28 setembro 2021

LIÇÃO 01: O MUNDO DO APÓSTOLO PAULO


EBD - 4° Trimestre De 2021 - Lição 01: O Mundo do Apóstolo Paulo 


Texto Áureo:

“Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel.” (At 9.15)


Verdade Prática:

Segundo a sua soberana vontade, Deus usa as circunstâncias para fazer uma grande obra.


LEITURA DIÁRIA

Segunda – Rm 1.1; 1 Co 1.1; Ef 1.1 – Paulo, chamado para ser apóstolo

Terça – At 26.16-18 – Enviado para os gentios

Quarta – 1 Co 8.5,6 – Paulo, um defensor da fé

Quinta – At 22.3 – Paulo declara sua identidade judaica

Sexta – Gl 1.14 – Seu zelo pela religião judaica

Sábado – Atos 13.1-3 – O chamado de Paulo para missões


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 26.1-7


1 – Depois, Agripa disse a Paulo: Permites-te que te defendas. Então, Paulo, estendendo a mão em sua defesa, respondeu:

2 – Tenho-me por venturoso, ó rei Agripa, de que perante ti me haja, hoje, de defender de todas as coisas de que sou acusado pelos judeus,

3 – mormente sabendo eu que tens conhecimento de todos os costumes e questões que há entre os judeus; pelo que te rogo que me ouças com paciência.

4 – A minha vida, pois, desde a mocidade, qual haja sido, desde o princípio, em Jerusalém, entre os da minha nação, todos os judeus a sabem.

5 – Sabendo de mim, desde o princípio (se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu.

6 – E, agora, pela esperança da promessa que por Deus foi feita a nossos pais, estou aqui e sou julgado,

7 – à qual as nossas doze tribos esperam chegar, servindo a Deus continuamente, noite e dia. Por esta esperança, ó rei Agripa, eu sou acusado pelos judeus.


HINOS SUGERIDOS: 194, 204, 473 da Harpa Cristã


OBJETIVO GERAL

Saber como o mundo de hoje é uma porta aberta para o Evangelho.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I- Apresentar o mundo de Paulo no império romano;

II- Discorrer sobre o mundo cultural de Paulo;

III- Descrever o mundo religioso de Paulo.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Mais um ano está chegando ao fim. Neste último trimestre, estudaremos a vida e o ministério de um grande homem usado por Deus: o apóstolo Paulo. É uma oportunidade para aprender e colocar em prática princípios eternos que nortearam a vida desse mui digno homem de Deus.

Nesta primeira lição, você pode propor uma reflexão aos alunos a respeito das circunstâncias que o mundo de hoje nos oferece para pregar o Evangelho. À luz do mundo político, cultural e religioso do apóstolo dos gentios, reflita com os alunos as portas abertas para o Evangelho no mundo atual. Apresente o comentarista do trimestre, o pastor Elienai Cabral, escritor, conferencista e consultor doutrinário e teológico da CGADB/CPAD.


INTRODUÇÃO


O assunto deste trimestre é a vida do apóstolo Paulo. Para compreendê-lo melhor, veremos como era o mundo que o apóstolo atuava. Por isso, o texto áureo desta lição apresenta como Paulo foi vocacionado para levar o nome de Jesus diante dos gentios (At 9.15).


PONTO CENTRAL: O mundo de hoje é uma porta aberta para o Evangelho.


I – O MUNDO DE PAULO NO IMPÉRIO ROMANO


1. Entendendo a origem de Paulo. Há poucas informações concretas acerca da vida cronológica de Paulo, como sua data de nascimento, formação cultural e religiosa. Geograficamente, Paulo (nome romano) era natural de Tarso, capital da Cilícia, que ficava às margens do rio Cydnus, na Ásia Menor. Sobre o seu nascimento, não temos data precisa. Talvez tenha ocorrido no ano 5 a.C. Dessa forma, quando o nosso Senhor foi crucificado, Paulo poderia ter entre 30 e 35 anos de idade.

2. A geografia do mundo de Paulo. Geograficamente, o mundo gentílico estava sob o domínio do Império Romano. Naqueles dias, entre o ano 33 e 35 d.C., o imperador era Tibério. A dimensão geográfica do Império Romano permitia excelentes possibilidades de viagens missionárias. Segundo informes da história, a malha viária abrangia em torno de 300 mil quilômetros, sendo que 90 mil quilômetros apresentavam condições excelentes para viajar. As estradas do império, bem como as vias marítimas, foram de grande importância para a expansão da fé cristã.

Pelo Espírito Santo, o apóstolo percebeu as oportunidades incríveis para a disseminação do Evangelho no império. Ele usou todos os meios possíveis de transporte da época, inclusive navios pelas vias marítimas, nas quais sofreu naufrágios e enfermidades. Assim, a geografia do mundo paulino tem papel essencial para a plantação das primeiras igrejas. Por isso, devemos pensar nas oportunidades que Deus nos dá para a eficiência da evangelização urbana e do campo.


3. Paulo, chamado para os gentios. Atos 9 mostra que, em sua infinita sabedoria e presciência, Deus separou Paulo e o chamou a partir de uma experiência espiritual impressionante, bem diferente dos demais apóstolos, para levar o nome de Jesus ao mundo gentílico (At 9.15). Ele soube que seu apostolado não se daria em Jerusalém, que já tinha Pedro, Tiago (o irmão do Senhor) e João, além dos outros apóstolos que ainda não haviam se espalhado pelo mundo.

