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14 junho 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 12: O DIACONATO


Depois de estudarmos sobre o presbitério ou episcopado, estudaremos nesta lição a segunda função que faz parte da organização da Igreja local, que é o diaconato. Com o imenso e rápido crescimento da Igreja primitiva, surgiu muita murmuração por parte dos cristãos gentios contra os hebreus, porque sentiram que estava havendo favorecimento em relação à ajuda oferecida pela Igreja às viúvas. 

Os apóstolos convocaram uma reunião com toda a Igreja e explicaram que não seria razoável que eles deixassem o trabalho de oração e pregação da Palavra de Deus, para cuidar da assistência social. Em seguida, propuseram a escolha de sete homens, de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para cuidar deste importante trabalho. (At 6.1-7). 

No primeiro tópico, seguindo a mesma ordem dos estudos dos outros ministérios, tendo Jesus como nosso exemplo em tudo, falaremos sobre o estilo de vida diaconal de Jesus Cristo. Falaremos neste tópico sobre a definição do termo diaconia. Depois, discorreremos sobre a posição de servo ou escravo, assumida por Jesus em seu ministério terreno. Jesus, mesmo sendo Deus, Senhor e Mestre, assumiu a posição de servo  e veio a este mundo não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar os pecadores da escravidão do  pecado. Por último, destacaremos a função de serviçal dos discípulos de Jesus.  Nunca foi proposto por Jesus aos seus seguidores, posição de destaque neste mundo e sim, a função de servir uns aos outros. Nesse sentido, todos os cristãos são diáconos.

No segundo tópico, explicaremos a instituição do ministério do diácono, em Atos 6. Veremos neste tópico o conceito inicial da função dos diáconos, o problema que deu origem ao diaconato e a forma que foram escolhidos pelos apóstolos. Conforme falamos no início, o crescimento da Igreja logo após o Pentecostes foi extraordinário. Em um único dia, três mil pessoas se converteram. No dia seguinte, o número chegou a cinco pessoas. Este crescimento numérico, certamente foi uma bênção. Mas, trouxe consigo um problema de administração que gerou murmuração, por parte dos cristãos gentios. Esta murmuração, por sua vez, levou os apóstolos a reunirem a Igreja e tomarem a sábia decisão de  escolherem os diáconos, para servirem à Igreja, cuidando da assistência aos necessitados. A forma que eles foram escolhidos também nos ensina muito. Os requisitos para a escolha foram postos pelos apóstolos, mas, os diáconos foram escolhidos pela própria comunidade e depois, a escolha foi confirmada pelos apóstolos com a imposição de mãos. 

No terceiro e último tópico, falaremos sobre o perfil e a função do diácono na Igreja primitiva e nos dias atuais. Em Atos 6, as exigências para os diáconos é que tivessem boa reputação, fossem cheios de Espírito Santo e de sabedoria. Depois, Paulo escrevendo a Timóteo, acrescentou mais algumas exigências. As atribuições dos diáconos na Igreja primitiva não eram voltadas ao caráter litúrgico, mas estavam ligadas, exclusivamente, à área social. Por último, estudaremos as atribuições dos diáconos nos dias atuais, especialmente na Assembléia de Deus, que é a nossa Igreja. Além dos trabalhos de assistência social, nos dias atuais temos também as necessidades dos trabalhos nos templos em apoio à liderança da Igreja, como a recepção, segurança, recolhimento de contribuições, servir à Ceia do Senhor, secretaria, tesouraria e auxiliar na organização do templo durante os cultos. 


Pb. Weliano Pires

 

07 junho 2021

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 11: O PRESBÍTERO, BISPO OU ANCIÃO

 

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Nas últimas cinco lições, falamos sobre os dons ministeriais elencados pelo apóstolo Paulo em Efésios 4.11: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. São dons que Deus concedeu à sua Igreja, visando o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério e para edificação do corpo de Cristo, até alcançarmos a unidade da fé, o conhecimento de Cristo, a medida de varão perfeito e alcançarmos o padrão de Cristo. 

Na lição desta semana estudaremos o ministério do presbítero, bispo ou ancião. Não se trata de um dom ministerial dado à Igreja, mas certamente é um ministério, que é exercido no âmbito da Igreja local, como forma de organizar os trabalhos na congregação e auxiliar a liderança do pastor. Esta função foi instituída posteriormente, como forma de organizar as Igrejas. 

Inicialmente, os únicos líderes da Igreja Cristã eram os apóstolos. Eles fundavam Igrejas, pregavam às multidões e dedicavam-se à oração e ao ensino da Palavra de Deus. (At 6.1,2). Com o crescimento rápido da Igreja, houve reclamação dos gentios, alegando que as suas viúvas eram preteridas e a Igreja dava prioridade às que eram judias. Os apóstolos, então, viram a necessidade de estabelecer o cargo de diácono, para ajudar nas tarefas da assistência social (At 6.1-7), que será o tema da nossa próxima lição. 

