07 junho 2022

NÃO DEVEMOS JULGAR O OUTRO


(Comentário do 1º tópico da Lição 11)

No capítulo 7 do Evangelho segundo Mateus, Jesus inicia esta parte do Sermão do Monte dizendo: “Não julgueis,para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados,e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.” (Mt 7.1,2). Os escribas e fariseus tinham por hábito julgar os outros, de forma dura, apontando as falhas e os defeitos dos outros, além daquilo que a própria Lei exigia. Isso era feito de forma maldosa, severa e sem qualquer resquício de misericórdia. 


Foi neste contexto que Jesus disse para não julgar. Esta passagem tem servido de subterfúgios para aqueles que querem viver no erro e não serem criticados. Os hereges também usam esse texto, para que as suas falsas doutrinas não sejam contestadas. Mas, será que Jesus proibiu qualquer tipo de julgamento? O crente não pode, então emitir a sua opinião ou parecer sobre nenhum tema, ou sobre condutas reprováveis e anti bíblicas? É sobre isso que trataremos neste tópico.


1- Aprendendo a se relacionar com os outros. Jesus resumiu os mandamentos da Lei em apenas dois: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento; E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22.37,39). Em outro texto, o Senhor Jesus disse aos seus discípulos: "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” (Jo 13.35). Isso demonstra que o Cristianismo é relacionamento com Deus e com o próximo.  


Não é fácil ter um bom relacionamento com as pessoas ao nosso redor. Isto porque as pessoas são diferentes, têm opiniões e culturas diferentes e não gostam de ser contrariadas. Enquanto concordamos com aquilo que as pessoas pensam, falam e fazem, somos bem vindos entre elas. Mas basta contrariar o senso comum, que logo viram a sua artilharia em nossa direção. Com Jesus não foi diferente. Os mestres da lei e as autoridades religiosas o odiavam, porque Ele pregava a Verdade e desmascarava a hipocrisia deles. 


A Igreja do Senhor é formada por pessoas que vieram de diferentes crenças, culturas e classes sociais. Não é de se esperar que um grupo assim seja totalmente homogêneo. Naturalmente, há divergências e temperamentos diferentes. Jesus não espera que sejamos perfeitos, pois Ele sabe perfeitamente que somos humanos, falíveis e limitados. Entretanto, a Palavra de Deus nos recomenda em vários textos que devemos viver em união e amar-nos uns aos outros como a nós mesmos e como Cristo nos amou. (Sl 133.1; Mt 22.39; Jo 15.12). 


O ser humano é, por natureza, um ser social. Não fomos criados para viver isolados. O próprio Deus, quando criou o primeiro homem disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). O ser humano tem a necessidade de se comunicar, se relacionar e compartilhar a sua vida com os outros. Entretanto, isso não é tarefa fácil, devido à natureza humana caída, que se tornou pecaminosa e egoísta. A regra áurea  ensinada por Jesus para termos um bom relacionamento é: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.” (Mt 7.12). 


Se seguirmos este princípio, tratando os outros da forma que gostaríamos de ser tratados e nunca fazendo aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem, temos boas chances de nos relacionarmos bem. Claro que há pessoas anti sociais, que por mais que façamos o bem, não conseguiremos ter paz com elas. Nesse sentido, o apóstolo Paulo nos recomenda: “Se possível, no que depender de vocês, vivam em paz com todas as pessoas.” (Rm 12.18). 


Muitas vezes, para haver paz é preciso haver distanciamento, como aconteceu com Abrão e Ló. (Gn 13.8,9). O cristão também não pode sacrificar a sua comunhão com Deus e a Verdade, em nome da paz. Sobre isso, Lutero disse: “A paz se for possível; a verdade a qualquer preço”. Isto significa que a verdade bíblica é inegociável, mesmo que seja em nome da paz. 


2- Ninguém deve ser julgado? Muitas pessoas, ao serem criticadas por um determinado comportamento ou ensino contrário às Escrituras, costumam se defender com o argumento de que Jesus disse para não julgar. Mas, que tipo de julgamento, Jesus estava proibindo? Se lermos os versículos seguintes, entenderemos. Neles, Jesus fala de alguém com uma trave no próprio olho, querendo tirar um cisco no olho do seu próximo. O que Jesus condenou foi a atitude de um hipócrita, que julga os outros, sem olhar para os próprios erros e se põe a vasculhar a vida dos outros, procurando erros, para lhes pronunciar sentença de condenação. 


