22 janeiro 2024

Introdução à Lição 04: A Igreja e o Reino de Deus

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA 


Na lição passada estudamos sobre a natureza da Igreja de Cristo, ou seja, aquilo que ela é em sua essência. Vimos algumas características da Igreja de Cristo, que nos permitem identificar uma Igreja genuinamente cristã e estabelecer a diferença entre Igreja e denominação. 


TÓPICOS DA LIÇÃO 


No primeiro tópico,   vimos que uma Igreja só poderá ser considerada cristã, se as suas doutrinas estiverem fundamentadas na Palavra de Deus. Vimos ainda que uma Igreja genuinamente cristã é habitada, dirigida, guiada e capacitada pelo Espírito Santo. 


No segundo tópico, falamos das dimensões local e universal. Vimos que a Igreja é um organismo vivo, formado por todos os salvos. Mas ela também é uma organização que existe como pessoa jurídica, em um determinado local. 


No terceiro tópico, vimos que a Igreja de Cristo é una e não pode ser dividida. O corpo humano tem vários membros distintos, com funções diversas que trabalham unidos pelo bem do corpo e não sobrevivem fora dele. Assim também devem ser os membros da Igreja. Somos diferentes, mas fazemos parte do corpo de Cristo, que é a Igreja e devemos lutar pela sua unidade. 


LIÇÃO 4 - A IGREJA E O REINO DE DEUS


INTRODUÇÃO 


Nesta lição veremos que Deus é o Rei de todo universo e que a Igreja de Cristo é, não apenas parte integrante deste reino, mas é também a legítima representante do Reino de Deus neste mundo. Por isso, a Igreja deve viver e propagar os valores do Reino de Deus neste mundo. 


TÓPICOS DA LIÇÃO 


No primeiro tópico, falaremos sobre a natureza do Reino de Deus. Deus não é somente o Criador de todas as coisas. Ele é o sustentador e o dominador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Sendo assim, Ele é o Rei Soberano de todo o universo. Mesmo a humanidade tendo se afastado de Deus por causa do pecado, Deus não perdeu o controle da sua criação. Em sua soberania, Deus formou a nação de Israel, para através deste povo exercer o seu governo e trazer o Salvador do mundo. Depois, com a vinda do Filho de Deus a este mundo, Deus instituiu a Igreja para ser a representante do Seu Reino neste mundo. 


No segundo tópico falaremos da Igreja e as dimensões do Reino de Deus. Com a vinda do Filho de Deus a este mundo, o Reino de Deus se tornou uma realidade no presente. Entretanto, não é um reino político e territorial. O Reino de Deus se manifestou neste mundo com a presença de Jesus. Depois, através da Igreja. Mas, há ainda uma manifestação futura do Reino de Deus, quando Jesus reinará plenamente por mil anos nesta terra. 


No terceiro tópico, falaremos da Igreja no contexto do Reino de Deus. É preciso esclarecer que, mesmo a Igreja sendo parte integrante do Reino de Deus na atualidade, ela não é o Reino de Deus, pois este Reino é muito maior. Antes da existência da Igreja, o Reino de Deus já existia, tendo Israel como representante. A Igreja é um projeto de Deus para através dela, o Reino de Deus se tornar conhecido. Por isso, a Igreja tem a sublime missão de pregar o Evangelho a toda criatura. 


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO, CPAD, Nº 96, pág. 29, 1º Trimestre de 2024.

ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds). Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Vol. 1 – Mateus-Atos. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.432. 

MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Fé Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 178. 

A IGREJA NA SUA DIMENSÃO COMUNITÁRIA

(Comentário do 2º tópico da LIÇÃO 03: NATUREZA DA IGREJA).

Ev. WELIANO PIRES 

No terceiro tópico, falaremos da dimensão comunitária da Igreja. Em seu aspecto comunitário, a Igreja de Cristo é una e não pode ser dividida. O apóstolo Paulo compara a Igreja de Cristo ao corpo humano, o qual, mesmo tendo vários membros distintos e com funções diversas, trabalham unidos pelo bem do corpo e não sobrevivem fora dele. Assim também devem ser os membros da Igreja. Somos diferentes, mas fazemos parte do corpo de Cristo, que é a Igreja e devemos lutar pela sua unidade. 