Os apóstolos pregavam o Evangelho por toda parte e fundavam Igrejas por onde passavam. Com o número crescente de Igrejas locais em várias cidades, eles viram que havia a necessidade de se estabelecer líderes locais nestas Igrejas, para colocar as coisas em ordem, administrar a Igreja local e ensinar a Palavra de Deus. “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei”. (Tt 1.5)

No primeiro tópico da lição veremos as definições das palavras presbítero, bispo e ancião; as funções bíblicas deste ministério; e as qualificações exigidas para o seu exercício, elencados por Paulo em 1 Timóteo 3 e Tito 1.6-9. A palavra presbítero e ancião no grego são a mesma palavra (presbyteros). Algumas versões traduzem por presbítero e outras por ancião. Já a palavra traduzida por bispo é diferente, é "Episkopos". Entretanto, tanto as funções, quanto as qualificações exigidas para bispo e presbítero são as mesmas. Subentende-se, portanto, que são sinônimas. 

No segundo tópico, falaremos a respeito da importância do presbitério na Igreja primitiva e nos dias atuais. Como as referências aos presbíteros, bispos e anciãos sempre aparecem no plural, é provável que o presbitério fosse um colegiado que atuava nas igrejas ou em uma região e não um único presbítero liderando em um local. Em Atos dos apóstolos vemos a participação dos anciãos (presbíteros), no concílio da Igreja de Jerusalém, junto com apóstolos, para debaterem as questões relacionadas aos judaizantes que queriam impor a guarda da Lei aos cristãos. (At 15.2,6,9-11).

No terceiro e último tópico falaremos sobre os principais deveres dos presbíteros que são: apascentar a Igreja de Deus, liderar a Igreja local e ungir os enfermos. O apóstolo Pedro exortou aos presbíteros, considerando-se também um deles e disse para “apascentarem” ou “pastorearem” o rebanho de Deus. (1 Pe 5.1-3). Falando aos bispos da Igreja de Éfeso, o apóstolo Paulo disse que “...o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.” (At 20.28). Isto demonstra que os presbíteros exerciam também a função pastoral. Tiago, por sua vez, disse em sua epístola que os presbíteros devem ser chamados para ungir os enfermos (Tg 5.14). Aliás, é a única vez em que aparece o ato de ungir no Novo Testamento. Não existe no Novo Testamento o ato de ungir objetos, casas, ou pessoas que não estejam doentes. 

Durante a lição iremos falar também sobre as três formas de administração eclesiásticas e as funções dos presbíteros em cada uma delas na atualidade. Os presbíteros têm funções diferentes de acordo com a forma de governo da sua denominação. Até na mesma denominação pode variar, de acordo com o estado ou o ministério a que ele pertence.


Pb. Weliano Pires


05 junho 2021

Lição 11: O Presbítero, Bispo ou Ancião


Data: 13 de Junho de 2021

TEXTO ÁUREO

“Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros [...]” (Tt 1.5).


VERDADE PRÁTICA

“O presbitério deve ser constituído por pessoas idôneas para auxiliar na administração da igreja local.”


HINOS SUGERIDOS: 151, 344, 516.


LEITURA DIÁRIA

Segunda - Tt 1.5 - O estabelecimento dos Presbíteros

Terça - Tg 5.14 - Homens espirituais

Quarta - 1Tm 4.14 - A ação do presbitério

Quinta - 1Pe 5.1,2 - Presbíteros apascentadores

Sexta - 1Pe 5.3 - Como exemplo do rebanho

Sábado - Tt 1.5,7 - Bispo — Outro nome para presbítero


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Tito 1.5-7; 1 Pedro 5.1-4.


Tito 1

5 - Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei:

6 - aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes.

7 - Porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;


1 Pedro 5

1 - Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:

2 - apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;

3 - nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.

4 - E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória.


INTERAÇÃO COM O PROFESSOR

 

A igreja local é o Corpo Invisível de Cristo num tempo e num espaço. Ela é constituída por distintos seres humanos. Por isso, é preciso haver uma liderança que a norteie, a oriente e a administre com sabedoria. Então, aprouve ao Senhor levantar obreiros para dela cuidar. A igreja local jamais pode ser administrada por um único líder. Apesar da importância do pastor titular, este deve contar com um grupo de obreiros aptos a ensinar e a administrar a igreja local: o presbitério. O nosso Pai levantou presbíteros, homens honrados, de boa índole e idôneos, para junto do pastor titular, cuidar e zelar do rebanho do Senhor. 


OBJETIVOS: 

  • Conceituar o termo e a função do presbítero.

  • Valorizar o ministério do presbítero.

  • Apontar os deveres dos presbíteros.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Caro professor, para concluir o assunto do primeiro tópico, sobre a função do presbítero, reproduza o quadro abaixo conforme as suas possibilidades. Peça aos alunos para discutirem as funções do presbítero apresentadas no quadro, preenchendo os espaços vazios.


