08 setembro 2023

CONVICÇÃO SOCIAL

(Comentário do 3⁰ tópico da lição 10: Cultivando a convicção cristã)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos da convicção social do cristão. O Evangelho não pode ser reduzido a questões sociais, como pregam as teologias do pecado social, da libertação e da missão integral, que dão muita ênfase ao assistencialismo e abandonam as questões espirituais e morais. Mas, não podemos deixar de lado a contribuição para o bem-estar comum e a dedicação para ajudar aos necessitados, principalmente os domésticos da fé. 


Falaremos neste tópico sobre o compromisso do cristão com o bem-estar comum da sociedade onde ele está inserido. O papel principal da Igreja, evidentemente, é pregar o Evangelho. Mas não podemos fechar os olhos para as necessidades das pessoas carentes. 


Falaremos também sobre a dedicação altruísta do apóstolo Paulo. Mesmo tendo direito de ser sustentado pela Igreja, pois, "digno é o obreiro do seu salário", ele abriu mão desse direito, porque sabia que a Igreja era pobre e ele não queria sobrecarregá-la. 


1- Bem-estar comum. O bem-estar comum constitui-se ao mesmo tempo, um direito e um dever do cidadão. A consciência de ser responsável pelo bem comum na sociedade pertence à tradição cristã. Ao longo da história, a Igreja criou orfanatos, escolas, hospitais e ajudou pessoas carentes. 


Embora este não seja o papel principal da Igreja, ela pode e deve somar esforços no combate à fome, ao desemprego, à violência, à injustiça, à discriminação, dentre outros. Isso não se faz apenas com assistencialismo, como muitos imaginam. 


Se um empresário oferecer cursos profissionalizantes gratuitos em uma comunidade carente, ou abrir uma empresa em uma pequena cidade e gerar empregos ali, estará contribuindo significativamente para o bem comum. Ronald Reagan, ex-presidente dos Estados Unidos, disse certa vez, que “o melhor programa social é o emprego”. De fato, uma pessoa empregada não precisa de assistencialismo, pois consegue se sustentar sozinha. 


2- Dedicação altruísta. A Igreja cristã em seus primórdios, além de pregar o Evangelho, dedicava-se também a ajudar os necessitados. O Espírito Santo tocou no coração dos crentes para que aqueles que tivessem duas propriedades, vendessem uma e levasse o dinheiro aos apóstolos para socorrer aos necessitados. 


Um deles, chamado José, que era conhecido como “Barnabé”, que significa “filho da consolação”, deu início a esta prática (At 4.32,33). Era algo voluntário e não partiu da liderança da Igreja. Depois, escolheram sete diáconos para organizar a assistência às viúvas. Tabita, que em grego é Dorcas, se dedicava a praticar boas obras e dar esmolas em Jope (At 9.36) e, por isso, era muito amada. 


O apóstolo Paulo também fazia coletas nas Igrejas para socorrer os necessitados de Jerusalém (2 Co 9). O apóstolo João fez a seguinte pergunta: “Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1 Jo 3.17).


É importante destacar que, a ajuda em grupo tem um efeito muito maior do que uma ajuda individual a uma pessoa carente. Por isso, é mais interessante contribuir com um projeto social que oferece ajuda a longo prazo, para as pessoas saírem definitivamente da condição de miseráveis, do que oferecer esmolas que muitas vezes contribuem para a pessoa se eternizar na miséria, no alcoolismo ou nas drogas. 


O altruísmo é a ausência de egoísmo. É uma virtude nobre de abnegação das próprias necessidades e dedicação ao próximo, sem interesses e sem esperar nada em troca. O comentarista citou o caso do apóstolo Paulo que, mesmo tendo direito de receber salário da Igreja para fazer a obra missionária, abriu mão desse benefício e trabalhava fazendo tendas para o seu sustento, para não sobrecarregar a Igreja que tinha poucos recursos. 


Infelizmente, em nossos dias, ocorre o oposto. Muitos obreiros, pregadores e cantores evangélicos não estão nem um pouco preocupados com a situação financeira da Igreja e querem enriquecer às custas dos fiéis, com salários e “cachês” exorbitantes, além de hospedagens em hotéis cinco estrelas. Claro que nesse caso, a culpa não é só de quem cobra, mas também de quem paga. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 133-144.

