06 julho 2020

Ficar em casa ou sair para trabalhar?


É fácil falar para as pessoas ficarem em casa, quando se é um servidor público (como eu) e tem o seu salário integral todos os meses na conta. Também é fácil falar em ficar em casa, quando se é um ator, jornalista, grande empresário, ou artista famoso, que pode trabalhar sem precisar sair de casa e tem reservas para ficar anos sem receber salário. 

Difícil é ficar em casa, sem ter condições de sustentar a família com as suas necessidades básicas como o alimento, remédios, etc. Não é apenas o coronavírus que mata. A fome, a falta de remédios e outras doenças também matam. 

A turma do #FiqueEmCasa coloca apenas duas opções, como se existem apenas estas: Você escolhe ficar em casa ou morrer de Covid-19, como se todos pudessem ficar em casa e todos os que precisarem sair fossem, inevitavelmente, morrer. Ora, não é assim. Isso é apelação!

Em Nova Iorque, por exemplo, 66% das pessoas que foram contaminadas estavam em casa. No Brasil, os estados que foram mais rigorosos no fechamento do comércio, Igrejas, academias, parques, etc. e isolamento total, são também os que mais tiveram mortes por Covid-19.

Por outro lado vários países que decretaram o isolamento vertical, isolando apenas os infectados e as pessoas que estão em grupos de risco, tiveram um número de mortos muito menor proporcionalmente. 

Então, as conclusões que eu chego são as seguintes:

1) A doença existe e é grave. Muitos já morreram e outros ainda poderão morrer. 

2) Devemos tomar todos os cuidados necessários: manter distância uns dos outros, usar máscaras e álcool em gel, ter muita higiene e dentro do possível, evitar aglomeração de pessoas.

3) Pessoas idosas, crianças e pessoas com doenças do pulmão, coração, diabetes e outras, também devem se manter isoladas. 
4) Os governos devem investir no tratamento eficaz da doença com hidroxidocloroquina, ivermectina e azitromicina, logo nos primeiros sintomas, para terem mais chances de salvar vidas. É preciso também, investirem no processo de descoberta da vacina e no aumento de vagas nas UTIs. 
5) As pessoas que puderem devem ficar em casa. 
6) As pessoas que precisam sair para trabalhar (como eu) não podem ser condenadas e execradas publicamente e devem tomar todos os cuidados necessários para não se contaminar. 
7) Devemos parar de politizar o assunto. 

Por fim, oremos, para que Deus tenha misericórdia de nós e extermine este vírus. 

Weliano Pires

16 junho 2020

Aprenda a lidar com os sofrimentos do passado

"Vendo, então, os irmãos de José que seu pai já estava morto, disseram: Porventura nos odiará José e certamente nos retribuirá todo o mal que lhe fizemos.
E José lhes disse: Não temais; porventura estou eu em lugar de Deus?
Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida.
Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos. Assim os consolou, e falou segundo o coração deles." (Gênesis 50.15,19-21)

