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31 janeiro 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 6: A BÍBLIA COMO UM GUIA PARA A VIDA.


REVISÃO DA LIÇÃO ANTERIOR

Na lição passada, estudamos o tema: Como ler as Escrituras. Tratamos nesta lição sobre a necessidade de se interpretar corretamente as Escrituras, valendo-se para isto, da exegese e da hermenêutica, que são ferramentas de interpretação de textos, e, principalmente, da iluminação do Espírito Santo. 


Estudamos nesta lição, os tópicos abaixo: 


I.  A Bíblia precisa ser interpretada.

  • Definição e a importância da exegese. 

  • As limitações dos leitores da Bíblia

  • As particularidades das Escrituras, que exigem uma interpretação minuciosa, para se entender. 

II. Os pressupostos pentecostais para a interpretação bíblica. 

  • A autoridade da Bíblia

  • A iluminação do Espírito Santo

  • O valor das experiências vividas

III. As regras básicas para a interpretação da Bíblia. 

  • A Escritura é sua própria intérprete. 

  • Princípios de interpretação bíblica

  • Os perigos da hermenêutica pós-moderna. 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 6


Na lição desta semana, estudaremos o tema: A BÍBLIA COMO UM GUIA PARA A VIDA. O objetivo principal desta lição é mostrar que a Bíblia é o manual divino para a nossa vida e que aqueles que praticam os seus ensinos vivem uma vida com sabedoria. Os princípios bíblicos, se aplicados a todas as áreas da nossa vida, nos levam a viver uma vida que glorifica a Deus. 


Todos os produtos que adquirimos trazem consigo o manual do fabricante, contendo todas as informações sobre o funcionamento, instalação, precauções e garantia do produto. Se não forem seguidas as instruções do manual do fabricante, o funcionamento do produto fica comprometido e perde-se a garantia. 


No caso do ser humano, Deus é o seu criador e sabe tudo o que ele precisa e como deve funcionar. O manual de Deus para o ser humano é a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. Portanto, devemos nos atentar diligentemente para os seus ensinos e aplicá-los rigorosamente às nossas vidas. No Salmo 119.9, o salmista faz uma indagação e ele mesmo responde: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra.”


No primeiro tópico, falaremos da Bíblia como um alicerce ou fundamento para as nossas vidas. Jesus usou a ilustração do homem que edifica a sua casa sobre a rocha e de outro que edifica sobre a areia. Respectivamente, o Mestre comparou estas duas edificações, ao que ouvem as suas Palavras e as guardam e aos que não guardam. Falaremos também neste tópico, sobre a Palavra de Deus como a luz que ilumina o nosso caminho. Por último falaremos a respeito da imutabilidade da Bíblia. 


No segundo tópico, veremos que a Bíblia nos torna sábios. Falaremos neste tópico sobre o conceito de sabedoria, do ponto de vista bíblico. Depois, veremos que Deus é a fonte de toda sabedoria. Por último, falaremos sobre o temor a Deus como o princípio da sabedoria. 


No terceiro e último tópico, falaremos sobre a Bíblia e a prudência para a vida. Discorremos sobre o conceito de prudência na Bíblia. Depois, falaremos sobre a prudência dos justos. Por último, falaremos sobre os benefícios da prudência na vida do ser humano.


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Pb. Weliano Pires


25 janeiro 2022

A BÍBLIA PRECISA SER INTERPRETADA


Comentário do 1° tópico da lição 5: Como ler as Escrituras)


Nos primeiros anos de escola, assim que o aluno aprende a ler, logo em seguida são passadas narrativas para ele ler. Após a leitura vem os exercícios de interpretação do texto lido, para desenvolver a sua capacidade de interpretação de texto. Isto acontece porque não basta ler um texto, é preciso entender o que se leu. Com a Bíblia não é diferente. Além de lê-la, precisamos também compreender aquilo que lemos. Entretanto, não é uma tarefa tão simples. Interpretar um texto que foi escrito em nossa própria língua, em nosso país, em uma época próxima à que vivemos pode ser relativamente fácil. Mas, no caso da Bíblia, devido às nossas limitações, por causa da nossa natureza pecaminosa e por causa das particularidades da Bíblia, necessitamos de ferramentas que nos auxiliem na interpretação dos textos bíblicos.