Conclua afirmando que a função de um presbítero, em primeiro lugar, é pastoral. Isto implica múltiplas ações e zelo com a igreja local instituída pelo Senhor numa região. Ao final da aula, juntamente com os alunos, interceda pelo presbitério de sua igreja local.


COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO


Palavra Chave: 

Presbítero: Ancião; Pessoa madura na fé.


No início da Igreja do primeiro século havia líderes que orientavam os crentes quanto ao Evangelho, bem como à organização e desenvolvimento da igreja local. O Evangelho frutificou na vida das pessoas, e por isso, surgiam cada vez mais novos crentes. Foi necessário, a fim de garantir o discipulado integral da nova pessoa em Cristo, separar crentes idôneos e maduros na fé para cuidarem desse precioso rebanho. Assim, os apóstolos de Cristo passaram a estabelecer presbíteros para zelar pela administração e a vida espiritual da igreja local.


I. A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS


1. Significado da função. De acordo com a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, o termo “presbítero” (do gr. presbyteros) é uma forma comparativa da palavra grega presbys, “pessoa mais velha”. Como substantivo, e no emprego dos judeus e cristãos, “presbítero” é um título de dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo da igreja local. É um sinônimo de bispo (gr. episkopos, supervisor); de professor (gr. didaskolos); e de pastor (gr. poimēn).

2. A liderança local. O apóstolo Paulo cuidou de organizar a administração das igrejas locais por onde as plantava, separando um grupo de obreiros para tal trabalho. Quando escreve ao seu discípulo, o jovem Tito, Paulo o instrui a estabelecer presbíteros em diversos lugares, de cidade em cidade (Tt 1.4,5,7). Está claro, assim, o aspecto pastoral da função exercida pelos presbíteros nas comunidades cristãs antigas.

3. As qualificações. No Novo Testamento, as referências aos presbíteros encontram-se no plural: “presbíteros”, “bispos” ou “anciãos” (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.14; 1Pe 5.1). Como a liderança local era formada por um grupo de irmãos experientes na fé para cuidarem da igreja, a função dos presbíteros era pastoral. Portanto, o presbítero é um pastor, um apascentador de ovelhas! A Palavra de Deus expressa qualificações bem objetivas para o exercício fiel dessa função. Tais qualificações estão descritas em Tito 1.6-9 para presbítero, assim como em 1 Timóteo 3.1-7 para “bispo”, denotando o aspecto sinonímico dos dois termos. Uma leitura atenta das duas listas indica a importância da função e como as igrejas não podem descuidar-se quando da ordenação de pessoas para servi-la. O bom conselho do apóstolo Paulo ainda é a maneira mais segura para se separar obreiros.


SINOPSE DO TÓPICO (I)

O termo presbítero (do gr. presbyteros) é um sinônimo de bispo (gr. episkopos), de professor (do gr. didaskolos) e de pastor (do gr. poimēn). Logo, a sua função é pastoral.


II. A IMPORTÂNCIA DO PRESBITÉRIO

1. Significado do termo. “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (1Tm 4.14). Foi dessa forma que o apóstolo Paulo lembrou Timóteo, aconselhando-o acerca do reconhecimento do ministério do jovem pastor pelo conselho de obreiros. O Novo Testamento classifica esse corpo de obreiro de “presbitério” (do gr. presbyterion, substantivo de presbítero, um conselho formado por anciãos da igreja cristã).

2. A atuação do presbitério. No Concílio de Jerusalém, em relação às sérias questões étnicas e eclesiásticas que podiam comprometer a expansão da igreja, os apóstolos e os anciãos (presbíteros) foram chamados para debater e legislar sobre o assunto (At 15.2,6,9-11). Em seguida, os presbíteros foram enviados à Antioquia para orientar os irmãos sobre a resolução dos problemas que perturbavam os novos convertidos: “E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém” (At 16.4).

3. A valorização do presbitério. O presbitério deve ser valorizado, pois desde os primórdios da Igreja cristã, a sua existência tem fundamento na Palavra de Deus. O rebanho do Senhor será ainda mais bem atendido se o presbitério das nossas igrejas for preparado para uma atuação mais efetiva no governo da igreja e no ministério de ensino, tal como instruiu o apóstolo Paulo: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5.17). O Novo Testamento mostra que, apesar de haver um pastor titular, o governo de uma igreja não era exercido por um único líder, mas pelo conselho de obreiros (At 20.17-37; Ef 4.11, 1Pe 5.1). O presbitério é de vital importância ao desenvolvimento das igrejas locais e ao bom ordenamento do Corpo de Cristo.


SINOPSE DO TÓPICO (II)

Fundamentado na Palavra de Deus desde os primórdios cristãos, o presbitério atua no governo da igreja local junto ao pastor titular.


