07 agosto 2023

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 07: A DESCONSTRUÇÃO DA FEMINILIDADE BÍBLICA

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada, falamos sobre o projeto progressista de desconstrução da masculinidade bíblica. Vimos que, do ponto de vista bíblico, homem e mulher são criaturas de Deus, com o mesmo valor e dignidade, pois Deus não faz acepção de pessoas. Porém, mesmo sendo iguais perante Deus, homem e mulher são diferentes nos aspectos físico e emocional, e têm papéis diferentes na família e na sociedade.

No primeiro tópico, falamos da masculinidade bíblica. Vimos como se deu a criação divina do ser humano. Depois, falamos das características da masculinidade segundo as Escrituras. Por último, falamos sobre a liderança do homem na família e na Igreja. Deus confiou ao homem a liderança familiar e eclesiástica.

No segundo tópico, falamos sobre a erosão da masculinidade. Vimos que na sociedade atual há apologia e incentivo à homossexualidade por todos os lados. Falamos ainda sobre a responsabilidade negligenciada, por parte dos homens. Por último, falamos sobre a crise de liderança dos homens na atualidade.

No terceiro tópico, falamos sobre Boaz, que foi o remidor e casou-se com Rute, a moabita. Boaz foi um símbolo de masculinidade. Vimos que Boaz foi um modelo de generosidade, pois Rute foi trabalhar nos campos dele e ele a tratou com generosidade, ternura e proteção. Por último, vimos que Boaz foi também um modelo de responsabilidade. Ciente de que havia outro remidor para Rute, Boaz levou o caso aos anciãos da cidade e fez tudo dentro da legalidade.

LIÇÃO 07: A DESCONSTRUÇÃO DA FEMINILIDADE BÍBLICA

Esta lição é uma continuação da lição passada, que tratou da desconstrução da masculinidade bíblica. Assim como na sociedade atual há a desconstrução da masculinidade, há também a desconstrução da feminilidade bíblica. O movimento feminista e a famigerada ideologia de gênero insistem em dizer que o Cristianismo é machista e oprime as mulheres. 

O que eles não sabem, ou fingem não saber, é que foi justamente Jesus e o Cristianismo que deram importância e valor às mulheres, equiparando-as aos homens, em importância e dignidade. Nos tempos bíblicos, a mulher era vista pela sociedade em geral como um objeto, que servia apenas para procriar e servir ao homem. Não foi Deus que criou esta inferioridade e sim o homem. 

Mesmo o Criador tendo estabelecido papéis diferentes para homem e mulher, em parte alguma a Bíblia apóia a diminuição ou opressão da mulher. Ao contrário, a Palavra de Deus manda o homem amar a sua esposa com amor sacrificial, como Cristo amou à Sua Igreja e a Si mesmo se entregou por ela (Ef 5.25); na  sequência deste texto, o apóstolo Paulo diz que o marido devem amar a sua esposa como ao seu próprio corpo e a si mesmo (Ef 5.28,29).

No primeiro tópico, falaremos a respeito da feminilidade bíblica, que é a condição ou características inerentes à mulher, do ponto de vista bíblico. Veremos a forma e as circunstâncias em que se deu a criação e formação da mulher. Falaremos também sobre a bênção da maternidade, que é uma benção de Deus e um privilégio para a mulher. Por último, falaremos da mulher como auxiliadora, que é um complemento do papel do homem e uma cooperação mútua pelo bem comum da família. 

No segundo tópico, falaremos sobre a desconstrução da feminilidade bíblica. Falaremos sobre o ativismo feminista, que iniciou-se como uma reação ao machismo e em defesa dos direitos das mulheres. Porém ao longo da história tomou outros rumos e se transformou em um movimento de extrema esquerda. Discorremos também sobre a pauta feminista da liberdade sexual, que defende que não deve haver os conceitos de certo e errado na área sexual. Por último, falaremos da família patriarcal, que é o padrão de família, do ponto de vista bíblico. 

