04 novembro 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 06: A PROMESSA DE CURA DIVINA


Ev. WELIANO PIRES

Nesta lição estudaremos sobre a promessa de cura divina, como parte da obra redentora de Cristo no Calvário. Em seu ministério terreno, Jesus movido de íntima compaixão pelas pessoas doentes, curou muitos enfermos: leprosos, paralíticos, cegos, surdo, mudo, um homem com a mão mirrada, uma mulher com um fluxo de sangue, etc. Os apóstolos deram continuidade e, no Nome de Jesus, também realizaram muitas curas. 


No primeiro tópico, falaremos da promessa bíblica da cura divina. Inicialmente falaremos da promessa messiânica de Isaías, que diz que Jesus tomou sobre si as nossas enfermidades (Is 53.5,5). Na sequência, falaremos do cumprimento desta profecia no ministério de Jesus, quando Ele curou muitas pessoas em Cafarnaum, entre elas a sogra de Pedro (Mt 8.14-17). Por último, veremos que no Novo Testamento, os ministros do Evangelho são chamados a orar pelos enfermos e ungi-los com óleo em Nome do Senhor, para que sejam curados (Tg 5.14,15).


No segundo tópico, falaremos da origem e consequências das doenças no mundo. Inicialmente, veremos que a origem geral das doenças foi a entrada do pecado no mundo. As doenças e a morte são consequências da desobediência a Deus. Na sequência, falaremos da consequência do advento das doenças, que foi a diminuição paulatina do tempo de vida dos seres humanos. Por último, falaremos da proliferação das doenças, que podem ser de ordem física e mental. O comentarista não citou, mas há também doenças de ordem espiritual. 


No terceiro tópico, veremos que Jesus Cristo cura sim. A cura divina faz parte do plano de Deus, pois Ele se identificou aos Israelitas, quando eles saíram do Egito, como Yahweh Raphá (O SENHOR que te sara). Veremos também que Jesus continua curando, pois Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Por último, veremos o que podemos fazer para alcançar a cura divina. Há alguns princípios bíblicos que devemos observar.


REFERÊNCIAS:


RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024. 

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 39.

FERNANDO, Ajith. Ministério Dirigido por Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp. 212,213. 

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 519


02 novembro 2024

PROMESSA E PERSEVERANÇA NA SALVAÇÃO

(Comentário do 3º tópico da Lição 05: A promessa de Salvação).

Ev. WELIANO PIRES 

No terceiro tópico, falaremos da promessa e perseverança na Salvação. Veremos que a base da promessa da Salvação é Cristo, pois somente pelo seu sacrifício podemos ter os nossos pecados perdoados. Na sequência, falaremos da apostasia individual. A salvação não é algo incondicional e irresistível, como ensina o Calvinismo. Há diversos exemplos na Bíblia que confirmam isso. Por último, falaremos da promessa e segurança da Salvação. Aqueles que viveram com Cristo neste mundo, ao passarem pela morte estarão seguros para a vida eterna. 

1- A base da promessa de salvação é Cristo. Conforme vimos no primeiro tópico, o Senhor Jesus é o Único Salvador e Seu sacrifício na Cruz é o Único meio de purificação dos nossos pecados. Portanto, Ele é a base da promessa de salvação. A eleição e predestinação da Igreja para a salvação é “em Cristo”. A Bíblia diz que “Deus nos elegeu nele (Jesus) antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis em amor, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo para si mesmo, segundo o beneplácito de Sua vontade.” (Ef 1.4,5). 

A eleição para a salvação não é apenas para um grupo de pessoas específicas, incondicionalmente, como ensinam os calvinistas. Deus enviou o Seu Filho ao mundo para morrer por todos e convida todos ao arrependimento. Mas as pessoas podem resistir à Graça de Deus e permanecerem em seus pecados se assim o desejarem. A salvação é oferecida a todos, mas só serão salvos aqueles que crerem em Jesus. Deus amou a todos e enviou o Seu Filho para que todos os que nele crerem não pereçam, mas tenham a vida eterna (Jo 3.16). O apóstolo Paulo disse que “a Graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens”. (Tt 2. 11).

2- A Apostasia Individual. O termo apostasia vem do grego ‘apostasis’, que significava originalmente uma rebelião política ou deserção. No Novo Testamento a palavra é usada para se referir ao abandono consciente e definitivo da fé cristã (1Tm 4.1). Há a apostasia doutrinária, que é o caso da pessoa que, depois de conhecer a Verdade, rejeita consciente e definitivamente os ensinos da Palavra de Deus e abraça doutrinas de homens e de demônios. Pode haver também a apostasia moral, que acontece quando a pessoa conhece a Deus, mas prefere se entregar deliberadamente ao pecado. 

Este é outro ponto de divergência entre calvinistas e arminianos. Os calvinistas ensinam que não é possível os eleitos perderem a sua salvação e que uma vez salvo, salvo para sempre. Os arminianos, por sua vez, creem que a pessoa pode ser salvo por Jesus e depois se afastar dele e perder a sua salvação. De fato, temos na Bíblia vários alertas para os crentes vigiarem para perderem a salvação. Ora, se não houvesse esta possibilidade, não haveria a necessidade destas advertências. 

A Epístola aos Hebreus nos mostra claramente que é possível alguém que já foi salvo, se apostatar da fé e se perder: “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério.” (Hb 6.4-6). Ora, não dá para dizer que alguém que foi iluminado, que provou o dom celestial, foi participante do Espírito Santo e provou as virtudes do século futuro não era salvo. 

