18 janeiro 2023

JESUS E A ORAÇÃO NO SEU MINISTÉRIO

(Comentário do 2º tópico da Lição 04: o Ministério avivado de Jesus)

No segundo tópico, falaremos sobre a oração no seu ministério de Jesus. Veremos o valor da oração, com base no modelo de oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, que é chamado de "Pai Nosso". Depois veremos que o Senhor Jesus em seu ministério terreno teve uma vida de oração. Em várias ocasiões, lemos nos Evangelhos que o Mestre buscava um lugar isolado para orar. 

1. O Valor da Oração. Os discípulos viam sempre Jesus orando e, certa vez, pediram-lhe que Ele lhes ensinasse a orar. Jesus, então, forneceu para eles um modelo de oração, que ficou conhecido como "Pai-nosso", pois começa com estas palavras. Esta oração não é para ser repetida várias vezes como uma reza, como fazem os católicos no terço, repetindo 50 vezes a oração do Pai-nosso e outras que a acompanham. É apenas um modelo, para servir de parâmetro para as nossas orações. Tanto que não vemos em momento algum, Jesus ou os seus discípulos repetindo esta oração. 


No Sermão do Monte, o Senhor já havia falado sobre a forma correta de orar, alertando aos seus discípulos de que não deveriam orar como os hipócritas que oravam em pé nas sinagogas e nas esquinas, com o objetivo de serem vistos pelos homens e, consequentemente, serem elogiados e tidos como pessoas piedosas (Mt 6.5). Evidentemente, o Senhor não estava condenando a oração feita em pé ou em público, como sugere a Congregação Cristã no Brasil, pois, Ele mesmo orou em pé e em público, várias vezes. O que Jesus estava condenando era a oração ostentativa e cheia de alardes, a fim de buscar a autopromoção. 

Jesus recomendou que os seus discípulos fossem discretos nas orações, pois o Pai vê em secreto e recompensa aqueles que o buscam (Mt 6.6). Deus é onisciente e conhece até os nossos pensamentos. Por isso, Ele não se impressiona com longas orações, cheias de palavras bem elaboradas. Deus sabe do que precisamos, antes mesmo de lhe pedirmos. 

Após trazer estes ensinos sobre a oração, os discípulos pediram que Jesus lhes ensinasse a orar e lhes ensinou, conforme o modelo abaixo: 

“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!” (Mt 6.9-13).


Nesta oração modelo de Jesus, aprendemos alguns princípios importantes para as nossas orações: 


a. Toda oração deve ser dirigida a Deus: “Pai nosso, que estás nos Céus” Os verdadeiros discípulos de Jesus não dirigem as suas orações a santos, anjos ou quaisquer entidades. 

b. Toda oração deve começar com adoração: “Santificado seja o Teu Nome”. Antes de pedirmos qualquer coisa a Deus, devemos adorá-lo por quem Ele é e louvá-lo pelo que Ele fez, faz e fará. 

c. As nossas orações devem buscar a vontade de Deus: “Faça-se a Tua Vontade”. Jamais devemos usar a oração para tentar impor as nossas vontades a Deus, ou tentar exigir algo dEle.

d. Na oração devemos pedir o necessário à nossa sobrevivência: “O pão nosso de cada dia”. Oração não deve ser usada para buscar coisas supérfluas deste mundo ou para satisfazer as concupiscências da carne. 

e. Em nossas orações devemos confessar os nossos pecados e perdoar: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.” Os  nossos pecados impedem a nossa comunhão com Deus, pois Ele é absolutamente santo. Portanto, devemos reconhecer os nossos pecados e pedir perdão a Deus. Porém, antes de pedir perdão, é preciso perdoar a quem nos ofender, senão não seremos perdoados (Mt 6.15). 

f. Na oração devemos sempre buscar a proteção de Deus: “não nos induzas à tentação, mas, livra-nos do mal”. A versão Nova Almeida Atualizada diz: “não nos deixes cair em tentação”. Esta tradução parece mais adequada, pois induzir traz a ideia de que Deus estaria incitando alguém à tentação. Deus é o nosso protetor fiel. Somente Ele pode nos livrar de todos os males, até daqueles que não percebemos. 

g. Em nossas orações devemos reconhecer sempre a Soberania de Deus. “Teu é o Reino, o poder e a Glória”. Deus é o Criador e sustentador de todas as coisas. Tudo pertence a Ele e, portanto, Ele faz o que quer, como quer, e quando quiser. 


