07 novembro 2021

Lição 7: Paulo o Plantador de Igrejas


14 de novembro de 2021 

TEXTO ÁUREO:

“Eu plantei: Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.  (1 Co 3.6)


VERDADE PRÁTICA:

“A experiência com Cristo é o mais poderoso fator motivacional para plantar igrejas”


HINOS SUGERIDOS: 53, 375, 530 da Harpa Cristã


LEITURA DIÁRIA

Segunda – Rm 15.20: Igrejas plantadas em lugares onde Cristo não foi anunciado

Terça – Ef 3.1: A plantação de igrejas se deu entre os gentios

Quarta – 1 Co 9.16: Pregar o Evangelho é uma obrigação

Quinta – Rm 13.1-3: Antioquia, o ponto de partida do ministério de Paulo

Sexta – At 16.9: O Espírito Santo direcionou Paulo na missão

Sábado – At 26.14,19: A verdadeira motivação para a missão


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Coríntios 3.6-9


6- Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.

7- Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.

8- Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão, segundo o seu trabalho.

9- Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. 


Atos 13.1-3

1- Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.

2- E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.

3- Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.


Atos 16.1-5,9,10

1- E chegou a Derbe e Listra. E eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia que era crente, mas de pai grego,

2- do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio.

3- Paulo quis que este fosse com ele e, tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego.

4- E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidas pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém

5- de sorte que as igrejas eram confirmadas na fé e cada dia cresciam em número.

9- E Paulo teve, de noite, uma visão em que se apresentava um varão da Macedônia e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos!

10- E, logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Nesta lição, perceberemos o quanto o espírito desbravador do apóstolo Paulo se relaciona com a origem do Movimento Pentecostal no mundo. Em seus primórdios, e durante a sua rica história, plantar igreja a partir de círculos de oração nas casas, ponto de pregações foram estratégias dadas para que hoje tornássemos um dos maiores segmentos do mundo. Solicite aos alunos para relacionar o processo de plantação de igrejas que vemos na vida e no ministério do apóstolo Paulo com a realidade atual na dimensão concreta do nosso bairro, cidade, estado e país.


OBJETIVO GERAL:

  • Motivar a igreja local para plantar mais igrejas.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

  • Mostrar que Paulo foi um desbravador sob uma gloriosa obrigação;

  • Sinalizar Antioquia como ponto de partida para o crescimento da igreja;

  • Pontuar as características de um plantador de igrejas.




INTRODUÇÃO


Nesta lição, estudaremos sobre o processo de plantação de igreja que o apóstolo Paulo executou. Veremos que ele foi um desbravador da causa do Mestre no mundo pagão, e seu ponto de partida no ministério foi Antioquia, quando enviado para outras regiões do mundo onde o Evangelho foi com Cristo e o pregado. Também refletimos sobre as características do plantador da igreja local frente aos desafios atuais.


PONTO CENTRAL: 

A experiência com Cristo é o fator motivacional para plantar igrejas


I - PAULO, O DESBRAVADOR SOB UMA GLORIOSA OBRIGAÇÃO

1. Paulo, o desbravador. Paulo foi, sem dúvida, o grande desbravador da fé cristã no mundo gentílico. Ele dedicou a sua vida para proclamar o Evangelho e cumprir a missão entre os pagãos. O apóstolo contribuiu grandiosamente na implantação de inúmeras igrejas e no crescimento da fé cristã. Não houve quem plantasse tantas igrejas, em tão pouco tempo, como o apóstolo dos gentios. Sua vida e ministério constrangem a semear o Evangelho e a plantar igrejas em lugares onde pessoas nunca ouviram falar do Evangelho das Boas-Novas (Rm 15.20).


2. Uma gloriosa obrigação. O apóstolo foi chamado por Cristo para pregar o Evangelho aos gentios. Por isso, na Bíblia, vemos a expressão: “Eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios” (Ef 3.1). Seu compromisso com os gentios estava firmado em Cristo, o nosso Senhor. Nesse sentido, toda sua ousadia, coragem e precisão, no ministério de plantação de igrejas levavam em conta esse compromisso com Cristo, “pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho” (1 Co 9.16). Assim, Paulo passou a pregar ousadamente a Cristo nas sinagogas, anunciando que Ele é o Filho de Deus. Essa ousadia e coragem recebemos diretamente do Espírito Santo.


3. Plantação de igreja, uma parceria. A plantação da igreja envolve um trabalho duplo: do homem e de Deus. Nós, seus servos, plantamos igrejas como sementes na terra. Nas cartas de Paulo, a imagem da plantação aparece, em especial, na Primeira Carta aos Coríntios (1 Co 3.6-9). O apóstolo dava o devido mérito desse processo a Deus (1 Co 3.6). E nós somos os seus cooperadores e, a igreja, a lavoura e o edifício de Deus (1. Co 3.9). Nesse divino ministério de plantação de igreja, à luz do ensino de Paulo, fica claro que o trabalho de semear e plantar é nosso, mas quem faz germinar, frutificar e crescer é Deus. Deus e o homem cooperam na plantação de igrejas.