Revista Ensinador Cristão, Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 41.

Comentário Bíblico Pente costal: Novo Testamento. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.940-4.

Bíblia de Estudo Cronológico Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 20 15, p.1649).



06 setembro 2023

CONVICÇÃO MORAL

(Comentário do 2⁰ tópico da lição 10: Cultivando a convicção cristã)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos da convicção moral. A convicção cristã não se restringe ao aspecto espiritual como muitos imaginam. Há pessoas que na pregação, na oração, nos cultos e no lado espiritual em geral são uma bênção. Entretanto, fora do ambiente religioso, quando ninguém está vendo, não se parecem com crentes.


Os fariseus agiam dessa forma, pois tinham duas vidas: uma no ambiente religioso e outra completamente oposta no coração. Tão importante quanto a doutrina correta (ortodoxia) é a conduta correta (ortopraxia) e os sentimentos corretos (ortopatia).


Veremos neste tópico que o cristão deve ter absoluta retidão em suas ações. Após a nossa conversão a Cristo, o Espírito Santo opera em nosso interior o milagre do novo nascimento. A partir daí, obrigatoriamente, temos que deixar a mentira e adotar a verdade como regra de vida. 


Falaremos também da reputação ilibada que o cristão deve ter, a fim de não escandalizar o Evangelho. A reputação é aquilo que as pessoas pensam a nosso respeito. O apóstolo Paulo não buscava elogio, vantagem e prestígio humanos, mas buscava glorificar a Deus. 


Por último, falaremos da vida irrepreensível, que é uma referência ao padrão de vida exemplar para com Deus, para com a sociedade e para consigo mesmo. O cristão deve ser um bom exemplo em todos os aspectos da sua vida.


1- Retidão nas ações. Quem realmente creu em Jesus e tem uma convicção cristã, vive como cristão, pois nasceu de novo. Ou seja, foi regenerado pelo Espírito Santo. Sendo assim, o velho homem e as velhas práticas foram abandonadas. Segundo o Dicionário Bíblico Vine, “retidão é uma referência a tudo o que é certo ou justo em si mesmo e está em conformidade com a vontade revelada de Deus”. 


Muitas pessoas seguem o próprio coração e quando tem as suas ações questionadas à luz da Bíblia dizem que “estão em paz com a sua consciência” ou “não se sentem mal ao praticar aquilo”. Mas não é assim que o crente verdadeiro deve agir. Não é pelo nosso coração ou pela nossa consciência que devemos pautar as nossas ações e sim, pela Palavra de Deus. O coração humano é enganoso e a nossa consciência também foi afetada pelo pecado. 


Há ainda aqueles que pautam as suas ações por aquilo que “a Igreja libera” ou por aquilo “que a Igreja proíbe”. Sendo assim, se a denominação que fazem parte liberar algo que a Bíblia condena, eles praticam. Se condenar algo, mesmo que a Bíblia não o condene, então, não praticam. Mas, nenhuma Igreja tem autoridade acima da Bíblia. Aquilo que a Bíblia condena, nenhuma Igreja, pastor, concílio eclesisiástico ou convenção, tem autoridade para liberar. 


O crente que tem convicção cristã pauta as suas ações de acordo com padrão moral das Escrituras e não de acordo com o contexto social em que ele vive. “O mundo passa e as suas concupiscências, mas aquele que faz a vontade do Senhor permanece para sempre.” (1 Jo 2.17). As nossas ações devem ser corretas, segundo o padrão bíblico. A Bíblia é o parâmetro para avaliar as nossas ações, pois ela é o nosso único manual de fé e prática.


2- Reputação ilibada. Reputação é o conceito que a opinião pública tem a respeito de alguém. Ter reputação ilibada, portanto, é a pessoa ter a sua idoneidade moral reconhecida no meio em que vive. Há pessoas que dizem que não estão nem aí para o que os outros pensam sobre elas, pois o importante é o que Deus pensa. Mas não deve ser assim, pois o crente precisa ter um bom testemunho, inclusive das pessoas de fora da Igreja: “Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo.” (1 Tm  3.7).