3- A Promessa e a Segurança da Salvação. A grande diferença do justo para o ímpio não é prosperidade e bem estar neste mundo, como ensina a teologia da prosperidade. Até porque as pessoas mais ricas e poderosas deste mundo não são servos de Deus. Há muitos ricos, famosos e poderosos que passam a vida inteira atolados no pecado, vivendo como se Deus não existisse. Por outro lado, há muitas pessoas pobres que servem a Deus com fidelidade. 

A diferença entre os que serviram a Deus neste mundo e os que viveram no pecado, ignorando Deus, será vista logo que partirem desta vida. A promessa de salvação traz esperança e segurança para os que morrerem com Cristo. Paulo disse que “se morrermos com Cristo, com Ele viveremos”. (2Tm 2.11). Os que partem desta vida com Cristo serão levados imediatamente pelos anjos ao Paraíso e aguardarão o arrebatamento da Igreja, quando receberão um corpo glorificado e estarão para sempre com o Senhor. Por outro lado, será aterrorizante para os que partirem desta vida sem Jesus. Irão imediatamente para o Hades e aguardarão a ressurreição para o juízo final e a condenação eterna. 

REFERÊNCIAS:

RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024. 
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 38.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal.  RIO DE JANEIRO: CPAD, 19ª Ed. 2018, p.371. 

01 novembro 2024

A NATUREZA DA PROMESSA DE SALVAÇÃO

(Comentário do 2° tópico da Lição 05: A promessa de Salvação). 


Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos da natureza da promessa da Salvação. Para uma melhor compreensão da natureza da promessa da Salvação, o comentarista nos apresenta aqui, os três principais aspectos da Salvação: a justificação, que é a absolvição por Deus das nossas culpas, mediante a fé em Cristo; a regeneração, ou novo nascimento, que é o processo de transformação interior, que o Espírito Santo realiza naqueles que se entregam a Cristo; e a santificação, que é a separação de tudo o que é mau e a consagração a Deus. 


1- Justificação. A justificação é um termo jurídico, que significa o perdão da pena de um réu pelos crimes cometidos, sem que ele tenha sido considerado inocente. Ou seja, o réu continua sendo culpado, mas é livre da condenação, porque a autoridade desistiu de puni-lo. Em relação a Deus, todos os seres humanos nascem pecadores e são considerados culpados diante dele. 


O pecado faz separação entre o homem e Deus e há uma sentença de morte eterna contra os pecadores no tribunal de Deus. Nenhum ser humano pode, por seus próprios méritos, livrar-se dessa condenação. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, enviou o Seu Filho Jesus, que assumiu a culpa pelos nossos pecados e recebeu a condenação por eles na cruz. 


A justificação é muito mais do que apenas o perdão dos pecados cometidos. É também a atribuição da justiça de Cristo ao crente e a declaração como justos diante de Deus, como se nunca tivéssemos cometido pecado. Somente Deus pode justificar o ser humano, pois Ele é o ofendido pelo pecado e é o Juiz de todo o Universo. Por isso, as indulgências concedidas ou vendidas pela Igreja Católica são uma afronta a Deus. 


Ao longo da história da Igreja, houve e ainda há muita discussão sobre a forma de se alcançar a justificação. Para os católicos, Deus justifica as pessoas através de obras, sacramentos e penitências. Por conta disso, muitos praticam esmolas, fazem votos de pobreza e muitas orações, a fim de alcançar o perdão de Deus. A justificação foi uma das bases da Reforma Protestante. Martinho Lutero era um monge, que fazia muitas orações, sacrifícios e penitências, a fim de ser aceito por Deus. Entretanto, quanto mais ele fazia estas coisas, mas sentia-se indigno diante de Deus. Ao estudar a Epístola aos Romanos, ele entendeu que a justificação é um favor de Deus, que é obtido através da fé em Cristo e não por obras ou merecimento. 


2- Regeneração. A palavra grega traduzida por regeneração é palingenesia, que aparece duas vezes no Novo Testamento. Em Mateus 19.28, Jesus usa esta palavra com outro sentido, para se referir à restauração da terra no período do Milênio. Já o apóstolo Paulo usa esta palavra em Tito 3.5, para se referir à renovação espiritual operada pelo Espírito Santo em nosso interior. Segundo Stanley Horton, “a regeneração é a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior.” 


O Novo Testamento usa também a expressão grega “gennethenai anoothen”, traduzida por “nascer de novo” em João 3.3, que pode ser traduzida também por nascer do alto, ou de cima. Há também outra expressões correlatas, como por exemplo, anagennaos “de novo gerados” que é usada em 1 Pedro 1.3,23. Esta expressão significa também a transformação do nosso interior pelo Espírito Santo, para sermos um novo ser conforme a vontade de Deus. O novo nascimento é indispensável para a entrada no Reino de Deus. 


3- Santificação. A santificação nos é apresentada no Novo Testamento como um ato de separação do mundo. Quando recebemos a Cristo como Salvador, somos santificados pelo Espírito Santo e separados do mundo (sistema), que jaz no maligno e é inimigo de Deus. Mas isso não representa a totalidade da santificação, pois ela é um ato instantâneo do Espírito Santo, mas é também um processo que nos torna parecidos com Cristo, à medida que andamos no Espírito.


A santificação é um processo que passa por três estágios, que compreendem o passado, o presente e o futuro. 

a) Santificação inicial ou posicional. Acontece quando o crente nasce de novo, é santificado pelo Espírito Santo e tem os seus pecados apagados pela fé em Cristo. 

b) Santificação Progressiva. Acontece durante a nossa jornada neste mundo, quando andamos no Espírito e nos revestimos do novo homem. 

c) Glorificação. Acontecerá no ato do arrebatamento da Igreja, quando o nosso corpo for revestido de imortalidade e incorruptibilidade e estivermos livres da presença do pecado.