No terceiro tópico, falaremos da mulher virtuosa, descrita em Provérbios 31.10-31, como o símbolo de feminilidade. Veremos que esta mulher virtuosa é um modelo de esposa fiel. Esta fidelidade não se resume ao fato de não ter amantes. A conduta da mulher virtuosa é de fidelidade a Deus, em primeiro lugar, e ao seu esposo, em todas as áreas e circunstâncias. Depois, falaremos do padrão de mãe amorosa. Uma mulher virtuosa é amorosa e dedicada aos filhos. O cuidado com os filhos envolve a saúde, alimentação, educação, disciplina, correção, regras, etc. Por último, veremos o exemplo de administradora. A mulher virtuosa é uma exímia administradora, empreendedora e generosa para com os pobres. 

REFERÊNCIAS:

BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 72-84

HUGHES, Barbara. Disciplinas da Mulher Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp. 33,34,156.

03 agosto 2023

BOAZ: SÍMBOLO BÍBLICO DE MASCULINIDADE

(Comentário do 3⁰ tópico da Lição 06: A desconstrução da masculinidade bíblica)

Ev. WELIANO PIRES


No terceiro tópico, falaremos sobre Boaz, um símbolo de masculinidade. Boaz era parente do falecido Elimeleque, esposo de Noemi e foi o remidor que casou-se com Rute, a moabita. Veremos neste tópico, que Boaz foi um modelo de generosidade. Noemi havia perdido o esposo e os dois filhos em Moabe. Rute, uma das suas noras, a acompanhou na volta para a sua terra. Rute foi trabalhar nos campos de Boaz e ele a tratou com generosidade, ternura e proteção.  Por último, veremos que Boaz foi também um modelo de responsabilidade. Ciente de que havia outro remidor para Rute, Boaz levou o caso aos anciãos da cidade e fez tudo dentro da legalidade. 


1- Modelo de generosidade. Antes de falarmos de Boaz, precisamos entender o contexto em que aparece na história bíblica. O pequeno livro de Rute narra a dramática e emocionalmente história de Elimeleque e Noemi, uma família israelita, de Belém de Judá, que saiu da terra de Israel por causa da fome e foi para a terra de Moabe. Chegando lá, os filhos Malom e Quiliom, casaram-se com as moabitas Orfa e Rute. Depois, morreram Elimeleque, o patriarca da família, e os filhos Malom e Quiliom, deixando três mulheres viúvas. 


Noemi, a matriarca da família, diante destas tragédias, resolveu voltar à sua terra. As suas noras gostavam muito dela e quiseram acompanhá-la. Mas, ela explicou que não tinha mais filhos para se casarem com elas e ainda que casasse novamente e os tivesse, elas não iriam esperá-los crescer. Orfa, uma das noras, resolveu ficar e voltar para os seus parentes. Entretanto, Rute, a outra nora de Noemi, apegou-se tanto a ela que não quis ficar. Decidiu acompanhar a sogra aonde quer que ela fosse e servir ao Seu Deus. Assim, ambas voltaram para a terra de Israel 


Depois de dez anos de sofrimento em terra estranha, Noemi voltou  à  sua terra,  acompanhada de Rute, a sua nora moabita. O retorno de Noemi à sua terra, causou alvoroço entre os seus antigos conhecidos, principalmente porque ela retornou com uma nora estrangeira e sem o esposo e os filhos. Noemi estava amargurada com as tragédias que passou e sem nenhuma perspectiva de recomeço. Rute, a sua nora, foi trabalhar em um campo de trabalho de um parente do seu falecido sogro Elimeleque, chamado Boaz. Ao perceber que Rute havia sido bondosa para com a sua sogra, Boaz ofereceu  alimento e proteção a ambas. 


