05 dezembro 2024

A MARAVILHOSA PROTEÇÃO DE DEUS

(Comentário do 2° tópico da Lição 10: A Promessa de proteção divina). 

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, falaremos da maravilhosa proteção de Deus. Com base no primeiro verso do Salmo 91, falaremos da proteção divina prometida a quem se relaciona com Deus. Em seguida, falaremos de Deus como o nosso refúgio e fortaleza, trazendo os significados de várias expressões que aparecem em sentido figurado, como “laço do passarinheiro”, “peste perniciosa”, espanto noturno e outras que aparecem no mesmo Salmo. Por último, falaremos da Onipotência de Deus, com base na palavra “Altíssimo” que aparece nos versos 1 e 7, deste Salmo. 

1- A proteção de quem se relaciona com Deus. O Salmo 91 é de autoria desconhecida, pois não possui título ou quaisquer informações que nos permitam identificar o autor, data ou circunstâncias em que foi escrito. Alguns estudiosos judeus sugerem que neste caso, podemos concluir que o autor é o mesmo do Salmo anterior. Se for este o caso, o autor seria Moisés, que é o autor identificado no Salmo 90. Este Salmo fala a respeito dos perigos que rondam a nossa vida, como armadilhas ocultas, pragas, terrores noturnos, flechas de adversários e ataques mortais de animais como cobras e leões. 
O primeiro verso do Salmo indica que a proteção de Deus é para aqueles que se relacionam com Ele: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará” (v.1). O verbo hebraico traduzido por habitar significa literalmente “sentar”. No contexto deste salmo significa “sentar-se em um local secreto na casa de alguém”, que no caso é Deus. Isso fala de comunhão e intimidade, pois, só pode sentar-se em um local assim na casa de alguém, quem tem intimidade com o dono da casa e desfruta da sua proteção. 
No caso de Deus, não se trata de um lugar físico e sim de uma linguagem simbólica para se referir ao acesso a Deus, mediante Jesus Cristo, o Único Mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5). Ninguém jamais conseguirá ter acesso a Deus se não for através de Cristo (Jo 14.6). Estar sob a proteção de Deus nos proporciona segurança e descanso. Jamais alguém conseguirá atingir aquele que está sob a proteção de Deus, exceto se Ele permitir. 

2- Deus, o nosso refúgio e fortaleza. No Verso 2 deste Salmo, o salmista faz três afirmações importantes sobre Deus, que analisaremos a seguir: 

a) Ele é o meu Deus. Esta afirmação demonstra o seu relacionamento pessoal com Deus (meu Deus). O salmista não se refere ao Deus dos seus pais ou de qualquer outra pessoa, mas ao seu próprio Deus. A palavra hebraica traduzida por Deus neste texto é Elohim, que é o plural de Eloah e pode se referir a qualquer deus, aos anjos ou mesmo a homens poderosos. Mas, aqui se refere ao Deus Criador. O salmista usa o pronome possessivo meu, pois,  ele conhecia a Deus por experiência própria.
b) O meu refúgio. Significa um esconderijo onde se tem proteção e segurança. Em muitos salmos, os compositores afirmaram que Deus é o nosso refúgio, como no Salmo 46, que diz: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia”.
c. Fortaleza. Eram os quartéis generais, ou lugares de segurança máxima, que eram os últimos lugares a serem invadidos pelos inimigos. Em Deus nós estamos totalmente seguros, pois ninguém tem condições de invadir o esconderijo dos seus escolhidos. 
d) Em quem eu confio. Deus é absolutamente digno de confiança, porque Ele é Fiel e jamais falhará. Não há possibilidade de alguém ter relacionamento com Deus, sem que haja confiança ou fé nele. 