Jesus não está condenando qualquer tipo de julgamento, como os dos magistrados, das autoridades da Igreja, o julgamento de falsos ensinos, de falsos profetas, ou de práticas manifestamente contrárias à Palavra de Deus. Ele mesmo alertou os seus discípulos em vários textos para serem cautelosos e prudentes, pois eles estavam indo como ovelhas para o meio de lobos. Os apóstolos também fizeram vários alertas à Igreja em relação aos falsos ensinos, aos falsos mestres, aos falsos apóstolos, etc. 


Não devemos ficar procurando erros em nossos irmãos, para lhes pronunciar sentenças, como se fôssemos juízes. Também não devemos julgar as intenções dos corações, pelas aparências, pois, não somos oniscientes como Deus, para conhecer o coração de outra pessoa. Entretanto, não podemos deixar de exercer o julgamento de atitudes, ensinos e profecias que contrariam a Palavra de Deus. A Bíblia nos recomenda a ser cautelosos e examinar (julgar) tudo e reter o bem.


3- O julgamento defendido por Jesus. Segundo o dicionário bíblico VINE, a palavra 'julgar' vem do grego 'krino' e significa separar, selecionar, escolher. Significa, portanto, determinar um erro e pronunciar sentença. A própria Bíblia nos manda julgar, em vários textos:

a) Julgar os que estão vivendo em práticas pecaminosas e não querem deixar o pecado: "Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo." (1 Co 5.12,13); 


b) Devemos julgar aquilo que é pregado, se está de acordo com as Escrituras: "Examinai tudo. Retende o bem." (1 Ts 5.21); "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema." (Gl 1.8); 

c) Devemos julgar tendo como base a justiça de Deus, não a nossa: "Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça." (Jo 7.24); 

d) Devemos julgar a origem das manifestações espirituais na Igreja: "Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, porém, avaliai com cuidado se os espíritos procedem de Deus, porquanto muitos falsos profetas têm saído pelo mundo." (1 Jo 4.1)

e) Devemos julgar as profecias: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.” (I Co 14.29).

f) Devemos julgar litígios de irmãos na Igreja, para evitar que a causa seja levada à justiça: "Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos, e não perante os santos? Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas?” (1 Co 5.1-5); Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida? Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes para julgá-los os que são de menos estima na igreja? Para vos envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?" 

g) Devemos julgar os falsos mestres e falsos profetas: "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores." (Mt 7:15). Seria impossível acautelar-nos e conhecer esses lobos disfarçados, sem julgá-los. 



REFERÊNCIAS: 

GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pág. 203-207.

CHAMPLIN, Russell Norman. Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pág. 2479.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 2. pág. 389.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pág. 676-677.

LOPES, Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pág. 236.

BARCLAY, William. Comentário Bíblico Mateus. pág. 282-284.

Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. 4 Ed 2006. pág. 530.

ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.59,60


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Pb. Weliano Pires


06 junho 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 11: SENDO CAUTELOSOS NAS OPINIÕES


REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada estudamos o tema: NOSSA SEGURANÇA VEM DE DEUS. Nessa parte de Sermão do Monte, Jesus ensinou a respeito do relacionamento dos seus discípulos com os bens materiais. O Mestre contrapôs os tesouros deste mundo com os do Céu e recomendou aos seus seguidores que, não ajuntassem tesouros neste mundo, pois, eles estão sujeitos à deterioração da traça, da ferrugem e à ação dos ladrões. Mas, ajuntassem tesouros no Céu, pois estes, em contrapartida, são perenes e jamais poderão ser corrompidos ou roubados. 


Jesus ensinou também aos seus discípulos que não andassem ansiosos, por causa das suas necessidades básicas, como a comida e as vestes. Para explicar isso, o Senhor citou o exemplo das aves do céu, que não plantam, nem ajuntam em celeiros, e Deus as alimenta. Depois falou do exemplo dos lírios do campo, que não fiam e não produzem roupas e Deus os vestiu com vestimentas que nem Salomão, no auge da prosperidade de Israel, conseguiu se vestir.


Jesus ensinou que devemos viver a nossa vida sem inquietações e sem preocupações excessivas, pois Deus cuida de nós. O Senhor Jesus alertou os seus discípulos a respeito da ansiedade e inquietação em relação ao futuro e a preocupação excessiva sobre o que haveriam de comer e vestir. Estas preocupações são incompatíveis com a fé cristã, pois demonstram incredulidade e desconfiança em relação ao cuidado de Deus para conosco. Jesus disse para eles priorizarem o Reino de Deus e a sua Justiça e “todas estas coisas” (não as demais coisas, como alguns dizem) lhes seriam acrescentadas. (Mt 6.33). 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 11


Na lição desta semana estudaremos o tema: SENDO CAUTELOSOS NAS OPINIÕES, baseado no texto de Mateus 7.1-6. Nesta parte do Sermão do Monte, o Senhor Jesus alertou os seus discípulos a respeito do julgamento do próximo, pois com a medida em que medirem os outros, eles seriam medidos. 