SÍNTESE DO TÓPICO I

O apóstolo Paulo foi um desbravador de Cristo sob uma gloriosa obrigação.


SUBSÍDIO PEDAGÓGICO


Leve em conta as seguintes estratégias para começar a aula na classe a partir dos seguintes fatores:

• Inicie a aula com uma oração;

• Distribua sete tirinhas com a referência bíblica de acordo com a ordem da seção LEITURA DIÁRIA;

• Peça para cada aluno ter a referência bíblica recebida. Entretanto, leve em conta a ordem conforme a seção LEITURA DIÁRIA;


Essa ação ajuda a quebrar o gelo na classe e introduzir o assunto.


II - ANTIOQUIA, O PONTO DE PARTIDA PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA


1. Uma igreja missionária. A igreja em Antioquia era rica em líderes (At 13.1-3), pois nela havia “profetas e doutores, a saber: Barnabé, Simeão cognominado Níger, Lúcio de Cirene, e ainda Manaém, companheiro de infância do tetrarca Herodes, e Saulo” (v.1). Ali, foi o ponto de partida de Paulo para a extraordinária obra de plantar igrejas entre os gentios. Juntamente com Barnabé, sob jejum, oração e imposição de mãos (v.3), ele foi enviado ao vasto campo do mundo gentílico para pregar o Evangelho e plantar igrejas.


2. A primeira viagem missionária. Paulo e Barnabé pregaram em Chipre (13.4). Neste lugar, o apóstolo desmascarou o feiticeiro Elimas, o encantador, e ganhou o procónsul para Cristo. Mais adiante pregou na sinagoga de Antioquia da Pisídia, onde os judeus lhe fizeram oposição (13.45), e, ao mesmo tempo, os gentios alegraram-se, creram e o Espírito Santo se fez presente ali. O mesmo aconteceu em Icônio, Listra, Derbe (14.1-28). Ora, no trabalho de evangelização e implantação de igrejas há muitos desafios. Uns recebem a Palavra, outros a rejeitam, outros ainda zombam. O trabalho de implantação da igreja não é fácil, mas o Espírito Santo opera, fala aos corações e dá o crescimento à obra de Deus.


3. A segunda viagem missionária. Depois do Concílio de Jerusalém (At 15). Paulo visitou igrejas já plantadas, a partir das regiões do Oriente para o Ocidente, envolvendo a Ásia e a Europa. De fato, nessa segunda viagem houve uma mudança de rumo sob a direção do Espírito, quando ele teve a visão de um macedônio que dizia: “Passa à Macedônia e ajuda-nos.” (At 16.9). Paulo empreendeu uma viagem que incluía Derbe, Listra, Troas, Filipos e Tessalônica. Beréia, Atenas, Corinto, Éfeso. Outras cidades foram alcançadas pelo ímpeto evangelístico do apóstolo e inúmeras igrejas foram plantadas. Quando estamos na dependência do Espírito Santo, temos uma visão ampliada acerca do Reino de Deus.


SÍNTESE DO TÓPICO II

A igreja de Antioquia foi o ponto de partida para Paulo plantar inúmeras igrejas.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


Atos 13 foi o início da primeira viagem missionária de Paulo. A igreja estava envolvida no envio de Paulo e Barnabé, mas o plano era de Deus. Por que Paulo e Barnabé foram a tais lugares?

(1) Por que o Espírito Santo os dirigiu. 

(2) Eles seguiram pelas estradas do Império Romano, o que tornou a viagem mais fácil. (3) Visitaram populações e centros culturais importantes, a fim de alcançarem tantas pessoas quanto fosse possível. 

(4) Foram às cidades que possuíam sinagogas; falaram primeiro aos judeus, com esperança de que estes recebessem a Jesus como o Messias e ajudassem a divulgar as Boas Novas aos demais povos. 

Paulo e Silas iniciaram uma segunda viagem missionária, com a finalidade de visitar cidades onde Paulo já havia pregado. Desta vez, fizeram um trajeto maior por terra, não por mar, viajaram ao longo da estrada romana (por um desfiladeiro em meio às montanhas Taurus), que ligava a Cilícia às cidades de Derbe, Listra e Icônio, a noroeste. O Espírito Santo lhes instruiu a não irem à Ásia; por esta razão, dirigiram-se a Bitínia, no norte. Novamente o Espírito Santo lhes disse não, então passaram pela parte ocidental, por Misa, a fim de chegarem à cidade portuária de Trôade. (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, pp.1508,29).


CONHEÇA MAIS


Plantando Igrejas


Não onde Cristo houvera sido nomeado. O esforço ministerial de Paulo centralizava-se nas missões. Optou por concentrar seus esforços nas áreas onde o evangelho não tinha sido pregado suficientemente e assim facultou àqueles que não tinham ouvido a oportunidade de aceitarem a Cristo.