Com esta atitude, Boaz demonstrou que era um generoso. Mesmo sendo um fazendeiro de posses e estando encantado pela jovem moabita, Boaz não se aproveitou da condição miserável em que ela se entrava. Ele deu ordem aos seus servos para que deixassem cair espigas melhores para ela e proibiu que alguém a importunasse. 


Um homem de verdade age assim e jamais se aproveita de uma mulher, principalmente se ela estiver em condição vulnerável. Boaz observou o comportamento de Rute e perguntou quem era aquela moça. Quando foi informado que era a moabita, nora de Noemi, ele agiu com generosidade para com ela e sua sogra. A generosidade é uma característica de quem ama a Deus e reflete o caráter de Deus, pois Ele nos concede tudo o que temos, sem nós merecermos e sem termos como retribuir. 


2- Modelo de responsabilidade. Além de ser um homem trabalhador e generoso, Boaz era também um homem honrado que assumia as suas responsabilidades.  Ele estava encantado pela viúva Rute, não apenas por sua beleza, mas principalmente, por suas virtudes. Depois que descobriu que Boaz era um dos remidores da família e, percebendo que ele já estava encantado por Rute, Noemi elaborou um plano, para que o casamento acontecesse. Ela orientou Rute a tomar banho, perfumar-se, vestir a sua melhor roupa e ir ao local de trabalho. Chegando lá, ela deveria esperar Boaz comer e beber, sem que ele a visse. Quando ele fosse se deitar, ela deveria descobrir os pés dele e deitar-se lá. Rute fez tudo o que a sua sogra mandou. 


Perto da meia noite, Boaz acordou e tomou um susto, quando percebeu que havia uma mulher deitada aos seus pés e perguntou: Quem é você? Rute lhe respondeu: “Sou Rute, tua serva; estende, pois, tua aba sobre a tua serva, porque tu és o remidor.” (Rt 3.9). Boaz ficou muito feliz com esta informação, que era praticamente um pedido de casamento, mas falou para ela que havia outro remidor na linha sucessória antes dele. Apaixonado, Boaz se propôs a falar com o homem e prometeu que se ele não assumisse a responsabilidade legal de comprar as terras e casar-se com Rute, ele o faria.


De acordo com as leis da época, em caso das terras terem sido vendidas, para que ela voltasse para a família, o remidor, que era o parente mais próximo da família, tinha a obrigação de comprar as terras do  falecido. Para isso, ele teria que casar-se com a viúva. No caso de Rute, o remidor da família era outro homem, mas, ele não quis e o próximo da linha sucessória era Boaz, que decidiu comprar as terras e casou-se com Rute.


Ao se comprometer com o resgate da herança do falecido Elimeleque e ciente de que havia outro remidor, Boaz levou o caso aos anciãos da cidade e fez tudo dentro da legalidade. Um homem de verdade age assim e assume as suas responsabilidades perante a família. A decisão de casar é muito séria e exige que o homem tenha responsabilidade. Infelizmente, na atualidade, muitos homens "não honram as calças que vestem", como diz o adágio popular. Eu sou de um tempo que a palavra de um homem era um compromisso assumido. Um homem que não cumpria o prometido, era um homem sem respeito na comunidade onde vivia. 


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 72-84

HUGHES, Kent R. Disciplina do Homem Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, págs. 37; 157-58.

CABRAL, Elienai. Relacionamentos em família: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 120-121.

02 agosto 2023

A EROSÃO DA MASCULINIDADE

(Comentário do 2⁰ tópico da Lição 06: A desconstrução da masculinidade bíblica)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos sobre a erosão da masculinidade. No intuito de combater o machismo, a sociedade pós-moderna acaba combatendo a masculinidade. Veremos neste tópico que na sociedade atual há apologia à homossexualidade por todos os lados. Há também um grande incentivo a esta prática sexual por toda parte. Falaremos ainda neste tópico, sobre a responsabilidade negligenciada, por parte dos homens. Por conta da desconstrução da masculinidade, muitos homens se tornam frágeis emocionalmente e não assumem as suas responsabilidades como esposo e pai de família. Por último, falaremos sobre a crise de liderança dos homens. Deus confiou ao homem a liderança da família. Se este não assumir esta liderança, a família se torna uma anarquia. 