Nos versos 3 a 13, o salmista usa linguagem simbólica para falar da proteção de Deus em várias situações de perigo:
a) O laço do passarinheiro. Literalmente refere-se às armadilhas preparadas pelos caçadores para capturar passarinhos. Em sentido figurado se refere aos planos malignos do inimigo para nos tragar. O inimigo é ardiloso e prepara os seus laços para nos capturar e nos destruir, mas o nosso Deus conhece tudo e nos livra. 
b. A peste perniciosa, peste que anda na escuridão e mortandade que assola ao meio dia. Refere-se às doenças incuráveis. Conforme já estudamos na lição 6, o Senhor promete curar as nossas enfermidades. Mas, esta promessa só se cumprirá em sua plenitude, na glorificação do nosso corpo. 
c. Debaixo das suas asas estarás seguro. No verso 4, o salmista usa a simbologia de uma pássaro que abriga os seus filhotes debaixo das suas asas para aquecê-los e protegê-los da chuva e do sol. Em seguida, Ele faz a aplicação em relação à proteção de Deus e diz que a Sua Verdade é o nosso escudo e broquel, que é um escudo móvel que protegia dos ataques de espada. 
d. O terror noturno e seta que voe de dia. É uma referência aos medos e pavores que assustam a nossa alma. Quem está escondido em Deus não tem medo de assombração, gato preto, sexta-feira 13, feitiçaria e manifestações demoníacas. 
e. Seta que voe de dia. Refere-se aos perigos reais durante o dia, representados pelas flechas envenenadas lançadas pelos inimigos. 
f. Mil cairão ao teu lado e dez mil à tua direita. Deus promete proteção e livramento em meio a uma guerra com ataques de todos os lados. 
g. Verás a recompensa dos ímpios. Refere-se às ações de Deus contra os malfeitores. Quem está guardado em Deus não precisa se preocupar em agir com as próprias forças contra aqueles que nos perseguem. No tempo certo, Deus entrará com providência e dará a devida recompensa a todas as maldades praticadas. 
h. Proteção angelical. Nos versos 11 e 12 há a promessa de proteção dos anjos. Esta proteção, no entanto, não pode ser usada como desculpa para tentar a Deus, como o diabo sugeriu a Jesus. Os anjos são espíritos ministradores que cumprem ordens divinas em favor daqueles que servem a Deus. É importante saber que, mesmo trabalhando em nosso favor, os anjos não obedecem às nossas ordens. Portanto, não podemos jamais fazer orações aos anjos ou adorá-los. Lamentavelmente, em muitas igrejas há uma angelolatria e dão mais ênfase aos anjos que ao próprio Jesus. 
i. Proteção contra ataques de inimigos ferozes e mortais. O salmista usa a imagem do leão e da serpente, para falar da proteção de Deus contra os ataques do inimigo, que é a antiga serpente e brama como leão, buscando a quem possa tragar. Os versos finais concluem reafirmando que Deus protege aqueles que o amam. É também uma profecia messiânica e se refere ao Senhor Jesus.
 
3- A Onipotência de Deus. O Salmo 91 nos apresenta alguns títulos de Deus que dão sustentação às suas promessas de proteção, cura e livramento, contidas ao longo de todo o Salmo. O primeiro destes títulos é “Altíssimo”. A palavra hebraica traduzida por Altíssimo é Elyon, que significa alto, elevado e exaltado. Quando este adjetivo é usado para se referir a Deus, automaticamente vai para o superlativo e significa altíssimo, muito elevado, superior a todos. Isto fala da grandeza, soberania e majestade de Deus, que domina sobre tudo e todos. 

O segundo título de Deus que aparece é Shaddai, que significa Todo-Poderoso, ou Totalmente Suficiente. Foi com este nome que Deus se revelou a Abraão, Isaque e Jacó. Este título fala da Onipotência, que é um dos atributos incomunicáveis de Deus. Este atributo exclusivo de Deus indica que Ele tem todo poder e não existe nenhum poder superior ou a Ele. Deus pode fazer tudo o que lhe apraz, sem ter que dar satisfação a ninguém. Não há ninguém que possa enfrentá-lo ou livrar-se da sua mão. “Ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos. Operando Eu, quem impedirá?” (Is 43.13).

O terceiro título que aparece é o tetragrama que corresponde às letras YHWH (Em hebraico, Yod, Hê, Vav, Hê). O significado deste nome é ser, existir e vir a ser, ou seja, enfatiza a imutabilidade, eternidade e fidelidade de Deus. Este nome divino foi transliterado para Yahweh (Javé) ou Yehowah (Jeová). Este último surgiu a partir de 1518, quando foram incluídas as vogais do nome Adonai ao tetragrama. Em nossas Bíblias em português, no lugar deste nome aparece o nome SENHOR, com letras maiúsculas. Este Nome é considerado sagrado pelos Judeus e eles pararam de pronunciá-lo, por volta do ano 300 a.C. Para não correr o risco de tomar o nome de Deus em vão os judeus o substituíram pelo nome Adonai, que significa Meu Senhor. Por causa disso, perdeu-se a pronúncia e não se sabe ao certo qual seria a pronúncia correta.  

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