25 janeiro 2022

A BÍBLIA PRECISA SER INTERPRETADA


Comentário do 1° tópico da lição 5: Como ler as Escrituras)


Nos primeiros anos de escola, assim que o aluno aprende a ler, logo em seguida são passadas narrativas para ele ler. Após a leitura vem os exercícios de interpretação do texto lido, para desenvolver a sua capacidade de interpretação de texto. Isto acontece porque não basta ler um texto, é preciso entender o que se leu. Com a Bíblia não é diferente. Além de lê-la, precisamos também compreender aquilo que lemos. Entretanto, não é uma tarefa tão simples. Interpretar um texto que foi escrito em nossa própria língua, em nosso país, em uma época próxima à que vivemos pode ser relativamente fácil. Mas, no caso da Bíblia, devido às nossas limitações, por causa da nossa natureza pecaminosa e por causa das particularidades da Bíblia, necessitamos de ferramentas que nos auxiliem na interpretação dos textos bíblicos.


1. A importância da exegese. A palavra "exegese" vem de dois termos gregos "ex" (fora) e "agein" (guiar). Significa, portanto, literalmente "guiar para fora". A junção destes dois termos deu origem à palavra exegese, que significa extrair de um texto o seu sentido ou intenção original. Em relação à Bíblia, o papel da exegese é buscar o significado e a intenção originais do texto bíblico e trazê-los ao leitor atual. Para se fazer uma exegese do texto bíblico, o leitor deve esvaziar-se completamente das suas ideologias e convicções pessoais e deixar que o texto fale por si mesmo. 


É muito importante que o intérprete da Bíblia, ao fazer a exegese do texto tenha em mãos um dicionário de língua portuguesa, um dicionário bíblico, uma concordância bíblica, um dicionário de palavras-chaves em hebraico e grego e mais de uma versão da Bíblia. Isso, certamente ajudará na compreensão e busca do sentido original dos textos bíblicos. Eu recomendo a Bíblia de Estudo Palavra-Chave, publicada pela CPAD, e a Concordância Bíblica de Stong. Ao contrário da exegese, existe outra ferramenta chamada "eisegese", que faz o oposto. Na eisegese, o intérprete traz as próprias teorias e convicções para dentro do texto bíblico e procura justificá-las usando a Bíblia, querendo fazê-la dizer aquilo que ela não diz. 


2. As limitações dos leitores. Todos nós, sem exceção alguma, somos limitados em vários aspectos. A primeira limitação que temos ao ler a Bíblia é a própria língua portuguesa. Na tradução da Bíblia para a nossa língua, feita por João Ferreira de Almeida e seus colaboradores, pois, ele morreu antes de concluída, foi usada uma linguagem culta, com características do português de Portugal. Naquela época, não se usavam pronomes de tratamento e muitas palavras surgiram depois, ou foram perdendo o seu sentido original. Muitos de nós temos dificuldade para entender a língua portuguesa, conjugar corretamente os seus verbos, usar a acentuação e pontuação adequados, entender as colocações pronominais, etc. Isso dificulta o entendimento do texto bíblico, mesmo em português. Vou citar três exemplos, que ilustram bem esta situação: 


Exemplo 1: 

Certa vez um presbítero, muito sério, por quem tenho muita consideração, leu o texto de João 4.26, da seguinte maneira: "Jesus disse-lhe: Eu sou eu, que falo contigo." Em seguida, começou a pregar, com a seguinte indagação: Será que eu posso dizer: eu sou eu? Eu não sou nada! Mas, Jesus,pode dizer: Eu sou eu! 

Embora ele estivesse correto em dizer que não somos nada, o texto que ele havia lido não diz "Eu sou eu". A mulher samaritana havia dito a Jesus, no versículo anterior: 

– Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo." 

Jesus, então lhe respondeu: 

– Eu o sou, eu que falo contigo. 

O pregador subtraiu do texto o pronome oblíquo "O" e provavelmente não compreendeu o que ele significa. Este pronome substitui a palavra Messias. Em uma linguagem mais atualizada seria:

– Eu sou o Messias, eu que estou falando com você.


Exemplo 2. 

Em uma reportagem, apareceu a história de um certo "pastor", que supostamente teve uma revelação para que tivesse filho com uma mulher casada, da Igreja que ele era pastor. Para justificar esta abominação, ele usou o texto de Oséias 3.1 e leu-o da seguinte forma: "...Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e ADULTERA como o SENHOR ama os filhos de Israel…". Ele leu o texto, suprimindo o acento agudo e transformou o adjetivo "adúltera" no verbo adultera e entendeu que Deus havia mandado adulterar. O próprio repórter pediu para ver o texto e o questionou: 

– Mas tem um acento aqui, pastor! Aqui está dizendo “adúltera” e não “adultera.” 