Todos nós, de alguma forma, passamos situações tristes e desagradáveis no passado. Em alguns momentos, fomos injustiçados, caluniados, agredidos (física ou apenas verbalmente), perseguidos, demitidos injustamente, abandonados por alguém que amávamos, traídos, etc. Uns mais outros menos. Mas, o fato é que há coisas do passado que nos fizeram sofrer. 
O texto bíblico acima trata da situação de José, o filho preferido de Jacó, que fora vendido como escravo, pelos próprios irmãos e que, posteriormente, se tornou governador do Egito. 
Os irmãos de José, por inveja, venderam-no como escravo, para se livrarem dele e, de forma cruel e desumana, contaram ao seu pai que um animal selvagem o despedaçara. 
José foi levado ao Egito e se tornou escravo de Potifar, o chefe da Guarda de Faraó. Potifar ficou admirado com os bons serviços prestados por José e o nomeou encarregado geral da sua casa, devido ao grau de confiança que tinha nele. Entretanto, a esposa do patrão assediou sexualmente a José e, não sendo correspondida, acusou-o de tentativa de estupro. Potifar, mesmo tendo plena confiança em José, mandou prendê-lo. 
Na prisão, José teve um comportamento diferenciado, em relação aos demais prisioneiros. Isso chamou a atenção do chefe da prisão, levando-o a colocar José como responsável pelos demais presos. 
José passou dois anos preso, por um crime que não cometera. Durante este período, ele foi usado por Deus para interpretar os sonhos do padeiro e do copeiro do rei, cuja interpretação se cumpriu integralmente. 
Depois de dois anos que José estava preso, Faraó sonhou dois sonhos. Chamou os seus sábios e pediu-lhes que os interpretassem, mas, eles não conseguiram. Foi aí que o copeiro lembrou-se do que acontecera na prisão e falou de José para Faraó. 
Faraó mandou buscar José na prisão, contou-lhe os seus sonhos e José lhe deu a interpretação. Encantado com a interpretação e sabedoria de José, Faraó conversou com os seus conselheiros e nomeou José como governador geral do Egito. 
Conforme a interpretação de José, vieram sete anos de fartura e, logo em seguida, sete anos de fome. Durante a fome, os irmãos de José foram ao Egito comprar alimentos e foram atendidos por José, porém, não o reconheceram. Depois, José se identificou para eles e, por fim, trouxe toda a sua família para o Egito, para perto de si e os sustentou. 
Após a morte de Jacó, os irmãos de José ficaram receosos de que José fosse se vingar deles, por todos os males que eles lhe fizeram. Enviaram um pedido de perdão, em nome do pai, que ele tanto amava, dizendo que o pai antes de morrer, havia pedido que José os perdoasse. José, então, respondeu que eles não se preocupassem com isso, pois, o mal que eles intentaram fazer contra ele, Deus havia transformado em bem, para salvar a vida deles mesmos da fome. 
Nós não temos o poder de alterar fatos que aconteceram no passado. O que foi feito está feito e não há como mudar isso. Entretanto, a forma como nós lidamos com isso no presente e como agiremos no futuro, fará toda diferença. Podemos escolher, permanecer presos ao passado, amargurados por aquilo que nos fizeram, ou perdoar as agressões sofridas e construir um futuro diferente, considerando as lições aprendidas e evitando cometer os erros do passado.
Se foi você que fez mal a alguém no passado, faça como os irmãos de José: procure a pessoa ofendida e peça-lhe perdão. Faça o possível para corrigir os danos causados por você. Se não for possível corrigir, lute para que isso jamais se repita com outras pessoas e use o seu exemplo como aprendizado. 
Caso você tenha sido vítima da maldade de outras pessoas e isso tenha lhe causados prejuízos e sofrimentos, libere perdão, mesmo que a pessoa não se arrependa. O seu perdão não fará diferença alguma para uma pessoa má, que não se arrepende de ter feito você sofrer. Mas, fará um bem enorme a você mesmo. O perdão tira um peso enorme da nossa alma, eliminando toda raiz de amargura e abrindo as portas para ser feliz novamente. 
Devemos trazer à memória apenas os fatos do passado que nos trazem alegria e esperança. Temos o poder de escolher o que fazer com os males que nos causaram. Podemos ficar nos alimentando deles e revivendo as dores, ou perdoando e fazendo o bem para que outras pessoas não passem por aquilo que passamos. 

(Weliano Pires)

14 junho 2020

FELIZ DIA DO PASTOR

 


Hoje é o dia do pastor
Chamado pelo Senhor
Para do seu povo cuidar
E a sua palavra ensinar

Não deve ser avarento
Nem tampouco violento
Não pode ser inexperiente
Muito menos imprudente

Deve ter conduta exemplar
Da sua família deve cuidar
Pois, se não cuida dos seus,
Não cuidará da Igreja de Deus.

Muitas vezes é injustiçado
Sendo falsamente acusado
Mas, Deus a todos julgará
E a recompensa lhes dará.

Parabéns a todos os pastores
Que, de fato, são merecedores
Desta missão digna e elevada
Deus os abençoe nesta jornada.

(Weliano Pires)

21 abril 2020

Sobre o fechamento do Congresso Nacional ou do STF, Artigo 142 e intervenção militar


Sempre que acontece alguma crise no Brasil, seja de corrupção, econômica, moral, ou institucional, ressurgem alguns grupos barulhentos, saudosistas do regime militar, clamando por uma 'intervenção militar', que feche o Congresso Nacional e o STF. Para isso, invocam o Artigo 142 da nossa Constituição Federal.

