22 setembro 2023

OS MALES DE UMA VIDA NO MUNDO

(Comentário do 3º tópico da Lição 13: O mundo de Deus no mundo dos homens).

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos sobre os males de uma vida no mundo. Se há muitas bênçãos inefáveis para aqueles que fazem parte do Reino de Deus, por outro lado, há males terríveis e eternos para aqueles que ficarem fora do Reino de Deus e aderirem ao reino deste mundo, que jaz no maligno (1 Jo 5.19). 


O primeiro dos males de uma vida segundo o curso deste mundo é a escravidão do pecado. O pecado domina o ser humano (Jo 8.34) e o torna morto espiritualmente e incapaz de compreender o Evangelho por si mesmo. 


O segundo mal é que as pessoas que vivem segundo o curso deste mundo tornam-se filhos da ira. Aqueles que vivem na escravidão do pecado e rejeitam voluntariamente a mensagem do Evangelho são “por natureza filhos da ira” (Ef 2.3).


O terceiro e pior dos males é a condenação eterna. A Bíblia é muito clara quanto ao castigo eterno dos ímpios. Infelizmente, muitos se deixam enganar por estratégias diabólicas e acreditam que não irão para o inferno, caso rejeitem a Cristo, e até negam a sua existência. 


1. A escravidão do pecado. Jesus discursava certa vez sobre a sua missão e disse a alguns judeus que creram nEle: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8.31,32). Diante disso, eles o contestaram dizendo que nunca haviam sido escravos de ninguém e, como poderiam ser livres? Jesus afirmou que todos os que cometem pecado são servos do pecado (Jo 8.34). 


De fato, o pecado domina o ser humano e o torna um morto espiritual, incapaz de compreender o Evangelho. Em sua soberba, não reconhece a própria condição de miserável pecador. Somente o Espírito Santo pode abrir os olhos da pessoa nestas condições, para que se reconheça como pecador. Entretanto, Deus concedeu o livre-arbítrio, para que a pessoa receba ou rejeite a Cristo, após ouvir a voz do Espírito Santo. 


2. Filhos da ira. Aqueles que vivem na escravidão do pecado e rejeitam voluntariamente a mensagem do Evangelho, continuam escravizados pelos desejos e pensamentos da sua natureza carnal e são “por natureza filhos da ira” (Ef 2.3). O fato de não acreditar em Deus, ou viver como se Ele não existisse, não livrará as pessoas da ira de Deus.

 

A Bíblia diz que “Do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.” (Rm 1.18). Diz também que “ao nome de Jesus se dobrará todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra…” (Fp 2.10). 


A ira de Deus já está acontecendo no presente e se manifestará plenamente no Juízo final, como veremos abaixo. As pessoas podem tentar evitá-la e fugir dela, mas a punição certamente alcançará aqueles que pecaram e não receberam a Cristo como Senhor e Salvador. 


3. Condenação eterna. Jesus sempre deixou claro que aqueles que nele cressem, seriam salvos, mas, os que não cressem, seriam condenados (Mc 16.16; Jo 3.18). Infelizmente, muitas pessoas se deixam enganar por uma heresia chamada "Universalismo", que ensina que no final, Deus irá salvar a todos e ninguém será condenado. 


Esta é uma estratégia diabólica para manter as pessoas no pecado, acreditando que não irão para o inferno e até mesmo negando a sua existência, como fazem os Adventistas e as Testemunhas de Jeová. Outros acreditam que poderão ter um sofrimento provisório no "purgatório" e poderão resolver a situação com missas e intercessões dos santos, como ensinam os católicos. Mas, o inferno é real e é lugar de tormento eterno, como a Bíblia nos mostra. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1806,1807.



20 setembro 2023

AS BÊNÇÃOS DE UMA VIDA NO REINO

(Comentário do 2º tópico da Lição 13: O mundo de Deus no mundo dos homens).

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos sobre as bênçãos de uma vida no Reino de Deus. Antes de pertencermos ao Reino de Deus, éramos por natureza, filhos da ira e inimigos de Deus. Agora que entramos no Reino de Deus, através de Jesus Cristo, alcançamos as bençãos deste Reino. 