Exemplo 3

Muitas pessoas lêem o texto de Romanos 12.13a: "Comunicai com os santos nas suas necessidades…" e concluem que devemos contar aos santos as nossas dificuldades. Mas não é isso que o texto diz. Comunicar neste texto tem o sentido de tomar parte ou ajudar, como está na Nova Versão Almeida: "Ajudem a suprir as necessidades dos santos." O pronome possessivo "suas" no texto, também se refere às necessidades dos outros e não às nossas próprias. 

Outra grande limitação nossa é compreender o sentido original dos textos bíblicos pois, eles foram escritos em outros idiomas, em outras culturas e em épocas muito distantes da que vivemos, como veremos a seguir. Claro que eu não estou sugerindo que todos os leitores da Bíblia sejam especialistas em hebraico, grego, arqueologia e cultura judaica, grega e romana. Estou apenas apontando a nossa limitação neste sentido. 


3. A natureza das Escrituras. Nas lições anteriores vimos algumas particularidades da Bíblia e as circunstâncias em que se deu a sua composição. A Bíblia foi escrita em hebraico, grego e alguns alguns trechos em aramaico. Estes três idiomas são muito diferentes do português. Além disso, a época em que a Bíblia foi escrita está muito distante de nós. Mesmo se estudarmos estes idiomas, ainda encontraremos dificuldades. O hebraico antigo e o aramaico não existem mais. O grego Koiné, também não é o mesmo grego que se fala atualmente. 

Há também os fatores culturais que são muito diferentes da nossa cultura. A Bíblia foi escrita na cultura oriental de milênios atrás. Mesmo se olharmos para Israel e para as nações citadas na Bíblia que ainda existem, são completamente diferentes dos tempos bíblicos. Portanto, é necessário considerar os aspectos culturais, gramaticais, filosóficos, religiosos e geográficos dos tempos bíblicos, para interpretarmos corretamente um texto bíblico. 


REFERÊNCIAS:


BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.    

REVISED. Joseph Angus. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.    

STEIN. Robert H. Guia básico para a interpretação da Bíblia. 1 Ed. 1999. Editora CPAD. pág. 15.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. pág. 617.    

SILVA, Antônio Gilberto da. A Bíblia através dos séculos. Editora: CPAD. 15 Edição 2004.    

ARTHUR, Walkington. A inspiração divina da Bíblia. Editora Monergismo. 1ª edição, 2013.      


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Pb. Weliano Pires


24 janeiro 2022

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 05: COMO LER AS ESCRITURAS

REVISÃO DA LIÇÃO ANTERIOR


Na lição passada, estudamos sobre a estrutura da Bíblia Sagrada. Vimos como a Bíblia está organizada e que ela se divide em dois testamentos. Falamos resumidamente sobre a  classificação dos livros do Antigo Testamento e em seguida discorreremos sobre a classificação dos livros do Novo Testamento. 


Primeiro, falamos da organização geral da Bíblia Sagrada. Colocamos a definição etimológica do termo “Bíblia”. Discorremos sobre o cânon da Bíblia, trazendo a definição etimológica da palavra cânon. Falamos sobre os dois Testamentos da Bíblia, trazendo também a definição etimológica da palavra testamento e o uso desta palavra na Bíblia e na Igreja Primitiva. 


Segundo, falamos sobre a classificação dos livros do Antigo Testamento por assunto, como está em nossa Bíblia. Falamos também sobre a canonicidade do Antigo Testamento e tratamos de algumas particularidades e detalhes do Antigo Testamento.


Terceiro, falamos da classificação por assunto dos livros do Novo Testamento. Discorreremos sobre a canonicidade do Novo Testamento e as provas da sua inspiração divina. Por último, vimos algumas particularidades do Novo Testamento. 


LIÇÃO 05: COMO LER AS ESCRITURAS


Infelizmente há muitos crentes que não têm o hábito de ler as Escrituras. Há inclusive pastores que nunca leram a Bíblia inteira. Por outro lado, não são poucas as pessoas que se vangloriam de já terem lido a Bíblia inteira várias vezes. Não resta dúvidas de que ler a Bíblia é importante, pois, como já vimos até aqui, a Bíblia é a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus. É o único manual de fé e prática do cristão. Sendo assim, é indispensável a leitura constante das Escrituras. 


Entretanto, não basta ler. É importante entender aquilo que lemos, pois, muitas heresias nascem da má interpretação ou distorções dos textos bíblicos. Como a Bíblia foi escrita em um contexto muito distante e diferente da época em que vivemos, é preciso interpretá-la corretamente, para a entendermos. Esta interpretação envolve a exegese e a hermenêutica, que são ferramentas muito importantes na interpretação de textos. A hermenêutica é a ciência da interpretação de textos e a exegese é uma das ferramentas desta ciência. 