1- Apologia a homossexualidade. A ideologia progressista não se limita a querer normalizar a prática homossexual e proteger os homossexuais de ataques. Por toda parte, há incentivos e apologia a esta prática sexual, como se os homossexuais fossem pessoas de segunda classe, injustiçadas, de condição inferior e que necessitam de equiparação com os heterossexuais. Há governos concedendo cotas em concursos públicos e vestibulares para estas pessoas, como acontece com os deficientes físicos. 


Por outro lado, há um verdadeiro combate à masculinidade e à heterossexualidade, como se fosse algo desprezível e prejudicial. Recentemente, em um reality show, um sujeito chegou a chorar e pedir desculpas por ser homem, branco e heterossexual. Evidentemente, não defendemos ataques de nenhuma natureza aos homossexuais, ou a qualquer pessoa. Entretanto, o fato de alguém ser homem,  heterossexual e não concordar com a prática homossexual não faz desta pessoa um homofóbico, intolerante e racista, como os movimentos de militância homossexual insistem em nos acusar. 


Durante muito tempo, estes movimentos tentaram convencer as pessoas de que a homossexualidade é genética, ou seja, a pessoa nasce homossexual. Entretanto, nunca houve comprovação científica disso. Ao contrário, na biologia só existem dois tipos de cromossomos sexuais: XY e XX, respectivamente, homem e mulher. De alguns anos para cá, eles vem mudando a estratégia e dizem que a pessoa pode ter uma sexualidade biológica (no corpo) e outra na mente, de acordo com aquilo que ela se identifica. 


Esta ideia é chamada popularmente de "ideologia de gênero". Os seus adeptos, no entanto, chamam-na de "sexualidade não binária", que seriam pessoas que não se limitam aos sexos biológicos masculino e feminino e acham que podem não ser homem ou mulher. Podem ser os dois ao mesmo tempo, ou uma infinidade de gêneros que acreditam que existe. Segundo esta ideologia, a sexualidade humana não está relacionada aos órgãos do corpo e sim à mente. Sendo assim , se houver divergência entre a sexualidade da mente e a do resto do corpo, dizem que deve-se fazer intervenções cirúrgicas e hormonais para adequar a anatomia do corpo à mente da pessoa. 


Esta ideologia contraria frontalmente a Palavra de Deus, que nos mostra claramente que o Criador fez apenas dois sexos: macho e fêmea (Gn 2.24). Contraria também a ciência, pois a genética humana, que estuda como os seres humanos herdam as características dos seus ancestrais, diz que existem apenas os cromossomos sexuais X e Y. O cromossomo X vem da mãe e o Y vem do pai. Se houver dois cromossomos X, o novo ser gerado será mulher. Se forem um X e um Y, será homem. O que passar disso é coisa maligna e imaginação de pessoas que se rebelam contra Deus. Falaremos mais sobre este assunto na lição 08, quando estudaremos sobre "o fenômeno da transgeneridade". 


2- Responsabilidade negligenciada. Conforme falamos no tópico anterior, Deus confiou ao homem o papel de liderar a família e prover-lhe o sustento e a segurança. Desde a criação, o homem sempre foi instruído desde cedo a se preparar para assumir as responsabilidades para com a família. A masculinidade sempre foi sinônimo de virilidade, segurança e defesa da mulher e dos filhos. As mulheres ficavam sob a proteção e responsabilidade do pai. Quando se casavam e deixavam a casa dos pais, o marido assumia toda responsabilidade sobre ela.