A primeira bênção de uma vida no Reino de Deus é a remissão dos pecados. O pecado é uma ofensa contra Deus e, portanto, somente Ele pode remir ou perdoar esta ofensa. Somente através do sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário, alcançamos o perdão dos nossos pecados. 

A segunda bênção é a adoção de filhos. Adotar um filho é conceder a alguém que não é filho biológico, todos os direitos inerentes a esta condição. Antes de conhecer a Cristo, éramos estranhos e inimigos de Deus. Mas, pela fé em Cristo, recebemos não apenas o perdão dos pecados, mas também o direito de sermos chamados filhos de Deus. 

A terceira bênção é ser herdeiro de Cristo. Deus é o dono de todas as coisas, visíveis e invisíveis, pois Ele tudo criou. Portanto, Ele dá a quem quer e decidiu, soberanamente, conceder as riquezas da sua glória àqueles a quem adotou como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, Seu Filho. 

1. Remissão dos pecados. A palavra remissão deriva do latim remissio, que tem o sentido de perdão, renúncia, desistência, absolvição. O conceito de remissão é a libertação de um cativo, mediante pagamento de resgate, ou cancelamento de uma dívida ou sentença, por parte do credor ou juiz que o sentenciou. 

Só quem pode fazer isso, evidentemente, é a parte ofendida. Eu não posso perdoar a ofensa feita a outra pessoa, ou anular uma sentença condenatória, imposta pela justiça a alguém. O pecado é uma ofensa contra Deus e, portanto, somente Ele pode remir ou perdoar esta ofensa. Somente através do sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário, alcançamos o perdão dos nossos pecados: “E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.” (Cl 2.13,14).

Há ideias equivocadas em relação ao pagamento dos nossos pecados, para a remissão deles. Todo cristão concorda que Cristo pagou o preço dos nossos pecados, mediante o seu sacrifício na Cruz do Calvário. Entretanto, há pessoas que dizem Jesus morreu para pagar o resgate ao diabo, para que ele nos libertasse da escravidão em que vivíamos, como se estivéssemos sequestrados pelo inimigo. 

Ora, isso é um absurdo teológico, pois o preço dos nossos pecados foi pago à Justiça de Deus que exige a punição pelo pecado. Jesus, como o Cordeiro imaculado de Deus, foi sacrificado para nos purificar de todos os nossos pecados, mediante a fé nEle. Somente Ele poderia fazer isso. A morte de qualquer ser humano, pois mais justo que fosse, seria incapaz de salvar a si mesmo. As boas obras, o sofrimento, a pobreza, o dinheiro ou a religião, são igualmente insignificantes para libertar o ser humano do pecado. 

2. Adotados por Deus em Cristo. Adotar um filho é conceder a alguém que não é filho biológico, todos os direitos inerentes a esta condição. Paulo é o único escritor do Novo Testamento que usa o termo adoção, em relação aos salvos em Cristo. Isto porque a prática da adoção não fazia parte do sistema legal judaico. Entretanto, era algo comum entre os romanos e bem conhecida dos gentios. 

Antes de conhecer a Cristo, éramos estranhos e inimigos de Deus. Mas, pela fé em Cristo, recebemos não apenas o perdão dos pecados, mas também o direito de sermos chamados filhos de Deus. Muitas pessoas estão enganadas pensando que todos os seres humanos são filhos de Deus. A Bíblia é muito clara e afirma que filhos de Deus são apenas aqueles que crêem em Jesus (Jo 1.12). Jesus é o Filho Unigênito (Gr. monogenes) de Deus (Jo 3.16). Aqueles que nele crêem se tornam filhos de Deus por adoção. Os demais são apenas criaturas de Deus. 

3. Herdeiros de Cristo. Deus é o dono de todas as coisas, visíveis e invisíveis, pois Ele tudo criou. Portanto, Ele dá a quem quer e decidiu, soberanamente, conceder as riquezas da sua glória àqueles a quem adotou como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, Seu Filho. Cristo, como único Filho legítimo de Deus e o herdeiro de tudo: “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” (Hb 1.1,2). 

