28 dezembro 2024

DEUS NÃO MENTE NEM SE ARREPENDE

(Comentário do 2° tópico da Lição 13:  As promessas de Deus são infalíveis)

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, veremos que Deus não mente, nem se arrepende. Inicialmente, veremos o caso de Balaão, que recebeu a incumbência de Balaque para amaldiçoar Israel. Mas, quando começou a falar, disse que Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa (Nm 23.19). Em seguida, com base em Gênesis 6, falaremos da polêmica questão levantada por ateus: Deus se arrependeu? Por último explicaremos esta aparente contradição, pois em Números 23.19 diz que “Deus não se arrepende”, mas em Gênesis 6 e em outros textos diz que Deus se arrependeu. 
1. Deus não mente nem se arrepende. O povo de Israel peregrinava pelo deserto e se aproximava da terra prometida. Durante o percurso, já haviam vencido vários inimigos e acamparam-se nas campinas de Moabe, próximo a Jericó. Balaque, rei de Moabe, se apavorou junto com o seu povo e fez aliança com os midianitas contra Israel. Na tentativa de enfraquecer o povo de Israel, Balaque contratou Balaão, um profeta iníquo, que era de Petor, na Mesopotâmia, na região do Rio Eufrates, para amaldiçoar Israel. 

Ao ouvir a proposta dos mensageiros de Balaque para que amaldiçoasse o povo de Israel, Balaão pediu um prazo para consultar a Deus. Em resposta, Deus lhe disse que ele não fosse amaldiçoar o povo, pois aquele povo era bendito. Pela manhã, Balaão mandou a resposta a Balaque, dizendo que Deus o havia proibido de amaldiçoar Israel. Inconformado, Balaque aumentou a recompensa e Balaão foi consultar a Deus de novo. Deus, então, ordenou que ele fosse, mas que falasse apenas o que Deus lhe mandasse. 

No caminho, o anjo do Senhor se opôs a Balaão, mas ele não o via. A sua jumenta viu o anjo e tentou se desviar dele, até que finalmente se deitou e foi espancada por Balaão. Deus, então, usou a boca da jumenta para repreender Balaão. O anjo o advertiu de que se a jumenta não tivesse se desviado, ele teria sido morto e novamente o alertou de que ele deveria falar somente o que Deus lhe mandasse. 

Balaão encontrou-se com Balaque e este  fez-lhe um banquete. Em seguida levou-o a um monte para que pudesse avistar todo o povo de Israel e amaldiçoar. Mas Deus colocou as suas palavras na boca de Balaão e ele proferiu uma parábola. Entre outras coisas, Balaão falou: “Como poderei amaldiçoar o que Deus não amaldiçoa?” (Nm 23.8). 

Balaque o levou a um lugar mais alto, para que ele pudesse ver melhor o povo e o amaldiçoar. Foi aí, que Balaão proferiu a seguinte sentença sobre Deus, que é absolutamente verdadeira: “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. Porventura, diria Ele e não o faria? Ou falaria e não confirmaria?” (Nm 22.19).

Embora Balaão fosse um profeta ímpio, que amou o prêmio da injustiça para amaldiçoar o povo de Deus, as palavras que ele falou foram dadas por Deus e são verdadeiras. Deus é o Deus da Verdade e não pode mentir jamais, nem se arrepender, no sentido de mudar de ideia em relação ao que Ele falou. Quando Deus fala, Ele tem compromisso com a Sua Palavra, para fazer cumpri-la, como vimos no tópico anterior. Deus havia feito promessas incondicionais a Abraão, Isaque e Jacó, de dar a terra de Canaã aos seus descendentes e nada poderia fazê-lo voltar atrás e descumprir a suas promessas. 

2. Deus se arrependeu? Conforme vimos acima, Balaão disse, acertadamente, que Deus não se arrepende. Por outro lado, nos dias de Noé, o pecado havia se multiplicado de forma assustadora e Deus resolveu mandar o dilúvio. Antes de Deus anunciar o dilúvio a Noé, o capítulo 6 de Gênesis nos versículos 5 e 6 nos informa que Deus viu que a maldade humana havia se multiplicado e “se arrependeu de haver feito o homem e pesou-lhe em seu coração”. 

No Livro de Jonas também, encontramos a informação de que Deus se arrependeu do mal (destruição) que havia anunciado contra Nínive e não o fez, após o arrependimento daquele povo, depois de ouvirem a profecia de Jonas contra eles. (Jn 3.10). Aliás, este era o temor de Jonas ao ser convocado por Deus para ir a Nínive, que o fez fugir para Társis.  Deus o forçou a ir no ventre de um grande peixe. Depois da conversão dos ninivitas, Jonas reclamou com Deus e confessou que não queria ir, porque sabia que Deus é compassivo, longânimo, misericordioso e que “se arrepende do mal”. (Jn 4.2). 

Diante destas duas afirmações conflitantes, é inevitável a pergunta: Afinal, Deus se arrepende, como está escrito nos Livros de Gênesis, Jonas e em outras partes do Antigo Testamento, ou não se arrepende, como está escrito no Livro de Números, na profecia de Balaão? Não podemos fugir desta questão, pois os ateus e os críticos da Bíblia usam estes textos para dizer que há contradições na Bíblia. 

3. Uma aparente contradição. Existem duas palavras hebraicas que foram traduzidas por arrependimento: Shubh e Nãham. Shubh significa arrependimento em relação ao pecado ou erro cometido. É quando alguém pratica algo errado, muda de atitude e passa a agir corretamente. Nãham, por sua vez, é um lamento ou mudança de atitude, devido à alteração nas circunstâncias ou à mudança de atitude de outra pessoa. 

Quando os escritores bíblicos mencionaram que Deus se arrependeu, usaram o termo nãham e não shubh. Isto porque Deus não se arrepende de algo que Ele fez, porque Ele é perfeito em tudo o que faz e fala. Deus não muda e não falha, portanto, não pode se arrepender. Entretanto, Deus se entristece por causa de atitudes erradas do ser humano e, por ser justo, muda de atitude por causa da mudança do ser humano. Se o ser humano escolher pecar e se rebelar contra Deus, a atitude de Deus para com este será de punição. Entretanto, se ele ouvir os apelos de Deus e se arrepender, Deus age com misericórdia e compaixão. 

O comentarista mencionou um recurso literário muito usado na Bíblia, que é chamado de antropopatismo, que significa atribuir  sentimentos humanos a seres não humanos para tentar entender as suas ações. Há ainda outro recurso chamado de antropomorfismo, que é a atribuição de formas humanas a Deus, para tentar explicar as suas ações. Por exemplo, a mão de Deus, os pés de Deus, os olhos de Deus, etc. Em muitos casos a Bíblia usa estes recursos em relação a Deus. Muitos teólogos entendem que este é o caso da expressão “Deus se arrependeu”. 

A versão Nova Almeida Atualizada (NAA) traduz arrependeu-se nestes textos por “ficar triste” (Gn 6.6); “lamento” (1 Sm 15.11). De fato, estas expressões se adapta melhor a Deus do que arrependimento, embora a palavra arrependimento também tenha mais de um significado, entre eles lamentar-se e entristecer-se. O “arrependimento” de Deus é sempre uma reação à mudança de atitude do ser humano e nunca uma mudança dos seus atos porque havia algo errado, ou por causa de surpresas. Sendo Deus perfeito e onisciente, isso não acontece com Ele. 

27 dezembro 2024

DEUS É INFALÍVEL

(Comentário do 1º tópico da Lição 13:  As Promessas de Deus são infalíveis) 

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, veremos que Deus é infalível. Explicaremos do ponto de vista bíblico, a infalibilidade de Deus. A Bíblia nos revela que Deus é absoluto, infalível e imutável. Na sequência, falaremos de uma promessa infalível mencionada em 2 Pedro 3 que é a promessa da segunda vinda de Jesus. Pedro explica que o fato de Jesus ainda não ter voltado, não significa que a sua promessa não se cumprirá, mas que Ele é longânimo e não deseja que as pessoas se percam. Por último, falaremos da infalibilidade da Palavra de Deus. Se Deus é infalível, a Sua Palavra também é. Jesus disse que passarão os Céus e a terra, mas a Sua Palavra não há de passar (Mt 24.35). 