1. A importância da exegese. A palavra "exegese" vem de dois termos gregos "ex" (fora) e "agein" (guiar). Significa, portanto, literalmente "guiar para fora". A junção destes dois termos deu origem à palavra exegese, que significa extrair de um texto o seu sentido ou intenção original. Em relação à Bíblia, o papel da exegese é buscar o significado e a intenção originais do texto bíblico e trazê-los ao leitor atual. Para se fazer uma exegese do texto bíblico, o leitor deve esvaziar-se completamente das suas ideologias e convicções pessoais e deixar que o texto fale por si mesmo. 


É muito importante que o intérprete da Bíblia, ao fazer a exegese do texto tenha em mãos um dicionário de língua portuguesa, um dicionário bíblico, uma concordância bíblica, um dicionário de palavras-chaves em hebraico e grego e mais de uma versão da Bíblia. Isso, certamente ajudará na compreensão e busca do sentido original dos textos bíblicos. Eu recomendo a Bíblia de Estudo Palavra-Chave, publicada pela CPAD, e a Concordância Bíblica de Stong. Ao contrário da exegese, existe outra ferramenta chamada "eisegese", que faz o oposto. Na eisegese, o intérprete traz as próprias teorias e convicções para dentro do texto bíblico e procura justificá-las usando a Bíblia, querendo fazê-la dizer aquilo que ela não diz. 


2. As limitações dos leitores. Todos nós, sem exceção alguma, somos limitados em vários aspectos. A primeira limitação que temos ao ler a Bíblia é a própria língua portuguesa. Na tradução da Bíblia para a nossa língua, feita por João Ferreira de Almeida e seus colaboradores, pois, ele morreu antes de concluída, foi usada uma linguagem culta, com características do português de Portugal. Naquela época, não se usavam pronomes de tratamento e muitas palavras surgiram depois, ou foram perdendo o seu sentido original. Muitos de nós temos dificuldade para entender a língua portuguesa, conjugar corretamente os seus verbos, usar a acentuação e pontuação adequados, entender as colocações pronominais, etc. Isso dificulta o entendimento do texto bíblico, mesmo em português. Vou citar três exemplos, que ilustram bem esta situação: 


Exemplo 1: 

Certa vez um presbítero, muito sério, por quem tenho muita consideração, leu o texto de João 4.26, da seguinte maneira: "Jesus disse-lhe: Eu sou eu, que falo contigo." Em seguida, começou a pregar, com a seguinte indagação: Será que eu posso dizer: eu sou eu? Eu não sou nada! Mas, Jesus,pode dizer: Eu sou eu! 

Embora ele estivesse correto em dizer que não somos nada, o texto que ele havia lido não diz "Eu sou eu". A mulher samaritana havia dito a Jesus, no versículo anterior: 

– Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo." 

Jesus, então lhe respondeu: 

– Eu o sou, eu que falo contigo. 

O pregador subtraiu do texto o pronome oblíquo "O" e provavelmente não compreendeu o que ele significa. Este pronome substitui a palavra Messias. Em uma linguagem mais atualizada seria:

– Eu sou o Messias, eu que estou falando com você.


Exemplo 2. 

Em uma reportagem, apareceu a história de um certo "pastor", que supostamente teve uma revelação para que tivesse filho com uma mulher casada, da Igreja que ele era pastor. Para justificar esta abominação, ele usou o texto de Oséias 3.1 e leu-o da seguinte forma: "...Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e ADULTERA como o SENHOR ama os filhos de Israel…". Ele leu o texto, suprimindo o acento agudo e transformou o adjetivo "adúltera" no verbo adultera e entendeu que Deus havia mandado adulterar. O próprio repórter pediu para ver o texto e o questionou: 

– Mas tem um acento aqui, pastor! Aqui está dizendo “adúltera” e não “adultera.” 


Exemplo 3

Muitas pessoas lêem o texto de Romanos 12.13a: "Comunicai com os santos nas suas necessidades…" e concluem que devemos contar aos santos as nossas dificuldades. Mas não é isso que o texto diz. Comunicar neste texto tem o sentido de tomar parte ou ajudar, como está na Nova Versão Almeida: "Ajudem a suprir as necessidades dos santos." O pronome possessivo "suas" no texto, também se refere às necessidades dos outros e não às nossas próprias. 