Ora, em uma democracia, que é o nosso sistema de governo, a Lei máxima é a Constituição Federal e a nossa Constituição não prevê em nenhum dos seus artigos, o fechamento do Congresso Nacional. Isso seria péssimo, pois, é lá a casa das leis, que tem o poder de criar leis e fiscalizar o Executivo. Se não o faz, é o povo quem deve substituir os seus integrantes nas urnas.

O artigo 142 da Constituição não trata de fechamento do Congresso Nacional, do STF, nem tampouco de deposição do Presidente da República. Também não autoriza a intervenção militar, como muitos espalham na internet, querendo justificar um golpe militar. Vejam o que diz o Artigo 42:

“As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”

Em momento algum, o texto constitucional fala em fechamento de qualquer um dos poderes, ou sugere a possibilidade dos militares assumirem qualquer um deles. O que o texto diz é que as Forças Armadas destinam-se à defesa da Pátria e à garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, a pedido destes poderes. Isso significa que se qualquer um dos poderes estiver ameaçado, ele pode pedir o auxílio das Forças Amadas para garantir o seu funcionamento. Não tem nada a ver com pedir para fechar outro poder.

A deposição do Presidente da República está prevista nos artigos 85 e 86 da nossa Constituição e deve ser feita pelo Congresso Nacional, através de processo de impeachment, pela maioria de 2/3 na Câmara e no Senado [342 deputados e 51 senadores], sob a supervisão final do Supremo Tribunal Federal.

Tanto a Câmara dos deputados, quanto o Senado Federal tem os seus mecanismos para cassar os parlamentares que descumprirem as leis do país. Se cometerem crimes, devem ser denunciados e julgados pelo Supremo Tribunal Federal. Claro que, normalmente, nem o Congresso, nem o STF não cumprem estes papéis. Mas, nesse caso, devemos mudar os parlamentares nas urnas e pressionar para que acabem com o foro privilegiado e mudem as regras de escolhas dos Ministros do STF.

Que o Rodrigo Maia, presidente da Câmara e o Davi Alcolumbre, presidente do Senado, são ordinários, trabalham contra os interesses do Brasil e estão a serviço de quadrilhas, eu não tenho dúvidas. Mas, eles só estão lá por duas razões:

1) Porque foram eleitos pelo povo dos seus estados. O povo precisa aprender a votar e jamais eleger esse tipo de parlamentar.
2) Eles são presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, porque tiveram apoio do governo Bolsonaro, através do então ministro chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni (DEM-RS) e Joice Hasselman (PSL-SP) no final de 2018 e início de 2019. Poderiam se eleger sem o apoio do governo, mas, seria muito mais difícil e o governo não sujaria as mãos.

Qualquer saída 'mágica', fora das urnas e da Constituição, é golpe e nós já vimos esse filme. Certamente não acaba bem. Como dizia o ex-deputado e ex-presidente da Câmara, Luis Eduardo Magalhães: 
- Me incluam fora disso!

Weliano Pires

03 novembro 2019

Parabéns, meu irmão Urbano, pelos seus 50 anos!

O casal tinha um ano de casado
No final da década de sessenta
O primeiro filho era esperado
Todos sabem o que isso representa

Em sessenta e nove, o fato aconteceu
No mês de novembro, aos três do mês
Na casa de José e Nicinha nasceu
O primogênito, do casal camponês

Toda a família se encheu de alegria
O pai deu-lhe o nome de Urbano
Certamente, ele não imaginaria
Que era o nome de um cristão romano

Desde pequeno, sempre foi trabalhador
Perfeccionista, em tudo o que fazia.
Muito estudioso, tornou-se professor
Há trinta e um anos o faz com maestria

Casou-se e uma linda família construiu
Pela qual, tenho muito carinho e amor
Da responsabilidade nunca fugiu
Sendo sempre, um pai super protetor

Meus parabéns, meu querido irmão
Pelo que sempre foi, como pessoa, amigo
Irmão, filho, cidadão, esposo, pai e cristão
Quem te conhece, atesta o que eu digo

São cinqüenta anos que você completa
Com muita saúde, alegria e vigor
Desejo que a sua vida seja repleta
Das bênçãos e proteção do Senhor

Weliano Pires

31 outubro 2019

Por que a igreja precisa de uma nova reforma


(Rev. Hernandes Dias Lopes)