Por isso, Atos 26 menciona o testemunho pessoal do apóstolo perante o rei Agripa: Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para te pôr por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei ainda, livrando-te deste povo e dos gentios, a quem agora te envio, para lhes abrires os olhos e das trevas os converteres à luz e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados e sorte entre os santificados pela fé em mim. (Atos 26.16-18). Enquanto os apóstolos de Cristo restringiam-se a anunciar Jesus aos judeus, nosso Senhor convocava Paulo, de maneira dramática, para ser “apóstolo entre os gentios” (Rm 1.1: 1 Co 1.1; Ef 1.1). Nosso Senhor continua a chamar pessoas para um ministério. Precisamos estar sensíveis à voz do Espírito Santo a nos chamar.


SÍNTESE DO TÓPICO I

A “pax romana”, a geografia e os meios de transporte urbanos e do campo do império romano contribuíram para a propagação do Evangelho.


SUBSÍDIO PEDAGÓGICO


Esta lição nos mostra os três “mundos” do apóstolo Paulo: o romano, o grego e o judeu. O apóstolo teve certa liberdade para peregrinar dentro do império. Ele também se comunicou na língua predominante da época, o grego koiné, bem como fez uso da vasta literatura de seu tempo. Paulo também era judeu. A moral judaica estava presente em algumas partes do império por meio das sinagogas. A soma de tudo isso serviu ao Espírito Santo para que a vida do apóstolo fosse usada integralmente para a causa do Evangelho no mundo gentílico. Por isso, sugerimos que você introduza o assunto desta lição perguntando aos alunos acerca da contribuição cultural, política e religiosa que o mundo atual nos dá para pregar o Evangelho. Quais as necessidades que o mundo de hoje apresenta? Como o Evangelho pode preenchê-las?


II – O MUNDO CULTURAL DE PAULO


1. A língua mundial daqueles dias era o grego. Para o povo judeu, o hebraico e o aramaico eram línguas nativas. Entretanto, apesar de a Palestina e todos os demais países do médio-oriente estarem sob a autoridade do Império Romano, prevaleceu a língua do grego koinê, possibilitada pela infraestrutura de comunicação do império. O koiné era uma língua popular muito difundida na época. O Novo Testamento foi escrito no grego koiné, e o apóstolo Paulo falava e escrevia fluentemente tanto o grego como o hebraico e o aramaico.

Utilizando o grego, Paulo teve uma formação básica em Tarso e, posteriormente, foi levado por seu pai, que era judeu e pertencia ao grupo dos fariseus em Jerusalém, para aprender e conhecer em profundidade a Torah aos pés do rabino Gamaliel. Aqui, é possível refletir acerca do uso das principais línguas do mundo (inglês, francês, espanhol, mandarim) para a obra da evangelização.

2. O mundo cultural do apóstolo Paulo. O Império Romano respeitava a diversidade religiosa, desde que se respeitassem os deuses do império. Em Roma, havia os cultos a entidades gregas como Eleusis, Dionísio, Atis, que se integravam com divindades egípcias como Osíris, Ísis, Serapis, bem como as divindades orientais Mitras e Asclépio, uma divindade de cura. Havia divindades da Ásia Menor sob o domínio do império em Éfeso, Colossos e Corinto, tais como Diana, Artemis e outras mais Essa diversidade religiosa acabou facilitando a propagação do nome de Jesus, pregado pelos apóstolos. A realidade atual das diversidades culturais e religiosas pode abrir caminhos para que, de maneira inteligente, evangelizemos o mundo, nos termos do apóstolo Paulo, no areópago de Atenas (At 17.15-34).

3. A influência da filosofia grega. Nesse mundo religioso havia a influência filosófica grega. Essencialmente, o Império Romano era politeísta e Paulo referiu-se a isso em 1 Coríntios 8.5. A influência filosófica grega, especialmente do gnosticismo, era muito forte e acabou influenciando o pensamento de muitos cristãos daqueles dias. Os Líderes da Igreja da época tiveram de refutar com veemência as teorias do gnosticismo, cujos adeptos queriam misturá-las com a doutrina pura de Cristo. Naturalmente, pelo fato de ter vivido naquele mundo, Paulo teve de fortalecer a doutrina cristã sobre Deus, fé, Jesus, Espírito Santo, graça e salvação. O apóstolo, indiscutivelmente, se tornou o grande defensor do Evangelho de Cristo. Como proclamadores do Evangelho, devemos pensar em estratégias a fim de que nossos jovens e adolescentes, bem como a maturidade cristã, possam expressar as razão da fé com mansidão e temor diante dos não crentes (1 Pe 3.15).


SÍNTESE DO TÓPICO II

O grego koiné era a principal língua do tempo do apóstolo e, como mola propulsora da cultura grega, ela contribuiu para a propagação da mensagem escrita do Evangelho.


SUBSÍDIO PENSAMENTO CRISTÃO


À medida que o cristianismo se expandia no mundo romano, a igreja Primitiva enfrentava muitas questões e desafios novos. Os pais escreveram e ensinaram, individualmente e em reuniões de concílios, no esforço de responder a essas questões. Muitas de suas soluções ainda formam um fundamento essencial para a reflexão teológica, a organização da igreja e a vida cristã. Entre as contribuições da Igreja Primitiva para a formação de uma cosmovisão cristã, quatro áreas foram particularmente importantes:


1) Autodefinição, quer dizer, a compreensão do que significa ser cristão em referência ao judaísmo;

2) a relação do cristianismo com a cultura não-cristã [grega], segundo reflexões

feitas pelos apologistas ou defensores da fé;

3) a visão cristã de Deus e de Jesus Cristo nos primeiros concílios ecumênicos;

4) a relação do cristianismo com o governo”(PALMER, Michael D. (Ed). Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p.113).


