02 junho 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 10: A PROMESSA DO ESPÍRITO

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA 

Na lição passada, iniciamos o estudo do Sermão das últimas instruções de Jesus aos seus discípulos, antes da sua morte e ressurreição. O tema estudado foi a célebre afirmação de Jesus sobre si mesmo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. 

Inicialmente, falamos da dimensão bíblica do consolo e promessas do Senhor Jesus. Na sequência, discorreremos a respeito das dúvidas e incertezas dos apóstolos: Tomé, Pedro e Filipe, e do engano de Judas Iscariotes, o traidor de Jesus. Por último, vimos o significado de cada palavra da afirmação de Jesus de que Ele é o único caminho, a verdade absoluta, e a fonte de vida eterna.

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 10

Na lição desta semana, em continuidade ao estudo do Sermão das últimas instruções de Jesus aos seus discípulos, falaremos sobre a promessa que Jesus fez aos seus discípulos de enviar-lhes o Espírito Santo, para ficar para sempre com eles, após a sua ascensão aos céus. No decorrer da lição, estabeleceremos a diferença entre esta promessa e a promessa do revestimento de poder (Lc 24.49; At 1.8), que se cumpriu no dia de Pentecostes.

Conforme falamos na lição passada, o cenário era de angústia e tristeza, pois Jesus havia anunciado aos seus discípulos, que um deles haveria de traí-lo. Depois, anunciou que Ele seria morto, mas iria ressuscitar e voltar para o Pai. Jesus, sendo Deus, sabia tudo o que estava para lhe acontecer e, como homem, angustiou-se. Os discípulos também estavam tristes, porque Jesus havia lhes falado que voltaria para o Pai e, por um pouco de tempo, eles não o veriam. Eles não tinham a compreensão exata de para onde Jesus iria e quanto tempo demoraria para voltar. 

A promessa da lição passada é de que Jesus iria para o Pai, mas voltaria para buscá-los e levá-los às moradas celestiais. Na sequência deste Sermão, Jesus prometeu aos também aos seus discípulos, que não os deixaria órfãos, neste período em que Ele voltaria para o Pai, mas enviaria outro Consolador, para ficar para sempre com eles (Jo 14.16). Após a sua ressurreição, Jesus fez outra promessa aos seus discípulos referente ao Espírito Santo, que é o revestimento de poder, que os capacitaria a cumprir a missão que Jesus lhes confiou. 

Palavra-Chave: ESPÍRITO

TÓPICOS DA LIÇÃO

I. A PROMESSA DO PAI

No primeiro tópico, analisaremos a promessa do Pai, mencionada por Jesus aos seus discípulos. Inicialmente, falaremos do Consolador prometido por Jesus, que é o Espírito Santo. Na sequência, falaremos das implicações da expressão grega “Allos Parakletos”, traduzida por “Outro Consolador”. Por último, falaremos do significado da promessa de Jesus de que não deixaria os seus discípulos órfãos, após a sua ascensão. 

II. O ESPÍRITO HABITA OS DISCÍPULOS

No segundo tópico, falaremos da habitação do Espírito Santo no interior dos discípulos de Jesus. Inicialmente, analisaremos o contexto de João 20.22, que diz que Jesus assoprou sobre os discípulos e disse: “Recebei o Espírito Santo”. Falaremos também do significado do ato de Jesus “assoprar o Espírito” sobre os discípulos. Por fim, veremos que esta habitação do Espírito Santo nos discípulos é anterior ao que ocorreu no dia de Pentecostes. 

III. A PROMESSA DO PAI NO DIA DE PENTECOSTES

No terceiro tópico, falaremos da promessa do Pai no dia de Pentecostes, que é diferente da promessa do envio do Consolador, que vimos no primeiro tópico. Inicialmente, falaremos do acontecimento extraordinário do dia de Pentecostes, que veio “de repente” sobre os discípulos, que estavam em oração no cenáculo. Em seguida, explicaremos a expressão bíblica “e todos foram cheios do Espírito Santo”, descrita em Atos 2.4. Por fim, falaremos da expressão e começaram a falar em outras línguas, como evidência do batismo no Espírito Santo. 

REFERÊNCIAS:

CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.
Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 101, p.41
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 1. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2024, p.611.
Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2022, p.1917

A PROMESSA DO ESPÍRITO


Subsídio da Revista Ensinador Cristão / CPAD 

Nesta lição, veremos a promessa acerca do Espírito Santo como o Consolador que seria enviado a estar com os discípulos após a ascensão de Cristo. Veremos também que este mesmo Espírito operaria na conversão do pecador, convencendo-o a respeito do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). O Espírito Santo também capacita o crente com o revestimento de poder do Alto. Nesse sentido, o evento do Dia de Pentecostes corrobora com o início dos trabalhos realizados pela Igreja, conforme está registrado no livro de Atos dos Apóstolos (2-3). A promessa do Espírito Santo, feita pelo Pai e anunciada por Jesus, descreve a vinda de uma outra pessoa que estaria continuamente com os discípulos todos os dias. No Evangelho de João, essa pessoa recebe o título de Consolador (Jo 14.16, título que evidencia a tarefa do Espírito na vida do crente.