O movimento feminista contesta esta liderança e a chama de machismo. Relativizam e combatem a masculinidade, pregando não apenas a igualdade dos gêneros, mas a guerra entre homens e mulheres. O resultado disso é que os casamentos não se sustentam e o número de divórcios e filhos vivendo sem a convivência dos pais se multiplica. Antigamente, somente os órfãos e casos muito raros de filhos de mães solteiras eram criados sem a presença do pai. Era muito raro acontecer um caso em que o pai ou a mãe abandonava a família. Se por acaso acontecesse, a parte abandonada não arrumava outra pessoa, a fim de preservar a integridade dos filhos. Hoje, é muito comum em uma casa, ter filhos de vários pais ou irmãos serem criados em casas diferentes. 


Há muito tempo a masculinidade vem desaparecendo, por conta dos ataques que sofre. Por causa disso, muitos homens não assumem o seu papel no lar. Na atualidade, muitos jovens chegam à idade adulta e são incapazes de sustentar uma casa. Ficam esperando que o pai ou sogro lhes arrumem moradia e os sustentem. Em muitos casos, a esposa tem que se matar de trabalhar para bancar a casa. Como disse o comentarista, isso não acontece apenas porque não conseguem emprego, mas por preguiça. Não querem se submeter a trabalhos pesados ou a salários mais baixos e não estudam para conseguir uma boa oportunidade de trabalho. Tem muitos homens casados que acordam tarde e querem passar o resto do dia jogando videogame ou vendo vídeos no celular. No meu tempo de jovem, a recomendação era: Seja homem! Para tirar a moça da casa do pai dela, tem que trabalhar e assumir a responsabilidade. 


3- Crise de liderança. Conforme falamos no tópico anterior, Deus confiou ao homem a liderança da família. Se este não assume esta liderança, a família se torna uma anarquia, onde cada um faz o que bem entende. Nenhuma instituição sobrevive sem liderança e sem regras, pois cada um faz o que bem entende. Com a família e a Igreja não é diferente. Se não houver um líder firme e sério, comprometido com Deus e que assuma as suas responsabilidades, a desarmonia toma conta e a ruína é certa. 


Deus estabeleceu o modelo de família patriarcal, onde o pai é o líder da família, responsável por prover o sustento e a segurança do lar. A mãe, por sua vez, é a responsável por cuidar dos filhos e da casa, alimentando-os, ensinando os primeiros passos e palavras e oferecendo-lhes todo o apoio necessário para um crescimento saudável. Na verdade, o princípio da autoridade em todas as áreas foi estabelecido por Deus: "Toda a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.” (Rm 13.1,2). Deus estabeleceu a autoridade no lar, na sociedade, na vida religiosa de Israel e na Igreja. 


Na sociedade pós-moderna, o princípio da autoridade tem sido questionado em todos os setores da sociedade. Cidadãos afrontam policiais e autoridades publicamente. Até membros de Igrejas, afrontam uns aos outros e não querem se submeter à autoridade pastoral. Certamente, estas pessoas não aprenderam o que é autoridade com os seus pais. Essa crise de liderança e autoridade começa em casa. Se o princípio da liderança familiar for respeitado, haverá respeito também nos demais setores, pois a família é a célula mater da sociedade.


REFERÊNCIAS: 


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 72-84

HUGHES, Kent R. Disciplina do Homem Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, págs. 37; 157-58.

GONÇALVES, José. Os ataques contra a Igreja de Cristo: As sutilezas de Satanás neste dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022.

TAY, John S. H. Nascido gay? Existem evidências científicas para a homossexualidade? Editora Central Gospel. 1 Ed. 2011. pág. 90-94.

CABRAL, Elienai. Relacionamentos em família: Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pág. 140-143.