1. A infalibilidade de Deus. O nosso Deus possui atributos exclusivos, que nenhum outro ser os possui, chamados de atributos incomunicáveis, que são: onipotência, onipresença, onisciência, autoexistência, unicidade, eternidade, infinitude, soberania e imutabilidade. No segundo tópico da primeira lição deste trimestre, quando falamos dos fundamentos das promessas de Deus, vimos que um destes fundamentos é que Deus é infalível. Deus é imutável em sua natureza e caráter, sendo assim, Ele não pode falhar jamais. 

Quando dizemos que Deus é imutável em sua natureza e caráter, significa dizer que Ele nunca foi diferente do que é hoje e nunca o será. Deus é absolutamente Santo e isento de qualquer mácula em seu caráter. Ele sempre foi assim e sempre será. Estes atributos exclusivos da natureza e do caráter de Deus são inalteráveis, pois Ele é imutável. 

Deus é perfeito em todos os aspectos, tanto no Ser como no seu agir. Ele não possui nenhum desvio de caráter e não age com indecência, maldade ou impureza. Dessa forma, Ele não pode falhar jamais, estaria negando a Si mesmo. Quando Deus exige santidade do seu povo, Ele coloca-se como modelo: “Santos sereis, porque Eu o SENHOR Vosso Deus, sou santo.” (Lv 19.2). Jesus também disse aos seus discípulos: “Sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”. (Mt 5.48). Evidentemente, nunca alcançaremos o nível de santidade e perfeição de Deus. 

2. Uma promessa infalível. As promessas de Deus também não podem falhar, pois se falhassem, seria a negação da imutabilidade de Deus. Quando Deus promete que fará alguma coisa, Ele está colocando o Seu próprio Nome como garantia, pois Ele é infalível e imutável. Há inúmeras promessas de Deus que já se cumpriram fielmente e outras que certamente irão se cumprir. No caso das promessas incondicionais, que são aquelas que não dependem de condições ou circunstâncias para se cumprirem, elas se cumprirão, independente das ações do ser humano. A garantia do cumprimento destas promessas é o próprio Deus. 

O comentarista citou uma destas promessas que são infalíveis, que é a promessa da vinda de Jesus. Esta promessa foi mencionada pelo apóstolo Pedro, no capítulo 3 da sua segunda Epístola. Os escarnecedores zombavam da promessa da vinda de Jesus, alegando que os pais deles ouviram tal promessa e morreram sem ver o seu cumprimento. 

Pedro explicou que a suposta demora no cumprimento desta promessa não significa que Deus havia falhado no cumprimento dela ou que estava demorando. Ocorre que Deus é longânimo e misericordioso e não deseja que os pecadores se percam. Em outras palavras, Deus estava dando oportunidades para que os pecadores se arrependessem dos seus pecados para não perecerem. 

Entretanto, ninguém se engane achando que Deus irá aguardar eternamente que todos os pecadores se arrependam, até porque isso nunca irá acontecer. Os ímpios irão de mal a pior, afastando-se de Deus e cometendo toda sorte de maldade. A promessa de Deus continua de pé e em breve irá se cumprir. O Senhor descerá do Céu com alarido e com a voz do arcanjo. Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, os que estiverem vivos serão transformados e juntos subiremos a encontrar o Senhor nos ares para estarmos para sempre com Ele. Aleluia! 

3. A Palavra infalível de Deus. A Bíblia Sagrada é a inerrante, infalível e perfeita Palavra de Deus. Isto significa que ela é totalmente isenta de erros. Mas ela é também infalível, pois as suas palavras se cumprem integralmente. As profecias bíblicas vem se cumprindo com riqueza de detalhes ao longo dos séculos e continuará se cumprindo, pois o seu autor é o Espírito Santo, que não pode falhar. 



A infalibilidade das Escrituras é reivindicada pela própria Bíblia. O profeta Jeremias teve a visão de uma vara de amendoeira e o Senhor lhe perguntou o que ele estava vendo. Jeremias respondeu que via uma vara de amendoeira e o Senhor lhe respondeu: “Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir”. (Jr 1.11,12). Há uma relação muito próxima entre as palavras hebraicas traduzidas por amendoeira e velar. As palavras hebraicas shaqad (amêndoa) e shaqed (velar, vigiar) têm a mesma raiz e são muito parecidas na escrita e na pronúncia. Assim, o Senhor usa um jogo de palavras, para explicar a Jeremias que Ele mantém total vigilância para que as suas palavras se cumpram. 



O Senhor Jesus reafirmou a infalibilidade da Palavra de Deus quando disse: “Passarão o Céu e a terra, mas as minhas Palavras não hão de passar”. (Mt 24.35). No Sermão do Monte, Jesus falou que nada se omitirá da Lei até que tudo se cumpra. Para isso, ele usou a seguinte expressão: “...Nem um jota ou um til se omitirá da lei.” (Mt 5.18). Nas línguas hebraica e grega não existem o jota nem o til. No hebraico tem o "Yod" e no grego o "Iota''. O Yod é a menor letra do alfabeto hebraico. Já a palavra traduzida por "til" significa "pequeno chifre" e é uma referência a um sinal que há no final de outra letra hebraica, que parecia um pequeno chifre de carneiro. Isto significa que a Palavra de Deus não tem erro algum e é totalmente digna de confiança.

24 dezembro 2024

FELIZ NATAL, MEUS AMIGOS E IRMÃOS EM CRISTO!


Conheça a verdadeira história do nascimento de Jesus! 

Em Israel, na Cidade de Nazaré 
Uma virgem estava desposada 
Com um jovem chamado José 
Na prática ainda não era casada. 
 
Certo dia, a virgem foi visitada 
Por um anjo chamado Gabriel 
Que lhe disse: Salve agraciada! 
Terás um Filho chamado Emanuel 
 
Aquela virgem chamada Maria
Espantou-se com a informação 
E pensou como isso aconteceria 
Pois nunca tivera uma relação  
 
O anjo Gabriel lhe respondeu
– O Espírito Santo sobre ti virá
E darás à luz o Filho de Deus 
Para Deus, impossível não há.  

José quando soube da gravidez
Quis deixá-la sem ninguém saber 
O anjo apareceu mais uma vez 
E disse o que ele deveria fazer  

José, Filho de Davi! Disse Gabriel 
A tua mulher, um filho dará à luz
Será o Messias prometido a Israel
O qual será chamado de Jesus 

O casal veio de Nazaré à Judéia 
Pois era preciso o alistamento
Cumpriu a profecia de Miquéias:
Em Belém será o seu nascimento  

Havia muita gente na cidade
Chegaram os momentos finais 
Não encontraram hospitalidade 
E foram a um abrigo de animais  

Pastores no campo trabalhavam
Quando um anjo lhes apareceu
Muito atemorizados eles ficaram
A glória de Deus resplandeceu 

O anjo, então, a notícia lhes deu 
Que em Belém havia nascido 
O Cristo, o Santo Filho de Deus 
O Salvador que fora prometido  

Os magos viram algo diferente
Vieram do Oriente a Jerusalém 
Foram informados por esta gente
Que o Cristo nasceria em Belém  
Herodes tentou matar a criança 
E cometeu grande atrocidade 
Promovendo covarde matança 
De recém-nascidos na cidade 
Deus sabe tudo e se antecipou 
Mandou fugirem para o Egito
José obedeceu e por lá ficou
Até à morte do tirano maldito 
Quando tinha oito dias de nascido
Jesus foi apresentado ao Senhor 
Simeão já havia envelhecido 
E aguardava a vinda do Salvador  
O velho Simeão foi orientado 
Que aquele menino apresentado
Era o Bendito e Eterno Redentor 
Por uma revelação do Senhor  
Tomando o menino, disse Simeão:
– Despede agora teu servo, Senhor
Meus olhos viram a tua Salvação 
O prometido e amado Redentor. 

Ana, a profetisa, que já era idosa
E servia Deus desde a mocidade
Também proferiu palavras ditosas
Sobre Ele por toda aquela cidade
 
Não sabemos o dia exatamente 
Que o nascimento tenha ocorrido 
Não foi em Dezembro certamente
Mas este foi o dia estabelecido 
 
Neste dia foi convencionado
Para ser o dia o Natal de Jesus 
Portanto deve ser celebrado
Aquele que é a Verdade e a Luz. 
 