De acordo com Stanley M. Horton, na obra Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal (CPAD), “O Espírito Santo, dentro de nós, começa a esclarecer as crenças incompletas e errôneas sobre Deus, sua obra, seus propósitos, sua Palavra, o mundo, crenças estas que trazemos conosco ao iniciarmos nosso relacionamento com Deus. Conforme as palavras de Paulo, é uma obra vitalícia, jamais completada neste lado da eternidade (1Co 13.12). Claro está que a obra do Espírito Santo é mais que nos consolar em nossas tristezas; Ele também nos leva à vitória sobre o pecado e sobre a tristeza. O Espírito Santo habita em nós para completar a transformação que iniciou no momento de nossa salvação. Jesus veio para nos salvar dos nossos pecados, e não dentro deles. Ele veio não somente para nos salvar do inferno no além. Veio também para nos salvar do inferno nesta vida terrena — o inferno que criamos com os nossos pecados. Jesus trabalha para realizar essa obra por intermédio do Espírito Santo” (1996, pp.397,398).


A obra consoladora do Espírito Santo não se resume a encorajar em momentos de tristeza, mas também a ensinar verdades profundas acerca da fé em Deus nas adversidades. O controle do Espírito Santo sobre a jornada do crente nesta vida terrena está atrelado aos propósitos divinos. Deus não apenas acompanha, mas ensina, adverte e fortalece o crente para o cumprimento da missão para qual o chama a cumprir. Que possamos compreender que a promessa do Espírito não tem a finalidade de preencher nossas necessidades emocionais, embora o Espírito nos conforte em todos os momentos, mas diz respeito a capacitar-nos para o exercício pleno do ministério cristão (2Co 1.4).


Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 101, p.41.

30 maio 2025

CAMINHO, VERDADE E A VIDA

(Comentário do 3º tópico da Lição 9: Eu sou o caminho, a verdade e a vida)

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, discorreremos sobre a afirmação de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, que é o título desta lição. Inicialmente abordaremos o significado da afirmação de Jesus de que Ele é o caminho e ninguém vem a Pai senão por Ele. Na sequência, veremos o significado da expressão “Eu sou a Verdade”. Jesus não disse que é uma verdade, ou que tem a verdade. Ele afirmou que é a única verdade. Por fim, falaremos da declaração de Jesus: Eu sou a vida. Esta declaração vai muito além do período de atividade do ser humano entre a concepção e a morte. 


1. “Eu Sou o Caminho”. Um caminho é uma rota que liga dois destinos. Em alguns casos, há mais de um caminho para se chegar a um determinado lugar, com as diferenças de distâncias e condições da estrada. Entretanto, há locais que só há um único caminho para se chegar e se a pessoa sair deste caminho, não chegará a tal local. 

Jesus afirmou aos seus discípulos que eles sabiam para onde Ele iria e conheciam o caminho. Conforme vimos no tópico anterior, Tomé questionou que eles não sabiam para onde Jesus iria, e como poderiam saber o caminho? Foi em resposta a este questionamento que Jesus afirmou que Ele é o caminho para os discípulos chegarem aonde Ele iria. No final do versículo 6, Ele completou: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”

Há duas coisas importantes a se considerar nesta afirmação de Jesus. A primeira é que Ele é “o caminho” que conduz a Deus e não “um dos caminhos”. Há no mundo atual um equívoco de que todos os caminhos levam a Deus, mas Jesus desmonta este ensino, dizendo que Ele é o único caminho. Aliás, todas as afirmações de Jesus sobre si mesmo estão no singular, mostrando que Ele é único: a luz do mundo, o pão da vida, o bom pastor, a porta, o caminho, a videira verdadeira, etc.

A segunda coisa que precisamos considerar nesta afirmação de Jesus, é que Ele disse que “ninguém vem ao Pai”. Ora, se Jesus disse aos discípulos que iria para o Pai, por que Ele disse “vem ao Pai” e não “vai ao Pai”? A palavra vem significa ir ao lugar onde a pessoa que fala está. Se eu digo que alguém “vem a São Carlos”, é porque eu estou em São Carlos, senão eu diria que a pessoa “vai a São Carlos”. Isto nos ensina que mesmo estando na terra, Jesus nunca esteve separado do Pai. Existe um conceito teológico chamado Pericorese, para definir a relação perfeita e inseparável que há entre as três Pessoas da Santíssima Trindade. Os três estão presentes um no outro. Ou seja, o Pai está presente no Filho e no Espírito Santo e vice-versa. 


2. “Eu Sou a Verdade”. Na Lição 5, estudamos sobre a verdade que liberta, com base no capítulo 8 de João. Agora, Jesus afirma que Ele é a própria Verdade. Esta afirmação de Jesus também tem sido contestada na sociedade pós-moderna, que nega a existência de uma verdade absoluta. A verdade mencionada por Jesus no Evangelho segundo João, não é apenas um conceito filosófico abstrato. Não se trata apenas de conformidade com os fatos. 