No primeiro tópico, veremos que não devemos julgar os outros. Uma das palavras que resume o cristianismo é o relacionamento. Para ser um verdadeiro cristão, o ser humano precisa ter um bom relacionamento com Deus e com o seu próximo baseado no amor. É preciso destacar que Jesus não está proibindo qualquer tipo de julgamento. O próprio Jesus orientou os seus discípulos a “julgarem segundo a reta justiça” (Jo 7.24). Também na continuidade do capítulo 7 de Mateus, o Senhor fala a respeito de pessoas profanas, usando a figura dos cães e dos porcos, e dos falsos profetas que vêm vestidos de ovelhas, mas são lobos. Jesus recomenda aos seus discípulos para não dar as coisas santas aos cães ou as pérolas aos porcos. Depois, falar para os discípulos terem cautela em relação aos falsos profetas. Evidentemente, é preciso julgar para ter esta cautela. 


No segundo tópico, falaremos sobre o alerta de Jesus para olharmos primeiramente para nós mesmos. Jesus ensina que primeiro devemos tirar a trave no nosso olho, antes de olhar para o argueiro que está no olho do próximo. Argueiro significa um pequena partícula ou um cisco que cai no olho de uma pessoa. A trave seria um viga ou um pedaço de madeira que cobre todo o olho. O ensino de Jesus aqui é para não sermos exagerados no julgamento dos erros dos outros. Precisamos ter cuidado com o espírito crítico, que ignora as próprias falhas e só vê os erros alheios. Para evitar esse tipo de comportamento devemos sempre lembrar que somos falhos, que também fomos perdoados por Deus e olhar para os outros com misericórdia, assim como Deus fez conosco. 


No terceiro e último tópico, faremos uma reflexão sobre a seguinte pergunta: E se fôssemos julgados pela severidade de Deus? Deus é o justo juiz, que é absolutamente santo e não pode conviver com o pecado. Entretanto, Ele é compassivo e misericordioso para com aqueles que buscam o seu perdão. Deus conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó (Sl 103.8-10, 14). Por isso se compadece de nós e nos oferece perdão, por meio de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Devemos agir da mesma forma com o nosso próximo. Não devemos compactuar com o erro, mas devemos sempre agir com misericórdia, lembrando que fomos alcançados pela Graça de Deus. 


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Pb. Weliano Pires


03 junho 2022

VIVENDO A QUIETUDE ESPIRITUAL EM DEUS


(Comentário do 3º tópico da Lição 10).


No texto de Mateus 6.25-33, o Senhor Jesus alertou os seus discípulos a respeito da ansiedade e inquietação em relação ao futuro e a preocupação excessiva sobre o que haveriam de comer e vestir. Jesus iniciou o versículo 25 com a conjunção conclusiva “Por isso”, vinculando o que iria dizer com o assunto anterior que a idolatria a Mamom.


A ansiedade e inquietação quanto ao futuro não atingem apenas os ricos. Os ricos têm duas preocupações excessivas: ganhar muito dinheiro e não perder nada. Os pobres, por sua vez, se preocupam excessivamente de chegarem ao ponto de não terem o que comer e vestir. 


Estas preocupações são incompatíveis com a fé cristã, pois demonstram incredulidade e desconfiança em relação ao cuidado de Deus para conosco. Para exemplificar isso, Jesus citou dois exemplos conhecidos do seu público: As aves e os lírios do campo. As aves não produzem comida e Deus as alimenta. Os lírios não produzem roupas e Deus os veste de forma que nem Salomão em toda sua glória se vestiu. Concluindo, Jesus disse para eles priorizarem o Reino de Deus e a sua Justiça e “todas estas coisas” (não as demais coisas, como alguns dizem) lhes seriam acrescentadas. (Mt 6.33). 


1- Os males advindos das preocupações. Jesus não estava condenando a preocupação e precaução natural com o futuro. Viver sem se preocupar com o futuro é irresponsabilidade. Ter um pouco de preocupação faz bem e nos ajuda a ficar atentos às nossas obrigações. Por exemplo, cuidar da saúde, praticar esportes, ter uma reserva financeira para casos de emergência, lutar para comprar a casa própria, etc., visando uma vida melhor no futuro, são preocupações naturais. Entretanto, preocupações excessivas podem causar sérios problemas físicos e emocionais.