Ev. Weliano Pires
Assembleia de Deus 
Ministério do Belém 
São Carlos, SP 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 13: AS PROMESSAS DE DEUS SÃO INFALÍVEIS

Ev. WELIANO PIRES 

Nesta última lição, como conclusão do tema estudado neste trimestre, estudaremos a infalibilidade das promessas de Deus. O nosso Deus possui atributos exclusivos, que nenhum outro ser os possui, chamados de atributos incomunicáveis, que são: onipotência, onipresença, onisciência, autoexistência, unicidade, eternidade, infinitude, soberania e imutabilidade. Nesta lição destacaremos a imutabilidade de Deus. Sendo Deus imutável em sua natureza e caráter, Ele não pode falhar jamais. Portanto, as suas promessas também jamais falharão. 
No primeiro tópico, veremos que Deus é infalível. Explicaremos do ponto de vista bíblico, a infalibilidade de Deus. A Bíblia nos revela que Deus é absoluto, infalível e imutável. Na sequência, falaremos de uma promessa infalível mencionada em 2 Pedro 3 que é a promessa da segunda vinda de Jesus. Pedro explica que o fato de Jesus ainda não ter voltado, não significa que a sua promessa não se cumprirá, mas que Ele é longânimo e não deseja que as pessoas se percam. Por último, falaremos da infalibilidade da Palavra de Deus. Se Deus é infalível, a Sua Palavra também é. Jesus disse que passarão os Céus e a terra, mas a Sua Palavra não há de passar (Mt 24.35). 
No segundo tópico, veremos que Deus não mente, nem se arrepende. Inicialmente, veremos o caso de Balaão, que recebeu a incumbência de Balaque para amaldiçoar Israel. Mas, quando começou a falar, disse que Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa (Nm 23.19). Em seguida, com base em Gênesis 6, falaremos da polêmica questão levantada por ateus: Deus se arrependeu? Por último explicaremos esta aparente contradição, pois em Números 23.19 diz que “Deus não se arrepende”, mas em Gênesis 6 e em outros textos diz que Deus se arrependeu. Trata-se de um antropopatismo, que é a atribuição de sentimentos humanos a Deus, para que a mensagem seja melhor compreendida. O “arrependimento” de Deus não é em relação ao fato de ter criado o ser humano, mas em relação à rebeldia da humanidade. 
No terceiro tópico, falaremos das infalíveis promessas de Deus. Ao criar o ser humano, Deus sabia que este iria desobedecê-lo e já tinha um Plano glorioso de salvação, por meio de Jesus Cristo. Na sequência, falaremos da promessa da vida eterna. Nós não fomos criados para morrer e sim para viver eternamente na presença de Deus. Por isso, na vinda de Jesus receberemos um corpo incorruptível e eterno. Por último, falaremos da esperança forjada na promessa infalível de Deus. A humanidade tem buscado ao longo dos séculos, maior expectativa de vida. Mas a velhice e a morte são inevitáveis. Por isso, a nossa esperança está fundamentada na promessa infalível de Deus, de redenção do nosso corpo, quando veremos ao Senhor face a face. Aleluia! 

REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO : CPAD, 1ª Ed. 2024.  
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 42
RHODES, Ron. O Livro Completo das Promessas Bíblicas. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.13.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.269,841

21 dezembro 2024

O QUE IDENTIFICA A VIDA ABUNDANTE

(Comentário do 3º tópico da Lição 12: A promessa de vida abundante)

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, veremos o que identifica a vida abundante. Em primeiro lugar está a alegria do Senhor, que faz parte da identidade daqueles que se relacionam com Deus. Em segundo lugar, a vida abundante é caracterizada pela gratidão a Deus por tudo. Quem tem a vida abundante, tem a virtude da gratidão e não vive murmurando e reclamando de tudo. Por último, quem tem vida abundante tem vida no Espírito e vida de oração. Quem vive no Espírito vence as obras da carne, pois tem o Fruto do Espírito em sua vida. 
1. A alegria do Senhor. Uma das principais virtudes encontradas na vida de alguém que experimentou a vida abundante concedida por Jesus é a alegria. Deus é a fonte da verdadeira alegria e, portanto, quem se relaciona com Ele vive alegre. A alegria é uma das virtudes do Fruto do Espírito Santo. Por isso, um crente cheio do Espírito Santo é cheio da alegria indizível que vem de Deus. Quem está cheio da presença de Deus extravasa alegria por onde passa. 
Evidentemente, isto não significa que o crente não tenha também momentos de tristeza, ou que viva sorrindo mesmo quando alguém da sua família morre. A alegria do crente não consiste nas circunstâncias mas no Senhor. Escrevendo aos Filipenses, o apóstolo Paulo disse: “Alegrem-se sempre no Senhor; outra vez vos digo: Alegrem-se!” (Fp 4.4 NAA). Da mesma forma,   em suas últimas instruções aos Tessalonicenses na sua primeira Epístola, ele disse: “Regozijai-vos sempre” (1 Ts 5.16). A alegria do crente é fruto da presença de Deus em sua vida, independente da situação em que ele vive. 
O profeta Habacuque estava angustiado e cheio de questionamentos, quando teve uma visão de que o seu povo seria levado cativo para a Babilônia. Após ouvir a resposta de Deus, ele fez uma oração e declarou que, ainda que todas as suas fontes de renda como a figueira, a oliveira, o trigo, as ovelhas e as vacas falhassem, todavia, ele se alegraria no Senhor e exultaria no Deus da sua salvação. (Hc 3.17.18). 

2. Gratidão por tudo. Outra virtude que demonstra que o crente experimentou a vida abundante é a gratidão a Deus por tudo. No mesmo texto aos Tessalonicenses, onde Paulo recomenda aos crentes para regozijar-se sempre, ele diz: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. (1 Ts 5.18). A gratidão a Deus por tudo o que Ele nos deu é obrigação de todo crente, pois tudo o que somos e temos devemos a Ele. 
A gratidão é o antídoto contra a murmuração. Uma pessoa grata a Deus jamais terá motivo para murmurar, pois em vez fazer isso, sempre agradece a Deus por tudo, inclusive pelas lutas e dificuldades. Sim, quem tem a vida abundante sabe que todas as coisas cooperam juntas para o bem daqueles que amam a Deus e há sempre um propósito de Deus para a sua vida. 
José, o filho de Jacó que foi vendido por seus irmãos, entendeu que a ida dele para o Egito era plano de Deus para salvar o povo da fome. Evidentemente, no momento em que ele foi vendido como escravo ainda adolescente, ele não sabia e sofreu muito. Após a morte do seu pai, os seus irmãos preocupados e com medo dele se vingar, foram ao seu encontro pedir perdão pelo que fizeram. Mas ele disse: “Vós, na verdade, intentastes fazer mal contra mim, mas Deus transformou em bem, como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50.20). Da mesma forma, o apóstolo Paulo via os seus sofrimentos como contribuição para o avanço da pregação do Evangelho. 

3. Vida no Espírito, vida de oração. A vida abundante só será possível para aqueles que andam no Espírito, pois somente assim será possível vencer a natureza pecaminosa que existe em nós (Gl 5.16). Se a pessoa não anda no Espírito, inevitavelmente, será vencido pela natureza carnal e se entregará às obras da carne (Gl 5.19-21). Paulo disse que aqueles que estão na carne não podem agradar a Deus (Rm 8.8). Por nossos próprios esforços, jamais conseguiríamos vencer a natureza carnal. Somente através da ação do Espírito em nosso interior, seremos inclinados a agradar a Deus. 
Quando recebemos a Cristo como Senhor e Salvador, Ele nos dá o Espírito Santo para morar em nosso ser. O Espírito opera em nós o milagre do novo nascimento ou regeneração, conforme vimos em lições anteriores. Entretanto, o Espírito Santo não é uma força impessoal que permanece automaticamente em nós. Ele é uma pessoa que ama, intercede, se entristece e se relaciona conosco. Se não houver o cultivo deste relacionamento com o Espírito Santo, mediante a oração, meditação na Palavra de Deus é envolvimento nas coisas de Deus, Ele pode se entristecer e até sair da nossa vida. Se ocorrer a blasfêmia, Ele sairá para sempre e não haverá perdão. Quem vive no Espírito cultiva uma vida de oração, pois tem prazer em falar com Deus. 