1- A igreja é una. A ssim como um corpo não sobrevive sem a cabeça e é guiado pelo cérebro, assim também é a Igreja. Cristo é a sua cabeça e a governa. Sem Cristo, a Igreja não sobrevive. A Igreja em seu aspecto universal e invisível é única, indivisível, invencível e é dirigida pelo Espírito Santo. 


Por confundirem Igreja com denominação, muitas seitas se autodenominam a Igreja de Cristo e ensinam que a sua organização é a única Igreja Verdadeira e fora dela não há salvação. Mas quando nos referimos à Igreja do Senhor, no singular, estamos falando da Igreja Universal e Invisível, que é o conjunto de todos os salvos. Jesus só tem uma Igreja na terra. Mas isso não se refere a uma denominação e sim, ao conjunto de salvos de todos os lugares da terra, em todas as épocas. 


2- Unidade na Igreja. O Senhor Jesus, em sua oração pelos seus discípulos, chamada “Oração Sacerdotal de Jesus”, rogou ao Pai para que eles fossem um, assim como Ele é um com o Pai (Jo 17.21). A unidade do Pai, com o Filho e o Espírito Santo é inseparável. Não existe a possibilidade de qualquer divergência entre as três pessoas da Santíssima Trindade. Mas isso não significa que são apenas uma pessoa, como interpretam, equivocadamente, os unicistas. 


O apóstolo Paulo escrevendo aos Efésios, também recomendou os cristãos a guardarem a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Ef 4.3). Aos Filipenses, no texto citado pelo comentarista, o apóstolo recomendou os cristãos a terem o mesmo sentimento, o mesmo amor e o mesmo ânimo (Fp 2.2). Aos Romanos, Paulo recomendou aos cristãos: “Sede unânimes entre vós…” (Rm 12.16). 


Estes e outros textos bíblicos falam da unidade da Igreja de Cristo. Assim como na dimensão universal há unidade na Igreja de Cristo, deve haver unidade também na Igreja local. A Igreja é como um corpo, onde todos os membros trabalham unidos, cada um em sua função, visando o bom funcionamento do corpo. 


3- Diversidade na unidade. A unidade na Igreja de Cristo não significa uniformidade. O fato de haver unidade na Igreja não indica que todos precisam ser iguais ou que não pode ter pensamentos diferentes em questões secundárias. Como vimos no tópico anterior, as Igrejas do Novo Testamento eram diferentes umas das outras e cada uma tinha as suas particularidades. 


Até os apóstolos tiveram divergências em algumas questões. Paulo e Barnabé divergiram sobre a permanência de João Marcos na equipe missionária e acabaram se separando. Em Antioquia, Paulo repreendeu a Pedro, por seu comportamento diferenciado perante os judeus, afastando-se dos gentios. Antes da chegada dos judeus, Pedro estava junto com os gentios e comia com eles. Quando viu os judeus se afastou, temendo represálias (Gl 2.11,12). 


A Igreja, portanto, deve preservar a unidade na diversidade. Devemos preservar a unidade na essência. João Wesley, fundador do Movimento Metodista usava como lema a frase de Agostinho de Hipona: “No essencial, unidade; no não essencial, liberdade; em tudo caridade.” Mas, o que seria “o essencial” para a Igreja? São as doutrinas fundamentais do Cristianismo. Questões como a Doutrina da Trindade, a Supremacia das Escrituras, a salvação pela Graça mediante fé em Cristo e outros pontos fundamentais da nossa fé são essenciais e não podemos negociar. Se alguém nega estas doutrinas não podemos considerá-lo como parte da Igreja de Cristo.


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO, CPAD, Nº 96, pág. 29, 1º Trimestre de 2024.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª. Ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.536).

Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, p.1650.