A Reforma Protestante do Século XVI foi o maior movimento na igreja cristã depois do Pentecostes. Não foi uma inovação, mas uma volta ao cristianismo puro e simples, uma retomada da doutrina apostólica, um retorno às Escrituras. A igreja cristã havia se desviado da verdade, e introduzido doutrinas e práticas estranhas às Escrituras. O culto às imagens, a mediação dos santos, a veneração a Maria, a salvação pelas obras, o confessionário, o purgatório, as relíquias, as indulgências e a infalibilidade papal foram desvios gritantes que encontraram guarida na igreja. Era urgente uma Reforma, e Deus preparou o momento e as pessoas certas para essa volta às Escrituras. No dia 31 de Outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero, fixava nas portas da igreja de Wittenberg suas noventa e cinco teses contras as indulgências, deflagrando, assim, esse decisivo movimento.

Hoje, ao olharmos o cenário religioso brasileiro constatamos que a igreja evangélica precisa de uma nova Reforma. Desviamo-nos do caminho da ortodoxia. As verdades essenciais da fé evangélica estão ausentes de muitos púlpitos chamados protestantes. Novidades estranhas às Escrituras têm sido introduzidas nas igrejas sob a conivência de uns e o silêncio de outros. A igreja protestante já não protesta mais. Somos chamados de evangélicos, mas o puro evangelho está escasseando em muitas igrejas. Temos influência política, mas falta-nos autoridade moral. Temos poder econômico, mas falta-nos poder espiritual. Temos um explosivo crescimento quantitativo, mas falta-nos o crescimento qualitativo. Precisamos de uma nova Reforma. Alistaremos a seguir três motivos que exigem uma nova Reforma já.

1. Porque o liberalismo teológico tem assaltado muitas igrejas em nossa Pátria – O mesmo liberalismo que devastou as igrejas na Europa, e na América do Norte chegou às terras brasileiras, e seu fermento maldito está presente em muitos seminários, e este veneno letal tem sido espalhado das cátedras para os púlpitos e dos púlpitos para os crentes e assim, muitas igrejas já não crêem mais na inerrância e suficiência das Escrituras. Em consequência desse colapso espiritual há algumas igrejas que defendem um concubinato espúrio entre cristianismo e evolucionismo, negando a realidade da criação, conforme registrada em Gênesis 1 e 2.

2. Porque o misticismo sincrético tem invadido muitos arraiais evangélicos – Temos visto a igreja evangélica brasileira capitular-se ao misticismo pagão. O verdadeiro evangelho está ausente de muitos púlpitos. Prega-se sobre prosperidade e não sobre salvação; prega-se sobre curas e milagres e não sobre arrependimento e novo nascimento; o lucro substituiu a mensagem da salvação em muitas igrejas. Temos visto igrejas se transformando em empresas, o púlpito em balcão, o evangelho num produto e os crentes em consumidores. Além desse descalabro, muitas crendices têm substituído a verdade em muitas igrejas. Esses crentes incautos têm se alimentado do farelo do sincretismo, em vez de serem nutridos pelo Pão da Vida. Há crentes, que olham para a Palavra de Deus como um livro mágico e consultam a Bíblia como se ela fosse um horóscopo. Há aqueles que colocam um copo d’água sobre o aparelho de televisão, enquanto o suposto homem de Deus ora, pensando que essa água "benzida" tem poder extraordinário. Essas práticas não são bíblicas e devem ser reprovadas. Urge, certamente, uma nova Reforma.

3. Porque muitas igrejas se acomodaram a uma ortodoxia morta – A Reforma restaurou não apenas a supremacia das Escrituras e a primazia da pregação, mas também, enfatizou a necessidade de uma vida piedosa. Não podemos separar a teologia da vida; a doutrina da prática; a ortodoxia da piedade. Não basta conhecer a verdade, precisamos ser transformados por essa verdade. Na Igreja Reformada encontramos teologia pura e vida santa.



20 setembro 2019

A beleza do matrimônio


Como é belo o amor conjugal!
A união entre homem e mulher
A aliança que usam é um sinal
De que são fiéis, como Deus quer.
 
Deus criou o homem primeiro
E viu que a solidão não era boa
Fez cair-lhe um sono certeiro
E com uma costela, fez a varoa.

Deus os chamou para dar início
À celebração do casamento
Monogâmico e vitalício
São um, a partir desse momento.