19 dezembro 2024

A VIDA ABUNDANTE

(Comentário do 2º tópico da Lição 12: A promessa de vida abundante)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos da vida abundante. Inicialmente veremos o conceito de vida abundante, que preenche todas as partes do ser humano: espírito, alma e corpo. Na sequência, com base no episódio da conversão do carcereiro de Filipos, veremos que a vida abundante também influencia a nossa família: “...tu e a tua casa” (At 16.31). Por último, falaremos de diversas bênçãos provenientes da vida abundante, como a paz com com Deus, a tranquilidade nas decisões, a prática do amor, a unidade cristã, a esperança e a paciência.


1. O conceito de vida abundante. No texto de João 10.10, depois de falar que o ladrão veio matar, roubar e destruir, Jesus se contrapôs aos objetivos do ladrão e disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. Temos aqui duas palavras-chave neste texto, que são fundamentais para compreendermos o que Jesus quis dizer: vida (Gr. Zoe) e em abundância (Gr. Perisson).

A palavra grega zoe, traduzida por vida neste texto, deu origem à palavra portuguesa Zoologia, que é o ramo da Biologia que estuda os animais. Segundo a Concordância Bíblica de Stong “a palavra Zoe, no Novo Testamento, se refere à vida em seu sentido mais pleno, abrangendo as dimensões físicas e espirituais. É frequentemente usada para descrever a vida eterna que é concedida por meio da fé em Jesus Cristo. Esta vida não é meramente uma existência sem fim, mas uma qualidade de vida que é abundante e gratificante, caracterizada por um relacionamento com Deus.” A segunda palavra é perisson, traduzida por “em abundância” ou “abundante”. Perisson significa muito, além da medida, acima do que era esperado. 

A vida que Jesus promete em abundância é a vida verdadeira, como vimos no tópico anterior. Esta vida só é possível a partir do relacionamento com Deus. Aqueles que não tem Deus não tem esta vida, mesmo que biologicamente estejam vivos. Jesus disse: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” (Jo 3.36). Paulo também falou: “para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro”. (Fp 1.21). Portanto, a vida abundante prometida por Jesus é a vida eterna, que começa aqui quando iniciamos a vida com Cristo e se cumprirá em sua plenitude na eternidade. 


2. A vida abundante também influencia a família. A vida abundante prometida por Jesus, naturalmente influencia e repercute em nossa família. O comentarista citou aqui o caso do carcereiro de Filipos, que após perceber que um terremoto abrira as portas da prisão, imaginando que todos os presos haviam fugido e que ele seria punido com a pena de morte, quis tirar a própria vida. Paulo gritou do interior da cela para que não fizesse aquilo, pois ninguém havia fugido. Ainda tremendo, o carcereiro perguntou a Paulo e Silas, o que ele deveria fazer para ser salvo. Isso demonstra que, provavelmente, ele já teria ouvido alguma coisa sobre o Evangelho, mas agora tinha visto a demonstração do Poder de Deus. Paulo, então respondeu: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa”. (At 16.31). 

Em outros episódios podemos ver também que a salvação veio a todos da família, após a conversão do patriarca da família, como no caso de Zaqueu (Lucas 19.1-10); o oficial de Cafarnaum (Jo 5.53); Lídia (At 16. 15); e outros que após a conversão foram batizados todos da sua casa. OEm todos estes casos, inegavelmente, a influência dos pais foi determinante para a conversão de toda a família, principalmente, porque na sociedade daquela época os pais exerciam autoridade total sobre seus filhos, inclusive podendo puni-los severamente, caso desobedecessem as suas ordens. 

É importante esclarecer, no entanto, que apesar da vida abundante na vida dos pais exercer influência na família, isto não significa salvação por aliança familiar, ou por batismo sacramental, como ensina o catolicismo romano. Isto é antibíblico, pois a salvação é individual e intransferível. Também não é uma promessa de que os nossos filhos serão salvos, como muitos crentes pensam. Os filhos dos crentes para serem salvos terão que crer em Jesus também, pois a salvação dos pais não irá salvá-los. 


3. Diversas bênçãos provenientes da vida abundante. A vida abundante prometida por Jesus, não é algo que vem automaticamente como muitos imaginam, mas é o resultado de um relacionamento pessoal com Cristo que é a fonte desta vida. Os valores desta vida abundante não são medidos pelos padrões terrenos, mas são valores eternos e divinos. Esta vida também não está relacionada às circunstâncias em que o crente vive, ao seu patrimônio ou à sua importância na sociedade. É possível alguém ser rico e poderoso e não ter uma vida abundante, ou ser pobre e sem expressão neste mundo e tê-la. 

Apesar de não estar relacionada às coisas desta vida, a vida abundante traz consigo muitas bênçãos. O comentarista citou algumas destas bênçãos neste tópico:

a. Paz (Jo 14.27; Rm 5.1). Na lição 8, estudamos sobre a promessa de paz e vimos que o Senhor Jesus é o Príncipe da Paz. Somente Jesus pode dar a paz verdadeira e proporcionar ao ser humano a paz com Deus, mediante o seu sacrifício na cruz. 

b. Amor (Jo 13.34,35). A principal característica de um discípulo de Jesus é o amor, pois Ele disse: “Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. Quem experimenta a vida abundante concedida por Jesus, ama a Deus, aos irmãos e até aos inimigos. 

c. União (Sl 133; Gl 5.13-15). A unidade também é outra característica dos verdadeiros discípulos de Jesus, pois Ele orou ao Pai para que os seus discípulos “fossem um, como Ele é um com o Pai”. (Jo 17.21). Evidentemente, Ele não estava falando que Ele e Pai são a mesma pessoa, como dizem os unicistas, mas estava se referindo à união plena e perfeita que existe na Santíssima Trindade.

d. Esperança. A esperança é uma das três virtudes teologais, ou seja, que provém de Deus, junto com a fé e o amor. Não pode haver esperança fora de Jesus, pois Ele é a razão da nossa esperança. Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, correrão e não se cansarão (Is 40.31). 

e. Paciência (Lc 21.19; Rm 5.4). A paciência é devolvida mediante as tribulações que atravessamos. O crente que tem vida abundante é paciente e não se desespera, pois a sua confiança está em Deus.  

18 dezembro 2024

JESUS, A FONTE DE VIDA ABUNDANTE

(Comentário do 1º tópico da Lição 12: A promessa de vida abundante)


Ev. WELIANO PIRES 


No primeiro tópico, falaremos de Jesus como a fonte de vida abundante. Jesus é a fonte da verdadeira vida, pois Ele é a própria vida (Jo 14.6; 11.25). Veremos também que Jesus é a fonte de vida abundante. Enquanto o nosso adversário tem como objetivo destruir a nossa vida em todos os aspectos, o Senhor Jesus é o doador e sustentador da nossa vida. Por último, veremos que Jesus é a fonte do amor. Jesus apresenta-se como o Bom Pastor, que dá a Sua vida pelas ovelhas. Por isso, o Seu relacionamento com as suas ovelhas é baseado no amor.

1. A fonte de verdadeira vida. A Bíblia de Estudo Pentecostal, em sua introdução ao Evangelho segundo João, mostra sete declarações de Jesus (Eu Sou), registradas neste Evangelho, que comprovam a sua infinita superioridade e comprovam que Ele é Deus: Eu sou o pão da vida (Jo 6.35); Eu sou a luz do mundo (8.12); Eu sou o bom Pastor (Jo 10.11); Eu sou a ressurreição e a vida (Jo 11.25); Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14.6); Eu sou a videira verdadeira (Jo 15.1). Há muitas declarações de Jesus neste livro que somente Deus poderia fazer, como Eu sou a Verdade, Eu sou a Vida, Antes que Abraão existisse Eu Sou, etc. 

No capítulo 10 de João, que é o objeto do nosso estudo, Jesus fez um contraste entre os falsos pastores que são mercenários e não protegem o rebanho e se apresentou como o Bom Pastor, que dá a sua vida pelas suas ovelhas. Jesus se apresentou também como a porta do curral das ovelhas. Como o Bom Pastor, Jesus se relaciona com as suas ovelhas, protege, alimenta e as guia, indo adiante delas. A metáfora da porta do curral das ovelhas indica que Jesus é o único meio de se ter acesso a Deus. Ele é o único caminho que conduz o homem a Deus (Jo 14.6). Sem Jesus é impossível alguém chegar a Deus e a verdadeira vida está em Deus, pois Ele é o doador da vida no aspecto físico, emocional e espiritual. 