No primeiro tópico, veremos que a Bíblia precisa ser interpretada. Falaremos neste tópico sobre a definição e a importância da exegese. Depois falaremos sobre as limitações dos leitores da Bíblia para entendê-la e algumas particularidades das Escrituras, que exigem uma interpretação minuciosa, para se entender. 


No segundo tópico, falaremos sobre os pressupostos pentecostais para a interpretação bíblicas. Os críticos do pentecostalismo costumam nos acusar de colocar a experiência acima da Bíblia. Mas esta acusação não tem fundamento Se alguém faz isso, não é pentecostal. Nós, os pentecostais, reconhecemos a Supremacia das Escrituras, como a infalível, inerrante e inspirada Palavra de Deus. Reconhecemos também a necessidade da iluminação do Espírito Santo para entendermos a Bíblia Reconhecemos o valor das experiências vividas, mas, entendemos que elas precisam estar amparadas na Bíblia. 


No terceiro e último tópico, falaremos sobre as regras básicas para a interpretação da Bíblia. Falaremos sobre a definição da Palavra hermenêutica e a sua importância para a interpretação bíblica. Depois falaremos sobre a regra áurea para a interpretação da Bíblia que é: A Bíblia é a sua própria intérprete. Falaremos também sobre alguns princípios para interpretação bíblia. Por último, como um alerta, falaremos sobre os perigos da hermenêutica pós-moderna, dominada pela teologia liberal que nega os milagres e a inerrância da Bíblia. 


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Pb. Weliano Pires


22 janeiro 2022

Lição 05: Como ler as Escrituras


30 de Janeiro de 2022.

TEXTO ÁUREO:

“E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês?” (At 8.30)


VERDADE PRÁTICA:

“As técnicas de interpretação auxiliam na compreensão da Bíblia, mas não são infalíveis; por isso, não podem ser colocadas acima da autoridade da Palavra de Deus.”


LEITURA DIÁRIA

Segunda – Dn 9.2 

Todos os leitores da Bíblia também a interpretam

Terça – Rm 15.4 

Tudo o que está escrito é verdadeiro e serve para o nosso ensino

Quarta – At 2.39 

As Escrituras ensinam a atualidade do Batismo no Espírito Santo e dos Dons Espirituais

Quinta – 1 Jo 5.20 

Necessitamos do Espírito Santo para discernir as verdades bíblicas

Sexta – Mc 16.20 

As verdades bíblicas são confirmadas quando experimentadas pela Igreja

Sábado – At 17.11 

As experiências devem ser submetidas ao crivo das Escrituras Sagradas


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Atos 8.26-30

Atos 8

26 – E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto.

27 – E levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adoração,

28 – Regressava e, sentado no seu carro, lia o profeta Isaías.

29 – E disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro.

30 – E, correndo Filipe, ouviu que lia 0 profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês?


Hinos Sugeridos: 129, 368, 559 da Harpa Cristã


PLANO DE AULA


1- INTRODUÇÃO


Se é importante conhecer a estrutura da Bíblia para bem manejá-la, mais importante ainda é lê-la adequadamente. Não são poucos os erros e os enganos por causa da má interpretação das Escrituras Sagradas. Por isso temos de dar a devida importância ao assunto que impacta diretamente a qualidade da fé do leitor da Bíblia. Que tenhamos sabedoria para ler a Bíblia e compreendê-la adequadamente.


2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO


A) Objetivos da Lição:

I) Expor que a Bíblia precisa ser interpretada;

II) Pontuar os pressupostos pentecostais para a leitura da Bíblia;

III) Apresentar os princípios básicos de interpretação bíblica.


B) Motivação: 

Ler e interpretar a Bíblia de maneira adequada deve ser o objetivo de todo aluno da Escola Dominical. Como compreender os ensinos de Jesus nos Evangelhos? Como aplicar hoje a mensagem do apóstolo Paulo em suas epístolas? Sem dúvida essas questões nos motivam para a presente lição.


C) Sugestão de Método: Sugerimos que você pergunte aos alunos como eles leem a Bíblia. Permita que eles exponham as próprias experiências. Aproveite as respostas da classe para desenvolver o primeiro tópico (A Bíblia Precisa Ser Interpretada), principalmente o subponto que diz respeito às limitações dos leitores.


3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO


A) Aplicação: Desafie os alunos a lerem a Bíblia de maneira metódica e sistemática, de acordo com os pontos apresentados na lição. Se for o caso, proponha à classe um plano de leitura anual e estabeleça metas para cumpri-lo durante o ano.


4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios às Lições Bíblicas. Na edição 88, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará um auxílio que dará suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “O Autor como fator determinante do significado” aprofunda o tema da interpretação, no primeiro tópico, focando na importância da intenção do autor sagrado ao escrever um livro da Bíblia;

2) O texto “ Tipos de Autoridade Religiosa” aprofunda a importância da autoridade canônica e o valor da experiência espiritual como uns dos pressupostos pentecostais para a leitura da Bíblia.