Sendo Deus, Jesus é a Verdade, porque Ele é a manifestação visível do Deus verdadeiro (Jo 1.18; Cl 1.15). Portanto, não existe outra Verdade além dele. Tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento, a Verdade está relacionada às três Pessoas da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.  

O Pai é mencionado como o Deus da Verdade:  “Nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me redimiste, SENHOR, Deus da verdade” (Sl 31.5); A palavra de Deus é chamada de Verdade: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). O Espírito Santo também é chamado por Jesus de “o Espírito da Verdade”: “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber…” (Jo 14.17).


3. “Eu Sou a Vida”. Na Lição 7, estudamos sobre a afirmação de Jesus, pouco antes de ressuscitar a Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida…”. Jesus não estava falando apenas da vida física e sim, da vida eterna que Ele dá àqueles que nele creem. Por isso, Ele afirmou: “Quem crer em mim, ainda que esteja morto, viverá.” 

A palavra grega traduzida no texto de João 11.25 por vida é Zoe, de onde vem a palavra portuguesa zoologia. Vida na Bíblia, vai muito além do intervalo entre a concepção e a morte física. Nem sempre a palavra vida tem o mesmo significado.

Em João 14, Jesus reafirmou aos seus discípulos que Ele é a vida. Ele é o doador da vida, não apenas da existência física mas da vida eterna e plena com Deus. Somente Deus pode fazer uma afirmação desta de Si mesmo, pois vida e a morte estão sob o seu controle. É Ele que dá a vida e a tira (1 Sm 2.6). Fora de Jesus não há vida, mesmo que haja existência, pois o homem sem Deus está morto em seus delitos e pecados. 



29 maio 2025

DÚVIDAS, INCERTEZAS E ENGANOS NO CAMINHO COM CRISTO

(Comentário do 2º tópico da Lição 09: Eu sou o caminho, a verdade e a vida)

Ev. WELIANO PIRES


No segundo tópico, falaremos das dúvidas e incertezas de alguns discípulos sobre Jesus e os seus ensinos e sobre o engano do traidor. Inicialmente, falaremos da dúvida de Tomé, que questionou a Jesus dizendo: “Senhor lá, nós não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho?”. Na sequência, falaremos das incertezas de Pedro e Filipe. Pedro também indagou a Jesus, no capítulo 13.36, dizendo: “Senhor, para onde vais?” Filipe, por sua vez, falou para Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso os basta”. (Jo 14.8). Por fim, falaremos do engano de Judas Iscariotes, que logo após a Ceia, foi negociar com os inimigos de Jesus para entregá-lo e o vendeu por trinta peças de prata.


1. A dúvida de Tomé. Os discípulos de Jesus creram nele e o seguiram, mas não tinham uma compreensão exata de quem Ele era e o que seria o Reino de Deus, que Ele tanto falava. Israel estava sob o domínio romano e eles esperavam um libertador que proclamasse a sua independência. Por isso, entre eles havia muitas dúvidas, incertezas e até engano. Inicialmente, falaremos da dúvida de Tomé. 


Não temos informações sobre a origem de Tomé e sobre a sua chamada para seguir a Jesus. O seu nome aramaico, Tomé, e o seu correspondente grego, Dídimo, significam “gêmeo”. Provavelmente, ele tinha um irmão gêmeo. O seu nome aparece onze vezes no Novo Testamento e as suas palavras estão sempre relacionadas ao pessimismo e ceticismo. 


Por causa disso, Tomé se tornou símbolo da incredulidade, a ponto das pessoas chamarem alguém que duvida de algo, de “Tomé”. Mas, Tomé era um discípulo sincero e, após constatar a ressurreição de Jesus, ele se converteu de verdade e continuou servindo a Deus, junto com os demais apóstolos. Segundo a tradição cristã, Tomé foi missionário na Síria e na Índia e foi martirizado na Índia no ano 72 d.C.


A dúvida de Tomé, no versículo 5, era legítima e surgiu a partir de uma afirmação de Jesus no versículo 4: “Mesmo vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho”. Tomé foi corajoso e sincero, perguntando algo que os outros também estavam em dúvida, mas não tiveram coragem de perguntar: “Senhor lá, nós não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho?”. Expondo a sua dúvida para Jesus, Tomé obteve a resposta dele, não apenas para si, mas também para os seus companheiros e para nós. 


2. As incertezas de Pedro e Filipe. Outros discípulos, além de Tomé, também tiveram dúvidas sobre a pessoa e os ensinos de Jesus. Aqui, o comentarista citou Pedro e Filipe, que fizeram perguntas, nos capítulos 13 e 14 de João. Judas, apelidado Tadeu, que era filho do apóstolo Tiago, filho de Alfeu (Lc 6.16), também fez um questionamento a Jesus no capítulo 14, versículo 22, dizendo: “Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós e não ao mundo?”. Há poucas referências a Judas Tadeu na Bíblia. A mais específica é nesta pergunta que ele fez a Jesus, por não entender que Jesus estava falando de manifestar em Espírito, através da Pessoa do Espírito Santo. 


a) Pedro. Pedro e André, filhos de Jonas, eram pescadores, naturais de Betsaida, na Galiléia. Foram os primeiros discípulos chamados por Jesus. O nome de Pedro era Simão, uma variação de Simeão. Foi Jesus quem lhe deu o nome aramaico Kephas, que transliterado é Cefas (Jo 1.42) e significa “fragmento de pedra”. Pedro é a transliteração do nome grego Petros, que por sua vez, é a tradução de Kephas. 