O excesso de preocupação traz problemas à saúde como batidas do coração aceleradas, aperto no peito, sudorese (transpiração excessiva) tensão muscular, dores musculares e baixa imunidade, que deixa a pessoa exposta a várias doenças. Causa também, problemas emocionais como paranóia, fobia, ansiedade, depressão e transtorno bipolar. 


Do ponto de vista espiritual, a preocupação excessiva demonstra falta de confiança em Deus e, consequentemente, afeta o relacionamento com Deus, pois, não pode haver um bom relacionamento onde não há confiança. O escritor da Epístola aos Hebreus diz: “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois, é necessário que aqueles que nele esperam, creiam que Ele existe e é galardoador dos que o buscam.” (Hb 11.6). Quem confia plenamente em Deus, descansa em sua fidelidade, pois sabe que Ele é o nosso Criador, nos ama e cuida de nós. O apóstolo Pedro disse que devemos “lançar sobre ele toda a nossa ansiedade, porque ele tem cuidado de nós.” (1 Pe 5.7).


Certa vez, Jesus chegou à aldeia das irmãs Marta e Maria. Ambas o amavam e tinham prazer em servi-lo. Maria ficou aos seus pés ouvindo os seus ensinos. Marta, no entanto, estava muito atarefada com os afazeres e reclamou com Jesus, para que mandasse a sua irmã ajudá-la nos serviços de casa. Jesus lhe respondeu: “Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.” (Lc 10.41,42). Vemos aqui que até para servir a Deus é preciso ter equilíbrio. O excesso de preocupação, mesmo por boas razões, é prejudicial. Há pessoas que fazem a obra de Deus e, no intuito de fazer o melhor para Deus, prejudicam a família, a saúde e a própria Igreja. 


2- Vivendo sem inquietação. Inquietação é um estado de preocupação excessiva e desassossego, que impede o repouso, a paz e a tranquilidade do ser humano. Segundo os psicólogos, a inquietação pode ser causada por diversos fatores: ansiedade, bipolaridade, TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), Alzheimer, depressão, esquizofrenia, mudanças de hábito ou ingestão de algumas substância no organismo, como fumo, álcool, excesso de cafeína, uso de alguns medicamentos, drogas, acúmulo de energia devido à alimentação e muitos outros.


O mundo atual é muito agitado em todos os aspectos. O avanço da tecnologia e do conhecimento e as excessivas cobranças de todos os lados, levam as pessoas a ficarem inquietas o tempo todo. Além disso, vivemos um mundo de incertezas e perigos constantes: ameaça de guerras e ações terroristas; doenças desconhecidas e incuráveis; catástrofes ambientais; violência urbana; problemas nos relacionamentos, etc. 


Isso tirou o sossego e a simplicidade da vida humana. De tanta agitação não temos tempo para conversar, descansar, passear, ou ficar parados observando a natureza, por exemplo. Além do trabalho normal, hoje com a internet e as redes sociais, as pessoas estão conectadas o tempo todo, para não perderem dinheiro, clientes e oportunidades. Quem não vive assim, corre o risco de se tornar ultrapassado. 


3- Vivendo sossegados em Deus. A origem das inquietações e preocupações excessivas com o futuro, está no fato das pessoas não confiarem plenamente que Deus é soberano e está no controle de todas as coisas. Se cremos na onipotência, onisciência, onipresença e soberania de Deus, não há motivos para desespero. 


Diante das incertezas da vida e problemas que surgirem, devemos fazer as seguintes perguntas: Fui eu o responsável por esta situação? Se sim, há algo que eu possa fazer para corrigir o meu erro? Mesmo não sendo eu o responsável, eu posso resolver o problema? Se não fui eu o causador da situação, ou é algo que não depende de mim, não vai adiantar eu me preocupar e ficar inquieto. Jesus disse que por mais ansiosos que estivermos, não conseguiremos acrescentar um côvado à nossa estatura. Isso nos ensina que há situações que fogem da nossa alçada e não temos condições de mudar. Nesses casos, só nos resta orar e esperar em Deus.


Para vivermos sem inquietações devemos seguir o que nos recomenda o Salmo 37.7a: “Descansa no Senhor, e espera nele…”. Entretanto, não podem confundir descansar e esperar em Deus com preguiça e inércia. Aquilo que é nós podemos fazer, Deus não fará. 