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.787


A NATUREZA DA IGREJA NAS SUAS DIMENSÕES LOCAL E UNIVERSAL

(Comentário do 2° tópico da lição 03: A NATUREZA DA IGREJA) 

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, falaremos das dimensões local e universal. A Igreja é um organismo vivo, formado por todos os salvos. Neste aspecto, ela é universal e é dirigida unicamente pelo Espírito Santo. Mas ela também é uma organização que existe como pessoa jurídica, em um determinado local. Neste aspecto, ela é dirigida por homens e tem as suas particularidades, costumes e normas. 


1- Local e visível. Biblicamente, podemos falar da Igreja em relação à sua dimensão espacial, isto é, em relação ao local ou ao espaço geográfico. Ela pode ser vista e sentida. Nesse aspecto, a Igreja existe localmente. Assim, vemos os apóstolos escrevendo suas cartas a determinadas igrejas, situadas em diferentes locais: “à igreja de Deus que está em Corinto” (1 Co 1.2); “aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1 Pe 1.1). Nesses textos vemos as Escrituras se referindo à ekklesia, à comunidade de crentes, situada em diferentes locais.


Na atualidade, há um movimento nocivo que tem crescido assustadoramente, principalmente após a pandemia, que é o movimento dos desigrejados. Os adeptos deste movimento se dizem cristãos, mas não estão ligados a nenhuma Igreja. Procuram desqualificar a Igreja local e negam a sua necessidade. Os desigrejados são contrários à Igreja como organização, alegando que a Igreja Primitiva se reunia nas casas e não era institucionalizada. 


De fato, a Igreja nos primeiros séculos não possuía templos, porque vivia sob intensa perseguição tanto dos judeus quanto do Império romano. Também não era uma pessoa jurídica, porque naquela época não existiam instituições formais como hoje. Entretanto, isso não significa que não era uma organização. 


A Igreja tinha a sua liderança formada por apóstolos, profetas, evangelistas, presbíteros, diáconos, pastores e mestres (Ef 4.11; At 6.1-6; At 14.23; At 20.28; Hb 13.17). Tinha o seu código doutrinário (At 2.42-47) e disciplinar (1 Pe 3.5,6; 2 Ts 3.6). Atualmente, uma Igreja para funcionar precisa ter CNPJ e alvará de funcionamento. Para isso, precisa ter o seu estatuto e os responsáveis pela administração da Igreja.


A Igreja é a família de Deus (Ef 2.19). Em uma família, os seus membros se reúnem, se confraternizam e ajudam uns aos outros. Mas toda família precisa ter regras e liderança. A Igreja local também é responsável por cumprir as ordenanças do Senhor Jesus à sua Igreja, que são o batismo em águas e a Ceia do Senhor. Como alguém iria cumprir estas ordenanças bíblicas, se não houver uma organização local e uma liderança eclesiástica, como querem os desigrejados? 


A Igreja local também funciona como uma agência do Reino de Deus em um bairro ou cidade. Nela acontecem os cultos para pregação do Evangelho, ensino da Palavra de Deus, palestras, louvores, etc. Tudo isso é benéfico para a vida espiritual do crente e para a evangelização dos perdidos. Além disso, os templos proporcionam um local adequado e confortável para cultuar a Deus, sem perturbar a vizinhança. Infelizmente, ainda não temos condições de construir todos os nossos templos com todas as instalações necessárias, porque nem todos contribuem. 


2- As particularidades das igrejas locais. Pelo teor das cartas neotestamentárias, observamos que essas igrejas locais possuíam suas particularidades. Os problemas encontrados em uma não eram necessariamente os mesmos da outra (Fp 4.2,3 cf. 2 Ts 3.11,12). De igual modo, as virtudes. Por outro lado, embora estivessem todas sob a supervisão apostólica, observamos que eram autônomas uma em relação às outras. Assim possuíam sua dinâmica própria. Um método que funciona em determinada igreja pode ser inadequado em outra.


Muitos crentes, por desconhecerem as dimensões local e universal da Igreja de Cristo, querem que todas as Igrejas locais sejam iguais. Mas, como bem colocou o comentarista, cada Igreja tem as suas particularidades e o método que é eficaz em uma, pode não servir para outras. 