CONHEÇA MAIS


O Evangelho no mundo gentílico


“O Evangelho já havia sido pregado em Jerusalém, Judeia e Samaria. Desarraigado pela mão feroz de Saulo, o perseguidor, estabeleceu-se na grande cidade de Antioquia. O propósito do Evangelho era ser transplantado. Antioquia, que veio a ser um centro missionário, foi o ponto de partida para Paulo. Para ler mais, consulte a obra “Atos: E a Igreja se Fez Missões” editada pela CPAD, p.145.


III – O MUNDO RELIGIOSO DE PAULO


1. Paulo se identifica como judeu. Em Atos 22.3, Paulo declara a sua defesa em Jerusalém, diante dos judeus que se opunham à sua mensagem, tratando-o como traidor da fé judaica: “Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilicia” Ele falava em hebraico para aquela plateia, quando todos esperavam que falasse apenas em grego. O apóstolo tinha o sangue de pais judeus. Seu pai era fariseu zeloso e influente na sinagoga em Tarso, e o criou para ser um fariseu, tanto quanto ele mesmo.

2. Paulo foi criado dentro da fé judaica. A circuncisão foi uma lei obedecida pelos pais de Paulo, que o circuncidaram aos oito dias de nascido (Fp 3.5). Uma vez que os judeus valorizavam muito as genealogias, o apóstolo se declarou da tribo de Benjamim. Dentro da fé judaica, Paulo se tornou um defensor ardoroso da Torah, e obedecia a todas as regras e leis requeridas, especialmente, pelos fariseus. Ele era um religioso extremamente zeloso, no sentido de cumprir piamente a lei de Moisés (Gl 1.14). O apóstolo deu testemunho de que havia sido instruído no conhecimento da Torah desde sua meninice aos pés do rabino Gamaliel, pois conhecia tudo de ritos, leis e regras que regiam o Santuário e Israel.

3. O mundo: palco da mensagem de Paulo ao povo gentílico. O mundo missionário dos apóstolos de Jesus restringia-se, numa visão inicialmente limitada, apenas ao povo judeu (At 11.19). Quando o Senhor convocou Paulo, o chamou pelas características de que precisava para disseminar o Evangelho no mundo gentílico. As culturas romana e grega que Paulo adquiriu, davam-lhe condições de peregrinar pelo mundo gentílico. Ele plantou igrejas na Galácia, Acaia e Ásia Menor. O apóstolo não se importava com status social, pois tinha bagagem cultural para entrar nos palácios, nos sinédrios judeus, nas praças do Areópago em Atenas. Portanto, o mundo dos gentios foi o palco que o Espírito Santo montou para que Paulo pregasse o nome de Jesus e estabelecesse novas igrejas por onde passasse. O mundo de hoje é esse mesmo palco que o Espírito Santo preparou para que preguemos o Evangelho com a graça de Deus.


SÍNTESE DO TÓPICO III

O apóstolo Paulo se identifica como judeu, pois ele foi criado dentro da Fé judaica.


SUBSÍDIO PENSAMENTO CRISTÃO


Desde o princípio, a Igreja recém-nascida achou-se num mundo multicultural. Seu contexto imediato e seus primeiros membros eram quase exclusivamente judeus. Uma preocupação inicial que a comunidade de crentes enfrentou dizia respeito à sua relação com o judaísmo do século I. O indivíduo tinha de se tornar judeu para ser verdadeiro seguidor de Jesus? A identificação com a comunidade de crentes livrava a pessoa de todas as expectativas tradicionais dos judeus? E as Escrituras dos judeus? Elas foram substituídas em todo ou em parte por Jesus Cristo?

Estas preocupações estavam em primeiro lugar na mente dos autores neotestamentários, especialmente de Paulo. Como 'apóstolo aos gentios, Paulo estava particularmente preocupado que fossem permitidos tanto aos gregos, aos bárbaros (os não-gregos), aos judeus e aos gentios, terem uma posição igual na comunidade de fé (Gálatas 3.28: Colossenses 3.11). (PALMER, Michael D. (Ed) Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p.113).


CONCLUSÃO


A cultura geral que Paulo adquiriu ao longo da vida tornou-o capaz de enfrentar os oponentes do Evangelho com ousadia e ciência. Diante de reis, governadores, tribunos e autoridades religiosas, o apóstolo era excelente orador e arguto no conhecimento de várias ciências. Paulo tinha uma personalidade forte e dinâmica, orientada por convicções profundas, e perseguia seus objetivos com desvelo e grande envolvimento emocional. O mundo do apóstolo foi o que Deus lhe abriu para que comunicasse o Evangelho de Cristo.


QUESTIONÁRIO


1. Paulo era natural de qual cidade? 

Tarso, capital da Cilícia.

 

2. O que Atos 9 mostra? 

Atos 9 mostra que, em sua infinita sabedoria e presciência, Deus separou Paulo e o chamou a partir de uma experiência espiritual sobrenatural, bem

diferente dos demais apóstolos, para levar o nome de Jesus ao mundo gentílico (At 9.15).


3. Qual era a língua mundial nos dias de Paulo? 

O grego koiné.