REFERÊNCIAS:

BARCLAY, William. Comentário Bíblico: 1 Timóteo. pág. 146-148.

Bíblia Além do Sofrimento. Rio de Janeiro: CPAD, 2020, p.1415. 

LOPES, Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. págs. 228-233.

LOPES, Hernandes Dias. 1 Timóteo. O Pastor, sua vida e sua obra. Editora Hagnos. pág. 145-147.

GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. 193-200.

STOTT, John. Contracultura cristã: A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pág. 74.


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Pb. Weliano Pires




02 junho 2022

A IDOLATRIA AO DINHEIRO

(Comentário do 2º tópico da Lição 10)

Etimologicamente, a palavra idolatria é a transliteração do termo grego eidololatria, que é formado por duas palavras: eidolon e latreia. A primeira, eidolon, significa imagem ou corpo. Deriva da palavra eido, que significa “ver”. Sendo assim, eidolon significa algo visível ou representado por uma imagem. A segunda, latreia, significa “serviço sagrado”, ou prestação de culto. Em resumo, idolatria é o culto ou adoração a alguém, seja real ou imaginário, através de uma representação visível. 

Entretanto, um ídolo do ponto de vista bíblico, não se limita a imagens. ídolo é qualquer pessoa ou objeto, real ou imaginário, que alcança a lealdade absoluta, honra e glórias, que são exclusivas de Deus. Mesmo uma representação do próprio Deus não pode ser cultuada (Êx 20.4). Deus é Espírito e não pode ser representado por objetos ou figuras feitas pelo homem (Jo 4:24). Deus é Único e exige exclusividade, pois, não há ninguém igual a Ele. Por isso, o primeiro dos mandamentos é: “Não terás outros deuses diante de mim". (Êx. 20.2). 


1- O coração no lugar certo. O Senhor Jesus disse: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Mt 6.21). Em outra ocasião, o Senhor também disse: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim.” (Mt 10.37). Na mesma direção, Lutero afirmou: “O deus de um homem é aquilo que Ele ama”. Na Lei mosaica, no chamado “Shemá Israel” (Ouve, ó Israel), o Senhor diz que Ele é o Único Senhor e que eles devem amá-lo de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. (Dt 6.4,5). Isto significa que nada e ninguém pode ter a mesma importância e atenção de Deus em nosso coração. Quando isso acontece, cometemos o pecado de idolatria e Deus não tolera isso. 

O verdadeiro cristão vive neste mundo e usufrui das coisas daqui, para a sua sobrevivência e conforto. Mas, estas coisas não dominam o seu coração, pois nele está o Espírito Santo de Deus, que tem toda a primazia. Nem a nossa esposa, filhos, pais, irmãos, carreira, ou a própria vida podem estar no mesmo patamar do nosso relacionamento com Deus. 


2- Idolatrando a Mamom. Conforme mostramos no início deste tópico, idolatria é o serviço sagrado ou adoração a ídolos. Em sentido estrito, ídolos seriam imagens ou objetos que representam uma divindade. Nesse sentido, alguém poderia argumentar que as pessoas não adoram ou prestam culto ao dinheiro. Entretanto, o sentido de ídolo na Bíblia é bem mais amplo e vai muito além das imagens e objetos. A idolatria, portanto, é tudo aquilo que ocupa o lugar de Deus em nossos corações. 

Conforme já mencionamos, Mamom é uma palavra aramaica que significa riquezas. Alguns dizem que se tratava de uma divindade pagã dos tempos bíblicos, mas não há fontes históricas que comprovem esta afirmação. Nos ensinos de Jesus a palavra Mamom esteve presente também em outras ocasiões, como em Lucas 16.9,11,13, onde Ele fala sobre o mordomo infiel. 

Uma pessoa pode trabalhar para dois patrões, desde que dívida o tempo com ambos. Mas na escravidão, não é possível ter dois senhores, pois o senhor de escravos era dono dele. Podia vender, trocar, libertar e, caso descumprisse as suas ordens podia castigar e até matá-lo.  Então, foi nesse sentido que Jesus falou que ninguém pode servir a dois senhores. Quem se torna escravo de Mamom, não pode servir a Deus e vice versa. 

3- A riqueza condenada por Cristo. É sempre bom esclarecer que Jesus, em momento algum condenou as riquezas ou exaltou a pobreza como uma virtude, como alguns ensinam. As riquezas em si mesmas não trazem nenhum mal. Os bens materiais, assim como todos os recursos naturais, foram criados por Deus. Se forem bem utilizados, podem ser bênção para a nossa vida, para o nosso próximo e para a obra do Senhor. Conforme já falamos no primeiro tópico, há vários homens de Deus que foram ricos e as suas riquezas foram concedidas por Deus. 

