08 outubro 2021

Lição 03: A Conversão de Saulo de Tarso


Texto Áureo:

“E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9.3,4)


Verdade Prática:

A verdadeira conversão a Cristo leva em conta o arrependimento, a fé em Jesus e uma completa transformação no pensamento, vontade e ação do homem.


HINOS SUGERIDOS: 15, 18, 19 da Harpa Cristã


LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ef 2.8; Tt 2.11 

A Graça de Deus opera na conversão

Terça – Rm 3.23-24 

A graça é um favor outorgado por Deus na conversão

Quarta – Ef 4.22 

Conversão é o despojamento do velho homem

Quinta – Ef 4.23,24 

Conversão é o revestimento do novo homem

Sexta – Jo 16.7-8 

O Espírito Santo atua para o arrependimento na conversão

Sábado – Sl 51.1; 2 Co 7.10 

A conversão manifesta a tristeza pelo pecado


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 9.1-9


1 E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo-sacerdote,

2 e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.

3 – E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu.

4 E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me

persegues? 5- E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.

6 – E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.

7 – E os varões, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém.

8 E Saulo levantou-se da terra e, abrindo os olhos, não via ninguém. E guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco.

9 – E esteve três dias sem ver, e não comeu, nem bebeu.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Ao se encontrar com Jesus Cristo no caminho para Damasco, Saulo teve a sua vida completamente regenerada. A sua faculdade intelectual foi regenerada, pois seu encontro com o Senhor trouxe-lhe luz à mente. Sua faculdade emocional foi afetada, pois ao longo da vida do apóstolo, vemos sua profunda tristeza em perseguir seus irmãos em Cristo. E, finalmente, a faculdade de sua vontade foi tocada. O apóstolo desejava apenas desgastar-se e deixar-se gastar pela causa do Evangelho. Assim, nada mais teria sentido para Paulo, senão, o de pregar o Cristo Crucificado. Que o Espírito Santo possa tocar nas faculdades intelectual, emocional e da vontade dos nossos alunos. Ore por isso. Clame por essa obra do céu.


OBJETIVO GERAL:

  • Asseverar que a salvação é por meio da graça, acompanhada de arrependimento e fé do pecador como resposta à salvação.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

  • Apresentar a conversão de Saulo como ato da graça de Deus;

  • Relacionar a conversão de Saulo com a doutrina bíblica da conversão;

  • Elencar três faculdades interiores que são transformadas na conversão



INTRODUÇÃO


A conversão de Saulo de Tarso, indiscutivelmente, foi um dos mais importantes acontecimentos da história do Cristianismo. Saulo tornou-se um dos mais célebres defensores da doutrina de Cristo. Nesta lição, veremos como ele passou por uma mudança radical na forma de pensar acerca do nosso Senhor. No caminho para Damasco, de um modo poderoso, Jesus chamou à razão e entendimento de Saulo, e este mudou de atitude por meio de uma impactante experiência sobrenatural. Assim, se por um lado Cristo tomou a iniciativa; por outro, Saulo respondeu com arrependimento e fé.


PONTO CENTRAL: Jesus nos salva por meio da graça e nós respondemos com arrependimentos e fé.


I- A CONVERSÃO DE SAULO: UM ATO DA GRAÇA DE DEUS


1. A conversão de Saulo e sua experiência sobrenatural. Em Atos 9.3, Lucas narra a impactante experiência sobrenatural de Saulo no caminho para Damasco. Surpreendido pelo resplendor do céu, mais forte que a luz do sol do meio-dia, o perseguidor da igreja caiu por terra e ficou cego. Se pelos argumentos racionais Saulo não ouvia sobre Jesus, o Crucificado, “a luz que ofuscou seus olhos” trouxe a voz do próprio Senhor que o confrontou de forma impactante: “Saulo, Saulo, porque me persegues? (At 9.4). Com sua ida a Damasco, o perseguidor tinha a intenção de acabar de vez com os seguidores de Jesus, mas foi surpreendido por uma experiência sobrenatural pela qual nunca havia passado. Segundo seu próprio testemunho, o perseguidor viu literalmente a pessoa de Jesus, o Ressurreto, que o despojou de seu “ego” arrogante. Nessa visão, Saulo pôde compreender quem era Jesus e sua obra redentora no Calvário.


2. A iniciativa de Jesus para transformar a mente de Saulo. O impacto da visão resplandecente no caminho para Damasco tomou Saulo de surpresa. Sob o efeito do sucesso em Jerusalém contra os seguidores de Jesus, imbuído de uma coragem irracional, e bem relacionado com a casta sacerdotal, Saulo havia pedido “carta branca” das autoridades religiosas de Jerusalém para perseguir os seguidores de Jesus, com o mesmo rigor, em Damasco. Entretanto, dada a dureza do coração de Saulo, o Senhor tomou a iniciativa de sacudir a sua estrutura física, psicológica e espiritual, agindo pessoalmente na sua direção.


3. A graça salvadora se manifestou a Saulo. Na Carta aos Efésios 2.8, ele diz: “Pela graça sois salvos por meio da fé, isto não vem de vós, é dom de Deus”. Na epístola a Tito, diz também: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). Logo, o ponto de partida da experiência de salvação de todos os homens é a graça de Deus. Essa graça é o favor imerecido de Deus em que sua justiça é satisfeita na morte expiatória de Jesus. Aqui, o mérito todo é de Cristo. Aos Romanos, ele escreve: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.23-24). Ou seja, a graça é favor outorgado por Deus aos pecadores que estão debaixo de sua ira. Evidentemente, a conversão de Saulo foi mais do que um convencimento intelectual sobre Jesus; ela foi fruto da obra regeneradora do Espírito Santo em sua vida, levando-o a confessar que Jesus era o Senhor e Salvador de sua vida.


SÍNTESE DO TÓPICO I

Jesus teve a iniciativa de transformar Saulo. Essa conversão se deu pelo impacto de uma experiência sobrenatural.