4. Como Paulo declara a sua defesa em Atos 22.3? 

Em Atos 22.3, Paulo declara a sua defesa assim: “Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia”.


5. A quem se restringia o mundo missionário dos primeiros apóstolos?

O mundo missionário dos apóstolos de Jesus restringia-se, numa visão inicialmente limitada, apenas ao povo judeu (At 11.19).




27 setembro 2021

INTRODUÇÃO AO 4⁰ TRIMESTRE DE 2021: A VIDA DO APÓSTOLO PAULO



Graças a Deus, estamos iniciando mais um trimestre de estudos, em nossa Escola Bíblica Dominical. Desta feita, estudaremos um trimestre temático, sobre a vida e o ministério do Apóstolo Paulo. 

 

O comentarista deste trimestre é o renomado pastor Elienai Cabral, nascido em vinte e três de dezembro de 1945, em Mafra - SC, e filho do pastor Osmar Cabral e de Jardelina Cabral. Pr. Elienai Cabral é conferencista internacional, teólogo, membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil (AELB) e da Casa de Letras Emílio Conde (CPAD). Desde 1985 é comentarista de Lições Bíblicas da CPAD; autor dos livros: Comentário Bíblico de Efésios, Mordomia Cristã, A Defesa do Apostolado de Paulo – Estudo na Segunda Carta aos Coríntios, Comentário Bíblico de Romanos, A Síndrome do Canto do Galo, Josué – Um líder que fez diferença, Parábolas de Jesus e O Pregador Eficaz, todos publicados pela CPAD. Foi membro do Conselho Administrativo da CPAD e por vários mandatos presidiu a Convenção Evangélica das Assembleias de Deus do Distrito Federal (CEADDIF). Atualmente, é o Consultor Doutrinário da CPAD. 

 

O apóstolo Paulo, sem dúvida nenhuma, é o personagem mais importante da história do Cristianismo, depois do próprio Cristo. Foi ele o responsável por sistematizar as principais doutrinas cristãs e expandir o Cristianismo para além das fronteiras da Palestina. 

Não temos informações precisas sobre a data de nascimento do apóstolo Paulo. Mas, a tradição da Igreja romana afirma que ele nasceu no ano 9 d.C. Orlando Boyer, por sua vez, diz no Livro Pequena Enciclopédia Bíblica que foi no ano 1 d.C.

Paulo nasceu na Cidade de Tarso, capital da Cilícia, uma província romana, que fica no atual território da Turquia. Era filho de pais israelitas, descendentes da tribo de Benjamim, a mesma de Saul, que foi o primeiro rei de Israel. Por isso, o seu nome hebraico era Saulo, uma variante de Saul. Paulo era o seu nome romano. Ao contrário do que muitos dizem, o nome de Saulo não foi mudado para Paulo. Saulo era o nome, pelo qual, ele era conhecido na comunidade israelita e Paulo, o seu nome no Império romano. 

 

Os pais de Saulo, eram influentes e pessoas de posses. Isto porque Paulo foi enviado para Jerusalém para estudar a Lei mosaica, com o rabino Gamaliel, um dos mais influentes fariseus da época. Estudar naquela época custava muito caro. Além disso, Saulo era detentor do título de cidadão romano desde o nascimento. Este título era adquirido por uma boa quantia em dinheiro, ou por serviços relevantes prestados ao império.

 

Em Tarso, Saulo também estudou a filosofia grega. Em seus discursos no Livro de Atos e em suas epístolas, vemos várias citações dos filósofos gregos. Saulo também tinha conhecimento do direito romano. Em seus depoimentos a Festo, Félix e Agripa, isso fica bem evidente. O rei Agripa, ao ouvir o longo discurso de Paulo em sua própria defesa, exclamou: 

– Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar!

 

O Espírito Santo usou todo o arcabouço religioso, cultural e acadêmico de Saulo, para torná-lo o apóstolo dos gentios. Paulo empreendeu três viagens missionárias pelo mundo conhecido da sua época, plantando Igrejas, discipulando e formando  novos obreiros. 

 

Paulo também foi muito usado pelo Espírito Santo na formação do Novo Testamento. Treze ou catorze (pois alguns consideram que ele escreveu também a Epístola aos Hebreus) dos vinte e sete livros do Novo Testamento foram escritos por ele. Paulo escreveu as Epístolas: aos Romanos, as duas epístolas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, 1 e 2 aos Tessalonicenses, 1 e 2 a Timóteo, a Tito e a Filemon.


Segue abaixo, um pequeno resumo das treze lições deste trimestre: 


Lição 1 - O Mundo do Apóstolo Paulo

Na primeira lição estaremos o mundo do apóstolo Paulo em três aspectos: 

1. Os detalhes da vida de Paulo no império romano;

2. O aspecto cultural do apóstolo Paulo, no domínio do grego Koiné, na diversidade religiosa e filosófica, da cultura grega;

3. O aspecto religioso e a ligação de Saulo com a descendência e religião judaica. 

Estes três aspectos contribuíram muito para a propagação do Evangelho, tanto aos judeus quanto aos gentios. 

 

Lição 2 - Saulo de Tarso: o Perseguidor da Igreja

Esta lição destaca a vida de Saulo como grande perseguidor da Igreja, antes de conhecer a Cristo. Em Damasco e Jerusalém, com autorização das autoridades religiosas, Saulo empreendeu uma implacável caçada aos cristãos, arrastando homens e mulheres pelas ruas e conduzindo-os às prisões. Ele foi um dos responsáveis pela morte de Estevão. Vemos nesta lição que a perseguição contra a Igreja é, na verdade, uma perseguição contra o próprio Jesus. 