Quando olhamos para as Igrejas do Novo Testamento percebemos que, embora unidas doutrinariamente, eram diferentes umas das outras, no aspecto cultural e tinham problemas diferentes. O apóstolo Paulo escreveu Epístolas às Igrejas de Roma, Corinto, Galácia, Éfeso, Filipos, Colossos e Tessalônica. Lendo estas Epístolas, vemos que as exortações, repreensões e elogios do apóstolo variam de uma Igreja para outra. 


Nas Epístolas aos Romanos e aos Gálatas, Paulo enfatizou bastante a questão do legalismo judaico, deixando claro, a questão da justificação pela fé. A Epístola aos Romanos e a Epístola aos Efésios trazem grande conteúdo doutrinário sobre a Doutrina da Salvação. É possível que houvesse muitas dúvidas destas Igrejas nesta questão. 


Na primeira Epístola aos Coríntios, o apóstolo tratou de problemas gravíssimos de ordem moral, como o partidarismo na Igreja, alimentos consagrados aos ídolos, relação incestuosa entre enteado e madrasta, litígio entre irmãos, problemas no casamento, uso do véu, celebração inadequada da Ceia do Senhor e outras orientações de ordem doutrinária. 


Na segunda Epístola aos Coríntios, Paulo ameniza o tom, em relação às questões morais, indicando que provavelmente a primeira Epístola tenha surtido o efeito esperado. Esta segunda Epístola tem um caráter apologético, pois Paulo combate os falsos apóstolos e alerta a Igreja contra as heresias. 


Lendo a Epístola aos Filipenses, é possível perceber que o apóstolo Paulo tinha um carinho enorme por esta Igreja. Não vemos nenhuma repreensão ou crítica aos filipenses, como vemos nas Epístolas aos Coríntios e aos Gálatas. O apóstolo inicia a Epístola elogiando a cooperação deles no Evangelho e na defesa dele nas prisões. Paulo também demonstra saudades deles e usa palavras carinhosas como “amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa” (Fp 4.1). 


A Epístola aos Colossenses traz um importante conteúdo apologético contra o gnosticismo e os judaizantes. Paulo faz uma profunda apresentação da supremacia de Cristo (Cl 1.15-2.7), apresentando Cristo como criador e sustentador de todas as coisas visíveis e invisíveis (Cl 1.15-17). O apóstolo traz também várias recomendações sobre os relacionamentos entre os cônjuges; entre pais e filhos; entre servos e senhores; e entre os irmãos em Cristo. Na conclusão, o apóstolo envia as saudações dos seus companheiros de ministério.


As duas Epístolas aos Tessalonicenses são chamadas Epístolas escatológicas, pois alertam a Igreja a respeito da necessidade de estar preparada para a vinda do Senhor.  O apóstolo exortou a Igreja a permanecer no Evangelho, da forma em que devem andar, como receberam dele, para agradar a Deus, pois a Vontade do Senhor é que sejam santos e abstenham-se da prostiuição. No final, o apóstolo traz esclarecimentos sobre a ressurreição dos que morreram em Cristo e sobre o arrebatamento da Igreja. 


Na segunda Epístola aos Tessalonicenses, devido ao ensino de Paulo na primeira epístola sobre a Vinda do Senhor, muitos entenderam errado e achavam que Cristo já havia voltado (2 Ts 2.1,2). Outros achavam que Jesus poderia voltar a qualquer momento e não queriam sequer trabalhar para o próprio sustento (1 Ts 3.11). O apóstolo, então, retomou o assunto, explicando que o Dia de Cristo não virá antes da manifestação do Anticristo e que há um que detém esta manifestação, que é o Espírito Santo através da Igreja. É importante saber que , o Dia do Senhor não é o arrebatamento da Igreja e sim, a Grande Tribulação que terá início após a saída da Igreja da terra (Is 13.6-9; 1 Ts 5.2,3). 