Para ler mais, consulte a “Bíblia de Estudo Pentecostal”, editada pela CPAD, p.1726.


III- CARACTERÍSTICAS DE UM PLANTADOR DE IGREJAS


1. Motivado pelo chamado. Como vemos em Paulo, um plantador de igrejas deve estar consciente do chamado divino em sua vida. Deus nos chama e confirma esse chamado no Corpo de Cristo (At 9.17-22). Na vida de Paulo, tudo começou no caminho para Damasco (At 9.4,5). Esse começo tornou-se um elemento motivador no ministério do apóstolo (At 26.14,19). Sempre há um ponto de partida em que somos tomados pela consciência daquilo que Deus nos chamou para fazer. Essa consciência do chamado é o fator motivacional que nos faz enfrentar os desafios diante de nós. Deus ainda chama!


2. Experimentado no deserto da vida. O apóstolo foi experimentado no deserto da Árabia (Gl 1.17,18). Para forjar o nosso caráter, muitas vezes Deus nos leva ao deserto da vida para falar ao nosso coração (Os 2.14). Ali, somos capacitados por Deus para topar contra os grandes desafios na missão de pregar o Evangelho e plantar igrejas. O Senhor trabalha em nosso temperamento, caráter e personalidade. As experiências que passamos ao longo da vida podem ser oportunidades de Deus para forjar o nosso caráter.


3. A igreja segundo as Escrituras. Toda a estratégia de um plantador de igreja deve levar em conta as Sagradas Escrituras. Nas Escrituras, vemos que igreja local é um lugar onde devemos ter um relacionamento pessoal com Deus; onde há amor pelo pecador; onde há batismo no Espírito Santo para o exercício do serviço; profusão dos dons espirituais, ministeriais e de serviço (1 Co 12.28-31); há de se ter autoridade do alto para expulsar demônios e curar enfermos; há de ter pregação fiel da Palavra de Deus com a autoridade do Espírito, e vida de oração, pois os ministros não podem deixar de perseverar na Palavra e na oração (At 6.4). Nessa igreja batizamos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, partilhamos da ceia do Senhor e aguardamos a sua volta para nos encontrar com Ele. Não podemos perder de vista que nós plantamos, mas é Deus que dá o crescimento e aprova a obra (1 Co 3.6).


SÍNTESE DO TÓPICO III

Paulo tinha em Cristo a sua motivação para plantar igrejas.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO


Paulo ressalta o fato de que todas as nossas considerações a respeito da Igreja e de sua missão não são meras abstrações, nem simples assuntos a serem estudados e debatidos. A Igreja é uma comunidade visível que reflete a missão de um Deus reconciliador. A Igreja deve ser a ‘hermenêutica do Evangelho’, o lugar onde as pessoas poderão ver o Evangelho retratado em cores vivas (2 Co 3.3). Como o Evangelho pode ser suficientemente fidedigno e poderoso a ponto de levar as pessoas a crerem que um homem pendurado na cruz realmente tem a derradeira palavra nos assuntos humanos? Sem dúvida, a única resposta, a única hermenêutica, é uma congregação que crê nisso e que vive à altura de sua fé (Fp 2.15,16). Isso quer dizer: somente uma igreja ativa na missão pode dar a razão adequada para a necessidade da reconciliação que o mundo está pedindo aos brados sem ter consciência disso. 

(KLAUS, Byron D. A Missão da Igreja. 19.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.585).


CONCLUSÃO


Vimos que muitos episódios na vida do apóstolo Paulo aumentaram sua visão para expandir a Igreja por todas as partes. É vontade de Deus que vidas sejam chamadas por Ele para se tornarem plantadoras de igreja. Pessoas que amem proclamar a Palavra de Deus para quem não a conhece e formar uma igreja local que glorifique a Deus e viva a fé com fidelidade ao nosso Senhor.


Q U E  S T I O N Á R I O 


1• A que a vida e o ministério de Paulo nos constrangem? 

Sua vida e ministério nos constrangem a semear o Evangelho e a plantar igrejas em lugares onde pessoas nunca ouviram falar do Evangelho (Rm 15.20


2• Qual o trabalho duplo que envolve a plantação de igreja? 

A plantação da igreja envolve um trabalho duplo: do homem e de Deus.


3• Qual foi o ponto de partida no ministério do apóstolo Paulo? 

A igreja em Antioquia foi o ponto de partida de Paulo para a extraordinária obra de plantar igrejas entre os gentios.


4• Qual foi a mudança de rumo no ministério de Paulo? 

De fato, nessa segunda viagem houve uma mudança de rumo sob a direção do Espírito, quando ele teve a visão de um macedônio que dizia: “Passa à Macedônia e ajuda-nos” (At 16.9).