Lição 3 - A Conversão de Saulo de Tarso

Nesta lição, temos os detalhes da conversão de Saulo, o implacável perseguidor dos Cristãos, a Cristo. A conversão de Saulo foi um ato da Graça de Deus, pois, o próprio Jesus tomou a iniciativa de ir ao seu encontro, no caminho de Damasco, quando ele ia em busca de cristãos, para levá-los à prisão. Vemos também nesta lição que, a conversão do homem começa no arrependimento e prossegue pela transformação do seu caráter. Saulo nunca mais foi o mesmo, após o encontro com o Senhor.  No processo de conversão, o Espírito Santo transforma o intelecto, as emoções e as vontades do ser humano. 

 

Lição 4 - Paulo: a Vocação para Ser Apóstolo

Nesta lição falaremos sobre o chamado de Paulo para ser apóstolo. Paulo não conviveu com Jesus e não fez parte do colégio dos doze apóstolos. Mas, ele foi chamado pelo próprio Jesus para ser apóstolo. Esta chamada teve início na presciência de Deus, que é o atributo divino, pelo qual, Ele conhece o futuro antecipadamente. A visão do Cristo ressurreto mudou completamente a vida de Saulo. Depois, o deserto da Arábia, onde ele era totalmente desconhecido, foi a escola de Deus para prepará-lo para o apostolado. 


Lição 5 - Jesus Cristo, e este Crucificado — A Mensagem do Apóstolo.

O cerne da mensagem de Paulo era o Cristo crucificado ou a cruz de Cristo. A ideia de alguém morrer crucificado para salvar os outros era considerada um escândalo para os judeus e loucura para os gregos. Mas Paulo, não obstante, todo o seu conhecimento da Lei mosaica e da filosofia grega, não se ocupava com estes temas em suas pregações. As palavras chaves da sua pregação eram o Cristo crucificado e o Cristo ressurreto. O resumo da mensagem pregada por Paulo era: "Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio a este mundo para morrer pelos pecadores, dos quais eu sou o principal."


Lição 6 - Paulo no Poder do Espírito

Esta lição destaca o aspecto pentecostal do ministério do apóstolo Paulo. Paulo escrevendo aos Coríntios, disse quea sua mensagem não consistia em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Poder do Espírito Santo.” 

De fato, as suas viagens missionárias foram conduzidas pelo Espírito Santo. Houve lugares que ele foi, obedecendo à orientação do Espírito Santo e houve lugares, que o Espírito não permitiu que ele fosse. Onde ele passava, o Espírito Santo operava sinais e maravilhas através dele. 

Paulo teve o cuidado de esclarecer aos cristãos de Éfeso e também a Apolo, sobre a pessoa e a obra do Espírito Santo. Depois, escrevendo a Timóteo, sobre os requisitos para o episcopado, Paulo falou que o bispo deve ser cheio do Espírito Santo. 


Lição 7 - Paulo: o Plantador de Igrejas

Paulo era um dos doutores da Igreja de Antioquia, junto com Barnabé e outros. Em uma reunião de oração e jejum, o Espírito Santo ordenou que a Igreja os separasse para uma obra que Ele havia chamado. A partir daí, a Igreja os despediu para a obra missionária. Paulo e Barnabé seguiram pelo mundo pregando nas sinagogas e nas praças e plantando Igrejas. 

Refletiremos também nesta lição sobre as características do plantador de Igrejas e os seus desafios no mundo atual.


Lição 8 - Paulo: o Discipulador de Vidas

Falaremos nesta lição sobre o trabalho do apóstolo Paulo como discipulador. O método de discipulado do apóstolo Paulo consistia em primeiro pregar aos pecadores e, em seguida, ensiná-los de forma sistematizada as Doutrinas Cristãs. 

Deve haver, por parte da liderança da Igreja, um equilíbrio entre a pregação evangelística aos pecadores e o discipulado aos crentes. O evangelismo busca as pessoas para Cristo, com a pregação do Evangelho. O discipulado, por sua vez, fornece as bases da Doutrina Cristã, para que a pessoa conheça, de fato, a Cristo e se torne um verdadeiro discípulo do Senhor. 


Lição 9 - Paulo e sua Dedicação aos Vocacionados

Paulo tinha uma preocupação enorme com a escolha e formação de novos obreiros, que pudessem dar continuidade aos trabalhos por ele iniciados. Não à toa, ele escreveu as cartas pastorais a Timóteo e a Tito, pastores mais jovens, que eram seus cooperadores, dando-lhes orientações muito importantes para o exercício do ministério pastoral. Paulo sabia que o seu martírio era iminente, pois, a perseguição à Igreja, principalmente aos líderes, era intensa. 

Em seu discurso emocionado de despedida aos anciãos da Igreja de Éfeso, pouco tempo antes da sua prisão, Paulo fez importantes recomendações a eles, em relação à Igreja, para depois da sua partida. Paulo alertava constantemente aos novos obreiros acerca dos perigos representados pelos judaizantes e gnósticos. Fica aqui uma grande lição para os pastores mais antigos, para prepararem obreiros mais novos para os sucederem na liderança da Igreja, pois, não somos eternos. 