Deus, então, os abençoou
Com a ordem de se multiplicar
Adão, então, muito feliz ficou
Agora tinha Eva para amar.

Assim começou o matrimônio
Para a raça humana perpetuar
Unindo o corpo e o patrimônio
Dos que resolverem se casar.

Tudo o que Deus faz é bem feito
Mas, o homem com seus achismos
Quer fazer as coisas do seu jeito
E criou o homossexualismo.

Criou o adultério, a prostituição
A poligamia, o concubinato
O divórcio, que finda a relação.
Isso não é casamento de fato.
 
Para o casamento durar
Precisa ter Deus no coração
Entender, renunciar e amar
E praticar sempre o perdão.

(Weliano Pires)

12 setembro 2019

Setembro amarelo, mês de prevenção ao suicídio


Setembro, mês da independência
Mês da árvore e da primavera
Uma campanha ganhou evidência
E novo significado lhe dera.

Setembro passou a ser denominado
Pelo tema "Setembro amarelo"
Este movimento é um chamado
À prevenção de um grande flagelo

Trata-se do ato do suicídio
Uma calamidade mundial
Que promete alívio perfídio
A quem vive uma crise existencial

O suicídio não escolhe idade
Atinge de idoso a adolescente
Da riqueza à miserabilidade
Atores, presos e até presidente.

Eu já perdi muitos parentes e amigos
Que por não conseguirem suportar
O abandono, infortúnio ou perigos
Chegaram à própria vida abortar.

Se você que está lendo estes versos
Tem depressão, paixão mal resolvida
Ansiedade e outros males diversos
Não desista jamais da sua vida.

Antes de tomar qualquer decisão
Saiba que existe sempre uma saída.
Busque a ajuda de Deus em oração
E o Centro de valorização da vida.

Weliano Pires


23 agosto 2019

A leitura bíblica substitui a necessidade do estudo teológico?

Vejo algumas pessoas que reverberam contra o estudo teológico, alegando que este faz o crente esfriar na fé ou afasta-o de Deus. Segundo dizem, bastaria ao crente ler a Bíblia, sem a necessidade de estudar teologia ou consultar dicionários teológicos. Mas, será que ler a Bíblia sozinho é suficiente para entendê-la?

Uma coisa não exclui a outra. A leitura devocional da Bíblia, em oração, é indispensável para aproximação entre o crente e Deus. Entretanto, o estudo teológico é fundamental para o crente entender o que está lendo na Bíblia.

Eu fui criado na Igreja Evangélica Assembleia de Deus. Ainda na minha adolescência, li a Bíblia inteira por duas vezes, do Gênesis ao Apocalipse e sempre li textos aleatórios. Mas, apenas lendo, não entendia muito, pois, a Bíblia foi escrita em um continente totalmente diferente do nosso, em épocas muito distantes, em culturas muito diferentes e em idiomas que eu desconheço.

Sendo aluno da Escola Bíblica Dominical, estudei muitos comentários escritos por teólogos sérios e piedosos. Estes estudos me ajudaram a entender muita coisa na Bíblia. Tornei-me professor da Escola Dominical há 19 anos e senti a necessidade de fazer um curso teológico para aprofundar o conhecimento bíblico e assim, melhorar as minhas aulas. Fiz apenas o curso médio. Descobri que sabia muito pouco e ainda tenho muito o que aprender. Estes estudos nunca me afastaram de Deus ou da Bíblia. Ao contrário, me aproximam cada vez mais.

O problema não está no estudo teológico. Está na arrogância de algumas pessoas que acham que porque estudaram um pouco, sabem tudo. Estas pessoas, se permanecessem na ignorância, também teriam problema, pois, criariam doutrinas estranhas, baseadas em interpretações equivocadas da Bíblia.

Dizer que basta ler a Bíblia, sem buscar o conhecimento teológico, equivale a dizer que não é preciso estudar medicina ou consultar médicos, basta ler a bula dos remédios e se automedicar.

Não fosse o estudo teológico, nem Bíblia em português nós teríamos para ler. Provavelmente estaríamos adorando imagens de esculturas, fazendo procissões, pagando indulgências e comprando supostas relíquias.

Pense nisso!