Mas Deus colocou como co-herdeiros de Cristo, todos aqueles que se tornarem integrantes do Seu Reino pela fé nEle: “E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.” (Rm 8.17). 

Infelizmente, em nossos dias, há pessoas ensinando que temos “direitos” diante de Deus e que podemos exigir tais direitos. Mas, o fato de sermos herdeiros de Cristo, por termos sido adotados como filhos por Deus, mediante a fé em Cristo, não nos dá tal prerrogativa. Isso deve ser motivo para sermos eternamente gratos a Ele, por ter nos adotado como filhos e feito herdeiros de Deus, sendo nós por natureza, inimigos de Deus. Exigir algo de Deus nesta conjuntura, seria semelhante alguém perdoar uma dívida nossa impagável, colocar-nos dentro da sua casa como se fôssemos um dos seus filhos e nós lhe fazermos exigências.

REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1806,1807.


19 setembro 2023

O REINO DE DEUS NO MUNDO

(Comentário do 1º tópico da Lição 13: O mundo de Deus no mundo dos homens).

Ev. WELIANO PIRES

No primeiro tópico, falaremos a respeito do Reino de Deus neste mundo. Iniciaremos falando da encarnação de Cristo. Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio a este mundo implantar o Reino de Deus. Ele veio para o que era seu (os judeus), mas estes o rejeitaram. Mas, a todos os que o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que nele crerem (Jo 1.11,12). 

Na sequência, falaremos sobre a mensagem do Reino de Deus, que consiste no arrependimento dos pecados e retorno para Deus. Arrependimento significa literalmente "mudança de mente". Esta mudança inclui o abandono do pecado e a volta para Deus.

Por último, falaremos dos valores do Reino de Deus, que foram resumidos por Jesus no Sermão do Monte. É claro que estes não são os únicos valores do Reino de Deus, pois temos também as Epístolas e o Apocalipse que trazem outros valores inerentes ao Reino de Deus. 

1. A encarnação de Cristo. Deus é absolutamente santo e, portanto, não pode conviver com o pecado. O homem, vivendo no pecado, também não poderia se aproximar de Deus. Por isso, Jesus Cristo, que é Deus, tomou a forma humana e fez-se mediador entre o homem pecador e Deus (1 Tm 2.5).  

Os gnósticos, negavam a humanidade de Jesus. Eles pregavam um dualismo entre matéria e espírito, dizendo que o espírito é inerentemente bom e a matéria é má. Partindo deste falso pressuposto, diziam que o Filho de Deus não poderia ter um corpo físico e ao tempo ser divino. 

A Bíblia, no entanto, afirma claramente que "o Verbo se fez carne, habitou entre nós e vimos a Sua Glória, como a Glória do Unigênito do Pai". (Jo 1.14). Depois, em sua primeira Epístola, o mesmo apóstolo João diz: "E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo." (1 Jo 4.3).

Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio a este mundo implantar o Reino de Deus. Este processo teve início com a miraculosa encarnação do Verbo Divino. Na Lição 05, quando falamos da dessacralização da vida no ventre materno, trouxemos como exemplo de que a vida é sagrada, a miraculosa concepção do Filho de Deus. 

Uma virgem de Nazaré, chamada Maria, estava desposada com José, o seu futuro esposo. Durante este período de desposamento, que era uma espécie de compromisso de casamento na cultura judaica, não acontecia o relacionamento sexual, embora já estivessem comprometidos. O anjo Gabriel anunciou a Maria que ela iria engravidar e gerar um filho: "Descerá sobre ti o Espírito Santo e o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus”. (Lc 1.35).

Maria, evidentemente, não entendeu como ela poderia engravidar, sem ter relacionamento sexual. O anjo, então, explicou que esta concepção seria uma obra sobrenatural do Espírito Santo. Posteriormente, o anjo explicou também a José, pois ele quando soube da gravidez, planejou deixar Maria secretamente. 

A Encarnação do Filho de Deus é uma das principais doutrinas do Cristianismo. Sobre isso, diz a Declaração de Fé das Assembleias de Deus:

 

"Cremos na concepção e no nascimento virginal de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme as Escrituras Sagradas e anunciado de antemão pelo profeta Isaías, e que ele foi concebido pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria."