Lição 10 - Paulo e seu Amor pela Igreja

Nesta lição, abordaremos o amor que Paulo nutria pela Igreja de Cristo. Paulo dedicava um amor de pai para filho, a todas as Igrejas. Escrevendo aos Gálatas, Paulo disse que sofria por eles “as dores de parto”, até que Cristo fosse gerado neles (Gl 4.19). O amor, a fé e a esperança são virtudes que aparecem sempre juntas nos escritos de Paulo. (1 Co 13.13; 1 Ts 1.3). No capítulo 13 da primeira Epístolas aos Coríntios, Paulo nos ensina que o amor é superior a todos os dons espirituais. Devemos seguir o exemplo de Cristo amar a Igreja do Senhor, nos doando por ela. 


Lição 11 - O Zelo do Apóstolo Paulo à Sã Doutrina

Estudaremos nesta lição, o zelo do apóstolo Paulo pela Sã Doutrina. Aliás, a expressão “Sã Doutrina” é um conceito de Paulo no Novo Testamento  (2 Tm 4.3-4) e se refere a todo o ensino dos apóstolos. Falaremos nesta lição sobre os conceitos de ortodoxia e heterodoxia. A ortodoxia é a doutrina que é coerente com os ensinos de Cristo e dos seus apóstolos. A heterodoxia é o oposto disso. São doutrinas de homens e de demônios. 

Falaremos ainda nesta lição sobre as ameaças e corrupção doutrinárias nos dias de Paulo, que eram as fábulas e genealogias intermináveis dos judaizantes, os cultos aos anjos, os costumes pagãos, o gnosticismo, etc. Por último, veremos que a Igreja é a guardiã da Sã Doutrina, ou a coluna e firmeza da verdade, nas palavras do apóstolo Paulo. O maior antídoto contra as heresias é o ensino sistemático da Palavra de Deus, principalmente, a Escola Bíblica Dominical, Escola Bíblica de Obreiros e Simpósios doutrinários. 


Lição 12 - A Coragem do Apóstolo Paulo diante da Morte

O apóstolo Paulo, durante a sua vida, tinha plena consciência de que é inerente ao cristão, padecer por Jesus. Ele dizia que “trazia no corpo as marcas do Senhor Jesus” (Gl 6.17). Estas marcas se referiam aos açoites e sofrimentos que ele passou pelo Evangelho. 

Paulo também vivia em constante expectativa de que poderia morrer a qualquer momento por causa do Evangelho. Mas, ele tinha plena consciência de que a morte não era o fim para o cristão e, por isso, tinha coragem para enfrentar as ameaças de morte. 

Falaremos por último nesta lição, sobre as acusações mentirosas contra ele apóstolo Paulo e sobre a sua prisão no templo de Jerusalém. Paulo era acusado falsamente pelos judeus de ensinar aos judeus que viviam entre os gentios, a violarem a lei de Moisés e a não circuncidarem os seus filhos. Entretanto, mesmo que isso não representasse nada para a Salvação, não era isso que Paulo ensinava. Quando Paulo chegou ao Templo em Jerusalém e foi reconhecido pelos judeus, quase foi linchado. Só escapou, porque o comandante do Exército, Cláudio Lísias, mandou algemar Paulo, retirou-o imediatamente do local e o conduziu à Fortaleza Antonia, quando descobriu que se tratava de um cidadão romano. 


Lição 13 - A Gloriosa Esperança do Apóstolo Paulo

Nesta última lição, falaremos sobre a esperança gloriosa que Paulo tinha de em breve partir e estar com o Senhor. Segundo Paulo, isso é incomparavelmente melhor do que permanecer neste mundo, mesmo servindo a Deus e fazendo a Sua Obra. 

Falaremos sobre a consciência que Paulo tinha diante da morte. O  Espírito Santo já havia revelado a Paulo que a sua partida estava próxima. Ele estava preso, quando escreveu a segunda carta a Timóteo e sabia que seria executado. Mas, ele não se desesperou diante da morte e a enxergava como uma oferta a Deus. 

Trataremos da doutrina de Paulo sobre a vinda do Senhor. A lição fala também a respeito das duas fases da vinda do Senhor: O arrebatamento da Igreja e manifestação de Cristo, e sobre a grande tribulação. Por último, falaremos a respeito do significado da expressão "tempos e as estações" até a volta do Senhor. 

Nestes tempos trabalhosos, que a Igreja do Senhor atravessa, com a multiplicação da iniquidade, o esfriamento do amor e a proliferação de falsos mestres e falsos ensinos, a vida e o ministério do apóstolo Paulo tem muito a nos ensinar. 


Bons estudos! 


Deus os abençoe, 


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Pb. Weliano Pires


24 setembro 2021

JERUSALÉM É CERCADA E LEVADA CATIVA


O cativeiro babilônico foi o capítulo mais triste da história do Reino do Sul. A cidade de Jerusalém foi cercada e destruída pelo poderoso exército de Nabucodonosor, rei da Babilônia e o seu povo foi levado prisioneiro, ficando apenas alguns idosos, deficientes e miseráveis. 

Na verdade, aconteceram três invasões babilônicas no Reino de Judá. A primeira delas foi em 605 a.C., quando Jeoaquim foi deposto (2 Rs 24.1-24; 2 Cr 36.5-7). Foi nessa invasão que Daniel e os seus companheiros, Hananias, Misael e Azarias foram levados cativos para a Babilônia. A segunda invasão aconteceu em 597 a.C. Nesta ocasião, o rei Joaquim foi deposto e levado para a Babilônia (2 Rs 24.10-14). A terceira e última invasão ocorreu em 586 a.C. durante o reinado de Zedequias, culminando na destruição total da cidade.