O que Jesus sempre condenou foi a avareza, ou seja, ter o coração nas riquezas, pois como Ele disse, ninguém pode servir a dois senhores. O apóstolo Paulo chama o avarento de idólatra (Ef 5.5). De fato, o apego demasiado aos bens materiais constitui-se em idolatria, pois o dinheiro passa a ocupar o lugar de Deus no coração do homem. Paulo escrevendo a Timóteo disse: “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” (1 Tm 6.10). 

Neste contexto, o apóstolo falava sobre pessoas corruptas de entendimento, que achavam que a piedade é fonte de lucro. Ele então explica a Timóteo que nada trouxemos para este mundo e nada levaremos dele. Portanto, tendo o sustento e as vestes, devemos nos contentar. Na sequência, ele diz que os que querem ficar ricos caem em muitas ciladas e desejos que os levam à destruição, pois  amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. 

O Pr. Osiel Gomes, comentarista desta lição, explica que no texto grego, a expressão traduzida por “... O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” seria melhor traduzida assim: “... uma raiz de todos os males é o dinheiro”. Se dissermos que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males que existem no mundo, teremos sérios problemas com a Doutrina do pecado, pois, o pecado entrou no mundo não pelo amor a dinheiro, mas pela desobediência do primeiro casal à ordem de Deus no Jardim do Éden. Talvez o apóstolo estivesse se referindo à raiz desses males que ele citou, como a soberba e as ciladas que levam as pessoas à destruição, pois, evidentemente, o amor ao dinheiro não é a raiz de todos os males que há no mundo, uma vez que já havia males no mundo muito antes do surgimento do dinheiro. 


REFERÊNCIAS: 

GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pág. 188-191.

LOPES, Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pág. 225-227.

LOPES, Hernandes Dias. Lucas Jesus o Homem Perfeito. Editora Hagnos. 1 Ed 2017.

STOTT, John. Contracultura cristã: A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pág. 72-74.


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Pb. Weliano Pires


01 junho 2022

RIQUEZA DO CÉU E RIQUEZA DA TERRA


(Comentário do 1º tópico da Lição 10)

Há dois pensamentos teológicos opostos, que são equivocados, do ponto de vista bíblico, sobre o uso dos bens materiais. Há a teologia da libertação católica, que é totalmente contrária às riquezas e prega que Jesus veio libertar as pessoas não dos seus pecados, mas da opressão dos ricos. Estes teólogos apoiam invasões de terra e até a luta armada, para tomar os bens dos ricos e distribuí-los aos pobres. No meio evangélico há uma versão desta teologia chamada de teologia da missão integral. Não são radicais como os teólogos da libertação, a ponto de apoiar a luta armada, mas também criticam as riquezas e reduzem o evangelho à distribuição de renda. 


No outro extremo, está a teologia da prosperidade, que prega que as riquezas materiais são sinais da bênção de Deus e que a pobreza é sinal de maldição. Pregam que Deus é o dono de tudo e, portanto, os seus filhos também têm que ser ricos. Se os teólogos da libertação condenam as riquezas, os da prosperidade condenam a pobreza. Entretanto, nenhum dos dois tem apoio nas Escrituras. 


Nos versículos 19 e 20 do capítulo 6 de Mateus, Jesus recomendou os seus discípulos a não ajuntarem tesouros na terra, mas ajuntarem tesouros no Céu. Na sequência, Ele afirmou que onde estiver o nosso tesouro, estará também o nosso coração. Jesus esclareceu que os tesouros deste mundo são perecíveis, pois a traça e a ferrugem podem destruí-los e são temporários, pois os ladrões podem roubá-los. Entretanto, os tesouros do Céu são infinitamente mais valiosos, não perecíveis.   


Neste tópico veremos que não é possível conciliar a busca incontrolável por bens terrenos com o serviço e a adoração a Deus. O problema, evidentemente, não está na posse de riquezas, mas no amor ao dinheiro, que é idolatria. Faremos também um contraste entre as riquezas terrenas e as celestiais. Por último abordaremos algumas informações importantes para o cristão sobre o uso racional dos bens materiais. 