2. A fonte de vida abundante. Este subtópico é muito semelhante ao anterior e é uma continuidade do que foi dito. Jesus além de ser a fonte da vida verdadeira, oferece esta vida em abundância, de forma plena. Eu não pretendo explicar aqui o significado desta vida abundante, pois este será o assunto do próximo tópico. Nos versículos 8-10, do capítulo 10 de João, Jesus se contrapõe aos mercenários e falsos pastores, que são ladrões e destruidores do rebanho. Jesus, ao contrário destes, veio trazer vida abundante. 

Neste contexto, Jesus não está falando do diabo e sim dos maus pastores, conforme descrito em Ezequiel 34. Entretanto, conforme colocou o comentarista, podemos sim fazer uma aplicação da afirmação de Jesus às ações de Satanás, pois ele é ladrão, mentiroso e destruidor. Ele rouba a paz, a alegria, a saúde, a vida e a salvação das pessoas. Os falsos pastores estão a serviço dele. Mas Jesus veio dar vida aos que estavam mortos espiritualmente, trazer a cura aos enfermos, libertar os cativos, perdoar os nossos pecados e nos reconciliar com Deus. 

3. A fonte de amor. Jesus é a fonte do verdadeiro amor. O seu relacionamento com as suas ovelhas é baseado no amor. No capítulo 10 de João, Jesus afirmou mais de uma vez: “Eu sou o bom pastor” (Jo 10.11,14). O adjetivo “bom”, usado por Jesus para qualificar a Si mesmo como pastor, no grego é “kalos” e aparece três vezes no capítulo 10 de João, sendo duas no versículo 11 e uma no versículo 14. Esta palavra significa “bom” no sentido ético e indica a nobreza de Cristo para cumprir apropriadamente o seu ofício de pastor, em contraste com os maus pastores de Israel, que eram mercenários, não cuidavam das ovelhas e queriam apenas servir-se delas. 

Jesus é o Pastor ideal segundo o padrão de Deus, tanto em seu caráter como em sua obra. Ele é único em sua categoria, pois não há outro igual a Ele. Jesus como Pastor é bom, por pelo menos três motivos, que são apresentados no capítulo 10 de João: 

a. Ele dá a Sua vida pela Salvação das ovelhas (v.11). Jesus não foi um mártir, assassinado por defender uma causa. Ele ofereceu a sua vida para o resgate das suas ovelhas. A sua morte foi voluntária, sacrificial e vicária. Ou seja, Ele se ofereceu, voluntariamente, como sacrifício a Deus em nosso lugar.

b. Ele conhece as suas ovelhas e delas é conhecido (v.14). As ovelhas conhecem a voz do seu pastor e não seguem a estranhos. Jesus, como o bom pastor, é o dono das ovelhas, conhece-as profundamente. Elas também o conhecem e, por isso, o seguem. 

c. Ele ama as ovelhas, protege-as e supre-lhes as necessidades. (vs. 15,16). O mercenário não ama as ovelhas e quer apenas o que elas lhe proporcionam: lã, carne, gordura e laticínios. Mas, Jesus nos amou incondicionalmente, sem que nós o merecêssemos. Nos versículos 15 e 16, Jesus compara o seu relacionamento com as suas ovelhas, com o relacionamento dele com o Pai. Ele também supre as nossas necessidades, nos protege e nos dá vida em abundância (Jo 10.10). 

17 dezembro 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: A PROMESSA DE VIDA ABUNDANTE

Ev. WELIANO PIRES 


Nesta lição falaremos da promessa de vida abundante aos que se relacionam com Jesus neste mundo (Jo 10.10). Ao contrário do que pregam os teólogos da prosperidade, esta vida abundante prometida por Jesus, não está relacionada ao ter e sim ao ser. Não é a vida que este mundo promete, que se fundamente na fama, no poder e nas riquezas. É uma vida de profunda comunhão com Deus, que nos traz alegria, paz e contentamento em qualquer circunstância. Para quem tem esta vida abundante, Jesus lhe é suficiente e preenche todas as suas necessidades. 


No primeiro tópico, falaremos de Jesus como a fonte de vida abundante. Jesus é a fonte da verdadeira vida, pois Ele é a própria vida (Jo 14.6; 11.25). Ele é também o único caminho que conduz o homem a Deus (Jo 14.6). Sem Ele é impossível alguém chegar a Deus e a verdadeira vida está em Deus. Veremos também que Jesus é a fonte de vida abundante. Enquanto o nosso adversário tem como objetivo destruir a nossa vida em todos os aspectos, o Senhor Jesus é o doador e sustentador da nossa vida. Por último, veremos que Jesus é a fonte do amor. Jesus apresenta-se como o Bom Pastor, que dá a Sua vida pelas ovelhas. Por isso, o Seu relacionamento com as suas ovelhas é baseado no amor.


No segundo tópico, falaremos da vida abundante. Inicialmente veremos o conceito de vida abundante, que preenche todas as partes do ser humano: espírito, alma e corpo. Na sequência, com base no episódio da conversão do carcereiro de Filipos, veremos que a vida abundante também influencia a nossa família: “...tu e a tua casa” (At 16.31). Por último, falaremos de diversas bênçãos provenientes da vida abundante, como a paz com com Deus, a tranquilidade nas decisões, a prática do amor, a unidade cristã, a esperança e a paciência. 


No terceiro tópico, veremos o que identifica a vida abundante. Em primeiro lugar está a alegria do Senhor, que faz parte da identidade daqueles que se relacionam com Deus. Em segundo lugar, a vida abundante é caracterizada pela gratidão a Deus por tudo. Quem tem a vida abundante, tem a virtude da gratidão e não vive murmurando e reclamando de tudo. Por último, quem tem vida abundante tem vida no Espírito e vida de oração. Quem vive no Espírito vence as obras da carne e tem inclinação e tem o Fruto do Espírito em sua vida. Quem vive no Espírito cultiva uma vida de oração, pois tem prazer em falar com Deus. 


14 dezembro 2024

A PROVISÃO DAS NECESSIDADES ESPIRITUAIS

(Comentário do 3º tópico da Lição 11:  A promessa de  provisão). 


Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos da promessa de provisão das necessidades espirituais. Falaremos da maior necessidade espiritual do ser humano que é a salvação. Toda a humanidade necessita de Salvação, pois todos pecaram. Na sequência, falaremos da segunda necessidade espiritual do ser humano que é a presença e direção de Deus para nos orientar a tomar decisões, fazer escolhas e agir. Por último, falaremos da terceira necessidade que é a habitação do Espírito Santo em nós para nos consolar, nos ensinar a orar, interceder por nós, nos alegrar e nos capacitar para a Obra de Deus. 


1. Necessidade de salvação. Quando o primeiro casal desobedeceu a Deus no Jardim do Éden, toda a sua posteridade herdou a natureza pecaminosa. Todos os seres humanos, sem exceção, nascem pecadores e necessitam de Salvação. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Romanos disse: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. (Romanos 3.23). O ser humano sem Deus está espiritualmente morto e é incapaz de salvar-se por seus próprios esforços e méritos. 

Deus, que é riquíssimo em misericórdia, sabendo que o primeiro casal iria pecar, elaborou um plano de salvação na eternidade passada, muito antes da criação. Ele é onisciente e nunca é pego de surpresa, pois, conhece o futuro antecipadamente e planejou o meio de salvação muito antes do pecado acontecer. Logo após Adão e Eva consumarem o seu pecado, Deus prometeu salvar a humanidade, dizendo que o descendente da mulher que é Cristo, iria ferir a cabeça da Serpente que é Satanás (Gn 3.15). Temos aqui, a primeira promessa de salvação da humanidade após a Queda. Por isso é chamada de “Proto Evangelho”. 

Jesus, o Cordeiro de Deus, foi sacrificado por nós, para nos salvar dos efeitos deletérios do pecado. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, ou seja, Ele é o Único meio de nos tornar aceitos por Deus. O apóstolo Pedro, em um dos seus discursos no início da Igreja Primitiva, disse: “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do Céu nenhum nome há dado entre os homens, pelo qual possamos ser salvos”. (At 4.12). Somente Jesus pode satisfazer a necessidade humana de salvação. Aliás, o Seu Nome hebraico é Yehoshua, que significa “Yahweh é a Salvação”, ou Yeshua, na forma abreviada em aramaico. 