2. Uma Vida de Oração. Uma das estrofes do hino 296 da nossa Harpa Cristã diz o seguinte:

Jesus teve completa vitória

Porque sempre viveu em oração.

Muitos santos chegaram à glória

Sob o manto da doce oração.


De fato, o ministério terreno do Senhor Jesus foi marcado pela oração. Além de ensinar a orar, Jesus foi também um exemplo na oração. Mesmo sendo Deus, na condição humana Ele buscou ao Pai em diversas ocasiões. O Mestre orava sem cessar. Jesus falava constantemente com o Pai, em público e em particular. 


Em algumas situações, Ele orava ao amanhecer, ainda escuro: “Levantando-se de manhã muito cedo, fazendo ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava” (Mc 1.35). Antes de escolher os seus apóstolos, Ele passou a noite em oração: "E aconteceu que, naqueles dias, subiu ao monte a orar e passou a noite em oração a Deus." (Lc 6.12). Que exemplo a liderança da Igreja atual! Se todos os pastores passassem a noite em oração, antes de ordenar alguém ao ministério, certamente a qualidade dos nossos obreiros seria muito mais elevada. 


No capítulo 17 de João, vemos a chamada Oração Sacerdotal de Jesus, onde Ele intercede ao Pai pelos seus discípulos. Outro exemplo muito importante a ser seguido pelos pastores, a oração intercessória pelos obreiros e membros da Igreja eles lideram. Em vez de reclamar das pessoas que lideramos na Igreja, ou maltratá-los com palavras, devemos apresentá-los a Deus em oração. 


Jesus orou também, em gratidão ao Pai: “Naquela mesma hora, se alegrou Jesus no Espírito Santo e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve. (Lc 10.21; Mt 11.25). Temos aqui mais um exemplo do nosso Mestre: Ser grato a Deus por tudo e reconhecer que tudo vem dele. 


No Jardim do Getsêmani, em profunda agonia, a ponto de suar gotas de sangue, o Mestre também orou ao Pai, dizendo: “Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.” (Mt 26.39). Aqui aprendemos que em nossas angústias, tristezas e lutas intensas, devemos orar e não desabafar nas redes sociais ou murmurar. Deus conhece e entende as nossas aflições. Nem sempre Ele nos livrará delas, mas, estará conosco em cada momento, por mais difícil que seja. 


REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2a Impressão: 2010. Vol. 1. pág. 47-48.

LOPES, Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pág. 219 – 220.

BRANDT, Robert L. e BICKET, Zenas J. Teologia Bíblica da Oração: O Espírito nos Ajuda a Orar. Rio de Janeiro: CPAD, págs. 165-167).

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD. pág. 555-557.


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Ev. Weliano Pires


17 janeiro 2023

JESUS E A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO

(Comentário do 1º tópico da Lição 04: o Ministério avivado de Jesus)

Neste primeiro tópico, falaremos sobre Jesus e a pessoa do Espírito Santo.  Discorremos sobre a ação do Espírito Santo na vida de Jesus em três momentos: em seu nascimento, no batismo e na tentação. Depois falaremos sobre o mover do Espírito Santo no Ministério de Jesus. O Mestre iniciou o seu ministério aos trinta anos e durou cerca de três anos. Logo no início, na Sinagoga de Nazaré, onde Ele fora criado, Ele leu a profecia de Isaías 61, que diz "O Espírito do SENHOR está sobre mim…" e aplicou-a ao seu ministério. Durante todo o seu ministério terreno, Ele foi guiado pelo Espírito Santo, operou muitos milagres pelo poder do Espírito Santo e a sua mensagem também era proclamada com autoridade. 


1. O Espírito Santo na vida de Jesus. Deus é um Ser Triúno, ou seja, Ele subsiste eternamente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Neste aspecto, Pai, Filho e Espírito Santo são inseparáveis. Onde o Pai está, o Filho e o Espírito Santo também estão, pois Deus é Onipresente. Esta união intrínseca entre as três pessoas da Santíssima Trindade é chamada na teologia de "Pericorese". É um conceito teológico que se refere à habitação das Pessoas da Trindade uma na outra. Cada pessoa da Trindade está nas outras e cada uma se dá às outras duas. É assim que acontece a eterna intimidade entre o Filho e o Espírito Santo. Jesus falou desse relacionamento, que já existia antes da fundação do mundo: (Jo 17.5). Falou também dessa intimidade, que sempre teve com o Pai: "Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?" (Jo 14.10). O Espírito está também nessa Trindade (1 Co 2.10).