III. OS DEVERES DO PRESBITÉRIO


1. Apascentar a igreja. Os presbíteros têm o dever de alimentar o rebanho de Deus com a exposição da Santa Palavra. O apóstolo Pedro bem exortou aos presbíteros da sua época acerca desta tarefa: (1Pe 5.2a). O apascentar as ovelhas do Senhor se dá com cuidado pastoral, não pela força ou violência, como se os obreiros tivessem domínio sobre o Corpo de Cristo. Esse ato ocorre voluntariamente, sem interesse financeiro, servindo de exemplo ao rebanho em tudo (1Pe 5.2,3). Os presbíteros formam o conselho da igreja local cujo objetivo maior é atuar na formação espiritual, social, moral e familiar do povo de Deus.

2. Liderar a igreja local. A liderança da igreja local tem duas esferas principais de atuação: o governo e o ensino. O presbítero, quando designado para essas tarefas, tem o dever de exercê-las na “Igreja de Deus” (1Tm 3.5). Para isso, ele precisa saber “governar a sua própria casa” e ser “apto a ensinar” (1Tm 3.2,4). Liderar o rebanho de Deus, segundo o Novo Testamento, é estar disponível “para servir” e “não para ser servido” (Mt 20.25-28; Mc 10.42-45). Com o objetivo de exercer competentemente esta função, o presbítero deve ser uma pessoa experiente, idônea e pronta a ser exemplo na igreja local. Ensinar e governar com equidade e seriedade é o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para tão nobre tarefa.

3. Ungir os enfermos. “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor” (Tg 5.14). O ato da unção dos enfermos não pode ser banalizado na igreja local. Ele revela a proximidade que o presbítero deve ter com as pessoas. O membro da igreja local tem de se sentir à vontade para procurar qualquer um dos presbíteros e receber oração ou uma palavra pastoral. Tal obreiro foi separado pelo Pai e pela igreja para atender a essas demandas.


SINOPSE DO TÓPICO (III)

Apascentar a igreja de Cristo, liderar uma igreja local e ungir os enfermos são algumas das muitas responsabilidades do presbítero.


CONCLUSÃO


Vimos que os termos presbítero, bispo e pastor são sinônimos. Os presbíteros, ou bispos, sempre formaram um corpo de obreiros com a finalidade de contribuir para a edificação da igreja local. Eles exercem uma função pastoral. Nas Assembleias de Deus no Brasil, os presbíteros exercem este serviço, pastoreando as congregações. Eles ainda cuidam da execução das principais tarefas da Igreja: a evangelização e o ensino da Palavra. Portanto, esses obreiros precisam ser bem selecionados e valorizados pela igreja local.


VOCABULÁRIO


Intercambiável: Que pode intercambiar, permutar, trocar ou mudar reciprocamente.

Étnica: Relativo a etnia; pertence ou próprio de um povo.

Sinonímia: Qualidade das palavras sinônimas; de relação de sentido entre dois vocabulários que tem significação muito próxima.


Q U E S T I O N Á R I O  


1. Segundo a lição, o que é um presbítero?

É um título de dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo da igreja local.


2. Qual o significado do termo “presbitério”?

“Presbitério” vem do gr. presbyterion, substantivo de presbítero, um conselho formado por anciãos da igreja cristã. O termo designa o conjunto de presbíteros que administram uma igreja local.


3. Relacione os deveres dos presbíteros.

Apascentar a igreja, liderar a igreja local e ungir os enfermos.


4. Quais as duas esferas principais de atuação da liderança da igreja local?

O governo e o ensino.


5. Qual é o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para ser presbítero?

Ensinar e governar com equidade e seriedade.


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I


Subsídio Teológico


As qualificações dos Presbíteros (1.6-9)


As qualificações no verso 6, de acordo com o idioma original, são condições ou questões indiretas relativas aos candidatos que estão sendo considerados para o ministério. O grego traduz literalmente: ‘Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução [desperdício de dinheiro] nem são desobedientes’ — este pode ser considerado como um candidato ao presbitério [...].


Paulo parece estar usando as palavras ‘ancião/presbítero’ (presbyteros, v.5) e ‘líder/bispo’ (episkopos, v.7) de modo intercambiável [...]. Neste primeiro período da história da Igreja, os ofícios ministeriais eram variáveis e indistintos (STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 2: Romanos a Apocalipse. 4 ed., RJ: CPAD, 2009, pp.704,05).


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II


Subsídio Histórico Pentecostal


PRESBÍTEROS


As Assembleias de Deus, especialmente no Brasil, certamente em razão de se constituírem inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicos, atraídos pela crença bíblica do batismo no Espírito Santo, do ponto de vista administrativo, ministerial, adotaram uma posição intermediária mais aproximada do sistema presbiteriano. Não admitem hierarquia. Não aceitam o episcopado formal, senão o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no Novo Testamento. Admitem, entretanto, o cargo separado de presbítero. O presbítero (anteriormente chamado ‘ancião’) é o auxiliar do pastor. Porém, em algumas regiões, em campo de evangelização das Assembleias de Deus, de certo modo, é-lhe dado cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste, ele desempenha todas as funções pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza. Entre esses, há os que possuem a dignidade, capacidade e verdadeiro dom de pastor.