Pedro, Tiago e João eram os  mais próximos de Jesus. Eles estiveram com Ele nos momentos mais importantes do seu ministério terreno: a transfiguração, a ressurreição da filha de Jairo, a sua sua agonia do Getsêmani, entre outros. Pedro era precipitado e afoito, mas era muito leal a Jesus. Entretanto, ele também teve momentos de incertezas em relação aos ensinos de Jesus. Ele também perguntou a Jesus: “Senhor, para onde vais?” Jesus, então, lhe respondeu: “Para onde eu vou não podes agora seguir-me, mas depois me seguirás”. (Jo 13.36). 


b) Filipe. Também era natural de Betsaida, conterrâneo de Pedro e André (Jo 1.43,44). Não deve ser confundido com o diácono Filipe, conhecido como Filipe, o evangelista, que evangelizou Samaria e o oficial da rainha dos etíopes. Diferente de Pedro, Filipe era mais discreto e foi mencionado poucas vezes no Novo Testamento. Logo após a sua chamada, ele anunciou Jesus ao seu amigo Natanael, que também se converteu, após conversar com Jesus. 


Filipe aparece como o discípulo que fez o cálculo para saber quanto seria necessário em dinheiro, para comprar pão para alimentar a multidão de cinco mil homens mais as mulheres e crianças. Foi também o interlocutor procurado por alguns gregos, que desejavam conhecer Jesus, e ele os apresentou. Filipe era o homem da logística entre os discípulos de Jesus. 


Apesar de andar com Jesus desde o início, Filipe também tinha incertezas e no capítulo 14, quando Jesus disse que Ele é o único meio para chegar ao Pai e que se eles o conhecessem, também conheceriam ao Pai, Filipe disse: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso os basta”. (Jo 14.8).


3. O engano de Judas Iscariotes. Judas era um nome muito comum em Israel, especialmente entre os descendentes de Judá, pois o nome Judas é a transliteração grega do nome Judá. No Novo Testamento temos a menção de pelo menos cinco pessoas com este nome: Judas Iscariotes (Jo 6.70,71), Judas Tadeu (Jo 14.22), Judas Galileu (At 5.37), Judas que hospedou Paulo em Damasco (At 9.11), Judas Barsabás (At 15.22) e Judas irmão de Jesus (Mt 13.55), o que escreveu a Epístola de Judas. 


Não temos informações sobre a origem de Judas Iscariotes e sobre o momento em que ele se tornou um seguidor de Jesus. Sabemos que o seu pai se chamava Simão, mas este também era um nome muito comum em Israel. Alguns comentaristas bíblicos dizem que o nome Iscariotes vem da expressão hebraica ish Queriyot”, que significa homem de Queriote. Neste caso, ele seria natural de Queriote, uma cidade israelita, que ficava ao sul de Hebrom. 


Diferente dos outros discípulos, Judas Iscariotes não tinha apenas dúvidas e incertezas sobre Jesus. Ele era o tesoureiro de Jesus e cuidava das ofertas, mas era avarento e furtava o dinheiro das ofertas. No capítulo 13, versículos 21 e 22, Jesus havia anunciado que um dos apóstolos o trairia. Os discípulos ficaram apreensivos sobre quem seria o traidor e Pedro fez sinal para que João perguntasse em particular a Jesus quem seria. Jesus disse que era aquele a que Ele desse o pão molhado e deu-o a Judas. Naquele momento, o diabo entrou em Judas, ele foi negociar com os inimigos de Jesus para entregá-lo e o vendeu por trinta peças de prata. Judas Iscariotes andou com Jesus durante três anos, fez parte do colégio apostólico, mas nunca se converteu de verdade, por isso, se perdeu. 


CONSOLO E PROMESSA DO SENHOR JESUS

(Comentário do 1º tópico da Lição 09: O caminho, a verdade e a vida).

Ev. WELIANO PIRES 

No primeiro tópico, falaremos sobre o início do sermão das últimas instruções de Jesus aos discípulos, em tom de despedida. Inicialmente falaremos da afirmação de Jesus sobre si mesmo: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Esta afirmação foi uma resposta ao questionamento de Tomé, de que não sabiam para onde Jesus iria, nem tampouco conheciam o caminho. Na sequência, falaremos das palavras de consolo do Senhor Jesus aos seus discípulos, em um cenário de angústia, tanto para Ele, quanto para os discípulos. Por último, falaremos da promessa gloriosa do Senhor, referindo-se à sua volta para buscar os seus discípulos e levá-los às mansões celestiais. 