SUBSÍDIO PEDAGÓGICO


Para introduzir esta lição, fale um pouco do processo de conversão como a obra de salvação que Deus efetua no ser humano. Se Ele nos salva por graça mediante a fé, nós respondemos a essa graça com arrependimento e fé. Nesse sentido, com o auxílio da lousa, relacione as etapas em que essa obra é efetuada por Deus e no homem.


De Deus

No homem

Ele justifica

Na faculdade intelectual

Ele regenera

Na faculdade emocional

Ele santifica

Na faculdade da vontade


II- SAULO E A DOUTRINA BÍBLICA DA CONVERSÃO

1. A conversão começa no arrependimento. A palavra “arrepender-se” no grego bíblico é “metanoeo”, que significa “pensar de maneira diferente; sentir remorso”, uma disposição interior para mudar. No Novo Testamento, arrepender-se” traz a ideia de tristeza pelos próprios pecados, acompanhada de um desejo de corrigir o rumo. É a mudança na mente que induz à correção de caráter e de conduta moral (At 3.19); é a contrição do coração, o desejo de mudar de atitude quanto ao comportamento na vida cotidiana (Lc 15.10). Isso é obra do Espírito Santo (Jo 16.7,8). Portanto, a conversão é uma parte do processo de salvação do pecador. Ela assinala o início do despojamento do “velho homem” (Ef 4.22) e aponta para o revestimento do novo homem (Ef 4.24).


2. A conversão de Saulo promoveu uma transformação pessoal. Foi o que aconteceu com Saulo, pois a luz do resplendor do céu cegou-lhe os olhos carnais e o fez ver o Cristo ressuscitado, abrindo-lhe os olhos espirituais para conhecê-lo como Senhor e Salvador (9.3). Essa experiência sobrenatural e impactante o fez indagar ao Cristo ressuscitado sobre o que deveria fazer. De uma vontade egoísta e individualista, Saulo demonstra agora completa resignação à vontade soberana de Cristo (9.6).

 

3. A conversão faz parte da doutrina bíblica da Salvação. O choque da experiência sobrenatural do “resplendor de luz” sobre os seus olhos, transformou a mente de Saulo, levando-o a reconhecer o Cristo que, outrora tanto rejeitava, agora o fazia apóstolo (1 Co 15.8-10). Como vimos, a verdadeira conversão é a que nasce da tristeza para com o pecado e o reconhecimento de que o homem precisa “dar meia volta” para Deus. É uma mudança que tem raízes na obra regeneradora do Espírito Santo efetuada na vida do pecador. Como obra de Deus, a conversão é uma manifestação externa da regeneração operada pelo Espírito no interior do homem, que implica mudança de pensamento, vontade e ação; uma mudança que altera todo o curso da vida do pecador (Ef 4.25-30). É o ato divino pelo qual Deus faz com que o pecador volte para Ele em arrependimento e fé. Portanto, uma verdadeira conversão revela uma poderosa transformação na vida do convertido.


SÍNTESE DO TÓPICO II

A conversão do homem começa no arrependimento e perpassa a transformação pessoal.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


“A regeneração tem lugar naquele que se arrepende dos seus pecados, volta-se para Deus (Mt 3.2) e coloca a sua fé pessoal em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador […]. A regeneração envolve a mudança da velha vida de pecado em uma nova vida de obediência a Jesus Cristo (2 Co 5:17; CI 3.10). Aquele que realmente nasceu de novo está liberto da escravidão do pecado […]. e passa a ter desejo e disposição espiritual de obedecer a Deus e de seguir a direção do Espírito (Rm 8.13,14). Vive uma vida de retidão (1 Jo 2.29), ama aos demais crentes (1 Jo 4.7), evita uma vida de pecado (1 Jo 3.9; 5.18) e não ama o mundo (1 Jo 2.15,16)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1576).


CONHEÇA MAIS...


Sobre a conversão de Saulo


“Os versículos 3-9 [Atos 91 registram a conversão de Paulo fora da cidade de Damasco (cf. 2.3-16; 26.9-18). Que sua conversão ocorreu nessa ocasião, e não posteriormente na casa de Judas (v.11), fica claro à luz do seguinte: (1) Ele obedece às ordens de Cristo!…), Paulo é chamado ‘Irmão Saulo’ por Ananias […]. Para ler mais, consulte a “Bíblia de Estudo Pentecostal“, editada pela CPAD, pp.1648-49.


III- AS TRÊS FACULDADES INTERIORES TRANSFORMADAS NA CONVERSÃO

1. Faculdade intelectual. Nesse campo da alma, o homem muda o seu modo de pensar e reconhece sua condição de pecador. A Bíblia chama isso de “conhecimento do pecado”, conforme Romanos 3.20: “Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele [de Deus] pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado”.


2. Faculdade das emoções. Nesse campo da alma, o pecador experimenta uma mudança de sentimentos na vida interior, onde se manifesta a tristeza pelo pecado contra um Deus santo e justo. Em 2 Coríntios 7.10 está escrito: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte”. No Antigo Testamento, o salmista Davi demonstra tristeza pelo seu pecado e roga por misericórdia: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias” (Sl 51.1).


3. Faculdade da vontade. Se o homem está convencido em seu intelecto e sentimento a respeito do seu pecado, resta-lhe agora exercer a sua vontade. O pecador agora pode pensar, desejar e fazer o que deve ser feito para a glória de Deus (Fp 4.8,9). Como imagem de Deus, o homem foi dotado com a faculdade de escolher livremente. Entretanto, e infelizmente, o pecado fez a separação entre a vontade do homem e a de Deus. Por isso, o Espírito Santo atua para convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8) para, então, tornar unir sua vontade com a de Deus. Há uma teoria que afirma que o homem perdeu completamente o livre-arbítrio por ocasião do pecado. Refutamos essa ideia. Com o auxílio da graça divina, e ajudado pelo Espírito Santo, o homem pode escolher, decidir e mudar de vida.