INTRODUÇÃO


A leitura e o estudo das Escrituras são um dever e um privilégio. Por isso, temos que zelar pelo conhecimento bíblico e estar conscientes da necessidade de aplicar o texto sagrado em nossas vidas. Tiago alerta que devemos ser cumpridores da Palavra e não apenas os ouvintes (Tg 1.22). Nesta lição, veremos a importância dos princípios basilares da interpretação bíblica.


Palavra-Chave: LEITURA


I – A BÍBLIA PRECISA SER INTERPRETADA


1. A importância da exegese. O termo “exegese” vem do grego “ex”, traduzido como “fora”, e "agein" com o sentido de “guiar”. Literalmente significa “guiar para fora”, isto é, extrair a intenção das palavras de um texto. Assim, o alvo da exegese é deixar que as Escrituras digam o que o Espírito Santo pretendia no seu contexto original. Dessa forma, para não fazer o texto significar aquilo que Deus não pretendeu, é necessário um minucioso exame das Escrituras (2 Tm 2.15). Por exemplo, estudo das línguas bíblicas, dos fatos da história, da cultura e dos recursos literários usados no texto sagrado cooperam na compreensão do real significado das palavras inspiradas (Ef 3.10-18). 2. As limitações dos leitores. Nesse aspecto é preciso reconhecer que toda a vez que lemos a Bíblia, estamos os interpretando. Isso porque todos os leitores são também intérpretes (Dn 9.2). O problema dessa constatação reside nas ideias que trazemos conosco antes mesmo de começarmos a leitura da Bíblia (Ef 4.22). Por conseguinte, nem sempre o “entendimento” daquilo que lemos reproduz a verdadeira “intenção” do Espírito Santo (2 Pe 3.16). Em virtude de nossa inclinação pecaminosa que nos induz ao erro (Rm 8.7), precisamos usar métodos sadios que nos auxiliem na interpretação das Escrituras (Rm 12.2). Essa é uma nobre tarefa atribuída a todo salvo em Cristo Jesus (1 Tm 4.13; Ap 1.3). 3. A natureza das Escrituras. Nesse ponto, ratificamos que a necessidade de a Bíblia ser interpretada acha-se na natureza da própria Palavra de Deus. Como já estudado, o texto bíblico foi escrito majoritariamente em duas línguas distintas (hebraico e grego), no período aproximado de 1600 anos, por cerca de 40 autores que viveram em épocas e culturas diferentes. Portanto, os textos canônicos possuem particularidades que não podem ser ignoradas. Dentre tantas, podemos citar as narrativas, as poesias, as crônicas, as profecias e as parábolas que precisam ser interpretadas, sob a orientação do Espírito Santo, observando as regras gramaticais e o contexto histórico e literário de quando foram redigidas (Mt 5.18).


SINOPSE I

As Escrituras Sagradas precisam ser interpretadas para que todos conheçam o verdadeiro significado da mensagem .


AUXÍLIO TEOLÓGICO 


O Autor como fator determinante do significado O método mais tradicional para o estudo da Bíblia, no entanto, tem sido o de analisar o significado como algo controlado pelo autor. De acordo com esse ponto de vista, o significado é aquele que o escritor, conscientemente, quis dizer ao produzir o texto. Dessa maneira, a epístola aos Romanos deve ser interpretada à luz do que Paulo quis passar aos seus leitores quando escreveu – se estivesse vivo, bastaria que nos dissesse o que desejava transmitir. O significado, portanto, é exatamente o que o apóstolo considerava como tal. […] Negar que o autor determina o significado do texto também levanta uma questão ética – a de se estar roubando a criação de alguém. Analisar um texto à parte da intenção de quem o escreveu é como roubar uma patente de um inventor ou uma criança recém – nascida de sua mãe. Ao registrar-se um trabalho sob o nome de seu autor se está admitindo, pelo menos tacitamente, que essa obra a ele pertence. O uso do nosso significado para substituir o pretendido pelo autor é uma espécie de plágio. Um escrito assemelha-se ao testamento”.

STEIN, Robert H. Guia Básico para a Interpretação da Bíblia: Interpretando conforme as regras. 10. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.23,25.