Pb. Weliano Pires

27 julho 2019

O grande legado de um homem de Deus


Moisés, o servo do SENHOR, morreu ali, em Moabe, como o Senhor dissera.
O SENHOR o sepultou em Moabe, no vale que fica diante de Bete-Peor, mas, até hoje ninguém sabe onde está localizado seu túmulo.
Moisés tinha cento e vinte anos de idade quando morreu; todavia, nem os seus olhos nem o seu vigor tinham se enfraquecido.
Os israelitas choraram Moisés nas campinas de Moabe durante trinta dias, até passar o período de pranto e luto.
Ora, Josué, filho de Num, estava cheio do Espírito de sabedoria, porque Moisés tinha imposto as suas mãos sobre ele. De modo que os israelitas lhe obedeceram e fizeram o que o Senhor tinha ordenado a Moisés.
Em Israel nunca mais se levantou profeta como Moisés, a quem o Senhor conheceu face a face, e que fez todos aqueles sinais e maravilhas que o Senhor o tinha enviado para fazer no Egito, contra o faraó, contra todos os seus servos e contra toda a sua terra.
Pois, ninguém jamais mostrou tamanho poder como Moisés, nem executou os feitos temíveis que Moisés realizou aos olhos de todo o Israel.”
(Deuteronômio 34.5-12)