Há diferença entre caráter e reputação, mas ambos são importantes na vida do crente. O caráter é aquilo que Deus sabe que eu sou.  A reputação, por sua vez, é o que as pessoas pensam a meu respeito. Aquilo que eu sou, Deus sabe, independente do que pensam a meu respeito. Caráter é aquilo que sou e pratico, quando ninguém está vendo. A reputação é aquilo que eu sou diante das pessoas, ou o que elas pensam que eu sou. 


Pompéia Sula, esposa do imperador romano Júlio César, promoveu uma festa só para mulheres e homens foram proibidos de entrar. Porém, Publius Clodius, um jovem rico, que era apaixonado por ela, disfarçou-se de mulher e entrou na festa, a fim de se aproximar dela. Foi descoberto e, por causa disso, Júlio César se divorciou da esposa, com a seguinte declaração: “A mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita. À mulher de César, não basta ser honesta, deve parecer honesta”. 


A nossa reputação pode ser destruída por outras pessoas, o nosso caráter, não. É muito importante cuidar da nossa reputação, pois ela pode interferir na fé de outras pessoas. Se eu não tiver uma boa reputação, isso pode evitar que as pessoas venham à Igreja onde congrego. Paulo disse a Timóteo que ele deveria ser "exemplo para os fiéis".


3- Vida irrepreensível. Em vários textos do Novo Testamento é exigido do crente uma vida irrepreensível. Ser irrepreensível é ter uma conduta que não pode ser censurada: “Ao final, ele pode estabelecer os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de Deus, nosso Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos." (1 Ts 3.13). 


É seguir um padrão de comportamento para com Deus, para com os homens e para consigo mesmo (1 Co 9.27), que não pode sofrer acusação (verdadeira). Se a acusação for falsa, não tem problema, pois muitos homens de Deus são acusados falsamente de coisas que não fizeram, como o próprio Jesus, Estêvão, Paulo e muitos outros. 


Escrevendo aos Tessalonicenses, Paulo disse: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Ts 5.23). Este versículo desmonta completamente as teses infundadas de que “Deus só olha para o coração”, “o importante é apenas o amor ao próximo”, ou o dualismo dos gnósticos que dizia que o corpo é inerentemente mau e o espírito é bom. Com este pressuposto, eles ensinavam que não havia problema nenhum praticarem qualquer coisa com o corpo, pois isso não contaminava o espírito.  Deus requer santidade da nossa tricotomia: espírito, alma e corpo. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 133-144.

Revista Ensinador Cristão, Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 41.

Comentário Bíblico Pente costal: Novo Testamento. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.940-4.

Bíblia de Estudo Cronológico Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 20 15, p.1649).



05 setembro 2023

CONVICÇÃO ESPIRITUAL

(Comentário do 1⁰ tópico da lição 10: Cultivando a convicção cristã)

Ev. WELIANO PIRES


Neste primeiro tópico, falaremos sobre a convicção espiritual. Segundo o dicionário, Houaiss da língua portuguesa, “convicção é a ação de convencer, isto é, ter uma ideia ou opinião sobre algo de modo obstinado, crendo absolutamente naquilo que acredita e transmitindo isso para as outras pessoas.” Em resumo, convicção pode ser descrita como a certeza profunda e inabalável que se tem sobre algo. 


A palavra convicção possui uma abrangência muito ampla e pode ter significados diferentes, dependendo do contexto em que será aplicada. No caso da convicção espiritual, temos três aspectos: o poder do Espírito, a confiança em Deus e a fidelidade na pregação. 


Inicialmente veremos neste tópico, a importância de se pregar o Evangelho no Poder do Espírito. Sem este poder, a pregação se reduz ao intelectualismo humano e torna-se ineficaz. 


Depois, falaremos da confiança em Deus. Falaremos do exemplo de Paulo e Silas em Filipos, que mesmo tendo sido açoitados com varas publicamente e lançados injustamente na prisão, eles não recuaram e continuaram pregando com ousadia a Palavra de Deus.