5• Onde o apóstolo foi experimentado? 

O apóstolo foi experimentado no deserto da Arábia (Gl 1.17,18).


SUBISÍDIO DA REVISTA ENSINADOR CRISTÃO /CPAD


A Igreja de Cristo tem a sua dimensão visível na igreja local. Para se estabelecer uma igreja local é preciso que haja pessoas disponíveis, e que tiveram uma experiência com Cristo, para plantar igrejas. Nesse sentido, a lição desta semana tem como propósito motivar a igreja local, especificamente pessoas vocacionadas, a plantar novas igrejas. O Movimento Pentecostal cresceu porque houve crentes dispostos que ouviram a voz do Espírito Santo para abrir suas casas como um ponto de pregação ou desbravar o interior do Brasil.


Resumo da lição


Para atingir esse propósito, o tópico primeiro mostra que o apóstolo Paulo foi um desbravador do Evangelho sob uma gloriosa obrigação de pregar o Evangelho de Cristo. Não há dúvidas de que o apóstolo foi o grande desbravador do Evangelho no mundo gentílico. Ele plantou igrejas em lugares que pessoas nunca haviam tido contato com o nome de Jesus. Essa disposição era vista pelo apóstolo como uma gloriosa obrigação a ser cumprida. E ele a cumpriu com alegria.

O tópico segundo procura sinalizar Antioquia como um lugar estratégico para o crescimento da Igreja Primitiva. Tratava-se de uma igreja missionária. Dela, muitas outras igrejas foram geradas no Reino de Deus. Isso lembra muito o crescimento das igrejas pentecostais no Brasil. A partir de uma igreja numa determinada localidade, Belém do Pará, milhares de igrejas foram gestadas no país. Uma igreja referência cumpre uma função estratégica para plantar novas igrejas. Ela desempenha esse papel formando, capacitando e enviando novos obreiros.

O terceiro tópico procura pontuar as características de um plantador de igreja. Uma dessas primeiras características está na motivação do plantador. No ministério de Paulo vemos que essa motivação se deu a partir de sua experiência gloriosa com Cristo. Essa experiência faz com que o plantador de igrejas tenha um senso de urgência no mundo a respeito da evangelização. Além, claro, de esse plantador ser experimentado nos obstáculos da caminhada e perseverar na plantação de igrejas segundo as Escrituras.


Aplicação


Esta lição nos ensina que é preciso ter experiência com Cristo. Quem tem essa experiência verdadeira tem tudo para buscar a vocação missionária. É preciso também ser compromissado com a Palavra de Deus, a Bíblia. Ela é o esteio da regra de fé e prática da igreja local.


06 novembro 2021

A FONTE DO ENSINO DE PAULO SOBRE O ESPÍRITO SANTO AOS EFÉSIOS


(Comentário do 3⁰ tópico da lição 6: Paulo no poder do Espírito)

Paulo usou as Escrituras como fundamento para o ensino da doutrina do Espírito Santo. No Antigo Testamento, ela estava presente, mas não muito explícita. Ele usou também a experiência vivida pela Igreja Primitiva no Dia de Pentecostes e ensinou à Igreja de Éfeso sobre a necessidade do crente ser revestido do poder do Espírito. Paulo permaneceu em Éfeso por cerca de dois anos, ensinando a Palavra de Deus. Isso foi fundamental para que aquela Igreja experimentasse um grande avivamento, crescimento da Igreja e ortodoxia doutrinária. 


1. As Escrituras como fonte de revelação sobre o Espírito Santo. Algumas doutrinas cristãs não foram reveladas explicitamente no Antigo Testamento. Mas, estavam presentes de forma implícita, parcial ou através de tipos e figuras. No caso da doutrina do Espírito Santo, ela estava presente no Antigo Testamento apenas de forma subjetiva. Não temos no Antigo Testamento as informações que temos no Novo Testamento sobre o Espírito Santo, tanto que os judeus são monoteístas e não crêem na Santíssima Trindade. 

A compreensão deles sobre o Espírito Santo é muito diferente do Cristianismo. Os judeus crêem que Deus é Único, Pessoal, Todo Poderoso e Misericordioso. Mas, não crêem na Trindade, nem que o Espírito Santo é uma pessoa. Para o Judaísmo, o Espírito Santo é a presença de Deus e não uma pessoa. O chamado “Shemá hebraico” assim afirma: “ Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.” (Dt 6:4-5). Com base neste texto os judeus são monoteístas e contrários à Doutrina da Trindade. Entretanto, este texto não anula a Unicidade de Deus, pois a Trindade não são três deuses e sim, um Único Deus que subsiste eternamente em três pessoas. 