[...] Porém, na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo (SP), foi debatida a questão sobre se os anciãos (presbíteros) não poderiam ser considerados pastores. Os convencionais compreenderam, citando textos como 1 Pedro 5.1, Atos 20.28 e 1 Timóteo 5.17, que, em alguns casos, parece haver uma diferença entre anciãos e anciãos com chamada ao ministério, e estabeleceram, assim, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus: diáconos, presbíteros e ministros do evangelho (pastores e evangelistas).


[...] Nas Assembleias de Deus, embora o trabalho do presbítero tenha a sua definição, passou a ser também visto como o penúltimo cargo a ser exercido pelo obreiro, na sucessão das ordenações, antes de ser consagrado a evangelista ou pastor” (ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. RJ: CPAD, 2007, pp.715,16).


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO


O Presbítero, Bispo ou Ancião


Ao longo da história da Igreja, vários modelos de governo eclesiásticos apareceram. Mas, oficialmente, podem-se classificar três exemplos: o Episcopal, o Presbiteriano e o Congregacional.


No governo episcopal, o bispo é a autoridade máxima numa hierarquia constituída de presbíteros e diáconos. Adotam esse modelo as igrejas Romana, Anglicana, Ortodoxa e Metodista, por exemplo.


O governo presbiteriano é constituído de um conselho eleito pela assembleia geral da igreja local. Tal conselho é formado por presbíteros regentes (administradores) e docentes (pastor titular e pastores que cuidam do ensino e da liturgia) tipificados pelas igrejas presbiterianas de fé reformada. Ainda há o presbitério (regional) subordinado ao Sínodo (estadual) que, por sua vez, submete-se ao Supremo Concílio (nacional).


O governo congregacional caracteriza-se pelas decisões tomadas em assembleia geral constituída pela igreja local. As igrejas batistas são a denominação que mais caracteriza esse modelo.


Tecnicamente, as igrejas pentecostais adotam o modelo episcopal de governo. O das Assembleias de Deus no Brasil constituiu-se pelas funções de Pastor, Evangelista, Presbítero, Diácono e Auxiliar de Trabalho — a função de Auxiliar submete-se à de diácono; esta à de presbítero; esta à de evangelista; e esta à de pastor; mas todas, por sua vez, à de Pastor-Presidente.


Constituída por diversos campos de trabalhos, onde uma igreja matriz exerce a liderança em relação às igrejas setoriais e as demais congregações, e de setores eclesiásticos regionais, a função do presbítero tem uma importância singular na liderança local da igreja. O presbítero da Assembleia de Deus é um pastor local, pois ele pastoreia as congregações sob a supervisão do pastor setorial (pastor de uma igreja setorial da sede), isto é, um bispo responsável pela supervisão de várias congregações em uma região daquele campo de trabalho. Por isso, uma grande e extraordinária tarefa pesa sobre os ombros dos presbíteros.


É importante ressaltar que, segundo o pastor Isael Araújo, no “Dicionário do Movimento Pentecostal” (CPAD), o modelo de governo assembleiano no Brasil foi abundantemente influenciado pelo da Suécia e trazido pelos missionários que lideraram inicialmente a igreja no Brasil quando da sua fase embrionária. Por outro lado, o governo da Assembleia de Deus da América é diametralmente oposto ao da brasileira.


03 junho 2021

A IMPORTÂNCIA DO DOM MINISTERIAL DE MESTRE


No terceiro e último tópico vamos falar a respeito da importância do dom ministerial de mestre. Este dom é uma necessidade urgente da Igreja. Se não houver ensino, os crentes não amadurecem e não tem firmeza. Por isso, há a necessidade de um discipulado contínuo. Diferente do que muitos pensam o discipulado não termina com o batismo. 

Os pastores e mestres precisam continuar aprendendo e se atualizando no estudo teológico e secular. Vivemos na era digital, onde o conhecimento está ao alcance de um clique. A cada dia, surgem novas descobertas científicas, leis mudam e os mestres não podem ficar alheios a isso, sob pena de serem considerados ultrapassados ou falarem bobagens. 

1. Uma necessidade urgente da igreja. Deus sempre se preocupou com o ensino da sua Palavra. Ele ordenou a Moisés, para que orientasse os filhos de Israel a ensinarem a Palavra de Deus aos seus filhos desde a infância. (Dt 6.7-9). No Antigo Testamento havia a figura do escriba, que tinha a responsabilidade tanto de escrever os textos sagrados, como de ler as Escrituras, interpretá-las e ensinar ao povo. O grande exemplo disso é Esdras. Após o retorno do cativeiro babilônico, o povo não sabia nem o próprio idioma, pois, passaram setenta anos no exílio e muitos nasceram lá. Sendo assim, não conheciam também a Lei de Moisés. Esdras passou seis horas lendo as Escrituras e explicando o significado para o povo. Ao término, o povo levantou as mãos e adorou a Deus. (Ne 8.1-6). 

