Deus, mas apenas a contém. Alguns chegam ao cúmulo de dizer que a Bíblia precisa ser atualizada, não no sentido de atualizar a linguagem, mas no sentido de modificar alguns dos seus ensinos, para adequá-los às suas crenças e estilos de vida pecaminosos. 


Por outro lado, temos aqueles que naufragaram em escândalos sexuais, corrupção, enriquecimento ilícito, divórcio e novo casamento, contrariando os princípios da Palavra de Deus. Ao serem confrontados, em vez de confessarem os pecados e se arrependerem, distorcem a Palavra de Deus e buscam justificar ou relativizar o pecado. Nos EUA e na Europa, já há Igrejas históricas ordenando pastores gays. No Brasil também há Igrejas que aprovam o divórcio em qualquer circunstâncias e já tem pastor dizendo que homossexualismo não é pecado. Isso, sem contar as chamadas igrejas inclusivas que foram criadas e são lideradas por homossexuais. Ao longo deste trimestre teremos lições específicas sobre estes temas.


2- A esfera social. Depois de falar que alguns se apostatariam da fé e dariam ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de demônios, o apóstolo Paulo mencionou que estas pessoas iriam "proibir o casamento e ordenar a abstinência dos manjares." Inicialmente era uma referência ao Gnosticismo e a uma seita judaica chamada de "Essênios".


Para os gnósticos a matéria era essencialmente má e o espírito era bom. Partindo desta premissa, eles negavam a criação, a encarnação e a ressurreição. Havia dois pensamentos sobre o corpo no Gnosticismo. Uma ala seguia o ascetismo, que é a abstinência de coisas relacionadas ao corpo, como ritual de purificação. Eles defendiam que a matéria era má e, por isso, evitavam a sexualidade e praticavam a abstinência de vários alimentos, principalmente a carne. A outra ala seguia a libertinagem, pois dizia que o corpo não tinha nenhum valor e, por isso, as coisas práticas pelo corpo não contaminam o ser humano. 


Os Essênios, por sua vez, eram um grupo separatista judaico, asceta, vegetariano e celibatário. Eles só permitiam o casamento apenas para a reprodução da espécie humana, mas não aceitavam que eles próprios participassem dessa reprodução. Quando o casamento era permitido a algum integrante do grupo deles, era realizado sob protestos e com várias regulamentações severas. Muitos estudiosos da Bíblia dizem que João Batista pertencia a este grupo, pois não se casou e vivia no deserto, alimentando-se de mel e gafanhotos. 


Ora, o casamento foi instituído por Deus e deve ser honrado. (Hb13.4). Não há nada de errado no relacionamento sexual dentro do casamento, nos padrões bíblicos. O que é pecado, segundo a Bíblia, é o adultério, a fornicação, a impureza sexual, a lascívia, o incesto, a bestialidade e o homossexualismo (1 Co 6.10). Da mesma forma, não há de errado com a alimentação, desde que haja moderação e se evite a glutonaria e a bebedice, que são condenadas na Bíblia (Gl 5.21). Toda a criação de Deus é boa. O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus e não é um mero animal irracional.


Na sociedade atual também há vários ataques à família, em escala global. Por outro lado, há muito esforço para normalizar e até incentivar praticas antibíblicas, como o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a ideologia de gênero, o divórcio, a poligamia, a pornografia, a prostituição e outras práticas, que seria vergonhoso até mencioná-las aqui. O mais grave, é que eles defendem absoluta liberdade para quem defende estas práticas. Entretanto, tentam, a todo custo, criminalizar qualquer manifestação contrária a isso, mesmo que seja respeitosa e pacífica. Nas redes sociais, quem se manifesta contrário a isso, é ridicularizado e linchado publicamente no ambiente virtual. Retiram patrocínios e prejudicam a pessoa de todas as formas possíveis. 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pág. 319-320.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo: O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pág. 100-101.

SOARES, Esequias. Heresias e Modismos: Uma Análise Crítica das Sutilezas de Satanás. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.36).


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Pb. Weliano Pires



30 junho 2022

A NATUREZA DO ATAQUE DO INIMIGO


(Comentário do segundo tópico da Lição 1)

Os ataques do inimigo à Igreja de Cristo podem ser classificados em dois tipos: os de natureza espiritual e os de natureza moral. Os ataques de natureza espiritual são ações diretas de espíritos enganadores. Por outro lado, do ponto de vista moral, o inimigo faz com que pareçam normais, comportamentos que a Palavra de Deus condena. 