1- Uma conciliação impossível.  Jesus foi categórico ao afirmar: "Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom." (Mt 6.24). A relação entre o crente e Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento é comparada ao relacionamento conjugal. O profeta Oséias e outros chamaram a infidelidade a Deus de "adultério" (Os 2.5,7). No Novo Testamento, Tiago faz a mesma coisa, em relação à amizade do crente com o mundo (Tg 4.4).

 

No Sermão do Monte, o Senhor Jesus mostra que há incompatibilidade entre servir a Deus e a Mamom, pois não há a possibilidade de agradar aos dois. Mamom é uma palavra aramaica que significa "riqueza"  e envolve possessões, propriedades, alimentos, dinheiro, roupas, etc. Nas versões mais atualizadas, temos a palavra "riqueza", no lugar de "Mamom". 


O que Jesus contrapôs ao relacionamento com Deus não foi o simples fato de alguém possuir riquezas e sim, colocar nelas a sua confiança e viver a vida com o objetivo de alcançar riquezas e poder. Aliás, como bem colocou o comentarista, esta foi a proposta do diabo a Jesus: ofereceu riquezas e poder terreno, em troca de adoração. 


2- Tesouros da terra e tesouros do céu. A palavra traduzida por tesouro neste texto, no grego é thesaurós, que tem dois significados: Refere-se a um lugar  onde se guardava coisas boas e preciosas, como num cofre. Significava também um depósito ou armazém, onde coisas valiosas eram armazenadas. Portanto, Jesus não estava se referindo apenas aos que já são ricos, mas aos que queriam a todo custo ficar ricos. É importante destacar que nem todos os ricos são soberbos e avarentos e nem todos os pobres são humildes e desprendidos. 


Os escribas e fariseus valorizam muito os bens materiais, pois acreditavam que a prosperidade material era sinal da bênção de Deus, assim como fazem os adeptos da teologia da prosperidade atual. Não é à toa que em suas pregações, os propagadores dessa teologia recorrem sempre ao Antigo Testamento, com exceção dos livros de Jó e Jeremias, é claro.


Pobreza não significa maldição ou que a pessoa não é fiel a Deus. Riquezas e poder também não são sinônimos da aprovação de Deus. Ao contrário, Jesus disse que dificilmente os ricos entrarão no Reino dos Céus, não por causa da riqueza em si, mas, por colocarem nas riquezas o seu coração. O jovem rico, por exemplo, ao ser recomendado a vender tudo e entregar aos pobres e ter um tesouro no céu, retirou-se triste (Mt 19.21,22). 


O apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios disse: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” (1 Co 15.19). A esperança e o conceito de próspero e bem sucedido para o cristão não obedece aos critérios e padrões deste mundo. Para o mundo, bem sucedido são os que estão na lista de milionários da Revista Forbes, os que estão nas capas da Revista Caras, os que têm corpos esculturais, etc.


Para o cristão, o que importa é agradar a Deus, em qualquer circunstância. Ajuntar tesouros no Céu, no entanto, não significa salvação pelas obras ou ter algum mérito diante de Deus, como muitos imaginam. O maior tesouro para o cristão é o próprio Deus: “Ao Senhor declaro: Tu és o meu Senhor, não tenho bem nenhum além de ti” (Sl 16.2). Para um crente verdadeiro, a presença de Deus lhe é suficiente. Quem serve a Deus pelo que Ele oferece, servirá a outro deus se a proposta for mais interessante. Isso é prostituição espiritual. 


3- O que o cristão precisa saber sobre os bens materiais? Conforme já falamos Jesus não condenou a aquisição de bens materiais ou as riquezas, nem tampouco proibiu a previdência e precaução para o futuro. Há inúmeros casos de homens de Deus na Bíblia que eram ricos: Abraão (Gn 14.18-20; 24.1), Isaque (Gn 26.12,13), Jacó (Gn 30.43), Jó (Jó 1.1-3), Salomão (2Cr 1.12), etc. Na ocasião da multiplicação dos pães, o Senhor ordenou que recolhessem os pedaços que caíram, para que nada fosse desperdiçado (Mt 6.12). 


Sobre os bens materiais, a primeira coisa que devemos ter em mente é que tudo pertence a Deus (Sl 24.1; Ag 2.8). Nós não somos proprietários de nada neste mundo. Somos apenas mordomos ou administradores dos bens que Deus nos confiou e iremos prestar contas do uso que fizemos deles a Deus. Precisamos sempre lembrar que somos apenas peregrinos neste mundo e estamos a caminho do nosso eterno lar. Por isso, os bens terrenos devem ser vistos como temporários, necessários para a nossa sobrevivência, para ajudar ao próximo e servir a Deus. O cristão deve usar os bens que Deus lhe confiou e nunca ser dominado por eles ou idolatrá-los. Deus requer fidelidade dos seus mordomos neste mundo, no usos dos bens que ele entregou: “Ora, além disso o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1 Co 4.2).


