O meu nome é
Weliano. Sou Agente de Vigilância da Guarda Universitária. Li a reportagem da
Caroline Dias, na edição 417, pagina 6, do Jornal do Campus, intitulada
“Precariedades dificultam ação da GU”, contendo algumas ‘denúncias’ de alguns
‘guardas anônimos’ e resolvi fazer alguns comentários a respeito:
Em algumas questões,
concordo parcialmente e em outras, discordo totalmente, pois, há acusações
levianas e fantasiosas. Na questão do nosso espaço físico, realmente, a
situação é precária. Isto se deu, em virtude da desvinculação da Guarda
Universitária da Prefeitura do Campus, passando a fazer parte da Reitoria.
Isto
foi feito ainda na gestão do Ronaldo Pena. Hoje, nós não pertencemos à
Prefeitura, porém continuamos no prédio dela. A Prefeitura resolveu fazer uma
obra no local e quase demoliu o prédio sobre a nossa cabeça. Os guardas, que
estavam em serviço, paralisaram as suas atividades e protestaram.
O
Superintendente e o SINTUSP foram chamados e foi combinado que a obra não
continuaria, enquanto nós estivéssemos no local. A resposta do Superintendente
foi que ele aguarda algumas pessoas mudarem do prédio da Administração Central,
para que possamos ser transferidos para lá.
Foi dito pelos guardas anônimos que
dispomos de dois chuveiros para 85 pessoas. Esta não é toda a verdade. Nós
realmente temos 85 pessoas, mas, estão divididas em três turnos (manhã tarde e
noite) e temos a Central de Operações que dispõe de um vestiário à parte, a
SEGELT (Segurança Eletrônica) que também dispõe de banheiro e uma Agente
feminina que tem, obviamente, o seu banheiro exclusivo.
Sobre o convênio com
a Polícia Militar, foi dito que “Nós não podemos fazer nada, além de chamar a
PM em uma ocorrência”; “a PM demora duas a três horas para aparecer, quando
aparece”; “a USP perdeu segurança com o protocolo” e que “as estatísticas
caíram, só porque nós não podemos registrar tudo o que acontece”.
Ora, nenhuma
dessas afirmativas tem base na realidade. São fantasiosas e levianas. Em uma
ocorrência, quem toma conta da situação é a Guarda Universitária. A Polícia
Militar entra como apoio e só é chamada quando há crime. Em casos como
discussões entre alunos ou funcionários, acidentes de trânsito sem vítimas,
manifestações sindicais e estudantis, orientação ao trânsito, etc., é a Guarda
Universitária que relata a ocorrência e dá todo apoio. Entretanto, se acontece
um fato, tipificado como crime no código penal, como roubos, furtos,
atropelamentos, sequestros, estupros, etc., a PM é chamada e ela vem.
Hoje, a
Polícia Militar trabalha no campus com um rádio da Guarda Universitária. Quando
é comunicado na rede um crime, imediatamente a Polícia Militar é comunicada.
Porém, eles não são ‘onipresentes’. Se estiverem em outra ocorrência, terá que
vir outra viatura de fora e, como acontece com o resto da população, nem sempre
há disponibilidade.
Dizer que a USP perdeu segurança depois do convênio com a
PM é negar a realidade. Os índices de criminalidade caíram 70% depois da
chegada da PM. O que está ocorrendo ultimamente é que os criminosos migraram
para dentro dos ônibus circulares e para as áreas externas próximas à USP como
a Rua Francisco dos Santos (Mercadinho) e Corifeu de Azevedo Marques.
Sobre a
afirmação de que não podemos registrar tudo, isso é uma acusação sem nenhum
fundamento. Ocorre exatamente o contrário. Hoje, nós registramos as ocorrências
de antes e fazemos registros de ‘não conformidade’ que não eram feitos antes.
Este registro tem como objetivo prevenir algum acidente ou crime. Se notamos
algo que pode gerar uma situação adversa, fazemos o registro e este é
encaminhado ao setor responsável.
Na questão da
escala, os agentes tem razão, quanto aos pontos facultativos, que o restante
dos funcionários da USP tem e nós não. É verdade que a nossa escala de trabalho
tem que ser diferenciada, uma vez que o nosso trabalho não pode parar. Mas,
pode haver uma reposição de folga referente aos pontos facultativos.
Eles só
não têm razão, quando dizem que a escala é feita por alguém do setor
administrativo, que não tem nenhum contato com a equipe. Isso não é verdade. A
escala de serviço é feita pelos respectivos líderes de equipe e é submetida ao
crivo do Chefe administrativo de serviços. Porém, este chefe não é alguém
estranho. Ele foi Líder de equipe, Coordenador da Guarda Universitária durante
alguns anos e Chefe da Central de Rádio, em administrações passadas.
Outra questão que
foi citada é a manutenção das viaturas. De novo, eles fantasiam. Ou tem memória
curta ou agem de má fé. Na administração passada, nós trabalhávamos com
veículos da Universidade, em condições precárias de segurança e conservação.
Hoje, trabalhamos com veículos do ano, com ar condicionado, direção hidráulica,
ABS, Airbag e conforto. Temos uma oficina mecânica conveniada que faz a
manutenção, conforme programação. Quando um veículo quebra vem um guincho e o
leva. Se for demorar, vem outro para substituí-lo. Dizer que ‘nunca passamos por
problemas com veículos’ é o cúmulo do absurdo!
Sugiro ao Jornal do
Campus que sempre ouça o outro lado e até o ‘mesmo lado’, ou seja, todas as
pessoas do setor, não apenas quatro ou cinco anônimos descontentes, que se põe
a espalhar boatos levianos no ventilador. Isto evita que o Jornal seja
caracterizado como ‘imprensa marrom’. A independência jornalística é
fundamental a qualquer veículo de imprensa, para que tenha credibilidade.
Esta é uma opinião
única e exclusivamente minha. Diferente dos guardas anônimos, eu me identifico
e falo apenas por mim.
Atenciosamente,
Weliano Pires
Agente de vigilância
/ PPUSP.