Apesar da Doutrina do Espírito Santo não está muito clara no Antigo Testamento, mas ela está presente. No primeiro versículo da Torah ou Pentateuco, a referência a Deus em hebraico está no plural (heb. “Elohim”, que é o plural de "Eloah"). Indica uma unidade composta, pois o verbo “criou” (heb. “bará”) está no singular. No ato da criação do homem, vemos Deus falando:Façamos o homem… conforme a nossa imagem...”. (Gn 1.26). Após a queda, Deus diz: “Eis que o homem agora é como um de nós...” (Gn 3.22). No episódio da confusão das línguas também, Deus fala no plural: “...Desçamos e confundamos ali a sua língua…” (Gn 11.7). 

Além das referências a Deus no plural, que deixam implícita a Doutrina Santíssima Trindade, temos promessas referentes ao derramamento do Espírito de forma mais explícita, como no texto de Joel 2.28,29, que no Dia de Pentecostes, Pedro interpretou como a profecia do que acontecera ali, quando todos foram cheios do Espírito Santo: “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito”. Outros profetas também profetizaram sobre o derramamento do Espírito Santo, como Isaías (Is 32.15-17; 44.3-5; 59.20,21) e Ezequiel (Ez 11.19,20; 36.26,27; 37.14; 39.29). 


2. O Pentecostes como fonte de revelação do Espírito Santo. Além das Escrituras do Antigo Testamento, que continham promessas da descida do Espírito Santo, Paulo utilizou como fonte para o seu ensino sobre a Doutrina do Espírito Santo, a experiência vivida pela Igreja Primitiva no Dia de Pentecostes (At 2.1-4). A notícia daquele acontecimento se espalhou por vários lugares, pois havia naquele dia pessoas vindas de várias regiões, que presenciaram a descida do Espírito Santo e o discurso de Pedro, logo a seguir. Após a sua conversão, Paulo foi orientado sobre isso e ele mesmo teve também a sua própria experiência pois foi batizado no Espírito Santo, quando Ananias foi orar por ele (At 9.17). Teve também outros casos de batismo no Espírito Santo, como os de Samaria e da casa de Cornélio, que certamente Paulo sabia. 


3. Paulo ensina acerca do Espírito Santo aos efésios (At 19.1-6). Paulo não contrariou as mensagens de João Batista e Apolo, apenas as complementou. Apolo e aqueles cristãos de Éfeso entenderam apenas em uma parte da mensagem pregada por João Batista: "Após mim, virá um que não sou digno de desatar as correias das suas sandálias...". Mas, não se atentaram para a segunda parte que dizia: "...Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo".

Paulo fez o que todo pastor pentecostal deve fazer: Primeiro ensinou sobre o Espírito Santo, depois orou pelas pessoas, impondo-lhes as mãos, para que fossem revestidas de poder. Em muitas Igrejas ditas pentecostais não há mais batismo no Espírito Santo, porque não há ensino sobre isso e não buscam a Deu em oração por este propósito. Há muitas pessoas que oram apenas por bens materiais e coisas supérfluas e esquecem de buscar as coisas que são do Céu. 


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Pb.Weliano Pires


O ARGUMENTO DE PAULO SOBRE A PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO

(Comentário do 2º tópico da lição 6: Paulo no poder do Espírito)


Neste tópico falaremos sobre a argumentação de Paulo a respeito da plenitude do Espírito Santo. Primeiro, no encontro com os doze discípulos em Éfeso. Depois, em relação a Apolo, que Paulo enviou o casal Priscila e Áquila para o orientar sobre a doutrina do Espírito Santo. 


1. Paulo aclara o ensino sobre a plenitude do Espírito. Chegando em Éfeso, na sua terceira viagem missionária, Paulo encontrou um grupo de doze cristãos, que haviam crido na mensagem pregada por João Batista, provavelmente, pregada em Éfeso por Apolo. Estes cristãos nada sabia a respeito do Espírito Santo. Paulo lhes ensinou sobre a doutrina do Espírito Santo e, impondo-lhes as mãos, foram batizados no Espírito Santo, falaram em línguas e profetizaram (At 19.1-7). 

Eles haviam crido apenas na mensagem de arrependimento que João Batista havia pregado e foram batizados. Criam que Jesus era o Messias, mas a mensagem estava incompleta. Eles necessitavam do revestimento de poder, para também se tornarem testemunhas de Cristo. É por isso que a Assembleia de Deus exige que os obreiros, antes de serem separados, sejam batizados no Espírito Santo. 


2. É preciso crer para receber o Espírito Santo. Nós, os pentecostais cremos no batismo no Espírito Santo, como uma experiência subsequente à salvação, ou seja, primeiro a pessoa recebe a Jesus como Senhor e Salvador. O Espírito Santo, então, entra na pessoa e passa a habitar em seu corpo. Depois, o crente busca ao Senhor em oração e é revestido de poder para testemunhar de Cristo. 

Não é possível alguém ser batizado no Espírito Santo, sem antes se converter a Cristo. Há movimentos idólatras, dizendo que foram batizados Espírito Santo e até falam em 'línguas estranhas'. Mas, este não é o batismo no Espírito Santo que nós vemos na Bíblia. Esta promessa é para os salvos. 