Moisés nasceu no Egito, em um período muito difícil para Israel. Ele era da descendência de Levi, o terceiro filho de Jacó. Era filho de um casal chamado Anrão e Joquebede.
Na ocasião do seu nascimento, o seu povo era escravo no Egito. Como estavam aumentando muito, o rei do Egito deu ordem para que as parteiras matassem os meninos que nascessem e deixassem viver apenas as meninas. Porém, as parteiras temeram a Deus e desobedeceram à ordem absurda do rei. O rei, então, muito enfurecido, ordenou aos soldados que jogassem as crianças do sexo masculino no rio ao nascerem.
Quando Moisés nasceu, a sua mãe o escondeu por três meses, para evitar que fosse morto. Mas, como não podia mais escondê-lo, colocou-o em uma arca, vedou-a com betume para não entrar água e colocou-o no Rio. A sua irmã Miriam, que era uma adolescente, ficou olhando de longe, para ver o que iria acontecer.
A filha de Faraó foi banhar-se no rio e ouviu o choro da criança. Pediu à sua serva que abrisse a arca, para ver o que tinha dentro e deparou-se com um lindo bebê. Nesse momento, a irmã de Moisés se apresentou e perguntou se a princesa gostaria que ela encontrasse uma mulher para amamentar e criar o menino para ela. Imediatamente, ela disse que sim e a jovem foi chamar a mãe do menino, que o criou com todo amor.
Depois que cresceu, Moisés resolveu visitar o seu povo nos campos de trabalhos forçados em que eram oprimidos. Lá, viu um egípcio espancando um dos seus parentes. Furioso com aquela covardia, Moisés matou o agressor e escondeu o corpo na areia.
No dia seguinte, Moisés retornou ao acampamento e viu dois israelitas brigando. Tentou apartar a briga, argumentando que eles não deveriam brigar, pois eram irmãos. O agressor respondeu a Moisés:
- Ora, quem te colocou como juiz entre nós? Estás querendo me matar, como fizeste ontem com o egípcio?
O caso chegou ao rei do Egito e Moisés teve que fugir, para não ser morto.
Nesta fuga, Moisés foi até à terra de Midiã. Casou-se por lá e passou a cuidar das ovelhas do seu sogro. Viveu quarenta anos nessa terra.
Certo dia, quando cuidava das ovelhas, subiu a um monte e percebeu que uma sarça queimava, mas, não era consumida pelo fogo. Achando estranho aquele fenômeno, Moisés resolveu se aproximar e ver o que estava acontecendo.
Do meio do fogo, ouviu uma voz que lhe dizia:
- Moisés, Moisés! Não te chegues para cá! Tire as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que estás pisado é terra santa.
- Eu sou o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Tenho visto a aflição do meu povo no Egito e resolvi livrá-los.
Neste diálogo, Deus ordenou que Moisés retornasse ao Egito e falasse com Faraó, para que libertasse o povo de Israel da escravidão. Evidentemente, Moisés temeu e sentiu-se incapaz de realizar tão difícil tarefa. Mas, Deus insistiu que ele teria que ir, na companhia de Aarão seu irmão e eles foram.
Chegando ao Egito, Moisés foi rever os seus parentes e contou-lhes tudo, sobre o plano de libertação que Deus lhe delegara.
Quando falaram a Faraó, este se mostrou endurecido e não quis libertar o povo. Foi preciso Deus mandar dez pragas sobre o Egito, mostrando o seu grande poder: as águas se transformaram em sangue, vieram enxames de moscas, piolhos, gafanhotos, rãs, saraivas, úlceras nas pessoas, doenças e morte de animais, trevas e a morte de todos os primogênitos do Egito. Nenhuma destas pragas atingiu o povo de Israel.
Depois da última praga, Faraó resolveu libertar o povo. Os egípcios, apressados para que os israelitas deixassem o Egito, deram tudo o que eles pediram. Saíram do Egito neste dia, seiscentos mil israelitas, sem contar as mulheres e crianças.
Deus endureceu o coração do Faraó e este resolveu perseguir os israelitas. Chegando em frente ao Mar Vermelho, o povo de Israel se desesperou, pois, havia montanhas dos dois lados, Faraó e o seu exército vinham atrás e o mar estava à frente. Mas, Deus ordenou que Moisés estendesse a vara sobre o mar e este se abriu.
Israel passou pelo meio do mar em terra seca. Deus dificultou a passagem dos egípcios, arrancando-lhe as rodas dos carros. Quando Israel terminou de atravessar, o mar se fechou, sob as ordens de Moisés, e os egípcios morreram afogados.
Durante quarenta anos, Deus permitiu que o povo de Israel peregrinasse no deserto, sob a liderança de Moisés. Houve muita murmuração por parte deles e Deus fez grandes milagres. Nesse período, Deus lhes enviou, diariamente, uma comida chamada Maná; transformou águas amargas em água doce; mandou codornizes; fez brotar água da rocha para eles beberem; e guiou-os, de dia com uma coluna de nuvem e de noite com uma coluna de fogo, para protegê-los, respectivamente do calor e do frio do deserto.
Devido à rebeldia, ingratidão e constantes murmurações daquela geração que saíra do Egito, Deus determinou que eles não entrariam na terra prometida, com exceção de Josué e Calebe, que permaneceram fiéis ao Senhor. Até Moisés, devido à sua solidariedade ao povo e por ter desobedecido à voz de Deus, quando este mandou que falasse à rocha para que vertesse água e Moisés bateu na rocha, também não entrou na terra prometida.
Entretanto, a história de Moisés termina de forma emocionante. Deus avisou-lhe que ele não entraria na terra prometida e escolheu Josué como seu sucessor. Mas, Deus levou Moisés ao monte Nebo para ver a terra prometida. Após vê-la, Moisés morreu e foi sepultado pelo próprio Deus, na terra de Moabe. Até hoje, ninguém sabe onde ele foi sepultado.
Moisés não deixou herança para os seus sucessores. Morreu no deserto. Mas, deixou um legado de fé, trabalho, amor, mansidão, liderança e fidelidade ao Senhor. O texto bíblico diz que “nunca mais se levantou em Israel, profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera cara a cara.” Isto significa que Moisés tinha uma proximidade muito grande com Deus. Moisés foi usado por Deus, para fazer grandes milagres. O seu corpo nunca perdeu o vigor, mesmo aos cento e vinte anos, quando morreu.
Quando nós morremos, podemos deixar herança ou legado. A herança são os bens materiais, que deixamos para os nossos descendentes. Logo elas passarão para as mãos de outros e se acabarão. Legalmente, o legado é uma herança deixada para alguém, através de um testamento. Mas, simbolicamente, o legado é o nosso exemplo de vida. O nosso legado será aquilo, pelo que seremos lembrados, após a nossa partida.
O que as pessoas dirão de nós, após a nossa partida? Seremos um exemplo a ser imitado? Normalmente em velórios, diante da comoção, as pessoas costumam elogiar o falecido e falam até coisas que não são verdadeiras. Mas, entre os conhecidos, a verdade prevalece. Todos se lembrarão daquilo que nós representamos para eles.

Esforcemo-nos para deixar um bom exemplo de vida para a nossa posteridade.

Pb. Weliano Pires





10 julho 2019

O Sacerdócio Levítico e o Ministério Cristão

“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: 

- Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.  Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço.  Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.” (Atos 6.1-4)


Muitos evangélicos, especificamente pastores, confundem o Ministério Cristão com o Sacerdócio Levítico e, por conta disso, há muita confusão e problemas desnecessários, nas administrações de Igrejas.