1. O Caminho, a Verdade e a Vida. Esta afirmação de Jesus é uma resposta ao questionamento de Tomé, no versículo 4, que disse: Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho? Jesus, então afirma que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, e que ninguém vai ao Pai, a não ser por meio dele. É uma afirmação muito  importante, pois nos mostra que Jesus é o único Salvador e Mediador entre Deus e a humanidade. Mostra também a Sua divindade, pois no Antigo Testamento, o Pai fez afirmações desse tipo: “Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador…” (Is 43.11); “Mas o Senhor Deus é a verdade…” (Jr 10.10). Portanto, se não há salvador além de Deus e Ele é a Verdade, pelas declarações de Jesus, fica evidente que Ele é Deus. Falaremos mais detalhadamente sobre cada um destes pontos no terceiro tópico. 

2. Consolo num cenário de angústia. O ambiente era de angústia tanto para Jesus enquanto homem, quanto para os discípulos. Jesus sabia plenamente o que iria lhe acontecer dali a algumas horas. Ele seria preso, açoitado, insultado de forma humilhante e, finalmente, sofreria os horrores da crucificação. Mesmo sendo Deus, Ele jamais usou os atributos divinos para atenuar os seus sofrimentos, pois Ele veio exatamente para sofrer por nós e dar a sua vida em sacrifício a Deus pelos nossos pecados. Os discípulos, por sua vez, também estavam angustiados, porque esperavam que Jesus fosse um libertador político, que se assentaria no trono de Davi e proclamaria a independência de Israel. Agora, ouviram Jesus dizer que seria crucificado, ressuscitaria e voltaria para o Pai. 

3. Uma promessa gloriosa. Neste cenário de angústia e tristeza, Jesus consolou os seus discípulos e lhes fez a gloriosa promessa de que iria para o Pai preparar lugar para eles, mas voltaria para buscá-los, para que eles pudessem estar juntos dele para sempre. Esta promessa  é a bem-aventurada esperança, na qual a Igreja do Senhor está firmada. Vivemos neste mundo como peregrinos, sendo perseguidos e ridicularizados. Muitos dizem que somos fanáticos e estamos “perdendo a vida”. Mas, na verdade, estamos em direção ao nosso eterno lar, aguardando o retorno glorioso do nosso salvador. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses, falando sobre a tristeza em relação aos que já morreram, falou sobre o arrebatamento da Igreja e disse: “Consolai-vos uns aos outros com estas palavras”. (1 Ts 4.18).

28 maio 2025

INTRODUÇÃO À LIÇÃO 9: O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA

Ev. WELIANO PIRES

REVISÃO DA LIÇÃO PASSADA

Na lição passada estudamos o tema: Uma lição de humildade, com base no capítulo 13 de João, que tratou do episódio em que Jesus lavou os pés dos seus discípulos e os enxugou com uma toalha. Com este ato, Jesus assumiu a posição de um escravo e nos deu uma grande lição de humildade.
Falamos dos detalhes da história em que Jesus lavou os pés dos seus discípulos, para ensinar-lhes o valor da humildade. Na sequência vimos a relação entre humildade e autoconhecimento. Por último, fizemos um contraste entre humildade e ostentação. 


INTRODUÇÃO À LIÇÃO 09


Nesta lição, iniciaremos o estudo do último discurso de Jesus aos seus discípulos, antes da sua crucificação. Este discurso é denominado “sermão das últimas instruções”. Este discurso que inicia-se em João 13.31 e vai até o final do capítulo 16, será estudado nesta lição e na próxima. O nosso estudo nesta lição abrange o capítulo 14, versículos 1 a 5, e trata do sexto “Eu Sou” de Jesus, que se declara “o Caminho, a Verdade e a Vida".


TÓPICOS DA LIÇÃO


No primeiro tópico, falaremos sobre o início do sermão das últimas instruções de Jesus aos discípulos, em tom de despedida. Inicialmente falaremos da afirmação de Jesus sobre si mesmo: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Esta afirmação foi uma resposta ao questionamento de Tomé, de que não sabiam para onde Jesus iria, nem tampouco conheciam o caminho. Na sequência, falaremos das palavras de consolo do Senhor Jesus aos seus discípulos, em um cenário de angústia, tanto para Ele, quanto para os discípulos. Por último, falaremos da promessa gloriosa do Senhor, referindo-se à sua volta para buscar os seus discípulos e levá-los às mansões celestiais. 


No segundo tópico, falaremos das dúvidas e incertezas de alguns discípulos sobre Jesus e os seus ensinos e sobre o engano do traidor. Inicialmente, falaremos da dúvida de Tomé, que questionou a Jesus dizendo: “Senhor lá, nós não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho?”. Na sequência, falaremos das incertezas de Pedro e Filipe. Pedro também indagou a Jesus, no capítulo 13.36, dizendo: “Senhor, para onde vais?” Filipe, por sua vez, falou para Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso os basta”. (Jo 14.8). Por fim, falaremos do engano de Judas Iscariotes, que logo após a Ceia, foi negociar com os inimigos de Jesus para entregá-lo e o vendeu por trinta peças de prata.