Outra grande limitação nossa é compreender o sentido original dos textos bíblicos pois, eles foram escritos em outros idiomas, em outras culturas e em épocas muito distantes da que vivemos, como veremos a seguir. Claro que eu não estou sugerindo que todos os leitores da Bíblia sejam especialistas em hebraico, grego, arqueologia e cultura judaica, grega e romana. Estou apenas apontando a nossa limitação neste sentido. 


3. A natureza das Escrituras. Nas lições anteriores vimos algumas particularidades da Bíblia e as circunstâncias em que se deu a sua composição. A Bíblia foi escrita em hebraico, grego e alguns alguns trechos em aramaico. Estes três idiomas são muito diferentes do português. Além disso, a época em que a Bíblia foi escrita está muito distante de nós. Mesmo se estudarmos estes idiomas, ainda encontraremos dificuldades. O hebraico antigo e o aramaico não existem mais. O grego Koiné, também não é o mesmo grego que se fala atualmente. 

Há também os fatores culturais que são muito diferentes da nossa cultura. A Bíblia foi escrita na cultura oriental de milênios atrás. Mesmo se olharmos para Israel e para as nações citadas na Bíblia que ainda existem, são completamente diferentes dos tempos bíblicos. Portanto, é necessário considerar os aspectos culturais, gramaticais, filosóficos, religiosos e geográficos dos tempos bíblicos, para interpretarmos corretamente um texto bíblico. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

REVISED. Joseph Angus. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.    

STEIN. Robert H. Guia básico para a interpretação da Bíblia. 1 Ed. 1999. Editora CPAD. pág. 15.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. pág. 617.    

SILVA, Antônio Gilberto da. A Bíblia através dos séculos. Editora: CPAD. 15 Edição 2004.    

ARTHUR, Walkington. A inspiração divina da Bíblia. Editora Monergismo. 1ª edição, 2013.      


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Pb. Weliano Pires


17 janeiro 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 04: A ESTRUTURA DA BÍBLIA


REVISÃO DA LIÇÃO ANTERIOR


Na lição passada, falamos sobre a inerrância e infalibilidade da Bíblia. Vimos que a Bíblia Sagrada, por ser inspirada por Deus, que é absolutamente verdadeiro, não pode conter erros ou falhas. A Palavra de Deus é absolutamente verdadeira, incorruptível e plenamente confiável em tudo o que ela diz. 


Falamos sobre a definição teológica da doutrina da inerrância das Escrituras. Vimos que a Bíblia reivindica a sua inerrância. A palavra inerrância não está na Bíblia, mas, a idéia de que a Bíblia é isenta de qualquer tipo de erro está presente em vários textos bíblicos. Falamos também sobre a diferença entre inerrância e infalibilidade. 


Depois, falamos que o Espírito Santo preservou as Escrituras. O Espírito Santo atuou não apenas na inspiração dos textos bíblicos, mas manteve a revelação divina incorruptível. Falamos sobre os manuscritos autógrafos e manuscritos apógrafos, e sobre os livros apócrifos e pseudepígrafos. 


Por último, falamos acerca da Verdade nas Escrituras e que a Bíblia é a verdade plena. Explicamos o significado dos termos hebraico e grego, que foram traduzidos por verdade, respectivamente, emeth e aletheia. Falamos também sobre a verdade moral e espiritual dos textos bíblicos. Por último, falamos das verdades históricas e científicas da Bíblia, ou seja, aquilo que a Bíblia registra, seja do ponto de vista histórico ou científico, é absolutamente verdadeiro. 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 04

Na lição desta semana, estudaremos a estrutura da Bíblia Sagrada. Veremos como a Bíblia está organizada e que ela se divide em dois testamentos. Falaremos resumidamente sobre a  classificação dos livros do Antigo Testamento e em seguida discorreremos sobre a classificação dos livros do Novo Testamento. A organização do texto bíblico por assunto e também as divisões em capítulos e versículos facilitam a localização rápida dos textos e também a sua memorização. 