31 outubro 2024

A PROMESSA DA SALVAÇÃO

(Comentário do 1º tópico da Lição 05: A promessa de Salvação)


Ev. WELIANO PIRES 


No primeiro tópico, falaremos mais detalhadamente sobre a promessa da Salvação. Inicialmente, veremos que a Salvação é um maravilhoso presente de Deus, concedido a todos os que crerem em Jesus. Na sequência, traremos a explicação da Obra da Salvação, que é uma providência de Deus para livrar o ser humano da condenação eterna. Por último, falaremos do Único Salvador, que é Jesus Cristo, o Filho de Deus.  


1- Uma maravilhosa salvação. O propósito desta lição é falar da promessa da Salvação. Falaremos um pouco da Doutrina da Salvação no segundo tópico, mostrando os seus aspectos, para explicar a abrangência da Salvação. Aqui, no entanto, vamos abordar as promessas relacionadas à Salvação, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Toda a narrativa bíblica gira em torno de três temas principais: Criação, Queda e Redenção. Sendo assim, não é possível entender a redenção da humanidade, sem antes entender a Criação e a Queda. 

No princípio, Deus criou todas as coisas visíveis e invisíveis. Mas nada disso faria sentido, se não houvesse o ser humano, que foi criado à imagem de Deus e conforme a Sua semelhança. No sexto dia, Deus criou o homem, para governar os animais e as demais coisas criadas. Do homem, Deus formou a mulher, para que fosse a sua companheira e auxiliadora nesta missão. Após criar a mulher, Deus uniu o primeiro casal e ordenou-lhes que se multiplicassem e povoassem a terra. 

Deus visitava diariamente o primeiro casal no Jardim do Éden e conversava com eles. Entretanto, o inimigo enganou a mulher, distorcendo o que Deus havia ordenado e induziu-a a pecar contra Deus. A mulher por sua vez, induziu o homem a também pecar. Por causa disso, eles foram expulsos do Jardim do Éden e perderam a comunhão com Deus, pois Ele é absolutamente santo e não pode tolerar pecado. 

Após a Queda do primeiro casal, Deus deu a sentença ao homem, à mulher e à serpente, que era a personificação do inimigo. Junto com a sentença que Deus deu à serpente, Deus apresentou também, em Gênesis 3.15, a primeira promessa de Salvação da humanidade, que é chamada de Proto Evangelho.  Nesta promessa, Deus disse que o descendente da mulher feriria a cabeça da serpente e ela lhe feriria o calcanhar. É uma referência à vinda de Cristo, para derrotar o inimigo e salvar os pecadores. 

Depois disso, Deus reafirmou a promessa de Salvação no Antigo Testamento através de tipos e figuras. Logo após a expulsão do primeiro casal, Deus tirou a pele de um animal e os cobriu. Este animal morto, apontava para a Obra de Cristo para nos salvar. No capítulo 22 de Gênesis, Deus ordenou que Abraão subisse ao Monte Moriá e sacrificasse o seu filho Isaque. Chegando lá, Deus impediu que Abraão fizesse o sacrifício e substituiu Isaque por um animal. Esta substituição de Isaque também aponta para Cristo que foi morto em nosso lugar. 

Todo o sistema de sacrifícios também prefigurava o sacrifício vicário de Cristo, e a própria formação da nação de Israel tinha o objetivo de trazer o Salvador ao mundo. Deus prometeu também a salvação através dos profetas, principalmente o profeta Isaías que mencionou abundantemente o advento do Messias e os seus sofrimentos. O Novo Testamento nos mostra o cumprimento destas promessas e explica que estas figuras do Antigo Testamento apontavam para Cristo e sua obra de Salvação. 


2- A obra de salvação. A palavra salvação no grego é soteria. Por isso, a Doutrina Salvação é chamada de Soteriologia. Soteria significa salvação de um perigo (Lc 1.69,71), cura de uma enfermidade (At 27.34), libertação da prisão (Fp 1.19) ou livramento de um afogamento (Hb 11.7). No Antigo Testamento quando se fala em Salvação, na maioria das vezes é uma referência a estas ocasiões e não necessariamente à Salvação conforme nós conhecemos hoje. A promessa da Salvação dos pecados só foi pormenorizada no Novo Testamento, após a vinda de Jesus a este mundo. 

O texto da Leitura Bíblica em Classe nos apresenta uma parte do diálogo de Jesus com Nicodemos, um rabino do partido dos fariseus, que foi ao encontro de Jesus durante a noite, com medo de ser visto conversando com Ele. Nicodemos iniciou a conversa dizendo a Jesus, que sabia que Ele era um mestre vindo da parte de Deus, por causa dos milagres que Ele fazia. Jesus lhe falou sobre o novo nascimento e ele não entendeu nada, pois pensava que Jesus se referia a um segundo nascimento biológico. Na sequência desta conversa, Jesus explicou que, da mesma forma que Moisés levantou uma serpente de bronze no deserto, para que aqueles que fossem picados por serpentes e olhassem para ela fossem curados, Ele também seria levantado, para que todos os que nele cressem, não perecessem, mas alcançassem a vida eterna (Jo 3.15).

Os apóstolos de Jesus também falaram da Salvação dos pecados em suas pregações e nas Epístolas. Quem mais falou foi o apóstolo Paulo, até porque ele também foi o que mais escreveu Epístolas, um total de 13. Na Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo fala do Evangelho como o Poder de Deus para a Salvação de todo aquele que crer (Rm 1.16). Diz também que o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, o nosso Senhor (Rm 6.23). Paulo trouxe também o ensino dos aspectos da salvação, como veremos no próximo tópico. 