No terceiro tópico, discorreremos sobre a afirmação de Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, que é o título desta lição. Inicialmente abordaremos o significado da afirmação de Jesus de que Ele é o caminho e ninguém vem a Pai senão por Ele. Na sequência, veremos o significado da expressão “Eu sou a Verdade”. Jesus não disse que é uma verdade, ou que tem a verdade. Ele afirmou que é a única verdade. Por fim, falaremos da declaração de Jesus: Eu sou a vida. Esta declaração vai muito além do período de atividade do ser humano entre a concepção e a morte. 


REFERÊNCIAS: 

CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez carne: Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. RIO DE JANEIRO: CPAD, 1ª Ed. 2025.

Revista Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, Ed. 101, p.40.

Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1883.

26 maio 2025

O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA


SUBSÍDIO DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO / CPAD 

A lição desta semana destaca a declaração de Jesus como único caminho, a verdade e a vida disponível à humanidade (Jo 14.6). O mesmo versículo endossa que ninguém pode aproximar-se do Pai a não ser por meio dEle. A primeira afirmativa expressa o consolo de Cristo disponível a Seus discípulos. Desde então, eles poderão contar com a presença do Consolador para os confortar e fortalecer o ânimo diante das adversidades (Jo 14.16). Concomitantemente, eles podem desfrutar da esperança da vida eterna prometida aos que creem no Unigênito Filho de Deus (Tt 1.2).

A segunda lição revelada nesta passagem bíblica ressalta as dúvidas, incertezas e enganos deparados durante a caminhada de fé em Cristo. Assim como os discípulos, que possuíam compreensão limitada acerca do Caminho, da nova vida como seguidores de Cristo e da suficiência da graça, semelhantemente enfrentamos dúvidas e incertezas que tentam comprometer nossa fidelidade a Deus. Nesse sentido, o cuidado com a vida espiritual requer disciplina e foco para não confundirmos as prioridades à medida que trilhamos o Caminho, que tem seu aspecto árduo (Jo 16.33).

Além de ser o Caminho que conduz o homem à reconciliação com Deus, Jesus é apresentado como a verdade e a vida. De acordo com o Comentário da Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global (CPAD), “Jesus é a verdade — não apenas parte da verdade, mas toda a verdade. Assim como a Palavra (ou Verbo) é viva (Jo 1.1-3), tudo em Cristo e na sua mensagem é verdadeiro. E a sua verdade é absoluta (isto é, total, definitiva, incondicional, imutável, conclusiva) e universal (isto é, verdadeira para todas as pessoas, em todas as situações, de todos os tempos). O fato de a verdade suprema ser revelada através de Cristo é uma ênfase-chave no Evangelho de João (Jo 1.17); Jesus é a vida — a verdadeira e duradoura vida espiritual está disponível apenas através de sua vida, morte e ressurreição (Jo 11.25,26). Sua vida perfeita proporcionou o único sacrifício permanente pelos pecados que cometemos contra Deus. Aqueles que aceitam a vida e o sacrifício de Jesus a favor deles — confiando suas vidas à liderança dele — recebem o perdão dos pecados e a vida eterna com Cristo (Jo 3.15,16,36; 5.24; 6.40,47,54; 10.28; 17.2,3)” (2022, p.1883).

Em Cristo, podemos conhecer de modo pleno o que mais claro se pode conhecer a respeito do próprio Deus (Cl 2.9). À medida que nos relacionamos com Jesus, temos a nossa vida transformada e renovada pela ação do Espírito Santo.

Ensinador Cristão. RIO DE JANEIRO: CPAD, 2025, Ed. 101, p.40 

22 maio 2025

HUMILDADE X OSTENTAÇÃO

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: Uma lição de humildade).

Ev. WELIANO PIRES

No terceiro tópico, faremos um contraste entre humildade e ostentação. Inicialmente, falaremos do clima de competição silenciosa que havia entre os discípulos de Jesus. Na sequência, falaremos do caminho humilde de Jesus, que não consiste na ambição, notoriedade ou sucesso material e sim, na capacidade de servir ao próximo. Por fim, veremos que tanto o exemplo de vida de Jesus, quanto os seus ensinos são um convite de Jesus à humildade e à mansidão. 


1. Uma competição silenciosa. Aqui, o comentarista repete o que já foi exposto nos tópicos anteriores, falando sobre a postura dos discípulos de quererem ser o maior em um eventual reino de Jesus. Eles esperavam que fosse um reino político, que os libertaria do domínio romano. Por isso, quando Jesus falava da sua morte, eles se frustravam, pois não era esta a expectativa deles.  

Muitos crentes também agem como os discípulos em nossos dias. Vivem em constantes disputas por cargos na Igreja, fazendo questão de serem honrados e reconhecidos publicamente. Além disso, “puxam tapetes” de outros companheiros, fazem fofocas, bajulam, etc. para “subir de cargo”. Se o ministério não o consagrar logo, mudam de ministério em busca de cargos. Esse tipo de comportamento é carnal e incompatível com os valores do Reino de Deus. 