No primeiro tópico, falaremos sobre a organização geral da Bíblia Sagrada. Traremos neste tópico a definição etimológica do termo “Bíblia”. Depois falaremos sobre o cânon da Bíblia, trazendo a definição etimológica da palavra cânon. Por último, falaremos sobre os dois Testamentos da Bíblia, a definição etimológica da palavra testamento e o uso desta palavra na Bíblia e na Igreja Primitiva. 


No segundo tópico,  falaremos sobre a classificação dos livros do Antigo Testamento por assunto, como está em nossa Bíblia. Falaremos também sobre a canonicidade do Antigo Testamento. Por último, traremos algumas particularidades e detalhes do Antigo Testamento.


No terceiro e último tópico, falaremos igualmente sobre a classificação por assunto dos livros do Novo Testamento. Depois, discorreremos sobre a canonicidade do Novo Testamento e as provas da sua inspiração divina. Por último, veremos também algumas particularidades do Novo Testamento. 


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Lição 04: A Estrutura da Bíblia

23 de Janeiro de 2022.


TEXTO ÁUREO:

“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.” (Lc 24.44).

VERDADE PRÁTICA:

"A Bíblia se divide em Antigo e Novo Testamentos, totalizando 66 livros, divinamente inspirados. Toda ela é nossa única regra de fé e prática."

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ap 22.18,19 

Nada pode ser acrescentado ou retirado das Escrituras canônicas

Terça – Rm 1.2 

Os textos inspirados são chamados de Santas Escrituras

Quarta – Jz 3.4 

O Antigo Testamento é dotado de veracidade e de autoridade

Quinta – 1 Co 2.4,13

Os livros inspirados e autorizados são chamados de canônicos

Sexta – Ef 2.20 

A Igreja Primitiva reconheceu e preservou os livros canônicos

Sábado – Mt 24.5 

A Palavra de Deus é atemporal e imutável

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:

Lucas 24.44-49.

44 – E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos.

45 – Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.

46 – E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos;

47 – E, em seu nome, se pregasse o ar­rependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.

48 – E destas coisas sois vós testemunhas.

49 – E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai: ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.

Hinos Sugeridos: 185, 354, 603 da Harpa Cristã


PLANO DE AULA

INTRODUÇÃO

Conhecer a estrutura da Bíblia é importante para manejá-la bem. Memorizar as Escrituras e amá-las não são opções excludentes. Muito pelo contrário, os antigos decoravam as Escrituras porque a amavam. Inclusive, a etimologia da palavra “decorar” tem como fonte a palavra “coração”. Por isso, a importância de conhecer a estrutura do livro que amamos. Quem ama a Bíblia procura manejá-la muito bem.

APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Mostrar como a Bíblia está organizada e que ela se divide em dois testamentos;

II) Esclarecer como os livros do Antigo Testamento são classificados;

III) Expor a classificação dos livros do Novo Testamento.

B) Motivação: 

“Passear” pela Bíblia com desenvoltura deve ser objetivo de todo estudante sério das Escrituras. Saber identificar os livros e encontrá-los sem dificuldades são habilidades que não podem ser desprezadas. Por isso é nosso papel encorajar os alunos a usar habilidosamente a Bíblia.

C) Sugestão de Método: 

Elabore um documento em que a estrutura da Bíblia, conforme consta na presente lição, esteja presente. Distribua para os alunos, instando-os a revisarem sistematicamente durante a semana e o mês. Motive-os a treinar a habilidade de manejar a Bíblia.


CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Ao final da lição, faça perguntas aos alunos sobre os livros da Bíblia e suas respectivas classificações. Dê oportunidade para eles classificarem os livros bíblicos em classe. É uma maneira motivadora de sedimentar o conhecimento.


SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “Alguns Fatos e Particularidades da Bíblia” traz informações a respeito da estrutura moderna da Bíblia para expandir o primeiro tópico;

2) O texto “Implicações para o Professor Cristão”, localizado após o terceiro tópico, tem o propósito refletir a respeito da aplicação do ensino da Bíblia no dia a dia do(a) professor(a).