Na Igreja não é diferente. Tem que haver o ensino sistemático da Palavra de Deus. Onde não há ensino, não há aprendizagem e as pessoas persistem no erro que leva à destruição. Somente o conhecimento da Verdade liberta (Jo 8.32). Jesus disse que “as pessoas erram por não conhecerem as Escrituras e o poder de Deus”. Disse também que “são as Escrituras que testificam dele”. (Mt 22.29; Jo 5.39).

2. A responsabilidade de um discipulado contínuo. Muitos crentes pensam que o discipulado limita-se apenas às primeiras orientações aos novos convertidos e que se encerra com o batismo. Mas, isso é um erro. Nós somos discípulos de Jesus durante toda a nossa vida. O curso de discipulado é apenas o primário. É o “leite espiritual'', que recebemos no início da fé. Precisamos evoluir para o alimento sólido (Hb 5.12).

Os pastores e mestres também têm a necessidade de continuar o seu discipulado. O cristão nunca para de aprender, independente da posição que ocupa na Igreja. Em todas as profissões, se faz necessário a atualização e reciclagem dos conhecimentos. Com os mestres da Igreja não é diferente.

3. Requisitos necessários ao mestre. Em todos os dons ministeriais há os requisitos necessários para se exercê-los, além da chamada, é claro. Deus chama os ministros, mas há os requisitos a serem cumpridos por eles. A lição nos traz pelo menos quatros exigências para ser um mestre na Igreja:

a. Um salvo em Cristo. Não existe a possibilidade de alguém ensinar a Igreja, se não foi salvo por Cristo. Primeiro porque Ele não chama para o ministério quem ainda não foi salvo. Segundo, porque o seu ensino não produziria nenhum resultado. Ninguém consegue oferecer aquilo que não tem. 

b. O hábito de ler. A leitura é muito importante em todas as profissões, pois, o conhecimento advém da leitura. Mas, para o mestre, a leitura é indispensável. 

Todo professor deve ser um leitor assíduo. Infelizmente, há pastores e professores que nunca leram a Bíblia inteira e nunca leram um livro sequer. O que teriam a ensinar? 

c. Preparo intelectual. Um mestre da Igreja precisa ler a Bíblia toda e conhecê-la bem: a sua linguagem, cultura, geografia, escritores, histórias, etc.  O mestre também precisa ter acesso a enciclopédias, dicionários, concordâncias, livros e comentários que o ajudem a entender profundamente a Bíblia. 

No curso teológico estudamos três matérias que nos auxiliam neste aspecto: Bibliologia, que estuda a formação do cânon, os materiais, escritores e panorama geral da Bíblia; Geografia bíblica, que estuda os lugares, relevo, vegetação e distâncias mencionados na Bíblia; e a hermenêutica bíblica que nos ajuda a interpretar o texto bíblico. 

É necessário também o estudo secular. A Bíblia não muda. Mas, o mundo e o conhecimento mudam. Um mestre precisa se inteirar sobre as novas descobertas científicas, atualidades, história, geopolítica mundial, leis, etc., até para se inteirar sobre o cumprimento das profecias. Não precisamos ser especialistas em tudo, mas, pelo menos, o básico precisamos conhecer.

d. Um coração em chamas. Há um grande engano, principalmente nas Igrejas pentecostais, de que o conhecimento esfria o crente. Mas, é exatamente ao contrário. O conhecimento verdadeiro sobre Deus e a Sua Palavra produz fé e fervor  nos corações. O que esfria o crente é a falta de oração e o pecado, principalmente o da soberba. Há muitos que são soberbos e não oram, mesmo sendo ignorantes. Há também os que são extremamente cultos e são fervorosos como Paulo, Apolo, Lutero, Spurgeon, Emílio Conde, Antonio Gilberto,  Eurico Bergstén, Bernhard Johnson, Valdir Bícego e muitos outros, que eram cultos, mas, nunca perderam o fervor espiritual.


Infelizmente, o ministério de mestre não é valorizado em muitas Igrejas. A maioria dos mestres militam à própria custa, sem nenhum apoio financeiro sequer para custear os seus estudos e comprar materiais didáticos. Em contrapartida,  abrem-se as portas e dão vultosos cachês a pregadores do "reteté", que fazem muito barulho e não tem nenhum conteúdo bíblico. 


CONCLUSÃO DA LIÇÃO


Seguindo o padrão do estudo dos outros dons ministeriais, vimos nesta lição que Jesus é o padrão de todos os dons ministeriais. Depois, vimos como este dom era exercido na Igreja Primitiva e como este dom deve funcionar na Igreja atual.

É urgente que a Igreja desperte para a necessidade de ensinar a Palavra de Deus. Em muitas Igrejas, devido às muitas ocupações, o pastor não tem tempo suficiente para ensinar profundamente a Palavra de Deus à Igreja e outros não têm o dom, embora a Bíblia recomenda que o bispo deve estar apto para ensinar. Por isso, é muito importante o ministério de mestre, para que a Igreja seja doutrinada corretamente e seja sadia. 