Outro aspecto importante é o sinal visível do batismo no Espírito Santo. Em todos os casos em que houve batismo no Espírito Santo na Bíblia,  as pessoas falaram em línguas (At 2.4; At 10.46; At 19.6). Com base nisso, nós cremos que a evidência de que alguém batizado no Espírito Santo é o falar em línguas. 


3. Paulo cuida para esclarecer Apolo (At 18.21-28). Apolo era um judeu, natural da cidade egípcia de Alexandria, um importante centro cultural da antiguidade. Esta cidade foi fundada por Alexandre, o grande, em 332 a.C. Um dos mais importantes destaques desta cidade era a sua imensa biblioteca, que chegou a ter um milhão de documentos. Biblioteca na antiguidade não era apenas um acervo de livros, como nos dias atuais. Esta biblioteca de Alexandria possuía instituto de pesquisa, laboratórios, zoológico, jardim botânico, observatório de astronomia e locais de descanso. Por isso é considerada por muitos estudiosos como sendo a primeira universidade. Em Alexandria também foi traduzida a Septuaginta, versão grega do Antigo Testamento. 

Apolo foi criado e educado neste ambiente acadêmico e relato bíblico que que diz que ele era eloquente e poderoso nas Escrituras. Temos poucas informações bíblicas sobre Apolo. Sabemos que ele chegou a Éfeso por volta do ano 52 d.C. e pregava eloquentemente nas sinagogas, conhecendo apenas o batismo de João Batista (At 18.21-24). O casal Priscila e Áquila, companheiros de Paulo na obra missionária, ouviram a pregação de Apolo e ficaram impressionados com a sua eloquência e habilidade nas Escrituras e resolveram abordar Apolo e esclarecê-lo sobre a doutrina do Espírito Santo (At 18.26). 

Esta orientação deu resultados. Apolo creu na mensagem que Priscila e Áquila lhe passaram e se tornou um importante obreiro. Paulo fundou a Igreja de Corinto, lançando-lhe o fundamento, que é Cristo. Quando partiu de Corinto, Paulo deixou uma Igreja carnal e inexperiente. Mas, o eloquente pregador Apolo sucedeu o apóstolo naquela Igreja e ‘regou’ o que ele havia plantado (1 Co 3.6). Apolo se tornou querido e admirado naquela Igreja, a ponto de alguns dizerem “eu sou de Apolo” (1 Co 3.4). Apolo parece ter estado também com Tito em Creta (Tt 3.13). Muitos estudiosos da Bíblia sugerem que foi Apolo, o autor da Epístola aos Hebreus, mas, não há nenhuma base bíblica que sustente esta afirmação e a Igreja de Alexandria, de onde ele ele era natural, também não sustenta esta tese. 

Aprendemos com o caso de Apolo que, mesmo a pessoa sendo crente fiel, conhecedor da Escrituras e habilidoso na pregação, necessita do revestimento do poder do Espírito Santo, para se tornar um testemunha eficaz do Evangelho de Cristo. Como disse Paulo, o Evangelho não consiste em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do poder de Deus (2 Co 2.4).


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Pb. Weliano Pires


05 novembro 2021

PREGANDO A CRISTO NO PODER DO ESPÍRITO


(Comentário do 1⁰ tópico da lição 6: Paulo no poder do Espírito)

Desde o seu encontro com Jesus no caminho de Damasco, Paulo entregou-se totalmente ao Se passou a ser dirigido pelo Espírito Santo. Ele perguntou ao Senhor Jesus o que Ele queria que fizesse. O Senhor mandou que ele fosse à cidade e aguardasse lá. Paulo ficou três dias em jejum, aguardando as orientações do Senhor. Depois que foi batizado, Paulo ficou alguns dias em Damasco, até que veio a perseguição e ele teve que fugir.  


1. Paulo, movido pelo poder do Espírito. Paulo pregava ousadamente nas sinagogas, mostrando aos judeus, pelas Escrituras, que Jesus era o Messias. Esta ousadia e intrepidez para pregar, em ambientes hostis ao Evangelho, evidentemente, vinha do Espírito Santo. Enquanto ele pregava, o Senhor operava maravilhas. Antes dele, Pedro também pregou, ousadamente, a Palavra de Deus diante das autoridades religiosas e eles ficaram admirados. Estêvão, com a mesma ousadia, pregou diante na sinagoga e diante do sumo sacerdote. Mesmo diante da morte, ele não recuou. Os seus algozes não conseguiram resistir à sabedoria com que ele falava e, por isso, o acusaram falsamente de blasfêmia e o apedrejaram. 