1. A destruição da Cidade Santa e do Templo. A cidade Jerusalém já estava fragilizada, pois, desde o reinado de Manassés vinha sofrendo investidas dos egípcios, dos assírios e dos babilônios. Nesta última invasão, Jerusalém foi cercada pelo exército da Babilônia por dezoito meses. Ninguém podia entrar ou sair da cidade. Os alimentos e animais que haviam foram totalmente consumidos e a cidade sucumbiu em extrema pobreza e miséria. Finalmente, o exército da Babilônia abriu uma brecha no muro, invadiu a cidade e destruiu tudo, inclusive o templo, que foi totalmente saqueado e em seguida queimado. 

A cidade de Jerusalém, que havia sido imponente e gloriosa nos dias de Salomão, agora achava-se totalmente destruída e o seu povo foi levado para o cativeiro. O Templo do Senhor, construído com muito esplendor por Salomão, onde a Glória de Deus se manifestara, foi queimado e reduzido a escombros. 

Este é o trágico fim daqueles que, mesmo sendo o povo de Deus, se entregaram a todo tipo de pecado. Mesmo sendo constantemente alertados pelos profetas, não lhes deram ouvidos. 


2. A matança, o cativeiro, a peste e a pobreza. No Livro de Lamentações, o profeta Jeremias descreveu os horrores que presenciou nesta invasão. Mas, não deixou de lembrar da fidelidade de Deus e trazer uma mensagem de esperança ao povo desolado. 

Em linguagem poética, Jeremias escreveu as suas lamentações, relatando o terrível sofrimento do povo que ficou em Jerusalém. Ele relatou que "os que morreram à espada foram mais ditosos, do que morreram de fome, pois estes morreram lentamente." As mães cozinhavam os próprios filhos para comerem; as pessoas vagavam como cegos, pelas ruas destruídas, sobre corpos empilhados. 

Todo cenário pós guerra é desolador, mas, o de Jerusalém foi um dos piores, pois, a crueldade daquela época não tinha limites. Não havia a convenção de Genebra e as leis de guerra como hoje. Os invasores não tinham limites. 


3. A esperança profetizada. Em suas lamentações, Jeremias descreveu todo o cenário horripilante que ele viu e lamentou, profundamente, o que acontecera ao seu povo. Jeremias fez questão de lembrar que a culpa de tudo aquilo era do próprio povo, que havia se afastado de Deus e não dera ouvidos aos profetas.  

Entretanto, Jeremias destacou que as misericórdias do Senhor não tem fim, são novas a cada manhã e são a causa de não sermos consumidos (Lm 3.22,23). Depois, ele profetizou o fim do cativeiro, trazendo esperança àquele povo que atravessava os horrores da destruição da cidade: "Ó cidade de Sião, o seu castigo terminará; o Senhor não prolongará o seu exílio." (Lm 4.22). 

Por último, no capítulo 5, o profeta faz uma oração de arrependimento, confissão de pecados e súplicas ao Senhor pela libertação do seu povo. 

Nós, os cristãos, também sofremos aflições, tribulações e perseguições neste mundo de horror. Mas, a nossa esperança está em Jesus Cristo, nosso Senhor, que em breve virá nos buscar e todo sofrimento cessará. 


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Pb. Weliano Pires

23 setembro 2021

A OBSTINAÇÃO DE ZEDEQUIAS E SUA QUEDA


Zedequias era um vassalo da Babilônia no território de Judá. Ele teimava em não aceitar que o jugo da Babilônia era uma permissão de Deus a Israel, por causa do pecado. 

Mesmo sendo alertado pelo profeta Jeremias, para que se rendesse ao domínio babilônico, Zedequias preferiu dar ouvidos aos falsos profetas e rebelou-se contra Nabucodonosor.


1. A teimosia de Zedequias. Zedequias sabia que Jeremias falava a verdade. Ele via que, os acontecimentos anteriormente previstos por ele, se cumpriam. Mesmo assim, insistiu em agir por sua própria conta, contra as orientações vindas de Deus. 

Além de não ouvir o que dizia o profeta Jeremias, Zedequias lhe fez ameaças, tentando intimidá-lo. Não adiantou, pois, Jeremias era um homem de Deus, que não profetizava para agradar aos homem e sim a Deus.  

A Palavra de Deus nos recomenda: "Se hoje ouvirdes a minha voz, não endureçais o vosso coração". (Hb 3.15). A obstinação do ser humano contra as advertências de Deus, fatalmente o levará à ruína. Qualquer pessoa que entra por caminhos tortuosos e se perde, certamente não foi por falta de aviso, pois, Deus sempre usa alguém para alertar. 


2. Surdos aos avisos dos profetas. O orgulho de Zedequias o levou à ruína. O país já havia sido dominado pelos babilônios há muito tempo. Eles já haviam, inclusive, trocado o rei de Judá duas vezes: depuseram Joaquim e Joaquim. Colocaram Zedequias como um rei subordinado a eles, trocando-lhe até o nome, que antes era Matanias. 

Mas ele insistia em fechar os ouvidos para as advertências dos profetas Jeremias e Ezequiel, que recomendavam a rendição a Babilônia, pois isso vinha de Deus. Jeremias o alertou de que, se ele se rendesse, preservaria a sua integridade e da sua família. Os falsos profetas, no entanto, diziam o contrário. Falavam o que o rei queria ouvir e não a verdade. Diziam que Deus jamais iria permitir a destruição de Jerusalém, pois lá estava o Templo do Senhor.  