INTRODUÇÃO

A Bíblia Sagrada foi escrita majoritariamente em hebraico e grego, em um período aproximado de 1.600 anos, por cerca de 40 homens, e se estrutura em Antigo e Novo Testamentos. Seus livros são divinamente inspirados e formam o cânon bíblico. Nesta lição, veremos como a Bíblia está organizada, a classificação de seus livros, a canonicidade e as particularidades dos Testamentos.


Palavra-Chave: ESTRUTURA


I – COMO A BÍBLIA ESTÁ ORGANIZADA

1. Definição do termo Bíblia. A palavra “Bíblia” tem origem tanto no vocá­bulo grego como no latim. O termo grego biblos significa “livro” e tem conotação de qualidade sagrada. A palavra bíblia no latim é um substantivo feminino singular que igualmente exprime a ideia de “ livro”. Por volta do ano 150 d.C., os cristãos passaram a usar o termo em grego a bíblia (os livros) para referir-se ao conjunto de livros inspirados por Deus. O Dicionário Bíblico Wycliffe explica que o singular bíblia em latim revela uma unidade de pensamento e uma pureza. Por isso, a coleção dos livros sagrados forma um único livro: a Bíblia Sagrada, chamada também por Paulo de “as Santas Escrituras” (Rm 1.2).

2. O Cânon da Bíblia. A expressão “cânon” procede do hebraico qãneh com o sentido de “vara de medir”. O termo correspondente em grego é kanõn que significa “régua”. Desse modo, na teologia o vocábulo “cânon” é empregado como “norma” de avaliação para identificar os livros sagrados. Em vista disso, o termo “canônico” passou a designar os 66 livros aceitos como divinamente inspirados ­(39 livros no A.T., e 27 no N.T.). Isso quer dizer que o Espírito Santo guiou o seu povo a reconhecer a autoridade desses escritos como regra de fé e prática. Nesse sentido, o cânon bíblico está completo. Nada pode ser acrescentado ou retirado das Escrituras canônicas (Ap 22.18,19).

3. Os dois Testamentos bíblicos. O termo “testamento” vem do latim testamentum, que é tradução da palavra grega diatheke e da hebraica berith. Ambos os termos têm o sentido de “aliança”, “pacto” ou “concerto” de Deus com a humanidade. A expressão “Antigo Testamento” foi inaugurada por Paulo (2 Co 3.14) e refere-se aos livros dos judeus reconhecidos por Jesus como “as Escrituras” (Mt 22.29), “a Lei, os Profetas e os Salmos” (Lc 24.44). O termo “Novo Testamento” foi usado para se referir ao cumprimento profético de Jesus como o Mediador da Nova Aliança (Jr 31.31; 1 Co 11.25, Hb 8.6-13; 12.24). Essa expressão também passou a designar os escritos inspirados dos cristãos igualmente reconhecidos como “as Escrituras” (2 Pe 3.15,16).


SINOPSE I

A Bíblia divide-se em dois testa­mentos divinamente inspirados: o Antigo e o Novo Testamentos.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

Alguns Fatos e Particularidades da Bíblia

Antes, a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi feita no ano de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão em versículos foi feita duas vezes. O AT em 1445, pelo Rabi Nathan; o NT em 1551, por Robert Stevens, um impressor em Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555 – O AT tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O NT tem 260 capítulos e 7.959 versículos. A Bíblia toda tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos. O nú­mero de palavras e letras depende do idioma e da versão. O maior capítulo é o Salmo 119, e o menor o Salmo 117. O maior versículo está em Ester 8.9; o menor, em Êxodo 20.30. (Isso, nas versões portuguesas e com exceção da chamada ‘Tradução Brasileira’, onde o menor é Lucas 20.30). Em certas línguas, o menor é João 11.35. Os livros de Ester e Cantares não contêm a palavra Deus, porém a presença de Deus é evidente nos fatos neles desenrolados, mormente em Ester. Há na Bíblia 8.000 menções de Deus sob vários nomes divinos, e 177 menções do Diabo, sob seus vários nomes” (GILBERTO, Antonio. A Bíblia através dos Séculos: A história e a formação do Livro dos livros. 2.ed. Rio de Janeiro : CPAD, 2019, pp.28-29)


AMPLIANDO O CONHECIMENTO


Estrutura

Adotamos o Cânon Protestante e ensinamos, pois, que a Bíblia contém somente 66 livros inspirados por Deus, estando dividida em duas partes principais, Antigo e novo Testamento, ambos escritos por ordem de Deus num período de 1600 anos aproximadamente e por cerca de 40 homens […] os quais escreveram em lugares e em épocas diferentes […]” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Declaração de Fé das Assembleias de Deus, CPAD, p.26.