Na Igreja de Corinto também havia muitas disputas. Era uma Igreja que tinha muitos dons. Paulo disse: "nenhum dom vos falta". (1 Co 1.7). Por outro lado, era uma Igreja carnal e imatura. (1Co 3.1,3). Havia um partidarismo na Igreja, onde uns diziam: “Eu sou de Apolo”; outros: “Eu sou de Pedro”; e outros: “Eu sou de Cristo!” (1 Co 1.12). Disputavam até no momento da Ceia do Senhor e no uso dos dons espirituais. 

Na atualidade não é diferente, pois há disputas entre ministérios por territórios e por membros. Há ainda os que disputam na questão dos dons espirituais, achando que são mais importantes e mais “espirituais” que os outros. Acham que ter dons espirituais é sinônimo de ser homem ou mulher de Deus. Mas, o fato de alguém ter dons não é uma indicação de espiritualidade. Significa apenas que Deus concedeu dádivas ou presentes, para servir à Igreja dele.


2. O caminho humilde de Jesus. Com este gesto de lavar os pés dos discípulos, Jesus nos ensinou que a vida cristã não consiste na notoriedade, fama, ostentação e ambição e sim, na humildade e capacidade de doar-se em favor dos outros. Os ministros de Cristo não são pessoas especiais que estão acima do povo. Há duas palavras gregas para se referir aos ministros: Huperetes, que significa um subordinado, que está a serviço de alguém; e leitourgos, que é um servidor que que realiza um serviço sagrado para o povo. Há ainda a palavra diakonia, que deu origem à palavra diácono, que significa aquele que serve. 

Infelizmente, muitos obreiros na atualidade, não entenderam o significado de ministério e querem ser servidos e honrados, como se fossem uma casta superior na Igreja. Talvez isso venha do catolicismo, que faz separação entre o clero (sacerdotes) e os leigos (povo). Alguns obreiros, se alguém esquecer de mencionar os seus cargos, ou chamá-los para fazer algum trabalho que eles consideram inferior à sua posição, sentem-se ofendidos. Há pastores também que fazem questão de serem chamados de pastores. Se algum desavisado os chamar de irmão, corrigem na mesma hora: Irmão, não! Eu sou pastor! 

Recentemente, eu soube do caso de um presbítero que ficou furioso, porque chegou em uma Igreja e o apresentaram como diácono. Ele levantou-se e falou do lugar onde estava: Diácono, não! Eu sou presbítero!. Após o culto, ainda foi tirar satisfação com o dirigente do culto, por tê-lo apresentado como diácono. Foi preciso o irmão se desculpar e explicar que o conheceu como diácono e não sabia que ele era presbítero. Não quero com isso, dizer que não devemos honrar os nossos obreiros e respeitá-los. Mas, isso tem que partir da Igreja e não deve ser uma imposição do obreiro. Até porque, respeito e honra não devem ser exigidos e sim, conquistados. 

Na Igreja de Cristo, todos somos servos uns dos outros, independente do cargo que ocupamos na Igreja. Se pregamos, estamos a serviço do Senhor, para proclamar a sua mensagem às pessoas que nos ouvem. De certo modo, estamos servindo aos nossos ouvintes. Da mesma forma, se ensinamos a Palavra de Deus, estamos servindo ao Senhor, edificando a sua Igreja. Assim acontece também com os cantores, com os músicos, os que organizam o templo, etc. Nenhum trabalho na Igreja é mais importante do que os outros. 


3. Um convite à humildade. Este ato de Jesus de lavar os pés dos discípulos, fazendo o trabalho de um escravo, é um exemplo de humildade na prática. Aliás, o Senhor Jesus é o Mestre da mansidão e da humildade. Ele disse aos seus discípulos que aprendessem dele, que é manso e humilde de coração (Mt 11.29). A vida dele como homem neste mundo e os seus ensinos são um convite para praticarmos a mansidão e a humildade. 

A mensagem da cruz nos conduz a uma vida de humildade e nos leva a reconhecer a nossa insignificância diante de Deus. Quem teve um encontro real com Cristo é despido de quaisquer resquícios de arrogância e soberba. Estas atitudes são incompatíveis com alguém que imita a Cristo, pois Ele é o maior exemplo de humildade. 

HUMILDADE IMPLICA AUTOCONHECIMENTO

(Comentário do 2° tópico da Lição 08: Uma lição de humildade). 

Ev. WELIANO PIRES 

No segundo tópico, falaremos da relação entre a humildade e o autoconhecimento. Inicialmente, trataremos do conhecimento que Jesus tinha da própria natureza e da compreensão que Ele tinha do seu papel como Senhor e Mestre. Falaremos também do exemplo deixado por Jesus, que sendo Senhor, fez-se servo para ensinar aos seus discípulos, o valor da humildade. Por último, falaremos da preocupação dos discípulos em saber quem seria o maior no Reino dos Céus. 