Por último, falaremos da fidelidade na pregação. O apóstolo Paulo, garantiu aos Tessalonicenses que a sua pregação, não era feita com engano, imundície ou fraudes. Ao contrário, ele havia sido comissionado por Deus para pregar o Evangelho, não para agradar aos homens e sim, a Deus.  


1- Poder do Espírito. O apóstolo Paulo pregava o Evangelho no Poder do Espírito Santo, com ousadia, sabedoria e milagres. Escrevendo aos Coríntios, ele disse: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder”. (1 Co 2.4). 


A pregação do Evangelho sem o Poder do Espírito Santo na vida do pregador e na mente dos ouvintes, torna-se mero intelectualismo humano. Não convence e não transforma ninguém. De filosofias, autoajuda e doutrinas humanas o mundo está cheio. O Evangelho de Cristo é o Poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer (Rm 1.16). Quando pregamos o Evangelho no Poder do Espírito, Ele confirma a Palavra com os sinais (Mc 16.20).


Quando pregamos a mensagem do Evangelho, precisamos que o Espírito Santo nos encha do Seu poder para falar e também trabalhe no coração dos ouvintes, para entenderem e se renderem a Cristo. Nenhum pregador é capaz de convencer um pecador a abandonar o pecado e vir a Cristo. Somente o Espírito de Deus pode fazer isso. 


A Igreja de Jerusalém era uma Igreja que tinha uma pregação ousada, comunhão entre os irmãos, sinais e maravilhas e em toda alma havia temor (At 2.42, 43). Isso acontecia por causa do Poder do Espírito Santo na Igreja. Da mesma forma, a Igreja de Antioquia, a de Éfeso, a de Tessalônica, de Filipos e outras. A Igreja do século XXI precisa buscar o revestimento de poder para enfrentar o espírito da Babilônia. 


2- Confiança em Deus. Muitas pessoas confundem fé com pensamento positivo e acham que fé é apenas acreditar que algo vai acontecer. Mas a fé bíblica não é isso. A fé é a confiança inabalável em Deus, em qualquer circunstância. Na galeria dos heróis da fé, em Hebreus 11, encontramos os registros de várias pessoas que realizaram atos extraordinários pela fé.


Entretanto, no mesmo capítulo, há também aqueles que pela fé: “...foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra. E todos estes, tendo testemunho pela fé, não alcançaram a promessa…” (Hb 11.35-39). 


Portanto, a fé em Deus está relacionada à confiança absoluta e incondicional que temos nele. A fé de Abraão, por exemplo, fez com ele deixasse a sua terra e os seus parentes e seguisse para uma terra que Deus iria lhe mostrar (Hb 11.8-10). A fé de muitos profetas fez com eles vivessem uma vida isolada, cheia de perseguições e humilhações, pela confiança que tinham em Deus. A fé só é autêntica se tiver obras e obediência a Deus. Se não, torna-se mera crença vazia na existência de Deus. Isso, até os demônios têm (Tg 2.18-20).


3- Fidelidade na pregação. A convicção espiritual do crente envolve também a fidelidade na pregação da Palavra de Deus. Nós fomos comissionados pelo Senhor Jesus para pregar a Sua Palavra ao mundo. Não podemos modificar o conteúdo do Evangelho para atrair as pessoas. A fidelidade na pregação consiste em pregar a Palavra de Deus, exatamente como ela é, sem diminuir, acrescentar ou falsificar. 


Jesus não enviou os seus discípulos para pregar filosofia, ideologia política, psicologia, auto ajuda ou oferecer melhoria de vida às pessoas neste mundo. Ele nos mandou pregar “O Evangelho” a toda criatura e ensinar a guardar tudo o que ele mandou (Mc 16.15; Mt 28.19). 


Infelizmente, na atualidade, muitos pregam "outro evangelho" e não o Evangelho de Cristo. Escrevendo aos Gálatas, o apóstolo Paulo disse que ainda que um anjo, ou um dos apóstolos anunciassem "outro evangelho", diferente do que ele havia anunciado, deveria ser considerado anátema ou maldito Gl 1.9). 