3- Universal e invisível. Assim como a Igreja existe em sua dimensão local, existe também na sua dimensão universal. Somos conscientes da existência da igreja local, pois dela fazemos parte. Contudo, nem sempre é fácil se dar conta do aspecto universal da Igreja porque nesse sentido, a Igreja não está limitada ao espaço geográfico ou físico. Assim a Igreja universal e invisível é formada por todos os cristãos regenerados que estão em todos os lugares e por aqueles que já estão também na glória (Hb 12.23), não se limitando somente à dimensão terrena. Aqui, é importante se diferenciar “Igreja” de “denominação”. Numa cidade, por exemplo, pode haver várias denominações; contudo, somente há uma Igreja.


A igreja é divina, as denominações são humanas. As denominações podem ser temporárias, a Igreja não. As denominações podem desparecer, mas a Igreja é indestrutível (Mt 16.18). Convém dizer que nem todo grupo que se diz cristão pode ser visto como fazendo parte da Igreja Cristã. Há grupos que se autodenominam “igrejas”, contudo, são sinagoga de Satanás (Ap 3.9). Entretanto, o que fará com que uma igreja ou denominação seja cristã, é a sua fidelidade a Cristo e às Escrituras Sagradas.


A Igreja foi fundada por Jesus, como um organismo vivo e, nesse sentido, ela é formada por todos os salvos que nasceram de novo e liderada por Ele e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18). Como um organismo, a Igreja de Jesus é única. 


A Igreja como um organismo não possui CNPJ, endereço, estatuto, líderes humanos, ou espaço físico. Ela é formada por todos os salvos de qualquer denominação, lugar ou época. Como organismo, a Igreja é representada como o corpo de Cristo, sendo Ele próprio a cabeça (I Co 12.27; Ef 4.12). 


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO, CPAD, Nº 96, pág. 29, 1º Trimestre de 2024.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª. Ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.536).

Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, p.1650.

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.787.

TETZNER, Gerson Welmer; NERBAS, Paulo Moisés. Os desigrejados: Um estudo do fenômeno e da influência da Igreja no aumento do número de cristãos sem vínculo institucional. Editora Concórdia. pag. 22-24.

17 janeiro 2024

A NATUREZA DA IGREJA NA SUA DIMENSÃO CONFESSIONAL

(Comentário do 1º tópico da LIÇÃO 03: A NATUREZA DA IGREJA) 

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos da natureza confessional da Igreja. No aspecto confessional, uma Igreja só poderá ser considerada cristã, se as suas doutrinas estiverem fundamentadas na Palavra de Deus. Uma Igreja genuinamente cristã também é habitada, dirigida, guiada e capacitada pelo Espírito Santo, pois é Ele quem convence o pecador do seu pecado, regenera-o e santifica-o. Logo, quem faz parte da Igreja deve andar no Espírito. 


1- Fundamentada na Palavra. No aspecto confessional, uma Igreja só poderá ser considerada cristã, se estiver fundamentada na Palavra de Deus. Quando falamos da Palavra temos duas dimensões: 

a) A Palavra Encarnada. Jesus Cristo, o Verbo de Deus, que sendo Deus se fez homem e veio a este mundo como mediador entre Deus e a humanidade. Jesus Cristo é 100% Deus e 100% homem. A teologia chama esta união da natureza divina com a natureza humana, sem pecado, de “União Hipostática”. Uma Igreja para ser considerada Cristã não pode ter outro mediador além de Cristo. Toda Igreja que nega a divindade ou a humanidade de Cristo também não pode ser considerada cristã. 

b) A Bíblia Sagrada. É a revelação de Deus escrita, que foi escrita por santos homens de Deus, inspirados pelo Espírito Santo de Deus. Sendo assim, a Bíblia é o único manual de doutrina e conduta de uma Igreja genuinamente cristã. Não se pode admitir em uma Igreja Cristã, qualquer tipo de escritura ou tradição que tenha o mesmo valor das Escrituras. Toda doutrina ensinada à Igreja tem que passar pelo crivo das Escrituras. O pastor é responsável diante de Deus por tudo o que é ensinado na Igreja que o Senhor lhe confiou. Por isso, deve ensinar a sã doutrina à Igreja e ficar atento ao que outros pregam, para que não haja corrupção ou distorção na doutrina. 