3- O Salvador. O plano de salvação da humanidade foi elaborado por Deus antes da fundação do mundo. Em sua presciência, Deus sabia de antemão que o homem iria pecar e providenciou o meio de Salvação, que é através do sacrifício do Seu filho Jesus. A palavra grega traduzida por Salvador é Soter, que significa salvador, libertador, preservador ou conservador de alguém. Por isso as pessoas que nascem em Salvador/BA, são chamadas de soteropolitanos.

Jesus Cristo é apresentado na Bíblia como o Salvador do mundo, desde o seu nascimento. Em Mateus 1.21, quando o anjo anunciou a José que Maria, sua noiva daria à luz um filho, disse também que o seu nome seria Jesus, pois Ele salvaria o seu povo dos seus pecados. O nome de Jesus em hebraico é Yeshua, que significa “Yahweh é Salvação”. Iesous é a transliteração grega deste nome. Transliterado para o português fica Jesus. 

Em vários textos do Novo Testamento Jesus explica que a sua missão neste mundo é salvar os pecadores. Ao chegar à casa de Zaqueu, um homem rico e chefe dos publicanos, Jesus disse: Hoje veio salvação a esta casa, porque também este é filho de Abraão. Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.9,10). No Evangelho segundo João, Jesus disse que aqueles que pecam são escravos do pecado e se o Filho os libertar, serão verdadeiramente livres. (Jo 8.34-36). 

Os apóstolos também apresentaram Jesus como o Único que salva o homem dos seus pecados. O apóstolo Pedro, em uma das suas pregações disse que “em nenhum outro há salvação…” (At 4.12). Paulo disse que Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais ele era o principal (1Tm 1.15). O apóstolo João escreveu que “o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1.15). 


REFERÊNCIAS:

RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024. 

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 38.

HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. Uma Perspectiva Pentecostal. 19ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.371. 



28 outubro 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 05: A PROMESSA DE SALVAÇÃO


Ev. WELIANO PIRES 


Nesta lição, estudaremos sobre a mais importante promessa divina à humanidade que é a salvação eterna. As outras promessas são importantes, mas não se comparam à salvação que Deus nos dá, por Sua Graça, mediante a fé em Jesus Cristo. O próprio Jesus disse certa vez: “Do que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”. Lamentavelmente, em muitas Igrejas este tema perdeu a relevância, pois as pregações se limitam às bênçãos nesta vida. 


No primeiro tópico, falaremos mais detalhadamente sobre a promessa da Salvação. Inicialmente, veremos que a Salvação é um maravilhoso presente de Deus, concedido a todos os que crerem em Jesus. Na sequência, traremos a explicação da Obra da Salvação, que é uma providência de Deus para livrar o ser humano da condenação eterna. Por último, falaremos do Único Salvador, que é Jesus Cristo, o Filho de Deus. Fora dele não há salvação. 


No segundo tópico, falaremos da natureza da promessa da Salvação. Para isso, abordaremos três aspectos da Salvação. O primeiro deles é a justificação, que é a absolvição por Deus das nossas culpas, mediante a fé em Cristo. O segundo aspecto é a regeneração, ou novo nascimento, que é o processo de transformação interior, que o Espírito Santo realiza naqueles que se entregam a Cristo. O terceiro aspecto é a santificação, que é a separação de tudo o que é mau e a consagração a Deus. 


No terceiro tópico, falaremos da promessa e perseverança na Salvação. Veremos que a base da promessa da Salvação é Cristo, pois somente pelo seu sacrifício podemos ter os nossos pecados perdoados. Na sequência, falaremos da apostasia individual. A salvação não é algo incondicional e irresistível, como ensina o Calvinismo. Há diversos exemplos na Bíblia que confirmam isso. Por último, falaremos da promessa e segurança da Salvação. Aqueles que viveram com Cristo neste mundo, ao passarem pela morte estarão seguros para a vida eterna.


REFERÊNCIAS:
RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024. 
ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 38.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 19ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.371. 

25 outubro 2024

BÊNÇÃOS PROVENIENTES DA OBEDIÊNCIA A CRISTO

(Comentário do 3º tópico da Lição 04: Promessas e Obediência) 

Ev. WELIANO PIRES 

No terceiro tópico, falaremos das bênçãos provenientes da obediência a Cristo. Primeiro falaremos das bênçãos espirituais, resultantes de uma vida de obediência a Cristo. Na sequência destacaremos duas destas bênçãos que são a justiça e a paz. Por último, falaremos de outra bênção espiritual advinda da obediência a Cristo, que é a alegria do Espírito Santo. 

1- Bênçãos espirituais. Conforme estudamos na lição passada, quando falamos das promessas de Deus para a Igreja, há promessas espirituais para uma instituição espiritual, que é a Igreja. Um dos maiores equívocos teológicos de muitos crentes no século XXI, quando se referem a bênçãos, é pensar nas coisas deste mundo. Para isso, valem-se das promessas do Antigo Testamento, que foram feitas a Israel, querendo aplicá-las à Igreja. 

De fato, Deus prometeu a Israel a terra de Canaã, prosperidade material, saúde e vitória sobre os inimigos, se eles obedecessem aos mandamentos do Senhor. No texto de Deuteronômio 28, conforme falamos no primeiro tópico, Deus prometeu uma lista de bênçãos relacionadas a esta vida para o povo de Israel, caso eles obedecessem a voz do Senhor e cumprissem os seus mandamentos. Há também as promessas de maldições para os desobedientes, também relacionadas a esta vida. 