01 agosto 2023

A MASCULINIDADE BÍBLICA

Comentário do 1⁰ tópico da Lição 06: A desconstrução da masculinidade bíblica 

Ev. WELIANO PIRES


No primeiro tópico, falaremos da masculinidade bíblica. Inicialmente, veremos como se deu a criação divina do ser humano. Deus criou homem e mulher, não como competidores, mas para se completarem. Na sequência falaremos das características da masculinidade segundo as Escrituras. Por último, falaremos sobre a liderança do homem na família e na Igreja. Deus confiou ao homem a liderança familiar e eclesiástica. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo reafirma que o homem é a cabeça da mulher, assim como Cristo é a cabeça da Igreja (1 Co 11.3). O movimento feminista rejeita este modelo, pois considera-o machista e opressor. Entretanto, o modelo bíblico de liderança é inspirado na liderança de Cristo. 


1- A criação divina do ser humano. O ser humano é a coroa da criação de Deus. Os demais seres vivos também foram criados por Deus, mas nenhum deles foi criado à imagem e semelhança de Deus. Deus deu ordem para que a terra e os mares produzissem seres vivos, conforme as suas respectivas espécies (Gn 1.20-24). Deus deu ordem e tudo no universo passou a existir. Mas para criar o ser humano, houve uma deliberação de Deus, que o criou conforme a sua imagem e semelhança. A palavra imagem no hebraico é ‘selem’ e significa imagem mental, moral e espiritual de Deus. Isso significa que Deus deu ao homem, algumas das suas próprias características, ou atributos. Claro que não na mesma proporção, pois o homem não é um ser divino.


O ser humano é diferente do restante da criação, pois reflete a imagem do seu Criador. Deus criou (heb. bará) todas as coisas do nada, dizendo: haja luz, haja uma expansão no meio das águas, produza a terra ervas, haja luminares na expansão dos céus, etc. (Gn 1.1-25). Entretanto, antes de criar o ser humano, a Santíssima Trindade formou conselho e disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.” (Gn 1.26). 


O verbo "façamos" e o pronome "nossa" estão no plural, em referência à Santíssima Trindade, pois Deus é uma Unidade composta, ou seja, um Único Deus em três pessoas. A palavra hebraica traduzida por "Deus", que aparece em Gênesis 1 durante a criação, é "Elohim". Esta palavra é o plural de Eloah, que é Deus no singular. Em Gênesis 1.1, o substantivo Elohim (Deus) está no plural. Mas o verbo bará (criou) está no singular. Isto significa que um Único Deus, composto por três pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo), criou todas as coisas. 


Deus criou o ser humano, homem e mulher, à Sua imagem, conforme à Sua Semelhança. Ambos são iguais em importância e dignidade. Não é apenas o ser humano do sexo masculino que é imagem e semelhança de Deus. A mulher também o é, da mesma forma. Há muitas disputas tolas entre homem e mulher, sobre quem é mais importante, se é o homem ou a mulher. Isso é fruto da ideologia feminista, que promove a guerra entre homens e mulheres. 


Muitos fazem até gracejos, dizendo que o homem é mais importante, porque Deus o criou primeiro. A mulher para se vingar, diz que Deus criou primeiro o homem e, depois, teve uma ideia melhor e criou a mulher. Isso é ignorância teológica em relação à criação e aos atributos de Deus. Primeiro, não é verdade que Deus tinha um projeto e depois mudou de ideia. Deus é presciente e, como tal, conhece o futuro antecipadamente e nunca é pego de surpresa. Segundo, não é verdade que Deus criou primeiro o homem. Deus criou, em seu projeto, homem e mulher. Na formação, que foi a execução do projeto, o homem foi formado primeiro do pó da terra. Depois, Deus formou a mulher, da costela do homem e os uniu, para se completarem e cumprirem juntos, a missão que o Criador lhes confiou. 


2- Características da masculinidade. Mesmo sendo o homem e a mulher, imagem e semelhança de Deus, iguais perante Ele em importância e dignidade, Deus deu-lhes estrutura física e emocional diferentes, para cumprirem cada um, papéis diferentes na família. Isso não torna um melhor ou pior do que outro, como dizem o machismo e o feminismo. O machismo acha que o homem é superior à mulher e que ela é propriedade dele. O feminismo, por sua vez, acha que a mulher é superior ao homem e não precisa dele para nada. 