2. Necessidade da presença e direção de Deus. O Como seres humanos mortais e falíveis, nós vivemos neste mundo totalmente dependentes de Deus para tudo. Somos como um deficiente visual que necessita de alguém para guiá-lo, ou de sinais palpáveis para não cair em precipícios e se ferir. Nós precisamos da presença de Deus para nos mostrar a direção correta neste mundo. O comentarista citou o texto de Êxodo 33.15, que trata da ocasião imediatamente após Israel construir um bezerro de ouro e o adorar. Deus, então falou que enviaria um anjo para guiá-los, mas a Sua Presença não iria com eles, por causa da dura cerviz. Moisés intercedeu perante Deus pelo povo e disse: “Se a tua presença não for conosco, não nos faça subir daqui”. (Êx 33.15). 

Andar sem a presença e a direção de Deus neste mundo é como andar na escuridão sem saber o que há à nossa volta. Jesus, sendo Deus, tomou a forma humana e conviveu pessoalmente com os seus discípulos por três anos. Eles desfrutaram da presença de Deus, lhes ensinando, curando enfermidades, acalmando tempestades e oferecendo segurança. No episódio da transfiguração, Pedro ficou abismado e disse que seria bom construir três tendas ali para que pudessem permanecer naquele estado glorioso. É a presença gloriosa de Deus que faz com que a pessoa se sinta assim. 

Quando Jesus lhes disse que voltaria para o Pai, eles se encheram de tristeza. Mas Jesus prometeu que não os deixaria órfãos, mas enviaria “Outro Consolador” para ficar com eles para sempre. A  expressão grega traduzida por “Outro Consolador” é muito significativa e vai muito além de alguém que apenas nos consola. A expressão grega “Allos Parakletos”, significa outro da mesma espécie, colocado ao lado de um réu em um tribunal para fazer a sua defesa. A palavra grega Parakletos é polissêmica, ou seja, possui vários significados. Pode ser um advogado, consolador, assistente, intercessor, etc. O que Jesus prometeu aos seus discípulos é que Ele iria para o Pai, mas a presença de Deus continuaria com eles. 


3. Necessitados do Espírito Santo. O Espírito Santo é esta Pessoa prometida por Jesus aos seus discípulos para ficar para sempre com eles. Ele é Deus e convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Além disso, Ele nos ilumina para compreendermos a Palavra de Deus; ajuda-nos em nossas fraquezas e intercede por nós diante do Pai com gemidos inexprimíveis; produz em nosso interior o Fruto do Espírito Santo; e nos capacita com dons espirituais para fazermos a obra de Deus com ousadia e sabedoria. 

A presença do Espírito Santo é indispensável em nós, individual e coletivamente. Paulo disse que se alguém não tem o Espírito de Deus, esse tal não é dele. O Espírito Santo, que é Deus, penetra todas as coisas até as profundezas de Deus. Ele conhece também o nosso interior, as intenções do nosso coração e preenche todas as nossas necessidades espirituais. 

Coletivamente, uma Igreja sem o Espírito Santo não tem condições de fazer a Obra do Senhor. Por isso, antes de subir ao Céu, Jesus advertiu os seus discípulos para que ficassem em Jerusalém, até que do alto fossem revestidos de poder. Após o revestimento do Poder do Espírito, eles pregaram ousadamente a Palavra de Deus sem temer as ameaças das autoridades judaicas, faziam grandes prodígios entre o povo e milhares de pessoas se convertiam a Cristo. A presença do Espírito Santo faz toda a diferença na vida de um crente e na comunidade dos salvos. 

13 dezembro 2024

A PROVISÃO DAS NECESSIDADES EMOCIONAIS

(Comentário do 2° tópico da Lição 11:  A promessa de provisão)


Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico falaremos da promessa de provisão das nossas necessidades emocionais. Veremos que somos seres integrais, formados por espírito, alma e corpo. Falaremos também da ansiedade no mundo atual, que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. O Brasil lidera este ranking. Por último, falaremos da solução para a ansiedade, que é a confiança plena em Jesus. Devemos lançar sobre Ele as nossas preocupações, pois ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.6,7).


1. Somos seres integrais. Quando falamos que o ser humano é um ser integral, significa dizer que ele é formado por três partes: espírito, alma e corpo. O espírito é a parte imaterial, cujas faculdades são a fé e a consciência. É a parte do ser humano que é capaz de responder a Deus e sem Deus, ele está morto. A alma, por sua vez, é a sede do intelecto, das emoções e das vontades do ser humano. O corpo é a parte material do ser humano, formada do pó da terra e se tornará em pó novamente, após a morte. 

O espírito e a alma são distintos, mas inseparáveis. O corpo, sem a alma e o espírito está morto. A teologia chama esta tríplice composição do ser humano de tricotomia. Alguns teólogos defendem que o homem é formado por apenas duas partes, uma material (o corpo) e outra imaterial (espírito/alma). Esta tese é chamada de dicotomia. Nós da Assembleia de Deus defendemos a tricotomia (1 Ts 5.23).

Assim como o corpo tem as suas necessidades, como vimos no tópico anterior, a alma e o espírito também as tem. Evidentemente, a alma possui inúmeros problemas e necessidades, que seria impossível tratarmos de todos eles em um único tópico. Neste tópico, o comentarista aborda um grave problema da alma, que está relacionado ao tema da provisão e afeta milhões de pessoas em todo o mundo, que é a ansiedade. No próximo tópico, ele tratou das necessidades do espírito. 


2. A ansiedade no mundo. Assim como acontece outros sentimentos da alma humana, a ansiedade é um sentimento natural do ser humano. Todos nós temos preocupações com o futuro, com o prazo curto para realizar algo importante, etc. O transtorno da ansiedade, no entanto, é a ansiedade em níveis excessivos, que ocorre com frequência e por períodos longos, a ponto de atrapalhar a vida da pessoa. Os transtornos de ansiedade podem ser de diferentes tipos como fobia social, síndrome do pânico, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade generalizada, etc. Podem também atingir níveis diferentes e trazerem vários problemas à sua física também. 

Conforme nos informou o comentarista, os transtornos de ansiedade atingem cerca de 300 milhões de pessoas no mundo. Este ranking é liderado pelo Brasil, com 18,6 milhões de pessoas atingidas. Estes números devem ser bem maiores, pois muitas pessoas que sofrem destes transtornos não procuram ajuda e sofrem em silêncio. Segundo “a pesquisa do ano”, que é realizada anualmente pelo Instituto de Pesquisa Ideia, a ansiedade foi escolhida como a palavra do ano de 2024 no Brasil, por 22% dos brasileiros. 

A ansiedade atinge todas as idades, mas é fato que na atualidade os jovens e adolescentes são os mais atingidos. Com a correria dos tempos pós-modernos e o advento da internet, especialmente as redes sociais, este problema se a agravou. O consumismo, a busca incessante pela fama e por atingir os padrões de beleza impostos levam muitos à frustração, depressão e ansiedade. As pessoas buscam desesperadamente obter reconhecimento, likes, seguidores, etc. e se comparam o tempo todo com os famosos querendo imitá-los. As estratégias de marketing fazem com que as pessoas pensem que os seus pertences estão ultrapassados e que devem comprar outros mais sofisticados, que logo estarão também obsoletos. Evidentemente, as condições financeiras de uma pessoa comum não lhe permitirá isso e ela desenvolverá transtornos psicológicos.


3. A solução para a ansiedade. Quando Jesus disse não andeis ansiosos, evidentemente, Ele não estava dizendo que não devemos nos preocupar com as necessidades futuras e nos acomodar. Jesus disse para não nos preocuparmos de forma exagerada, como aqueles que não tem fé na provisão de Deus. Devemos lançar as nossas ansiedades (naturais) sobre Ele, pois Ele tem cuidado de nós (1 Pe 5.7). Toda ansiedade é fruto de inquietação com alguma coisa. Sobre isso, o apóstolo Paulo disse: “Não vos inquieteis por coisa alguma. Antes, as vossas petições sejam conhecidas diante de Deus, pela oração, súplicas e ações de graças”. (Fp 4.7). 

Em relação à ansiedade como um transtorno, ela é uma doença emocional como muitas outras. Quando dizemos que Jesus é a solução para a ansiedade, não estamos desprezando a doença das pessoas, ou dizendo que não se deve procurar tratamento. Jesus pode curar ansiedade, como pode curar qualquer outra doença. No caso das doenças emocionais como os transtornos de ansiedade, Jesus é tanto a vacina como o remédio. Uma pessoa que vive em comunhão com Ele, orando e meditando na Palavra de Deus diariamente, pode evitar a ansiedade. Se por acaso desenvolver algum transtorno de ansiedade, Jesus pode curar. Entretanto, isso não impede a pessoa de procurar ajuda de psicólogos e psiquiatras, de acordo com a gravidade da situação. 

