07 dezembro 2024

PROMESSAS E PROTEÇÃO

(Comentário do 3 tópico da Lição 10: A promessa de proteção divina)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos de promessas e proteção. Inicialmente, falaremos da promessa de que os inimigos da Igreja serão derrotados, a qual se cumprirá integralmente no final de todas as coisas. Na sequência, falaremos da promessa de segurança e vitória para os que temem ao Senhor. Devemos fazer a nossa parte e cuidar da nossa segurança, mas sabendo que se o Senhor não nos proteger, não estaremos seguros. Por último, falaremos da abrangência da proteção divina. Esta promessa abrange a nossa vida e a nossa família, onde quer que estejamos.

1- Os inimigos serão derrotados. Conforme vimos no tópico anterior, Deus prometeu proteção, cura e livramento ao seu povo. No contexto do Antigo Testamento ainda não havia sido revelada a vida eterna e a esperança do povo de Deus se limitava a esta vida. Para a Igreja, no entanto, foi revelado que a sua vitória não será neste mundo, pois a nossa Pátria está nos Céus (Fp 3.20,21). O Senhor Jesus prometeu aos seus discípulos que eles seriam odiados por todos, perseguidos e mortos por causa do Nome dele (Mt 24.9). Mas Ele prometeu estar conosco todos os dias, até à consumação dos séculos (Mt 28.20). 


Desde a sua fundação, a Igreja do Senhor tem enfrentado cruéis perseguições e tentativas de extermínio. No primeiro século, a Igreja foi perseguida inicialmente pelos judeus e depois pelo Império Romano. O primeiro mártir desta perseguição judaica foi o diácono Estevão (At 7.54-60). Após a execução dele por apedrejamento, a perseguição se intensificou e a Igreja foi obrigada a se dispersar (At 8.1). 


Saulo de Tarso empreendeu uma caçada violenta aos cristãos, na tentativa de deter o avanço do Cristianismo (At 8.1-3; 9.1,2). Mas, o Senhor Jesus o encontrou pessoalmente no caminho de Damasco e ele se converteu(At 9.3-18). Depois disso, ele foi enviado pelo Senhor ao deserto da Arábia, onde passou três anos, recebendo revelações diretamente do Senhor Jesus e tornou-se o maior missionário do Cristianismo (Gl 1.17,18). O ex-perseguidor Saulo, conhecido como Paulo no Império Romano, também passou a ser perseguido por causa do Evangelho e sofreu açoites, apedrejamento e prisões (2 Co 11-13-28), até finalmente ser executado em Roma por ordem do imperador Nero. 


Nos séculos seguintes, outros perseguidores se levantaram contra a Igreja e na atualidade não é diferente. Quando lemos a história dos mártires do Cristianismo, a impressão que temos é que os inimigos triunfaram, mas não é bem assim. As portas do inferno nunca irão prevalecer contra a Igreja de Cristo e ela se manterá triunfante, cumprindo a sua missão. Além disso, como disse o comentarista, há uma promessa gloriosa de que em breve o Senhor Jesus colocará todos os inimigos debaixo de seus pés, inclusive o último deles, a morte (1 Co 15.24-26). As forças do mal estão com os seus dias contados e a sua derrota já está decretada. 


2- Segurança e vitória para os que temem o Senhor. O fato de vivermos no contexto da Igreja, enfrentando ferrenha oposição do mundo e aguardando a vida eterna, não significa que estamos abandonados à própria sorte. Podemos contar com a proteção do Senhor e temos também diversas promessas de vitórias nesta vida. Devemos buscar ao Senhor em oração e pedir a Sua proteção para nós, para a nossa família, para a Igreja e para a sociedade onde vivemos. Deus é o nosso guarda fiel e se Ele não nos guardar, todo o nosso esforço será em vão. É Ele que nos dá o sustento diário, pois tudo vem dele. 


Naturalmente, há males e infortúnios que acontecem aos justos e aos ímpios neste mundo. Não podemos imaginar que pelo fato de sermos crentes estamos livres da violência, assaltos, enfermidades e morte. Enquanto estivermos neste mundo, sofreremos as consequências do pecado como as demais pessoas. Entretanto, precisamos entender que nenhum mal poderá atingir um crente fiel, sem que Deus o permita. Deus permite que situações dolorosas nos atinjam, mas Ele as converte em bênçãos a longo prazo, como fez com José e Daniel. Podemos também ser submetidos a situações adversas como prova da nossa fé, ou para aprendermos lições importantes. De modo geral, como disse Paulo, “todas as coisas cooperam juntas para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28).


Outro ponto importante é sabermos que o fato de contarmos com a proteção de Deus não significa que podemos viver de forma irresponsável e imprudente. Há situações que algumas pessoas atravessam que não era propósito de Deus, mas, a própria pessoa procurou. Por exemplo, uma pessoa que discute por qualquer coisa, acaba encontrando alguém para agredi-la e até matá-la. Se não cuidarmos da nossa segurança pessoal e familiar, nos tornaremos alvos potenciais de criminosos que buscam facilidades. Da mesma forma, se formos negligentes e irresponsáveis com o nosso corpo, estaremos suscetíveis às doenças e até à morte precoce. Se não trabalharmos e não cuidarmos da nossa fonte de renda, ficaremos desempregados e passaremos por dificuldades financeiras.


3- A abrangência da proteção de Deus. A proteção e o cuidado de Deus não tem limites. Quando olhamos para os atributos incomunicáveis de Deus como onipotência, onisciência, onipresença, soberania, infininude, eternidade, etc., podemos confiar plenamente nele, pois nada é impossível ao nosso Deus. Ele nos ama e está no controle de tudo. Quando Deus ordena, o vento, o mar, o fogo, as tempestades e até os demônios têm que obedecer. Temos inúmeros exemplos na Bíblia de pessoas arrogantes como Faraó, Senaqueribe, Nabucodonosor e Herodes, que além de perseguir o povo de Deus, ousaram desafiar a Deus e foram humilhados. 


Deus está cuidando do seu povo o tempo todo e nada foge do seu controle. Se formos fiéis ao Senhor, as lutas e  tribulações que nos ocorrerem serão para atender os seus propósitos e só ocorrerão mediante a sua permissão. Muitas coisas que nos acontecem aqui não serão compreendidas nesta vida, mas na eternidade iremos entender. Até a morte de um crente fiel é vista na Bíblia como uma forma de glorificar a Deus. Quando Jesus teve a sua última conversa com Pedro antes de subir ao Céu, Ele disse: “... Quando estiveres velho, outro te cingirá e irás para um lugar que tu não queiras”. Na sequência, João escreveu que Jesus disse isso, referindo ao tipo de morte que Pedro iria glorificar a Deus. (Jo 21.18,19).


REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO : CPAD, 1ª Ed. 2024.  

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 41. 

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, pp. 1655,56.

SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual: O Povo de Deus e a Guerra Contra as Potestades do Mal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, pp. 33,34. 

Bíblia de Estudo Pentecostal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2002, p.883.


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