1- O ataque é de natureza espiritual. O apóstolo Paulo, foi usado pelo Espírito Santo, para alertar a Igreja, que nos últimos dias, muitos iriam se apostatar da fé e dariam ouvidos a “espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1Tm 4.1). Na Epístola aos efésios, também ele diz que "a nossa luta não é contra carne ou sangue, mas contra os principados e potestades". (Ef 6.12). Estes dois textos nos mostram um tipo de ataque à Igreja que é de natureza espiritual e, nesse sentido, as armas para combatê-lo também são espirituais. 


A palavra grega traduzida por "enganadores" no texto de 1 Timóteo 4.1 é "planos", que significa "desviador", "enganador". Neste contexto, tem o sentido de um "impostor", ou seja, alguém que se apresenta como se fosse outra pessoa. Uma das especialidades do inimigo é imitar as coisas de Deus para enganar. O apóstolo Paulo falou que Satanás se transfigura em anjo de luz (2 Co 11.14). Por isso precisamos tomar muito cuidado com manifestações sobrenaturais. Conforme vimos na lição 13, do 2º Trimestre, milagres não transformam o caráter de ninguém e confissões doutrinárias ortodoxas, desprovidas da prática da Palavra de Deus, também não servem para comprovar que alguém é de Deus.  


Nem todos os hereges são pessoas inescrupulosas que querem ganhar dinheiro às custas dos fiéis. Muitos deles são pessoas sinceras que foram enganadas pelos demônios e, realmente acreditam naquilo que ensinam. Pensam que estão servindo a Deus e não imaginam que estão a serviço do inimigo. Assim como o Espírito Santo convence as pessoas e as leva a Cristo, por meio da Verdade, os demônios, através da astúcia e do engano, conduzem pessoas ao erro. 


2- O ataque é de natureza moral. Na sequência do texto, de 1 Timóteo 4, no versículo 2, Paulo fala dos ataques de natureza moral, que o inimigo desfere contra a Igreja. O apóstolo fala de três características destas pessoas que dão ouvidos aos espíritos enganadores: são hipócritas, mentirosas e têm a mente cauterizada. 

A palavra "hipocrisia" no grego é "upokrisis". Em seu sentido original,  significava "desempenhar um ato em um palco". Um "upokrites" era, na verdade, um ator, que representava um personagem em uma peça de teatro. Posteriormente, passou a designar uma pessoa fingida, que diz uma coisa e faz outra, fingindo ser quem não é. 


A mentira, por sua vez, é o oposto da verdade. A hipocrisia e a mentira andam juntas, pois estão intimamente relacionadas. Todo hipócrita é por natureza um mentiroso, pois mostra com palavras e atitudes, coisas que não são verdadeiras sobre a sua pessoa ou sobre os seus ensinos. Normalmente, o hipócrita usa meias verdades, para não parecer que está mentindo. Mas, existe um provérbio que diz: “Meia verdade é sempre uma mentira completa”. Jesus afirmou que o diabo, quando mente, fala daquilo que é a característica principal dele, pois é mentiroso e pai da mentira (Jo 8.44). Jesus, ao contrário disso, é a própria Verdade (Jo 14.6). 


As pessoas que têm “cauterizada a sua própria consciência” são pessoas que perderam a capacidade humana de julgar, de entender o certo e o errado. A consciência (Gr. suneidesis) é uma das faculdades do espírito humano. Deus criou o ser humano e o dotou com esta capacidade de discernir entre o que é certo e o que é errado. A consciência cauterizada (gr. kausteriazo) é uma metáfora, que fazia menção às marcas feitas a fogo nos animais, escravos e criminosos. No local destas marcas, a carne fica dura e insensível. Da mesma forma, a pessoa que tem a mente cauterizada torna-se insensível à verdade e incapaz de saber o que é certo e errado. A pessoa não se sente mais culpada ou acusada quando erra. 


Paulo citou duas ações dos apóstatas que dão ouvidos aos espíritos enganadores: proíbem casamento e ordenam a abstinência de manjares. São escravizadores de homens e difamadores de Deus, que proíbem o que Deus ordena e fazem restrições que Deus nunca fez. Ainda hoje existem seitas que proíbem o casamento dos seus líderes e impõem regras duríssimas aos seus adeptos, como forma de autojustificação. Há também Igrejas que criam doutrinas e proíbem coisas que Deus nunca proibiu. É sempre um erro proibir aquilo que a Bíblia não proíbe ou aprovar aquilo que a Bíblia condena. 


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pág. 318-319.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo: O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pág. 98-100.

SOARES, Esequias. Heresias e Modismos: Uma Análise Crítica das Sutilezas de Satanás. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.36).