12 dezembro 2024

A PROVISÃO DAS NECESSIDADES BÁSICAS

(Comentário do 1º tópico da Lição 11: A promessa de provisão)


Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos da provisão das necessidades básicas do ser humano, do ponto de vista do corpo. Inicialmente, veremos que Jesus ensinou aos seus discípulos para não viverem ansiosos e preocupados excessivamente com as suas necessidades básicas, pois Deus sabe que necessitamos delas. Na sequência, falaremos da provisão do alimento diário. Usando o exemplo dos animais, que Deus os sustenta, Jesus prometeu que o Pai Celestial também provê o nosso sustento. Por último, falaremos da provisão da nossa vestimenta. Jesus fez menção aos lírios do campo, para mostrar que Deus também proverá as nossas vestes. 


1. Não fiqueis ansiosos! O capítulo 6 do Evangelho segundo Mateus faz parte do famoso discurso de Jesus, conhecido como Sermão da Montanha. Neste Sermão, o Senhor Jesus falou aos seus discípulos, sobre cinco temas principais: as Bem-aventuranças (5.3-12); as figuras do Sal e luz (5.13-16); Jesus e o cumprimento da Lei (5.17-48); os atos de justiça (6.1-18); por fim, fez diversas declarações de sabedoria (6.19-7.27).

Nessa parte final do capítulo 6, Jesus ensinou a respeito do relacionamento dos seus discípulos com os bens materiais. O Mestre contrapôs os tesouros deste mundo com os do Céu e recomendou aos seus seguidores que não ajuntassem tesouros neste mundo, pois, eles estão sujeitos à deterioração da traça, da ferrugem e à ação dos ladrões. Mas – disse Ele – ajuntai tesouros no Céu, pois estes são perenes e jamais poderão ser corrompidos ou roubados. Na sequência, Jesus ensinou também aos seus discípulos que não andassem ansiosos, por causa das suas necessidades básicas, como a comida e as vestes, pois o Pai Celestial sabe que precisamos delas e provê o nosso sustento. 

Deus não é apenas o Criador do Universo, Ele é também o sustentador do Universo e provedor de todas as coisas. Tudo vem dele, pois é Ele que dá nos a vida e todos os recursos naturais indispensáveis à nossa sobrevivência. Um dos títulos de Deus que aparece no Antigo é Yahweh Yireh (O SENHOR Proverá) (Gn 22.14). Portanto, se Deus é o Criador, sustentador e provedor de todas as coisas, os seus filhos não tem nenhum motivo para se desesperarem em relação às suas necessidades básicas de sobrevivência. 


2. Provisão do alimento diário. Para explicar aos seus discípulos que o Pai Celestial proverá o seu alimento diário, o Senhor Jesus se valeu do exemplo das aves do céu que não plantam, não colhem alimentos e não os ajuntam em celeiros, mas Deus as alimenta. Ele alimenta todos os animais e dá a chuva e o sol para os vegetais se manterem vivos. Se os animais e vegetais encontram dificuldades para sobreviver e algumas espécies são extintas é por causa do pecado e das ações do homem, não por culpa de Deus. 

Jesus lembrou aos seus discípulos que se Deus alimenta os animais, quanto mais os seres humanos que têm muito mais valor do que eles! Neste trecho, muitos daqueles que querem humanizar os animais e coisificar o ser humano, certamente irão torcer o nariz. Mas esta é a verdade, os animais são inferiores ao ser humano. Embora Deus tenha criado também os animais e nós devemos cuidar deles, não devemos colocá-los no mesmo patamar do ser humano, que foi criado à imagem e semelhança de Deus. 

Deus é o provedor do nosso alimento. No modelo de oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, o Mestre ensinou-lhes a pedir a Deus “o pão nosso de cada dia”. Em muitos outros textos bíblicos está claro que é Deus quem dá o alimento ao ser humano, inclusive aos ímpios. Vale lembrar que Deus proverá os meios necessários para a nossa sobrevivência, mas Ele não mandará o nosso alimento diretamente do Céu, exceto em situações especiais, como no caso do povo de Israel no deserto.  Não é porque Deus prometeu prover o nosso sustento, que vamos esperar que as coisas caiam do Céu e fugir da responsabilidade de trabalhar, administrar os nossos recursos, além de dizimar e ofertar ao Senhor. A Bíblia é muito clara em relação a isso. Após a Queda do primeiro casal, Deus disse a Adão: “Do suor do teu rosto comerás o teu pão” (Gn 3.19). Com relação ao preguiçoso, a Bíblia manda ir ter com a formiga, pois esta trabalha e ajunta o seu alimento no verão (Pv 16.6). Paulo disse ainda: “Quem não quiser trabalhar, também não coma”. (2 Ts 3.10).


3. Provisão da vestimenta. A segunda necessidade básica do ser humano mencionada por Jesus são as vestimentas. Para explicar a promessa de que Deus providenciaria também as nossas vestes, Jesus usou o exemplo dos lírios do campo, que não plantam algodão e não produzem tecidos, mas Deus os veste de forma tão bela, que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Não devemos, portanto, ficar desesperados com medo de nos faltar as vestes.

Evidentemente, Jesus não prometeu excesso de roupas de grife e de todas as combinações possíveis. A promessa é de que não faltará o necessário para nos cobrirmos. Há pessoas que reclamam que não têm roupa para irem a uma festa, mas se abrirmos o seu guarda-roupa encontraremos dezenas de roupas seminovas. Isso é puro consumismo e exibicionismo. Podemos nos vestir bem, de acordo com as nossas condições mas sem extravagâncias. 

Desde a entrada do pecado no mundo, o ser humano passou a ter a necessidade de vestir, para cobrir as suas intimidades. Depois que pecaram, o primeiro casal sentiu vergonha da sua nudez e buscaram folhas de figueira para se cobrirem, mas isso era insuficiente. Deus, então, tomou a pele de um animal e confeccionou a primeira vestimenta para eles. Através deste ato, Deus estava mostrando que um inocente morreria por causa do pecado do homem. Aquele animal morto para fornecer a sua pele para a roupa do primeiro casal apontava tipologicamente para Cristo, o inocente que seria morto pelos nossos pecados. 

Se por um lado, Deus criou as vestes para cobrir a nudez dos seres humanos, por outro lado o inimigo luta para acabar com as vestes que estão cada dia mais curtas, apertadas e indecentes. Já há os chamados naturalistas, que defendem que as pessoas deveriam andar completamente despidas como os animais. Há um hino antigo da saudosa irmã Vera Lúcia (Verinha) que dizia: “O mundanismo está se aumentando; Deus fez a roupa para vestir o nudismo e agora a roupa está se acabando”. 


09 dezembro 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 11 – A PROMESSA DE PROVISÃO

Ev. Weliano Pires 

Nesta lição estudaremos sobre a promessa divina de provisão das necessidades básicas dos seus filhos. Com base no texto de Mateus 6.25-33, onde Jesus recomenda aos seus discípulos para não viverem ansiosos quanto ao que hão de comer, beber e vestir, veremos que Deus promete estas coisas aos seus filhos, assim como sustenta as aves e as plantas. Evidentemente, isso não nos isenta da responsabilidade de trabalhar e administrar os nossos recursos, além de dizimar e ofertar ao Senhor. Não é porque Deus prometeu prover o nosso sustento, que vamos esperar que as coisas caiam do Céu. 

No primeiro tópico, falaremos da provisão das necessidades básicas. Inicialmente, veremos que Jesus ensinou aos seus discípulos para não viverem ansiosos e preocupados excessivamente com as suas necessidades básicas, pois Deus sabe que necessitamos delas. Na sequência, falaremos da provisão do alimento diário. Usando o exemplo dos animais, que Deus os sustenta, Jesus prometeu que o Pai Celestial também provê o nosso sustento. Por último, falaremos da provisão da nossa vestimenta. Jesus fez menção aos lírios do campo, para mostrar que Deus também proverá as nossas vestes. Evidentemente, Jesus não está falando ostentação e desperdício e sim de necessidade. 