Este Evangelho é a boa notícia de Deus para a humanidade perdida: Jesus Cristo veio a este mundo para dar a Sua vida para salvar todo aquele que crer (Lc 19.10; 1Tm 1.15). Aqueles que não crerem, serão condenados (Mc 16.16). A Igreja tem a obrigação de pregar esta mensagem ao mundo, quer aceitem, quer rejeitem. Não é papel da Igreja convencer as pessoas a receberem a Cristo. Este papel é do Espírito Santo. A nossa obrigação é pregar o Evangelho no poder do Espírito, com confiança no Senhor e fidelidade naquilo que pregamos. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 133-144.

Revista Ensinador Cristão, Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 41.

Comentário Bíblico Pente costal: Novo Testamento. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.940-4.

Bíblia de Estudo Cronológico Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 20 15, p.1649).


04 setembro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 11: CULTIVANDO A CONVICÇÃO CRISTÃ

Ev. WELIANO PIRES


REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA


Na lição passada estudamos o tema: Renovação cotidiana do homem interior. Usamos como exemplo, o apóstolo Paulo, que sofreu duras perseguições por causa do Evangelho.  


No primeiro tópico, falamos sobre o sofrimento exterior. Falamos da experiência do apóstolo Paulo, cuja vida foi marcada por muito sofrimento e perseguição. Depois, falamos sobre os sofrimentos do apóstolo Paulo em sua caminhada com Cristo. Por último, falamos sobre a esperança do crente. Mesmo sendo esmagado pelas angústias, tribulações e perseguições, o crente jamais será abandonado por Deus e tem a sua esperança na glória futura.


No segundo tópico, falamos sobre a renovação interior. Falaremos do fortalecimento diário, que o Espírito Santo opera em nosso interior, mesmo em meio ao enfraquecimento do homem exterior. Falamos também do eterno peso de glória. Comparada ao peso da glória indizível e eterna que nos espera, a nossa tribulação se torna leve e passageira. Por último, falamos sobre a visão da eternidade. O foco do crente deve ser sempre a eternidade, pois se o nosso foco estiver nas coisas terrenas, não suportaremos as lutas e tribulações. 


No terceiro tópico, falamos sobre os desafios atuais contra a renovação espiritual. O primeiro destes desafios é a cultura secularista, que é um sistema materialista, alienado da realidade espiritual. O segundo desafio é o relativismo doutrinário, que o discurso de que não existem verdades absolutas e tudo passou é relativo. O terceiro desafio é a batalha espiritual contra as hostes espirituais da maldade. 


LIÇÃO 11: CULTIVANDO A CONVICÇÃO CRISTÃ


Nesta lição estudaremos a convicção cristã em três aspectos: convicção espiritual, convicção moral e convicção social. Neste mundo de incertezas e ataques à fé cristã, é indispensável ao crente cultivar a sua convicção cristã, despertando para ser um embaixador de Cristo neste mundo de densas trevas espirituais. 


Não podemos esmorecer diante dos ataques, mas “ser valentes, pelejando por Jesus”, como diz o hino 225 da nossa Harpa Cristã. Deus não conta com covardes e medrosos. Quando Deus mandou Gideão reunir o povo para pelejar contra uma multidão dos midianitas, a primeira recomendação foi: “Quem for covarde e medroso, volte!” (Jz 7.3). Voltaram vinte dois mil do povo, que se assumiram como covardes e medrosos.


No primeiro tópico, falaremos sobre a convicção espiritual. Inicialmente veremos a importância de se pregar o Evangelho no Poder do Espírito. Sem este poder, a pregação se reduz ao intelectualismo humano, tornando-se ineficaz. 

Depois, falaremos da confiança em Deus. Falaremos do exemplo de Paulo e Silas em Filipos que, mesmo tendo sido açoitados com vara publicamente e lançados injustamente na prisão, eles não recuaram e continuaram pregando com ousadia a Palavra de Deus.

Por último, falaremos da fidelidade na pregação. O apóstolo Paulo, garantiu aos Tessalonicenses que a sua pregação, não era feita com engano, imundície ou fraudes. Ao contrário, ele havia sido comissionado por Deus para pregar o Evangelho, não para agradar aos homens e sim, a Deus. 