SÍNTESE DO TÓPICO III

As três faculdades interiores transformadas na conversão são a intelectual, a das emoções e a da vontade.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


“A regeneração é a nova criação e transformação da pessoa (Rm 12.2; Ef 4.23,24) efetuadas por Deus e o Espírito Santo (3.6 [João]). Por esta operação, a vida eterna da parte do próprio Deus é outorgada ao crente (3.16; 2 Pe 1.4; 1 Jo 5.11), e este se torna um filho de Deus (1.12; Rm 8.16,17; Gl 3.26) e uma nova criatura (2 Co 5.17: Cl 3.10). Já não se conforma com este mundo (Rm 12.2), mas é criado segundo Deus ’em verdadeira justiça e santidade’ (Ef 4.24). A regeneração é necessária porque, à parte de Cristo, todo ser humano, pela sua natureza inerente e pecadora, é incapaz de obedecer a Deus e de agradar-lhe (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7.8: 5.12; 1 Co 2.14)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1576).


CONCLUSÃO


A conversão de Saulo foi provocada pelo impacto do resplendor de luz que ofuscou a sua visão e obrigou-o a reconhecer que não podia mais lutar contra Cristo. A conversão é, portanto, uma obra divina em que o homem responde com arrependimento e fé. Na conversão, a soberania de Deus “caminha de mãos dadas” com a responsabilidade humana. Por isso, o arrependimento e a fé conduzem o pecador a ser redimido pelo sangue de Cristo.


QUANDO UM SISTEMA SE VOLTA CONTRA A IGREJA


A perseguição à Igreja por parte dos judeus se tornou sistêmica. Saulo se valeu de cartas das autoridades religiosas, para perseguir os cristãos de forma cruel e abusiva. Ao longo da história da Igreja, vários sistemas políticos e religiosos se levantaram contra a Igreja do Senhor para tentar detê-la. Primeiro foram os judeus. Depois, vieram os romanos, os papas, o iluminismo, os comunistas, os mulçumanos, os católicos, etc. Mas, nenhum sistema jamais conseguirá deter a marcha da Igreja. 

1. Como era a perseguição contra os primeiros discípulos? A perseguição liderada por Saulo se tornou obsessiva, contínua e violenta. Saulo não respeitava a dignidade humana. Invadia as casas e arrastava homens e mulheres pelas ruas, para conduzi-los à prisão. Os cristãos não haviam cometido crime algum e apenas expressavam, de forma pacífica, a sua fé. Mas, eram levados com violência à prisão, sem nenhum direito à defesa. 

Esta perseguição foi tão ferrenha que forçou os cristãos a fugirem de Jerusalém para outras cidades deixando as suas casas, famílias e trabalho. Mesmo assim, a perseguição se espalhou para além de Jerusalém. Saulo conseguiu autorização para ir a Damasco em busca de cristãos, para os conduzir a Jerusalém. 

Saulo não sabia que estava, na verdade, contribuindo para o crescimento da Igreja, pois, com a perseguição, os cristãos se espalharam e pregavam o Evangelho onde chegavam. Filipe, por exemplo, fugiu para Samaria e ganhou muitas almas para Cristo. 

2. Perseguição, tortura e método. Os métodos de perseguição usados por Saulo eram cruéis. Ele torturava os cristãos física e psicologicamente, com o objetivo de forçá-los a blasfemar e negarem a sua fé. Em seu próprio testemunho, posterior à sua conversão, ele confessa com tristeza, as atrocidades praticadas contra os cristãos (At 26.10.11). 

Saulo era semelhante aos integrantes do Estado Islâmico, que de forma covarde e cruel, torturam e matam cristãos no Oriente Médio. Mas os verdadeiros cristãos não negam a Cristo, nem mesmo diante da morte.

3. Perseguição aos pentecostais. O Movimento Pentecostal, quando chegou ao Brasil, no ano de 1910, também foi bastante perseguido. Naquela época, o Catolicismo Romano era a religião oficial e perseguia de várias formas, as demais religiões. Os padres falavam para as pessoas não alugarem casa aos protestantes, não negociarem com eles e até nos cemitérios não podiam sepultar protestantes. Em São Paulo, foi criado o Cemitério dos Protestantes por causa disso. 

Havia muitas zombarias e afrontas aos protestantes. Perturbavam os cultos e jogavam pedras nos templos. Maridos proibiam as esposa de serem crentes, agredindo-as física e psicologicamente. Os patrões não queriam contratar crentes ou ameaçavam demiti-los após a conversão ao Evangelho. Muitos jovens foram agredidos e expulsos de casa pelos pais, por causa da fé evangélica. A Assembleia de Deus pagou um alto preço para chegar onde chegou. Por isso, devemos valorizar o trabalho dos nossos pioneiros. 

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Pb. Weliano Pires


06 outubro 2021

A PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA DE CRISTO


A Igreja é o corpo de Cristo e é por meio dela que o Senhor proclama a Salvação aos pecadores. A Igreja, portanto, é a agência do Reino de Deus na terra. Sendo assim, quando alguém persegue a Igreja, está perseguindo e se opondo ao próprio Jesus. 


1. Contra os seguidores de Jesus. Saulo empreendeu uma verdadeira caçada aos discípulos do Senhor, com o objetivo claro de destruir a Igreja. A primeira vítima desta perseguição cruel foi o diácono Estevão, um fervoroso pregador do Evangelho, defensor da Doutrina Cristã. Estevão, cheio do Espírito Santo, não se deixou intimidar pelas ameaças e venceu os debates através do conhecimento bíblico que possuía e, principalmente, pela sabedoria irresistível que o Espírito Santo lhe concedeu. 