Jesus é Deus e sempre existiu. Ele estava no princípio com Deus, ou seja, é alguém distinto do Pai. Mas, Ele também é Deus, igual ao Pai e ao Espírito Santo (Jo 1.1; 17.5). Como Deus, Jesus não poderia se manifestar ao mundo em glória, pois ninguém O suportaria. O plano de Deus para a salvação da humanidade incluía: o cumprimento da Lei, que o homem falhou em cumprir  (Mt 5.17; Gl 4.5); e um sacrifício perfeito de sangue, para apagar os pecados (Hb 9.22; Hb 10.5). Somente o próprio Deus teria condições de fazer isso, pois não havia ninguém perfeito na humanidade que pudesse oferecer este sacrifício. Portanto, era necessário o Filho de Deus tornar-se homem, mas, sem pecado. Este processo é chamado de “Encarnação do Verbo”: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós".  (Jo 1.14). 


a. A ação do Espírito Santo no nascimento de Jesus. Todo o processo de encarnação do Filho de Deus foi conduzido e realizado pelo Espírito Santo. Uma virgem de Nazaré, na Galiléia, chamada Maria, estava desposada com um jovem da descendência de Davi, chamado José. Desposada era uma espécie de noivado, na cultura Judaica da época do nascimento de Jesus, que acontecia cerca de um ano antes do casamento. Os cônjuges oficializaram o casamento, mas esperavam um ano para se relacionarem sexualmente. Neste período, a jovem Maria recebeu a visita do anjo Gabriel, que lhe disse as seguintes palavras: “Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres; Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” (Lc 1.28; 30-31). 


Maria, evidentemente, ficou sem entender, pois ainda não era casada oficialmente e não havia se relacionado sexualmente com ninguém. Ela, então, perguntou ao anjo: “Como se fará isto, visto que não conheço homem algum?” (Lc 1.34). O anjo lhe respondeu dizendo: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.” (Lc 1.35). Após esta resposta do anjo, Maria creu e deu-lhe uma sábia resposta: “Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra”. (Lc 1.38). 


b. A ação do Espírito Santo no batismo de Jesus. No evangelho de João, quando lemos sobre o batismo de Jesus, João Batista nos informa que antes de batizar Jesus, aquele que havia lhe enviado a batizar o orientou sobre quem seria o Cristo, e que Ele batizaria com o Espírito Santo: “E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e repousar sobre ele. Eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo.” (Jo 1.32,33). 


Lucas, por sua vez, relata que no momento do batismo de Jesus, aconteceram três eventos extraordinários: (a) o céu se abriu (Lc 3.21); (b) o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba (Lc 3.22a); e (c) ouviu-se uma voz vindo do céu que estava aberto (Lc 3.22b). Esta descida do Espírito Santo desta forma é uma indicação de que aquilo foi real e não apenas uma visão, como muitos poderiam imaginar. Isso também não significa que Jesus não tivesse o Espírito Santo antes do seu batismo, pois, conforme já falamos Jesus foi cheio do Espírito Santo desde a  sua concepção. 


A descida do Espírito Santo no batismo de Jesus significa que Deus estava confirmando publicamente que Ele é o Messias. Era também um sinal para João, pois como já falamos, Deus havia lhe dado este sinal. Há também uma manifestação visível da Santíssima Trindade: O Pai falando dos Céus, o Filho sendo batizado na terra e o Espírito Santo descendo sobre o Filho.


c. A ação do Espírito Santo na tentação de Jesus. Todo o processo da tentação de Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo. O texto bíblico nos mostra que Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo. “E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto.” (Lc 4.1). No deserto, em jejum, oração e íntima comunhão com o Pai, Jesus foi tentado por um espaço de quarenta dias. 


O relato da tentação de Jesus nos ensina que Ele não foi tentado motivado por concupiscência interior, ou quaisquer resquício de soberba e cobiça, oriundo da natureza humana decaída, pois, Ele não tinha pecado e a sua natureza não era corrompida. Também não foi tentado por iniciativa do diabo. Fazia parte do plano de Deus e Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo a esse processo. Na tentação, o diabo tentou fazer com que Jesus desviasse o foco da sua missão e tentou fazê-lo ter dúvida de que Ele era o Filho de Deus. Mas, Jesus fortalecido no Espírito, venceu as investidas do inimigo com a poderosa Palavra de Deus.