II – PRESSUPOSTOS PENTECOSTAIS PARA LER A BÍBLIA


1. Autoridade da Bíblia. Uma das marcas do Pentecostalismo é o seu compromisso inegociável com as Escrituras. Cremos na inspiração divina, verbal e plenária da Palavra de Deus, nossa autoridade final em questões de fé e prática (2 Tm 3.16). Portanto, ao ler o livro sagrado temos como pressuposto sua inerrância e infalibilidade. Tudo o que está escrito é verdadeiro e serve para o nosso ensino (Rm 15.4). Nessa compreensão, refutamos a relativização e a desobediência aos preceitos bíblicos (Ap 22.19). Acatamos suas doutrinas, reconhecemos a realidade do sobrenatural, a literalidade dos milagres e a atualidade do Batismo no Espírito Santo e dos Dons Espirituais (At 2.39). 2. A iluminação do Espírito Santo. A doutrina da Iluminação se refere à atuação do Espírito Santo na vida do crente, que o capacita a discernir as verdades da Palavra de Deus (Ef 1.17,18; 1 Jo 5.20). Somente o estudo racional não é suficiente para o entendimento da revelação escrita de Deus. Contudo, a iluminação não é uma fonte paralela de revelação e nem substitui o exame das Escrituras; ao contrário, pois à medida que estudamos, o Espírito nos concede a compreensão. A iluminação não aumenta e nem altera a Bíblia, apenas elucida o que já foi revelado pelo Espírito. Assim, o conhecimento da Palavra produz comunhão com Deus, vida de oração, obediência e santificação (2 Pe 1.3-10). 3. O valor da experiência. O texto sagrado é útil para o ensino, repreensão, e correção a fim de tornar o salvo perfeito (2 Tm 3.16,17). Essas declarações demonstram que a Bíblia deve ser aplicada ao nosso viver diário. As verdades bíblicas são confirmadas quando experimentadas pela Igreja do Senhor (Mc 16.20). Nesse aspecto, por exemplo, cremos que o livro de Atos não apenas descreve a experiência pentecostal da Igreja Primitiva, como também a torna válida para os nossos dias (At 2.1-4,38,39). Ressalta-se, porém, que nem a experiência nem a tradição da Igreja podem estar acima da autoridade bíblica. Somente a Escritura é que pode autenticar, e até mesmo corrigir, a experiência ou a prática da Igreja, caso seja necessário (2 Tm 4.2). SINOPSE II A Bíblia é a autoridade final, o Espírito Santo nos auxilia na sua compreensão e a experiência confirma as verdades bíblicas.


AUXÍLIO TEOLÓGICO


Tipos de Autoridade Religiosa Autoridade Canônica.


A autoridade canônica sustenta que as matérias bíblicas, contidas no cânon das Escrituras, são a revelação autorizada de Deus. A Bíblia tem uma mensagem clara e definitiva para as nossas crenças e para o nosso modo de vida. Os proponentes desta opinião afirmam que:

(1) A Bíblia é autoridade em virtude de sua autoria divina; e

(2) A Bíblia fala com clareza a respeito das verdades básicas que apresenta. 

Todas as questões de fé e conduta estão sujeitas à autoridade da Bíblia de modo que os itens da crença teológica devem, ou ter apoio bíblico (explícito ou implícito), ou ser repudiados.


A experiência como autoridade


A primeira fonte interna da autoridade é a experiência. O indivíduo relaciona- -se com Deus no âmbito da mente, da vontade e das emoções. Considerando a pessoa como unidade, os efeitos experimentados, nos demais, quer subsequente quer simultaneamente. De fato, a revelação de Deus tem o seu efeito na totalidade da pessoa humana. […] [Porém,] não é fidedigna a experiência isolada e que se arvora como fonte de autoridade para mediar a revelação de Deus”. 

HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.46,48).


III – REGRAS BÁSICAS DE INTERPRETAÇÃO


1. A Escritura é sua própria intérprete. A “hermenêutica” tem origem no termo grego hermeneutikós que, na teologia, designa os princípios que regem a interpretação dos textos sagrados. Lutero desenvolveu a máxima de que a Escritura tem de ser interpretada e entendida por si própria (Is 8.20). Significa que devemos estudar a Bíblia seguindo o método pelo qual uma parte do texto auxilia na compreensão de outro texto. Essa afirmação é legítima porque a coesão da Escritura é o resultado de um único autor divino (Pv 30.5,6). Embora esse método seja legítimo, o estudante das Escrituras precisa do auxílio de regras básicas para uma correta interpretação.


2. Princípios de interpretação bíblica. Dentre os princípios gramaticais, históricos e literários, enfatizamos que o texto bíblico tem sentido único e sempre que possível deve ser interpretado literalmente. Nesse aspecto, é preciso tomar cuidado com as expressões de uso simbólico/alegórico. Por exemplo, Cristo disse: “Tomai, comei, isto é o meu corpo” (Mt 26.26). Esse texto mostra que “corpo” aqui não está no sentido literal, mas no figurado. Outro princípio refere-se ao contexto, isto é, analisar os versículos que precedem e seguem o texto que se estuda. Diz a máxima que “texto fora do contexto é pretexto”. Desse modo, observando esses princípios, a Bíblia precisa ser interpretada no todo, nenhuma doutrina pode basear-se em um único texto ou em hipóteses particulares (2 Pe 1.20).