O comentarista acrescenta que “a heterodoxia, o desvio doutrinário e a apostasia vêm pelo distanciamento e abandono da Palavra de Deus.” A palavra heterodoxia é formada de dois termos gregos: "héteros", que significa "outro de espécie diferente" e "doxa", que significa "opinião". Portanto, heterodoxia é uma opinião que se opõe à ortodoxia, que é a doutrina correta, de acordo com as Escrituras. 

A apostasia, por sua vez, é o abandono consciente e deliberado da fé que antes se professava. Um apóstata do Cristianismo é alguém que depois de conhecer verdadeiramente as doutrinas bíblicas, depois passa a renegá-las e combatê-las. 

É importante destacar que nenhuma autoridade da Igreja ou Instituição tem autoridade para criar novas doutrinas ou revogar as que já estão estabelecidas na Palavra de Deus. O apóstolo Paulo deixou isso bem claro, quando escreveu aos Gálatas: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema". (Gl 1.8).


2- Habitada pelo Espírito. Na primeira lição deste trimestre, vimos que a Igreja de Cristo é formada por uma comunidade de pessoas que foram regeneradas pelo sangue de Jesus e receberam o selo de Deus, que é o Espírito Santo. O apóstolo Paulo disse também que se alguém não tem o Espírito de Deus, este tal não é dele (Rm 8.9). 


Se a Igreja é o corpo de Cristo, como vimos na lição passada, o Espírito Santo é quem dá vida a este corpo. Assim como o corpo sem o seu espírito está morto, da mesma forma, uma Igreja sem o Espírito Santo está morta. O Espírito Santo não apenas habita na Igreja como garantia de que ela pertence a Deus, mas age através dela, dirigindo-a e capacitando-a para a sua missão neste mundo. 


O Espírito Santo atua como consolador, ensinador e ajudador da Igreja, na sua missão de evangelizar o mundo. É Ele quem capacita a Igreja para proclamar o Evangelho com autoridade, curar os enfermos e repreender os demônios. Por outro lado, Ele age no mundo para convencer os pecadores da sua situação de miséria espiritual. Sem a atuação do Espírito Santo nos corações, nenhum pecador jamais se converterá por sua própria vontade. 


3- Quem faz parte da Igreja anda no Espírito. Só pode ser considerado parte da Igreja de Cristo, aqueles que andam no Espírito. Mas, o que isto significa? O Espírito Santo é o responsável por nos convencer da nossa condição de miseráveis pecadores e nos capacitar para crer em Jesus. Evidentemente, Ele nos dá o direito de escolha. Depois da nossa conversão, continua uma luta entre a nossa velha natureza carnal e o estilo de vida segundo o Espírito Santo. 


Na Epístola aos Gálatas, o apóstolo Paulo falou sobre este embate existente entre a carne (natureza humana) e o Espírito. O apóstolo fez uma exposição da luta que se inicia, internamente, quando aceitamos Jesus como Salvador e procuramos viver segundo a sua vontade. 


Como poderemos vencer esse embate entre a carne e o Espírito? Não é possível vencer a natureza carnal mediante sacrifícios, ou méritos humanos. É preciso se deixar dominar pelo Espírito Santo de Deus e ser cheio do Espírito diariamente (Ef 5.18). Se o crente tiver uma vida controlada pelo Espírito Santo, terá plena condição de resistir à sua natureza pecaminosa. 


Quando damos ouvidos a voz do Espírito Santo e nos rendemos a Cristo, Ele transforma o nosso modo de pensar, os nossos sentimentos e os nossos desejos. A transformação operada pelo Espírito Santo não é apenas estética ou mudanças de hábitos em público. Ele opera uma profunda transformação em todo o nosso ser, mudando as três faculdades do nosso interior: intelectual, emocional e da vontade. 