Da mesma forma, quando somos tentados, nunca devemos enfrentar as forças espirituais da maldade e do pecado, com as nossas próprias forças, sem o poder do Espírito. Precisamos nos equipar com toda a armadura de Deus, para vencer e depois da vitória ficar firmes. (Ef 6.10-18). 


2. O Espírito Santo no ministério de Jesus. Além de estar presente e agir em todos os momentos da vida terrena de Jesus, o Espírito Santo também atuou no ministério de Jesus, desde o princípio. Após a vitória de Jesus sobre o diabo na tentação, Lucas registrou que “pela virtude do Espírito Santo, Jesus voltou para a Galiléia”. A sua fama corria toda parte e Ele ensinava nas Sinagogas (Lc 4.14,15). Na Sinagoga de Nazaré, onde Jesus havia sido criado e era conhecido de todos, Ele levantou-se para ler as Escrituras. Foi-lhe dado o Livro do profeta Isaías e Ele leu o trecho do capítulo 61.1-3, onde está escrito assim: "O Espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; "A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado." 


Após fechar o Livro e entregá-lo ao ministro da Sinagoga, os olhares do povo estavam voltados para Ele, aguardando a explicação daquela leitura. Jesus, então, respondeu-lhes: "Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos." Todos estavam admirados dos seus ensinos, até Ele dizer que nenhum profeta tem honra em sua própria pátria e fazer menção aos milagres realizados pelos profetas Elias e Eliseu entre os gentios e não em Israel. O povo de Nazaré se encheu de ira e o expulsaram da Sinagoga. Em seguida levaram-no ao cume do monte, tentando precipitá-lo de lá. Mas Ele conseguiu escapar. 


Podemos ver a ação do Espírito Santo no Ministério de Jesus em pelo menos três aspectos: 


a. Ele foi ‘ungido’ pelo Espírito Santo. A palavra ungido em hebraico é “Mashiach”, transliterada para o português como “Messias”. No grego, a palavra correspondente é “Christos”. Literalmente, significa derramar óleo em uma pessoa ou objeto, consagrando-o para um serviço ou finalidade específica. Quando se tratava de unção de pessoas, através deste ato simbólico, a autoridade de Deus era conferida à pessoa ungida. Esta autoridade conferida é chamada de unção. A pessoa ou objeto ungido, se tornavam santos (Êx 30: 22-33; 1 Sm 24: 6; 10). No contexto do Antigo Testamento, a unção era determinada por Deus e só se ungia três tipos de pessoas: reis, profetas e sacerdotes. No Novo Testamento, Jesus foi ungido pelo Espírito Santo e cumpriu, com perfeição, estes três ofícios: Rei, Profeta e Sacerdote. Como vimos na lição passada, o evangelista Mateus demonstrou para os judeus, através das profecias que Jesus era o “Mashiach” (O Ungido) prometido a Israel. 


b. Ele operava milagres no Poder do Espírito Santo. Jesus realizou muitos milagres, que causaram espanto nas pessoas que os presenciaram: curou paralíticos, leprosos, cegos, uma mulher com um fluxo de sangue, um homem que tinha a mão ressecada, um surdo-mudo, ressuscitou mortos, multiplicou pães e peixes, andou sobre as águas, acalmou tempestades dando ordem ao vento e ao mar, transformou água em vinho, expulsou demônios e fez muitos outros milagres, que segundo João, não foram registrados todos, pois o livro não comportaria (Jo 21.25). Todos estes sinais e maravilhas foram realizados pelo poder do Espírito Santo que estava sobre Ele. Quando Ele ressuscitou o filho da viúva de Naim, as pessoas ficaram maravilhadas e glorificaram a Deus: “E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo. E correu dele esta fama por toda a Judéia e por toda a terra circunvizinha.” (Lc 7.16,17).