Esta lição e a próxima nos mostram, respectivamente, a importância da masculinidade e da feminilidade, segundo os padrões bíblicos. Nesta lição vamos tratar apenas do papel do homem na família. Na próxima lição falaremos sobre o papel da mulher. As Escrituras nos mostram no relato da criação, que o Criador determinou ao homem as tarefas de cultivar e guardar o Jardim. Estes tarefas significm, respectivamente, a responsabilidade de prover o sustento e a segurança do lar. Para isso, o Criador dotou o homem de força e bravura para cumprir os papéis de provedor e protetor da família. 


Não há dúvidas de que, fisicamente, o homem supera a mulher em força. A sua constituição anatômica é diferente. Atualmente, os adeptos da identidade de gênero querem colocar em uma mesma luta corporal, mulheres e homens que se sentem mulheres, ou mulheres trans como querem ser chamadas. Mas é uma luta desproporcional e tem causado estragos em algumas mulheres. Claro que existem técnicas de artes marciais que podem ajudar uma mulher a se defender da agressão de um homem e até dominá-lo. Mas a força física e a estrutura muscular e óssea do corpo masculino são superiores às do corpo feminino. Na questão sexual, também há muitas diferenças entre homens e mulheres. Mas isso é assunto  a ser tratado em uma palestra para casais. 


Emocionalmente também, o homem é diferente da mulher, mesmo que o feminismo insista em dizer o contrário. Um estudo da Universidade de Cambridge concluiu que as mulheres são mais ligadas às emoções do que os homens. Segundo estes pesquisadores, as mulheres são mais empáticas e os homens mais racionais. Os homens são mais adeptos de coisas materiais e sistemas de organização. As mulheres, por sua vez, preferem pessoas e emoções. Em outras palavras, os homens são movidos mais pela razão e as mulheres pelas emoções. Isso parece óbvio para qualquer pessoa que observa os comportamentos de homem e mulher. Mas o feminista luta contra a realidade dos fatos. 


As reações de homens e mulheres também são diferentes. Por exemplo, se alguém disser que eu estou acima do peso, eu vou entender como um alerta de um amigo e pensar em cuidar melhor da alimentação e praticar exercícios. Entretanto, se alguém insinuar que uma mulher está acima do peso, ela dirá: Você está me chamando de gorda?! Certa vez, em uma cerimônia de casamento, o pastor dava orientações aos noivos em sua celebração. Na parte dirigida ao noivo, falou que ele estava se casando e deveria estar junto com a sua esposa em qualquer situação. Para exemplificar, resolveu citar um irmão que estava ao lado da esposa, dizendo que o noivo deveria fazer igual àquele irmão, que a esposa estava gestante e ele estava ali, ao lado dela. Só que a irmã não estava gestante. O pastor se deixou levar pelas aparências. Causou um constrangimento terrível à mulher. Se fosse hoje, provavelmente seria processado. 


3- A liderança masculina. Tudo aquilo que a humanidade quer fazer diferente do padrão que Deus estabeleceu, evidentemente, não dará certo. Ele é o Criador de todas as coisas e sabe o que deve ser feito. Deus confiou ao homem a liderança da família (Gn 1.26:3.16). No Novo Testamento também, o apóstolo Paulo reafirma que o homem é a cabeça da mulher (1 Co 11.3). O movimento feminista que tem tendências progressistas, rejeita este modelo, pois considera-o machista e opressor. Infelizmente, até mulheres que se dizem cristãs, se deixam levar por esta falácia. 


