(Comentário do 1° tópico da Lição 10: A promessa de proteção divina)
Ev. WELIANO PIRES
No primeiro tópico, falaremos da proteção espiritual contra o inimigo. Primeiro, falaremos da proteção divina contra o nosso maior inimigo que é o diabo. Na sequência, falaremos de outros inimigos espirituais do crente, descritos em Efésios 6, que são os principados, potestades, príncipes das trevas deste século e hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais. Por último, falaremos das armas espirituais do crente contra estes inimigos, que foram descritas em Efésios 6 pelo apóstolo Paulo.
1- Proteção contra o maior inimigo. A Igreja do Senhor está no meio do campo de batalha neste mundo. O primeiro grande inimigo do cristão nesta batalha é o diabo e seus anjos. O diabo é o arquiinimigo de Deus e, portanto, ele odeia o povo de Deus. Além disso, ele é um inimigo perigosíssimo, pois é mentiroso e pai da mentira. O seu modo de agir é caracterizado pela falsidade, sutileza e toda sorte de engano.
Muitas pessoas no mundo atual negam a existência do diabo. Para os secularistas e ateus, o diabo é apenas uma fantasia ou mito criado por pessoas que não querem assumir as suas culpas pelos próprios erros e os atribuem ao diabo. Os filósofos e psicólogos, por sua vez, dizem que a figura do diabo faz parte do subconsciente do ser humano e está relacionada aos impulsos e desejos egoístas de pessoas que querem fugir das próprias responsabilidades e criam uma figura mitológica, responsável pela origem de todos os males.
Os judeus reconhecem que o diabo é uma pessoa, mas dizem que ele não é um ser autônomo, inimigo de Deus e do seu povo, mas é um agente de Deus, criado exatamente para exercer o papel de acusador diante de Deus. Os Calvinistas têm posição semelhante à dos judeus. Embora creiam que o diabo é um ser maligno, inimigo do povo de Deus e que é já está condenado, ensinam que o diabo está a serviço de Deus e só faz aquilo que Deus decretou.
Quando falamos de batalha espiritual, precisamos tomar cuidado para não cairmos no erro de pensar que há um dualismo entre Deus e o diabo, como se fossem duas forças equivalentes que disputam para ver quem vai vencer. Isso não tem nenhum fundamento bíblico, pois, Deus é soberano sobre o Universo e tem o domínio de tudo. O inimigo já está derrotado e não há possibilidade alguma dele vencer a batalha. Por outro lado, precisamos ter cuidado para não cair no erro dos neopentecostais que acham que basta "amarrar o diabo" ou fazer algumas declarações que ele foge. O diabo é astuto e muitas vezes se disfarça de anjo de luz (2Co 11.14).
2- Os inimigos espirituais em Efésios. O diabo não é o único inimigo espiritual do cristão. Ele é o chefe das forças do mal e o seu reino é organizado. O apóstolo Paulo disse: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”. (Ef 6.12). Este texto nos deixa claro que o reino das trevas é organizado e possui hierarquia, sob o comando do diabo. Jesus disse que “todo reino dividido contra si mesmo será destruído” (Mt 12.25). Por isso, o reino das trevas não briga entre si. Quem faz isso são os crentes carnais, que promovem divisão no meio da Igreja e disputam posições.
Há algumas recomendações na Bíblia para vencer o inimigo e as suas hostes espirituais. A primeira delas é conhecer a sua forma de atuação, pois é um erro fatal entrar em uma guerra sem conhecer o inimigo e as suas estratégias de guerra. Um exército que possui um armamento superior, pode ser facilmente derrotado, se entrar em um campo desconhecido. É preciso conhecer a Palavra de Deus, para cair nos enganos do inimigo.
A Bíblia nos recomenda a nos revestimos do Senhor e da força do seu poder (Ef 6.10). Nenhum cristão consegue vencer o inimigo com a própria inteligência, influência política, oratória, experiência, etc. Se não estiver revestido do poder do Espírito Santo, será facilmente derrotado pelo inimigo. É preciso também ser sóbrio e vigiar, como disse Pedro (1 Pe 5.8), pois o inimigo é astuto e anda em derredor, brama do como leão, buscando a quem possa tragar. Tiago nos recomendou sujeitar-se a Deus e resistir ao diabo, pois assim ele fugirá (Tg 4.7). A Bíblia não nos manda fugir do diabo, mas enfrentá-lo. Se estivermos cheios de Deus, o inimigo fugirá. Devemos fugir do pecado e das obras da carne, não do diabo.
3- As armas espirituais do crente. Se a nossa batalha é espiritual, as armas que devemos usar nesta batalha também são armas espirituais. Escrevendo aos Coríntios, o apóstolo Paulo disse que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas são poderosas em Deus, para a destruição das fortalezas”. (2 Co 10.4). Paulo usou a simbologia da armadura do soldado romano, para descrever a armadura do cristão. O apóstolo recomendou que o cristão deve tomar “toda a armadura de Deus” e não apenas uma parte dela. A armadura de Deus é completa e tem as armas de defesa e ataque. As armas espirituais mencionadas por Paulo são:
a) O cinto da verdade. O soldado romano usava um cinturão de couro que prendia a sua roupa ao corpo durante a luta, evitando que a sua espada caísse, ou que o seu corpo ficasse sem a proteção. Este cinto representa a verdade de Cristo e a integridade do caráter do cristão.
b) A couraça da justiça. Era uma vestimenta de couro que protegia os órgãos vitais do soldado durante o combate. Representa a Justiça de Cristo que nos é atribuída por Deus e também a vida santa que o Espírito Santo produz em nós.
c) O escudo da fé. O escudo era uma arma de defesa, feita de couro e madeira, com a qual, o soldado se protegia de flechas inflamadas, lançadas contra ele. Representa a confiança inabalável em Deus. Quem confia plenamente em Deus não se abate com as investidas do inimigo.
d) Os pés calçados da preparação do Evangelho da paz. O soldado romano usava uma bota com cravas, para dar estabilidade e evitar que ele escorregasse. O Evangelho de Cristo, nos traz a paz com Deus, pois somos reconciliados com Ele mediante a fé em Cristo. Isto nos proporciona firmeza e impede que caiamos nos enganos do diabo.
e) A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. As lutas naqueles tempos eram travadas na espada cara a cara. O soldado precisa ter habilidade tanto para se defender com a espada, quanto para atacar. Qualquer vacilo, seria fatal. A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, é uma arma indispensável ao Cristão, pois serve para se defender dos ataques do inimigo e também para atacar o pecado. Jesus usou a Palavra de Deus para vencer as investidas do inimigo no deserto (Mt 4.1-11). A Palavra de Deus é uma arma muito poderosa, mas é preciso saber manejá-la bem (12 Tm 2.15)
Por último, o apóstolo recomenda o cristão a “buscar a Deus com toda a oração e súplica no Espírito, em todo o tempo.” (Ef 6.18). Para vencer a batalha espiritual é indispensável o cristão manter-se em vigilância, oração e perseverança. Estas coisas precisam caminhar juntas, uma não exclui a necessidade das outras. Há crentes que oram muito, mas não vigiam e não perseveram em oração. Por isso, são vencidos.
REFERÊNCIAS:
RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO : CPAD, 1ª Ed. 2024.
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 41.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, pp. 1655,56.
SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual: O Povo de Deus e a Guerra Contra as Potestades do Mal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, pp. 33,34.
GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta: O caminho da Salvação, santidade e perseverança para chegar ao Céu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024.
Bíblia de Estudo Pentecostal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2002, p.883.
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