Não vemos no Novo Testamento, estas promessas sendo feitas à Igreja. Ao contrário, Jesus disse que teríamos aflições e seríamos odiados por causa do Seu Nome. A Igreja do primeiro século foi perseguida implacavelmente, primeiro pelas autoridades judaicas e, posteriormente, pelo Império Romano. Os discípulos foram presos, açoitados e mortos por causa da sua fé. 

No segundo e terceiro século, estas perseguições se intensificaram e os cristãos eram jogados nas arenas aos leões, queimados vivos, decapitados e crucificados. Somente com a conversão do imperador Constantino, as perseguições cessaram. Mas, depois disso veio o papado com as suas heresias e os verdadeiros cristãos continuaram sendo perseguidos. Após a Reforma Protestante também, os verdadeiros cristãos nunca tiveram vida fácil neste mundo e também foram perseguidos. 

Então, não há promessas de bênçãos para quem obedece ao Senhor no contexto da Igreja? Claro que há! Mas estas promessas são de natureza espiritual, como veremos abaixo. Escrevendo aos Colossenses, o apóstolo Paulo disse: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas de cima e não nas que são da terra”. (Cl 3.1,2). 

2- Justiça e Paz. Quem obedece a Cristo, experimenta em sua vida a justiça e a paz verdadeiras. No Sermão do Monte, o Senhor Jesus disse aos seus discípulos: “Bem-aventurado os que têm fome e sede de justiça, pois eles serão fartos”. (Mt 5.6). O conceito de justiça na Bíblia é diferente do que temos hoje. Justiça na Bíblia não tem nada a ver com punição a criminosos, como as pessoas imaginam. Ter sede de justiça é buscar ser íntegro em todas as áreas da vida e agradar a Deus. Este senso de retidão, no entanto, é proveniente da ação do Espírito Santo em nosso interior e não da nossa própria natureza. 

Há também a promessa de paz para aqueles que obedecem a Cristo. Jesus é chamado pelo profeta Isaías de Príncipe da Paz (Is 9.6). Somente Ele pode oferecer a paz verdadeira, que excede todo o entendimento. Quando Jesus deu as últimas instruções aos seus discípulos e disse que iria retornar para o Céu, eles ficaram tristes. Jesus, então, lhes disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). Quando somos justificados por Jesus, passamos a ter paz com Deus e com o nosso próximo. 

3- Alegria no Espírito Santo. A alegria é uma das nove virtudes que compõem o Fruto do Espírito (Gl 5.22). Quando recebemos a Cristo como Senhor e Salvador, o Espírito Santo passa a morar em nosso coração e proporciona-nos grande alegria em nosso ser. Esta alegria não está condicionada às circunstâncias ou ao ambiente em que vivemos, mas é o resultado da presença do Espírito Santo em nosso interior.

Evidentemente, enquanto estivermos neste mundo, passaremos por dissabores e, consequentemente, por tristeza. Mas, a alegria proveniente da nossa relação com Cristo, continua em nosso interior, mesmo em momentos de tristeza. O verdadeiro crente alegra-se na esperança da vida eterna (Rm 12.12) e sente prazer até mesmo nas  fraquezas, injúrias e perseguições (2Co 12.12). Por isso, que murmurações e desesperos não se coadunam com um crente que é cheio do Espírito Santo. 


24 outubro 2024

A OBEDIÊNCIA NO NOVO TESTAMENTO

(Comentário do 2° tópico da Lição 04:  Promessas e  Obediência). 


Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos da obediência no Novo Testamento. Inicialmente, falaremos do novo concerto estabelecido por Deus, no qual as palavras do Senhor são escritas no interior da pessoa. Na sequência, falaremos de Jesus Cristo como o Único Mediador deste novo pacto de Deus com o seu povo. Por último, falaremos da obediência no novo concerto. No Novo Testamento, a fé e a obediência andam lado a lado, pois, como disse Tiago, “a fé sem obras é morta”.


1- Um Novo Concerto. Deus estabeleceu uma Nova Aliança muito superior à Aliança firmada no Monte Sinai com Israel. O objetivo da Epístola aos Hebreus é exatamente mostrar esta superioridade. Aquela Aliança era transitória e terrena. A Nova Aliança, porém, é eterna e Celestial. Na Antiga Aliança Deus deu a Sua Lei escrita em pedras aos israelitas e exigiu deles a obediência. 

Na Nova Aliança, Deus escreve as suas leis em nosso interior e também exige obediência (Jr 31.33). Neste Novo Pacto, Deus nos deu o Seu Espírito para habitar em nós e produzir a transformação da nossa natureza. Foi neste sentido que Paulo escreveu aos Coríntios dizendo que a Nova Aliança é do espírito e não da letra, pois a letra mata e o espírito vivifica (2Co 3.6).


2- Jesus Cristo, o Mediador. O mediador da Antiga Aliança foi Moisés. Quando Deus se manifestou no Monte Sinai, o povo viu o monte fumegando e ficaram com medo. Por isso, falaram para Moisés falar com Deus e transmitir a eles a mensagem. No Antigo Pacto, Deus firmou a Sua Aliança com Israel e Moisés, como mediador, aspergiu o sangue de animais como sinal desta aliança. Na Nova Aliança, Jesus como o Mediador, firmou este Pacto com o Seu próprio Sangue. Moisés era um tipo de Cristo, que é o Mediador da Nova e Eterna Aliança entre Deus e a humanidade (2Tm 2.5). 

Um dos graves erros de muitas religiões, principalmente, o catolicismo é o estabelecimento de supostos mediadores entre Deus e os homens. Para cada causa, criam um intercessor e lhes fazem orações. Mas este papel de mediador é única e exclusivamente de Jesus. Nós fazemos orações intercessórias por outras pessoas, mas fazemos isso a Deus, em Nome de Jesus. Não somos mediadores entre as pessoas e Deus. Os mortos também não podem interceder por ninguém diante de Deus. 