Quando Jesus nasceu, Mateus associou a Ele a profecia de Isaías que diz: "Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel." (Is 7.14). A palavra hebraica "Emanuel" significa "Deus conosco". Portanto, Jesus é Deus que se tornou homem e habitou entre nós (Jo 1.1,14).

2. A mensagem do Reino. Quando Jesus iniciou o seu ministério, logo após o seu batismo no Rio Jordão, Ele começou a pregar dizendo: "O tempo está cumprido, o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho". (Mc 1.15). A base da mensagem do Reino de Deus, portanto, está no arrependimento dos pecados e retorno para Deus. 

A palavra grega traduzida por arrependimento é "metanoia". Esta palavra é formada de dois vocábulos gregos: "meta" (que vai além, depois, ou mudança) e "nous" (pensamento). Portanto, metanoia significa literalmente "mudança de pensamento". Esta mudança inclui o abandono do pecado e a volta para Deus. Como disse Jesus a Nicodemos "quem não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus". 

Muitos confundem arrependimento com remorso. Mas são coisas diferentes. O remorso acontece quando a pessoa pratica algo errado e teme as consequências dos seus atos, mas se pudesse faria tudo de novo. O arrependimento acontece quando a pessoa é convencida pelo Espírito Santo e passa a pensar e agir diferente, por convicção. 

No Reino de Deus, o arrependimento está sempre atrelado à fé em Cristo. Jesus disse: "Arrependei-vos e crede no Evangelho". Portanto, não basta mudar o pensamento em relação aos nossos pecados, é preciso crer na obra redentora de Cristo, pois sem isso, ninguém será salvo. 

3. Os valores do Reino. Todo reino tem as suas leis, regras e valores, às quais, os seus súditos estão obrigados a se submeterem. Com o Reino de Deus não é diferente. Quem quiser fazer parte do Reino de Deus tem que seguir a Ética de Jesus e os seus valores que, diga-se de passagem, são totalmente opostos aos valores deste mundo que jaz no maligno. 

Os valores do Reino de Deus foram resumidos por Jesus no Sermão do Monte. Os principais valores do Reino de Deus estão catalogados no Sermão da Montanha, como por exemplo: as bem-aventuranças, o controle da ira, a indissolubilidade do casamento, o controle das palavras, não revidar as ofensas, as diretrizes para as esmolas, jejuns e oração, etc. Recentemente, nós estudamos um trimestre inteiro sobre o Sermão da Montanha, comentado pelo Pr. Osiel Gomes, onde cada um destes temas foram tratados em pormenores. 

Evidentemente, os valores expressos no Sermão do Monte não são os únicos valores do Reino de Deus, pois temos também as Epístolas e o Apocalipse que trazem outros valores inerentes ao Reino de Deus. Infelizmente, há pessoas de outras religiões que acham bonitas algumas partes do Sermão do Monte, principalmente, a parte que fala do amor ao próximo, da misericórdia e da pacificação, e ensinam que para seguir a Cristo basta seguir o Sermão do Monte. Mas Jesus nunca ensinou isso. Se assim fosse, a salvação seria pelas obras. 

Jesus sempre colocou a fé nEle, a renúncia valores deste mundo e ao próprio ego, como condições indispensáveis para alguém segui-lo: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me". (Mt 16.24). Encontramos também em vários discursos de Jesus, Ele falando que é necessário crer nele para ser salvo (Mc 16.16; Jo 3.16,18; 5.24; 11.25, etc.). 

Os apóstolos também escreveram sobre várias práticas, que impedem as pessoas de herdarem o Reino de Deus, como as obras da carne, descritas pelo apóstolo Paulo em Gálatas 5.19-21: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas. Ou seja, a lista não é exaustiva. 

Muitos destes pecados não foram tratados por Jesus no Sermão da Montanha. Há ainda outros pecados que são contrários ao Reino de Deus, foram condenados por Jesus no Apocalipse, como a covardia, a idolatria, a mentira, a incredulidade, a falsificação da Palavra de Deus, a feitiçaria e as abominações sexuais (Ap 21.8; 22.15). Então, os valores exigidos para se fazer parte do Reino de Deus e os valores que pedem a entrada nele estão expressos em todo Novo Testamento. 