c. Ele pregou mensagens poderosas. Os sermões e diálogos de Jesus eram cheios do poder de Deus e causavam impactos nas pessoas que os ouviam. Após o discurso de Jesus na Festa dos Tabernáculos, as autoridades religiosas se encheram de ira contra Ele e mandaram os guardas prendê-lo. Os guardas o ouviram e voltaram sem o prenderem. As autoridades os questionaram, por não terem cumprido a ordem e eles responderam: “Nunca homem algum falou assim como este homem.” (Jo 7.46). No final do Sermão do Monte também, a multidão ficou admirada com as Palavras de Jesus: “E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina, porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas.” (Mt 7.28,29). A mensagem de Jesus causava ira e inveja nos incrédulos, mas oferecia liberdade aos cativos, alívio aos cansados, perdão aos pecadores e esperança aos desesperados. Ele pregou aos pobres e pescadores, mas também pregou aos ricos, como Zaqueu e José de Arimatéia; pregou aos indoutos, mas também pregou aos mestres da Lei, como Nicodemos; pregou também às categorias discriminadas e desprezadas, como os publicanos, prostitutas, mulheres e samaritanos. 


REFERÊNCIAS: 

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

LOPES, Hernandes Dias. Lucas: Jesus o Homem. Editora Hagnos. 1 Ed 2017.        

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora CPAD. pag. 1529.    

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pag. 322-323.

PEARLMAN, Myer. Lucas. O Evangelho do Homem Perfeito. Editora CPAD. pag. 29-30.


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Ev. Weliano Pires

16 janeiro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 04: O MINISTÉRIO AVIVADO DE JESUS


Nesta lição veremos o avivamento no Ministério terreno de Jesus, nosso Mestre por excelência e modelo em todas as coisas. Desde a sua concepção, a vida terrena de Jesus foi marcada pela virtude do Espírito Santo. A Sua mensagem era proclamada sob o poder do Espírito Santo e Ele realizava grandes sinais e maravilhas. 


No primeiro tópico, falaremos sobre Jesus e a pessoa do Espírito Santo.  Discorremos sobre a ação do Espírito Santo na vida de Jesus em três momentos: em seu nascimento, no batismo e na tentação. Depois falaremos sobre o mover do Espírito Santo no Ministério de Jesus. O Mestre iniciou o seu ministério aos trinta anos e durou cerca de três anos. Logo no início, na Sinagoga de Nazaré, onde Ele fora criado, Ele leu a profecia de Isaías 61, que diz "O Espírito do SENHOR está sobre mim…" e aplicou-a ao seu ministério. Durante todo o seu ministério terreno, Ele foi guiado pelo Espírito Santo, operou muitos milagres pelo poder do Espírito Santo e a sua mensagem também era proclamada com autoridade. 


No segundo tópico, falaremos sobre a oração no ministério de Jesus. Veremos o valor da oração, com base no modelo de oração que Jesus ensinou aos seus discípulos, que é chamada de "Pai Nosso". Depois, veremos que o Senhor Jesus em seu ministério terreno teve uma vida de oração. Em várias ocasiões, lemos nos Evangelhos que o Mestre buscava um lugar isolado para orar. 


No terceiro tópico, falaremos sobre o valor de uma vida na unção do Espírito. Primeiro, veremos que a unção do Espírito é indispensável na vida dos obreiros do Senhor. No contexto assembleiano, os obreiros exercem muitas atividades administrativas na Igreja. Isso pode se tornar uma rotina, onde o obreiro usa simplesmente ferramentas e métodos meramente humanos. Entretanto, a Igreja do Senhor não é simplesmente uma organização. Ela é um organismo espiritual, dirigido pelo Espírito Santo. Por isso, o obreiro precisa estar em conexão com o Espírito Santo. Falaremos também sobre a unção do Espírito na vida do crente em particular. A responsabilidade de liderar a Igreja, foi dada por Deus aos pastores. Mas a responsabilidade de anunciar o Evangelho a toda criatura é de todos os crentes. Por isso, todos precisamos viver na direção do Espírito Santo, pois é Ele quem nos capacita para pregar o Evangelho e convence o pecador. 


REFERÊNCIAS:

RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pag. 339.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO. Edição completa. Editora CPAD. 1Ed 2008. pag. 549.