Liderar não é mandar, oprimir, abusar da autoridade, agredir ou humilhar os seus liderados. O modelo bíblico de liderança é inspirado na liderança de Cristo, que é uma liderança amorosa, servidora e sacrificial. Cristo é Senhor da Sua Igreja e esta deve estar sujeita a Ele. Entretanto, Ele amou à Igreja e a Si mesmo se entregou por ela. Da mesma forma, o homem como líder da família, deve amar, proteger e honrar a sua esposa (Ef 5.28-30; 1 Pe 3.7). Em muitas famílias na atualidade, estes papéis estão se invertendo e a mulher quer exercer a liderança da família. Por causa da desconstrução da masculinidade, muitos homens se tornam fracos, não assumem o seu papel de líder da família e não cuidam do sustento e da proteção da família. 


Mais grave ainda é o fato do feminismo se infiltrar na liderança da Igreja. Assim como aconteceu com a liderança familiar, a liderança espiritual também foi concedida por Deus ao homem, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Encontramos na Bíblia profetisas e mulheres que foram usadas por Deus no Antigo e no Novo Testamento, como por exemplo, Miriã, Hulda e as filhas de Filipe. Mas não há nenhuma sacerdotisa no tabernáculo ou no templo oferecendo sacrifícios. No Novo Testamento, Jesus escolheu doze apóstolos e todos eram homens. Os apóstolos deram continuidade ao trabalho iniciado por Jesus e estabeleceram os bispos, presbíteros e diáconos nas Igrejas. Não há registro de nenhuma mulher exercendo a liderança das Igrejas no Novo Testamento. 


As mulheres dos sacerdotes também não eram chamadas de sacerdotisas e não ministravam no templo. Da mesma forma, as mulheres dos apóstolos, bispos  e presbíteros não eram chamadas, respectivamente, de apóstolas, bispas e presbíteras, e não interferiam nas decisões da liderança da Igreja. Em Atos 15 temos o primeiro concílio da Igreja Cristã, onde os apóstolos e anciãos da Igreja se reuniram para tratar da questão do legalismo dos judaizantes. Não há participação de nenhuma mulher nesta assembleia. Temos no Apocalipse sete cartas do Senhor Jesus aos pastores das Igrejas da Ásia. Não há nenhuma mulher entre eles. Na história da Igreja Cristã também não nenhum caso de pastora, antes do século XVIII, quando surgiu o movimento feminista. 


Infelizmente, muitas Igrejas estão se deixando levar pelo engodo feminista e ordenando pastoras, sem nenhum fundamento bíblico. Outras não ordenam pastoras, mas a mulher do pastor interfere em tudo. O pastor fala uma coisa do púlpito e ela dar palpites do seu lugar. A esposa do pastor é uma só carne com ele apenas no casamento. A liderança da Igreja é outra coisa. A esposa deve orar pelo pastor, acompanhá-lo nos trabalhos da Igreja e até dar alguma sugestão em casa. Mas o líder da Igreja é apenas o pastor e não o casal. Na Assembleia de Deus, Ministério do Belém, não existem pastoras e as mulheres dos pastores não são pastoras ou co-pastoras. Na ausência do pastor, o líder da Igreja é o seu co-pastor e não a sua esposa. 


A saudosa irmã Wanda Freire da Costa era esposa do pastor José Wellington Bezerra da Costa, que era presidente do Ministério do Belém, da Convenção Estadual (Confradesp) e da Convençao Geral (CGADB). Ela o acompanhou por mais de 60 anos, mas não era chamada de pastora, nunca se autointitulou pastora e não participava das reuniões com os pastores. Ela era coordenadora geral do Círculo de Oração e era líder da União de esposas de ministros das Assembleias de Deus (UNEMAD). Durante as convenções e reuniões de obreiros, ela fazia reuniões com as mulheres dos obreiros e não com a liderança da Igreja.


REFERÊNCIAS:


BATISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o império do mal: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD. págs. 72-84

HUGHES, Kent R. Disciplina do Homem Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, págs. 37; 157-58.

Ciência mostra diferenças: mulheres mais empáticas e homens mais racionais

AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

(Comentário do 2º tópico da Lição 06: As nossas armas espirituais)  Ev. WELIANO PIRES No segundo tópico, descreveremos as três princip...