3- Obediência do Novo Concerto. Na Nova Aliança, não estamos isentos da obediência à Palavra de Deus. Jesus disse aos seus discípulos: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14.15). Evidentemente, os mandamentos de Jesus não são aqueles que foram dados a Israel, como querem os adventistas. Os mandamentos de Jesus são aqueles que foram dados por Ele mesmo em Seus ensinos e, por seus apóstolos, nas Epístolas e no Apocalipse. 

Lamentavelmente, muitos crentes confundem a liberdade cristã com libertinagem e licença para viver na prática do pecado. Há até aqueles que dizem que Jesus não condenou certas práticas pecaminosas. Mas não é isso que o Novo Testamento ensina. A exigência de obediência à Palavra de Deus está presente em vários textos do Novo Testamento. O apóstolo Pedro citou em sua primeira em sua Epístola, a exigência do Antigo Testamento para sermos santos, como filhos obedientes, em toda a nossa maneira de viver, porque Deus é Santo (1 Pe 1.14-16). O escritor da Epístola aos Hebreus, também escreveu que sem a santificação, ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).


REFERÊNCIAS:


RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024. 

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 37.

Bíblia de Estudo Pentecostal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2002, p.333.

Bíblia de Estudo Pentecostal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1995, pp.1910-1911.

LONGMAN, Tremper. Dicionário Bíblico Baker. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. pp.32-33.

23 outubro 2024

A OBEDIÊNCIA NO ANTIGO TESTAMENTO

(Comentário do 1º tópico da Lição 04: Promessas e Obediência). 


Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos da obediência no Antigo Testamento. Inicialmente, trataremos do concerto de Deus com o povo de Israel feito no Monte Horebe ou Sinai. Nesta aliança, o Senhor exigia obediência do Seu povo, para cumprir as promessas. Depois, falaremos do concerto feito nas Campinas de Moabe, quando a geração que saiu do Egito já havia perecido no deserto, com exceção de Josué e Calebe. De novo, Moisés falou ao povo que as bênçãos prometidas a Israel estavam vinculadas à obediência. Por último, veremos as bênçãos provenientes da obediência, em todas as áreas da vida dos israelitas.


21 outubro 2024

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 04: PROMESSA E EOBEDIÊNCIA


Ev. WELIANO PIRES

Nesta lição estudaremos a relação entre as promessas de Deus e a obediência. Conforme vimos na lição 01, há promessas de Deus que são incondicionais, ou seja, não há condições para que elas se cumpram e dependem única e exclusivamente de Deus. Entretanto, há as promessas condicionais, cujo cumprimento depende de condições impostas pelo próprio Deus. A principal destas condições é a obediência à Palavra de Deus, conforme vimos no terceiro tópico da lição passada. 


Ao longo da história da Igreja, muitas discussões já foram levantadas, sobre o que fazer para obter a salvação. Sem dúvida nenhuma, a Salvação é um favor de Deus e não é obtida por méritos humanos (Ef 2.8-10). Entretanto, a Graça de Deus não nos isenta da obediência à Sua Palavra e a desobediência à Palavra de Deus pode nos excluir desta Graça (Rm 6.9-15). A obediência é uma virtude indispensável ao cristão e está presente tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento, como sinal de fé e amor a Deus. Se alguém não obedece a Deus é porque não creu em Jesus de verdade. Jesus é o nosso maior exemplo de obediência, pois veio a este mundo e foi obediente em tudo ao Pai (Fp 2.8).


No primeiro tópico, falaremos da obediência no Antigo Testamento. Inicialmente, trataremos do concerto de Deus com o povo de Israel feito no Monte Horebe ou Sinai. Nesta aliança, o Senhor exigia obediência do Seu povo, para cumprir as promessas. Depois, falaremos do concerto feito nas Campinas de Moabe, quando a geração que saiu do Egito já havia perecido no deserto, com exceção de Josué e Calebe. De novo, Moisés falou ao povo que as bênçãos prometidas a Israel estavam vinculadas à obediência. Por último, veremos as bênçãos provenientes da obediência, em todas as áreas da vida dos israelitas.


No segundo tópico, falaremos da obediência no Novo Testamento. Inicialmente, falaremos do novo concerto estabelecido por Deus, no qual as palavras do Senhor são escritas no interior da pessoa. Na sequência, falaremos de Jesus Cristo como o Único Mediador deste novo pacto de Deus com o seu povo. Por último, falaremos da obediência no novo concerto. No Novo Testamento também, a fé e a obediência andam lado a lado, pois, como disse Tiago, “a fé sem obras é morta”.


No terceiro tópico, falaremos das bênçãos provenientes da obediência a Cristo. Primeiro falaremos das bênçãos espirituais, resultantes de uma vida de obediência a Cristo. Na sequência destacaremos duas destas bênçãos que são a justiça e a paz. Quem obedece a Cristo, vive uma vida de retidão e tem paz com Deus e com o próximo. Por último, falaremos de outra bênção espiritual advinda da obediência a Cristo, que é a alegria no Espírito Santo. Esta alegria não está condicionada às circunstâncias ou ao ambiente em que vivemos, mas é o resultado da presença do Espírito Santo em nosso interior.


REFERÊNCIAS:


RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024. 

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 37.

Bíblia de Estudo Pentecostal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2002, p.333.

Bíblia de Estudo Pentecostal. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1995, pp.1910-1911.

LONGMAN, Tremper. Dicionário Bíblico Baker. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2023. pp.32-33.