Saulo não conhecia Jesus e não sabia que a Sua Igreja é indestrutível e invencível. Foi o próprio Jesus que edificou a Sua Igreja e garantiu que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela (Mt 16.18). Ao longo da história, vários perseguidores já tentaram destruir a Igreja de todas as formas, mas não conseguiram: os judeus, os romanos, o comunismo, os mulçumanos, etc. A Igreja, no entanto, segue firme em sua missão, até o Senhor Jesus voltar para buscá-la. 


2. Saulo de Tarso e Estevão. Temos aqui um duelo de dois personagens, que conheciam profundamente a Lei e a história do povo de Israel. Vamos traçar um paralelo entre eles e estabelecermos a diferença: 

De um lado, temos Saulo, como vimos na lição passada, um judeu de nascimento, filho de fariseu e também fariseu, nascido em Tarso da Cilícia, com cidadania romana, doutor da lei, poliglota, conhecedor da cultura e da filosofia grega, zeloso ao extremo pela Lei de Moisés, disposto a perseguir, torturar, prender e até matar, quem contrariasse o seu entendimento farisaico da lei. 

Do outro lado, temos Estêvão, um jovem que nada sabemos acerca da sua biografia. O seu nome é grego: “Stephanos”. Isso pode indicar que ele tenha nascido fora do território de Israel e sua família falava grego. Alguns intérpretes da Bíblia sugerem que ele pode ter sido um judeu nascido em Israel, pois, naquela época muitos israelitas também tinham nomes gregos.

De concreto, pelo texto bíblico, sabemos que ele Israelita de nascimento, pois se referiu a Abraão como “nosso pai”, e aos membros da sinagoga como “varões irmãos”. Sabemos também que ele foi um dos sete escolhidos para ser diácono. Os requisitos para este cargo é que fosse um homem de boa reputação, cheio do Espírito Santo e de sabedoria (At 6.3). Sabemos também que Estevão era cheio de poder e de fé e fazia grandes sinais entre o povo (At 6.8). Por último, sabemos que ele era um profundo conhecedor das Escrituras hebraicas, pois fez um longo discurso, discorrendo sobre a História de Israel, desde Abraão até Cristo, com muitos detalhes. Entretanto, o texto bíblico nos mostra que os seus oponentes não conseguiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava (At 10). Isso nos mostra que a sabedoria de Estêvão não era apenas fruto do seu conhecimento teórico da Lei, pois, neste aspecto Saulo e outros doutores da Lei o superavam. A sabedoria de Estêvão era um dom espiritual concedido pelo Espírito Santo.  

A disputa começou, quando Estêvão fazia sinais e prodígios entre o povo e pregava com ousadia o Evangelho de Cristo. Alguns, que eram da “sinagoga dos libertos” e dos cireneus e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, passaram a debater  com Estêvão sobre a Lei. (At 6.9). Saulo devia ser um dos líderes desta sinagoga, pois ele era doutor da Lei e era da Cilícia. 

Não conseguindo vencer a sabedoria divina que estava sobre Estêvão, eles apelaram para a calúnia. Subornaram alguns homens para dizerem que Estêvão havia blasfemado e incitaram o povo contra ele, para o levarem ao Sinédrio e fazer com que ele fosse apedrejado.. Esta mesma tática diabólica foi usada por Jezabel contra Nabote e pelos escribas e fariseus contra Jesus. 

O sumo sacerdote o interrogou e Estêvão, cheio do Espírito Santo pregou ousadamente a Palavra de Deus, acusando-os de serem traidores e assassinos de Cristo (At 7.52). Enquanto ele falava, o seu rosto brilhava como o de um anjo, da mesma forma que aconteceu a Moisés, quando recebeu as tábuas da Lei das mãos de Deus. Esta pregação de Estêvão despertou a fúria dos seus algozes e ele foi apedrejado até à morte, tornando-se o primeiro mártir da Igreja Cristã. Assim como o seu Mestre, enquanto estava sendo executado, Estêvão intercedia por aqueles que o matavam. Que exemplo de fidelidade a Deus! 


3. Uma intolerância religiosa e política contra a igreja atual. A Igreja atual também continua sofrendo intensa perseguição pelo mundo afora. Por vivermos em um país democrático, onde (ainda) há liberdade religiosa, ficamos com a impressão de que a Igreja atual não passa por perseguições. Mas, em muitos lugares ainda é crime ser cristão e é uma atividade de alto risco ser um seguidor de Jesus, principalmente nos países dominados pelo Islamismo e pelo Comunismo. 

Em outros países não há perseguição, atentando contra a vida e a integridade dos cristãos. Mas, há outros tipos de perseguições disfarçadas, através da cultura e de leis que dificultam o funcionamento da Igreja com multas e restrições. Oremos incessantemente pela Igreja perseguida. 


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Pb. Weliano Pires


05 outubro 2021

SAULO DE TARSO, O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL


A primeira vez que Saulo aparece no relato bíblico é no texto de Atos 7.58: “...e as testemunhas depuseram as suas vestes [de Estêvão]aos pés de um mancebo chamado Saulo". Em seguida, o texto diz que Saulo consentia na morte de Estêvão. O capítulo 8 de Atos descreve Saulo com um perseguidor implacável contra os cristãos. De forma brutal, ele arrastava homens e mulheres pelas ruas e os encerrava na prisão. (At 8.1-3). 


1. Saulo se descreve como “blasfemo”, “perseguidor” e “opressor” (1 Tm 1.13). O próprio Saulo, escrevendo a Timóteo, se descreve como “blasfemo, e perseguidor, e injurioso” no passado, antes de conhecer a Cristo. Conforme já vimos, Saulo era um fariseu, filho de fariseu e doutor da lei, formado aos pés do rabino Gamaliel. 

Os fariseus eram um grupo religioso de Israel, que surgiu provavelmente no período que antecedeu a guerra dos macabeus, com o objetivo de resistir e fazer oposição aos costumes helenísticos. Este nome aparece pela primeira vez durante a época do governo de João Hircano, que governou a Judéia entre 135 e 105 a.C. O próprio João Hircano, que era sumo sacerdote, era também um fariseu. Mas, depois passou para o partido dos saduceus. 