3. Os perigos da hermenêutica pós-moderna. Nossa ortodoxia refuta todo e qualquer um que nega a inspiração verbal e plenária da Bíblia e sua consequente autoridade (2 Pe 1.21). Assim sendo, o intérprete não pode criar outro cânon dentro do cânon bíblico, ou seja, não cabe ao estudante fragmentar ou relativizar os textos inspirados. Não se pode empregar métodos subjetivos focados no leitor em prejuízo do texto e do autor bíblico. Ratificamos que as experiências devem ser submetidas ao crivo das Escrituras Sagradas (At 17.11). Por fim, reconhecemos que as técnicas hermenêuticas não são infalíveis. Durante o processo de aplicação dos métodos interpretativos necessitamos da iluminação do Espírito Santo (1 Co 2.12).


SINOPSE III

A Escritura é a sua principal interpretação. Assim sendo, o uso da hermenêutica e a iluminação do Espírito auxiliam na correta interpretação.


CONCLUSÃO


A Bíblia Sagrada deve ser lida e interpretada. Nesse mister, somos auxiliados pela exegese e pela hermenêutica. Contudo, nenhuma das técnicas de interpretação estão acima da autoridade da Palavra de Deus. O que a igreja crê e professa deve ser interpretado à luz da própria Escritura.


REVISANDO O CONTEÚDO


1. Qual é o significado do termo “Exegese”?

O termo “ exegese” vem do grego ex, traduzido como “fora”, e agein com o sentido de “guiar” . Literalmente significa “guiar para fora”, isto é, extrair a intenção das palavras de um texto.


2. Por que precisamos usar métodos sadios como auxílio na interpretação das Escrituras? 

Em virtude de nossa inclinação pecaminosa que nos induz ao erro (Rm 8.7), precisamos usar métodos sadios que nos auxiliem na interpretação das Escrituras (Rm 12.2).


3. Segundo a lição, como podemos acatar a autoridade da Bíblia? 

Acatamos suas doutrinas, reconhecemos a realidade do sobrenatural, a literalidade dos milagres e a atualidade do Batismo no Espírito Santo e os Dons Espirituais (At 2.39).


4. Acerca do valor da experiência, como vemos o livro de Atos? 

Nesse aspecto, por exemplo, cremos que o livro de Atos não apenas descreve a experiência pentecostal da Igreja primitiva, como também a torna válida para os nossos dias (At 2.1-4, 3 8, 39).


5. O que é enfatizado na interpretação bíblica dentre os princípios gramaticais, históricos e literários? 

Dentre os princípios gramaticais, históricos e literários, enfatizam os que o texto bíblico tem sentido único e sempre que possível deve ser interpretado literalmente


O NOVO TESTAMENTO


(Comentário do 3⁰ tópico da lição 04: A estrutura da Bíblia)

No tópico anterior fizemos uma exposição panorâmica do Antigo Testamento, falando sobre os seus livros, canonicidade e algumas particularidades. Neste terceiro tópico faremos o mesmo com o Novo Testamento. 

O Novo Testamento representa o cumprimento e a explicação do Antigo Testamento. Muitas coisas que eram incompreensíveis no antigo pacto se tornam claras no Novo Testamento. Os tipos, figuras alegorias e profecias se tornam claras com o registro do Novo Testamento. 

Diferente do Antigo Testamento, que demorou mais de mil anos para ser escrito, o Novo Testamento demorou menos de um século. Os apóstolos do Senhor e pessoas ligadas a eles como Marcos e Lucas, foram inspirados pelo Espírito Santo para escrever os registros do ministério terreno de Nosso Senhor Jesus Cristo, a descida do Espírito Santo, as doutrinas da Igreja Cristã e as revelações das últimas coisas que em breve irão acontecer. 

1. Os livros do Novo Testamento. Os livros do Novo Testamento, assim como os do Antigo Testamento, também não estão classificados na ordem em que foram escritos, nem na ordem em que os fatos aconteceram. Foram classificados por assuntos, divididos em quatro grupos: Evangelho, História, Epístolas e Revelação. 

a. Evangelhos. São os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João. Estes livros registram o ministério terreno do Senhor Jesus. Encontramos nestes livros, a genealogia de Jesus Cristo, os registros do anúncio do nascimento de Jesus pelo Anjo Gabriel, as circunstâncias do nascimento de Jesus, os seus discursos, os milagres, a sua prisão, morte, ressurreição e ascensão ao Céu. Os livros de Mateus, Marcos e Lucas são chamados de "Evangelhos Sinóticos" devido à semelhança dos relatos. Já o Evangelho segundo João, destoa um pouco, pois dá ênfase ao ministério de Jesus na vida adulta e aponta para a sua divindade.  