No segundo tópico, falaremos da convicção moral. Veremos que o cristão deve ter absoluta retidão em suas ações. Após a nossa conversão a Cristo, o Espírito Santo opera em nosso interior o milagre do novo nascimento. A partir daí, obrigatoriamente temos que deixar a mentira e adotar a verdade como regra de vida. 

Depois falaremos da reputação ilibada que o cristão deve ter, a fim de não escandalizar o Evangelho. Paulo não buscava elogio, vantagem e prestigio humanos, mas buscava glorificar a Deus. 

Por último, falaremos da vida irrepreensível, que é uma referência ao padrão de vida exemplar para com Deus, para com a sociedade e para consigo mesmo. O cristão deve ser um bom exemplo em tudo. 


No terceiro tópico, falaremos da convicção social do cristão. Falaremos do compromisso do cristão com o bem-estar comum da sociedade em que ele está inserido. O papel principal da Igreja, evidentemente, é pregar o Evangelho. Mas não podemos fechar os olhos para as necessidades das pessoas carentes. 

Falaremos também neste tópico sobre  dedicação altruísta do apóstolo Paulo. Mesmo tendo direito de ser sustentado pela Igreja, pois, "digno é o obreiro do seu salário", ele abriu mão desse direito, porque sabia que a Igreja era pobre. Paulo trabalhava construindo tendas para ter o seu próprio sustento e não sobrecarregar a Igreja. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 133-144.

Revista Ensinador Cristão, Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 41.

Comentário Bíblico Pente costal: Novo Testamento. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.940-4.

Bíblia de Estudo Cronológico Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 20 15, p.1649).

01 setembro 2023

OS DESAFIOS DE HOJE

(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 10 – Renovação cotidiana do homem interior)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos sobre os desafios atuais, contra a renovação espiritual. O primeiro destes desafios é a cultura secularista, que é um sistema materialista, alienado da realidade espiritual. O segundo desafio é o relativismo doutrinário, que é o discurso de que não existem verdades absolutas e tudo é relativo. O terceiro desafio é a batalha espiritual contra as hostes espirituais da maldade. Esta luta não é contra seres humanos e as nossas armas não são carnais. 


1. Cultura secularista. Até o século XIX, a palavra secularismo era uma referência à separação entre a autoridade civil e a autoridade eclesiástica. Naquele contexto, o secularismo não era algo maléfico em si, pois havia muito abuso por parte da Igreja. Entretanto, a partir da separação entre Igreja e estado, o secularismo foi ganhando novo significado, passando a combater os valores cristãos e a adaptar a teologia ao materialismo, negando o sobrenatural e a autoridade da Bíblia. Esta cultura prepara o mundo para a chegada do Anticristo (1 Ts 2.4). 


Todos nós, certamente, já ouvimos falar em “coisas seculares” como: música secular, trabalho secular, escola secular, etc. Mas, o que significa uma coisa secular? O que é o secularismo? Thomas Brewer, presbítero e docente da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, em um artigo intitulado “Secularismo em todos os lugares”, define o secularismo como “uma ideologia que promove a ausência de qualquer obrigação relacionada à autoridade ou crença em Deus. É uma forma de ver o mundo onde se reconhece apenas o aqui e o agora, e se o mundo espiritual existe, isso não é uma preocupação para o secularismo, assim, podemos viver como se esse mundo espiritual não existisse.” 


A cultura secularista é uma forma disfarçada de ateísmo. Em nome do secularismo ou laicismo, as autoridades procuram retirar Deus, a Bíblia e o Cristianismo de todas as discussões. Nas escolas também, muitos professores combatem Deus e o Cristianismo, com deboche, alegando que o estado é laico. Falam contra Deus como se Ele fosse algo mau a ser combatido. 


Em contrapartida, promovem valores contrários ao Cristianismo. Recentemente, o Ministério da Saúde propôs o reconhecimento de casas de culto de matriz africana “como equipamentos promotores de saúde e cura complementares do SUS”. Imagine se alguém fizesse uma proposta desse tipo em relação aos cultos evangélicos! Ou seja, o laicismo só é alegado quando se trata dos evangélicos. 