A palavra “fariseu” tem origem incerta. O sentido mais provável é “separado”. Eles eram muito rigorosos na observância não apenas da Lei escrita, mas também da tradição oral. Além dos mandamentos da Lei de Moisés, os fariseus criaram muitas regras preventivas, para “evitar que as pessoas pecassem”.  Em Mateus 23, Jesus teceu duras críticas aos fariseus, dizendo que eles criaram “fardos pesados e difíceis de suportar”,  que eram hipócritas e ficavam na porta dos céus. Não entravam e impediam os outros de entrarem. 

Os fariseus eram inimigos de Jesus e tiveram vários embates com Ele, buscando apanhá-lo em alguma falta, para o acusarem diante dos romanos e conseguirem a sua execução. Mas, Jesus sendo onisciente, conhecia as suas intenções e não caía em suas ciladas. 

Saulo seguiu uma linha de raciocínio, diferente do seu mestre, Gamaliel. O seu mestre recomendou que não agissem contra os cristãos, mas, esperassem, pois, se não fossem de Deus, não prosperariam. Saulo, ao contrário, resolveu agir para exterminá-los. 


2. As ameaças de Saulo de Tarso. O texto de Atos 9 diz que Saulo, "respirando ameaças e mortes" contra os discípulos, dirigiu-se a Damasco, em busca de cristãos para os conduzir à prisão. Em sentido figurado, o texto mostra Saulo como um animal selvagem perseguindo a sua presa. Era exatamente assim que Saulo se comportava. 

Tomado pela mistura de fanatismo e ódio, este fariseu não poupava ninguém e não tinha limites. O texto bíblico bíblico diz que ele assolava a Igreja, entrando nas casas, arrastando homens e mulheres pelas ruas e conduzindo-os à prisão. Posteriormente, o próprio Paulo diz que os torturava, forçando-os a blasfemar. Saulo ultrapassava os limites legais, agindo por sua própria conta, contra os discípulos do Senhor, como aliás, fizeram os escribas e fariseus na prisão, julgamento e crucificação de Jesus. 

O fanatismo religioso pode levar as pessoas a cometerem atrocidades e loucuras em nome do zelo e da fé. Da mesma forma, os islâmicos agem contra os cristãos na atualidade. O grupo Isis (Estado Islâmico) comete todo tipo de crueldade contra cristãos: estupro, espancamento, crucificação, decapitação, etc. 


3. Por que Saulo perseguia os cristãos? Por que Saulo tinha este ódio todo dos cristãos, se eles eram pacíficos e não lhe fizeram nenhum mal? Saulo foi educado dentro do radicalismo farisaico e não aceitava que Jesus fosse o Messias, principalmente, por Ele ter sido morto crucificado, o que era considerado pela Lei de Moisés como maldição (Gl 3.13). Depois da sua conversão, ele entendeu que Cristo se fez maldição por nós. 

Partindo do princípio de que os hereges e blasfemos deveriam ser exterminados, Saulo se empenhava em destruir o Cristianismo, achando que estava sendo zeloso pela Lei e prestando um serviço a Deus. Jesus já havia alertado aos discípulos de que eles "seriam odiados e perseguidos por todas as nações, por causa do Seu Nome". (Mt 24.9). Depois de convertido, o próprio Paulo disse que "todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus, padecerão perseguições" (2 Tm 3.12).


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Pb. Weliano Pires

04 outubro 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 02: SAULO DE TARSO, O PERSEGUIDOR


Na lição passada falamos sobre os três mundos do apóstolo Paulo: o romano, o grego e o judeu. Vimos o mundo em que Paulo viveu, sob três aspectos: as características do império romano, a bagagem cultural grega de Paulo e as suas raízes e ligações com o povo de Israel. Estes fatores foram usados pelo Espírito Santo para a expansão do Cristianismo por todo o império romano. 


Na lição desta semana, vamos estudar sobre a vida de Saulo antes da sua conversão, como opositor e perseguidor implacável do Cristianismo. 

Desde os primórdios da Igreja em Jerusalém, os discípulos do Senhor encontraram resistência por parte das autoridades religiosas judaicas. No capítulo três de Atos, lemos o relato da cura de um coxo de nascença na porta do Templo, por Pedro e João. A repercussão deste milagre foi enorme. Os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, se irritaram porque Pedro ensinava ao povo a ressurreição de Cristo, e os encerraram na prisão, até o dia seguinte, pois já era tarde. 

No dia seguinte, se reuniram os anciãos, os escribas e os sacerdotes para interrogá-los. Pedro e João, com muita autoridade falaram de Jesus, diante das autoridades. Vendo a ousadia de Pedro e João e, sabendo que eram iletrados, as autoridades se maravilharam, concluindo que eles foram seguidores de Jesus durante o seu ministério terreno.

Vendo ali, o homem que havia sido curado e a multidão de pessoas, os anciãos, escribas e sacerdotes ficaram sem saber o que fazer. Então, chamaram os apóstolos em particular e ameaçaram açoitá-los, caso continuassem ensinando no Nome de Jesus. Pedro, no entanto, respondeu que obedeceria a Deus e não aos homens, pois, não poderia deixar de falar daquilo que tinham visto e ouvido. 

O capítulo 5 de Atos registra que os apóstolos pregavam ousadamente a Palavra de Deus, muitos enfermos foram curados e endemoninhados libertos. O sumo sacerdote, que pertencia ao partido dos saduceus, encheu-se de inveja e mandou prender os apóstolos novamente. Porém, o anjo do Senhor abriu as portas da prisão, libertou os apóstolos e eles voltaram a pregar publicamente. Quando descobriram, que os apóstolos não estavam mais na prisão e que estavam pregando no Templo, mandaram buscá-los, mas, sem violência, pois, tiveram medo de ser apedrejados pelo povo. 