É importante esclarecer também que o Reino de Deus, vivido através da Igreja atualmente é espiritual e não vem com aparência exterior. Também não é um reino político, onde a Igreja dominará ou transformará o mundo como muitos pensam. O Reino de Deus nesta terra só acontecerá em sua plenitude e de forma visível, no Milênio, quando Jesus descerá com a Igreja e governará o mundo com Justiça durante mil anos. 

REFERÊNCIAS:

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.
REVISTA ENSINADOR CRISTÃO.
Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1806,1807.
SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 28.


 

18 setembro 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 13 E CONCLUSÃO DO 3⁰ TRIMESTRE DE 2023

Ev. WELIANO PIRES


CONCLUSÃO DO TRIMESTRE


Com a ajuda do Espírito Santo, chegamos à conclusão de mais um trimestre de estudos em nossa Escola Bíblica Dominical. Durante este trimestre, abordamos assuntos de extrema relevância para a Igreja do Senhor, nestes tempos trabalhosos que estamos atravessando. 


Tratamos de várias matérias teológicas como Escatologia, Hamartiologia, Eclesiologia, Antropologia, Ética Cristã, Soteriologia e, principalmente, Apologética. Além destas matérias teológicas, abordamos também matérias seculares como história, filosofia, biologia e ciências sociais, quando falamos de questões político-ideológicas, que são contrárias à fé cristã. Foi um desafio enorme tanto para os professores, quanto para os alunos.


Certamente, o estudo destas lições trouxe esclarecimentos que nos revelaram as sutilezas de Satanás para implantar o seu domínio, através da política, da educação, da cultura, na economia, nos meios de comunicação e até da religião, distorcendo, relativizando e negando a Palavra de Deus. 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 13


Nesta última lição faremos uma conclusão do tema estudado no trimestre. Falaremos da implantação do Reino de Deus neste mundo, que é dominado pelo espírito da Babilônia. Veremos o enorme contraste que há entre aqueles que seguem os valores do Reino de Deus e os que vivem de acordo com o curso deste mundo que jaz no maligno. 


No primeiro tópico, falaremos a respeito do Reino de Deus neste mundo. Iniciaremos falando da encarnação de Cristo. Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio a este mundo implantar o Reino de Deus. Deus é absolutamente santo e, portanto, não pode conviver com o pecado e o homem, vivendo no pecado, não poderia se aproximar de Deus. Por isso, Jesus Cristo, que é Deus, tomou a forma humana e fez-se mediador entre o homem e Deus (1 Tm 2.5). 


Na sequência, falaremos sobre a mensagem do Reino de Deus, que consiste no arrependimento dos pecados e retorno para Deus. Arrependimento significa literalmente "mudança de mente". Esta mudança inclui o abandono do pecado e a volta para Deus. 


Por último, falaremos dos valores do Reino de Deus, que foram resumidos por Jesus no Sermão do Monte. Claro que não são os únicos, pois temos também as Epístolas e o Apocalipse que trazem outros valores inerentes ao Reino de Deus. 


No segundo tópico, falaremos sobre as bênçãos de uma vida no Reino de Deus. Antes de pertencemos ao Reino de Deus, éramos por natureza, filhos da ira e inimigos de Deus. Agora que entramos no Reino de Deus, através de Jesus Cristo, alcançamos as bençãos deste Reino. 


A primeira bênção de uma vida no Reino de Deus é a remissão dos pecados. O pecado é uma ofensa contra Deus e, portanto, somente Ele pode remir ou perdoar esta ofensa. Somente através do sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário, alcançamos o perdão dos nossos pecados. 


A segunda bênção é a adoção de filhos. Adotar um filho é conceder a alguém que não é filho biológico, todos os direitos inerentes a esta condição. Antes de conhecer a Cristo, éramos estranhos e inimigos de Deus. Mas, pela fé em Cristo, recebemos não apenas o perdão dos pecados, mas também o direito de sermos chamados filhos de Deus. 