O que é mais preocupante é que muitos evangélicos se deixam levar por este engodo e também se entregam à cultura secular. Por conta disso, vivem uma vida dupla: Uma, quando estão dentro do templo no domingo à noite, e outra, no resto da semana, no trabalho, na escola, nas rodas de amigos, etc. A verdade é que ninguém pode ser cristão em um dia e viver como se Deus não existisse no dia seguinte. 


2. Relativismo doutrinário. Na atualidade há um movimento teórico e político, em defesa da pluralidade de idéias e de combate à homogeneidade cultural, que é chamado de multiculturalismo. Este movimento tem a sua importância no combate ao racismo, antissemitismo, xenofobia e preconceito contra minorias e grupos marginalizados. 


O problema é que este movimento foi dominado pela ideologia progressista, que culpa a tradição judaico-cristã pelas mazelas sociais do mundo atual e procuram desconstruir os valores cristãos. Na pós-modernidade, adotou-se a idéia de que não existem verdades absolutas e com isso, tudo passou a ser relativizado: a autoridade da Bíblia é questionada, o pecado é tolerado e até incentivado e algumas “verdades” passam a ser impostas como sendo o ideal. Por outro lado, as verdades bíblicas passam a ser consideradas agressivas a outras culturas e criminalizadas. 


Este relativismo também chegou às Igrejas através da teologia liberal. Os teólogos liberais negam a autoridade da Bíblia, a sua inspiração divina, inerrância e infalibilidade. Negam também os milagres bíblicos e os chamam de mitos. Estes teólogos relativizam as doutrinas bíblicas e querem ressignificar e atualizar a Bíblia, para adaptá-la à sua ideologia. Mas a Palavra de Deus é eterna, inerrante, infalível e perfeita. Passarão os céus e a terra, mas a Palavra de Deus jamais passará. 


3. Batalha espiritual. A Palavra de Deus nos alerta que a nossa luta não é contra o homem, mas contra os principados e potestades nas regiões celestiais (Ef 6.12). O Diabo é o arquiinimigo de Deus e, portanto, ele odeia o povo de Deus. Além disso, ele é um inimigo perigosíssimo, pois é mentiroso e pai da mentira. O seu modo de agir é caracterizado pela falsidade, sutileza e toda sorte de engano. 


Dois erros podem ser fatais na batalha espiritual: desconhecer o inimigo e subestimar o seu poder. Muitos crentes atualmente cometem estes erros. Menosprezam o poder e artimanhas do inimigo e se expõem ao perigo, brincando com a natureza carnal, o pecado e o diabo. Sobre este assunto, o apóstolo Pedro nos alertou: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”. (1 Pe 5.8). 


Nesta advertência, Pedro alertou os crentes sobre o perigo do nosso adversário, que é maligno e altamente destruidor, mas, ao mesmo tempo, é astuto como um leão quando ataca as suas presas. O primeiro passo para um leão atacar uma presa é acompanhar os seus passos e isolá-la do bando. Quando a presa está sozinha, ele a ataca com um golpe certeiro, que impede a sua reação. 


Há muitos equívocos em relação ao diabo, inclusive no meio evangélico, que deixam as pessoas mais vulneráveis ainda aos seus ataques. Não podemos fazer como alguns neopentecostais que acham que basta "amarrar o diabo" ou fazer algumas declarações que ele foge. O Diabo é astuto e, muitas vezes, se disfarça de anjo de luz (2 Co 11.14). Por outro lado, não podemos atribuir ao diabo poderes que ele não tem. Ele é criatura, é maligno e é perigoso. Entretanto, ele não pode ser colocado no mesmo patamar de Deus. O inimigo só pode agir se Deus permitir. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 121-132.

ARRINGTON, F. L. STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 287.

Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.887

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO, CPAD, Edição 94, p.41.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Pedro: Com os pés no vale e o no céu. Editora Hagnos. pag. 176-179.

Secularismo em todos os lugares - Ministério Fiel (ministeriofiel.com.br). 

AS ARMAS DO CRENTE

(Comentário do 1º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No primeiro tópico, falaremos sobre as armas do crente...