18 outubro 2024

CONDIÇÕES PARA VIVER AS PROMESSAS DE DEUS

(Comentário do 3º tópico da Lição 03: As promessas de Deus para a Igreja)

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, falaremos das condições para a Igreja viver as promessas de Deus. Evidentemente, estamos falando de promessas condicionais, que são aquelas que exigem condições por parte dos seus destinatários para se cumprirem. A primeira condição é crer, pois as promessas de Deus não se cumprem na vida de incrédulos. A segunda condição é permanecer fiel ao Senhor, independente das circunstâncias. A terceira condição é obedecer a Deus. A fé genuína gera obediência, pois quem não obedece a Deus é porque não creu de verdade em Suas promessas. 


1. É preciso crer. A fé em Deus é a base para o relacionamento com Ele. O escritor da Epístola aos Hebreus foi enfático ao dizer que “Sem fé, é impossível agradar a Deus.” (Hb 11.6.). O significado do verbo crer, (Gr pisteuo) e do substantivo fé (Gr. pistis) vai muito além da simples aceitação de que algo é verdadeiro. O sentido de crer na Bíblia é ter plena confiança em Deus, ser fiel a Ele e ter total dependência dele. 


Nos discursos de Jesus, especialmente os que foram registrados por João, a exigência de crer nele é muito recorrente e é colocada como condição para promessas de Jesus. A vida eterna está condicionada ao fato da pessoa crer em Jesus (Jo 3.16). Os milagres de Jesus também estão relacionados à fé nele. Jesus disse a Marta: “Não te disse que se creres, verás a glória de Deus?” (Jo 11.40). Em Nazaré e Cafarnaum, Jesus não fez muitos milagres por causa da incredulidade das pessoas que o conheciam e não criam que Ele fosse o Filho de Deus. 


2. É preciso ser fiel. Embora na língua portuguesa, as palavras fidelidade e fé tenham significados diferentes, no grego são sinônimas. Fé, como vimos acima, no grego é “pistis” que significa confiança, fidelidade e total dependência de Deus. O termo fidelidade, por sua vez, deriva do latim “fide”, que é a tradução do grego pistis (fé). Portanto, há uma relação inseparável entre fé e fidelidade. Quem tem fé em Deus, é fiel a Ele. 


A fé em Deus é provada nas adversidades e confirmada através da fidelidade a Deus. É preciso passar pelas provações e manter a sua fidelidade a Deus, até mesmo com o sacrifício da própria vida, para comprovar a fé em Deus. Quem realmente tem fé em Deus, precisa está disposto a morrer pela sua fé e abrir mão de tudo por amor à Deus. O jovem rico, por exemplo, amava mais as riquezas do que a Deus e retirou-se triste, quando Jesus lhe disse para vender tudo, dar aos pobres e segui-lo. 


Conforme colocou o comentarista, Jó perdeu tudo, mas manteve a sua fidelidade a Deus. Daniel também preferiu ser lançado na cova dos leões, a deixar de fazer as suas orações a Deus. Os seus companheiros, Sadraque, Mesaque e Abednego, também preferiram ser lançados na fornalha, a prostrar-se diante de uma imagem e adorá-la. 


3. É preciso obedecer a Deus.  Tiago disse que a fé sem as obras é morta (Tg 2.26). Sendo assim, o fato de alguém ter uma teologia correta e dizer que crer em Deus, não significa que realmente tem fé em Deus. No início desta argumentação, Tiago escreveu: “Tu crês que há um só Deus? Fazes bem. Também os demônios crêem e estremecem, mas não obedecem”. (Tg 2.19). 

O cumprimento das promessas condicionais de Deus está também condicionado à obediência à Sua Palavra. 


Deus valoriza mais a obediência que os sacrifícios e rituais religiosos. No texto de 1 Samuel 15, Deus ordenou a Saul, através do profeta Samuel, que ele destruísse totalmente os amalequitas e não trouxesse nenhum despojo desta guerra. Saul obedeceu parcialmente, destruindo somente uma parte deles, e trouxe o rei Agague como prisioneiro e as suas ovelhas e vacas. Para piorar, devido a demora de Samuel, Saul ofereceu, ele mesmo, o sacrifício.


Quando Samuel chegou, perguntou a Saul por que ele não havia obedecido à Palavra de Deus. Saul insistiu que havia obedecido sim. Samuel, então, perguntou que barulho era aquele de vacas e ovelhas, que ele estava ouvindo. Saul colocou a culpa no povo e disse que trouxe aqueles animais para oferecer sacrifícios. Então, Samuel disse que Deus não tem prazer em sacrifícios, mais do que na obediência à Sua Palavra, e completou dizendo que a rebelião é como o pecado de feitiçaria (1 Sm 15.22). A relação entre promessa e obediência será o assunto da próxima lição. 


REFERÊNCIAS:

RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024. 

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 37.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1639. 

RHODES, Ron. Reconhecendo as Promessas de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 24-25


17 outubro 2024

AS PROMESSAS DE DEUS PARA A IGREJA

(Comentário do 2° tópico da Lição 03: As Promessas de Deus para a Igreja). 


Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos de três promessas de Deus à Igreja, sendo duas para a eternidade e uma para esta vida. A primeira promessa é a Vida Eterna, a todos aqueles que crerem em Jesus. A segunda promessa é a repetição de uma das promessas faladas no tópico anterior, que é o revestimento de poder. Aqui, o autor destaca a atualidade desta promessa. A terceira promessa é a glorificação do nosso corpo que ocorrerá no ato da ressurreição, ou na transformação do corpo dos que estiverem vivos, na ocasião do arrebatamento da Igreja. 