É por isso que Jesus, antes de subir aos Céus, ordenou aos seus discípulos, que ficassem em Jerusalém, aguardando o revestimento de poder. Ele sabia que sem este revestimento de poder, eles não teriam a sabedoria e a ousadia necessárias para levar o Evangelho. O Espírito Santo move o pregador para trazer as palavras corretas e trabalha no coração dos ouvintes para entenderem o que está sendo pregado. Além disso, opera sinais e maravilhas que corroboram a mensagem pregada. 

2. O caminho de pregação. Encontramos em várias partes no Livro de Atos, o Espírito Santo falando para onde Paulo deveria ir e o que ele deveria fazer. Nos primeiros dias após a sua conversão, Paulo permaneceu em Damasco. Ele começou a pregar nas sinagogas, ainda como um novo convertido, mostrando pelas Escrituras aos judeus, que Jesus era o Cristo (At 9.26). Os judeus formaram conselho entre si para o matarem e preparam-lhe várias ciladas. Mas, Paulo ficou sabendo e os discípulos o desceram em um cesto pelo muro, para que ele escapasse (At 9.23-25). 

O texto de Atos 9.26 diz que Paulo foi para Jerusalém e tentou juntar-se aos apóstolos, mas, eles o temiam não acreditando em sua conversão. Lendo o texto de Gálatas 1.17,18, entendemos que antes de ir a Jerusalém, Paulo esteve por um período de três anos no deserto da Arábia, onde recebeu as revelações do Senhor (Gl 1.12). Paulo conta que estava no templo orando e recebeu uma mensagem de Deus para sair de Jerusalém, pois, os judeus não aceitariam o seu testemunho: “Aconteceu que, tendo eu voltado para Jerusalém, enquanto orava no templo, achei-me em êxtase, e vi aquele que me dizia: Apressa-te e sai logo de Jerusalém; porque não receberão o teu testemunho acerca de mim.” (At 22.17,18). Em seguida, o Senhor lhe disse que o enviaria aos gentios. Então, o rumo da pregação de Paulo, tanto o local, quanto o conteúdo da mensagem, era conduzido pelo Espírito Santo. 

3. Paulo e as três viagens missionárias. Aqui, o comentarista fala apenas de duas viagens missionárias. Mas, encontramos na Bíblia o relato de três viagens missionárias do apóstolo Paulo pelo mundo. Em sua primeira viagem missionária, Paulo partiu junto com Barnabé da Igreja de Antioquia, após a liderança da Igreja receber o comunicado do Espírito Santo, para separarem Paulo e Barnabé, para a obra que Ele havia designado (Até 13-14). Esta viagem aconteceu entre os anos de 46 e 48 d.C. Teve início em Selêucia, porto de Antioquia (Atos 13.1-4). Navegaram dali para Chipre. Depois, desembarcaram em Salamina, viajaram ao longo de toda a costa sul da ilha de Chipre, até chegarem a Pafos. Lá, o procônsul romano, Sérgio Paulo, se converteu, depois que Paulo repreendeu o feiticeiro Elimas (At 13:6-12). A partir desta viagem, o texto bíblico usa sempre o nome de Paulo e não mais Saulo, o seu nome hebraico. 

A segunda viagem missionária de Paulo começou por volta do ano 49 d.C. e durou cerca de três anos, até 52 d.C. Esta viagem iniciou-se com um desentendimento entre Paulo e Barnabé. Paulo e Barnabé decidiram iniciar esta viagem, passando pelas Igrejas que eles haviam fundado na primeira viagem, para visitar os irmãos e os fortalecer. Barnabé pretendia levar consigo o seu primo João Marcos, que havia voltado da primeira viagem. Paulo discordou e esta desavença causou a separação de ambos. Barnabé prosseguiu com João Marcos, em direção a Chipre, terra natal de Barnabé, e Paulo levou Silas consigo e partiu em outra direção (At 15.37-40). 

Nesta segunda viagem, a equipe de Paulo partiu da Síria e Cilícia, visitando as igrejas na Ásia, Derbe e Listra, de onde levou com ele a Timóteo (Atos 16.1-5). De Listra, seguiram para a Frígia e Galácia, onde Paulo permaneceu por um tempo, por causa de uma enfermidade (Atos 16.6; Gl 4:13-14). Da Galácia, Paulo pretendia ir para a Bitínia, na costa do Mar Negro, mas ele disse que o Espírito de Jesus não lhes permitiu. Então, eles passaram pela Mísia e desceram para Troade. (Atos 16.7-8). O Senhor Jesus Cristo dirigiu Paulo para o oeste da Ásia, onde Paulo pretendia permanecer e depois ir à Grécia.

É interessante notar, que o Espírito Santo usou até um desentendimento, para fortalecer a obra missionária. Agora, em vez de uma equipe missionária, havia duas. Convém destacar também, que este desentendimento não ocasionou briga pessoal entre os dois. Posteriormente, Paulo falou bem tanto de Barnabé como de Marcos  (Cl 4.10; 2 Tm 4.11).