Os apóstolos foram questionados, por que estavam pregando, se haviam sido advertidos severamente, para não fazerem isso. Pedro respondeu com a mesma ousadia de antes, que iria obedecer a Deus e não aos homens. Enfurecidos, eles formaram conselho e decidiram matá-los. Mas, um certo doutor da Lei, muito respeitado, chamado Gamaliel, que era a segunda maior autoridade no Sinédrio, depois do Sumo Sacerdote, mandou retirar os apóstolos da sala e deu o seguinte conselho:

“Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.” (At 5.38,39). 

Todos concordaram com ele. Em seguida, mandaram açoitar os apóstolos, ameaçaram-os novamente, advertindo-os para que não mais falassem no Nome de Jesus e os liberaram. Este Gamaliel foi o professor de Saulo. 

No capítulo 6 de Atos, houve a instituição dos diáconos, para resolver o problema da assistência social às viúvas. Estêvão, um dos sete diáconos escolhidos, era cheio do Espírito Santo e fazia grandes sinais entre o povo. Alguns membros da chamada Sinagoga dos Libertos, resolveram debater com ele os assuntos da Lei, mas, não conseguiram resistir à sabedoria com que ele falava. Irritados, eles resolveram subornar alguns homens para acusarem falsamente a Estêvão, de blasfêmia diante do Sumo sacerdote. 

Estêvão foi chamado ao Sinédrio para dar explicações e proferiu um longo discurso sobre as Escrituras, desde Abraão até Cristo, acusando-os de serem traidores e assassinos de Jesus. Enfurecidos, eles rangiam os dentes contra Estêvão. 

Estêvão olhou para o Céu e disse que via os céus abertos e Jesus, em pé à direita de Deus. Tomados pelo ódio,  aqueles homens tiraram Estevão para fora da cidade e o apedrejaram até à morte. Nesta execução de Estevão, Saulo aparece pela primeira vez na Bíblia, como um jovem que aprovou o apedrejamento de Estevão. 


No primeiro tópico, falaremos de Saulo como o implacável perseguidor da Igreja. O próprio Saulo, alguns anos após a sua conversão, se descreve como blasfemo, perseguidor e opressor. O texto de Atos 9, usa de forma forma figurada a expressão "respirando ameaças e mortes", para se referir à perseguição violenta de Saulo aos cristãos. Falaremos também sobre os motivos que levaram Saulo a perseguir e tentar exterminar os cristãos. 


No segundo tópico, falaremos sobre a perseguição de Saulo contra a Igreja de Jesus, com o objetivo de exterminá-la. Esta perseguição aos representantes de Jesus era, nas palavras do próprio Jesus, uma perseguição a Ele. Traçaremos neste tópico, um paralelo entre Saulo, erudito na cultura judaica e também na cultura greco-romana, e Estevão, um erudito nas Escrituras judaicas, que era também cheio do Espírito Santo. Por último, falaremos um pouco da intolerância religiosa e perseguição que a Igreja sofre nos dias atuais 


No terceiro e último tópico, falaremos sobre a perseguição sistêmica contra a Igreja nos dias de Saulo, mediante tortura física e psicológica, com o objetivo de forçá-los a blasfemar contra Cristo. Por último falaremos sobre as muitas perseguições sofridas pelo pentecostais no Brasil, no início das Assembléias de Deus. 


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Pb. Weliano Pires


Lição 02: Saulo de Tarso, o Perseguidor


Texto Áureo:

"E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote.” (At 9.1)


Verdade Prática:

"A Igreja é uma instituição divina que perdurará na Terra até o arrebatamento, pois do contrário, já teria acabado ao longo da história."


HINOS SUGERIDOS: 126, 377, 608 da Harpa Cristã


LEITURA DIÁRIA

Segunda – 1 Tm 1.13 

Saulo: blasfemo, perseguidor e opressor

Terça – At 9.1,2 

Saulo “respirava ameaças e morte”

Quarta – Dt 21.23 

Para ele, quem fosse para o madeiro “não podia ser o Messias”

Quinta – Gl 3.13 

Saulo descobriu que Jesus se fez maldição por nós

Sexta – At 6.8-10; 7.51-53 

Estevão: Um discurso que se deparou com o de Saulo

Sábado – At 26.10,11 

O método de perseguição


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 8.1-3; 22.4-5; 26.9-11


Atos 8


1- E também Saulo consentiu na morte dele [Estevão]. E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos.

2- E uns varões piedosos foram enterrar Estevão e fizeram sobre ele grande pranto.

3- E Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão.


Atos 22


4- Perseguiu este Caminho até a morte, prendendo e metendo em prisões, tanto homens como mulheres,

5- como também o sumo sacerdote é testemunha, e todo o conselho dos anciãos; e, recebendo destes cartas para os irmãos, fui a Damasco, para trazer manietados para Jerusalém aqueles que ali estivessem, a fim de que fossem castigados.


Atos 26


9- Bem tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus, o Nazareno, devia eu praticar muitos atos,

10- o que também fiz em Jerusalém. E, e havendo recebido poder dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e, quando os matavam, eu dava o meu voto contra eles.

11 – E, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, os obriguei a blasfemar. E, enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estranhas os persegui.


OBJETIVO GERAL:

  • Conscientizar a respeito do problema da perseguição aos cristãos no mundo.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:


  • Elencar as características persecutórias de Saulo;

  • Expor a respeito da perseguição contra a igreja em Atos:

  • Esclarecer a respeito de um sistema contra a Igreja.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Com o objetivo de preparar os alunos para a aplicação do conteúdo desta lição, inicie falando a respeito da perseguição dos cristãos no mundo. Se possível, informe-se a respeito desse tema em sites especializados de notícias que abordam o terrível quadro de perseguição cristã no mundo. Proponha um momento de oração, mostrando a relevância de rogar a Deus por livramento de irmãos que hoje estão debaixo de perseguição mundial. Não podemos fechar os olhos para esse quadro. Às vezes, porque vivemos em um ambiente de aparente tolerância religiosa, corremos o risco de pensar que é assim em outros lugares da Terra. Portanto, aproveite essa oportunidade para conscientizar a sua classe acerca dessa terrível realidade.