Esta situação se parece muito com os dias de hoje, onde se profetizam bençãos e prosperidade no atacado, inclusive para ímpios e rebeldes, com o intuito de agradar e obter vantagens. Pouco se vê, no entanto, profecias denunciando o pecado, convocando ao arrependimento, ou alertas de juízos de 


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Pb. Weliano Pires


22 setembro 2021

O DECLÍNIO ESPIRITUAL DE JUDÁ



Entre a morte de Josias, que foi o último rei do Sul que temeu a Deus, e o cativeiro de Judá, passaram-se vinte e três anos. Após a morte de Josias, o povo caiu novamente nos pecados da idolatria, assassinatos, corrupção e injustiças sociais. Deus levantou profetas para denunciar estes pecados e exortá-los ao arrependimento, mas não foram ouvidos. 

1. As advertências dos profetas. Os profetas deste período fizeram inúmeras advertências, pregando contra a idolatria, a rebeldia, a injustiça e a desobediência por parte da liderança, alertando que eles já haviam excedido os limites de Deus. Mas, apesar de todos os avisos e advertências dos profetas, os reis e o povo não deram ouvidos aos profetas. 

O profeta Jeremias foi o que mais alertou os reis desse período. Jeremias era sacerdote de Anatote e filho de Hilquias. Foi chamado por Deus, ainda muito jovem, para ser profeta, recebeu ordem de Deus para não se casar ou ter filhos, pois, o julgamento de Judá era iminente. Ele iniciou o seu ministério no reinado de Josias e percorreu os reinados de Jeoaquim, Joaquim e Zedequias, até chegar ao cativeiro.

Jeremias é conhecido como o profeta das lágrimas, devido às suas lamentações pela dor do seu povo. Jeremias teve poucos amigos e enfrentou muitas lutas com falsos profetas, que entregavam mensagens de prosperidade, quando Deus falava de julgamento. Os reis preferiram ouvir os falsos profetas e não lhe deram ouvidos. Os profetas Ezequiel, Daniel e Habacuque  eram mais jovens e profetizaram durante o cativeiro. 

Em nossos dias não é diferente. Pregadores que proclamam a Palavra de Deus com fidelidade não são ouvidos. As pessoas preferem ouvir falsos profetas que pregam prosperidade e mensagens de auto ajuda. Nos congressos, pregadores da verdade, que tem vida com Deus, não são convidados para pregar, salvo em raríssimas exceções. 

2. Previsão dos acontecimentos que levaram Judá ao exílio. Por ordem de Deus, Jeremias mandou Baruque escrever as suas profecias em um livro e depois as lesse no templo diante de todo o povo. Quando viu esta escritura, o rei Jeoaquim cortou o rolo e lançou-o no fogo. Deus mandou Jeremias escrever outro rolo, por meio de Baruque, com mais ameaças de cativeiro. 

Quando Zedequias assumiu, também não deu ouvidos às palavras de Jeremias, mas, pediu que Jeremias orasse por ele. Jeremias foi acusado de traidor e de estar fugindo para se aliar aos inimigos, porque ele recomendava a submissão aos babilônios. Por isso foi preso e lançado em um calabouço. Ebede-Meleque, um etíope, oficial do rei Zedequias intercedeu por Jeremias e o rei o libertou. Quando Jeremias chegou à presença do rei, este lhe perguntou se havia alguma mensagem de Deus. Jeremias fez o rei jurar que não o mataria e o rei jurou. 

De novo, Jeremias o aconselhou a se render ao rei de babilônia, que ele não seria morto e a cidade seria poupada, pois este cativeiro era ordem de Deus. Mas, o rei Zedequias, com medo dos judeus que já haviam fugido e se juntado aos babilônios, não deu ouvidos às palavras de Jeremias. Quando o exército da Babilônia entrou em Jerusalém, Zedequias tentou fugir, mas foi capturado e levado à presença do rei da Babilônia. Chegando lá, viu os seus filhos serem mortos e depois teve os seus olhos arrancados. 

3. Motivos que levaram Judá ao cativeiro. Conforme já falamos, desde a morte de Josias, Judá caiu em completo declínio espiritual. A obstinada desobediência da liderança judaica, a idolatria e vários pecados abomináveis foram cometidos contra Deus: os assassinatos de inocentes, a corrupção generalizada, injustiça social, a não observância do ano sabático e os assassinatos muitos dos profetas foram os principais motivos que levaram Judá do cativeiro. O ano sabático era o ano final em um ciclo de sete anos. Neste ano, os campos deveriam ficar sem sem cultivo, para a terra descansar. Também deveriam cuidar dos pobres e dos animais, perdoar  dívidas e libertar os escravos israelitas.

O cativeiro não aconteceu sem aviso prévio. Deus usou vários profetas para alertar os reis deste período e o povo a abandonarem os seus pecados e se voltarem para Deus. Infelizmente, não lhe deram ouvidos e caíram na apostasia. Em nossos dias também, muitas pessoas cometem o mesmo erro. Recusam-se a ouvir a Palavra de Deus e dão ouvidos a falsos profetas que se vendem para massagear o ego de ímpios com palavras mentirosas. 


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Pb. Weliano Pires

O PROPÓSITO DE JESUS

(Comentário do 1º tópico da Lição 07: Eu sou a ressurreição e a vida). Ev. WELIANO PIRES  No primeiro tópico, falaremos do propósito de Jesu...