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Ev. Weliano Pires 


12 janeiro 2023

O AVIVAMENTO NAS EPÍSTOLAS E NO APOCALIPSE


(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 03: O avivamento no Novo Testamento)


No terceiro e último tópico falaremos sobre o avivamento nas Epístolas e no Apocalipse. Primeiro falaremos a respeito do avivamento nas 13 Epístolas escritas pelo apóstolo Paulo. Foi ele quem ensinou em detalhes sobre os dons espirituais, ministeriais e de serviço. (1 Co 12-14; Ef 4.11; Rm 12.3-8). Falou também do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22) e outros temas relacionados ao Espírito Santo. Veremos também sobre o avivamento nas Epístolas Gerais que são: Tiago, Hebreus, 1 e 2 Pedro, as 3 Epístolas de João e a Epístola de Judas. Por último, veremos o avivamento no Livro do Apocalipse, que é o último Livro da Bíblia e tem um caráter profético e escatológico. 


1. NAS EPÍSTOLAS DE PAULO. Antes da sua conversão, Saulo foi um ferrenho perseguidor dos cristãos. Mas, ele teve um encontro pessoal com Jesus, no caminho de Damasco e, a partir desse momento, Saulo tornou-se cristão, foi batizado e cheio do Espírito Santo. Depois recolheu-se ao deserto da Arábia por alguns anos e teve revelações profundas do Senhor Jesus e tornou-se o apóstolo dos gentios. 


O apóstolo Paulo foi, sem dúvida nenhuma, o maior doutrinador da Igreja Cristã. Foi o personagem mais importante da história do Cristianismo, depois de Jesus Cristo. Escreveu treze dos vinte e sete livros do Novo Testamento, empreendeu três viagens missionárias pelo mundo conhecido da sua época, plantando Igrejas, discipulando e formando  novos obreiros. Paulo foi o responsável por sistematizar as principais doutrinas cristãs e expandir o Cristianismo para além das fronteiras da Palestina. 


Nas treze epístolas que escreveu, Paulo ensinou sobre as doutrinas do pecado, da salvação, de Cristo, do Espírito Santo, da Igreja, sobre o arrebatamento da Igreja, ressurreição de Jesus e dos mortos, etc. Mas, Paulo não deixou apenas um legado doutrinário. Ele deixou-nos também um legado apologético, que é a defesa da fé, contra seitas e heresias. 


Talvez por ter sido o apóstolo que mais escreveu livros do Novo Testamento, Paulo foi também o que mais falou sobre a obra do Espírito Santo, principalmente na 1 Epístola aos Coríntios, onde ele dedicou dois capítulos para falar dos dons espirituais (1 Co 12,14). Na Epístola aos Gálatas ele falou sobre o viver no Espírito e listou nove virtudes que compõem o Fruto do Espírito Santo (Gl 5.16-18;22). Na Epístola aos Efésios, Paulo recomendou que os crentes não se embriagassem com vinho em que há contenda, mas, se enchessem do Espírito (Ef 5.18). Na conclusão da primeira Epístola aos Tessalonicenses, Paulo recomendou aos irmãos que não extinguissem o Espírito e não desprezassem as profecias (1 Ts 5.19,20).


As Epístolas Paulinas se dividem em quatro grupos, de acordo com os assunto predominantes em cada uma delas: 


  1. Epístolas escatológicas: 1 e 2 Tessalonicenses. São chamadas de escatológicas, pois dão ênfase à Doutrina últimas coisas.

  2. Epístolas soteriológicas: Romanos, 1 e 2 Coríntios e Gálatas. São epístolas que falam bastante sobre a Doutrina da Salvação. 

  3. Epístolas da prisão: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. São as epístolas que foram escritas pelo apóstolo Paulo na prisão. 

  4. Epístolas pastorais: 1 e 2 Timóteo e Tito (embora a carta de 2 Timóteo também tenha sido escrita por Paulo na prisão). São epístolas escritas por Paulo a jovens pastores Timóteo e Tito. 


As Epístolas Paulinas não estão em ordem cronológica em nossas Bíblias. Elas foram agrupadas, seguindo o seguinte critério: primeiro as que foram destinadas a Igrejas, depois as que foram destinadas a indivíduos, de acordo com extensão, começando pelas maiores. Das epístolas destinadas a Igrejas, Romanos é a mais extensa e 2 Tessalonicenses a mais curta. Das que foram destinadas a indivíduos, 1 Timóteo é a maior e Filemom, a menor. Estão agrupadas nesta ordem: Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, Tito, Filemom. 


2. NAS EPÍSTOLAS GERAIS (OU UNIVERSAIS). As chamadas Epístolas Gerais ou Universais são as que foram escritas para serem lidas em todas as Igrejas e que não tinham um destinatário específico. Foram escritas como instruções apostólicas para várias Igrejas. Destas, apenas a Epístola aos Hebreus é de autoria desconhecida. 


