23 junho 2021

OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS



Neste primeiro tópico, falaremos sobre o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais. Os dons são dádivas concedidas por Deus para aquilo que for útil. A própria palavra dom significa dádiva ou presente. Durante este segundo trimestre estudamos as mais variadas formas, que Deus atua por meio da sua Igreja, concedendo-lhe dons espirituais, ministeriais e de serviço. 

1. Os dons são diversos (1 Co 12.4). Os dons são diferentes uns dos outros, mas, eles se complementam. É a diversidade na unidade. Assim como o corpo humano é um e possui muitos membros, que trabalham das mais diversas formas para manter o corpo funcionando, assim são os dons espirituais. (1 Co 12.12). Deus não concede todos os dons a uma pessoa, para que ela não se sinta independente dos outros. Deus concede diversos tipos de dons, segundo a Sua Vontade e de acordo com a necessidade de cada Igreja local. 

2. Os dons são amplos e plurais. A sabedoria de Deus é multiforme, plural e imensurável. Os dons são apenas um fragmento da sabedoria de Deus, que Ele concedeu para a edificação, exortação e consolação do corpo de Cristo. 

Em Romanos 12.3.-8 há uma lista de dons assistenciais; já em 1 Coríntios 12 há uma lista de dons espirituais; e em Efésios 4.11 há uma lista de dons ministeriais. Os teólogos fazem estas divisões em categorias, para efeitos didáticos. Mas, isso não significa que há apenas nove dons espirituais, sete dons assistenciais e cinco dons ministeriais. Há outros dons mencionados no Novo Testamento, que não foram denominados e que não estão nessas listas: 2 Tm 1.6; 1 Pe 4.10,11; Hb 2.4. 

3. Dádivas do Pai. Tudo o que nós temos e somos provém de Deus. Ele é o doador da vida, o Criador e o sustentador de todas as as coisas. Sem Ele, nada do que foi feito se fez. (Jo 1.3). Em Romanos 11, após escrever sobre o endurecimento dos judeus em relação ao Evangelho e falar sobre o futuro de Israel, Paulo citou um hino, exaltando a profundidade das riquezas, conhecimento e sabedoria de Deus e o concluiu dizendo o seguinte: “Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense? Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém.” (Rm 11.35,36). 

Estes versículos acima são de uma profundidade inimaginável! Lendo-os superficialmente, não paramos para pensar no que está sendo dito. Paulo diz algumas verdades teológicas muito importantes neste texto acima: 

a. Deus é o doador inicial de todas as coisas e não deve nada a ninguém, nem satisfações;

b. Todas as coisas pertencem a Ele, inclusive a nossa vida; 

c. Todas as coisas existem por Ele. Tudo o que existe no Universo é Deus que sustenta; 

d. Todas as coisas foram criadas para Ele e não para nós; 

e. Somente Deus deve ser glorificado e adorado. 


Há muitas dádivas de Deus à Sua Igreja e à humanidade em geral, conforme já mostramos. Entretanto, há algumas dádivas específicas que Deus concedeu à Sua Igreja, para serem usadas na proclamação do Evangelho. O comentarista cita apenas três delas na revista: o amor, a filiação divina e o ministério da reconciliação. No livro de apoio ao trimestre, o Pr. Elinaldo Renovato cita outras dádivas importantes que Deus também concedeu à sua Igreja: o Batismo com o Espírito Santo, o crescimento  espiritual e o espírito de fortaleza, de amor e de moderação.

1. O amor. O apóstolo João diz “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. (1 Jo 4.8). Todo amor procede Deus. O amor faz parte do Seu caráter. Paulo diz que “o amor de Deus foi derramado em nossos corações...” (Rm 5.5a). Diz ainda que “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Rm 5.8). O amor de Deus é a maior dádiva de Deus, se não fosse por este imenso amor, estaríamos todos perdidos! 

2. A filiação divina. Muitas pessoas têm um pensamento equivocado de que todos os seres humanos são filhos de Deus. Mas, não é isso que a Bíblia ensina. Todos nós somos criaturas de Deus. Nascemos pecadores e separados de Deus, por causa do pecado da raça humana. É verdade que Deus não atribui a culpa a um recém nascido, mas, isso não significa que não seja pecador por natureza. A Bíblia nos diz que Jesus “veio para o que era seu [os Judeus], mas o seus não o receberam. Mas, a todos os que o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crerem no Seu Nome.” (Jo 1.11,12). Então, a filiação divina é mais uma dádiva de Deus àqueles que crerem em Jesus. 

3. O ministério da reconciliação. Conforme foi dito acima, o ser humano nasce separado de Deus pelo pecado. O pecado faz divisão entre o homem e Deus (Is 59.2). Deus, que é absolutamente santo, não pode conviver com o pecado. O ser humano que ainda vive no pecado é um inimigo de Deus. Cristo veio para desfazer esta inimizade e reconciliar o homem com Deus. “Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação.” (2 Co 5.18,19). Nenhum ser humano tem condições de, por si mesmo, reconciliar-se com Deus. Somente Cristo pode fazer esta mediação e desfazer a parede de separação, que é o pecado. (1 Tm 2.5). 

4. O Batismo com o Espírito Santo. O batismo com o Espírito Santo é uma bênção subsequente à salvação, que Deus concede aos seus servos para  fazerem a sua obra com ousadia. É diferente da entrada do Espírito Santo no crente, quando este recebe a Cristo como Salvador e o Espírito Santo passa a morar nele. Quando as pessoas perguntaram a Pedro o que deveriam fazer, ele respondeu:  “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em Nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At 2.38). É o Senhor Jesus que concede o batismo no Espírito Santo àqueles que nEle crerem. João Batista pregou dizendo: “Eu vos batizei com água; Ele, entretanto, vos batizará com o Espírito Santo.” (Mc 1.8). 

5. O crescimento  espiritual. Na Igreja de Corinto havia partidarismo. Os crentes discutiam entre si, uns dizendo serem de Paulo, de João, de Pedro, de Apolo e outros de Cristo. Paulo viu nesta atitude dele, carnalidade e imaturidade e disse: “Eu plantei, Apoio regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento” (1 Co 3.6,7). Aqui, ele se refere ao crescimento espiritual ou maturidade. A semente do Evangelho é plantada em nosso coração, mas, é Deus que a faz brotar e crescer.

6. O espírito de fortaleza, de amor e de moderação. Paulo escrevendo a Timóteo disse: “Porquanto, Deus não nos concedeu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.” (2 Tm 1.7). Antes de conhecer a Cristo, o ser humano tem um espírito de covardia, ódio e desequilíbrio. Quando o Espírito Santo passa a habitar em nós, produz em nosso coração a ousadia, o amor e o equilíbrio. Veremos mais sobre isso no último tópico, quando falaremos do Fruto do Espírito Santo.  


Pb. Weliano Pires

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