b. Histórico. Temos apenas um livro histórico no Novo Testamento, que é o livro de Atos dos Apóstolos, que foi escrito por Lucas, o 'médico amado', historiador, companheiro de ministério do apóstolo Paulo. Este livro relata os últimos momentos de Jesus com os seus discípulos, após a sua ressurreição e a sua ascensão ao Céu. Em seguida, relata o início da história da Igreja Primitiva, com a descida do Espírito Santo. Nos 12 capítulos iniciais, temos o protagonismo de Pedro e João, como principais líderes da Igreja. No capítulo 9 temos a conversão de Saulo de Tarso, e a partir do capítulo 13, a ênfase recai sobre ele e o trabalho missionário de Paulo e Barnabé, terminando com a sua prisão de Paulo no templo, em Jerusalém.

c. Epístolas. As Epístolas foram livros escritos pelos apóstolos a Igrejas específicas, outras à Igreja em geral e algumas foram escritas a uma pessoa em particular. Nas Epístolas temos a sistematização das doutrinas cristãs para a Igreja em todas as épocas. Entre as Epístolas temos dois tipos:

1. Epístolas Paulinas. São as que foram escritas pelo apóstolo Paulo: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemon. Entre as Epístolas Paulinas ainda há também outras denominações que os teólogos colocam, de acordo com o assunto ou a circunstância em que foram escritas:

  • Cartas escatológicas: São as que dão maior ênfase aos assuntos relacionados às últimas coisas: 1 e 2 Tessalonicenses.

  • Cartas soteriológicas: São as que falam mais sobre a doutrina da salvação: Romanos, 1 e 2 Coríntios e Gálatas.

  • Cartas da prisão: São as que foram escritas durante a prisão do apóstolo Paulo: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom.

  • Cartas pastorais: São as que foram escritas pelo apóstolo Paulo a um pastor, com orientações ministeriais: 1 e 2 Timóteo e Tito. (2 Timóteo também é considerada epístola da prisão, pois foi redigida na prisão).

2. Epístolas Gerais. São as Epístolas escritas para serem lidas em todas as Igrejas e que não tinham destinatário específico. Neste grupo estão: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, 3 João e Judas. A Epístola aos Hebreus é considerada por muitos como Epístola Paulina. Em algumas traduções antigas do Novo Testamento, chegou a ser colocado título de "Carta de Paulo aos Hebreus". Mas, por falta de elementos no texto da Epístola que justificassem a autoria Paulina, como por exemplo a identificação, logo no prefácio, que acontece em todas as suas Epístolas, a maioria dos teólogos afirmam que autoria de Hebreus é desconhecida. 

d) Revelação. Neste grupo consta apenas o livro do Apocalipse, que traz as revelações de Jesus ao apóstolo João, quando este se encontrava exilado na Ilha de Patmos. O livro contém o prefácio de João e a aparição de Jesus ressuscitado ao velho apóstolo. Depois, contém sete cartas de Jesus aos líderes de sete Igrejas da Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Sardes, Pérgamo, Tiatira, Filadélfia e Laodicéia. Depois, uma série de revelações sobre os juízos de Deus sobre a humanidade na Grande Tribulação, as visões do Milênio, a Nova Jerusalém, o Juízo Final e a eternidade. 

Assim está dividido o Novo Testamento, totalizando 27 livros canônicos, que são chamados pelos próprios apóstolos de Escrituras e de Palavra do Espírito Santo, que foram divinamente inspiradas. (1 Co 2.13; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). 

2. Canonicidade do Novo Testamento. Logo nos primeiros anos do Cristianismo, surgiram falsos ensinos, propagados por falsos profetas e falsos mestres, com conteúdos gnósticos, judaizantes e outros. Isso já havia sido alertado pelo Senhor Jesus  (Mt 7.15; Mc 13.22) e depois por Paulo, Pedro, Judas e João. No final do primeiro século todos os 27 livros do Novo Testamento já haviam sido escritos. A autoridade deles não era questionada e eram tidos como de grande valia para as Igrejas. Entretanto, não havia ainda uma relação dos livros considerados inspirados por Deus, como já acontecia com os livros do Antigo Testamento. 

Através dos escritos dos pais da igreja, como Clemente de Roma, Inácio, Policarpo e Papias sabemos que os Evangelhos e os escritos do apóstolo Paulo eram considerados como Escritura. Policarpo e Clemente de Alexandria, também fazem menção em seus escritos, aos evangelhos de Mateus e de Lucas. Isso nos leva a crer que por volta da metade do século II, já havia uma coletânea dos quatro evangelhos, que eram lidos e reconhecidos nas Igrejas como Escrituras Sagradas. 