1. Conhecendo a própria natureza. João iniciou o relato do capítulo 13, dizendo que Jesus sabia de antemão tudo o que estava para acontecer com Ele, ou seja, que seria entregue nas mãos dos judeus, seria crucificado e depois voltaria para o Pai (Jo 13.1). Ele sabia das humilhações e dores que iria sofrer no dia seguinte a este fato. Jesus não foi um mártir, que foi morto por confrontar os religiosos, como ensinam os adeptos do chamado “evangelho social”. Ele veio a este mundo exatamente para morrer pelos pecadores e reconciliá-los com Deus. 

Além de saber de antemão o que iria lhe acontecer, Jesus sabia também quem Ele é. João disse que Jesus sabia que o Pai entregou todas as coisas em suas mãos, que Ele havia saído do Pai e voltaria para o Pai (Jo 13.3). Jesus tornou-se homem, mas nunca deixou de ser Deus. Ele sabia perfeitamente que, mesmo sendo homem, continuou sendo Deus e Senhor de todos. Em uma tempestade, o vento e o mar lhe obedeceram. Quando Ele repreendeu o espírito maligno que estava no endemoninhado gadareno, o demônio gritou: “Que tenho eu contigo Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes”. (Lc 8.28).

Entretanto, mesmo sabendo da sua divindade e tendo consciência de que é o Senhor de todos, Jesus assumiu a função de um escravo para servir aos seus discípulos, lavando-lhes os pés. Jesus não teve dificuldade de fazer isso, porque Ele é manso e humilde de coração (Mt 11.29). Faz parte da sua natureza amar, compadecer-se e servir. Ele mesmo disse que não veio a este mundo para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Mt 20.28). 

2. O exemplo deixado por Jesus. Jesus é o nosso modelo em tudo o que fazemos ou deixamos de fazer, durante a nossa vida neste mundo. Ele não é alguém que está longe da nossa realidade e exige um padrão de conduta que Ele mesmo não conhece de perto. Jesus fez-se homem e viveu neste mundo, sujeito às mesmas dificuldades e tentações que nós. Ele foi tentado de todas as formas, mas nunca pecou (Hb 4.15). Se o cristão deseja saber se algo está certo ou errado, precisa  saber o que as Escrituras falam sobre o assunto e se Jesus faria tal coisa. 

No caso da humildade, que é o assunto desta lição, mesmo sendo Deus, Senhor e Mestre, Jesus deu-nos o maior exemplo de humildade, em tudo o que fazia. Primeiro, quando esvaziou-se da sua glória, tomou a forma humana e veio a este mundo. Falando sobre isso, o apóstolo Paulo assim escreveu aos Filipenses: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz”. (Fp 2.5-8).

Jesus deu-nos o exemplo de humildade também em outras ocasiões durante o seu ministério terreno. Mesmo sendo quem Ele é, nunca buscou a glória para si e não fazia questão de aparecer. Ele não se vestia diferente dos seus discípulos e não buscava lugares de honra por onde passava. Quando os soldados foram prendê-lo, foi preciso Judas indicar com um beijo, para que eles soubessem quem era Jesus entre os discípulos. Jesus nunca ostentou nada e não fazia acepção de pessoas. Aliás, os fariseus o criticavam porque Ele tinha amizade com pessoas que eram desprezíveis naquela sociedade, como os publicanos, samaritanos e prostitutas.  

Olhando para o exemplo de Jesus, não deveríamos ter nenhuma dificuldade em servir ao próximo e submeter-nos à liderança de outras pessoas, como disse o comentarista. Entretanto, a nossa natureza corrompida pelo pecado tem a tendência de achar que somos mais importantes que os outros e que devemos ser servidos, em vez de servir. Somente através da ação do Espírito Santo em nosso interior, é que podemos mortificar a velha natureza e agir como Jesus.

3. O maior no Reino de Deus. Conforme mencionamos no tópico anterior, os discípulos de Jesus tinham mania de grandeza e viviam em constante disputa, para ver quem seria considerado o maior entre eles: “E houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior”. (Lc 22.24). A resposta de Jesus sobre esta disputa dos discípulos foi a seguinte: “E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve”. (Lc 22.25,26). 

Este tipo de comportamento é incompatível com um discípulo de Jesus, pois Ele nunca agiu assim e sempre fez o contrário disso. Sendo Deus, fez-se servo e nunca reivindicou a sua igualdade com o Pai. Esta postura de humildade de Jesus faz com que alguns hereges pensem que Ele é inferior ao Pai. Mas, a Bíblia deixa claro que Ele é igual ao Pai, como vimos no trimestre passado. Entretanto, em sua humilhação como homem, Jesus nunca buscou a glória para si. 

No Reino de Deus, os valores são antagônicos aos deste mundo. Para o mundo, grandes são os que têm riquezas, títulos acadêmicos, poder político, fama, etc. Por isso, as pessoas fazem de tudo serem ricas e famosas. Lamentavelmente, este comportamento tem contaminado o meio evangélico. Muitos crentes atualmente não procuram servir e sim “ser vistos”. Até fazem algum trabalho na Igreja, mas o objetivo é estar em evidência e não servir. 

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