Diante da experiência ministerial de alguns líderes evangélicos, eu sou apenas um menino, pois, mesmo sendo presbítero há onze anos, eu nunca dirigi uma Igreja, embora já tenha auxiliado a vários pastores e atuo como professor da Escola Bíblica Dominical há dezenove anos.

O fato é que o atual modelo de administração eclesiástica, especificamente o assembleiano do qual faço parte, está falido e muito distante dos parâmetros da Igreja Primitiva.

Ora, o Sacerdócio da Antiga Aliança não é o modelo de liderança para a Igreja. Há muitas diferenças entre ambos e eu gostaria de colocar as principais abaixo:

1) Os sacerdotes eram mediadores entre Deus e a Congregação de Israel. Os sacerdotes, especificamente o Sumo sacerdote, eram tipos de Cristo e, como tal, faziam o papel de mediadores entre o povo de Israel e Deus. Os ministros do Novo Testamento não exercem este ofício.

2) Os sacerdotes exerciam papel de juízes. Os sacerdotes, especificamente no período teocrático, como nos casos de Eli e Samuel, exerciam o papel de juízes da Nação, não apenas em questões religiosas, mas, em questões civis e criminais. Este também não é papel dos ministros da Nova Aliança, pois, isso é papel do estado.

3) O sacerdócio da Antiga Aliança era hereditário e automático. Todos os filhos de Aarão eram naturalmente sacerdotes e o filho mais velho era o sucessor automático do Sumo sacerdote. Na Nova Aliança não existe isso. Os ministros são chamados individualmente por Deus, sem critérios genealógicos.

4) O sumo sacerdote era o administrador do Templo e os sacerdotes os seus auxiliares. Não podiam ter outras atividades além do sacerdócio e não tinham herança em Israel. As demais tribos os sustentavam através dos dízimos e ofertas. Estas contribuições eram semelhantes aos impostos nos dias de hoje.


Isto posto, faço agora algumas considerações sobre os ministros da Nova Aliança, à luz dos escritos do Novo Testamento:

1) Os Ministros do Evangelho no Novo Testamento não são considerados mediadores entre Deus e os homens. Este papel é exercido por Jesus (1 Tm 2.5). O ministro do Novo Testamento é um servo da Igreja.

2) Os pastores do Novo Testamento não são juízes de questões civis e criminais. As questões que os pastores tratavam eram teológicas e referentes à doutrina ou ao pecado.

3) Os pastores do Novo Testamento não eram administradores de Igrejas. Este papel era exercido pelos diáconos. Em Atos 6, na instituição dos diáconos, Pedro deixa claro que não é razoável que os pastores deixem a pregação do Evangelho e a oração, para cuidar de assistência social. Lamentavelmente, hoje vemos pastores, que deveriam estar pregando o Evangelho, visitando doentes e orando, sendo secretário, tesoureiro, cuidando de construção, sendo deputados e uma série de atividades que nada tem a ver com a função de pastor no Novo Testamento.

4) Os Ministros do Novo Testamento não são donos ou dominadores da Igreja. Pedro falou que os Presbíteros devem apascentar o rebanho de Deus, não como dominadores, mas, servindo de exemplo ao rebanho.

5) Os Ministros do Novo Testamento não são intocáveis ou inquestionáveis. A ideia de líderes mundiais que não podem ser questionados nem dar satisfação dos seus atos a ninguém, não está no Novo Testamento. Paulo repreendeu a Pedro em Antioquia, quando este se afastou dos gentios para não 'se queimar com os judeus'. Pedro também teve que se explicar para a Igreja em Jerusalém, após ter batizado Cornélio e comido em sua casa.


Para concluir, eu acho que as Igrejas precisam urgentemente, restabelecer o modelo do Novo Testamento, onde os pastores cuidavam da parte espiritual, orando, ensinando e evangelizando; e a parte administrativa e assistencial era feita pelo diaconato.


É preciso urgentemente acabar com as capitanias hereditárias, nepotismo eclesiástico, ditaduras, estrelismo e politicagens convencionais. Isto é incompatível com a pureza e simplicidade do Evangelho.


Que Deus nos guarde!


Pb. Weliano Pires

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