Na terceira viagem missionária, Paulo partiu de Antioquia, em direção a Éfeso. Com a pregação de Paulo, muitos feiticeiros e adivinhos se converteram e queimaram publicamente os seus livros. Ali, o Senhor fez muitos sinais e maravilhas através de Paulo. Depois, Paulo seguiu para Trôade, Filipos e Macedônia. No regresso desta viagem, em direção a Jerusalém, alguns fatos marcantes aconteceram: o longo discurso de Paulo e a ressurreição de Êutico em Trôade, o emocionante discurso de despedida aos anciãos de Éfeso e a prisão de Paulo em Jerusalém. Chegando em Chipre, Paulo ficou sete dias e alguns discípulos ali, usados pelo Espírito Santo, disseram a Paulo que não fosse a Jerusalém (At 21.4). Chegando em Cesaréia, na casa de Filipe, o profeta Ágabo também profetizou que Paulo seria preso. Os discípulos rogaram a Paulo para que não fosse a Jerusalém, mas, ele não se intimidou e foi. Chegando em Jerusalém, houve um grande tumulto dos judeus e Paulo foi preso no templo. Depois da prisão, Paulo, usando a sua cidadania romana, apelou para ser julgado por César em Roma. A partir desta apelação, Paulo foi ouvido por Festo e por Agripa. Falando em sua defesa, Paulo testemunhou ousadamente da sua conversão, deixando o rei Agripa impressionado, ao ponto de dizer: 

- Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão! (At 26.28).

Nestas três viagens missionárias podemos ver a atuação do Espírito Santo, dirigindo, orientando e confortando o apóstolo Paulo. 


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Weliano Pires


04 novembro 2021

Recordações do meu Angico

  


Nasci e cresci na Fazenda Angico 

Nas terras de Antonio Dom João
Um fazendeiro solteiro e pudico
Pessoa correta e de bom coração. 

O Angico pertence a Terra Nova
Cidade do interior pernambucano
Quem conhece atesta e comprova

Que é um paraíso rural e urbano. 


O Riacho Grande divide o Angico 

A outra parte pertence a Cabrobó

Cidade à margem do Velho Chico

Que fica entre Belém e Orocó. 


No Angico vivíamos a natureza

Um misto de pobreza e inocência

Tranquilidade, respeito e pureza

Não se ouvia falar de violência. 


Com muito trabalho e dedicação

Meu pai comprou o seu terreno

Ali mesmo naquele velho torrão

Ele adquiriu um lote pequeno. 


Desde criança, aprendi a trabalhar

O trabalho jamais me prejudicou 

E nunca me impediu de estudar

Pois meu pai sempre me incentivou. 


Com os meus pais, avó e irmãos

Nesta fazenda felizes vivíamos 

Plantando cebola, milho e feijão

Esta cultura nós conhecíamos.


A vida ali tinha muita dificuldade

Não tinha energia nem televisão

Mas, morávamos perto da cidade

Onde havia alguma diversão.


No Angico eu tive boa convivência

Com pessoas amigas e maravilhosas

De todos me lembro com deferência

Alguns deles, de memórias saudosas.


Seu Zé Pedro, homem de grande valor 

E Sinhá Júlia, sua esposa, mui amada

Por muitos anos, dedicados ao labor

Deixaram ali a sua marca registrada.


Seu Luiz Venâncio, grande pescador

E Dona Lionízia, sua esposa querida

Com os filhos, este casal batalhador

Enfrentou ali, os desafios desta vida. 


Dona Ambrosina e seu Zé de Lilia

Também, por muitos anos ali moraram

Eram de sorriso fácil e grande simpatia

Pessoas que sempre nos consideraram.


O casal, Seu Augusto e Dona Neném

De família trabalhadora e numerosa

Por alguns anos moraram ali também

Sempre no trabalho, de forma honrosa. 


Antonio Calou, homem muito querido

E Tia Donona, sua esposa bondosa

Em sua casa, sempre fui bem recebido

Músicas, brincadeiras e uma boa prosa.


Luiz Henrique, homem muito honrado

Mudou-se do Jatobá com Tia Nevinha

Para o terreno que tinham comprado

Com os dez filhos que o casal tinha.


Antonio Professor ali se estabeleceu

Dona Lola, sua esposa e companheira

Diante das lutas nunca esmoreceu

Bons vizinhos, família hospitaleira. 


O tempo e o espaço são insuficientes

Para mencionar todas as pessoas

Que conviveram neste ambiente

Das quais carrego lembranças boas.


Quando recordo-me do meu Angico

Mergulhado em minha nostalgia

Com o meu coração apertado fico

Sonhando em poder voltar um dia. 


Weliano Pires 


A PAZ QUE JESUS PROMETEU

(Comentário do 3º tópico da Lição 08: A promessa de paz) .  Ev. WELIANO PIRES  No terceiro tópico, falaremos da Paz prometida por Jesus. Ver...