A terceira bênção é ser herdeiro de Cristo. Deus é o dono de todas as coisas, visíveis e invisíveis, pois Ele tudo criou. Portanto, Ele dá a quem quer e decidiu, soberanamente, conceder as riquezas da sua glória àqueles a quem adotou como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, Seu Filho. 


No terceiro tópico, falaremos sobre os males de uma vida no mundo. Se há muitas bênçãos inefáveis para aqueles que fazem parte do Reino de Deus, por outro lado, há males terríveis e eternos para aqueles que ficarem fora do Reino de Deus e aderirem ao reino deste mundo, que jaz no maligno (1 Jo 5.19). 


O primeiro dos males de uma vida segundo o curso deste mundo é a escravidão do pecado. Jesus disse que todos os que cometem pecado são servos do pecado (Jo 8.34). O pecado domina o ser humano e o torna morto espiritualmente e incapaz de compreender o Evangelho por si mesmo.

 

O segundo mal é que as pessoas que vivem segundo o curso deste mundo tornam-se filhos da ira. Aqueles que vivem na escravidão do pecado e rejeitam voluntariamente a mensagem do Evangelho, continuam escravizados pelos desejos e pensamentos da sua natureza carnal e são “por natureza filhos da ira” (Ef 2.3).


O terceiro e pior dos males é a condenação eterna. Jesus sempre deixou claro que aqueles que nele cressem, seriam salvos, mas, os que não cressem, seriam condenados (Mc 16.16; Jo 3.18). Infelizmente, muitos se deixam enganar por estratégias diabólicas e acreditam que não irão para o inferno, caso rejeitem a Cristo, e até negam a sua existência. Mas a Bíblia é muito clara quanto ao castigo eterno dos ímpios. 


REFERÊNCIAS:


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.

Bíblia de Estudo Pentecostal. Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1806,1807, 1639).

14 setembro 2023

AS ARMAS DA IGREJA DO DEUS VIVO

(Comentário do 3º tópico da Lição 12: Sendo a Igreja do Deus Vivo)


Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos das armas da Igreja de Deus. Na Lição 10, quando falamos da renovação cotidiana do homem interior, vimos que a cultura secularista procura esmagar a vida espiritual do crente, pois é materialista e nega a realidade espiritual, a existência de Deus e os valores oriundos da Palavra de Deus. 


Neste tópico o comentarista nos apresenta duas armas importantes para evitar a secularização da Igreja que são: O zelo pela verdade e o ensino da verdade. Sendo a Coluna e firmeza da Verdade, a Igreja de Cristo tem o dever de zelar, viver e propagar a verdade das Escrituras, com fidelidade, sem omitir, sem acrescentar e sem modificar nada. 


O Senhor Jesus ordenou aos seus discípulos que ensinassem todas as nações a guardar tudo o que Ele mandou. Portanto, é papel da Igreja, não apenas zelar pela Verdade, mas ensiná-la. Uma Igreja que negligencia o ensino da Palavra de Deus, torna-se presa fácil dos falsos mestres e corre sérios riscos de se tornar uma seita. 


1. O zelo pela verdade. Conforme já foi falado no primeiro tópico desta lição, a Igreja é a coluna e firmeza da verdade. A Igreja de Cristo tem o dever de zelar, viver e propagar a verdade das Escrituras, com fidelidade, sem omitir, sem acrescentar e sem modificar nada. A verdade bíblica é absoluta e imutável, portanto, não pode ser relativizada. 


A Igreja Católica ensina que o magistério da Igreja tem autoridade superior à Bíblia e tem poder para criar doutrinas. Para os católicos, não apenas a  Bíblia é a base para estabelecer as suas doutrinas. Eles consideram que a tradição e o magistério da Igreja tem o mesmo valor da Bíblia e até mais, pois aceitam que o magistério pode estabelecer dogmas que contrariam a Bíblia. Jesus nunca concedeu esta autoridade a ninguém. A Bíblia é a completa, inerrante, inspirada e infalível Palavra de Deus. Não podemos ir além daquilo que está escrito. 