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO, CPAD, Nº 96, pág. 29, 1º Trimestre de 2024.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª. Ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.536).

Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, p.1650.

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.787

16 janeiro 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 03: A NATUREZA DA IGREJA

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA 


Na lição passada, estudamos algumas imagens descritas na Bíblia, que retratam a Igreja de Cristo em vários aspectos. O comentarista agrupou três tipos de imagens, que falam do relacionamento da Igreja com Cristo, das funções da Igreja de Cristo e da Igreja como habitação de Deus. 


No primeiro tópico, falamos das imagens, que falam do relacionamento da Igreja com Cristo: a Igreja como a Noiva de Cristo, retrata a pureza, castidade e fidelidade da Igreja; a Igreja como a esposa de Cristo destaca o relacionamento fundamentado no amor que se entrega e se sacrifica; a Igreja como o rebanho de Deus retrata o relacionamento entre o pastor e a ovelha e serve de parâmetro para a liderança da Igreja. 


No segundo tópico, falamos das imagens que descrevem as funções da Igreja: a Igreja como geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. Depois, falamos da Igreja como o Corpo de Cristo. A imagem de um corpo, descreve a harmonia e unidade da Igreja de Cristo. 


No terceiro tópico, falamos das imagens que descrevem a Igreja como habitação de Deus. A Igreja é descrita como um santuário de Deus e Casa de Deus. Vimos que é um privilégio fazer parte da Igreja de Deus, pois ela é uma comunidade de salvos que se relacionam com Deus, ela exerce a função sacerdotal perante o mundo e é habitação de Deus. 


LIÇÃO 05: A NATUREZA DA IGREJA 


INTRODUÇÃO 


Nesta lição estudaremos a natureza da Igreja de Cristo, ou seja, aquilo que ela é em sua essência. Para isso, veremos algumas características da Igreja de Cristo, que nos permitem identificar uma Igreja genuinamente cristã e estabelecer a diferença entre Igreja e denominação. Infelizmente, muitas pessoas fazem confusão e acham que a sua denominação é a Igreja de Cristo. Por outro lado, há os desigrejados que não aceitam que a Igreja seja uma organização. Falaremos mais detalhadamente sobre isso na lição 6.


TÓPICOS DA LIÇÃO 


No primeiro tópico, falaremos da natureza confessional da Igreja. No aspecto confessional, uma Igreja só poderá ser considerada cristã, se as suas doutrinas estiverem fundamentadas na Palavra de Deus. Uma Igreja genuinamente cristã também é habitada, dirigida, guiada e capacitada pelo Espírito Santo, pois é Ele quem convence o pecador do seu pecado, regenera-o e santifica-o. Logo, quem faz parte da Igreja deve andar no Espírito. 


No segundo tópico, falaremos das dimensões local e universal. A Igreja é um organismo vivo, formado por todos os salvos. Neste aspecto, ela é universal e é dirigida unicamente pelo Espírito Santo. Mas ela também é uma organização que existe como pessoa jurídica, em um determinado local. Neste aspecto, ela é dirigida por homens e tem as suas particularidades, costumes e normas. 


No terceiro tópico, falaremos da dimensão comunitária da Igreja. Em seu aspecto comunitário, a Igreja de Cristo é una e não pode ser dividida. O apóstolo Paulo compara a Igreja de Cristo ao corpo humano, o qual, mesmo tendo vários membros distintos e com funções diversas, trabalham unidos pelo bem do corpo e não sobrevivem fora dele. Assim também devem ser os membros da Igreja. Somos diferentes, mas fazemos parte do corpo de Cristo, que é a Igreja e devemos lutar pela sua unidade. 


REFERÊNCIAS:


GONÇALVES, José: O Corpo de Cristo: Origem, Natureza e a Vocação da Igreja no Mundo. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2023.

ENSINADOR CRISTÃO, CPAD, Nº 96, pág. 29, 1º Trimestre de 2024.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª. Ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.536).

Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, p.1650.

RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.787

AS ARMAS DO CRENTE

(Comentário do 1º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No primeiro tópico, falaremos sobre as armas do crente...