Somente em 145 d.C. um heresiarca chamado Marcion ou Marcião, publicou a primeira lista de livros que ele considerava sagrados: 10 cartas de Paulo, excluindo as chamadas cartas pastorais, e uma versão adulterada do evangelho de Lucas, segundo ele, livre das influências vétero-testamentárias e judaizantes. Marcion acreditava que havia dois deuses: O Deus do Antigo Testamento e o Deus do Novo Testamento.  O Deus do Antigo Testamento seria “um deus justo e iracundo”, que, “irado”, preparou a crucificação de Cristo. 

A partir desta lista de Marcião, a Igreja viu a necessidade de definir os livros considerados inspirados por Deus e iniciaram-se as discussões. No final do século II, nos escritos de Irineu, Tertuliano e Clemente de Alexandria é possível perceber um cânon em formação, que incluía os quatro Evangelhos, Atos dos Apóstolos, 13 cartas de Paulo, 1 Pedro, 1 João e o Apocalipse. 

Somente no final do Século IV é que o processo de reconhecimento do Cânon chegou ao fim. Por meio da 39º Carta Pascal de Atanásio, foram declarados canônicos os 27 livros que compõem o Novo Testamento. Essa definição foi aceita pela igreja do Ocidente nos sínodos de Hipona Régia, em 393 e de Cartago, em 397 d.C.

Os critérios de avaliação de canonicidade dos livros no Novo Testamento foram semelhantes aos que foram utilizados em relação ao Antigo Testamento. Foram estabelecidos os seguintes critérios para o reconhecimento destes livros como Palavra de Deus: 

  • O Testemunho Interno do Espírito Santo;

  • Origem Apostólica ou de alguém muito próximo aos apóstolos;

  • O Conteúdo dos Livros em relação ao restante das Escrituras;

  • As Evidências Internas do restante do Novo Testamento.

3. Particularidades do Novo testamento. Os escritos do Novo Testamento foram escritos aproximadamente nesta ordem: 

  • A Epístola de Tiago, entre os  anos de 49 d.C; 

  • As Epístolas de Paulo Gálatas, entre 49 d.C; 

  • 1 Tessalonicenses, por volta de 51 d.C.; 

  • 2 Tessalonicenses, entre 51 e 52 d.C.; 

  • Aos Coríntios, aproximadamente 55 d.C.;

  • Aos Romanos, entre 55 e 57 d.C. 

  • Depois disso, foram escritos os Evangelhos Sinóticos Mateus, Marcos e Lucas, entre 60 e 70 d.C. Uns dizem que Mateus foi o primeiro e Marcos, o segundo. Outros dizem que Marcos foi escrito primeiro. 

  • Depois destas Epístolas, foram escritos os Evangelhos de Mateus e Marcos. 

  • Entre 60 e 62 d.C. foram escritos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. 

  • A primeira Epístola de Pedro foi escrita entre os anos 60 e 68 d.C. 

  • 1 Timóteo e Tito foram escritas entre 62 e 64 d.C.; Atos dos apóstolos, escrito aproximadamente em 63 d.C.; 

  • 2 Timóteo entre 64 e 68 d.C.; 2 Pedro, entre 65 e 67 d.C.; 

  • A Epístola de Judas, entre 65 e 69 d.C.; 

  • A Epístola aos Hebreus, 67 d.C.; 

  • O Evangelho de João, escrito entre 85 e 90 d.C.; 

  • 1 João, entre 85 e 95 d.C.; 

  • 2 e 3 João em 90 d.C.

  • Por último, o livro do Apocalipse, escrito entre 94 e 96 d.C.

O idioma usado na escrita do Novo Testamento foi o grego koiné, dialeto grego que era a língua comum de todo o mundo do Mediterrâneo no primeiro século da era cristã. O koiné não era a linguagem dos intelectuais gregos. Era a língua do trabalhador, do camponês, do vendedor e da dona de casa. Nenhum estudioso da atualidade estudaria o grego koiné, se não fosse ele o idioma do Novo Testamento. Deus quis que a sua Palavra fosse compreendida por todos e, por isso, escolheu a linguagem mais popular de todo império romano. Há também algumas expressões no Novo Testamento que foram escritas em aramaico: Talita cumi “Menina, levan­ta -te” (Mc 5.41); Aba Pai, “Pai, pai; ‘Meu Pai” (Mc 14.36); Eloí, Eloí, lamá sabactâni? “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc 15.34).  


REFERÊNCIAS: 

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.   

REVISED, Joseph Angus. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.    

COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. Editora CPAD. pag. 22-23.    

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 1. pag. 636.    

REVISED, Joseph Angus. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos, 1 Ed. 2008.  

Biblioteca Bíblica: bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/08/o-canon-do-novo-testamento.html. Acesso em 21/01/2022. 

CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisas): cacp.org.br/marcionismo-moderno Acesso em 21/01/2021. 

Estilo Adoração: estiloadoracao.com/cartas-de-paulo


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