No segundo tópico falaremos da promessa de provisão das nossas necessidades emocionais. Veremos que somos seres integrais, formados por espírito, alma e corpo. Sendo assim, as coisas que atingem a nossa alma, repercutem no espírito e no corpo. Falaremos também da ansiedade no mundo atual, que atinge cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. O Brasil lidera este ranking, com cerca de 18,6 milhões de pessoas ansiosas. Por último, falaremos da solução para a ansiedade, que é a confiança plena em Jesus. Devemos lançar sobre Ele as nossas preocupações (1 Pe 5.6,7).

No terceiro tópico, falaremos da promessa de provisão das necessidades espirituais. Falaremos da maior necessidade espiritual do ser humano que é a salvação. Toda a humanidade necessita de Salvação, pois todos pecaram. Na sequência, falaremos da segunda necessidade espiritual do ser humano que é a presença e direção de Deus para nos orientar a tomar decisões, fazer escolhas e agir. Por último, falaremos da terceira necessidade que é a habitação do Espírito Santo em nós para nos consolar, nos ensinar a orar, interceder por nós, nos alegrar e nos capacitar para a Obra de Deus. 

REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO : CPAD, 1ª Ed. 2024.  
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 41. 
Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.105; 1397.


07 dezembro 2024

PROMESSAS E PROTEÇÃO

(Comentário do 3 tópico da Lição 10: A promessa de proteção divina)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos de promessas e proteção. Inicialmente, falaremos da promessa de que os inimigos da Igreja serão derrotados, a qual se cumprirá integralmente no final de todas as coisas. Na sequência, falaremos da promessa de segurança e vitória para os que temem ao Senhor. Devemos fazer a nossa parte e cuidar da nossa segurança, mas sabendo que se o Senhor não nos proteger, não estaremos seguros. Por último, falaremos da abrangência da proteção divina. Esta promessa abrange a nossa vida e a nossa família, onde quer que estejamos.

1- Os inimigos serão derrotados. Conforme vimos no tópico anterior, Deus prometeu proteção, cura e livramento ao seu povo. No contexto do Antigo Testamento ainda não havia sido revelada a vida eterna e a esperança do povo de Deus se limitava a esta vida. Para a Igreja, no entanto, foi revelado que a sua vitória não será neste mundo, pois a nossa Pátria está nos Céus (Fp 3.20,21). O Senhor Jesus prometeu aos seus discípulos que eles seriam odiados por todos, perseguidos e mortos por causa do Nome dele (Mt 24.9). Mas Ele prometeu estar conosco todos os dias, até à consumação dos séculos (Mt 28.20). 


Desde a sua fundação, a Igreja do Senhor tem enfrentado cruéis perseguições e tentativas de extermínio. No primeiro século, a Igreja foi perseguida inicialmente pelos judeus e depois pelo Império Romano. O primeiro mártir desta perseguição judaica foi o diácono Estevão (At 7.54-60). Após a execução dele por apedrejamento, a perseguição se intensificou e a Igreja foi obrigada a se dispersar (At 8.1). 


Saulo de Tarso empreendeu uma caçada violenta aos cristãos, na tentativa de deter o avanço do Cristianismo (At 8.1-3; 9.1,2). Mas, o Senhor Jesus o encontrou pessoalmente no caminho de Damasco e ele se converteu(At 9.3-18). Depois disso, ele foi enviado pelo Senhor ao deserto da Arábia, onde passou três anos, recebendo revelações diretamente do Senhor Jesus e tornou-se o maior missionário do Cristianismo (Gl 1.17,18). O ex-perseguidor Saulo, conhecido como Paulo no Império Romano, também passou a ser perseguido por causa do Evangelho e sofreu açoites, apedrejamento e prisões (2 Co 11-13-28), até finalmente ser executado em Roma por ordem do imperador Nero. 


Nos séculos seguintes, outros perseguidores se levantaram contra a Igreja e na atualidade não é diferente. Quando lemos a história dos mártires do Cristianismo, a impressão que temos é que os inimigos triunfaram, mas não é bem assim. As portas do inferno nunca irão prevalecer contra a Igreja de Cristo e ela se manterá triunfante, cumprindo a sua missão. Além disso, como disse o comentarista, há uma promessa gloriosa de que em breve o Senhor Jesus colocará todos os inimigos debaixo de seus pés, inclusive o último deles, a morte (1 Co 15.24-26). As forças do mal estão com os seus dias contados e a sua derrota já está decretada. 


2- Segurança e vitória para os que temem o Senhor. O fato de vivermos no contexto da Igreja, enfrentando ferrenha oposição do mundo e aguardando a vida eterna, não significa que estamos abandonados à própria sorte. Podemos contar com a proteção do Senhor e temos também diversas promessas de vitórias nesta vida. Devemos buscar ao Senhor em oração e pedir a Sua proteção para nós, para a nossa família, para a Igreja e para a sociedade onde vivemos. Deus é o nosso guarda fiel e se Ele não nos guardar, todo o nosso esforço será em vão. É Ele que nos dá o sustento diário, pois tudo vem dele. 


Naturalmente, há males e infortúnios que acontecem aos justos e aos ímpios neste mundo. Não podemos imaginar que pelo fato de sermos crentes estamos livres da violência, assaltos, enfermidades e morte. Enquanto estivermos neste mundo, sofreremos as consequências do pecado como as demais pessoas. Entretanto, precisamos entender que nenhum mal poderá atingir um crente fiel, sem que Deus o permita. Deus permite que situações dolorosas nos atinjam, mas Ele as converte em bênçãos a longo prazo, como fez com José e Daniel. Podemos também ser submetidos a situações adversas como prova da nossa fé, ou para aprendermos lições importantes. De modo geral, como disse Paulo, “todas as coisas cooperam juntas para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28).


Outro ponto importante é sabermos que o fato de contarmos com a proteção de Deus não significa que podemos viver de forma irresponsável e imprudente. Há situações que algumas pessoas atravessam que não era propósito de Deus, mas, a própria pessoa procurou. Por exemplo, uma pessoa que discute por qualquer coisa, acaba encontrando alguém para agredi-la e até matá-la. Se não cuidarmos da nossa segurança pessoal e familiar, nos tornaremos alvos potenciais de criminosos que buscam facilidades. Da mesma forma, se formos negligentes e irresponsáveis com o nosso corpo, estaremos suscetíveis às doenças e até à morte precoce. Se não trabalharmos e não cuidarmos da nossa fonte de renda, ficaremos desempregados e passaremos por dificuldades financeiras.


3- A abrangência da proteção de Deus. A proteção e o cuidado de Deus não tem limites. Quando olhamos para os atributos incomunicáveis de Deus como onipotência, onisciência, onipresença, soberania, infininude, eternidade, etc., podemos confiar plenamente nele, pois nada é impossível ao nosso Deus. Ele nos ama e está no controle de tudo. Quando Deus ordena, o vento, o mar, o fogo, as tempestades e até os demônios têm que obedecer. Temos inúmeros exemplos na Bíblia de pessoas arrogantes como Faraó, Senaqueribe, Nabucodonosor e Herodes, que além de perseguir o povo de Deus, ousaram desafiar a Deus e foram humilhados. 


Deus está cuidando do seu povo o tempo todo e nada foge do seu controle. Se formos fiéis ao Senhor, as lutas e  tribulações que nos ocorrerem serão para atender os seus propósitos e só ocorrerão mediante a sua permissão. Muitas coisas que nos acontecem aqui não serão compreendidas nesta vida, mas na eternidade iremos entender. Até a morte de um crente fiel é vista na Bíblia como uma forma de glorificar a Deus. Quando Jesus teve a sua última conversa com Pedro antes de subir ao Céu, Ele disse: “... Quando estiveres velho, outro te cingirá e irás para um lugar que tu não queiras”. Na sequência, João escreveu que Jesus disse isso, referindo ao tipo de morte que Pedro iria glorificar a Deus. (Jo 21.18,19).


REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO : CPAD, 1ª Ed. 2024.  

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 41. 

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RIO DE JANEIRO: CPAD, pp. 1655,56.

SOARES, Esequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual: O Povo de Deus e a Guerra Contra as Potestades do Mal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, pp. 33,34. 

Bíblia de Estudo Pentecostal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2002, p.883.


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 1: O VERBO QUE SE TORNOU EM CARNE

INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE  Depois de estudar um trimestre muito esclarecedor sobre apologética cristã, teremos neste 2° Trimestre de 2025, ter...