1. Promessa de vida eterna. A principal promessa de Deus à Igreja é a vida eterna. Deus criou o ser humano para viver eternamente, mas por causa do pecado, a morte entrou no mundo, não apenas a morte física, mas também a morte espiritual e a condenação à morte eterna, que é a separação definitiva de Deus e o sofrimento eterno. O Senhor Jesus veio a este mundo, como o Cordeiro de Deus, para dar a Sua vida em sacrifício a Deus, a fim reconciliar o ser humano com Deus e dar a vida eterna a todos os que nele crerem. 

Em vários textos bíblicos, o Senhor Jesus prometeu aos seus discípulos, dar-lhes a vida eterna. No texto áureo da Bíblia, lemos o seguinte: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Jo 3.6). A vida eterna não é retratada por Jesus como algo que acontecerá apenas no futuro, mas que já tem início no presente: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha voz e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”  (Jo 5.24). Portanto, quem crer em Jesus é imergido no Corpo de Cristo e tem a vida eterna, desde o primeiro momento da sua fé em Cristo. A partir deste momento a sua comunhão com Deus, que havia sido interrompida por causa do pecado, é restaurada. Entretanto, é necessário perseverar na fé, pois a vida eterna não é algo automático como dizem os calvinistas, “uma vez salvo, salvo para sempre”. 

2. Promessa de Poder. Neste subtópico, o comentarista praticamente repete o que ele falou no subtópico 2, do tópico anterior. A promessa do revestimento de poder foi feita por Jesus aos seus discípulos, antes da sua ascensão ao Céu, para que pudessem pregar com ousadia o Evangelho aos perdidos. Esta promessa não se referia à entrada do Espírito Santo neles, pois eles já eram salvos e haviam recebido o Espírito Santo. Depois que Jesus ressuscitou, Ele apareceu aos discípulos, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo”. (Jo 20.22). 

Muitas pessoas confundem a entrada do Espírito Santo no crente, por ocasião da sua conversão, com o batismo no Espírito Santo. Outros pensam que aqueles que não são batizados no Espírito Santo não tem o Espírito Santo. Há ainda os que dizem que o batismo no Espírito Santo e os dons espirituais cessaram após a conclusão das Escrituras.A entrada do Espírito Santo no crente, quando ele se converte, é indispensável à salvação, pois é Ele que opera o novo nascimento e Jesus disse que “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.” (Jo 3.3). Paulo também disse que “se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”.  (Rm 8.9 c). 

Há diferença entre o batismo de Cristo e o batismo do Espírito Santo. O batismo de Cristo  é uma referência ao batismo no Espírito Santo, através do qual o crente é revestido do poder do Espírito Santo para fazer a obra de Cristo. O batismo do Espírito Santo, por sua vez, é uma referência à imersão do crente no corpo de Cristo, que é operada pelo Espírito Santo na conversão. O batismo no Espírito Santo não é para a salvação ou a própria salvação. Trata-se de um revestimento de poder, para os que já foram salvos, serem testemunhas de Cristo, com ousadia e poder (At 1.8). Serve também para capacitar o crente para uma vida cristã vitoriosa (At 6.8-10) e de adoração mais profunda (1 Co 14.26).

Há ainda os que confundem batismo no Espírito Santo com o fruto do Espírito e os dons do Espírito Santo. O batismo no Espírito Santo é um revestimento de poder para o crente testificar, ousadamente, de Cristo. Já o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22) é formado por nove virtudes que o Espírito Santo produz na vida do crente que anda no Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão, domínio próprio. Estas virtudes são o resultado da entrega do crente ao Espírito Santo, vivendo sob o seu domínio.

3. A promessa da glorificação do nosso corpo. Em vários textos bíblicos, O Senhor Jesus falou aos seus discípulos sobre a sua morte, ressurreição e ascensão ao Céu. Entretanto, Ele sempre prometeu que voltaria e os levaria para junto dele (Jo 14.1-3). A maior esperança da Igreja é o retorno do Senhor para buscá-la. Nós não somos deste mundo e vivemos como peregrinos aqui, a caminho do nosso eterno lar. Entretanto, este corpo mortal, corrompido pelo pecado não pode ver a Deus. Por isso, passaremos pelo processo de glorificação do nosso corpo e receberemos um corpo imortal e incorruptível. 

O corpo humano foi criado perfeito e não era perecível. Este corpo corruptível não pode herdar o reino de Deus. Mas, com a entrada do pecado no mundo, o corpo humano se tornou mortal e, portanto, está sujeito às doenças, ao envelhecimento e à morte. Ao contrário do que diz a teologia da prosperidade, mesmo após a nossa conversão, o nosso corpo continua sujeito às doenças, ao envelhecimento e à morte, pois ainda não foi glorificado. 

Na ocasião do arrebatamento da Igreja, os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, os que estiverem vivos naquele momento serão transformados e todos subirão a encontrar o Senhor nos ares. Receberemos, então, um corpo glorificado e incorruptível, semelhante ao corpo ressurreto do Senhor Jesus. O último inimigo a ser vencido pelo nosso corpo é a morte. A glorificação do nosso corpo é a última etapa da nossa salvação.


REFERÊNCIAS:

RENOVATO, Elinaldo. As promessas de Deus: Confie e viva as bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2024. 

ENSINADOR CRISTÃO. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, Ed. 99, p. 37.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1639. 

RHODES, Ron. Reconhecendo as Promessas de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 24-25

Introdução à Lição 4: Jesus — o Pão da Vida

Ev. WELIANO PIRES Na lição passada discorremos sobre a verdadeira adoração, com base no diálogo entre Jesus e a mulher samaritana. Jesus seg...