Pb. Weliano Pires

02 junho 2021

O ENSINO DAS ESCRITURAS NA IGREJA DO PRIMEIRO SÉCULO

Imagem do Prof. Robson Santos

Neste segundo tópico, falaremos a respeito do ensino bíblico na Igreja primitiva. Antes de subir ao Céu, Jesus deu ordem aos seus apóstolos para que ensinassem todas as nações a guardarem todas as coisas que Ele mandou. (Mt 28.19,20). Este ensino começa na evangelização, passa pelo discipulado e continua no crescimento espiritual do crente. 

1. Uma ordem de Jesus. Durante o seu ministério terreno, Jesus ensinou a Sua Doutrina aos seus discípulos, proferindo longos sermões e usando os mais variados métodos de ensino, seja através de parábolas, perguntas, etc. Antes de subir ao Céu, Ele deu várias instruções aos discípulos, entre elas a de ensinar a Sua Palavra. Jesus disse que lhes enviaria o Espírito Santo e Ele os faria lembrar de tudo o que Ele havia ensinado. O Espírito Santo capacita o crente com o dom ministerial de mestre para ensinar a Igreja. Mas, isso não o dispensa do estudo bíblico. Paulo, escrevendo a Timóteo disse: "persiste em ler e exortar." Infelizmente, muitos obreiros ainda acham que basta abrir a Bíblia, ler um texto aleatoriamente e ensinar, sem conhecer nada do que leu. Antes de levantar para ensinar, é preciso sentar para aprender e saber de quem está aprendendo. 

2. A doutrina dos apóstolos. Lemos em At 2.42 que a Igreja perseverava "na Doutrina dos Apóstolos".  Isso é uma referência ao conjunto de ensinos ministrados por Jesus, que os apóstolos transmitiram à Igreja. A Igreja do primeiro século cresceu muito rápido e eles só tinham o Antigo Testamento. Então, se fazia necessário que os apóstolos transmitissem os ensinos de Jesus, oralmente ou por epístolas. Apolo, por exemplo, era um fervoroso pregador, poderoso nas Escrituras do Antigo Testamento, que ensinava sobre Jesus, mas, conhecia apenas o batismo de João. Foi necessário o casal de missionários, Priscila e Áquila lhe ensinarem com mais exatidão o Evangelho de Cristo. (At 18.18-24).

3. Ensinamento persistente. Nos primeiros dias da Igreja, os apóstolos, especialmente Pedro, foram os primeiros mestres da Igreja Cristã. Eles não eram doutores, pois, eram pessoas simples e não haviam estudado nas escolas rabínicas. Entretanto, eles aprenderam por três anos com o Mestre por excelência, Jesus Cristo.

Após a ascensão de Jesus, eles foram revestidos do poder do Espírito Santo e ensinavam a Palavra de Deus com sabedoria e autoridade irresistíveis. Os discursos inflamados de Pedro e Estevão, foram verdadeiros tratados teológicos, expondo as Escrituras com maestria, de Abraão até Cristo. Depois, com a conversão de Saulo, este passou a ser o principal mestre das Igrejas do Novo Testamento. Paulo era um doutor na Igreja de Antioquia, Depois, foi enviado para a obra missionária. Ele fundou várias Igrejas, em sua primeira viagem missionária. Depois, voltava por elas, instruindo os irmãos, sobre a sã doutrina. Paulo escreveu treze epístolas com profundo conteúdo doutrinário, principalmente, a Epístola aos Romanos. 


Com o evangelismo, a Igreja cresce em número. Isso é muito importante, como vimos na lição sobre o ministério de evangelista. Mas, se não houver o ensino da Palavra de Deus, os crentes continuam imaturos. São presas fáceis do adversário e podem até se desviar. No próximo tópico falaremos mais sobre a importância do dom ministerial de mestre. 


Pb. Weliano Pires

01 junho 2021

JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA



Neste primeiro tópico falaremos a respeito das características de Jesus como o Mestre por excelência. Jesus é o Mestre da Galiléia, o Mestre Divino e o Mestre da humildade. Como em todos os outros dons ministeriais, Jesus é o nosso modelo perfeito e no dom ministerial de mestre, Jesus é o mestre por excelência. 

1. O mestre da Galileia. Jesus é o Mestre da Galiléia, pois, embora fosse judeu, nascido em Belém da Judéia, Ele cresceu em Nazaré, uma pequena cidade da Galiléia. Depois que iniciou o seu Ministério terreno, Jesus estabeleceu-se em Cafarnaum, cidade que ficava na região do Mar da Galiléia (Mt 9.1). Por isso, Ele sempre foi chamado de Nazareno e Galileu. Foi também na Galiléia, na cidade de Caná, que Jesus realizou o seu primeiro milagre, transformando água em vinho  (Jo 2.1-11). 