Há muitas seitas que dizem crer na Bíblia, mas consideram que os seus escritos, as suas lideranças e supostas revelações têm a mesma ou até mais autoridade que a Bíblia. Os Adventistas do Sétimo Dia, por exemplo, se apresentam como Igreja Cristã, mas, consideram que Ellen Gold White “foi a mensageira de Deus e que foi inspirada, assim como os profetas do Antigo e do Novo Testamentos. Portanto, se Ellen White foi inspirada como os profetas do Antigo e do Novo Testamento, os seus escritos têm a mesma autoridade que os escritos dos profetas não canônicos tiveram para seu tempo.”.


Da mesma forma, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Conhecida como Igreja dos Mórmons), afirma crer na Bíblia, mas acrescenta várias doutrinas antibíblicas, com base no Livro de Mórmon e nas revelações de Joseph Smith, fundador desta denominação. O mormonismo considera como sagrados os seguintes livros: a Bíblia Sagrada, o Livro de Mórmon, o Livro Doutrina e Convênios e o Livro Pérola de Grande Valor. Ou seja, reduz a Bíblia à mera condição de um livro religioso como outro qualquer.


A Bíblia Sagrada é o único manual de fé e doutrina para o verdadeiro cristão, pois é a revelação de Deus escrita. A sua autoridade depende total e exclusivamente do próprio Deus e não dos homens. A Bíblia é autêntica por si mesma. Ela é inerrante, ou seja, completamente isenta de erros. É também infalível, pois as suas palavras se cumprem nos mínimos detalhes. Por ser inspirada ou soprada por Deus, a Bíblia se distingue de qualquer outro livro, pois, Deus é a Verdade e não pode mentir ou falhar.  


2. O ensino da verdade. Conforme afirmamos acima, a Bíblia foi totalmente inspirada por Deus, por isso, ela é perfeita, completa, inerrante e infalível, pois é a Palavra de Deus. Mas, se é assim, por que existem tantas heresias entre aqueles que dizem crer na Bíblia? Existem pelo menos três razões principais para isso:

a) Falta de conhecimento da Bíblia. Jesus disse, certa vez aos saduceus: "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o Poder de Deus". (Mt 22.29). O número de pessoas que se dizem cristãs, inclusive pastores, que desconhecem a Bíblia é muito alto. 

b) Má interpretação da Bíblia. A Bíblia foi escrita em um período de aproximadamente 1600 anos, em um continente totalmente diferente do nosso, em três idiomas diferentes do nosso, os quais não existem mais, e há muitos séculos de distância de nós. Por isso, é preciso interpretar corretamente a Bíblia para entender o que realmente ela diz, para quem está falando e como deve ser interpretado (literalmente, alegoricamente, ou profeticamente). Para isso, temos as regras da Hermenêutica bíblica. 

c) Rebeldia contra a Bíblia. Há pessoas que dizem crer na Bíblia, mas não aceitam algumas partes dela que contrariam as suas idéias. Sendo assim, tentam adaptar a Bíblia às suas crenças e práticas e não o contrário. 


Cabe à liderança da Igreja ensinar incansavelmente a Palavra de Deus à Igreja. Na grande comissão, o Senhor Jesus ordenou aos seus discípulos: "Ide e ensinai todas as nações… ensinando a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado." (Mt 28.19-20). 


Uma das exigências para se exercer o presbitério é estar apto para ensinar. Entre os dons ministeriais também há o dom de mestre ou doutor. Todo pastor, por dever do ofício, deve ser também um ensinador da Palavra de Deus. Uma Igreja que não se dedica ao ensino sistemático da Palavra de Deus e à defesa da verdade, corre sérios riscos de ser engolida pelo secularismo e liberalismo teológico e se transformar em uma seita. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 145-156.

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO. Ed. 94. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pág. 42.

Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.537,538, 544-546.

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras: A inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. 1ª edição: 2021. RIO DE JANEIRO, CPAD. 

PFANDL, Gerhard. The Authority of Ellen G. White Writtings. Disponível em: https://adventistbiblicalresearch.org/materials/adventist-heritage/authority-ellen-g-white-writings



AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

(Comentário do 2º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No segundo tópico, descreveremos as três princip...