Deus nos concede bens materiais, através do nosso trabalho. Ele não joga dinheiro do Céu na conta de preguiçosos como muitos imaginam. Em vários textos, a Bíblia condena a preguiça e enaltece o trabalho (Pv 6.6; Pv 15.19; Pv 21.25; Jo 5.17; At 20.34; Ef 4.28; 1 Ts 4.11,12; 2 Ts 3.10;  O apóstolo Paulo disse que “aquele que não quiser trabalhar, também não coma.” (2 Ts 3.10). O trabalho dignifica o homem e deve ser praticado para a sobrevivência dele e da família. Entretanto, é preciso tomar cuidado para ser escravo do trabalho, tentando enriquecer, pois quem faz isso, incorre no mesmo erro de servir a Mamom.  


Deus nos dá a vida, a saúde, a disposição e as oportunidades para conquistarmos bens materiais. A uns Ele permite ser ricos e a outros não. O dinheiro na vida do cristão deve atender a pelo menos quatro finalidades: Suprir as próprias necessidades vitais (At 20.34); investir sabiamente em nossos propósitos de vida (Mt 25.15-30); Suprir as necessidades da Igreja, mantendo as atividades do Reino de Deus ( II Co 9.7-13; Ml 3.10; I Tm 5.17-18; Ajudar aos necessitados (Jo 4.11; 12.21; 2 Co 9.12; Pv 19.17; At 20.35). 


Denis Frota, em seu livro “O código bíblico do Dinheiro”, apresenta-nos pelo menos 10 atitudes e decisões que sintetizam o planejamento bíblico para as finanças: 

1. Reconhecer que tudo é de Deus, e devolver pelo menos o dízimo: Ml 3.10-11;

2. Trabalhar e ganhar dinheiro honestamente: Pv 6.6-11; 2 Ts 3.10-1;

3. Não entrar em dívidas e procurar sair delas: Pv 22.7; Rm 13.8; 1 Co 7.21-23;

4. Não colocar o coração no dinheiro ou em coisas materiais: Pv 23.4-5, 28.22; Mt 5.19-21;

5. Não viver ansioso ou preocupado: Fl 4.6-7; 1 Pe 5.7;

6. Não ser avarento: Ec 5.10; Lc 12.15; Cl 3.5;

7. Planejar os gastos: Pv 16.9. Faça um orçamento e pare com os gastos desnecessários! Coloque seus propósitos diante do Senhor: Sl 37.4;

8. Economizar: Pv 18.9 e 21.20. Guardar para quando precisar (emergências): Pv 27.18;

9. Generosidade: Pv 11:24-25. Ser sensível em relação às necessidades dos outros: Lc 3.11; Rm 12.13;

10. Contribuir regularmente para o sustento da causa de Cristo: 2 Co 8.3-5; Fp 4.18.


Muitas vezes nas nossas Igrejas somos ensinados apenas a entregar os nossos dízimos a Deus. Mas, pouco se ensina sobre o que fazer com os outros 90%. Muitos dizimistas vão à falência e culpam a Deus, pois segundo dizem entregaram o dízimo e não prosperaram. Entretanto, não basta ser dizimista. É preciso ser diligente no trabalho e administrar a sua renda. 


Depois de contribuir com dízimos e ofertas na obra do Senhor, há pelo menos três regras básicas para administrar o dinheiro: 

1. Ganhe o máximo que puder, sem sacrificar a própria saúde, descanso e lazer;

2. Nunca gaste tudo o que ganha, pois imprevistos acontecem;

3. Nunca entre em dívidas e, se for inevitável, procure sair o mais depressa possível. 


REFERÊNCIAS: 

GOMES, Osiel. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pág. 182-187.

LOPES, Hernandes Dias. TIAGO Transformando provas em triunfo. Editora Hagnos. pág. 86-88.

HENRY, Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. 1 Ed 2008. pág. 842.

LOPES, Hernandes Dias. Mateus Jesus, O Rei dos reis. Editora Hagnos. pág. 224-225.

ASTOTT, John. Contracultura cristã. A mensagem do Sermão do Monte. Editora: ABU, 1981, pag. 71-72.

HOWARD, Dayton. O Seu Dinheiro. Bless Gráfica e Editora LTDA. 1 Ed. 2002.


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Pb. Weliano Pires


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