Neste grupo estão um total de oito Epístolas, agrupadas nesta ordem: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, 3 João e Judas. O critério da organização é o mesmo das Epístolas Paulinas, ou seja, de acordo com a extensão,  começando pelas maiores. A Epístola aos Hebreus é considerada por muitos como Epístola Paulina. Em algumas traduções antigas do Novo Testamento, chegou a ser colocado título de "Carta de Paulo aos Hebreus". Mas, por falta de elementos no texto da Epístola que justificassem a autoria Paulina, como por exemplo a identificação, logo no prefácio, que acontece em todas as suas Epístolas, a maioria dos teólogos afirmam que a autoria de Hebreus é desconhecida. 


Estas Epístolas não tratam de avivamento no sentido de manifestação dos dons espirituais. Porém, discorrem sobre temas importantes da teologia e da vida cristã, como a santidade, o amor, a fé acompanhada de boas obras, a supremacia de Cristo em relação à Antiga Aliança, a Vinda do Senhor, o perigo da apostasia e os alerta contras os falsos mestres. 


3. NO APOCALIPSE. O Apocalipse é o último livro da Bíblia e o único livro profético do Novo Testamento. O seu título em grego é “apokalypsis”, que é uma combinação de “apo” (da parte de) e "kalipto" (encobrir). Significa, portanto, “revelação de algo que estava encoberto”. É exatamente isso que o livro traz: as revelações especiais de Jesus Cristo sobre as coisas futuras, que em breve irão acontecer. Muitas delas já se cumpriram, outras estão se cumprindo e outras se cumprirão após o arrebatamento da Igreja.  


O autor do livro do Apocalipse é identificado no prefácio do livro: “João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono”. (Ap 1.4). O propósito do livro também está revelado no primeiro capítulo: “...para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo.” (Ap 1.1). A data da redação é entre 90 e 96 d.C. no final do governo do imperador Domiciano, que governou entre 80 e 96 d.C.


No contexto em que foi escrito o Apocalipse, os cristãos sofriam os horrores da perseguição cruel e insana do Imperador Domiciano. Este imperador era um megalomaníaco, que se considerava um deus. Em sua insanidade e soberba, Domiciano decretou o culto ao imperador, levando-o a consequências terríveis, fazendo disso uma prova de lealdade ao império. O apóstolo João, filho de Zebedeu, apóstolo de Jesus, que era considerado o discípulo a quem Jesus amava, foi exilado na Ilha de Patmos e lá, recebeu a revelação do Cristo ressurreto e glorificado. O Senhor lhe mandou escrever sete cartas às Igrejas da Ásia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia.

 

Os destinatários originais do livro são as sete Igrejas da Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Filadélfia, Laodiceia e Sardes (Ap 1.11). Mas, não é apenas para eles. Os assuntos tratados no Livro do Apocalipse envolvem a Igreja em todas as épocas. O Apocalipse fala do governo do Anticristo e dos horrores da Grande Tribulação; da batalha entre Cristo e os exércitos do Anticristo; do reino Milenial de Cristo; do juízo final; e a eternidade. 


O Apocalipse encerra o cânon do Novo Testamento, e revela a vitória final do Reino de Deus. Embora boa parte do Livro fale a respeito de catástrofes que ocorrerão no período da Grande Tribulação, traz também a paz e harmonia que haverá no Milênio, que será o período em que haverá pleno avivamento em toda a terra, onde Jesus reinará por Mil anos com a Igreja glorificada. O livro finaliza com o estado de glorificação eterna dos salvos na Nova Jerusalém.  


REFERÊNCIAS: 


RENOVATO, Elinaldo. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.   

BROADUS, David Hale. Introdução ao estudo do Novo Testamento. Editora JUERP.

BRUCE, Frederick F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento. Editora Vida. pág. 1518.

BERKFORT, Louis. Introdução ao Novo Testamento. Editora CPAD. 1 Ed 2014. pág. 116-117.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. 11 ed. 2013. pág. 408.

COHEN, Armando Chaves. Estudos Sobre o Apocalipse: Um comentário versículo por versículo. Editora CPAD. 8 Ed. 2008. pág. 7;9.

HORTON, Stanley. M. Série Comentário Bíblico Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. Editora CPAD. 7 Impressão 2011.


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