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Pb. Weliano Pires

29 junho 2022

A IGREJA SOB ATAQUE

(Comentário do 1º tópico da Lição 1)

A Igreja de Cristo está sob constantes ataques de todos os lados. São pensamentos e teorias contrárias aos valores cristãos expostos nas Escrituras Sagradas. Nestes dias que antecedem a Volta de Cristo, a Igreja do Senhor precisa estar em constante alerta contra os ataques sutis de Satanás contra ela. 


1- A sutileza do ataque. Nos primórdios da Igreja, o inimigo tentou vencê-la por meio da perseguição, tortura e morte dos cristãos. Nestes últimos dias, no entanto, o inimigo tem agido de forma diferente, atacando de forma sutil e disfarçada. Os ataques do inimigo contra a Igreja do Senhor nestes últimos dias são sutis e perspicazes. Muitos relativizam a Bíblia, tentando desconstruí-la a fim de normalizar pecados e modismos que afrontam e contrariam o propósito de Deus para a para a sua Igreja. Para isso, um inimigo conta com um forte aliado que é a falta de conhecimento bíblico de muitos crentes, inclusive lideranças da Igreja. 


Se o inimigo viesse até nós com chifres, olhos de fogo, cauda gigante, soltando fogo pelas narinas e com um garfo de três dentes na mão, seria facilmente reconhecido e não expulso em Nome de Jesus! Mas, como vimos na penúltima lição do trimestre passado, os falsos mestres vêm até nós vestidos de ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.

 

Diferente do que muitos imaginam, o diabo prefere agir no anonimato ou nos bastidores. A característica principal das suas ações é a sutileza. Sutileza é a qualidade de uma pessoa ou de algo, que o torna delicado, meigo, suave. É a habilidade e perspicácia para disfarçar e enganar sem ser percebido. O apóstolo Paulo chama de “astutas ciladas”. (Ef 6.11). 


Um dos alvos principais dos ataques sutis do inimigo é a família. O inimigo tem mobilizado governos, universidades, artistas, para destruir as bases familiares, pois ele sabe que a família é a base da sociedade e da própria Igreja. De todas as formas tentam ridicularizar a família e, por outro lado, normalizar e enaltecer práticas sexuais que Deus abomina. 


2- O alerta para o povo de Deus. Um fato notório nas Escrituras é que Deus sempre alertou o seu povo, sobre os perigos iminentes, principalmente, os juízos de Deus. Deus avisou a Noé que iria enviar o dilúvio; avisou a Abraão que iria destruir Sodoma e Gomorra; avisou até a ímpios como Faraó, Acabe, Nabucodonosor, Belsazar e os ninivitas, de que caso não se arrependessem, os juízos de Deus viriam sobre eles. 


No Novo Testamento também o Espírito Santo avisou muitas vezes aos apóstolos sobre enganos e sutilezas que ocorreriam no futuro. O texto base para o estudo desta lição é “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônio.” (1 Tm 4.1). Neste texto o apóstolo Paulo alerta a Timóteo, que o Espírito Santo "afirma expressamente". Esta expressão no grego é "lego", que significa "falar", e "retos", que significa "expressamente", "explicitamente". Não era um profecia com enigmas a serem interpretados, mas um aviso direto, sem deixar nenhuma dúvida. 


Não sabemos se Paulo estava se referindo às profecias do Antigo Testamento ou se ele teve uma revelação direta do Espírito Santo, de que no final dos tempos viriam tempos trabalhosos em que surgiriam falsos mestres, que iriam ensinar heresias no meio da Igreja. Paulo já havia alertado os bispos de Éfeso a esse respeito, na sua despedida antes da sua prisão em Jerusalém. 


O apóstolo Pedro também alertou a Igreja, no capítulo dois da sua segunda Epístola, sobre o surgimento dos falsos mestres entre eles. Pedro disse: "surgirão entre vós, falsos mestres", ou seja, seria um perigo interno. Alertou também que estes falsos mestres iriam introduzir encobertamente heresias de perdição, teriam uma vida dissoluta, negariam ao Senhor e fariam negócio da Igreja. É um alerta sobre as sutilezas de Satanás, pois as heresias seriam introduzidas "encobertamente" ou "dissimuladamente".  A primeira Epístola de João e a Epístola de Judas também alertam a Igreja sobre os falsos mestres no meio deles. 


3- A Igreja na reta final. Conforme vimos acima, o Espírito Santo alertou a Igreja sobre o surgimento destes ataques sutis do inimigo à Igreja de Cristo. Mas, quando aconteceriam estes ataques? O apóstolo Paulo usou a expressão grega "eschatos kairós", traduzida por últimos dias. "Eschatos" significa último e "kairós" indica um período particular, caracterizado por determinados eventos. Os últimos tempos, ou últimos dias como aparece em outras partes da Bíblia, não se refere apenas a um período escatológico do fim. É uma referência ao período da era cristã, que vai desde a ressurreição de Jesus até a sua segunda vinda.  Pedro citou a profecia de Joel, sobre o derramamento do Espírito como parte dos eventos dos “últimos dias" (At 2.17). 