A palavra Galiléia, vem do termo hebraico "galil" que significa círculo ou anel. A Galiléia era uma região que incluía um círculo de cidades, que ficavam ao redor do Mar da Galiléia que era, na verdade, um grande lago. A região da Galiléia, inicialmente, fazia parte das terras das tribos de Zebulom e Issacar. Mas, muitos cananeus permaneceram na região desde a época de Josué. (Jz 1.30-33; 4.2). Posteriormente, Salomão doou 20 cidades dessa região ao Rei de Tiro  (1 Rs 9.11). Por isso, nos dias do profeta Isaías já era conhecida como "Galiléia dos gentios" (Is 9.1).

Nos dias de Jesus, a Galiléia foi incorporada à tetrarquia de Herodes Antipas e muitos judeus passaram a habitar na região, numa tentativa de recolonização. Entretanto, eles viam os galileus com desprezo. As principais cidades da Galiléia eram: Nazaré, Cafarnaum e Tiberíades. 

Jesus, era chamado Galileu, por ter crescido em Nazaré e viver em Cafarnaum, na idade adulta. Ele não frequentou as escolas dos rabinos judaicos, tanto que os judeus se admiravam da sua sabedoria e diziam: 

- Como sabe este letras, sem as ter aprendido? (Jo 7.15). 

Jesus ensinava e as multidões o seguiam para ouvi-lo. Ele era verdadeiro e justo. Falava com sabedoria e autoridade. Não era como os hipócritas escribas e fariseus, que ensinavam de um jeito e procediam de outro. A pedagogia de Jesus era perfeita. Os discursos dele não eram diferentes da sua conduta. No livro de apoio ao trimestre, o Pr. Elinaldo Renovato de Lima destaca alguns aspectos da metodologia de ensino de Jesus:

  • Ele Conhecia a matéria que ensinava (Lc 24.27);
  • Conhecia profundamente os seus alunos (Mt 13; Lc 15.8-10; Jo 21) e reconhecia o que havia de bom neles (Jo 1.47)
  • Ensinava as verdades bíblicas de modo simples e claro (Lc 5.17-26; Jo 14.6);
  • Usava o método de ensino adequado à ocasião e ao tipo de ouvintes (Parábolas, perguntas, discursos, preleção, leitura, demonstração, etc.).

2. O mestre divino. Jesus não era um sábio qualquer, como alguns filósofos querem denominá-lo, colocando-o no mesmo patamar de Confúcio, Buda, Sócrates e outros. Jesus é Deus e, portanto, possui o atributo divino da onisciência. Ele conhece o passado, o presente e o futuro; conhece todos os mistérios e sonda as mentes e corações.

A sabedoria de Jesus não é deste mundo. Ele apanha os sábios em suas próprias astúcias. Muitas vezes, os escribas e fariseus usaram de astúcia para tentar incriminá-lo, mas, eram envergonhados. Jesus não caía em suas ciladas. Quando trouxeram a mulher adúltera perante Jesus, os fariseus disseram que Moisés havia dito que ela deveria ser apedrejada e perguntaram o que Jesus tinha a dizer. Conhecendo a astúcia deles, Jesus não contrariou a Lei e respondeu: 

- Aquele entre vós, que não tiver pecado, atire a primeira pedra. 

A consciência pesou e ninguém se atreveu a atirar pedra na mulher. Saíram um a um, começando pelos mais velhos. 

Em outra ocasião, os mestres da Lei incomodados com a atitude de Jesus ao expulsar os mercadores do templo, perguntaram-lhe com que autoridade Ele fizera aquilo. Jesus sabendo que eles queriam apanhá-lo em alguma falha para incriminá-lo, respondeu: 

- Eu também lhes farei uma pergunta: o batismo de João era do Céu, ou dos homens? 

Eles ficaram intrigados com a pergunta e arrazoaram entre si, dizendo: 

- Se dissermos que era do Céu, ele perguntará porque nós não cremos  e se dissermos que era dos homens, o povo nos apedrejará, pois todos consideravam João como um grande profeta. 

Então, decidiram responder que não sabiam e Jesus disse que também não lhes diria com que autoridade fizera aquilo. 

3. O mestre da humildade. Mesmo sendo Deus e Senhor, Jesus fez-se servo. Ele esvaziou-se da Sua Glória e veio a este mundo padecer pelos pecadores. Jesus nunca quis ser grande ou aparecer. Ele é o maior exemplo de humildade que o mundo já conheceu. Jesus se aproximava de pessoas desprezadas, como publicanos, samaritanos, galileus, leprosos, mulheres, etc. 

Jesus disse para aprendermos dEle, que é manso e humilde de coração. (Mt 11.29). Todo mestre que aprendeu com Jesus, não se considera superior aos seus ouvintes, fala a linguagem deles e usa o método de ensino de acordo com o seu público. A humildade é uma das principais características do Cristão. Humildade é o senso de insignificância moral em si mesmo, dependência de Deus e preocupação altruísta; total ausência de arrogância e petulância. Humilde é aquele que quer ser, exatamente como Deus quer que ele seja, nem mais, nem menos.


Pb. Weliano Pires

AS ARMAS DO CRENTE

(Comentário do 1º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No primeiro tópico, falaremos sobre as armas do crente...