INTRODUÇÃO


A história da expansão da Igreja no livro de Atos mostra um fariseu zeloso: Saulo de Tarso. Este tinha prestígio religioso e cultural entre os judeus. Por isso, ele ganhou “carta branca” das autoridades religiosas para perseguir os seguidores de Jesus e, assim, tornar-se um implacável perseguidor da Igreja de Cristo do primeiro século. É o que estudaremos nesta lição.


PONTO CENTRAL: No mundo de hoje há perseguição contra os cristãos


I – SAULO DE TARSO, O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL

1. Saulo se descreve como “blasfemo”, “perseguidor” e “opressor” (1 Tm 1.13). Como um fariseu fanático, Saulo tinha a convicção de que seu papel era destruir a fé cristã, matando e prendendo os seguidores de Jesus. Sua postura arrogante o fazia ser truculento, usando grande violência contra pessoas simples, homens e mulheres, sem qualquer compaixão. Ele acreditava piamente que, com esse comportamento, estava agradando a Deus. Apoiado pela casta sacerdotal que odiava o nome de Jesus, Saulo usava dos meios legais para atacar os cristãos. Por causa de sua truculência, os seguidores de Jesus tiveram que fugir para outras cidades. O perseguidor “respirava ameaças e morte” contra os discípulos de Jesus (At 9.1) e, por isso, não via problemas em prender e arrastar presos para Jerusalém, os que professavam o contra nome do Nazareno (At 9.2).


2. As ameaças de Saulo de Tarso. A expressão “respirando ameaças e morte” (At 9.1) descreve Saulo, de maneira figurada, como uma fera selvagem que ameaça sua presa. No texto de Atos 9.21, o perseguidor era visto como um exterminador, pois conduzia os cristãos às prisões, além de permitir que fossem açoitados. Ele não poupava ninguém que seguisse a doutrina de Cristo.


3. Por que Saulo perseguia os cristãos? Os motivos que levaram Saulo a se tornar um perseguidor inclemente contra os seguidores de Cristo, eram o zelo destrutivo pela Torah e o suposto fato religioso de que Jesus talvez fosse um “blasfemo”. Para Saulo, o anúncio de que um crucificado pudesse ser o Messias prometido pelos profetas do AT era um escândalo. Ora, quem fosse suspenso no madeiro (cruz), de acordo com a Lei, estava sob a maldição divina (Dt 21.23). Por isso, nosso Senhor não passava de um blasfemo para Saulo. Mais tarde, por ocasião de sua conversão, ele descobre que Cristo assumiu a maldição da Lei e, por isso, nos livrou dessa maldição (Gl 3.13).


SÍNTESE DO TÓPICO I

Saulo ameaçava a igreja, não por acaso, ele se descreve como blasfemo, perseguidor e opressor.


SUBSÍDIO PEDAGÓGICO


Antes de iniciar a aula desta semana, faça uma pequena recapitulação da aula passada. É muito importante que os alunos tenham uma percepção da concatenação dos assuntos. Jamais deixe que o conteúdo fique solto na imaginação dos alunos. O trabalho do professor é trazer unidade ao tema e aplicá-la à realidade dos alunos. Outrossim, procure aplicar esse método de recapitulação ao longo de todo o trimestre. Portanto, cuide da concatenar as ideias e, ao mesmo tempo, expressar a unidade da revista.


II- A PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA DE CRISTO


1. Contra os seguidores de Jesus. A perseguição de Saulo contra Jesus era uma perseguição contra a Igreja, o Corpo de Cristo, uma instituição divina. Ao passo que ele “respirava ameaças e morte” (At 9.1) contra os seguidores de Cristo, sua intenção era acabar de vez com “a Igreja”. Ao atacá-la, atingiu as pessoas que representavam Cristo, dentre as quais havia um homem arguto, defensor do nome de Jesus e cheio do Espírito Santo, cujo nome era Estevão.


2. Saulo de Tarso e Estevão. Se por um lado Saulo era um erudito que chamava atenção, devido à sua cultura judaica, greco-romana e autoridade na Torah, Estevão era um erudito do Judaísmo com uma grande capacidade do Espírito para confrontar ideias contrárias aos ensinos de Jesus (At 6.9.10; 7.2-53). O primeiro mártir da Igreja era um homem cheio do Espírito Santo, conhecedor profundo da história de seu povo e da teologia judaica. Por isso, quando apontava para Jesus Cristo como clímax da revelação redentora para o mundo, o fazia com autoridade.


O discurso inflamado de Saulo, e respaldado pelos oponentes dos seguidores de Jesus, deparou-se com outro discurso, mas este proveniente da sabedoria do Espírito (At 6.10). Essa autoridade espiritual de Estevão atraiu a ira dos inimigos de Cristo (At 6.5.11; 7.55). Por isso, com o pleno consentimento de Saulo (At 8.1), eles o apedrejaram até a morte (At 7.59,60). Mas se por um lado eles mataram Estevão, por outro, potencializaram a mensagem do primeiro mártir da Igreja.


3. Uma intolerância religiosa e política contra a igreja atual. A igreja atual continua a despertar fúrias de certas autoridades políticas e religiosas que não aceitam a mensagem de liberdade e vida que o Evangelho proporciona. Nossos irmãos, que servem a Deus em países políticos e religiosamente fechados para o Evangelho, continuam a pagar, com a própria vida, a fidelidade à mensagem de Cristo. Oremos pela igreja perseguida!


SÍNTESE DO TÓPICO II

A perseguição de Saulo contra Jesus era uma perseguição contra a Igreja de Cristo.