Muitas profecias para o futuro, apresentam também o seu cumprimento em parte no presente. Este foi o caso do abominável da desolação, profetizado por Daniel. Esta profecia se cumpriu em parte com Antíoco IV Epifânio, mas o seu cumprimento total será na grande tribulação, quando o Falso Profeta entrará no lugar santo de terceiro templo e exigirá adoração como se fosse Deus. Este é o caso desta profecia de Paulo. Ele já estava vivenciando os ataques sutis do inimigo, através de falsos mestres infiltrados na Igreja. Mas profetizou que nos tempos finais da Igreja seriam caracterizados pela apostasia e multiplicação do engano. 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 5. pág. 318.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo: O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pág. 98.

RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã e os Ataques do Inimigo. Editora CPAD. 1ª edição: 2013. pág. 40-41.

PENN-LEWIS, Jessie. Guerra contra os Santos: a obra clássica sobre batalha espiritual, tomo 1, versão integral. Editora dos Clássicos, Edição 2001. pág. 41-43.


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Pb. Weliano Pires

28 junho 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 1: AS SUTILEZAS DE SATANÁS CONTRA A IGREJA DE CRISTO

Foto: Blog do Magno Lino.

Graças a Deus estamos iniciando mais um trimestre de estudos em nossa Escola Bíblica Dominical. Neste terceiro trimestre, o nosso tema será apologética, que é a defesa da fé cristã contra as heresias, modismos e inovações. Estudaremos o tema: Os ataques contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás nestes Dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. 


O Comentarista deste trimestre é o Pr. José Gonçalves, mestre em Teologia, escritor, articulista, presidente do Conselho de Doutrina da Convenção Estadual das Assembléias de Deus no Piauí, membro da Comissão de Apologética da CGADB e presidente da Assembléia de Deus em Água Branca (PI).


Nesta primeira lição faremos uma introdução ao tema que será estudado durante o trimestre que é sobre as sutilezas do inimigo contra a Igreja de Cristo. Nestes dias que antecedem a Volta de Cristo, a Igreja do Senhor precisa estar em constante alerta contra os ataques sutis de Satanás contra ela. Sutileza é a qualidade de uma pessoa ou de algo, que o torna delicado, meigo, suave. É a habilidade e perspicácia para disfarçar e enganar sem ser percebido. Ao contrário do que muitos imaginam, o diabo prefere agir no anonimato ou nos bastidores. A característica principal das suas ações é a sutileza. O apóstolo Paulo chama de “astutas ciladas”. (Ef 6.11).


Se o inimigo viesse até nós com chifres, olhos de fogo, cauda gigante, soltando fogo pelas narinas e com um garfo de três dentes na mão, seria facilmente reconhecido e não expulso em Nome de Jesus! Mas, como vimos na penúltima lição do trimestre passado, os falsos mestres vêm até nós vestidos de ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Os ataques do inimigo são de duas naturezas: sobrenatural e moral. Os ataques de natureza espiritual são ações diretas de espíritos enganadores. Por outro lado, do ponto de vista moral, o inimigo faz com que pareça normal, comportamentos que a Palavra de Deus condena. 


Em suas sutilezas, o inimigo age contra a Igreja em duas esferas: religiosa e social. Na esfera religiosa, estes ataques vêm de dentro da própria Igreja, por parte de pessoas que foram vencidas pelos ataques do inimigo e agora estão a serviço dele dentro da Igreja, causando danos e escândalos. Na esfera social, temos os ataques do inimigo à família, com leis e decretos que tentam desconstruir a família tradicional, incentivando o aborto, o divórcio e a união homoafetiva. 


O apóstolo Paulo disse que as armas da nossa luta não são carnais e que não devemos lutar contra a carne e o sangue, mas contra os principados, potestades e hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais. Ele menciona duas armas principais que a igreja deve usar contra estes ataques do inimigo: a Palavra de Deus e a Oração. Não há outra forma de vencer os ataques do inimigo, que não seja o ensino sistemático da Palavra de Deus e uma vida de constante oração, nas Igrejas e nos lares. Sem isso, sucumbiremos ante os ataques sutis do inimigo. 


REFERÊNCIAS: 

GONÇALVES, José. Os Ataques Contra a Igreja de Cristo. As Sutilezas de Satanás neste Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo: O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pág. 97.


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Pb. Weliano Pires