II – O ANTIGO TESTAMENTO

1. Os Livros do Antigo Testamento. A classificação dos livros do Antigo Testamento, tal qual a conhecemos hoje, se divide nos seguintes grupos:

a) Pentateuco (Lei): constituído por 5 livros, de Gênesis a Deuteronômio;

b) Históricos: formado por 12 livros de Josué a Ester;

c) Poéticos: composto de 5 livros de Jó a Cantares de Salomão; e,

d) Proféticos, que se subdividem em Profetas Maiores com 5 livros de Isaías a Daniel; e, Profetas Menores com 12 livros de Oséias a Malaquias.

A divisão utilizada pelos judeus era tripartida:

a) A Lei;

b) Os Profetas;

c) Os Salmos ou Escritos (Lc 24.44).

Apesar de a cultura judaica fazer uma categorização diferente, o conjunto do Antigo Testamento soma os mesmos 39 livros divinamente inspirados, tanto para os judeus como para os cristãos.

2. Canonicidade do Antigo Testa­mento. Existem três fatores basilares na avaliação de um livro canônico, a saber:

a) A inspiração divina, que atesta-se o livro é inspirado pelo Espírito Santo (Ne 9.30; Zc 7.12; 2 Pe 1.21);

b) Reconhe­cimento do povo de Deus, que atesta se o livro era aceito como autêntico por seus primeiros leitores (Êx 24.3,7; Dn 9.2); e

c) Preservação pelo povo de Deus, que atesta se o livro era conservado como Palavra de Deus (Dt 31.24-26; Dn 9.2).

Por conseguinte, a confirmação desses elementos revela que, desde o início, os livros do Antigo Testamento foram recebidos e guardados como inspirados e autorizados por Deus, dotados de veracidade e de autoridade (Jz 3.4).

3. Particularidades do Antigo Testamento. Quase a totalidade dos livros foram escritos em hebraico, chamado na Bíblia de língua de Canaã (Is 19.18). Algumas porções foram escritas em aramaico, uma espécie de dialeto que deu origem à língua árabe (cf: Gn 31-47; Ed 4.7-6.8; 7.12-26; Dn 2.4 -7.28; Jr 10.11). O último livro canônico foi o do profeta Malaquias que o concluiu antes do ano 430 a.C.; desde então, nada mais pode ser acrescido ao cânon do Antigo Testamento. Conforme o teólogo Norman Geisler, para facilitar a tarefa de citar a Bíblia, em 1.227 d.C. o texto foi dividido em capítulos, e, por volta de 1.445 d.C., o Antigo Testamento foi dividido em versículos.


SINOPSE II

Os livros inspirados que inte­gram o cânon do Antigo Testamento são classificados como “Lei, Históricos, Poéticos e Pro­féticos”.

III – O NOVO TESTAMENTO

1. Os livros do Novo Testamento. Es­ses livros foram reconhecidos pela Igreja após a morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo e estão classificadas em quatro grupos principais:

a) Evangelhos, que são os 4 livros de Mateus, Marcos, Lucas e João;

b) Histórico, formado pelo livro de Atos dos Apóstolos;

c) Epístolas, que se subdivide em Epístolas Paulinas com 13 cartas de Romanos a Filemom; as Epístolas Gerais com 8 cartas de Hebreus a Judas;

d) Revelação, constituída pelo livro de Apocalipse.

O conjunto totaliza 27 livros inspirados e autorizados que são chamados de canônicos (1 Co 2.4,13).

2. Canonicidade do Novo Testamento. Os critérios de avaliação do Novo Testamento são iguais aos que determinam o cânon do Antigo, isto é, a inspiração, o reconhecimento e a preservação dos livros como Palavra de Deus. Nesse sentido, a Bíblia oferece indiscutíveis provas de inspiração do Novo Testamento (l Ts 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Quanto ao reconhecimento dos livros como fidedignos, desde o início os escritos falsos foram refutados pela Igreja (2 Ts 2.15; 2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1). Em relação à conservação das Escrituras, os primeiros cristãos adotaram a prática de leitura dos livros autorizados em suas reuniões e cultos (1 Ts 5.27; Cl 4.16; Ap 1.3). Mediante tais fatos, atesta-se que desde o começo a Igreja Primitiva reconheceu e preservou os livros canô­nicos, alicerçada sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas (Ef 2.20).