SUBSÍDIO APOLOGÉTICO


Além da perseguição tradicional aos cristãos, há a perseguição mais sofisticada, que se dá no campo cultural. Por exemplo, quando tentam reduzir a vivência da fé à vida privada dos cristãos, trata-se de uma perseguição cultural e ideológica. Ora, do ponto de vista filosófico, o ser humano é um ser religioso. Do ponto de vista antropológico-teológico, o ser humano é imagem de Deus e, por isso, tem uma centelha divina dentro dele que o impulsiona à busca por Deus, embora, como afirma a nossa Declaração de Fé, essa imagem divina esteja distorcida e corrompida. A necessidade de buscar a Deus é própria do ser humano. Impedir essa iniciativa livre e pública é impedir a livre manifestação da condição de ser humano. Por isso que, ao longo da história, a perseguição aos cristãos viola os direitos humanos.


Ou seja, a partir do momento que autoridades, intelectuais, jornalistas, artistas, exigem que os cristãos não tenham o direito de expressar os seus valores, princípios e doutrinas que perpassam a dinâmica da vida e fazê-lo em qualquer espaço da sociedade, há sim uma violação aos direitos mais nobres do ser humano. Não é possível exigir dos cristãos que escondam a sua fé, isto é, que deixem de falar o que eles têm visto e ouvido. Tentaram fazer isso com os apóstolos Pedro e João: “E, chamando-os, disseram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem, no nome de Jesus.” (At 4.18); mas suas respostas foram taxativas: “Respondendo, porém, Pedro e João, lhes disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.” (At 4.19,20).


III- QUANDO UM SISTEMA SE VOLTA CONTRA A IGREJA


1. Como era a perseguição contra os primeiros discípulos? Saulo de Tarso liderou uma perseguição continua e violenta. Ele prendia os primeiros cristãos, mandava açoitá-los e não havia escrúpulos mesmo com mulheres e crianças (At 9.21; 22.5): “sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a devastava” (Gl 1.13). Saulo entendia que praticar essas barbáries era defender a fé judaica, livrando os judeus dos "hereges", exatamente nos moldes de que Jesus havia alertado os discípulos: “Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus” (Jo 16.2).


2. Perseguição, tortura e método. Parece exagero afirmar que Saulo de Tarso torturava os primeiros cristãos, mas é o que ele mesmo declara em seu testemunho pós-conversão. Além de castigá-los fisicamente, ele empregava a tortura psicológica para induzi-los a blasfemarem (At 26.10.11). Entretanto, apesar da violência empregada com açoites, prisões, tortura psicológica, apedrejamento e mortes, muitos dos discípulos fiéis a Cristo não negaram o nome de Jesus.


3. Perseguição aos pentecostais. No início do Movimento Pentecostal no Brasil, nossos pioneiros sofreram toda sorte de perseguição e violência. Muitos deles sofreram agressões físicas e psicológicas. Tudo isso porque pregavam uma doutrina que a religião oficial não aceitava. O que dizer de Daniel Berg e Gunnar Vingren, os primeiros pastores dos primórdios das Assembleias de Deus no Brasil? E tantos outros irmãos perseguidos nesses rincões brasileiros? Ao olhar para o passado, devemos enxergar o presente e conscientizar-se de que a obra pentecostal custou alto preço.


SÍNTESE DO TÓPICO III

A perseguição contra os primeiros cristãos envolvia açoites, prisões e constrangimentos.


SUBSÍDIO MISSIOLÓGICO


Há obras e sites especializados que se dedicam em retratar o fenômeno contemporâneo da perseguição aos cristãos. Muitos são os relatos das grandes dificuldades que nossos irmãos passam em países por causa de sua fé. Além do tema da perseguição aos cristãos nos países mulçumanos, há análises abundantes a respeito da igreja nos países sob “os poderes comunistas remanescentes”, esses países são a China, o Vietnã, Laos, Cuba e Coreia do Norte. Em épocas passadas, esses países cometeram crimes bárbaros contra todas as religiões, incluindo os cristãos. Isso se dava porque esses regimes, sob óculos ideológicos, viam nas religiões, como o Cristianismo, um obstáculo para o progresso do regime de poder.

Por esse motivo, cristãos foram martirizados, igrejas foram devastadas, missionários forçados aos trabalhos forçados. Os países desse regime, bem como os de regimes religiosos, de religião islâmica e outras, injustiçaram muitos de nossos irmãos. Hoje, alguns desses países usam uma tática diferente. Há países que, devido aos seus maiores envolvimentos com a economia global, não executam a matança em massas de cristãos, mas colocam a vida deles sob rígida vigilância. Entretanto, o regime considera ilegal, trata os cristãos supostamente fora da lei com prisão e brutalidade. Há outros regimes que nem aparência de civilidade há. Por isso, oremos pela igreja perseguida!


CONCLUSÃO


Se a Igreja fosse uma mera organização humana, já teria acabado. Mas é uma instituição divina, edificada pelo próprio Cristo e, por isso, a Igreja subsiste ao longo dos séculos e continuará a subsistir até a vinda gloriosa de Jesus


QUESTIONÁRIO


1. Como Saulo se descreve? 

Saulo se descreve como “blasfemo”, “perseguidor” e “opressor”.


2. O que a expressão “respirando ameaças e morte” descreve? 

A expressão “respirando ameaças e morte” (At 9.1) descreve, de maneira figurada, Saulo como uma fera selvagem que ameaça sua presa.


3. Segundo a lição, quem era um homem arguto, defensor do nome de Jesus e cheio do Espírito Santo? Estevão.


4. Como se dava a perseguição contra a Igreja? 

Paulo prendia os primeiros cristãos, mandava açoitá-los e não havia escrúpulos mesmo com mulheres e crianças.


5. Você acha que a igreja de hoje passa por algum tipo de perseguição? Justifique a sua resposta. Resposta livre


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