3. Particularidades do Novo testamento. Todos os livros do Novo Testamento foram escritos em grego koiné, um dialeto comum e presente por toda a cultura de fala grega, e que muito auxiliou na propagação do Evan­gelho nos primórdios do Cristianismo (At 19.10). Algumas expressões, mesmo redigidas no vernáculo grego, possuem significado em aramaico, dentre elas, citamos: Talita cumi – “Menina, levan­ta -te ” (Mc 5.41); Aba Pai – “Lit.: Pai, pai; ‘Meu Pai” (Mc 14.36); Eloí, Eloí, lamá sabactâni? – “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc 15.34). O conjunto dos livros canônicos foi escrito antes do término do século I. O último livro é o Apocalipse de João datado por volta do ano 96 d.C. e desde o encerramento do cânon, os cristãos reconhecem apenas os 27 livros como inspirados. Por fim , em torno de 1.555 d.C., o Novo Testamento também foi dividido em versículos.


SINOPSE III

Os livros inspirados que integram o cânon do Novo Testamento são classificados como “Evangelhos, Histórico, Epístolas e Revelação”.


AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Implicações para o Professor Cristão

Os professores comprometidos precisam não só do conteúdo da Bíblia, como também dos métodos criativos dos professores. A Bíblia fornece exemplos de ensino individual, em grupo pequeno ou em grupo grande. Ela apresenta várias formas de palestras, sermões, aná­lises e metodologias de perguntas e respostas. O ensino da Bíblia ocorre muitas vezes durante as refeições, em viagens de carro, ônibus, avião, em ambientes institucionais e em festas. Os que ensinam têm de estar preparados com a Palavra de Deus na ponta da língua em todas as circunstâncias. Ensino eficaz requer o domínio de um campo temático, aprimoradas habilidades de apresentação, preocupação relacionada e o profundo desejo de ver os resultados do ensino dentro e fora de sala de aula. O caminho para dominar as lições de Deus é permanecer alegremente em Jesus, assim como João permaneceu; é almejar e meditar na Bíblia dia e noite, assim como Davi fez (Sl 67; 73; 119; 145); é receber humildemente a correção de Deus, assim como Moisés recebeu (Dt 32-33) e seguiu Jesus suficientemente de perto, para ser coberto por seu sangue, assim como Simão de Cirene seguiu. (Lc 23.26)” (LINHART, Terry. Ensinando as Próximas Gerações: o Guia Definitivo do Professor de Jovens. l Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.53).


CONCLUSÃO

O conjunto dos 66 livros formam um único livro: a Bíblia Sagrada. Esses livros constituem o cânon bíblico do Antigo e do Novo Testamento. Os cri­térios para avaliação da canonicidade são a inspiração, o reconhecimento e a preservação dos livros como Palavra de Deus. A comprovação desses critérios revela que as Escrituras foram aceitas e preservadas como livros autorizados por Deus.


REVISANDO O CONTEÚDO

1. Como o termo “Cânon” é empregado em teologia? 

Na teologia o vocábulo “cânon” é em pregado como “norma” de avalia­ção para identificar os livros sagrados.

2. Qual é o sentido do termo “testamento”? 

Tem o sentido de “aliança” , “ pacto” ou “concerto” de Deus com a hu­manidade.

3. Classifique os livros do Antigo Testamento. 

O Antigo Testamento está classificado em Pentateuco (Lei), Históricos, Poéticos e Proféticos.

4. Classifique os livros do Novo Testamento. 

O Novo Testamento está classificado em Evangelhos, Histórico, Epístolas (paulinas e gerais) e Revelação.

5. Em que língua o Novo Testamento foi escrito? 

Em grego koiné.


AS ARMAS DO CRENTE

(Comentário do 1º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No primeiro tópico, falaremos sobre as armas do crente...